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UNIDADE 1: MONITORANDO O PLANO DE

BENEFÍCIOS
1.1 COMO ACOMPANHAR A POUPANÇA
PREVIDENCIÁRIA
A aposentadoria paga pelo Regime Próprio de Previdência Social ou Regime Geral de
Previdência Social não varia no dia a dia de acordo com as evoluções do mercado
financeiro. Desde o começo, você já sabe de antemão qual será a regra de cálculo do seu
benefício de aposentadoria pública. Por exemplo, desde a Reforma da Previdência de
2019, você já sabe que o benefício de aposentadoria:

 Será fruto da média salarial ao longo da sua trajetória profissional;


 Será no mínimo igual a 60% dessa média se você contribuir o tempo
mínimo exigido por lei. E para ter 100% da média, será preciso
contribuir por 40 anos;
 Não será inferior a um salário-mínimo;
 Terá um teto que é corrigido pela inflação anualmente.

E mesmo na hipótese de haver outra reforma previdenciária antes de você se aposentar,


ela tende a contar com regras de transição que suavizarão o impacto no seu benefício.
Ou seja, você pode ter uma ideia minimamente adequada de qual será seu benefício de
aposentadoria pelos regimes públicos de previdência social com bastante antecedência.

Já nos planos de previdência privada oferecidos aos servidores públicos pelo estado ou
município em que trabalham, não ocorre o mesmo. Por que isso acontece? Porque tais
planos de previdência complementar são na modalidade Contribuição Definida. Ou seja,
eu sei exatamente qual a regra de contribuição mensal enquanto estou na fase de
acumulação, mas não há previamente estabelecida uma regra de cálculo da renda de
aposentadoria que esse plano de previdência privada pagará. Desse modo, não há um
benefício definido previamente.

A renda que um servidor público receberá do seu plano de previdência privada será
definida apenas quando ele requerer a aposentadoria. Nesse instante, a entidade de
previdência complementar que administra o plano fará o cálculo da renda a ser paga
com base no saldo acumulado até aquele momento.

Perceba que esse saldo variará em função de alguns fatores. Por exemplo:

 Quantidade e valor dos aportes realizados no plano, tanto pelo


servidor público quanto pelo seu empregador (patrocinador);
 A rentabilidade alcançada pelo plano a partir do direcionamento dos
investimentos realizados pelo administrador do plano;
 Os custos administrativos cobrados ao longo do tempo.
Por esse motivo é importante que o participante de um plano de previdência privada

monitore periodicamente a evolução do seu saldo investido, bem como a simulação de

quanto o saldo acumulado gerará de renda na aposentadoria.

Uma boa opção é fazer esse monitoramento pelo menos uma vez por ano. Para que você

não esqueça e para que fique mais prático, utilize datas fáceis de lembrar, como o mês

do seu aniversário ou o momento de fazer a declaração anual de imposto de renda.

Afinal de contas, para esta declaração, você pode precisar pegar o informe de

rendimentos do plano de previdência privada, por que não aproveitar e já avaliar como

está a evolução desse plano?

Vejamos então uma receita prática de como fazer um monitoramento adequado do plano

de previdência privada:

 1

1 - O primeiro passo é verificar o saldo acumulado no extrato do


participante. Por qualquer canal de atendimento da entidade de
previdência complementar que administre o plano de previdência
privada é possível solicitar esse documento. Vamos supor um
exemplo em que, ao abrir o extrato, o servidor público descobre que
tem R$60.000 de saldo, fruto das contribuições dele e do
empregador;

 2

2 - Com base nesse saldo, é possível simular quanto será o saldo


no momento da aposentadoria se a dinâmica de aportes
permanecer a mesma que já é praticada. A maioria das entidades de
previdência complementar oferecem esses simuladores em seus
próprios sites. Suponha que esse servidor público tenha uma
contribuição mensal de R$600,00, somando a contribuição dele e do
seu empregador. Ele também tem mais 20 anos de contribuições a
fazer até atingir a idade de aposentadoria. Com esses dados, ele
consegue pelo simulador chegar à estimativa de que na idade de
aposentadoria terá um saldo acumulado de R$750.000;

 3
3 - De posse desse saldo projetado na aposentadoria, é possível
simular a renda a ser gerada. No exemplo em questão, esse
servidor conseguiu junto à entidade de previdência complementar
uma projeção de que a renda por 20 anos gerada a partir de um
saldo de R$750.000 será de R$3.000 por mês;

 4

4 - O servidor avaliou que R$3.000 de renda complementar além do


que receberá da previdência social é pouco para o padrão de vida
que gostaria de ter na aposentadoria. Assim sendo, ele procura
corrigir a rota aumentando a sua contribuição mensal para a
previdência privada em mais R$200. Com novas simulações ele
percebe que o novo saldo final projetado será de R$920.000 e a
nova renda complementar por 20 anos de R$4.000;

 5
5 - Repetindo esse exercício anualmente, é possível ir ajustando a
rota, seja aumentando ou reduzindo os aportes para que se atinja o
nível de renda desejado na fase inativa, sem grandes surpresas
quando chegar a hora tão desejada de usufruir da aposentadoria.

Importante:  Perceba que no exemplo acima a renda complementar será paga por 20


anos. Essa simulação retrata o fato de que a renda complementar a ser paga pelos planos
de contribuição definida pode não ser vitalícia. Isso é muito importante! Você deve
atentar que há um risco de a renda complementar durar menos que seu tempo de
aposentadoria. Verifique junto à entidade que administra o plano de previdência privada
se é oferecido uma cobertura por sobrevivência, que seria uma espécie de seguro para
cobrir esse risco.

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