Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. INTRODUÇÃO
1
SADA, Ricardo ; MONROY, Alfonso. Curso de Teologia Moral. Trad. José Coutinho de Brito. 3. Ed.
Lisboa: Rei dos livros, 1989, p. 165.
2
“La esterilización "directa" es la que pretende hacer imposible la concepción, tal como la vasectomía, cortar
los conductos semanales del varón o el ligamento de trompas en la mujer.” FERNANDEZ, Aurélio. Teología
Moral: Moral de la Persona y de la Familia. 3. ed. Burgos: Facultad de Teología Burgos, 2001, v. 2, p. 570-
575.
3
“Embora estes dispositivos costumem impedir a fecundação, em muitos casos, são abortivos, por impedirem
que o óvulo já fecundado se implante no útero (é o caso do chamado dispositivo intra-uterino, ou DIU );”
SADA, Ricardo; MONROY, Alfonso. Curso de Teologia Moral. Trad. José Coutinho de Brito. 3. Ed. Lisboa:
Rei dos livros, 1989, p. 165.
1
A doutrina Católica é muito clara em afirmar que « Os atos pelos quais os esposos se
unem íntima e castamente são honestos e dignos; realizados de modo autenticamente
humano, exprimem e alimentam a mútua entrega pela qual se enriquecem um ao outro com
alegria e gratidão. »5 Com efeito a honestidade deste ato provém da finalidade que lhe é
própria, como expressa claramente a Humanae Vitae:
“Na verdade, pela sua estrutura íntima, o ato conjugal, ao mesmo tempo
que une profundamente os esposos, torna-os aptos para a geração de
novas vidas, segundo leis inscritas no próprio ser do homem e da
mulher. Salvaguardando estes dois aspectos essenciais, unitivo e
procriador, o ato conjugal conserva integralmente o sentido de amor
mútuo e verdadeiro e a sua ordenação para a altíssima vocação do
homem para a paternidade.”6
5
II CONCÍLIO DO VATICANO, Const. past. Gaudium et spes, 49: AAS 58 (1966) 1070.
6
PAULO VI. Humanae Vitae. Carta Encíclica. 25 de julho de 1968, n. 12
7
JOÃO PAULO II, Ex. ap. Familiaris consortio, 32: AAS 74 (1982) 119-120.
8
PIO XI. Enc. Casti connubii: n 21
2
9
PAULO VI. Humanae Vitae. Carta Encíclica. 25 de julho de 1968, n. 19
10
FERNANDEZ, Aurélio. Teología Moral: Moral de la Persona y de la Familia. 3. ed. Burgos: Facultad de
Teología Burgos, 2001, v. 2, p. 675 (Tradução nossa)
3
1.3.2 Tradição
Nos primeiros séculos da Igreja o tema da contracepção não foi abordado de maneira
exclusiva. Entretanto se encontram muitas reflexões teológicas a partir dos dados da
Revelação, especialmente nos comentários dos padres da igreja ao relato do pecado de
Onam, ou nos breves tratados sobre o matrimônio. 11 Como exemplificação de um destes
tratados citamos abaixo um trecho de Santo Agostinho em sua obra De bono coniugale:
O homicida mata o corpo, mas não a alma, que pode ir gozar da visão
de Deus; aquele que evita o filho, cortando as fontes da vida, corta as
mãos de Deus e impede que chegue à vida uma pessoa que poderia
gozar eternamente de uma felicidade imensa. Vale a pena refletir sobre
isto, e notar, quando nos dizem que estancar as fontes da vida é «crime
horrendo», que trocar «o uso conforme à Lei Natural pelo contrário à
natureza» é «crime em si mesmo nefasto, mas ainda mais recriminável
na vida matrimonial», porque «a dignidade do vínculo conjugal radica
na casta e legítima faculdade de procriar, e no cumprimento honesto dos
deveres mútuos relacionados com esse fim. 12
11
Cf. BEDOUELLE, Guy; BRUGUÉS, Jean Louis; BECQUART, Philippe. La Iglesia y la sexualidade.
Madrid: BAC, 2007, p.83.
12
AGOSTINHO DE HIPONA, Santo. Obras Completas: De bono coniug., XI, 12. Trad. Lope Cilleruelo et al.
Madrid: BAC, 1983
13
CESÁRIO DE ARLES, São. Sermon 44,2
4
Com efeito, Deus em sua infinita sabedoria dispôs que nem de todo ato conjugal se
desse uma nova concepção. Disto decorre que a que decisão de utilizar do matrimônio nos
períodos infecundos da mulher afim de regular a natalidade não contraria as leis da Igreja
como afirma a Humanae vitae:
se, para espaçar os nascimentos, existem sérios motivos, derivados das
condições físicas ou psicológicas dos cônjuges, ou de circunstâncias
externas, a Igreja ensina que, nesses casos, é lícito ter em conta os ritmos
naturais imanentes às funções geradoras, para usar do matrimónio apenas
nos períodos infecundos, e assim regular a natalidade» (n. 14). Se,
portanto, existem motivos sérios para distanciar os nascimentos, que
derivem ou das condições físicas ou psicológicas dos cônjuges, ou de
circunstâncias exteriores, a Igreja ensina que então é lícito ter em
conta os ritmos naturais imanentes às funções geradoras, para usar
do matrimônio só nos períodos infecundos.14
14
PAULO VI. Humanae Vitae. Carta Encíclica. 25 de julho de 1968, n. 16
15
SADA, Ricardo; MONROY, Alfonso. Curso de Teologia Moral. Trad. José Coutinho de Brito. 3. Ed.
Lisboa: Rei dos livros, 1989, p. 165.