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Controle Social No Cotidiano

Controle social é um conceito que teve sua origem junto à Ciência Sociologia. Grosso modo,
designa um conjunto heterogêneo de recursos materiais e simbólicos que mantém a ordem social,
ou melhor, garantem que os indivíduos se comportem de maneira previsível e de acordo com as
normas sociais vigentes em sua sociedade. Desta forma, controle social é a regulação do
comportamento (e até do pensar) dos indivíduos em uma conduta desejável por aqueles que
governam e legislam sobre o grupo social controlado. De acordo com o sociólogo alemão Karl
Mannheim trata-se de um “conjunto de métodos pelos quais a sociedade influencia o
comportamento humano, tendo em vista manter determinada ordem”. Importa destacar que essa
regulação é realizada não apenas por líderes institucionalmente instituídos.
O controle social pode ser formal ou informal. Percebido ou não. O controle formal é aquele que
está estabelecido em lei. O controle informal seria aquele não estabelecido em lei, mas que são
regras de conduta socialmente reconhecida e compartilhada, tais como aqueles que ocorrem a
partir de costumes e as crenças.
Para que exista controle social são necessários elementos materiais e simbólicos de
coação/repressão/influência que atuem sobre os indivíduos. Um exemplo, facilmente observado no
cotidiano, é a Polícia. Cabe a polícia, com sua presença, inibir e reprimir qualquer ação social
contrária às normas sociais. Inicialmente a Polícia faz isso de forma simbólica, apenas com sua
presença marcada pelo simbolismo existente em sua farda, por exemplo. Em caso desse
simbolismo falhar, utiliza-se da força que lhe é atribuída por lei. Um exemplo, não tão fácil de ser
notado, são as disposições de objetos no cotidiano que “regulam” nosso comportamento. A
presença de templos religiosos em lugares centrais e altos de uma cidade tem como função
transmitir um significado de poderio e submissão de seus fiéis, o que acaba coagindo o seu
comportamento. Outras disposições de objetos são mais claras em sua influência, tais como as
placas de sinalização de trânsito.
O controle social é visto, grosso modo, por dois ângulos antagônicos. Por um lado, como
necessária para que possamos viver em sociedade. A ideia de Thomas Hobbes nos é bastante
elucidativa em relação a esse ponto de vista. Para ele os indivíduos entram constantemente em
conflito e carecem de serem “controlados” pelas regras sociais, a fim de viverem em harmonia. A
ausência de controle social poderia desencadear crises sociais, como casos de saques e tumultos
populares, greves etc. Por outro lado, o controle social é visto como uma forma de manter
a estratificação socia estabelecida. Nessa direção, um trecho da música “Até quando”, de Gabriel
Pensador, nos é bastante elucidativa para compreendermos essa perspectiva: “a TV só existe para
manter você na frente, na frente da TV, que é para você não ver que o programado é você”. Sob
essa visão, o Estado é o principal responsável por controlar as pessoas, sobretudo de forma
simbólica, o que se chamou na teoria marxista de “Aparelhos Ideológicos do Estado”. Esses
aparelhos, tais como a escola e as TVs estatais, teriam a função de transmitir o que deseja a classe
social dominante, a fim de manter o status quo.
Agora, você já tem ciência de uma coisa: somos induzidos a fazer o que a sociedade deseja, ou
o que desejam os grupos dominantes. Liberdade, só aquela apresentada por Paul Sartre, de que
somos livres para fazer tudo, tudo o que permitem as regras e as leis.
Atividade

“Admirável chip novo” Pane no sistema


Pitty Alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Pane no sistema Eu não sabia, eu não tinha percebido
Alguém me desconfigurou Eu sempre achei que era vivo
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido Parafuso e fluido em lugar de articulação
Eu sempre achei que era vivo Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
Parafuso e fluido em lugar de articulação E eu achando que tinha me libertado
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado Mas lá vêm eles novamente
E eu achando que tinha me libertado Eu sei o que vão fazer
Reinstalar o sistema
Mas lá vêm eles novamente
Eu sei o que vão fazer Pense, fale, compre, beba
Reinstalar o sistema Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Pense, fale, compre, beba Tenha, more, gaste, viva
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga Pense, fale, compre, beba
Tenha, more, gaste, viva Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça Não senhor, sim senhor
Use, seja, ouça, diga Não senhor, sim senhor

Não, senhor, sim, senhor Mas lá vem eles novamente


Não, senhor, sim, senhor Eu sei o que vão fazer
Reinstalar o sistema

Ouça a canção “Admirável chip novo”, da cantora Pitty. Na canção a cantora e compositora utiliza
a metáfora para dar seu recado crítico. Assim, usa expressões metafóricas que dialogam com o
tema “controle social “. Explique cada uma das metáforas a seguir presentes na composição:

1 - Desconfiguração
2 - Olhos de robô
3 - Reinstalar o sistema

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