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PROPOSTA DE MUDANÇA DOS NÍVEIS INICIAIS DA CARREIRA DE

POLICIAL PENAL DO ESTADO DE SANTA CATARINA – SC

Viemos através deste sugerir que seja analisado um novo projeto de lei
que trate da redução dos interstícios para as classes inicias da carreira da
Policia Penal de SC. Desta forma, o Policial Penal será NÍVEL I enquanto
estiver no período de duração do Curso de Formação Profissional (CFP),
devendo o Policial Penal ser NÍVEL II quando qualificado por mérito intelectual
após conclusão e aprovação no Curso de Formação Profissional (CFP), e
passara o Policial Penal a ser NÍVEL III quando qualificado após seis meses a
contar da data da formatura do Curso de Formação Profissional (CFP),
passando a ser NÍVEL IV quando passado dois anos após a promoção para o
NÍVEL III.

Neste formato, acreditamos que o plano de carreira irá favorecer os


níveis iniciais da carreira com progressões mais rápidas e com subsídio melhor
para que o Policial Penal possa investir em treinamento e equipamentos
melhores, fazendo com que o sistema prisional ganhe com Agentes mais
preparados e, principalmente, atendendo uma promessa do próprio Estado
que, na reforma da previdência, ao retirar o direito a integralidade e paridade,
prometeu que seus agentes de segurança teriam direito a uma previdência
complementar. No entanto, hoje não se disponibiliza tal oportunidade aos
níveis iniciais devido ao valor da remuneração e progressões na carreira como
se encontra hoje, situação que será demonstrada mais adiante.

Outro fator importante, é demonstrar que este modelo de proposta já


existe no Estado e foi implementado pela Policia Militar do Estado que
favorecendo os níveis iniciais da carreira, mesmo mantendo a integralidade e
paridade e não havendo a necessidade de fazer previdência complementar.

Ainda, demonstraremos que os contratados ACT’s nível médio já estão


ganhando mais que o Policial Penal e o nível superior esta com salário muito
superior ao nosso.
Para ilustrar, apresentamos a seguinte tabela com os interstícios
necessários para a progressão de níveis:

PP SUBSÍDIO PROGRESSÕES
NÍVEL VIII R$ 16.000,00 3 ANOS
NÍVEL VII R$ 12.495,00 3 ANOS
NÍVEL VI R$ 10.621,00 3 ANOS
NÍVEL V R$ 9.028,00 3 ANOS
NÍVEL IV R$ 8.000,00 2 ANOS
6 MESES APÓS A
NÍVEL III R$ 7.000,00 FORMATURA DO
(CFP)
QUALIFICADO NO
NÍVEL II R$ 6.500,00
(CFP)
NÍVEL I R$ 6.000,00 CURSANDO (CFP)
TOTAL TEMPO PARA 14 ANOS E NOVE
PROGRESSÃO MESES

Vale colacionar os artigos que tratam do novo modelo de previdência do


Estado de Santa Catarina:

LEI COMPLEMENTAR Nº 773, DE 11 DE AGOSTO DE


2021

Art. 33. O art. 70 da Lei Complementar nº


412, de 2008, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 70. No cálculo dos benefícios do


RPPS/SC, será utilizada a média aritmética simples dos
salários de contribuição e das remunerações adotados
como base para contribuições a regime próprio de
previdência social de qualquer ente federativo e ao
RGPS ou como base para contribuições decorrentes das
atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da
Constituição da República, atualizados monetariamente,
correspondentes a:

I – 80% (oitenta por cento) dos maiores


salários de contribuição de todo o período contributivo
desde a competência relativa ao mês de julho de 1994
ou desde a do início da contribuição, se posterior àquela
competência, para os segurados que tenham ingressado
no serviço público por meio de cargo de provimento
efetivo até 1º de janeiro de 2022; ou

II – 100% (cem por cento) do período


contributivo desde a competência de julho de 1994 ou
desde o início da contribuição, para o segurado que
tenha ingressado no serviço público por meio de cargo
de provimento efetivo após 1º de janeiro de 2022.
§ 1º A média de que trata os incisos I e II do
caput deste artigo será limitada ao valor máximo do
salário de contribuição do RGPS para o servidor que
ingressou no serviço público por meio de cargo efetivo
após a implantação do regime de previdência
complementar ou que tenha exercido a opção
correspondente, nos termos dos §§ 14, 15 e 16 do art.
40 da Constituição da República.

§ 1º-A. Os valores das remunerações


consideradas no cálculo do valor inicial dos proventos
serão atualizados mensalmente, de acordo com a
variação integral do índice fixado para a atualização dos
salários de contribuição considerada no cálculo dos
benefícios do RGPS.

Conforme informações obtidas no site scprev, verificamos que: “na


reforma da previdência do Estado foi retirado a integralidade e paridade
conforme consta na Lei, limitando a aposentadoria ao teto do INSS e com a
possibilidade de contribuir para previdência complementar, situação que hoje
não existe a possibilidade devido ao salário abaixo do teto do INSS”.1

Os participantes da SCPREV são divididos em Patrocinados e


Facultativos, o Patrocinado tem seu benefício de aposentadoria no Iprev
limitado ao teto do INSS (R$7.087,22 em 2022) e recebe uma complementação
salarial da SCPREV com base no valor que conseguir poupar ao longo dos
anos. A grande vantagem é que ele recebe contrapartida do Estado em sua
conta individual na SCPREV, ou seja, para cada R$ 1 que ele deposita como
“Contribuição Normal”, o Poder ou Órgão ao qual ele está vinculado deposita
outro R$ 1. Desta forma, o Patrocinado já tem contrapartida de 100%.

O participante Facultativo não precisa limitar seu benefício de


aposentadoria no Iprev ao teto do INSS, mas não recebe contrapartida do
Estado em seus depósitos.

1
https://scprev.com.br/conheca-o-plano-faq/
Em resumo, conclui-se que pode ser Participante Patrocinado:

- Quem ingressou no serviço público a partir de 30/09/2016 e tem


remuneração superior ao valor do teto do INSS;

- Quem ingressou no serviço público a partir de 30/09/2016 e teve


aumento de remuneração, ultrapassando o valor do teto do INSS;

- Quem entrou antes dessa data, porém teve quebra de vínculo do


cargo efetivo e ingressou no serviço público do Estado após 30/09/2016;

- Quem entrou antes dessa data, migrou para o regime de previdência


complementar e tem remuneração superior ao teto do INSS.

Por outro lado, pode ser Participante Facultativo:

- Quem ingressou no serviço público antes de 30/09/2016 ou que possui


remuneração inferior ao teto do INSS, independentemente da data de
ingresso.

Fica claro com as informações do SCPREV que com nosso salário atual
não teremos como contribuir para a previdência complementar como
patrocinados, ou seja, a cada real contribuído o Estado contribui com um real.
O teto do INSS esta bem acima do nosso salário atual e com a nossa
progressão de carreira com aumento de R$ 500,00 do Nível I para o II e R$
500,00 do nível II para o III não vamos conseguir atingir um valor de
contribuição, tendo em vista que o teto do INSS é atualizado pelo INPC que
nos últimos 12 meses foi mais de 10% fazendo com que o teto seja atualizado
por este percentual aumentando a diferença entre o que ganhamos e o que
deveríamos ganhar para poder contribuir para a previdência complementar.
LEI COMPLEMENTAR Nº 774, DE 27 DE
OUTUBRO DE 2021

SUBSÍDIO MENSAL DOS POLICIAIS PENAIS

CLASSE VALOR (R$)

VIII 16.000,00

VII 12.495,00

VI 10.621,00

V 9.028,00

IV 8.000,00

III 7.000,00

II 6.500,00

I 6.000,00

DESCRIÇÃO E ESPECIFICAÇÃO DO CARGO DE POLICIAL PENAL

DENOMINAÇÃO DO CARGO: Policial Penal

ESPECIFICAÇÕES

REQUISITOS DE INVESTIDURA: Conclusão de curso de graduação em


licenciatura ou bacharelado reconhecido pelo Ministério da Educação

JORNADA DE TRABALHO: 40 (quarenta) horas semanais

Nesta tabela que trata do nosso subsídio fica muito claro que nosso
progressão inicial ficou muito baixa, levando nove anos para ter um aumento
de R$ 2.000,00, até passar os nove anos o teto do INSS estará muito acima
dos R$ 8.000,00 sendo que hoje já esta em R$7.087,22 e como o mesmo é
atualizado pelo INPC que nos últimos 12 meses passou de 10% esta diferença
ira aumentar fazendo com que o policial que esta nas classes iniciais não tenha
condições de contribuir para a previdência complementar prometida pelo
estado.
Nesta tabela de salários dos técnicos ACT’s fica claro a disparidade de
salário entre um Policial Penal com nível superior e concursado ganhando
menos que um ACT nível médio e em relação aos cargos de nível superior a
disparidade é muito maior pois o salário do ACT nível superior é de R$
8.212,40, ou seja R$ 2.200,00 a mais que um Policial Penal efetivo.
Na prática, temos que, com os descontos legais, os ACT’s recebem
remuneração consideravelmente superior a dos Servidores efetivos, conforme
se verifica, respectivamente, nos contracheques publicados no portal da
transparência de Santa Catarina:
Ainda, segue contracheque de Contratado temporário com nível superior
(mesma escolaridade dos Policiais Penais):
Para concluir a exposição, abaixo iremos demostrar como a inflação
corrói o poder de compra. Levando em consideração o valor do salário e as
progressões a cada três anos, para chegarmos no nível III será ao final desses
6 anos e estaremos com o salário extremamente defasado devido ao aumento
de apenas R$ 1.000,00 nestas duas primeiras progressões, ficando muito
abaixo do teto do INSS.

O teto previdenciário é o valor máximo de qualquer benefício pago


pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), e também, corresponde
ao valor máximo de contribuição a ser realizado por qualquer segurado.

Conforme estabelecido pela portaria PORTARIA INTERMINISTERIAL


MTP/ME Nº 12, de 17 de janeiro de 2022, o teto do INSS passou de R$
6.433,57 (vigente para o ano de 2021) para R$ 7.087,22 em 2022.

O valor é calculado tendo como base o INPC do ano anterior, que


foi de 10,16% (acumulado de 2021). O reajuste de cada ano tem como base a
inflação mensurada pelo INPC, Índice Nacional de Preços ao Consumidor do ano
anterior.

No ano de 2021, o acumulado do INPC foi de 10,16%. Esse percentual


define o reajuste dado a quem recebe valores acima do piso do INSS, bem
como define o novo valor do teto.

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