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Aula 04

Atualidades p/ PC-BA (Investigador) -


2021 - Pré-Edital

Autores:
Matheus Signori (Equipe Leandro
Signori), Leandro Signori
Aula 04
1 de Março de 2021

85936051501 - Marcus Vinicius Badaró pinto


Matheus Signori (Equipe Leandro Signori), Leandro Signori
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Sumário

Política e Sociedade Brasileira – I ................................................................................................................. 3

1 – A corrupção............................................................................................................................................ 3

2 – Operação Lava Jato.............................................................................................................................. 6

3 – Prisão em segunda instância ............................................................................................................... 8

4 – O Pacote Anticrime............................................................................................................................. 10

4.1 Principais alterações ....................................................................................................................... 10


4.2 Principais pontos vetados .............................................................................................................. 12
1204999
4.3 Excludente de ilicitude ................................................................................................................... 14

5 – O Brasil e a questão migratória ........................................................................................................ 14

6 – IDH......................................................................................................................................................... 18

7 – Censo Demográfico ............................................................................................................................ 20

8 - Eleições de 2020 no Brasil ................................................................................................................. 22

9 - Lei Geral de Proteção de Dados ....................................................................................................... 29

Questões Comentadas ................................................................................................................................. 32

Lista de Questões.......................................................................................................................................... 49

Gabarito .......................................................................................................................................................... 57

Resumo ........................................................................................................................................................... 58

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Olá Pessoal,

Nesta aula vamos estudar vários temas que se referem a tópicos e fatos políticos e sociais que estão em
evidência no Brasil no momento atual. Podem ser tanto temas da política em geral, como de políticas
públicas diversas ou da nossa sociedade.

Na próxima aula continuaremos este estudo, com outros tópicos.

Bons estudos!

Leandro Signori

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POLÍTICA E SOCIEDADE BRASILEIRA – I

1 – A corrupção

Em política, de modo geral, corrupção é o ato de trocar algum tipo de vantagem (política, financeira, de
informações) por meios ilegais ou ilícitos como, por exemplo, dar ou receber dinheiro ou presentes em troca
de algum benefício. Há vários tipos de crime de corrupção.

Estudo realizado em 2015 pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) apontou que a
corrupção consome no Brasil entre R$ 50 bilhões e R$ 84 bilhões por ano. Para termos uma ideia do
montante deste valor, o orçamento federal da Saúde naquele ano foi de R$ 91,5 bilhões; o da Educação foi
de R$ 39,3 bilhões; e o dos programas sociais foi de R$ 31,6 bilhões.

As formas mais frequentes de corrupção

▪ Concussão: Usar a função pública para exigir vantagem indevida, como um fiscal que pede propina para
não multar um estabelecimento comercial.

▪ Corrupção ativa: Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público para que ele pratique,
deixe de praticar ou retarda um ato que tenha obrigação de efetuar, como dar dinheiro ao guarda para
evitar uma multa.

▪ Corrupção passiva: Praticada pelo funcionário que pede ou aceita a proposta de corrupção ativa.

▪ Corrupção eleitoral: Oferecer ou pedir dinheiro ou vantagem em troca do voto numa eleição.

▪ Peculato: Apropriar-se de dinheiro ou bem, público ou particular, valendo-se de seu cargo. Como quando
um servidor responsável pela segurança de bens apreendidos toma-os para si.

▪ Prevaricação: Atrasar ou deixar de praticar ato que tem dever de realizar, ou realizá-lo contra o que
manda a lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. São os casos em que o servidor age para
vingar-se ou prejudicar alguém.

▪ Tráfico de influência: Prática ilegal de aproveitar de sua posição ou conexão privilegiada para cobrar ou
pedir vantagem para influir na atuação de outro funcionário público.

500 anos de corrupção

A corrupção do Brasil não é novidade, nem começou no atual governo, nem nos governos Lula-Dilma.
Pautada pela apropriação dos bens públicos para benefício privado, sua origem está no primeiro sistema de
gestão do território brasileiro, o de capitanias hereditárias, instituído em 1534. Por ele, o rei de Portugal
entregava a pessoas de suas relações a posse e a administração de terras do Estado. Nascia ali o hábito que
perdura até hoje no Brasil: usar o patrimônio e os recursos públicos para vantagens pessoais, ignorando as
necessidades da maior parte da população.

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A prática atravessou os séculos e ganhou os contornos atuais nas duas ditaduras que vivemos no século XX,
a do Estado Novo (1937-1945) e a de 1964, quando o arbítrio e a censura favoreceram a disseminação da
corrupção por um corpo de funcionários que atuavam à margem de qualquer fiscalização ou controle. Foram
tempos de gigantescos investimentos públicos em infraestrutura, em que a corrupção assumiu a forma de
propinas pagas para fraudar concorrências e favorecer grupos econômicos que controlavam essa rede de
subornos.

Em outras palavras, as empresas privadas passaram a pagar servidores públicos para poder ter acesso
privilegiado aos melhores contratos de licitações de obras públicas. Esse valor era acrescido ao custo do
serviço. Ou seja, o dinheiro do Estado era usado para manter a roda da corrupção, o tal uso de recursos
públicos em benefício de indivíduos. Esse é o modelo básico da corrupção dos dias de hoje, desde as
pequenas compras nas prefeituras do interior, até as licitações bilionárias de ministérios e estatais, como no
caso da Lava Jato.

Quando o avanço tecnológico e a volta de um regime político aberto, ao final da ditadura, em 1985,
favoreceram a disseminação de rádios e canais de TV, a distribuição das concessões, por exemplo, passou a
ser moeda de troca para acordos políticos. Na época das privatizações e das transferências de dinheiro via
internet, nos anos 1990, multiplicaram-se contas secretas no exterior para recompensar autoridades que
pudessem fornecer informações privilegiadas ou, quem sabe, influenciar o desfecho dos leilões. Estamos
falando, então, da corrupção do homem público que recebe dinheiro privado em troca de vantagens ilícitas
e também do que comercializa seu mandato político. Naturalmente, as coisas estão entrelaçadas, e um
dinheiro sujo – público ou privado – serve a diversos fins.

Nos anos recentes, além do ex-presidente Fernando Collor de Mello (PRN), que sofreu impeachment por
causa de corrupção, em 1992, houve graves denúncias contra os governos de José Sarney (PMDB, 1985-
1990), Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1995-2002) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT, 2003-2010), e centenas
de casos em prefeituras e governos estaduais. Em suma, os cargos eletivos e a função pública são utilizados
com frequência para a promoção pessoal ou para os negócios, o que é, no mínimo, antiético. Infelizmente,
mesmo quando existem denúncias, a maioria dos casos ficam impunes – com frequência, pela demora de
anos e anos nos processos ou pelos fóruns privilegiados dos políticos. A impunidade acaba incentivando a
corrupção.

Mesmo que tenha vindo de gerações anteriores, a corrupção é uma ferida na vida nacional que não para de
incomodar e desperta a revolta e a indignação da maioria dos cidadãos. O país conviveu, nos últimos anos,
com notícias cotidianas sobre o “Mensalão”. Mal saímos desse episódio e nos defrontamos com um
escândalo de proporções muito maiores, a corrupção na Petrobras, desvelada pela Operação Lava Jato.
Podemos falar ainda da Operação Zelotes, do Swiss Leaks, da Operação Vidas Secas, do cartel do metrô em
São Paulo e de outros vergonhosos casos de corrupção no Brasil atual.

O ambiente político

Mas, além de funcionários corruptos que enriquecem com o dinheiro público e políticos desonestos que
usam de poder para obter vantagens, a corrupção no Brasil tem um componente particular: a chamada busca
pela governabilidade - que nada mais é que a tentativa de criar condições estáveis para governar. Apesar de
os presidentes terem à disposição instrumentos para adotar sua orientação política, eles precisam que o
Congresso aprove certas decisões. É praticamente impossível que um presidente tenha maioria parlamentar
apenas com deputados e senadores de seu partido. Então, ele faz alianças com outras legendas para

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conseguir a maioria, formando a “bancada governista”, que é a base de apoio do presidente (Poder
Executivo) no Congresso Nacional (Poder Legislativo).

Entra em cena, então, o clientelismo, com o uso dos recursos do Estado para favorecer aliados por meio de
obras ou nomeações de cargos públicos. Há milhares de cargos na máquina federal para serem preenchidos
pelo Executivo, o que é um prato cheio para a barganha política. Parlamentares podem apontar parentes e
apadrinhados para essas funções - muitas vezes pessoas que não têm a capacidade técnica para o cargo ou
nem sequer trabalham.

Outra irregularidade bastante comum no país é o caixa dois, a acumulação de recursos ilegais para financiar
campanhas eleitorais. Geralmente, o esquema é operado da seguinte forma: empresas superfaturam
serviços que prestam ao governo e dividem o excedente com membros dos partidos políticos. Também
podem fazer o contrário: doar grandes quantias ilegalmente para um candidato esperando cobrar vantagens
se ele for eleito. Essas vantagens virão na forma de vitórias em licitações dirigidas ou pagamentos de obras
e serviços em valores superiores ao preço justo.

A corrupção na sociedade

Para estudiosos, a corrupção na esfera pública é uma extensão de maus hábitos da população - afinal, os
políticos saem do corpo da sociedade. Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais e do Instituto Vox
Populi revelou que 23% dos brasileiros acham que dar dinheiro ao guarda para evitar a multa não é um ato
corrupto. Isso pode ser um demonstrativo de como a cultura do “jeitinho brasileiro”, em que ações como
falsificar carteira de estudante, comprar diploma falso ou “roubar” o sinal da TV a cabo não são percebidos
como corrupção. Muitos, inclusive, não consideram que o ato de sonegar impostos tenha relação com a
corrupção.

Na verdade, quem pratica esses pequenos atos de corrupção está cuidando apenas de seu interesse pessoal
sobre as regras sociais vigentes. Ou seja, pratica individualmente o conceito de levar alguma vantagem
mesmo que isso cause um prejuízo à sociedade. É nesse ponto que os comportamentos dos desvios
cotidianos e das corrupções de grande montante público se encontram: interesses privados de alguns
indivíduos se sobrepõem aos interesses públicos e gerais da sociedade. “Aceitar essas pequenas corrupções
legitima aceitar grandes corrupções”, afirma o promotor Jairo Cruz Moreira, coordenador da campanha “O
que você tem a ver com a corrupção?”, do Ministério Público.

Além da corrupção na esfera pública, é importante destacar que ela existe também no mundo privado. É
comum que funcionários responsáveis por comprar e contratações das empresas recebam dinheiro e
presentes para beneficiar uma determinada companhia num processo de concorrência, em prejuízo do
próprio local onde trabalha. E aí aparece mais uma distorção do sistema penal brasileiro. Apesar de ser
punida com severidade em muitos países, no Brasil a corrupção entre empresas privadas não é considerada
crime - desde que não envolva um funcionário público. Somente agora, no projeto de reforma do Código
Penal que tramita no Congresso, está prevista a introdução de punição, com pena de até quatro anos de
prisão.

Combate à corrupção

Com a retomada da democracia e a Constituição de 1988, o Ministério Público ganhou mais poderes para
agir em casos de corrupção e foram criados mecanismos para fortalecer as investigações. Escândalos como

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o dos “Anões do Orçamento”, descoberto em 1993, e o Mensalão, que veio à tona em 2005, são resultados
desses esforços. Atualmente, tramita no Congresso uma nova lei de licitações, com regras para evitar a
formação de cartéis e que prevê mais rigor nas punições. Em 2012 entrou em vigor a Lei de Transparência
ou Lei de Acesso à Informação, que obriga o poder público a divulgar todos os seus atos.

No entanto, mesmo com o aumento das investigações e das condenações, o espírito do corpo dos políticos
tem protegido muitos de seus pares. Ao mesmo tempo, a morosidade da Justiça facilita a protelação dos
julgamentos, os processos se arrastam por anos e, em muitos casos, os crimes prescrevem, deixando os
criminosos impunes. E a impunidade acaba alimentando a corrupção.

2 – Operação Lava Jato

Iniciada em 17 de março de 2014, a Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF) no Paraná, que investiga um
esquema de lavagem de dinheiro e de corrupção na Petrobras, teve como desdobramento a prisão
temporária, pela primeira vez no Brasil, de presidentes, diretores e altos funcionários de grandes
empreiteiras nacionais. Posteriormente, as investigações descobriram irregularidades em outras empresas
e contratos públicos como no Ministério da Saúde, na Caixa Econômica Federal e nas obras da Ferrovia
Norte–Sul, Usina Nuclear de Angra 3 e Hidrelétrica de Belo Monte.

O ex-juiz federal Sérgio Moro esteve à frente da operação, do seu início até dezembro da 2018, quando
deixou a magistratura para assumir o cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública do Governo Federal.
Na justiça federal do Paraná, a operação se desenvolve na 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba. No lugar de
Moro, assumiu como titular da Vara Criminal, consequentemente dos processos da Lava Jato, o juiz federal
Luiz Antônio Bonat. Até então, estava no comando, como substituta, a juíza Gabriela Hardt que deixou o cargo, pois
não poderia assumir em definitivo.

A Lava Jato recebeu esse nome porque um dos grupos envolvidos no esquema fazia uso de uma rede de
lavanderias e postos de combustíveis para movimentar o dinheiro ilícito. Segundo a Polícia Federal, a
Petrobras contratava empreiteiras por licitações fraudadas. As empreiteiras combinariam entre si qual delas
seria a vencedora da licitação e superfaturavam o valor da obra. Parte desse dinheiro “a mais” era desviado
para pagar propinas a diretores da estatal, que, em troca, aprovariam os contratos superfaturados.

O repasse era feito pelas empreiteiras a doleiros, como Alberto Youssef, e lobistas que distribuiriam o
suborno. De acordo com a investigação, políticos dos partidos PT, PP, PMDB, PSDB, PTB e PSB também se
beneficiaram do esquema, recebendo de 1% a 3% do valor dos contratos. Ex-diretores da Petrobras, doleiros
e colaboradores, lobistas, executivos e funcionários de empreiteiras, dirigentes partidários, ex-
parlamentares, e ex-ministros estão presos.

Os envolvidos estão sendo investigados ou foram condenados pelos crimes de organização criminosa,
formação de cartel, lavagem de dinheiro, sonegação de impostos, fraude a licitações, corrupção de
funcionários públicos e até de políticos.

De acordo com a força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF), as investigações da Lava Jato podem ser
divididas em três etapas. A primeira delas apurou crimes financeiros praticados por organizações criminosas
lideradas por doleiros. Na sequência, o foco esteve em atos de corrupção e lavagem de dinheiro praticados

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no âmbito da Petrobras. Já na fase atual, o foco das investigações está em outros órgãos públicos federais,
como o Ministério do Planejamento, Eletronuclear e Caixa Econômica Federal.

Um dos mecanismos que, segundo o MPF, contribuiu para o avanço das investigações da Lava Jato são os
acordos de delação premiada. Por esse estatuto, os delatores contam o que sabem sobre os crimes,
firmando com a Justiça o acordo. Em troca das informações, podem receber benefícios diversos no processo
penal, como a redução da pena – que pode ser de um a dois terços –, o cumprimento de pena em regime
abrandado (como o semiaberto e o domiciliar) e o perdão judicial pleno ou outros, a critério da Justiça.

Os acordos de leniência são semelhantes aos acordos de delação premiada e preveem que pessoas jurídicas
que assumam atos irregulares colaborem com investigações em troca de redução da punição. Pelas regras
do acordo de leniência, a empresa admite ter cometido ilícitos, acerta o valor de uma indenização, implanta
programas de controle interno e fornece informações sobre as irregularidades. Desde o início da Lava Jato,
pelo menos 16 empresas firmaram acordos de leniência – nove com o Ministério Público Federal (MPF) e
sete com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A Lava Jato é a origem de várias outras operações de combate à corrupção que foram deflagradas nos anos
posteriores até o presente.

O que é delação premiada

Assunto bastante discutido atualmente no Brasil, em especial após os desdobramentos da


Operação Lava Jato, a delação ou colaboração premiada é prevista desde 1990, quando a
possibilidade de reduzir a pena de um delator passou a fazer parte da Lei de Crimes
Hediondos (Lei 8.072/1990). Trata-se de um recurso de investigação em que um acusado
dá detalhes que possam revelar um esquema criminoso ou prender outros integrantes de
uma quadrilha. Atualmente, há várias leis que versam sobre esse instituto.

A essência da delação premiada é a incriminação de terceiros a partir de depoimentos


dados por alguém que teve participação e que pode ser um suspeito, um investigado, um
indiciado ou réu. Em troca das informações ele pode receber benefícios diversos no
processo penal, como a redução de sua pena – que pode ser de um a dois terços –, o
cumprimento de pena em regime abrandado (como o semiaberto e o domiciliar), o perdão
judicial pleno ou outros, a critério da Justiça.

Mas o recurso só pode ser aplicado em casos específicos de crimes, como os hediondos, de
tortura, de tráfico de drogas e de terrorismo, contra o Sistema Financeiro Nacional, contra
a ordem tributária e os praticados por organização criminosa. No caso das empresas
jurídicas, a delação foi incluída na Lei Anticorrupção (Lei 12.846), sancionada por Dilma
Rousseff, seguindo tendência de adoção desse mecanismo nos Estados Unidos e em países
europeus. Na lei brasileira, a delação premiada é chamada “acordo de leniência”.

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Quando o acusado vai a julgamento, o juiz avalia se a sua delação de fato colaborou com
as investigações. Se ele considera que sim, o réu ganha o benefício acertado; se julgar que
o réu mentiu, ele perde o benefício. A proposta de delação premiada parte do Ministério
Público, da Polícia Federal ou dos advogados de defesa. Quando aceita, ela é conduzida em
sigilo judicial. Esse sigilo pode ou não terminar ao final das investigações e do processo, a
critério da Justiça.

3 – Prisão em segunda instância

O sistema processual penal brasileiro tem como base o princípio do duplo grau de jurisdição, segundo o qual
todos têm direito à implantação de recurso contra sentenças de juízes de primeira instância. Recurso este
que será revisto por um tribunal superior.

Quando os desembargadores confirmam uma sentença condenatória, a decisão é denominada “condenação


em segunda instância”. A partir da condenação em segunda instância, o réu, em alguns casos, pode recorrer
às cortes superiores, ou seja, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Quando não há mais possibilidade de recursos nos tribunais e mesmo que haja a parte condenada não
recorra, ocorre o fenômeno do trânsito em julgado em que a sentença é homologada e dada como
definitivamente encerrada.

Em outubro 2016, o STF confirmou que a prisão de réus poderia ocorrer já a partir da decisão da segunda
instância judicial.

Porém, no dia 07 de novembro de 2019, por 6 votos a 5, o STF alterou o entendimento adotado em 2016,
passando a não permitir a prisão de condenados em segunda instância antes do trânsito em julgado da
sentença condenatória.

Na decisão de 07 de novembro foram julgadas procedentes três ações declaratórias de constitucionalidade


- ADCs apresentadas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pelo PCdoB e pelo partido Patriota.

As ações contestavam o entendimento que estava vigorando desde 2016 e solicitavam que o STF declarasse
constitucional o artigo 283 do Código de Processo Penal, o qual afirma que “ninguém poderá ser preso senão
em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em
decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo,
em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva”.

A decisão do Supremo estabeleceu, então, que a partir de novembro de 2019, um condenado poderá
recorrer em liberdade até que seu caso transite em julgado, ou seja, até que não haja mais possibilidade de
recursos.

O entendimento do STF tem efeito vinculante, aplicável a todas as instâncias do Judiciário e de


cumprimento obrigatório.

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No julgamento da decisão, o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, desempatou a favor do trânsito
em julgado e contra a prisão em segunda instância. Toffoli em sua fala reforçou a constitucionalidade do
artigo 283 do Código de Processo Penal e afirmou que a disposição penal está de acordo com o artigo 5º da
Constituição Federal de 1988, o qual determina que ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória.

Os ministros Marco Aurélio Mello, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Gilmar Mendes, Celso de Mello
votaram contra a execução da pena após a condenação em segunda instância. Já os ministros Luiz Fux,
Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes votaram a favor da possibilidade
da execução da pena antes do trânsito em julgado.

A decisão do STF beneficiou quem está preso após segunda instância e não tem prisão preventiva decretada.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça, a mudança pode soltar 4,9 mil presos.

A aplicação da decisão, no entanto, não é automática. Cabe ao juiz, desde que provocado, analisar caso a
caso, e só assim determinar quais presos poderão ser beneficiados com a soltura. Caso haja o entendimento
de que o preso é considerado um risco à sociedade, ele pode ter a prisão preventiva decretada.

A mudança de entendimento do STF ocorre em um momento de enfraquecimento da Operação da Lava Jato.


O ministro Edson Fachin, relator da Operação no STF, disse que não haverá "liberação automática" de presos
em segunda instância e que "de modo algum" haverá prejuízos no combate à corrupção. Já os procuradores
afirmaram que a decisão do STF impactará negativamente nos resultados da Operação.

Entre os beneficiados da decisão está o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril de 2018 em
Curitiba, que deixou a prisão no dia seguinte à decisão.

O argumento de quem é contrário às prisões após a segunda instância é o de que a antecipação da pena fere
princípio constitucional da presunção da inocência, o Código do Processo Penal e a própria Constituição
Federal.

As entidades e juristas favoráveis à decisão afirmam que o entendimento do STF está correto, uma vez que
a Constituição é clara sobre a necessidade do fim do processo condenatório para que o indivíduo seja
considerado culpado. Destacam, também, que para haver um outro posicionamento em relação às prisões,
este deve ser aprovado pelo Congresso Nacional por meio de emenda que altere a Constituição Federal.
Outros afirmam que nem uma emenda constitucional pode impor a prisão em segunda instância, já que a
prisão somente após o trânsito em julgado de sentença condenatória é um direito e uma garantia
fundamental, inscrita como uma cláusula pétrea da nossa Constituição, que não pode ser alterada por
emenda constitucional, somente por uma nova Assembleia Nacional Constituinte.

Os críticos à decisão dizem que o excesso de recursos leva à impunidade, especialmente dos que têm
condições de pagar bons advogados. A possibilidade é que os réus se utilizem intencionalmente de todos os
recursos disponíveis para atrasar o cumprimento da pena até que ela prescreva e perca sua validade.

Bem, caros alunos, eis a explicação da decisão do STF, que é suficiente para a nossa disciplina, pois não é
necessário nos aprofundarmos mais no tema, tendo em vista que não é uma aula de direito constitucional,
nem o professor leciona essa disciplina.

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4 – O Pacote Anticrime

No dia 24 de dezembro de 2019, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei nº 13.964/19, popularmente
conhecida como pacote anticrime. O pacote prevê um conjunto de medidas de combate ao crime.

Proposto pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, o pacote anticrime torna a legislação
penal, processual penal e leis de segurança pública mais rigorosas. O texto sancionado por Bolsonaro conta
com alterações propostas pela Câmara dos Deputados e pelo ministro do Supremo Tribunal Federal,
Alexandre de Moraes.

Após a aprovação pelo Congresso Nacional, órgãos como a Casa Civil, a Advocacia-Geral da União e a
Procuradoria Geral da República se manifestaram pedindo o veto de alguns dispositivos do texto. O
presidente realizou ao todo vinte e cinco vetos à matéria aprovada pelo Congresso.

4.1 Principais alterações

O tempo máximo para cumprimento das penas privativas de liberdade passou de 30 para 40 anos, para
qualquer tipo de crime. Segundo o ministro Alexandre de Moraes, a justificativa para a elevação da pena é
a melhoria na expectativa de vida do brasileiro.

O texto também prevê aumento da pena por roubo quando for usada arma branca, como faca, por exemplo.
Esse aumento pode ser de um terço até a metade da pena. Aumentou também a pena para os casos de
venda ilegal de armas de fogo para seis a doze anos de prisão, mais multa. Em caso de violência ou grave
ameaça exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, a pena deverá ser aplicada em
dobro.

Ampliação da permanência de presos perigosos em presídios federais, anteriormente o período máximo


de permanência era de 360 dias, agora foi ampliado para três anos, podendo ser renováveis por mais três.

Mudança nas regras do acordo de colaboração premiada, a lei estabeleceu, entre outras medidas, que o
acordo de colaboração premiada é o negócio jurídico processual e meio de obtenção de prova, que
pressupõe utilidade e interesse públicos. O texto fixou que o recebimento da proposta para formalização
de acordo de colaboração demarca o início das negociações e constitui também marco de
confidencialidade, configurando violação de sigilo e quebra da confiança e da boa-fé a divulgação de tais
tratativas iniciais ou de documento que as formalize, até o levantamento de sigilo por decisão judicial.

No acordo de colaboração premiada, o colaborador deve narrar todos os fatos ilícitos para os quais
concorreu e que tenham relação direta com os fatos investigados, com o compromisso de cessar o
envolvimento na conduta ilícita relacionada ao objeto da colaboração, sob pena de rescisão.

As novas regras aprovadas visam dificultar o uso das declarações e das medidas cautelares em favor do
delator. A partir de agora, nenhuma medida cautelar, recebimento de denúncia ou queixa-crime ou sentença
condenatória poderão ser decretadas ou apresentadas apenas com base nas declarações do colaborador.

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A lei também determina que tanto o acordo como os depoimentos serão mantidos em sigilo até o
recebimento da denúncia ou da queixa-crime, sendo vedado ao juiz decidir por sua publicidade em
qualquer hipótese.

Vedação à saída temporária de condenado que cumprem pena por crimes hediondos que resultaram em
morte.

Benefícios prisionais, como progressão de penas e liberdade condicional, ficam impedidos a quem for
condenado por integrar organização criminosa ou por crime praticado por meio de organização criminosa
caso haja elementos comprobatórios que indiquem a manutenção do vínculo com a organização.

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios e suas autarquias e fundações, empresas públicas e
sociedades de economia mista terão que manter unidade de ouvidoria ou correição para assegurar a
qualquer pessoa o direito de relatar informações sobre crimes contra a administração pública, ilícitos
administrativos ou quaisquer ações ou omissões lesivas ao interesse público.

Nas situações em que a pena máxima for superior a seis anos de reclusão, a Justiça poderá decretar a perda
dos bens obtidos a partir do crime. Os bens recolhidos serão equivalentes à diferença entre o valor do
patrimônio do condenado e o valor da sua renda.

Juiz das Garantias, segundo a lei, o juiz será responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal
e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder
Judiciário.

A figura do juiz de garantias não constava no projeto original do pacote anticrime, sendo incluído quando a
proposta estava em análise na Câmara dos Deputados. Ao juiz de garantias cabe atuar durante a fase de
investigação do processo até o oferecimento da denúncia, o magistrado em questão não será responsável
pelo julgamento da ação. Anteriormente, um só juiz cumpria os dois papéis.

De acordo com a Câmara dos Deputados, a alteração legislativa tem como objetivo fortalecer a
imparcialidade dos magistrados, uma vez que o juiz que irá decidir sobre o caso não analisará os argumentos
da acusação a partir de avaliações e premissas preconcebidas na fase investigatória.

O juiz das garantias deve, entre outras atribuições, receber a comunicação imediata da prisão e decidir sobre
o requerimento de prisão provisória ou de outra medida cautelar, receber o auto da prisão em flagrante para
o controle da legalidade da prisão, zelar pelos direitos do preso, decidir sobre os pedidos de interceptação
telefônica e de quebra de sigilo bancário.

A instituição do juiz das garantias foi um dos pontos mais polêmicos do pacote anticrime, criticado tanto pelo
ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, quanto por associações de classes de magistrados.

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Após a aprovação do pacote pelo Congresso Nacional, o ministro Sérgio Moro sugeriu ao presidente Jair
Bolsonaro que o tópico referente ao juiz de garantias fosse vetado, argumentou que não estava esclarecido
como o instituto iria funcionar nas comarcas com apenas um juiz e também se valeria para processos
pendentes, além de outros problemas.

A Associação dos Magistrados do Brasil manifestou, em nota, sua preocupação com a execução da nova
medida: "A implementação do instituto 'juiz de garantias' depende da criação e provimento de mais cargos
na magistratura, o que não pode ser feito em exíguos 30 dias, prazo da entrada em vigor da lei. A instituição
do 'juiz de garantias' demanda o provimento de, ao menos, mais um cargo de magistrado para cada
comarca".

O presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil, Fernando Mendes, também se posicionou de forma
contrária à criação do juiz das garantias. "Se o instituto é realmente importante, tem se ser aplicado para
todos, seja nos processos da Lava Jato, seja nos processos de crimes comuns, que são milhares tramitando
no interior do país e que precisam ter as mesmas garantias" e que "a Justiça Federal terá de redesenhar a
sua estrutura e redefinir a competência penal para tornar possível a implementação do juiz de garantias",
disse Mendes.

Para a associação, o modelo atual já é capaz de garantir a imparcialidade do juiz, já que ele não pode
determinar medidas processuais por vontade própria, e sim em resposta a demandas das partes.

O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, suspendeu, no dia
22 de janeiro de 2020, a implantação do juiz das garantias por tempo indeterminado.
Determinou também a realização de audiências públicas sobre o tema.

A suspensão valerá até que o plenário do STF decida se as novas regras que foram
estabelecidas estão de acordo com a Constituição Federal.

A medida entraria em vigor a partir do dia 23 de janeiro de 2020.

Em sua decisão, o ministro ressaltou que a inclusão do juiz das garantias, além de
remodelar o processo penal, altera direta e estruturalmente o funcionamento da justiça
criminal do Brasil.

Além disso, Fux afirma que os impactos orçamentários advindos da implantação do juiz das
garantias não foram discutidos, tampouco avaliados pelo Poder Legislativo.

4.2 Principais pontos vetados

Entre os principais pontos vetados pelo presidente Jair Bolsonaro estão:

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▪ Homicídio com arma de uso restrito: dispositivo aumentava a pena do crime de homicídio quando o
criminoso usa, na ação, arma de fogo de uso restrito ou proibido. A pena atual é de 6 a 20 anos. Pela
proposta, passaria para 12 a 30 anos. Nas razões do veto constava que a medida poderia gerar insegurança
jurídica, levando policiais a serem condenados ao usar suas armas em situações extremas.
▪ Crimes contra a honra cometidos pela internet: dispositivo aumentava as penas dos crimes contra a
honra (calúnia, difamação, injúria) cometidos na internet. O texto previa que a pena poderia ser aplicada
até o triplo “se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede
mundial de computadores.” Atualmente, os crimes contra a honra têm a pena aumentada em um terço
caso sejam divulgados pela internet.
▪ Bom comportamento para progressão de regime: vedada a possibilidade de que, passado um ano da
ocorrência, o preso volte a ser considerado como “de bom comportamento” para continuar em
progressão de regime (quando um preso pode ser transferido para o regime aberto, por exemplo).
▪ Captação ambiental: vetado o trecho que limitava o uso da prova obtida por captação ambiental
(indivíduo grava sua conversa privada, sem conhecimento do interlocutor, com objetivo de provar sua
inocência), poderiam ser utilizadas apenas para a própria defesa. Também foram vetadas as possibilidades
de captação por meio de operação policial disfarçada ou no período noturno. Atualmente, a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal considera captação ambiental como prova válida para
acusação ou defesa.
▪ Defesa de agentes de segurança: vetados os trechos que estabeleciam responsabilidades aos Estados na
defesa de agentes de segurança investigados em inquéritos sobre uso de força letal no exercício
profissional. Um dos pontos vetados determinava que, havendo a necessidade de indicação de defensor
para o agente, ele seria preferencialmente um defensor público e que, se não houver defensor público
no local, que a União ou o estado deveria disponibilizar profissional para acompanhar o processo.

Plea Bargain

No texto inicial do pacote anticrime, o ministro Sérgio Moro propunha que fosse adotado
o mecanismo do plea bargain no sistema processual penal brasileiro.

O plea bargain, descrito no pacote anticrime como “solução negociada entre as partes”, é
um modelo praticado na justiça norte-americana em que se permite que o acusado assuma
a culpa por um crime em troca de redução da pena, diminuindo, assim, os custos do
processo judicial e a velocidade das tramitações.

A medida do plea bargain não foi aprovada no pacote anticrime, considerado um dos
pontos polêmicos, o mecanismo foi retirado da proposta quando o texto ainda tramitava
na Câmara dos Deputados, antes mesmo de ser encaminhado para a análise do Senado
Federal.

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4.3 Excludente de ilicitude

A ampliação do excludente de ilicitude também figurou como um dos pontos polêmicos do pacote anticrime.
Retirada logo nas primeiras etapas de sua tramitação, a proposta tratava exclusivamente da ação de agentes
de segurança pública (policiais ou integrante das Forças Armadas) em casos de operações de Garantia da Lei
e da Ordem - GLO e em situações que seriam justificadas a legítima defesa.

O texto tinha como base garantir que os excessos cometidos por agentes de segurança pública, no emprego
da legítima defesa, poderiam ter a pena reduzida até a metade ou com isenção total da punição, caso
acontecessem em função de escusável medo, surpresa ou violenta emoção. Ao incluir os agentes de
segurança pública nas hipóteses de legítima defesa, estes passariam a ter permissão para agir de forma
preventiva, ou seja, reagir antes mesmo de uma ameaça concreta.

O excludente de ilicitude está previsto no artigo 23, do Código Penal, que exclui a culpabilidade de condutas
ilícitas em determinadas circunstâncias. O artigo estabelece que não há crime quando o agente pratica o
fato:

• Em estado de necessidade;
• Em legítima defesa;
• Em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

No parágrafo único consta que o agente, em qualquer das hipóteses do artigo, responderá pelo excesso
doloso ou culposo.

Os críticos da proposta afirmam que a ampliação do excludente de ilicitude representa uma "espécie de carta
branca para policiais matarem". Especialistas e organizações de Direitos Humanos declararam que a medida
aumentaria a impunidade da polícia.

O ministro Sérgio Moro negou que o excludente de ilicitude pretendia encobrir excessos, para ele, a medida
é necessária para dar maior segurança aos policiais no exercício de sua atividade e, por consequência, tornar
mais eficiente o combate ao crime. O ministro afirmou que a proposta regula a questão do excesso em
legítima defesa, “reconhecendo que quem reage a uma agressão injusta pode exceder-se”.

De modo geral, as mudanças propostas se tornaram um ponto de grande impasse político, o qual perdeu
força após episódios de extrema violência policial, como os mais de 80 tiros efetuados por militares do
Exército em um carro ocupado por uma família no Rio Janeiro em abril de 2019.

5 – O Brasil e a questão migratória

O número de estrangeiros que vivem no Brasil cresceu no século XXI. Contribui para isso as ações da
diplomacia brasileira de acolher migrantes vítimas de catástrofes naturais ou que fogem de guerras.
Contudo, o principal fator é a maior visibilidade brasileira ao redor do planeta. País emergente, uma das
maiores economias do mundo, que sediou grandes eventos como a Copa do Mundo em 2014 e as Olímpiadas
em 2016.

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Os maiores contingentes de imigrantes são do Haiti, da Venezuela e da Bolívia. Além dos latino-americanos,
desses e de outros países, aumentou também o número de asiáticos e africanos, principalmente de países
como Síria, Senegal, Nigéria e Gana. Os sírios chegam ao Brasil com o status de refugiados, fugindo da guerra
civil do seu país.

Apenas 0,4% de todos os habitantes do Brasil são estrangeiros. Essa é uma proporção bem pequena,
principalmente quando comparada com a média mundial dos países em desenvolvimento, que é de 1,7%.

Na Argentina, por exemplo, quase 5% da população não nasceu no país. No Chile (2,7%) e no Paraguai (2,4%),
a concentração também é maior. Há mais brasileiros vivendo no exterior do que nascidos no estrangeiro
vivendo no país. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), mais de 3 milhões de brasileiros
vivem fora do país - quatro vezes o número de estrangeiros aqui.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 1920, 1 em cada 20 pessoas (5%) no país
era estrangeira - recorde da nossa história recente. Nessa época, consolidava-se no país a presença de
comunidades alemãs e italianas.

O contingente estrangeiro no país foi caindo, ao mesmo tempo em que a população nativa crescia. No Censo
2000, registraram-se 431 mil imigrantes para uma população de 190 milhões de habitantes. A trajetória
dessa curva se alterou a partir de 2010, com a chegada de bolivianos, haitianos e, mais recentemente, sírios
e venezuelanos - ainda assim, o país se mantém muito abaixo das proporções migratórias vistas ao resto do
mundo.

Para Camila Asano, coordenadora da ONG Conectas, o Brasil tem dimensões continentais e condições de
receber os migrantes. Se os brasileiros têm dificuldade de acessar serviços básicos, isso é anterior à chegada
dessas pessoas. Devem-se aprimorar serviços, para que o atendimento a ninguém, migrante ou brasileiro,
seja prejudicado por gestão ineficiente. Isso, de maneira alguma, deve servir de justificativa para criticar a
chegada de migrantes.

Nova lei da migração no Brasil

A Lei nº 13.445/2017 – nova lei da migração – substituiu o Estatuto do Estrangeiro de 1980. A antiga lei
adotava uma postura de segurança nacional e de criminalização do estrangeiro.

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Principais pontos da nova lei:

▪ Paradigma central = proteção de direitos humanos na temática das migrações, como decorrência da
proteção constitucional da dignidade da pessoa humana;
▪ Ao migrante é garantida, assim como aos nacionais, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, assegurando-lhe também os direitos e liberdades civis, sociais,
culturais e econômicos;
▪ Regularização migratória passa a ser a regra;
▪ Facilita a obtenção de documentos para legalizar a permanência do imigrante no Brasil, bem como o
acesso ao mercado de trabalho regular e serviços públicos;
▪ Os imigrantes não podem mais ser presos por estarem de modo irregular no país;
▪ Permite aos imigrantes que se manifestem politicamente, associando-se a reuniões políticas e sindicatos;
▪ Diferente do Estatuto do Estrangeiro, a lei também trata dos brasileiros que vivem no exterior; e
▪ A nova lei repudia expressamente a discriminação e a xenofobia.

A crise na Venezuela e a imigração para o Brasil

O atual êxodo de venezuelanos gerou a maior crise migratória desta natureza na história recente da América
Latina. De acordo com as Nações Unidas, entre 2015 e 2018, três milhões de venezuelanos deixaram seu
país.

A América Latina é a região que mais recebeu esses migrantes, totalizando 2,4 milhões. Destes, mais de 1
milhão foram para a Colômbia, 500 mil para o Peru, 220 mil para o Equador, 130 mil para a Argentina, 100
mil para o Chile, 94 mil para o Panamá, e 85 mil para o Brasil (ONU/dezembro de 2018).

A Venezuela vive um cenário sem perspectivas. A crise política, econômica e social só se agrava no país
governado pelo presidente Nicolás Maduro.

Os venezuelanos têm deixado o seu país por diferentes motivos. A grave escassez de medicamentos,
suprimentos médicos e alimentos torna extremamente difícil para muitas famílias ter acesso a cuidados
básicos de saúde e garantir a alimentação de seus filhos. Uma repressão implacável do governo tem
resultado em milhares de detenções arbitrárias, centenas de casos de civis julgados por tribunais militares,
casos de tortura e outras violações contra pessoas detidas. Prisões arbitrárias e abusos por parte das forças
de segurança, inclusive pelos serviços de inteligência, continuam. As taxas extremamente altas de crimes
violentos e a hiperinflação também são fatores centrais na decisão de muitas pessoas de deixar o país.

Os venezuelanos entram no Brasil principalmente por Pacaraima, em Roraima. A grande maioria dos que
permanecem no Brasil acaba ficando nesse estado, o de menor população, especialmente na sua capital,
Boa Vista. O estado, nem sua capital, têm infraestrutura e capacidade para acolher adequadamente este
contingente de imigrantes. Muitos estrangeiros vivem nas ruas ou em acampamentos organizados pelo
Exército Brasileiro e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). As condições
em que vivem são precárias e a infraestrutura de serviços públicos de saúde, assistência social e educação
está tensionada.

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Essa dramática situação dos imigrantes venezuelanos, associada à falta de infraestrutura do Brasil para
receber esse grande contingente de pessoas dá origem ao que se chama de crise migratória.

A fim de aliviar a situação em Roraima, o governo federal tomou algumas providências práticas, mas apenas
no início de 2018, o que lhe rendeu críticas. O efetivo das forças armadas foi aumentado e policiais da Força
Nacional de Segurança Pública foram deslocados para o estado. Também destinou recursos financeiros para
o estado e para a prefeitura de Boa Vista como assistência humanitária emergencial. Outra medida adotada
foi transferir para cidades de outros estados aqueles venezuelanos que quiserem, para nelas recomeçarem
as suas vidas. As transferências têm ocorrido, mas de forma lenta. Até dezembro de 2018, poucos milhares
de imigrantes tinham sido transferidos.

Parte da população roraimense se sente ameaçada com a presença dos venezuelanos que competiriam por
vagas no mercado de trabalho e nos sistemas públicos de educação, saúde e assistência social. Essa situação
deixa brechas para ações violentas de xenofobia. No início de 2018, uma família venezuelana sofreu
queimaduras sérias causadas pela explosão de uma bomba caseira, e uma casa onde viviam 31 venezuelanos
foi incendiada em Boa Vista. Em agosto de 2018, moradores do município de Pacaraima atacaram e
incendiaram acampamentos de imigrantes, expulsando-os da cidade um dia depois de um comerciante
brasileiro ter sido assaltado e espancado na cidade. A Polícia Militar local suspeita que venezuelanos tenham
cometido o crime, o que revoltou a população.

Os estados de Roraima e Amazonas enfrentaram surtos de sarampo. De acordo com o Ministério da Saúde,
o surto relacionou-se com a importação de casos, ou seja, de refugiados venezuelanos que entraram no
Brasil com o vírus e o transmitiram para brasileiros. No entanto, apesar de o vírus ter sido trazido pelos
venezuelanos, o surto poderia ser prevenido se a taxa de cobertura vacinal estivesse acima da meta
estabelecida pelo Ministério da Saúde, já que o Brasil dispõe de imunizantes disponíveis gratuitamente pelo
Sistema Único de Saúde.

Conclusão

Somos um país de 208 milhões de habitantes, com pouquíssimos imigrantes. O Brasil atravessa um difícil
momento econômico, político e social. O desemprego atinge 13 milhões de brasileiros. A causa dos nossos
graves problemas não está nos imigrantes, tampouco, em alguns milhares de venezuelanos que migraram
para o nosso país. É um número ínfimo, muito pequeno, diante do tamanho da nossa população.

Se houvesse vontade política e uma adequada governança do nosso país, a vida do brasileiro estaria bem
melhor, bem como a capacidade do país de acolher estrangeiros, especialmente dos que aqui buscam
refúgio, como os venezuelanos, sírios e haitianos.

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Porta de entrada dos venezuelanos no Brasil

6 – IDH

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) surgiu em 1990, no Primeiro Relatório de Desenvolvimento


Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) da ONU. O índice varia em uma
escala de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, mais elevado é o IDH. No ranking, os países são divididos em
quatro categorias: nações com índice de desenvolvimento "muito alto" (igual ou acima de 0,800), "alto" (de
0,700 a 0,799), "médio" (de 0,555 a 0,699) e "baixo" (abaixo de 0,555).

O IDH leva em conta três indicadores:

Educação (acesso ao conhecimento) – Duas taxas são usadas para medir a qualidade da educação de um
país. O primeiro é a média de anos de educação de adultos (pessoas com mais de 25 anos de idade). O
segundo é a expectativa de anos de estudo para crianças, no início da vida escolar.

Saúde (vida longa e saudável) – A expectativa de vida ao nascer é utilizada para medir a longevidade da
população de um país. Esse número leva em conta todas as mortes precoces que ocorrem no país para
chegar a uma expectativa de quantos anos viverá um recém-nascido. Ou seja, tem relação com fatores como
as condições de saúde, a taxa de mortalidade infantil e a violência nacionais.

Renda (padrão de vida) – O terceiro componente do IDH é determinado pela renda per capita nacional. Para
chegar à renda per capita, você deve dividir toda a renda nacional pelo número de habitantes de um país.
Para evitar distorções na análise, a renda per capita é medida em dólar, considerando ainda a paridade do

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poder de compra (um método que revela quanto a moeda local é capaz de comprar no âmbito internacional,
desconsiderando o custo de vida local).

O último relatório do IDH dos países é de 2020, com informações do ano de 2019. Nessa lista, o Brasil está
em 84º lugar, com índice de 0,765, diante de 0,762 em 2018, mantendo a classificação de alto IDH. Apesar
do crescimento, o Brasil caiu 5 posições em relação ao último relatório, quando o país estava em 79° lugar.

De acordo com o último relatório do desenvolvimento humano, os cinco países de maior desenvolvimento
humano são: Noruega (0,954), Suíça, (0,946), Irlanda (0,942), Alemanha (0,939) e Hong Kong (0,939).

Os três índices mais baixos foram mais uma vez de países africanos: Chade (0,401), República Centro-Africana
(0,381) e Níger (0,377).

De um modo geral, Europa e América do Norte predominam entre os países de desenvolvimento muito alto;
países latino-americanos e do leste europeu aparecem na categoria de desenvolvimento alto; países do
norte africano e do sudeste asiático predominam entre os de desenvolvimento médio; e boa parte dos países
africanos figura entre os países de desenvolvimento baixo.

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Meio Ambiente

Junto com o último relatório do IDH, a ONU criou um novo indicador, o IDHP (Índice de Desenvolvimento
Humano Ajustado às Pressões Planetárias), com o objetivo de medir a pressão que o desenvolvimento dos
países exerce sobre o meio ambiente.

Ele é calculado a partir do IDH do país ponderado com duas variáveis: as emissões de gases causadores do
efeito estufa e a quantidade de recursos naturais utilizados pelas cadeias de produção de cada país,
proporcionalmente à sua população.

O resultado indica que, em geral, os países de mais alto desenvolvimento humano são os que mais
pressionam o meio ambiente. Com índice recalibrado pelo novo indicador, o Brasil sobe dez posições no
ranking de IDH e fica em 74º entre os países do mundo.

O efeito é o inverso na maioria dos países desenvolvidos, que perdem posições, pois padrões mais altos de
renda e consumo costumam vir acompanhados por uma maior pressão ecológica sobre o meio ambiente.

A Noruega, que lidera o ranking do IDH, cai 15 posições quando o indicador é ajustado a partir do índice de
pressão ecológica sobre o planeta. Irlanda, Suíça e Reino Unido lideram o ranking.

7 – Censo Demográfico

O Censo Demográfico constitui a principal fonte de referência para o conhecimento das condições de vida
da população em todos os municípios do País. Por meio dele é feita a contagem dos habitantes brasileiros
com o intuito de refletir a realidade brasileira.

As informações obtidas pelo censo permitem identificar como a população vive e os seus níveis de
desenvolvimento socioeconômico, fundamentais para o desenvolvimento e implementação de políticas
públicas e para a realização de investimentos, tanto do governo quanto da iniciativa privada.

No Brasil, o Censo Demográfico é realizado a cada 10 anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
– IBGE, o qual percorre todo o território nacional, domicílio por domicílio, coletando os dados sobre a
população.

O Censo de 2021 será a 13º operação censitária realizada no Brasil, que será um “retrato de corpo inteiro”
do País. Em 1872 foi realizado o primeiro Censo Geral, na época do Império. No ano de 1940 tivemos o
primeiro feito pelo IBGE. Sendo que nos anos de 1880, 1910 e 1930 não houve operação censitária.

No dia 17 de março de 2020, o Censo Demográfico que seria realizado no ano de 2020 foi adiado para 2021.

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O IBGE decidiu adiar a realização do Censo Demográfico para 2021 em função das orientações do Ministério
da Saúde relacionadas ao quadro de emergência de saúde pública causado pelo COVID-19 (coronavírus).

A decisão leva em consideração a natureza de coleta da pesquisa, domiciliar e predominantemente


presencial, com estimativa de visitas de mais de 180 mil recenseadores a cerca de 71 milhões de domicílios
em todo o território nacional.

Considera, do mesmo modo, a impossibilidade de realização, em tempo hábil, de toda a cadeia de


treinamentos para a operação censitária, cuja primeira etapa se iniciaria em abril de 2020, de forma
centralizada, e posteriormente replicada em polos regionais e locais até o mês de julho de 2020.

Para a realização da operação censitária em 2021, o IBGE estabeleceu formalmente com o Ministério da
Saúde o compromisso de realocar o orçamento do Censo 2020 em prol das ações de enfrentamento ao
coronavírus, mantidas por aquele Ministério. Em contrapartida, no próximo ano, o Ministério da Saúde
realocará orçamento no mesmo montante com vistas a assegurar a realização do Censo pelo IBGE.

A coleta do Censo Demográfico 2021 tem previsão de ser realizada no período entre 1º de agosto e 31 de
outubro de 2021. Segundo o IBGE, seus dados serão utilizados em programas e projetos que vão contribuir
para:

1. Acompanhar o crescimento, a distribuição geográfica e a evolução das características da população ao


longo do tempo;

2. Identificar áreas de investimentos prioritários em saúde, educação, habitação, transportes, energia,


programas de assistência a crianças, jovens e idosos;

3. Selecionar locais que necessitam de programas de estímulo ao crescimento econômico e desenvolvimento


social;

4. Fornecer referências para as projeções populacionais com base nas quais é definida a representação
política no País, indicando o número de deputados federais, deputados estaduais e vereadores de cada
estado e município; e

5. Fornecer subsídios ao Tribunal de Contas da União para o estabelecimento das cotas do Fundo de
Participação dos Estados e do Fundo de Participação dos Municípios.

A pesquisa censitária é realizada por meio de dois questionários: o básico e o da amostra. O questionário
básico será aplicado em cerca de 71 milhões de domicílios brasileiros e contará com 26 questões. Já
questionário da amostra que é mais detalhado será aplicado em cerca de 10% dos domicílios e contará com
76 questões.

Em fevereiro de 2019, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Censo era caro demais,
sugerindo ao IBGE que vendesse prédios para financiar a pesquisa.

O orçamento inicial previsto para a operação censitária de R$ 3,1 bilhões, diante de restrições orçamentárias
sofreu um corte de 25% passando, então, para R$ 2,3 bilhões.

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Em relação ao último Censo, realizado em 2010, o questionário da amostra foi reduzido de 102 para 76
perguntas. O questionário básico terá 26 perguntas, em 2010 foram 34 questões.

Segundo o IBGE, a decisão de ajustar os questionários foi baseada exclusivamente em critérios técnicos
necessários para aumentar a produtividade do recenseador e trata-se de uma decisão empreendida de
forma inteiramente autônoma e independente, sem quaisquer tipos de interferências externas ou
motivações políticas.

A presidente do IBGE, Susana Cordeiro Guerra, afirmou que as mudanças na pesquisa censitária ocorreriam
mesmo sem restrição orçamentária. Em julho de 2019, durante uma audiência pública na Câmara dos
Deputados, a presidente disse que o corte no orçamento do órgão não vai prejudicar a eficiência da pesquisa.

Já especialistas afirmam que as informações que deixarão de ser coletadas comprometem gravemente a
formulação de políticas públicas. Defendem também que a diminuição do número de perguntas quebra o
ciclo das séries históricas, interrompendo diversas comparações com anos anteriores.

Em junho 2019, por discordar da medida de cortes, quatro servidores do IBGE entregaram seus cargos.

8 - Eleições de 2020 no Brasil

A cada quatro anos são realizadas as eleições municipais, momento no qual os eleitores brasileiros votam
nos candidatos designados para realizar a gestão do seu município, isto é, o prefeito, o vice-prefeito e os
vereadores.

De acordo com o artigo 29 da Constituição Federal, a eleição para prefeitos, vice-prefeitos e vereadores deve
ser realizada “no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam
suceder”. Em municípios com mais de 200 mil eleitores, deve ser realizado segundo turno caso nenhum
candidato atinja a maioria absoluta na contagem dos votos. Nesse caso, a disputa se dá entre os dois
candidatos mais votados no primeiro turno. O texto prevê que o segundo turno deve ser realizado no último
domingo de outubro.

Comumente, ouvimos dizer que a maioria absoluta é formada pela "metade mais um", mas esse pensamento
está errado. A maioria absoluta é definida como o primeiro número inteiro superior à metade. Tomemos
como exemplo o Senado Federal, que tem 81 senadores. A metade é 40,5. A maioria absoluta corresponde,
então, ao número imediatamente superior à metade, ou seja, 41, e não 40,5 + 1, que resultaria em 41,5.

A maioria absoluta leva em consideração apenas os votos válidos. Votos brancos e nulos são excluídos da
contagem.

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Nas eleições municipais de 2020, somente candidatos a prefeito puderam formar coligações com outros
partidos para disputar as eleições. Não foram permitidas alianças para disputar as câmaras municipais.
Antes, os votos dados a todos os partidos da aliança eram levados em conta no cálculo para a distribuição
das vagas.

Conforme a regra prevista na Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições), cada partido encaminhou à Justiça Eleitoral
a lista de candidatos que concorreram no pleito, respeitando-se o percentual mínimo de 30% e o máximo de
70% para candidaturas de cada sexo. Antes, a cota de sexos para participar das eleições era por coligação,
nesta eleição foi por partido. A medida tem como intuito fomentar a participação feminina na política, que,
historicamente, tem pouca presença na vida política nacional.

A candidatura avulsa é proibida no Brasil, ainda que a pessoa seja filiada a algum partido. A idade mínima
para se eleger é de 21 anos para prefeito ou vice-prefeito, e de 18 anos para vereador.

A Emenda Constitucional 103 nº 97, de 4 de outubro de 2017 (também conhecida como mini reforma
política), estabeleceu, dentre várias alterações, que os partidos precisam atingir um desempenho eleitoral
mínimo para que tenham direito ao tempo de propaganda e acesso ao fundo partidário, que aumentará
gradativamente até o ano de 2030. É a chamada "cláusula de barreira", ou "cláusula de desempenho".

Nas eleições deste ano, valeram as regras de 2018, que determinam que, para ter direito ao tempo de
propaganda e acesso ao fundo partidário, os partidos teriam de obter, nas eleições para deputado federal,
pelo menos 1,5% dos votos válidos, distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da federação, com
ao menos 1% dos votos válidos em cada uma delas; ou ter eleito pelo menos 9 deputados, distribuídos em,
no mínimo, um terço das unidades da federação.

Nas eleições de 2022, os partidos terão de obter, nas eleições para a Câmara, pelo menos 2% dos votos
válidos, distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da federação, com ao menos 1% dos votos
válidos em cada uma delas; ou ter eleito pelo menos 11 deputados, distribuídos em, no mínimo, um terço
das unidades da federação.

Atualmente, o Brasil conta com 33 partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), todos
habilitados a disputarem as eleições de 2020. O último partido registrado foi a Unidade Popular (UP), em
dezembro de 2019. Ainda há 78 partidos em formação, na fila para obtenção de registro junto ao TSE. Um
deles é o Aliança Pelo Brasil, que tem Jair Messias Bolsonaro como presidente do partido.

Anunciado por Bolsonaro em novembro de 2019, a expectativa era de que o novo partido participasse das
eleições de 2020. Entretanto, para que isso ocorresse, era preciso estar integralmente regularizado junto à
Justiça Eleitoral até o dia 4 de abril, o que não aconteceu. Para que um partido seja registrado, deve
apresentar à Justiça Eleitoral 492 mil assinaturas, distribuídas no mínimo em nove estados.

Adiamento das eleições

Devido ao avanço da pandemia da Covid-19, as eleições foram adiadas. O primeiro turno, antes marcado
para o dia 4 de outubro, foi realizado em 15 de novembro. O segundo turno, previsto inicialmente para 25
de outubro nas cidades onde ele for necessário, foi realizado em 29 de novembro.

Já que a data de realização das eleições é determinada pela Constituição Federal, a decisão coube ao
Congresso, que fez a sua alteração por meio da aprovação de um Projeto de Emenda à Constituição (PEC).

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Além de adiar as eleições, a Emenda Constitucional (EC) nº 107/20 estabelece novas datas para outras etapas
do processo eleitoral de 2020, como registro de candidaturas e início da propaganda eleitoral gratuita.
Apenas a data da posse dos eleitos permanece a mesma, em 1º de janeiro de 2021.

Para efetivar todas as mudanças, a EC tornou sem efeito, somente para o ano de 2020, o artigo 16 da
Constituição, que proíbe alterações no processo eleitoral no mesmo ano da eleição.

Além disso, em Macapá, capital do estado do Amapá, as eleições foram adiadas para uma data além da que
foi estabelecida na PEC, em função dos problemas no fornecimento de energia elétrica no estado. No mês
de novembro, a cidade passou por um grande apagão, ficando mais de 20 dias sem eletricidade. Dessa forma,
o primeiro turno ocorreu no dia 6 de dezembro, e o segundo turno, no dia 20 de dezembro.

Biometria

A justiça eleitoral tem gradualmente implantado a identificação e a verificação biométrica da impressão


digital para votar. O objetivo é ter mais segurança e evitar fraudes, como um eleitor votar no lugar de outra
pessoa com uma identidade falsa ou que uma pessoa vote no lugar de um eleitor morto.

O projeto piloto foi realizado em 2008, envolvendo pouco mais de 40 mil eleitores nos municípios de
Colorado do Oeste (RO), São João Batista (SC) e Fátima do Sul (MS). Tanto o cadastramento biométrico
quanto o reconhecimento das digitais durante essas eleições ocorreram dentro da normalidade, sem
problemas.

Nas eleições de 2018, 59,31% dos eleitores brasileiros estavam aptos a votar por meio da identificação
biométrica, distribuídos em 2.793 municípios (48,65% do total de 5.570).

Para as eleições municipais de 2020, em 4.577 municípios (mais de 80% do total), a votação por biometria
seria obrigatória. Contudo, por causa da pandemia, a Justiça Eleitoral dispensou a biometria nas eleições
deste ano. O mecanismo de verificação de identidade geraria mais filas de eleitores, indo contra os
protocolos de segurança estabelecidos para controlar a disseminação do novo Coronavírus. Outro motivo
apontado pelo TSE foi relacionado à higienização do equipamento que identifica a biometria dos eleitores.
A Corte avaliou que os mesários poderiam ter dificuldade para manter o equipamento sempre limpo e livre
de contaminação.

Nas eleições de 2022, a biometria deverá ser obrigatória em todo o Brasil.

Lei da Ficha Limpa – 10 anos

Criada em 2010, a Lei Complementar nº 135, de 4 de junho de 2020, também conhecida como Lei da Ficha
Limpa, completa 10 anos em 2020.

Por ser uma lei complementar, a Lei da Ficha Limpa alterou a Lei de Inelegibilidade (LC 64/1990), que
dispunha sobre as condições, os motivos e as situações em que uma pessoa não poderia se eleger para um
cargo público. A LC nº 135 concede mais rigidez às regras já existentes e impõe outras. Algumas regras já
haviam sido citadas na Lei Complementar nº 64, outras foram criadas pela nova lei.

Pela lei, não poderão se eleger os políticos que:

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• Renunciarem ao seu cargo a fim de não mais serem processados ou para fugir de condenação;
• Forem condenados por crimes de várias naturezas, variando entre improbidade administrativa,
crimes contra o patrimônio público, lavagem de dinheiro e ocultação de bens, abuso de autoridade, entre
vários outros;
• Descumprirem prerrogativas de seus cargos previstas na Constituição, como não serem donos de
empresas que tenham contratos com o poder público;
• Que forem condenados por qualquer má prática relativa ao seu serviço no governo, que tenha a ver
com a administração pública;
• Que perderem seus cargos por alguma infração que cometeram durante seus mandatos;
• Os que têm processos em andamento (que já foram aprovados) na Justiça Eleitoral;
• Os que têm processo de apuração de abuso de poder econômico ou político para a eleição na qual
concorrem.

Além disso, a lei aumentou o prazo das inelegibilidades, de três para oito anos.

Em seus 10 anos de existência, a Lei da Ficha Limpa já foi aplicada nas eleições de 2012, 2014, 2016 e 2018.
A lei foi criada por iniciativa popular, com apoio de várias organizações e com liderança do Movimento de
Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que pediam maior rigor para as candidaturas políticas e o combate
à corrupção.

A coleta de assinaturas foi iniciada em 2008, sendo necessário alcançar mais de 1,3 milhões de assinaturas
para que o projeto fosse levado ao Congresso Nacional. Em poucos meses, o projeto foi levado ao então
presidente da Câmara de Deputados, Michel Temer.

Assim, tramitou como qualquer outra lei no Brasil. Primeiro, passou pela Câmara dos Deputados – em uma
comissão que reunia pessoas de todos os partidos políticos. Depois, pelo Senado Federal – com apenas uma
alteração na redação. Por fim, foi sancionada pelo então presidente, Lula, em 4 de maio de 2010.

Balanço das Eleições

O MDB elegeu 784 prefeitos e continuará sendo o partido com o maior número de prefeituras, além de ser
a legenda que mais ganhou nas capitais. Apesar disso, o partido elegeu 260 prefeitos a menos em
comparação com 2016.

Em seguida, PP e PSD completam o pódio do Executivo municipal, com 685 e 654 prefeitos eleitos,
respectivamente. Ambos partidos registraram alta em relação a 2016.

O PSDB ocupa a 4ª posição do ranking, com 520 prefeitos eleitos. Todavia, o partido perdeu 279 prefeituras
em comparação a 2016, sendo o que mais perdeu prefeituras em números absolutos, seguido pelo MDB.

Em números absolutos, o DEM foi a sigla que mais cresceu na comparação com quatro anos atrás. O número
de prefeituras pulou de 268 para 464, o que equivale a uma subida de 73%. Com o resultado, o DEM é o 5º
partido com mais prefeituras.

O PT, que ocupou a Presidência da República de 2003 a 2016, registrou mais uma queda. Em 2016, o PT
conseguiu 254 prefeitos. Agora são 183 prefeituras. Pela primeira vez desde a redemocratização, o PT não
elegeu prefeito em nenhuma das capitais do Brasil.

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Os partidos do Centrão, que formam a base política na Câmara dos Deputados do governo do presidente Jair
Bolsonaro, vão administrar mais de 2,4 mil municípios a partir de 2021, o equivalente a 45% das cidades
brasileiras. São 10 partidos que formam o grupo: PP, PSD, PL, PTB, Republicanos, PSC, Solidariedade, Avante,
Patriota e Pros.

Veja esses números no gráfico a seguir:

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Outra análise feita diz respeito ao número de habitantes que cada partido vai governar. Esse levantamento
mostra que os partidos que governarão o maior número de habitantes são PSDB, MDB e DEM,
respectivamente. Apesar de continuar no topo da lista, o PSDB foi o partido que mais perdeu habitantes
governados desde 2016. Ao todo, 14,3 milhões de pessoas deixaram de ser governadas pela sigla. O PSB
aparece em seguida, com saldo negativo de 7,4 milhões de habitantes.

Quem mais ganhou foi o DEM, com saldo positivo de 13,5 milhões de habitantes. O partido foi ajudado pela
vitória de Eduardo Paes, no Rio de Janeiro, segunda cidade mais populosa do país, com 6,7 milhões de
habitantes. A legenda é seguida pelo PSD, com 9,5 milhões, e pelo PP, com 6,9 milhões, conforme o no gráfico
a seguir:

Fonte: G1/TSE

O resultado das eleições demorou mais que o esperado para ser divulgado, em decorrência de uma falha em
um supercomputador que centraliza os dados provenientes das urnas eletrônicas de todo o país. A
centralização, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), da totalização dos votos, foi adotada a partir de uma
recomendação da Polícia Federal para reduzir a quantidade de superfícies de ataques cibernéticos.

Contudo, ainda sim ocorreram tentativas de ataques cibernéticos no sistema de totalização de votos do TSE,
mas não foram capazes de interferir no resultado que as urnas apresentaram. Houve um ataque massivo
proveniente dos Estados Unidos, da Nova Zelândia e do próprio Brasil para tentar ultrapassar as barreiras de
segurança de Tecnologia da Informação do TSE, mas que não obteve nenhum êxito.

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9 - Lei Geral de Proteção de Dados

A cada instante, milhões de pessoas estão acessando a internet, buscando informações, relacionando-se,
trabalhando, fazendo compras, entre outras atividades. Mesmo que não percebamos, acessar a internet
deixa “pegadas” e “rastros” no mundo virtual. Quase todo clique ou movimento na internet é passível de
rastreamento. A maioria dos sites e redes sociais estão constantemente coletando e armazenando
informações dos usuários, em relação a todo tipo de atividade que é feita, desde um uma curtida (um “like”
em uma foto) até as buscas que são feitas.

Quando você acessa plataformas de jogos online, interage em redes sociais, usa aplicativos, compra em uma
loja virtual, lê notícias ou se cadastra em um sistema, alguma empresa pode ter acesso a um dado seu. Estes
serviços, fornecidos de modo aparentemente gratuito, são, na verdade, pagos em troca de um bem
altamente valorizado: dados sobre o usuário.

Por isso, na atualidade, os dados pessoais são tratados como uma verdadeira mercadoria. São considerados
por muitos pensadores como o “novo petróleo” do século 21, pelo seu valor e influência na economia digital.

Os dados coletados permitem a elaboração de perfis dos usuários a partir de algoritmos, que podem
aprender padrões de comportamento e influenciar as escolhas dos usuários, personalizando os anúncios e
conteúdos de suas plataformas.

Podem ser utilizados para direcionar melhor campanhas publicitárias, realizar estudos estatísticos, monitorar
hábitos de consumo, desenhar melhores produtos e, inclusive, influenciar em campanhas políticas, como
ocorreu no Brexit (processo de saída do Reino Unido da União Europeia) e nas eleições presidenciais de 2016
dos Estados Unidos, que elegeram Donald Trump.

A coleta de um grande volume de dados criou o mercado do Big Data, no qual empresas do setor levantam
dados de diversas fontes que podem ser úteis para um determinado objetivo estratégico. A Cambridge
Analytica, empresa envolvida nos escândalos de vazamento de dados com o Facebook, que vieram à tona
em 2018, é uma empresa de Big Data.

Se os dados são tão valiosos, será que não devemos prestar mais atenção à sua regulação e ao impacto desta
tecnologia na sociedade? Defensores da privacidade na internet entendem que as informações dos cidadãos
não podem ser registradas e usadas para além daquilo que foi autorizado inicialmente. Eles defendem o
direito de saber quais dados são retidos e como se dá a permissão.

É em meio a esse cenário que as discussões sobre a privacidade dos dados alcançaram grande relevância no
mundo atual, inserindo-se no centro dos debates nacionais e internacionais. Um grande avanço recente foi
a aprovação de uma lei de proteção de dados na União Europeia, a General Data Protection Regulation, em
2016. O principal objetivo dessa lei é regulamentar o tratamento de dados pessoais dos usuários.

Com a lei, as pessoas têm direto de saber se seus dados serão usados para gerar propagandas, se as
informações serão geradas para construir perfis ou se as empresas que coletam dados venderão esses dados
a terceiros. O usuário também tem o direito de acessar, alterar ou excluir os seus dados que foram fornecidos
às empresas, entre outras questões.

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No Brasil, o assunto também está em alta. Em 2018, foi aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada no
governo de Michel Temer, a Lei nº 13.709, de 14/08/2018, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A lei
entraria em vigência 18 meses após a sua publicação oficial. Porém, após a sua aprovação a lei sofreu
modificações, entre elas o início da sua vigência, que passou a ser agosto de 2020. A aplicação de penalidades
em virtude do descumprimento da norma terá início em agosto de 2021.

A lei brasileira é abertamente inspirada na lei de proteção de dados da União Europeia. Seu objetivo é
unificar regras sobre o tratamento de dados pessoais para clientes ou usuários de empresas privadas e
públicas. Isso significa que haverá um aumento da fiscalização, cujo propósito é auxiliar os cidadãos,
especialmente contra a utilização inadequada desses dados.

O artigo 1º da Lei Geral de Proteção de Dados é contundente:

“Art. 1º - Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa
natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos
fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural.”

Para estabelecer os parâmetros sobre a utilização dos dados, a lei faz uma distinção entre dados pessoais e
sensíveis.

Dado pessoal é a “informação relacionada a pessoa natural ou identificável”. Em outras palavras, é toda
informação que pode ser usada para identificar alguém. Nessa conta podem entrar nome e apelido,
endereço de residência, endereço eletrônico, número de cartão de identificação, dados de localização (GPS,
por exemplo), endereço de IP, histórico de navegação e até registros médicos.

Dado pessoal sensível é o "dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política,
filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado genético ou biométrico,
quando vinculado a uma pessoa natural”. Por sua natureza, esses dados devem receber maior proteção que
os dados pessoais.

Também traz outro conceito importante, o conceito de tratamento: “toda operação realizada com dados de
pessoas, como as que se referem a coleta, produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução,
transmissão, distribuição, processamento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou
controle da informação, modificação, comunicação, transferência, difusão ou extração.’

Em outras palavras, o conceito de “tratamento” se refere à utilização desses dados, seja lá qual for o seu
propósito.

Um dos pontos principais da nova lei está na exigência do consentimento expresso dos usuários para a coleta
e uso das suas informações. Os dados pessoais e os dados pessoais sensíveis só poderão ser tratados com o
consentimento do titular. Todas as empresas, sejam pequenas, médias, ou de grande porte, terão que
atender às exigências da LGPD.

Segundo a lei, “deverá ser fornecido por escrito ou por outro meio que demonstre a manifestação de vontade
do titular”.

Geralmente, os formulários nas páginas de Internet e avisos eletrônicos de empresas públicas e privadas
perguntam sobre o consentimento dos usuários. A diferença neste quesito é que agora os termos deverão

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ser mais transparentes. É por isso que os sites passaram a exibir janelas que perguntam se o usuário aceita
a coleta de cookies, por exemplo.

Os cookies são pequenos arquivos enviados por sites que ficam armazenados no
navegador do seu computador que contam às empresas algumas informações de
comportamento.

Se um indivíduo contrata um serviço de qualquer natureza e precisa fornecer informações pessoais para
obtê-lo, será obrigatório justificar a necessidade disso. Fica vetado o uso dos dados para outras finalidades
que não sejam as que foram acordadas e o armazenamento de informações das quais as empresas não
possam comprovar a necessidade.

Os cidadãos também passam a ter direito de solicitar a retificação de informações, solicitar quais dados uma
empresa tem sobre ele e até de pedir que sejam apagados.

Contudo, a Lei Geral de Proteção de Dados possui suas ressalvas quanto à sua aplicabilidade. Há algumas
situações específicas em que empresas e governos poderão recolher e tratar dados sem o seu
consentimento. É o caso para dados que sejam tratados para fins de segurança pública ou segurança do
Estado. Emergências de saúde também estão entre as exceções.

Caso não cumpram as regras ou não reparem o dano de quem teve algum dado vazado, as empresas
infratoras podem ser obrigadas a pagar multa de até 2% do faturamento, desde que o valor não passe de R$
50 milhões.

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados será o órgão encarregado da aplicação da Lei Geral de
Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Será um órgão da Presidência da República, com 36 cargos. O Conselho
Diretor do órgão terá cinco membros indicados pelo ministro-chefe da Casa Civil e nomeados pelo presidente
da República, que precisarão ser aprovados pelo Senado Federal. O mandato dos membros será de quatro
anos, prorrogável uma vez, por igual período.

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QUESTÕES COMENTADAS

(LEANDRO SIGNORI/2020/SIMULADO) A cada quatro anos são realizadas as eleições municipais, onde os
eleitores brasileiros votam nos candidatos designados para realizar a gestão do seu município, isto é, o
prefeito, o vice-prefeito e os vereadores. A respeito desse tema, julgue os itens a seguir.

1. O segundo turno das eleições para prefeito ocorre em todos os municípios que possuam mais de
200 mil habitantes, ou onde nenhum candidato atinja maioria absoluta na contagem dos votos.

COMENTÁRIOS:

O segundo turno ocorre somente em municípios que possuam mais de 200 mil eleitores - não habitantes -,
e caso nenhum candidato atinja maioria absoluta na contagem dos votos no primeiro turno. Se o candidato
com maior percentual de votos não atingir maioria absoluta e o município possuir menos de 200 mil
eleitores, ele será eleito, sem a disputa de um segundo turno.

Gabarito: Errado

2. Esta será a primeira eleição em que não serão permitidas alianças para disputar as câmaras
municipais, e onde cada partido deverá respeitar o percentual mínimo de 30% e um máximo de 70%
candidatos de cada sexo.

COMENTÁRIOS:

Esta foi a primeira eleição em que somente candidatos a prefeito puderam formar coligações com outros
partidos para disputar as eleições. Não foram permitidas alianças para disputar as câmaras municipais. Antes,
os votos dados a todos os partidos da aliança eram levados em conta no cálculo para a distribuição das vagas.

Conforme regra prevista na Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições), cada partido encaminhou à Justiça Eleitoral
a lista de candidatos que concorreram ao pleito, respeitando-se o percentual mínimo de 30% e o máximo de
70% para candidaturas de cada sexo. Antes, a cota de sexos para participar das eleições era por coligação e,
agora, é por partido. A medida tem como intuito fomentar a participação feminina na política, que,
historicamente, possui pouca presença na vida política nacional.

Gabarito: Certo

3. O Brasil conta atualmente com 33 partidos políticos registrados no TSE, sendo a Aliança pelo Brasil
o último registrado, que tem Jair Messias Bolsonaro como presidente da agremiação partidária.

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COMENTÁRIOS:

O Brasil conta com 33 partidos registrados no TSE. O último partido registrado foi o Unidade Popular (UP),
em dezembro de 2019. A Aliança Pelo Brasil, que tem Jair Messias Bolsonaro como presidente, ainda não é
um partido, está em formação para se tornar um partido político.

Gabarito: Errado

4. A votação por biometria, que tem como objetivo ter mais segurança e evitar fraudes, ainda está
sendo implementada e deverá ser obrigatória em todo o Brasil somente nas eleições de 2022.

COMENTÁRIOS:

A votação por biometria tem como objetivo mais segurança e evitar fraudes, como um eleitor votar no lugar
de outra pessoa com uma identidade falsa ou que uma pessoa vote no lugar de um eleitor morto. Ela ainda
está sendo implementada e seria obrigatória em mais de 80% dos municípios nas eleições de 2020. Contudo,
devido à pandemia, a biometria foi dispensada nas eleições de 2020. A previsão é de que somente nas
eleições de 2022 ela seja obrigatória em todo o Brasil.

Gabarito: Certo

5. Devido aos transtornos relacionados à votação com a pandemia de Covid-19, a possibilidade de


que as eleições sejam adiadas, ou realizadas por meio digital a distância, são algumas das soluções
apontadas.

COMENTÁRIOS:

Devido à pandemia de Covid-19, que impede a formação de aglomerações, as eleições foram adiadas, de
outubro para novembro. Não foi apontada como uma possibilidade a realização da votação por meio digital
a distância. Definitivamente, não há possibilidade disso ocorrer, pois exigiria um sistema de controle muito
rigoroso e o acesso a tecnologias que nem toda a população tem acesso.

Gabarito: Errado

6. (IBADE/PREFEITURA DE VILA VELHA/2020 – ANALISTA AMBIENTAL) Desde 2015, após o presidente


Nicolás Maduro perder as eleições parlamentares, parte da população venezuelana começou a emigrar
em maiores números para alguns países da América Latina. Segundo o FGV DAPP, em Roraima, na fronteira
do Brasil com a Venezuela, o município de _____________, tem recebido grande parte deste fluxo, em
meio ao surgimento de conflitos sociais. Complete a lacuna marcando a alternativa que informe,
corretamente, o nome desse município brasileiro.

(A) Caracara.

(B) Pacaraima.

(C) Uiramutã.

(D) Alto Alegre.

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(E) Amajari.

COMENTÁRIOS:

Devido à grave crise política, econômica e social, um grande contingente de venezuelanos tem deixado o
país desde 2015, migrando para outros países da América Latina e de outros continentes. Segundo dados da
ONU de dezembro de 2018, 85 mil venezuelanos haviam imigrado para o Brasil. Os venezuelanos entram no
país principalmente por Pacaraima, em Roraima, na fronteira com a Venezuela. A grande maioria dos que
permanecem no Brasil acaba ficando nesse estado, o de menor população, especialmente na sua capital,
Boa Vista.

Gabarito: B

7. (IBADE/PREFEITURA DE VILA VELHA/2020 – ANALISTA AMBIENTAL) Composta por 16 Senadores e


16 deputados e os suplentes, uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI sobre Fake News no
processo eleitoral, foi instalada no Congresso Nacional em 04/09/2019. Sua finalidade é investigar, no
prazo de 180 dias:

I - os ataques cibernéticos que atentam contra a democracia e o debate público.

II - a utilização de perfis falsos para influenciar os resultados das eleições 2018.

III - a prática de cyberbullying sobre os usuários mais vulneráveis da rede de computadores, bem como sobre
agentes públicos.

IV - o uso de postagens de qualquer conteúdo nas redes sociais nacionais e internacionais.

V - o aliciamento e orientação de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio.

Estão corretas:

(A) somente I, II e III.

(B) somente II, III e IV.

(C) somente II, III, IV e V.

(D) somente I, II, III e IV.

(E) somente I, II, III e V.

COMENTÁRIOS:

A CPMI das Fake News tem como finalidade investigar:

- os ataques cibernéticos que atentam contra a democracia e o debate público;

- a utilização de perfis falsos para influenciar os resultados das eleições 2018;

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- a prática de cyberbullying sobre os usuários mais vulneráveis da rede de computadores, bem como sobre
agentes públicos;

- o aliciamento e orientação de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio.

Não possui como finalidade investigar o uso de postagens de qualquer conteúdo nas redes sociais nacionais
e internacionais. Vejam o erro crasso da afirmativa IV: QUALQUER CONTEÚDO. Claro que não, cuidado com
este tipo de pegadinha.

Gabarito: E

(LEANDRO SIGNORI/2020/SIMULADO) O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou, nesta


quinta-feira, 7 de novembro de 2019, a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. O
voto de desempate foi proferido pelo presidente da Corte, o ministro Dias Toffoli, que foi contra a medida.

Internet: <https://veja.abril.com.br> (com adaptações).

Com base nas ideias expressas no texto acima e em temas correlatos, julgue os itens.

8. Após a decisão do STF, todos os condenados que cumprem pena provisoriamente e não são alvos
de mandados de prisão preventiva deixaram a cadeia, entre eles estavam o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva.

COMENTÁRIOS:

A decisão do STF de proibir a prisão após segunda instância não autorizou a soltura automática de presos.
Ou seja, após a decisão não houve a liberação de todos os condenados que cumprem pena provisoriamente
e não são alvos de mandados de prisão preventiva.

Para liberação de presos que estejam cumprindo pena provisoriamente em razão de uma condenação em
segunda instância deverá ocorrer por determinação de um juiz que analisará a situação de cada processo.

Gabarito: Errado

9. Desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, o entendimento sobre a prisão em segunda


instância se manteve inalterado.

COMENTÁRIOS:

O entendimento sobre a prisão em segunda instância já mudou três vezes desde a promulgação da
Constituição Federal de 1988.

No período entre 1988 e 2009, o Supremo Tribunal Federal - STF permitia que a execução da pena poderia
se iniciar antes do trânsito em julgado da decisão condenatória. Em 2009, no entanto, o STF proibiu a
execução da pena antes do trânsito em julgado.

No ano de 2016, o Supremo mudou seu posicionamento autorizando que um réu condenado em segunda
instância já poderia iniciar a execução do cumprimento da pena.

Atualidades p/ PC-BA (Investigador) - 2021 - Pré-Edital 35


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Já em 2019, o entendimento foi novamente alterado seguindo os moldes da decisão de 2009, proibindo a
possibilidade de prisão após condenação em segunda instância.

Gabarito: Errado

10. Quem é contrário à possibilidade de prisão após o trânsito em julgado da decisão condenatória
acredita que essa medida favorece os casos de impunidade.

COMENTÁRIOS:

Um dos argumentos de quem é contrário à possibilidade de prisão após o trânsito em julgado da decisão
condenatória é o fato de que essa situação favorece os casos de impunidade, pois ocorre a postergação de
pena, visto que o réu, mesmo condenado em segunda instância, pode vir a passar vários anos em liberdade
ou até mesmo sequer serem presos porque a pena prescreveu.

Gabarito: Certo

11. A Operação Lava Jato, já abalada pela série de reportagens conhecida como "Vaza Jato", sofreu
mais um revés com a mudança de entendimento do STF.

COMENTÁRIOS:

A série de reportagens conhecida como "Vaza Jato" mostrou comunicações internas realizadas por um
aplicativo entre procuradores da Operação Lava Jato e o ex-juiz Sérgio Moro. Nessas conversas Moro foi
acusado de fornecer informação privilegiada à acusação, o que desrespeita o princípio Constitucional de
imparcialidade entre o juiz e a parte acusadora.

As prisões em segunda instância foram consideradas um dos pilares da Operação Lava Jato. Para integrantes
da Operação, o novo entendimento do STF reflete negativamente nos esforços institucionais de combate à
corrupção. Além disso, com a decisão, diversos condenados poderão ser soltos, causando um impacto em
operações passadas e em futuros julgamentos.

Gabarito: Certo

(LEANDRO SIGNORI/SIMULADO/2020) A Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019, denominada “pacote


anticrime”, que entrará em vigor no dia 23 de janeiro de 2020 trouxe diversas modificações no sistema de
justiça criminal e da legislação penal.

Internet <https://www.conjur.com.br> (com adaptações).

A respeito do Pacote anticrime, julgue os itens a seguir.

12. A aprovação do mecanismo “plea bargain” visa diminuir o custo judicial dos processos e aumentar
a velocidade de tramitação, uma vez que, quando o acusado assume antecipadamente a culpa pelo crime,
em troca de uma pena mais branda, diminuem-se as fases processuais.

COMENTÁRIOS:

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A medida do “plea bargain” não foi aprovada no pacote anticrime, considerado um dos pontos polêmicos, o
mecanismo foi retirado da proposta quando o texto ainda tramitava na Câmara dos Deputados, antes mesmo
de ser encaminhado para análise do Senado Federal.

O plea bargain, descrito no pacote anticrime como “solução negociada entre as partes”, é um modelo
praticado na justiça norte-americana em que se permite que o acusado assuma a culpa por um crime em
troca de redução da pena, diminuindo, assim, os custos do processo judicial e acelerando a velocidade das
tramitações.

Gabarito: Errado

13. A lei nº 13.964/19 teve diversos pontos vetados pelo presidente Jair Bolsonaro, dentre eles está a
proibição de videoconferência para audiências realizadas no prazo de 24 horas após a prisão em flagrante.

COMENTÁRIOS:

O presidente Jair Bolsonaro realizou ao todo 25 vetos no texto do pacote anticrime. Entre eles estava a
impossibilidade de se realizar as audiências das prisões em flagrante no prazo de 24 horas por
videoconferência. Na mensagem de veto, o presidente alegou que suprimir a possibilidade da realização da
audiência por videoconferência, gera, entre outras coisas, insegurança jurídica ao ser incongruente com
outros dispositivos do código penal.

Gabarito: Certo

14. Nas primeiras etapas de tramitação do pacote anticrime, a Câmara dos Deputados retirou da
proposta a medida do excludente de ilicitude, o qual alteraria a redação do Código Penal ampliando as
hipóteses de punição aos agentes de segurança pública.

COMENTÁRIOS:

O excludente de ilicitude foi um dos pontos polêmicos do pacote anticrime retirado logo nas primeiras etapas
de sua tramitação. A proposta tinha como base garantir que os excessos cometidos por agentes de segurança
pública (policiais ou integrante das Forças Armadas), no emprego da legítima defesa, poderiam ter a pena
reduzida até a metade ou com isenção total da punição, caso acontecessem em função de escusável medo,
surpresa ou violenta emoção.

Gabarito: Errado

15. A lei nº 13.964/19 aprovou o aumento do cumprimento máximo das penas privativas de liberdade
de 30 para 40 anos, apenas nas condenações por crimes hediondos que resultarem em morte e aos
integrantes de organização criminosa.

COMENTÁRIOS:

Uma das mudanças na legislação brasileira com a aprovação do pacote anticrime foi o aumento do tempo
máximo de cumprimento de pena de 30 para 40 anos. Para o ministro do Supremo Tribunal Federal,
Alexandre de Moraes, a mudança é uma adequação necessária, sobretudo em razão do aumento da
expectativa de vida do brasileiro.

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Entretanto, a assertiva está incorreta ao restringir a mudança aos crimes hediondos que resultarem em
morte e aos integrantes de organização criminosa, uma vez que essa é aplicada a qualquer crime.

Gabarito: Errado

16. A inclusão do juiz de garantias no pacote anticrime, o qual determina que o juiz responsável pela
supervisão de uma investigação criminal não decida no julgamento do caso, foi alvo de críticas tanto do
Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, como da Associação dos Magistrados Brasileiros.

COMENTÁRIOS:

O instituto do juiz de garantias não estava previsto na proposta original do pacote anticrime. O texto foi
incluído quando o processo estava em análise na Câmara dos Deputados, o qual estabelece que o magistrado
responsável pela investigação criminal não poderá ser o mesmo que julgará a ação.

O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, no entanto, ofereceu parecer contrário ao instituto,
alegando, entre outras coisas, que o estabelecimento do juiz de garantias “demandaria um debate um pouco
mais amplo" e com a escassez de magistrados no Brasil sua implantação será um problema. A Associação
dos Magistrados Brasileiros, também, criticou o texto indicando que a figura do juiz de garantias traz um
potencial prejuízo à efetividade da jurisdição penal.

Gabarito: Certo

17. (IBADE/IBGE/2020 - AGENTE CENSITÁRIO/ADAPTADA) É correto afirmar que em 2021, o IBGE


realizará:

a) XIII Censo Demográfico, que será um “retrato de corpo inteiro” do País.

b) X Censo Demográfico, que será um “retrato de corpo inteiro” do País.

c) XIII Censo Demográfico, que será uma “parte do retrato” do País.

d) X Censo Demográfico, que será uma “parte do retrato” do País.

e) X Censo Demográfico, que será uma “parte do retrato dos estados” do País.

COMENTÁRIOS:

Em 2021, o IBGE realizará o XIII Censo Demográfico, que será um “retrato de corpo inteiro” do País.

Gabarito: A

18. (IBADE/IBGE/2020 - RECENSEADOR) Em relação ao Censo Demográfico realizado pelo IBGE, é


correto afirmar que:

a) é a principal fonte de dados sobre a situação de vida da população nos municípios e localidades.

b) a última coleta do Censo Demográfico no Brasil ocorreu no ano de 2000.

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c) é a operação realizada a cada 5 anos para contar a população e obter informações sobre as principais
características dos habitantes e de seus domicílios.

d) os dados do IBGE não podem ser utilizados para a definição de políticas públicas em nível municipal.

e) dados sobre a distribuição territorial no país e a evolução de seu quantitativo ao longo do tempo não são
coletados pelo Censo Demográfico IBGE.

COMENTÁRIOS:

a) Correta. O Censo Demográfico é a principal fonte de dados sobre a situação de vida da população nos
municípios e localidades.

b) Incorreta. A última coleta do Censo Demográfico no Brasil ocorreu no ano de 2010.

c) Incorreta. O Censo Demográfico é a operação realizada a cada 10 anos para contar a população e obter
informações sobre as principais características dos habitantes e de seus domicílios.

d) Incorreta. Os dados do IBGE podem ser utilizados para a definição de políticas públicas nas três esferas de
governo, Federal, Estadual e Municipal.

e) Incorreta. Os dados sobre a distribuição territorial no país e a evolução de seu quantitativo ao longo do
tempo são coletados pelo Censo Demográfico.

Gabarito: A

(QUADRIX/CRO-AC/2019 - ASSISTENTE JURÍDICO/ADAPTADA) São muitas as razões para que o Censo


Demográfico em 2021 retrate, com a maior fidelidade possível, a realidade do País e de sua população.
Trata‐se de um investimento indispensável para que se possa fazer frente aos enormes desafios que
teremos nos próximos dez anos.

Internet: <https://brasil.elpais.com> (com adaptações).

Tendo o texto acima apenas como referência inicial, julgue os itens.

19. Em abril de 2019, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou uma redução de
25% dos gastos previstos com a realização do Censo Demográfico.

COMENTÁRIOS:

A difícil situação fiscal pela qual o Brasil passa nos últimos anos fez com que o Governo Federal desenvolvesse
uma política de redução de gastos em muitos setores do país. Um dos cortes feitos foi no Censo Demográfico
de 2021, com uma redução de 25% dos gastos previstos.

O questionário básico, que será aplicado em todos os 71 milhões de domicílios brasileiros, terá 25 perguntas,
e não mais 34, como na última pesquisa realizada em 2010.

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Já o questionário mais completo, destinado a uma amostra de 10% das residências do País, teve uma redução
de 102 perguntas para 76.

Com a diminuição no número de perguntas do questionário, os gastos com a realização da pesquisa passam
dos R$ 3,1 bilhões previstos para R$ 2,3 bilhões.

Entre os temas que não estarão mais presentes no Censo 2020 estão perguntas envolvendo a emigração
internacional, renda e aluguel.

Gabarito: Certo

20. O IBGE, que realiza o Censo, determinou a redução do número de perguntas para 2021, visando a
aumentar a produtividade e a agilizar a pesquisa.

COMENTÁRIOS:

O questionário básico, que será aplicado em todos os 71 milhões de domicílios brasileiros terá 26 perguntas,
e não mais 34 como na última pesquisa, realizada em 2010. Dessa forma, o tempo de preenchimento do
Censo 2020 passa de sete para quatro minutos, em média. A presidente do IBGE, Susana Cordeiro Guerra, diz
que a redução da pesquisa está em sintonia com a tendência internacional e visa a uma modernização que
torne a operação mais simples e ágil.

Gabarito: Certo

21. As mudanças a serem implementadas no Censo 2021 motivaram críticas de diversos especialistas;
argumentam eles que a falta de informações mais detalhadas prejudicaria as políticas públicas.

COMENTÁRIOS:

As mudanças a serem implementadas no Censo 2021 motivaram críticas de diversos especialistas. Alguma
das críticas vieram do Ministério Público, que publicou um ofício pedindo explicações sobre os cortes, e
também de cinco ex-presidentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgaram uma
carta aberta contra os cortes orçamentários e as alternativas propostas para a realização do Censo 2021.

O Censo Demográfico constitui a principal fonte de referência para o conhecimento das condições de vida
da população brasileira. O levantamento subsidia o planejamento e a execução de políticas públicas em áreas
como educação, saúde e habitação, além de permitir avaliar a abrangência dessas iniciativas.

Gabarito: Certo

22. O Censo 2021 será aplicado entre agosto e outubro do ano que vem, visitando todas as residências
brasileiras e compondo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).

COMENTÁRIOS:

O Censo 2021 será aplicado entre os meses de agosto a outubro de 2021, visitando todas as residências.

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A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) é uma outra pesquisa, diferente do Censo
Demográfico. Ela era realizada nos domicílios brasileiros para apurar características gerais da população,
tendo como unidade de investigação o domicílio. Não é feita em todos os domicílios, como o Censo, mas por
meio de uma amostragem estatística.

A PNAD foi encerrada em 2016 e substituída, com metodologia atualizada, pela Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua. Essa busca acompanhar as flutuações trimestrais e a
evolução, no curto, médio e longo prazos, da força de trabalho, e outras informações necessárias para o
estudo do desenvolvimento socioeconômico do País.

Gabarito: Errado

23. (VUNESP/CÂMARA DE PIRACICABA/2019) Em derrota para a Lava Jato, a decisão do Supremo


Tribunal Federal nesta quinta-feira, 14.03.19, teve um placar apertado, por 6 votos a 5, e marcada por
duras críticas a membros do Ministério Público Federal, que são contrários ao entendimento firmado pela
maioria da Corte.

(Estadão – https://bit.ly/2TBHBhH – Acesso em 01.05.19. Adaptado)

O STF decidiu que

a) os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, quando relacionados ao caixa 2 de campanha, devem


ser julgados pela Justiça Eleitoral.

b) a perda de foro privilegiado por membros do Legislativo acusados de corrupção deverá ser julgada em
Tribunais de Primeira Instância de Brasília.

c) os casos de corrupção para a formação de caixa 2 de campanha deixarão de ser de análise exclusiva de
Curitiba e passarão a ser descentralizados.

d) os procuradores e subprocuradores da República devem se remeter à Justiça Eleitoral para denunciar


casos de desvios de recursos públicos.

e) a Procuradoria Geral da República é o locus legal para julgar casos que envolvam políticos e empresas
em esquemas de caixa 2 de campanha.

COMENTÁRIOS:

O julgamento do STF decidiu que os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, quando relacionados ao
caixa 2 de campanha eleitoral, devem ser julgados pela Justiça Eleitoral, que é a justiça especializada para
julgar os crimes eleitorais.

Gabarito: A

24. (CEBRASPE/PGE-PE/2019 – ANALISTA JUDICIÁRIO) A história do território brasileiro é, a um só


tempo, una e diversa, pois é também a soma e a síntese das histórias de suas regiões. De um ponto de
vista genético, as variáveis do espaço brasileiro são assincrônicas, mas em cada lugar elas funcionam

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sincronicamente e tendem a ser assim também quanto ao todo. Daí as descontinuidades que permitiram
explicar as diversidades regionais.

Milton Santos e Maria Silveira. Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Record, 2005, p. 23 (com
adaptações).

Tendo como referência o texto antecedente, julgue o item que se segue, acerca dos fenômenos políticos,
econômicos e sociais atuais no Brasil.

Na qualidade de esteio maior da lei, a justiça protagonizada pela formalidade do Poder Judiciário deve
atender aos interesses dos demais poderes da República.

COMENTÁRIOS:

O artigo 2º da Constituição de 1988 prescreve: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre
si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. O Poder Executivo exerce a função administrativa, o Poder
Legislativo, a função legislativa e fiscalizatória, e o Poder Judiciário, a função judicial.

Cada um desses órgãos exerce sua função de maneira predominante, mas não exclusiva. Além do mais, a
Constituição prevê uma série de atribuições a cada Poder, de maneira que cada um deles efetue um
“controle” sobre as atividades dos outros, “limitando-as”. Esse é um controle recíproco.

O Poder Judiciário julga conflitos com base na lei. As suas decisões até podem atender aos interesses dos
demais poderes, em função de decisões proferidas com base na lei. Porém, não é um Poder subordinado aos
interesses dos demais poderes. É um poder independente.

Gabarito: Errado

25. (CEBRASPE/PGE PE/2019 – ASSISTENTE DE PROCURADORIA) As práticas sociais na atualidade são


totalmente direcionadas pela comunicação nas redes sociais, que proporcionam amplo debate e
favorecem o consenso sobre temas relevantes a maioria da população.

COMENTÁRIOS:

Vejam a palavra “totalmente”, pegadinha clássica do examinador. As práticas sociais na atualidade NÃO são
totalmente direcionadas pela comunicação nas redes sociais. Que as redes sociais propiciam um amplo
debate não há dúvidas. Mas a qualidade deste debate não é boa, com muitos xingamentos, posições
discriminatórias, intolerância, falta de educação e argumentos rebaixados com pouca ou nenhuma
comprovação fática. O debate não tem favorecido o consenso, algo muito difícil, tem sim, levado a um
dissenso maior da sociedade brasileira.

Gabarito: Errado

26. (FCC/AFAP/2019 - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) Criado pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é atualizado anualmente, visando
permitir o conhecimento sobre as condições de vida das nações avaliadas. Este índice possui uma variação

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de 0 até 1, sendo que quanto mais próximo for de 1 a avaliação do país, melhor classificado ele será no
IDH, ou seja, melhores condições de vida aquela população terá.

Analise o IDH do Brasil mostrado na tabela abaixo.

Ano Posição no mundo IDH

2015 79ª 0,754

2016 79ª 0,758

2017 79ª 0,759

2018 79ª 0,759

(PNUD)

Os dados apresentados e os conhecimentos sobre o contexto socioeconômico brasileiro indicam

a) os elevados déficits em setores de importância socioeconômica, como é o caso da Previdência.

b) que, atualmente, o país tem apresentado significativa redução das desigualdades sociais.

c) que as condições de vida da população brasileira tiveram reduzida evolução.

d) o esforço do governo para manter políticas públicas destinadas às crianças e jovens.

e) a posição do Brasil como o país de maior IDH da América do Sul, superando a Argentina.

COMENTÁRIOS:

O IDH leva em conta três indicadores: educação (acesso ao conhecimento), saúde (vida longa e saudável) e
renda (padrão de vida). A tabela mostra que o indicador teve um crescimento muito pequeno entre 2014
e 2018, de 0,005 e a posição do Brasil permaneceu a mesma no ranking do IDH dos países, 79ª posição. O
Brasil não galgou nenhuma posição. Assim, os dados apresentados demonstram que as condições de vida da
população brasileira tiveram uma reduzida evolução.

As outras alternativas estão incorretas, pois o IDH não analisa a situação fiscal dos governos, não mede as
desigualdades sociais, que são medidas pelo Índice de Gini e não analisa políticas públicas destinadas às
crianças e jovens.

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O IDH é um indicador de desenvolvimento humano. Chile, Argentina e Uruguai são os países com os maiores
IDHs da América do Sul.

Gabarito: C

27. (VUNESP/PC-SP/2018 - ESCRIVÃO) O primeiro grupo de refugiados venezuelanos chegou a São


Paulo no dia 13 de abril de 2018. A cidade deve receber 300 estrangeiros como parte do programa de
interiorização dos imigrantes que cruzaram a fronteira para escapar da crise econômica e política na
Venezuela. Até o momento, 161 venezuelanos estão na capital paulista.

(Agência Brasil, 13.04.18. Adaptado)

Esses imigrantes estavam em

a) Macapá (AP).

b) Rio Branco (AC).

c) Belém (PA).

d) Porto Velho (RO).

e) Boa Vista (RR).

COMENTÁRIOS:

Os imigrantes venezuelanos estavam em Boa Vista, Roraima, estado que está na fronteira brasileira com a
Venezuela. Roraima tem recebido um intenso fluxo de imigrantes que fogem da grave crise econômica, social
e política da Venezuela.

Os imigrantes que desejarem estão sendo transferidos pelo Governo Federal para outros estados para
recomeçarem as suas vidas. Em abril, quando ocorreu a primeira etapa da interiorização, 265 imigrantes
foram levados para São Paulo e Cuiabá. Em maio, um outro grupo foi transferido para Manaus e São Paulo.

Gabarito: E

28. (FGV/COMPESA/2018 – ANALISTA DE GESTÃO) O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) foi


concebido para superar uma abordagem meramente econômica de desenvolvimento, baseada na renda
nacional. Assinale a opção que apresenta os critérios que são adotados para estabelecer o IDH.

a) A taxa de desemprego, os investimentos em pesquisa e a média de anos de educação de adultos.

b) A expectativa de vida, o acesso ao conhecimento e a renda medida em paridade com o poder de


compra.

c) A longevidade com saúde, a taxa de alfabetização e o produto interno bruto per capita.

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d) A esperança de vida ao nascer, a matrícula escolar nos três níveis do ensino e o índice de
empregabilidade.

e) O percentual da população economicamente ativa, o rendimento médio por gênero e o grau de


desigualdade social.

COMENTÁRIOS:

As três variáveis utilizadas no cálculo do IDH são:

Educação (acesso ao conhecimento) - Duas taxas são usadas para medir a qualidade da educação de um
país. O primeiro é a média de anos de educação de adultos (pessoas com mais de 25 anos de idade). O
segundo é a expectativa de anos de estudo para crianças.

Saúde (longevidade) - A expectativa de vida ao nascer é utilizada para medir a longevidade da população
de um país.

Renda - É determinado pela renda per capita nacional, medida em dólar, considerando ainda a paridade do
poder de compra (um método que revela quanto a moeda local é capaz de comprar no âmbito internacional,
desconsiderando o custo de vida local).

Se levarmos ao pé da letra, acesso ao conhecimento é diferente de nível de instrução. Entretanto, a banca


utilizou essa palavra e a considerou correta.

Gabarito: B

29. (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO/2018 – VÁRIOS CARGOS) As condições


precárias de saúde vivenciadas pelos venezuelanos que estão imigrando para o estado brasileiro de
Roraima estão provocando a proliferação dos casos de

a) ebola.

b) sarampo.

c) microcefalia.

d) doenças metabólicas.

e) gripe aviária.

COMENTÁRIOS:

Acredita‐se que uma das razões para o surto de sarampo no Norte do Brasil, na atualidade, deve‐se à entrada
de venezuelanos com o vírus e sem imunização na região.

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Apesar disso, o surto poderia ter sido prevenido se a taxa de cobertura vacinal estivesse dentro da meta
estabelecida pelo Ministério da Saúde, já que o Brasil dispõe de imunizantes disponíveis gratuitamente pelo
Sistema Único de Saúde.

Gabarito: B

30. (VUNESP/PC-SP/2018 – AUXILIAR DE PAPILOSCOPISTA) A audiência de conciliação designada pela


ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber durou cerca de três horas e reuniu representantes do
governo federal, do governo de Roraima, da Defensoria Pública da União e de organizações de defesa dos
direitos humanos. A governadora de Roraima, Suely Campos, apresentou uma proposta que prevê
ressarcimento, por parte do governo federal, de R$ 184 milhões de reais aos cofres do estado. O valor,
segundo ela, é referente a recursos gastos desde 2016 nas áreas de saúde, educação e segurança por causa
da migração de venezuelanos.

(EBC, 18 mai.18. Disponível em: https://goo.gl/E9CciM>. Adaptado)

Antes da proposta de ressarcimento, a demanda originalmente apresentada pelo governo de Roraima


estava relacionada

a) à ruptura das relações diplomáticas entre os países.

b) à distribuição dos imigrantes venezuelanos por outros estados.

c) à triagem socioeconômica no acesso de venezuelanos ao Brasil.

d) à expulsão do Brasil dos imigrantes venezuelanos ilegais.

e) ao fechamento da fronteira do Brasil com a Venezuela.

COMENTÁRIOS:

A audiência designada pela ministra Rosa Weber, a pedido da governadora de Roraima, teve originalmente
como proposta o fechamento da fronteira do Brasil com a Venezuela. O governo federal disse que a proposta
de fechamento da fronteira é inegociável. Em resposta, a governadora de Roraima, Suely Campos,
apresentou uma proposta que prevê ressarcimento, por parte do governo federal, de R$ 184 milhões de
reais aos cofres do estado.

Gabarito: E

31. (IDECAN/IPC/2018 - PROCURADOR PREVIDENCIÁRIO)

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A manchete acima denuncia um grave problema social que tomou conta de uma capital brasileira que
vem sofrendo com o intenso fluxo de imigrantes venezuelanos. As cenas da chegada de centenas, até
milhares de venezuelanos desempregados, famintos e desesperados se tornaram frequentes na cidade
que recebe um número crescente de imigrantes. Já são 40 mil, segundo as contas da Prefeitura, o que
equivale a mais de 10% dos cerca de 330 mil habitantes da capital do estado com menor índice
populacional do Brasil. A cidade a qual estamos nos referindo é:

a) Rio Branco.

b) Boa Vista.

c) Manaus.

d) Belém.

COMENTÁRIOS:

A cidade a que o enunciado se refere é Boa Vista, capital do estado de Roraima. O estado tem sido a principal
porta de entrada, no Brasil, para os venezuelanos que fogem da crise econômica, social e política do seu país.

Gabarito: B

32. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/2018 – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR) Considere o texto que aborda a


imigração no Brasil contemporâneo.

Os venezuelanos chegam ao Brasil fugindo da crise econômica intensa instalada no país vizinho. De 2015
a junho deste ano, 56,7 mil venezuelanos procuraram a Polícia Federal. Nesse período, 35,5 mil pediram
refúgio e 11,1 mil solicitaram residência no Brasil. Em abril, o governo deu início a um processo de
distribuição de imigrantes venezuelanos concentrados na Amazônia para outras unidades da federação,
no chamado processo de interiorização.

Metade dos imigrantes da Venezuela já deixou o Brasil, Jornal do Brasil, Nacional, 18 jul. 2018, p.4.
Adaptado.

Essa chegada de imigrantes venezuelanos ao Brasil ocorre pelo seguinte estado:

a) Pará.

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b) Amapá.

c) Roraima.

d) Rondônia.

e) Amazonas.

COMENTÁRIOS:

A chegada dos venezuelanos se dá pelo estado de Roraima.

Gabarito: C

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LISTA DE QUESTÕES
(LEANDRO SIGNORI/2020/SIMULADO) A cada quatro anos são realizadas as eleições municipais, onde os
eleitores brasileiros votam nos candidatos designados para realizar a gestão do seu município, isto é, o
prefeito, o vice-prefeito e os vereadores. A respeito desse tema, julgue os itens a seguir.

1. O segundo turno das eleições para prefeito ocorre em todos os municípios que possuam mais de
200 mil habitantes, ou onde nenhum candidato atinja maioria absoluta na contagem dos votos.

2. Esta será a primeira eleição em que não serão permitidas alianças para disputar as câmaras
municipais, e onde cada partido deverá respeitar o percentual mínimo de 30% e um máximo de 70%
candidatos de cada sexo.

3. O Brasil conta atualmente com 33 partidos políticos registrados no TSE, sendo a Aliança pelo Brasil
o último registrado, que tem Jair Messias Bolsonaro como presidente da agremiação partidária.

4. A votação por biometria, que tem como objetivo ter mais segurança e evitar fraudes, ainda está
sendo implementada e deverá ser obrigatória em todo o Brasil somente nas eleições de 2022.

5. Devido aos transtornos relacionados à votação com a pandemia de Covid-19, a possibilidade de


que as eleições sejam adiadas, ou realizadas por meio digital a distância, são algumas das soluções
apontadas.

6. (IBADE/PREFEITURA DE VILA VELHA/2020 – ANALISTA AMBIENTAL) Desde 2015, após o presidente


Nicolás Maduro perder as eleições parlamentares, parte da população venezuelana começou a emigrar
em maiores números para alguns países da América Latina. Segundo o FGV DAPP, em Roraima, na fronteira
do Brasil com a Venezuela, o município de _____________, tem recebido grande parte deste fluxo, em
meio ao surgimento de conflitos sociais. Complete a lacuna marcando a alternativa que informe,
corretamente, o nome desse município brasileiro.

(A) Caracara.

(B) Pacaraima.

(C) Uiramutã.

(D) Alto Alegre.

(E) Amajari.

7. (IBADE/PREFEITURA DE VILA VELHA/2020 – ANALISTA AMBIENTAL) 16 deputados e os suplentes,


uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI sobre Fake News no processo eleitoral, foi instalada
no Congresso Nacional em 04/09/2019. Sua finalidade é investigar, no prazo de 180 dias:

I - os ataques cibernéticos que atentam contra a democracia e o debate público.

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II - a utilização de perfis falsos para influenciar os resultados das eleições 2018.

III - a prática de cyberbullying sobre os usuários mais vulneráveis da rede de computadores, bem como sobre
agentes públicos.

IV - o uso de postagens de qualquer conteúdo nas redes sociais nacionais e internacionais.

V - o aliciamento e orientação de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio.

Estão corretas:

(A) somente I, II e III.

(B) somente II, III e IV.

(C) somente II, III, IV e V.

(D) somente I, II, III e IV.

(E) somente I, II, III e V.

(LEANDRO SIGNORI/2020/SIMULADO) O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou, nesta


quinta-feira, 7 de novembro de 2019, a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. O
voto de desempate foi proferido pelo presidente da Corte, o ministro Dias Toffoli, que foi contra a medida.

Internet: <https://veja.abril.com.br> (com adaptações).

Com base nas ideias expressas no texto acima e em temas correlatos, julgue os itens.

8. Após a decisão do STF, todos os condenados que cumprem pena provisoriamente e não são alvos
de mandados de prisão preventiva deixaram a cadeia, entre eles estavam o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva.

9. Desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, o entendimento sobre a prisão em segunda


instância se manteve inalterado.

10. Quem é contrário à possibilidade de prisão após o trânsito em julgado da decisão condenatória
acredita que essa medida favorece os casos de impunidade.

11. A Operação Lava Jato, já abalada pela série de reportagens conhecida como "Vaza Jato", sofreu
mais um revés com a mudança de entendimento do STF.

(LEANDRO SIGNORI/SIMULADO/2020) A Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019, denominada “pacote


anticrime”, que entrará em vigor no dia 23 de janeiro de 2020 trouxe diversas modificações no sistema de
justiça criminal e da legislação penal.

Internet <https://www.conjur.com.br> (com adaptações).

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A respeito do Pacote anticrime, julgue os itens a seguir.

12. A aprovação do mecanismo “plea bargain” visa diminuir o custo judicial dos processos e aumentar
a velocidade de tramitação, uma vez que, quando o acusado assume antecipadamente a culpa pelo crime,
em troca de uma pena mais branda, diminuem-se as fases processuais.

13. A lei nº 13.964/19 teve diversos pontos vetados pelo presidente Jair Bolsonaro, dentre eles está a
proibição de videoconferência para audiências realizadas no prazo de 24 horas após a prisão em flagrante.

14. Nas primeiras etapas de tramitação do pacote anticrime, a Câmara dos Deputados retirou da
proposta a medida do excludente de ilicitude, o qual alteraria a redação do Código Penal ampliando as
hipóteses de punição aos agentes de segurança pública.

15. A lei nº 13.964/19 aprovou o aumento do cumprimento máximo das penas privativas de liberdade
de 30 para 40 anos, apenas nas condenações por crimes hediondos que resultarem em morte e aos
integrantes de organização criminosa.

16. A inclusão do juiz de garantias no pacote anticrime, o qual determina que o juiz responsável pela
supervisão de uma investigação criminal não decida no julgamento do caso, foi alvo de críticas tanto do
Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, como da Associação dos Magistrados Brasileiros.

17. (IBADE/IBGE/2020 - AGENTE CENSITÁRIO/ADAPTADA) É correto afirmar que em 2021, o IBGE


realizará:

a) XIII Censo Demográfico, que será um “retrato de corpo inteiro” do País.

b) X Censo Demográfico, que será um “retrato de corpo inteiro” do País.

c) XIII Censo Demográfico, que será uma “parte do retrato” do País.

d) X Censo Demográfico, que será uma “parte do retrato” do País.

e) X Censo Demográfico, que será uma “parte do retrato dos estados” do País.

18. (IBADE/IBGE/2020 - RECENSEADOR) Em relação ao Censo Demográfico realizado pelo IBGE, é


correto afirmar que:

a) é a principal fonte de dados sobre a situação de vida da população nos municípios e localidades.

b) a última coleta do Censo Demográfico no Brasil ocorreu no ano de 2000.

c) é a operação realizada a cada 5 anos para contar a população e obter informações sobre as principais
características dos habitantes e de seus domicílios.

d) os dados do IBGE não podem ser utilizados para a definição de políticas públicas em nível municipal.

e) dados sobre a distribuição territorial no país e a evolução de seu quantitativo ao longo do tempo não são
coletados pelo Censo Demográfico IBGE.

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(QUADRIX/CRO-AC/2019 - ASSISTENTE JURÍDICO) São muitas as razões para que o Censo Demográfico em
2020 retrate, com a maior fidelidade possível, a realidade do País e de sua população. Trata‐se de um
investimento indispensável para que se possa fazer frente aos enormes desafios que teremos nos
próximos dez anos.

Internet: <https://brasil.elpais.com> (com adaptações).

Tendo o texto acima apenas como referência inicial, julgue os itens.

19. Em abril último, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou uma redução de
25% dos gastos previstos com a realização do Censo 2020.

20. O IBGE, que realiza o Censo, determinou a redução do número de perguntas para 2020, visando a
aumentar a produtividade e a agilizar a pesquisa.

21. As mudanças a serem implementadas no Censo 2020 motivaram críticas de diversos especialistas;
argumentam eles que a falta de informações mais detalhadas prejudicaria as políticas públicas.

22. O Censo 2020 será aplicado entre agosto e outubro do ano que vem, visitando todas as residências
brasileiras e compondo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).

23. (VUNESP/CÂMARA DE PIRACICABA/2019) Em derrota para a Lava Jato, a decisão do Supremo


Tribunal Federal nesta quinta-feira, 14.03.19, teve um placar apertado, por 6 votos a 5, e marcada por
duras críticas a membros do Ministério Público Federal, que são contrários ao entendimento firmado pela
maioria da Corte.

(Estadão – https://bit.ly/2TBHBhH – Acesso em 01.05.19. Adaptado)

O STF decidiu que

a) os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, quando relacionados ao caixa 2 de campanha, devem


ser julgados pela Justiça Eleitoral.

b) a perda de foro privilegiado por membros do Legislativo acusados de corrupção deverá ser julgada em
Tribunais de Primeira Instância de Brasília.

c) os casos de corrupção para a formação de caixa 2 de campanha deixarão de ser de análise exclusiva de
Curitiba e passarão a ser descentralizados.

d) os procuradores e subprocuradores da República devem se remeter à Justiça Eleitoral para denunciar


casos de desvios de recursos públicos.

e) a Procuradoria Geral da República é o locus legal para julgar casos que envolvam políticos e empresas
em esquemas de caixa 2 de campanha.

24. (CEBRASPE/PGE-PE/2019 – ANALISTA JUDICIÁRIO) A história do território brasileiro é, a um só


tempo, una e diversa, pois é também a soma e a síntese das histórias de suas regiões. De um ponto de
vista genético, as variáveis do espaço brasileiro são assincrônicas, mas em cada lugar elas funcionam

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sincronicamente e tendem a ser assim também quanto ao todo. Daí as descontinuidades que permitiram
explicar as diversidades regionais.

Milton Santos e Maria Silveira. Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Record, 2005, p. 23 (com
adaptações).

Tendo como referência o texto antecedente, julgue o item que se segue, acerca dos fenômenos políticos,
econômicos e sociais atuais no Brasil.

Na qualidade de esteio maior da lei, a justiça protagonizada pela formalidade do Poder Judiciário deve
atender aos interesses dos demais poderes da República.

25. (CEBRASPE/PGE PE/2019 – ASSISTENTE DE PROCURADORIA) As práticas sociais na atualidade são


totalmente direcionadas pela comunicação nas redes sociais, que proporcionam amplo debate e
favorecem o consenso sobre temas relevantes a maioria da população.

26. (FCC/AFAP/2019 - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) Criado pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é atualizado anualmente, visando
permitir o conhecimento sobre as condições de vida das nações avaliadas. Este índice possui uma variação
de 0 até 1, sendo que quanto mais próximo for de 1 a avaliação do país, melhor classificado ele será no
IDH, ou seja, melhores condições de vida aquela população terá.

Analise o IDH do Brasil mostrado na tabela abaixo.

Ano Posição no mundo IDH

2015 79ª 0,754

2016 79ª 0,758

2017 79ª 0,759

2018 79ª 0,759

(PNUD)

Os dados apresentados e os conhecimentos sobre o contexto socioeconômico brasileiro indicam

a) os elevados déficits em setores de importância socioeconômica, como é o caso da Previdência.

b) que, atualmente, o país tem apresentado significativa redução das desigualdades sociais.

c) que as condições de vida da população brasileira tiveram reduzida evolução.

d) o esforço do governo para manter políticas públicas destinadas às crianças e jovens.

e) a posição do Brasil como o país de maior IDH da América do Sul, superando a Argentina.

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27. (VUNESP/PC-SP/2018 - ESCRIVÃO) O primeiro grupo de refugiados venezuelanos chegou a São


Paulo no dia 13 de abril de 2018. A cidade deve receber 300 estrangeiros como parte do programa de
interiorização dos imigrantes que cruzaram a fronteira para escapar da crise econômica e política na
Venezuela. Até o momento, 161 venezuelanos estão na capital paulista.

(Agência Brasil, 13.04.18. Adaptado)

Esses imigrantes estavam em

a) Macapá (AP).

b) Rio Branco (AC).

c) Belém (PA).

d) Porto Velho (RO).

e) Boa Vista (RR).

28. (FGV/COMPESA/2018 – ANALISTA DE GESTÃO) O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) foi


concebido para superar uma abordagem meramente econômica de desenvolvimento, baseada na renda
nacional. Assinale a opção que apresenta os critérios que são adotados para estabelecer o IDH.

a) A taxa de desemprego, os investimentos em pesquisa e a média de anos de educação de adultos.

b) A expectativa de vida, o acesso ao conhecimento e a renda medida em paridade com o poder de


compra.

c) A longevidade com saúde, a taxa de alfabetização e o produto interno bruto per capita.

d) A esperança de vida ao nascer, a matrícula escolar nos três níveis do ensino e o índice de
empregabilidade.

e) O percentual da população economicamente ativa, o rendimento médio por gênero e o grau de


desigualdade social.

29. (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO/2018 – VÁRIOS CARGOS) As condições


precárias de saúde vivenciadas pelos venezuelanos que estão imigrando para o estado brasileiro de
Roraima estão provocando a proliferação dos casos de

a) ebola.

b) sarampo.

c) microcefalia.

d) doenças metabólicas.

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e) gripe aviária.

30. (VUNESP/PC-SP/2018 – AUXILIAR DE PAPILOSCOPISTA) A audiência de conciliação designada pela


ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber durou cerca de três horas e reuniu representantes do
governo federal, do governo de Roraima, da Defensoria Pública da União e de organizações de defesa dos
direitos humanos. A governadora de Roraima, Suely Campos, apresentou uma proposta que prevê
ressarcimento, por parte do governo federal, de R$ 184 milhões de reais aos cofres do estado. O valor,
segundo ela, é referente a recursos gastos desde 2016 nas áreas de saúde, educação e segurança por causa
da migração de venezuelanos.

(EBC, 18 mai.18. Disponível em: https://goo.gl/E9CciM>. Adaptado)

Antes da proposta de ressarcimento, a demanda originalmente apresentada pelo governo de Roraima


estava relacionada
==126307==

a) à ruptura das relações diplomáticas entre os países.

b) à distribuição dos imigrantes venezuelanos por outros estados.

c) à triagem socioeconômica no acesso de venezuelanos ao Brasil.

d) à expulsão do Brasil dos imigrantes venezuelanos ilegais.

e) ao fechamento da fronteira do Brasil com a Venezuela.

31. (IDECAN/IPC/2018 - PROCURADOR PREVIDENCIÁRIO)

A manchete acima denuncia um grave problema social que tomou conta de uma capital brasileira que
vem sofrendo com o intenso fluxo de imigrantes venezuelanos. As cenas da chegada de centenas, até
milhares de venezuelanos desempregados, famintos e desesperados se tornaram frequentes na cidade
que recebe um número crescente de imigrantes. Já são 40 mil, segundo as contas da Prefeitura, o que
equivale a mais de 10% dos cerca de 330 mil habitantes da capital do estado com menor índice
populacional do Brasil. A cidade a qual estamos nos referindo é:

a) Rio Branco.

b) Boa Vista.

c) Manaus.

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d) Belém.

32. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/2018 – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR) Considere o texto que aborda a


imigração no Brasil contemporâneo.

Os venezuelanos chegam ao Brasil fugindo da crise econômica intensa instalada no país vizinho. De 2015
a junho deste ano, 56,7 mil venezuelanos procuraram a Polícia Federal. Nesse período, 35,5 mil pediram
refúgio e 11,1 mil solicitaram residência no Brasil. Em abril, o governo deu início a um processo de
distribuição de imigrantes venezuelanos concentrados na Amazônia para outras unidades da federação,
no chamado processo de interiorização.

Metade dos imigrantes da Venezuela já deixou o Brasil, Jornal do Brasil, Nacional, 18 jul. 2018, p.4. Adaptado.

Essa chegada de imigrantes venezuelanos ao Brasil ocorre pelo seguinte estado:

a) Pará.

b) Amapá.

c) Roraima.

d) Rondônia.

e) Amazonas.

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GABARITO

1. E 12. E 23. A
2. C 13. C 24. E
3. E 14. E 25. E
4. C 15. E 26. C
5. E 16. C 27. E
6. B 17. A 28. B
7. E 18. A 29. B
8. E 19. C 30. E
9. E 20. C 31. B
10. C 21. C 32. C
11. C 22. E

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RESUMO

Corrupção
Corrupção: ato de trocar algum tipo de vantagem (política, financeira, de informações) por meios
ilegais ou ilícitos. A corrupção do Brasil é pautada pela apropriação dos bens públicos para benefício
privado.
Corrupção na esfera pública: caracteriza-se pelo uso do patrimônio e dos recursos públicos para
vantagens pessoais, ignorando as necessidades da maior parte da população.
Corrupção na sociedade: a corrupção na esfera pública pode ser considerada uma extensão de maus
hábitos da população, já que interesses privados de alguns indivíduos se sobrepõem aos interesses
públicos e gerais da sociedade.
Corrupção nas empresas privadas: dentre as diversas formas de corrupção nas empresas privadas,
temos as empresas pagando servidores públicos para poderem ter acesso privilegiado aos melhores
contratos de licitações de obras públicas.
A corrupção entre empresas privadas não é considerada crime - desde que não envolva um
funcionário público. No entanto, o projeto de reforma do Código Penal, que tramita no Congresso,
prevê a introdução de uma punição, com pena de até quatro anos de prisão.
Combate à corrupção: Atualmente, tramita no Congresso uma nova lei de licitações, com regras para
evitar a formação de cartéis e que prevê mais rigor nas punições. Em 2012 entrou em vigor a Lei de
Transparência ou Lei de Acesso à Informação, que obriga o poder público a divulgar todos os seus
atos.

Operação Lava Jato


Iniciada em 17 de março de 2014, no Paraná, a operação Lava Jato investiga um esquema de lavagem
de dinheiro e de corrupção na Petrobras que contratava empreiteiras por licitações fraudadas.
A Operação teve como desdobramento a prisão temporária, pela primeira vez no Brasil, de
presidentes, diretores e altos funcionários de grandes empreiteiras nacionais. Posteriormente, as
investigações descobriram irregularidades em outras empresas e contratos públicos como no
Ministério da Saúde, na Caixa Econômica Federal e nas obras da Ferrovia Norte –Sul, Usina Nuclear
de Angra 3 e Hidrelétrica de Belo Monte.
A Lava Jato recebeu esse nome porque um dos grupos envolvidos no esquema fazia uso de uma rede
de lavanderias e postos de combustíveis para movimentar o dinheiro ilícito.
O ex-juiz federal Sérgio Moro esteve à frente da operação, do seu início até dezembro de 2018,
quando deixou a magistratura para assumir o cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública do
Governo Federal. No lugar de Moro, assumiu o juiz federal Luiz Antônio Bonat.
As investigações da Lava Jato podem ser divididas em três etapas:
• Apuração de crimes financeiros praticados por organizações criminosas lideradas por doleiros.

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• Investigação com foco nos atos de corrupção e lavagem de dinheiro praticados no âmbito da
Petrobras.
• Fase atual, que investiga outros órgãos públicos federais, como o Ministério do Planejamento,
Eletronuclear e Caixa Econômica Federal.
Os envolvidos na Lava Jato estão sendo investigados ou foram condenados pelos crimes de
organização criminosa, formação de cartel, lavagem de dinheiro, sonegação de impostos, fraude a
licitações, corrupção de funcionários públicos e até de políticos.
A Operação Lava Jato deu origem a várias outras operações de combate à corrupção que foram
deflagradas nos anos posteriores até o presente.
Dois mecanismos contribuíram para o avanço das investigações da Lava Jato: os acordos de delação
premiada (delatores firmam com a Justiça um acordo que, em troca das informações sobre os
crimes, podem receber diversos benefícios no processo penal) e os acordos de leniência (acordo em
que as pessoas jurídicas, que assumam a prática de atos irregulares, colaboram com as investigações
em troca de redução da punição).

Prisão em segunda instância


No dia 07 de novembro de 2019, por 6 votos a 5, o STF alterou o entendimento adotado em 2016
(possibilidade de prisão dos réus já a partir da decisão da segunda instância judicial), passando a não
permitir a prisão de condenados em segunda instância antes do trânsito em jugado da sentença
condenatória.
A decisão do Supremo estabeleceu, então, que, a partir de novembro de 2019, um condenado
poderá recorrer em liberdade até que seu caso transite em julgado, ou seja, até que não haja mais
possibilidade de recursos.
O entendimento do STF tem efeito vinculante, aplicável a todas as instâncias do Judiciário e de
cumprimento obrigatório.
A decisão do STF vai beneficiar quem está preso após segunda instância e não tem prisão preventiva
decretada. A mudança de posicionamento ocorre em um momento de enfraquecimento da
Operação da Lava Jato.

O Pacote Anticrime
Pacote anticrime → prevê um conjunto de medidas de combate ao crime, tornando a legislação
penal, processual penal e leis de segurança pública mais rigorosas.
Pacote proposto pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, com alterações
posteriores realizadas pela Câmara dos Deputados e pelo ministro do Supremo Tribunal Federal,
Alexandre de Moraes.
O presidente Jair Bolsonaro vetou ao todo vinte e cinco artigos do texto aprovado pelo Congresso
Nacional.
Principais alterações:
– Tempo máximo para cumprimento das penas privativas de liberdade passou de 30 para 40 anos
para qualquer tipo de crime.

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– Aumento da pena por roubo quando for usada arma branca, como faca.
– Aumento da pena para os casos de venda ilegal de armas de fogo, mais multa.
– Ampliação da permanência de presos perigosos em presídios federais, para três anos, podendo ser
renováveis por mais três.
– Mudança nas regras do acordo de colaboração premiada, entre outras medidas, a lei definiu que:
▪ O recebimento da proposta para formalização de acordo de colaboração demarca o início das
negociações;
▪ O colaborador deve narrar todos os fatos ilícitos para os quais concorreu e que tenham relação
direta com os fatos investigados;
▪ Nenhuma medida cautelar, recebimento de denúncia ou queixa-crime ou sentença condenatória
poderão ser decretadas ou apresentadas apenas com base nas declarações do colaborador;
▪ Tanto o acordo como os depoimentos serão mantidos em sigilo até o recebimento da denúncia
ou da queixa-crime, sendo vedado ao juiz decidir por sua publicidade em qualquer hipótese.
– Vedação à saída temporária de condenados que cumprem pena por crimes hediondos que
resultaram em morte.
– Benefícios prisionais ficam impedidos a quem for condenado por integrar organização criminosa ou
por crime praticado por meio de organização criminosa, caso haja elementos comprobatórios que
indiquem a manutenção do vínculo com a organização.
– Criação e manutenção de unidades de ouvidoria ou correição pelos poderes Públicos.
– Justiça poderá decretar a perda dos bens obtidos a partir do crime.
– Criação do Banco Nacional de Perfis Balísticos.
– Criação do Juiz das Garantias, segundo a lei, o juiz será responsável pelo controle da legalidade da
investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais. Ao juiz de garantias cabe atuar
durante a fase de investigação do processo até o oferecimento da denúncia, o magistrado em
questão não será responsável pelo julgamento da ação.
Plea Bargain: descrito no pacote anticrime como “solução negociada entre as partes”, é um modelo
praticado na justiça norte-americana em que se permite que o acusado assuma a culpa por um crime
em troca de redução da pena, diminuindo, assim, os custos do processo judicial e a velocidade das
tramitações.
O ministro Sérgio Moro propôs que o mecanismo fosse adotado no sistema processual penal
brasileiro, entretanto, considerado um dos pontos polêmicos foi retirado quando o texto ainda
tramitava na Câmara dos Deputados, antes mesmo de ser encaminhado para análise do Senado
Federal.
Excludente de ilicitude: A ampliação do excludente de ilicitude também figurou como um dos pontos
polêmicos do pacote anticrime. Retirado do texto logo nas primeiras etapas de tramitação tinha
como base garantir que os excessos cometidos por agentes de segurança pública, no emprego da
legítima defesa, poderiam ter a pena reduzida até a metade ou com isenção total da punição, caso
acontecessem em função de escusável medo, surpresa ou violenta emoção.
A ampliação do excludente de ilicitude recebeu diversas críticas, entre eles, estão que representaria
uma "espécie de carta branca para policiais matarem e que aumentaria a impunidade da polícia.

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O Brasil e a questão migratória


Apenas 0,4% de todos os habitantes do Brasil são estrangeiros. Essa é uma proporção bem pequena,
principalmente quando comparada com a média mundial dos países em desenvolvimento, que é de
1,7%. Os maiores contingentes de imigrantes são do Haiti, da Venezuela e da Bolívia.
Nova lei da migração no Brasil: a Lei nº 13.445/2017 substituiu o Estatuto do Estrangeiro de 1980.
A antiga lei adotava uma postura de segurança nacional e de criminalização do estrangeiro.
Principais pontos da nova lei:
• Proteção de direitos humanos na temática das migrações, como decorrência da proteção
constitucional da dignidade da pessoa humana;
• Ao migrante é garantida, assim como aos nacionais, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, assegurando-lhe também os direitos e liberdades civis,
sociais, culturais e econômicos;
• Regularização migratória passa a ser a regra;
• Facilitação da obtenção de documentos para legalizar a permanência do imigrante no Brasil, bem
como o acesso ao mercado de trabalho regular e serviços públicos;
• Os imigrantes não podem mais ser presos por estarem de modo irregular no país;
• Permissão aos imigrantes que se manifestem politicamente, associando-se a reuniões políticas e
sindicatos;
• Diferente do Estatuto do Estrangeiro, a lei também trata dos brasileiros que vivem no exterior; e
• A nova lei repudia expressamente a discriminação e a xenofobia.
A crise na Venezuela e a imigração para o Brasil: o atual êxodo de venezuelanos gerou a maior crise
migratória desta natureza na história recente da América Latina. Os venezuelanos entram no Brasil
principalmente por Pacaraima, em Roraima.
O estado, nem sua capital Boa Vista, têm infraestrutura e capacidade para acolher adequadamente
este contingente de imigrantes. Muitos estrangeiros vivem nas ruas ou em acampamentos
organizados pelo Exército Brasileiro e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
As condições em que os venezuelanos vivem são precárias e a infraestrutura de serviços públicos de
saúde, assistência social e educação está tensionada. Essa dramática situação dos imigrantes,
associada à falta de infraestrutura do Brasil para receber esse grande contingente de pessoas, dá
origem ao que se chama de crise migratória.
Parte da população roraimense se sente ameaçada com a presença dos venezuelanos que
competiriam por vagas no mercado de trabalho e nos sistemas públicos de educação, saúde e
assistência social. Essa situação deixa brechas para ações violentas de xenofobia.

IDH
O Índice de Desenvolvimento Humano - IDH surgiu em 1990, no Primeiro Relatório de
Desenvolvimento Humano do PNUD/ONU. O índice varia em uma escala de 0 a 1. Quanto mais
próximo de 1, mais elevado é o IDH.

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No ranking, os países são divididos em quatro categorias: nações com índice de desenvolvimento
"muito alto" (igual ou acima de 0,800), "alto" (de 0,700 a 0,799), "médio" (de 0,555 a 0,699) e "baixo"
(abaixo de 0,555).
O IDH leva em conta três indicadores:
• Educação – acesso ao conhecimento.
• Saúde – vida longa e saudável.
• Renda – padrão de vida.
O último relatório do IDH dos países é de 2020, com informações do ano de 2019. Nessa lista, o Brasil
está em 84º lugar, com índice de 0,765, mantendo a classificação de alto IDH. Embora o índice tenha
crescido, o Brasil caiu cinco posições, no relatório anterior estava em 79º lugar, entre 189 países.
Junto com o último relatório do IDH, a ONU criou um novo indicador, o IDHP (Índice de
Desenvolvimento Humano Ajustado às Pressões Planetárias), com o objetivo de medir a pressão que
o desenvolvimento dos países exerce sobre o meio ambiente. Com índice recalibrado pelo novo
indicador, o Brasil sobe dez posições no ranking de IDH e fica em 74º entre os países do mundo.

Censo Demográfico
O Censo Demográfico constitui a principal fonte de referência para o conhecimento das condições
de vida da população em todos os municípios do País. Por meio dele é feita a contagem dos
habitantes brasileiros com o intuito de refletir a realidade brasileira.
As informações obtidas pelo censo permitem identificar como a população vive e os seus níveis de
desenvolvimento socioeconômico, fundamentais para o desenvolvimento e implementação de
políticas públicas e para a realização de investimentos, tanto do governo quanto da iniciativa privada.
No Brasil, o Censo Demográfico é realizado a cada 10 anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE, o qual percorre todo o território nacional, domicílio por domicílio, coletando os
dados sobre a população.
O Censo Demográfico de 2021 será a 13º operação censitária realizada no Brasil, com previsão de
coleta das informações entre 1º de agosto e 31 de outubro de 2021.
O Censo Demográfico que seria realizado em 2020 foi adiado para o ano de 2021. O IBGE decidiu
adiar a realização do Censo em função do quadro de emergência de saúde pública causado pelo
COVID-19 (coronavírus).
A pesquisa censitária é realizada por meio de dois questionários: o básico e o da amostra. O
questionário básico será aplicado em cerca de 71 milhões de domicílios. Já o questionário da
amostra, que é mais detalhado, será aplicado em cerca de 10% dos domicílios.
Em relação ao último Censo, realizado em 2010, o questionário da amostra foi reduzido de 102 para
76 perguntas. Já o questionário básico terá 26 perguntas, em 2010 foram 34 questões.
Segundo o IBGE, a decisão de ajustar os questionários foi baseada exclusivamente em critérios
técnicos necessários para aumentar a produtividade do recenseador e trata-se de uma decisão
empreendida de forma inteiramente autônoma e independente, sem quaisquer tipos de
interferências externas ou motivações políticas.

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Especialistas afirmam que as informações que deixarão de ser coletadas comprometem gravemente
a formulação de políticas públicas e que a diminuição do número de perguntas quebra o ciclo das
séries históricas, interrompendo diversas comparações com anos anteriores.
O orçamento inicial previsto para a operação censitária passou por um corte de 25% dos R$ 3,1
bilhões previstos, o Censo 2021 contará com R$ 2,3 bilhões.

Eleições de 2020 no Brasil


Devido à pandemia da Covid-19, as eleições municipais tiveram a sua data alterada de 4 de outubro
para 15 de novembro, para o primeiro turno, e de 25 de outubro para 29 de novembro, para o
segundo turno. A alteração ocorreu por meio de uma Emenda à Constituição. Atualmente, há 33
partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e habilitados a disputar as eleições
de 2020. O último partido registrado foi a Unidade Popular (UP). Ainda há 78 partidos em formação,
na fila para obtenção de registro junto ao TSE. Um deles é o Aliança Pelo Brasil, que tem Jair Messias
Bolsonaro como presidente do partido.
Nesta eleição não foram permitidas alianças para disputar as câmaras municipais. As nominatas
dos candidatos a vereadores dos partidos devem respeitar o percentual mínimo de 30% e o máximo
de 70% para candidaturas de cada sexo.
A cláusula de barreira estabelece um desempenho eleitoral mínimo para que tenham direito ao
tempo de propaganda e acesso ao fundo partidário, que aumentará gradativamente até o ano de
2030. Nas eleições deste ano, valem as regras de 2018, que determinam que, para ter direito ao
tempo de propaganda e acesso ao fundo partidário, os partidos teriam de obter, nas eleições para
deputado federal, pelo menos 1,5% dos votos válidos, distribuídos em, no mínimo, um terço das
unidades da federação, com ao menos 1% dos votos válidos em cada uma delas; ou ter eleito pelo
menos 9 deputados, distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da federação.
A identificação e a verificação biométrica da impressão digital para votar seriam obrigatórias em
4.577 municípios (mais de 80% do total). Contudo, por causa da pandemia, a Justiça Eleitoral
dispensou a biometria nas eleições deste ano. Em 2022, a biometria deverá ser obrigatória em todo
o Brasil.
Este ano, a Lei da Ficha Limpa completa 10 anos. A lei tem como objetivo impedir a eleição de
candidatos condenados por órgão colegiados a cargos políticos. Por ser uma lei complementar, ela
alterou a Lei de Inelegibilidade, concedendo mais rigidez às regras já existentes e impondo algumas
outras. Dentre as alterações, a lei aumentou o prazo de inelegibilidade para oito anos.
Além disso, em Macapá, capital do estado do Amapá, as eleições foram adiadas para uma data além
da que foi estabelecida na PEC, em função dos problemas no fornecimento de energia elétrica no
estado.
A data da posse permanece a mesma: 1º de janeiro de 2021.
Balanço das eleições - Os cinco partidos com mais prefeituras são, respectivamente: MDB, PP, PSD,
PSDB e DEM.
O DEM também foi o partido que mais cresceu em números absolutos.
PSDB e MDB foram os partidos que mais perderam prefeituras.
Partidos do Centrão serão os que governarão o maior número de prefeituras.

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PSDB, MDB e DEM, respectivamente, governarão o maior número de habitantes. O DEM também foi
o partido que mais cresceu em número de habitantes a serem governados.

Lei Geral de Proteção de Dados


Quando realizamos qualquer tipo de atividade no mundo virtual, como acessar sites, redes sociais e
utilizar aplicativos, as empresas que fornecem esses serviços estão constantemente coletando e
armazenando uma grande quantidade de dados e informações dos usuários.
Os dados possuem grande valor, na medida em que são utilizados para a elaboração de perfis dos
usuários, que podem aprender padrões de comportamento e influenciar suas escolhas,
personalizando os anúncios e conteúdos distribuídos em suas plataformas. A coleta de um grande
volume de dados criou o mercado do Big Data, no qual empresas do setor processam dados e os
utilizam para um determinado objetivo estratégico.
Devido ao seu valor e influência na economia digital da atualidade, as discussões sobre a privacidade
dos dados alcançaram grande relevância no mundo atual, sobretudo após o vazamento de dados do
Facebook para a empresa Cambridge Analytica, que os utilizou para influenciar nas eleições
presidenciais dos Estados Unidos em 2016 e no Brexit.
Em meio a esse contexto, em 2016, a União Europeia aprovou a General Data Protection Regulation,
sua lei geral que regulamenta o tratamento e a privacidade de dados pessoais dos usuários.
Em 2018, durante o governo Michel Temer, o Brasil aprovou a sua própria lei de proteção de dados,
a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Seu objetivo é unificar regras sobre o tratamento de dados
pessoais para clientes ou usuários de empresas privadas e públicas. Isso significa que haverá um
aumento da fiscalização, cujo propósito é auxiliar os cidadãos, especialmente contra a utilização
inadequada desses dados.
Para estabelecer os parâmetros sobre a utilização dos dados, a lei faz uma distinção entre dados
pessoais e sensíveis. Dado pessoal é a “informação relacionada à pessoa natural ou identificável”,
como nome ou residência. Dados sensíveis são os dados mais aprofundados sobre uma pessoa,
como orientação sexual e religiosa. Por sua natureza, esses dados devem receber maior proteção
que os dados pessoais. A lei também traz o conceito de tratamento, que se refere à utilização desses
dados, seja lá qual for o seu propósito.
Um dos pontos principais da nova lei está na exigência do consentimento expresso dos usuários
para a coleta e uso das suas informações. Os dados só poderão ser tratados com o consentimento
do titular, que também poderá solicitar pela exclusão de seus dados das plataformas. Caso não
cumpram as regras, as empresas infratoras podem ser obrigadas a pagar multa.
A LGDP traça algumas situações específicas em que empresas e governos poderão recolher e tratar
dados sem o seu consentimento, como em circunstâncias de segurança pública, segurança do
Estado e emergências de saúde.
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados será o órgão encarregado da aplicação da Lei Geral de
Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Será um órgão da Presidência da República, com 36 cargos.

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