Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Revista Brasileira de
Geografia Física
ISSN:1984-2295
Homepage: www.ufpe.br/rbgfe
Ferreira, J. M. S.; Ferreira, H. S.; Silva, H. A.; Santos, A. M.; Galvincio, J. D. 904
Revista Brasileira de Geografia Física 04 (2012) 904-922
Ferreira, J. M. S.; Ferreira, H. S.; Silva, H. A.; Santos, A. M.; Galvincio, J. D. 905
Revista Brasileira de Geografia Física 04 (2012) 904-922
Ferreira, J. M. S.; Ferreira, H. S.; Silva, H. A.; Santos, A. M.; Galvincio, J. D. 906
Revista Brasileira de Geografia Física 04 (2012) 904-922
Ferreira, J. M. S.; Ferreira, H. S.; Silva, H. A.; Santos, A. M.; Galvincio, J. D. 907
Revista Brasileira de Geografia Física 04 (2012) 904-922
(valor inteiro entre 0 e 255) e i corresponde às de trajetória atmosférica. Para gerar o NDVI
bandas (1, 2, ... e 7) dos satélites Landsat 5. (Equação 3) foi utilizado o método proposto
por Rouse et al. (1973).
ρIV ρV
2.3.2 Reflectância NDVI
ρIV ρV (3)
A reflectância (Equação 2) de cada
ρ ρ
Em que: IV e V correspondem,
banda ( L λi ) é definida como sendo a razão
respectivamente, às bandas 4 e 3 do Landsat 5
entre o fluxo de radiação solar refletido pela – TM, a banda 4 (infravermelho próximo)
superfície e o fluxo de radiação solar global apresenta medidas de comprimentos de onda
incidente, que é obtida através da equação na ordem de: 0,76 – 0,79 μm e a banda 3
(ALLEN et al., 2002): (vermelho) possui comprimentos de onda de:
π . L λi
ρ λi 0,63 – 0,69 μm.
k λi . cos Z . d r (2)
O NDVI apresenta uma variação entre
Em que: L λi é a radiância espectral de
-1 a +1. Em superfícies com vegetação verde,
cada banda, k λi é a irradiância solar espectral os valores variam entre 0 e 1, já para a água e
de cada banda no topo da atmosfera (Wm− ² nuvens os valores geralmente são menores
μm− ¹) , Z é o ângulo zenital solar e dr é o que zero.
quadrado da razão entre a distância média
2.3.4 Aplicação do NDWI
Terra-Sol (ro) e a distância Terra-Sol (r) em
Oliveira et al. (2010) destaca que o
dado dia do ano (DSA).
NDWI é de fundamental importância na
2.3.3 Aplicação do NDVI compreensão dos processos de queima de
Jensen (2009) afirma que o NDVI é biomassa, onde os valores negativos
importante porque, a partir de sua aplicação, representam áreas com vegetação seca e os
podem ser observadas as variações sazonais e valores positivos apresentam vegetação verde.
interanuais da vegetação, contribuindo para o Este índice é importante nos estudos
seu monitoramento, além de reduzir os ruídos referentes ao vigor da vegetação, mudanças
multiplicativos (diferenças de iluminação na biomassa e estresse hídrico das plantas
solar, sombras de nuvens, algumas atenuações (Cardoso et al., 2009; Jensen, 2009). O NDWI
atmosféricas e algumas variações é obtido pela relação entre duas bandas no
topográficas). espectro infravermelho, equivalentes às
Jensen (2009) afirma que a bandas 4 e 5 do satélite Landsat 5,
desvantagem do NDVI é a não linearidade, correspondentes às bandas do infravermelho
por ser um índice de razão, motivo pelo qual próximo com comprimentos de onda entre
Ferreira, J. M. S.; Ferreira, H. S.; Silva, H. A.; Santos, A. M.; Galvincio, J. D. 908
Revista Brasileira de Geografia Física 04 (2012) 904-922
0,76 – 0,79 μm, e infravermelho médio com equação de Planck invertida, válida para um
medida entre 1,55 – 1,75 μm. Para o cálculo corpo negro. Como cada pixel não emite
do NDWI utilizou-se o método proposto por radiação eletromagnética como um corpo
Gao (1996), através da Equação 4 descrita a negro, há a necessidade de introduzir a
seguir: emissividade de cada pixel no domínio
espectral da banda termal ε NB , qual seja: 10,4
Piv Pmir
NDWI (4)
Piv Pmir – 12,5 μm. Por sua vez, quando do cômputo
Em que: Pmir corresponde a banda 4 da radiação de onda longa emitida por cada
do satélite Landsat – 5 (vermelho). pixel, há de ser considerada a emissividade no
domínio da banda larga ε 0 (5 – 100 μm).
2.3.5 SAVI
Segundo Allen et al. (2002), as emissividades
Para o cálculo do SAVI (Equação 5), o
ε NB e ε 0 podem ser obtidas para NDVI > 0 e
qual é um índice que visa amenizar os efeitos
IAF < 3, segundo:
do “background” do solo, é utilizada a
ε NB 0,97 0,00331IAF (7)
expressão proposta por Huete (1988)
ε 0 0,95 0,01IAF
(Equação 5). (8)
(1 L)(ρIV ρ V ) Nos pixels da área de estudo
SAVI
(L ρ IV ρV ) (5) correspondentes a corpos de água (SAVI < 0
Em que: L é uma constante que
e, portanto, IAF = 0) ε NB ε0 0,98 (Allen
depende do tipo de solo e o valor mais
et al., 2002). Para pixels com IAF 3 ,
utilizado é 0,5.
ε NB ε0 0,98 . Para corpos de água (NDVI
2.3.6 IAF < 0), no caso do lago de Sobradinho e do leito
O Índice de Área Foliar (IAF) foi do Rio São Francisco, Silva e Cândido (2004)
obtido a partir da Equação 6, sendo definido utilizaram os valores de ε NB 0,99 e ε 0
pela razão entre a área foliar de toda a 0,985, conforme Allen et. al. (2002).
vegetação pela unidade de área utilizada por
essa vegetação. O IAF é um indicador de 2.3.8 Temperatura da superfície
biomassa de cada pixel da imagem, sendo Para a obtenção da temperatura da
desenvolvido por Allen et al. (2002). superfície (Ts) (Equação 9) são utilizadas a
0,69 SAVI
ln radiância espectral da banda termal Lλ6 e a
IAF 0,59
0,91 (6) emissividade εNB obtida na etapa anterior,
como apresentado pela Equação 9.
2.3.7 Emissividade
K2
Ts
Para a obtenção da temperatura da ε K
ln NB 1 1
superfície (Equações 7 e 8) foi utilizada a L λ,6
(9)
Ferreira, J. M. S.; Ferreira, H. S.; Silva, H. A.; Santos, A. M.; Galvincio, J. D. 909
Revista Brasileira de Geografia Física 04 (2012) 904-922
Ferreira, J. M. S.; Ferreira, H. S.; Silva, H. A.; Santos, A. M.; Galvincio, J. D. 910
Revista Brasileira de Geografia Física 04 (2012) 904-922
justamente nos meses de inverno, 23°C registradas em junho, julho e agosto, 25°C,
(período seco) e a temperatura mais elevada enquanto as mais altas nos meses de março,
em dezembro, 28°C. abril e novembro, 29°C.
O climograma do ano de 1992 (Figura Entre os anos observados, 2000
2) representa de maneira clara a divisão do apresentou o terceiro maior índice
período seco e chuvoso para o município, pluviométrico com um total anual de
com valores de precipitação superiores a 642,2mm. O período chuvoso apresentou
63mm mensais e temperaturas entre 25°C e totais pluviométricos mensal superior a
27°C para o período chuvoso, que 60mm, os meses de novembro e dezembro
compreende os meses de novembro a abril, tiveram as maiores precipitações com 154mm
onde os maiores valores de precipitação foram e 130mm, as temperaturas mensais para o
registrados nos meses de janeiro e fevereiro, período variaram entre 25°C e 26°C, o mês de
com 249mm e 175mm, corroborando, assim, maio que marca o início do período seco,
com Ferreira et al, (2010) que apontam para registrou 22mm e junho 15mm, de julho a
os baixos índices pluviométricos e má outubro os valores de precipitação estiveram
distribuição das chuvas durante o período na abaixo dos 4mm e temperaturas oscilando
região. O período seco, apresentou entre 23°C e 27°C. As temperaturas mensais
precipitações mensais inferiores a 6mm e mais baixas ocorreram nos meses de junho e
temperaturas entre 24°C e 27°C. Os valores julho registrando 24°C e 23°C
mensais mais baixos de temperaturas foram respectivamente, e a mais alta no mês de
registrados nos meses de junho e julho, 24°C, outubro 27°C.
os mais altos em outubro e novembro, 27°C. O ano de 2009 registrou o maior total
O ano de 1998 apresentou o período de chuvas em comparação aos anos de 1991,
de estiagem (seco) mais prolongado em 1992, 1998 e 2000, tendo nos meses de
relação aos outros anos analisados nesta fevereiro, março e abril chuvas superior a 120
pesquisa, com precipitação abaixo dos 8mm mm e maior total pluviométrico no mês de
entre os meses de abril e outubro e abril – 224mm. As temperaturas durante o
temperaturas variando de 25°C a 29°C. período chuvoso se mantiveram entre 26°C e
Novembro, dezembro, janeiro, e fevereiro 27°C. Para o período seco deste ano, com
apresentaram precipitação mensal maiores exceção dos meses de maio e outubro que
que 60mm, tendo a ocorrência dos meses apresentaram precipitação mensal de 85 mm e
mais chuvosos em dezembro e janeiro com 106 mm respectivamente, a precipitação
74mm e 154mm. A temperatura mensal do mensal esteve abaixo dos 16mm, registrando
período chuvoso variou entre 27°C a 29°C. temperaturas entre 24°C e 27°C. As
As temperaturas mais baixas foram temperaturas mensais mais amenas foram
Ferreira, J. M. S.; Ferreira, H. S.; Silva, H. A.; Santos, A. M.; Galvincio, J. D. 911
Revista Brasileira de Geografia Física 04 (2012) 904-922
verificadas nos meses de maio, junho e julho, precipitações pluviométricas constitui uma
24°C e a mais elevada no mês de janeiro com característica marcante no clima do nordeste
28°C. brasileiro, já Sampaio (2003, apud Ferreira,
Confrontando-se os dados 2011) diz que o fator de maior influência no
apresentados nos climogramas da (Figura 2), comportamento da vegetação, principalmente
percebe-se a variação da distribuição da em regiões semiáridas, é representado pela
precipitação nos anos observados, com precipitação, uma vez que esta exerce
ocorrência das chuvas entre os meses de importante papel na distribuição das espécies,
novembro a abril e concentração entre os produção de biomassa, configuração do relevo
meses de janeiro e abril com um período seco e condições edáficas.
apresentando baixos índices pluviométricos Lacerda et al (2010) admite que o
de maio a outubro. Contudo há uma variação nordeste apresenta uma acentuada
em relação aos meses mais e menos chuvosos variabilidade interanual, caracterizando-se por
e diferenças relevantes quanto ao total anual apresentar, em relação à precipitação, anos
precipitado, como exemplo podem ser muito secos e outros chuvosos, conforme é
comparados os totais anuais do ano de menor mostrado na Figura 3. Tal variabilidade
precipitação – 1998 com total anual de 394,9 interanual pode ser observada também nos
mm e o mais chuvoso - 808,4 mm (2009). climogramas (Figura 2), assim como na
Lacerda et al (2010) afirma que a variação interanual que ocorreu nos anos
variabilidade espacial e temporal das analisados.
Figura 3. Série temporal das anomalias de chuva na região do semiárido do Nordeste do Brasil
durante o período chuvoso Fevereiro/Março/Abri/Maio. As anomalias se referem à média histórica
de 1961 a 2009, que é de 541 mm. Fonte: CPTEC/INPE, 2012.
Ferreira, J. M. S.; Ferreira, H. S.; Silva, H. A.; Santos, A. M.; Galvincio, J. D. 912
Revista Brasileira de Geografia Física 04 (2012) 904-922
Ferreira, J. M. S.; Ferreira, H. S.; Silva, H. A.; Santos, A. M.; Galvincio, J. D. 913
Revista Brasileira de Geografia Física 04 (2012) 904-922
Ferreira, J. M. S.; Ferreira, H. S.; Silva, H. A.; Santos, A. M.; Galvincio, J. D. 914
Revista Brasileira de Geografia Física 04 (2012) 904-922
Figura 5. Pluviograma com a precipitação diária dos meses de outubro e novembro de 2009.
Figura 6. Pluviograma com a precipitação diária dos meses de outubro e novembro de 2000.
Ferreira, J. M. S.; Ferreira, H. S.; Silva, H. A.; Santos, A. M.; Galvincio, J. D. 915
Revista Brasileira de Geografia Física 04 (2012) 904-922
Ferreira, J. M. S.; Ferreira, H. S.; Silva, H. A.; Santos, A. M.; Galvincio, J. D. 916
Revista Brasileira de Geografia Física 04 (2012) 904-922
Figura 7. Normalized Difference Water Index (NDWI), para os períodos seco (24/08/1992,
09/08/1998 e 24/09/2009) e chuvoso (12/12/1991, 04/12/2000 e 27/11/2009).
Ferreira, J. M. S.; Ferreira, H. S.; Silva, H. A.; Santos, A. M.; Galvincio, J. D. 917
Revista Brasileira de Geografia Física 04 (2012) 904-922
Ferreira, J. M. S.; Ferreira, H. S.; Silva, H. A.; Santos, A. M.; Galvincio, J. D. 918
Revista Brasileira de Geografia Física 04 (2012) 904-922
temperatura nas regiões com maiores valores chuvoso da Temperatura da Superfície podem
do. mesmo, ou seja, onde a vegetação ser relacionadas com as áreas onde os valores
continha mais presença de água. Já as do NDVI são menores, assim como, naquelas
temperaturas elevadas das imagens do período do período seco.
Ferreira, J. M. S.; Ferreira, H. S.; Silva, H. A.; Santos, A. M.; Galvincio, J. D. 919
Revista Brasileira de Geografia Física 04 (2012) 904-922
Ferreira, J. M. S.; Ferreira, H. S.; Silva, H. A.; Santos, A. M.; Galvincio, J. D. 920
Revista Brasileira de Geografia Física 04 (2012) 904-922
Hastenrath, S., Lamb. (1977). Climatic Atlas Markham, B.L.; Barker, L.L. (1987).
of the Tropical Atlantic and Eastern Pacific Thematic mapper bandpass solar
Oceans. University of Wisconsin Press. exoatmospherical irradiances. International
Journal of Remote Sensing, v.8, n.3, p.517-
Hastenrath, S; Heller, L. (1977). Dynamics of
523.
climatic hazards in Northeast Brazil. Quartely
Journal of the Royal Meteorological Society, Moura, D. C.; Melo, J. I. M.; Schlindwein, C.
n.103: 77-92. (2007). Visitantes Florais de Boraginaceae A.
Juss. no Baixo Curso do Rio São Francisco:
Huete, A. R. (1988). Adjusting vegetation
Alagoas e Sergipe. Revista Brasileira de
indices for soil influences. International
Biociências, Porto Alegre, v.5, supl.1, p.285-
Agrophysics, v.4, n.4, p.367-376.
287.
Ferreira, J. M. S.; Ferreira, H. S.; Silva, H. A.; Santos, A. M.; Galvincio, J. D. 921
Revista Brasileira de Geografia Física 04 (2012) 904-922
S.; Galvíncio, J. D.; Pimentel, R. M. M.; e do solo em áreas de caatinga sob pastejo
Silva, B. B. (2010). Índice de Umidade caprino no Cariri da Paraíba. 160f. Tese
(NDWI) e Análise Espaço-Temporal do (Doutorado em Zootecnia) - Centro de
Albedo da Superfície da Bacia Hidrográfica Ciências Agrárias. Universidade Federal da
do Rio Moxotó-PE. Revista Brasileira de Paraíba, Areia.
Geografia Física, v.3, p.55-69.
Santos, A. M.; Galvíncio, J. D.; Moura, M. S.
Oliveira, W. M.; Chaves, I. B.; Lima, E. R. V. B. (2010). Os recursos hídricos e as mudanças
(2009). Índices espectrais de vegetação de climáticas: discursos, impactos e conflitos.
caatinga em um Neossolo Litólico do Revista Geográfica Venezolana, v.51, n.1,
semiárido paraibano. In. SIMPÓSIO p.59-68.
BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO
Virji, H. (1987). A preliminary study of
REMOTO, 14., 2009, Natal. Anais... Natal:
summertime tropospheric circulation patterns
INPE, 2009, p.2103-2110.
over South America estimated from cloud
Parente, H. N. (2009). Avaliação da vegetação winds, Mon. Weather Rev., 109, p.599-610.
Ferreira, J. M. S.; Ferreira, H. S.; Silva, H. A.; Santos, A. M.; Galvincio, J. D. 922