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Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS

Simulação de Sistemas Energéticos

Trabalho final

2 semestre/2021
1
Objetivo

O objetivo desse trabalho é analisar, através de simulação, o comportamento de


um sistema de bombeamento de água, operando com energia solar fotovoltaica,
para fornecimento de água potável para uma comunidade isolada, localizada no
interior do estado da Bahia, nas proximidades na cidade de Uauá, cuja localização
aparece na figura abaixo:

2
Detalhes do trabalho

O trabalho poderá ser feito em grupo.

Deverá ser apresentado um relatório final contento as características do sistema, as


hipóteses utilizadas para a solução do problema e os resultados, juntamente com o
programa de simulação, executado no EES.

3
Características do local

A comunidade é composta por aproximadamente 70 pessoas, entre adultos e


crianças e está isolada da rede elétrica convencional. O consumo médio de água, per
capita, estimado a partir de estudos prévios, é de 200 L/dia, contabilizados também
nesse valor o consumo de água para animais criados pela comunidade.
Os dados geográficos do local estão na figura abaixo:

4
Características do local

Próximo a esta localidade existe uma estação climatológica automática do INMET


de onde os dados de temperatura ambiente e radiação solar global horizontal
foram extraídos, conforme a figura abaixo:

Obs.: os valores de radiação solar estão em kJ/m2 e representam, então, a energia solar global horizontal no intervalo
5 de
uma hora.
O tempo registrado na planilha (hora UTC) deve ser convertido para a hora local subtraindo desse valor -3,5.
Características do sistema

As residências deverão ser alimentadas com água a partir de um reservatório central, onde a
base do reservatório fica 8 m acima do solo e sua capacidade total é de 20.000 L. O
reservatório tem um diâmetro de 3 m e altura de 2,9 m.

Deverá ser utilizada uma bomba submersa de múltiplos estágios, marca Grundfos, modelo SP
1A , ou similar.

A bomba fica situada em um poço artesiano, de tal forma que a altura entre a descarga da
bomba e o solo é de 20 m. A tubulação na descarga da bomba é de aço galvanizado e cujo
diâmetro deverá ser igual ao da descarga da bomba. Na descarga da bomba há uma válvula de
retenção do tipo portinhola, 8 luvas, 3 curvas 90, 5 uniões, uma válvula globo e 3 válvulas
esfera, com a mesma bitola da tubulação.

6
Características do sistema

O sistema fotovoltaico deverá ser composto por um conjunto de módulos, marca, potência,
eficiência e orientação de livre escolha do grupo, com as devidas justificativas.

O gerador fotovoltaico deverá fornecer em condições nominais (1000 W/m2 e temperatura de 25


°C) uma potência igual à potência elétrica nominal da bomba. O sistema deverá ser montado em
uma configuração série/paralelo, de forma que forneça para o inversor uma dada tensão de
entrada, conforme o modelo escolhido.

O inversor DC/AC deverá ter saída de tensão de acordo com a alimentação da bomba e potência
nominal igual à potência nominal do gerador fotovoltaico.

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Etapas

Os dados de radiação e temperatura ambiente necessários para o estudo estão disponíveis no


OneDrive da turma. O arquivo é composto por aproximadamente 4 dias seguidos de dados
horários.

O programa, no EES, para o cálculo da irradiação incidente em uma superfície arbitrariamente


orientada, de acordo com o modelo de Perez, também está disponível no mesmo local e pode servir
como partida para a simulação.

8
O gerador fotovoltaico

A potência na saída do gerador, em dc, pode ser determinada como:

Pdc  GT g Ag

onde GT é a irradiação solar global na superfície do módulo, em W/m2; ηg é a eficiência do gerador;


e Ag é a área do gerador, em m2.

Dessa forma, a área do gerador para atender uma dada potência é calculada como:

Pdc
Ag  (1)
GT g
Na condição STC:
*
Pg
Pg  G  g Ag  Ag 
* * *
(2)
G * g
Nas condições de G* = 1000 W/m2 e Pg* = potência nominal.

Igualando (1) e (2):

GT  g
*
Pdc Pg
  Pdc  Pg* 9
(3)
GT g G * g G*  *
O gerador fotovoltaico

g
A relação
 * representa as perdas térmicas em função da temperatura das células, Tc, maiores
que Tc* = 25 °C.

Essas perdas térmicas são representadas por:


g
 *

 1   Tc  Tc*  (4)

onde β é coeficiente de perdas em função da temperatura.

Como a temperatura da célula é função da temperatura ambiente, Ta, da irradiação solar incidente,
GT e da temperatura nominal de operação da célula, NOCT:

(5)
Tc  Ta  Ct GT

NOCT  20 (6)
Ct 
0,8G *

10
O gerador fotovoltaico

Relacionando Pdc com a potência nominal do inversor, Pinv e definindo:

Pdc
pi 
Pinv
E substituindo essa expressão na Eq. (3):

GT  g
Pdc  Pg*
G*  *
 pi Pinv  Pg
* GT
G*
1 
  Tc  Tc
*

e rearranjando:

pi 
Pg* GT
Pinv G *
1   
 Tc  Tc
*
 (7)

Pg*
Chamando Fdi  e substituindo (5) em (7):
Pinv

F F
 

F
  

 F 
pi  GT  di*  di*  Ta  Ct GT  Tc*   GT  di* 1   Ta  Tc*   GT2   di* Ct 
G G  G   G 11  (8)
O gerador fotovoltaico

Rearranjando:

pi  A1, g GT  A2, g GT2 (9)

onde

A1, g 
Fdi
G*
 
1   Ta  Tc
*
 (10)

Fdi
A 2, g   *
Ct (11)
G

12
O inversor

O rendimento do inversor é dado por:

Pac Pac (12)


inv  
Pdc Pac  perdas

ou, de acordo com Schmidt et al. (1992):

po
inv  (13)
po  koo  k1o po  k 2o po2
  
onde Perdas

Pac
po  (14)
Pinv

As 3 constantes que aparecem na Eq. (13) representam as perdas de conversão no inversor.

13
Schmidt, H.; Jantsch, M.; Schmid, J., 1992. Results of the concerted action on power conditioning and control.Proceedings
of European Photovoltaic Solar Energy Conference, Montreaux, Switzeland.
O inversor

Esses 3 parâmetros são obtidos da curva experimental do inversor que, geralmente, é fornecida
pelo fabricante.

Para a determinação desses parâmetros, pode-se utilizar as seguintes equações

1 1 1 1 5 1
ko    (15)
9 inv ,1 4 inv ,0.5 36 inv ,0.1

 4 1 33 1 5 1  (16)
k1      1
 3 inv ,1 12 inv ,0.5 12 inv ,0.1 

20 1 5 1 5 1
k2    (17)
9 inv ,1 2 inv ,0.5 18 inv ,0.1

Os parâmetros inv ,1 ,inv , 0.5 e inv , 0.1 representam os rendimentos do inversor para po de 100, 50 e
10%, respectivamente.

14
O inversor

15
O inversor

100

99

98

97

96
hinv

95

94

93

92

91

90
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
po ou pi

16
O inversor

Como nos interessa mostrar o rendimento em função da potência de entrada, Pdc (ou pi) e não em
relação à da saída (para fins de simulação), é necessário manipular a curva do inversor. Para isso,
define-se as perdas do inversor, PL, como:

(18)
PL  Pdc  Pac

Dividindo a Eq. (18) por Pinv:

p L  pi  po (19)

Como: Pac
Pac Pinv po
inv    (20)
Pdc Pdc pi
Pinv
Substituindo (20) em (19):
p L  pi  piinv ou inv pi  pi  p L

pi p L p
inv    1 L
pi pi pi 17
(21)
O inversor

Tal como foi feito na Eq. (13), pode-se definir as perdas do inversor como:

p L  boi  b1i pi  b2i pi2 (22)

considerando agora as condições de entrada no inversor.

Introduzindo essa equação na Eq. (21):

inv 

pi  bo  b1 pi  b2 pi2  (23)
pi

A Eq. (22) pode ser ajustada no EES, encontrand0-se os valores das constantes. Esse programa
também está disponível no OneDrive.

18
A bomba

Um sistema de bombeamento pode ser caracterizado como a relação entre a curva de capacidade
da bomba (curva altura vs. vazão) e a curva do sistema, em função da sua perda de carga, como
representado abaixo.

onde os pontos Hp e Qp representam as condições de operação (altura e vazão), para uma dada
rotação e um dado diâmetro do rotor.

19
A bomba

A curva da bomba, como mostrado abaixo, pode ser representada através de uma equação de
segundo grau:

H  ao  a1Q  a2Q 2 (24)

onde H é a altura da bomba, em mca e Q é a vazão volumétrica, em m3/h ou qualquer outra


unidade afim e ao representa a diferença de altura estática, na vazão igual a zero. As constantes
dessa equação podem ser obtidas por regressão, utilizando alguns pontos da curva do fabricante e
utilizando o programa no EES.

20
Leis de semelhança

As leis de semelhança expressam uma relação matemática entre a vazão, Q, a velocidade N, em


rpm, a altura manométrica H, em m, e a potência de eixo, P, conforme as equações:

2
H1  N1 
3
Q1 N1
    P1  N1 
(25) (26)    (27)
Q2 N 2 H 2  N 2  P2  N 2 

e, como consequência:

2
H1  Q1 
  
 (28)
H 2  Q2 

Nessas equações, o sub índice 1 representa o ponto de operação original e o 2, o novo ponto de
operação.

21
Características do sistema

A equação que permite calcular a perda de carga em uma tubulação reta é dada por:

L V2
hL  f (m) (29)
Di 2 g

onde f é o fator de atrito, L o comprimento reto da tubulação, Di o diâmetro interno, V a velocidade


de escoamento, em m/s e g, a aceleração da gravidade, em m/s2.

Conhecendo-se a rugosidade relativa do tubo, ε/Di, o fator de atrito pode ser determinado pela
equação de Colebrook:

 
1  Di 2,51 
 2,0 log   (30)
f  3,7 Re f 
 
O número de Reynolds, Re, é dado por:

VDi (31)
Re 

22
onde υ é a viscosidade cinemática do fluido, em m2/s.
Características do sistema

As perdas de carga localizadas são dadas por:

V2
hs  K s (m) (32)
2g

onde Ks é o coeficiente de perda de carga localizada, função da geometria da singularidade e do


número de Re.

A perda de carga total será dada então por:

H  hL   hs (33)

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