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INTERFACES DO DISCURSO NA EDUCAÇÃO

PROFISSIONAL
Andréa Ferreira Garcia Pereira1

RESUMO

Este artigo compreende um diálogo entre pensamentos e teorias acerca de uma reflexão
sobre como se constitui e se manifesta o discurso na educação profissional, referentes
aos constituintes discursivos e à transposição teoria-prática e, consequentemente, à
formação identitária de sujeitos da educação. O objetivo é promover um discurso
educativo favorável à aprendizagem profissional. As questões fundam a importância da
adequação do discurso educativo às especificidades e exigências dos cursos
profissionalizantes. A abordagem ocorreu por meio de pesquisa bibliográfica e
entrevistas semi-estruturadas com docentes. Algumas vozes contribuem, de forma não
explícita, mas inquietante, idéias quanto à formação discursiva na educação, no que
compreende as subjetividades do homem de um tempo e de um espaço. Bakhtin (1995)
ao tratar do discurso, resgata as questões marxistas, ideológicas, circunstanciais e de
sujeitos que integram a formação discursiva em sua origem, e isso confere ao discurso
uma imagem, aqui profissional. Abdalla (2006) trata de um ser e estar na profissão
docente, que se estende à educação profissional. Moscovici (1978) trata das
Representações Sociais dos sujeitos a partir de práticas singulares e coletivas. Contreras
(2002), Charlot (2008) e Novoa (2000) tratam das questões de autonomia profissional e
dos conflitos que se presentificam nas falas relativas ao discurso de saberes e na prática
docentes. Os resultados apontam para as questões concernentes ao tempo, ao espaço, às
questões ideológicas, aos sujeitos seus saberes, à autonomia e à subjetividade, como
elementos de formação identitária, que constituem as interfaces do discurso na educação
profissional e se projetam nas representações sociais.

Palavras-chave: Discurso. Identidade. Formação. Interfaces. Profissional.

1
Mestranda da Universidade Católica de Santos – Unisantos (2010). Lato Sensu em Metodologia do
Ensino com ênfase em Língua Portuguesa - UNIMONTE, 2008. Graduada em Letras (2005). Graduada
em Administração (1988). Professora da Rede Municipal de Santos, em Inglês e formação profissional.
Prêmio Educador Santista 2009. Professora da ETEC Paula Souza – Aristóteles Ferreira, Inglês e
Português, formação profissional. andreafgp@uol.com.br
INTERFACES OF THE SPEECH IN THE PROFESSIONAL
EDUCATION
Andréa Ferreira Garcia Pereira[1]

SUMMARY

This article involves a dialogue between thoughts and theories concerning a reflection
on how the speech is formed and manifests itself in professional education, regarding
the main components of the speech, its transposition theory-practice, thus consequently,
to the identifying formation of the education subject. The objective is, therefore, to
promote educational speech favorable to professional learning. These subjects establish
in the importance of the adequacy of the educative speech to the specialties and
requirements of the professionalizing courses. The broaching has occurred through
bibliographical research and semi-structure interviews with educators. Some voices
contribute, when directing not explicit, but uneasiness ideas over a discursive formation
in the education, in that it involves the subjectivities, of the man of a time and a space.
Bakhtin (1995) when dealing with the speech rescues the marxist, ideological,
circumstantial questions and of individuals that integrate the discursive formation in its
origin, and this attributes to the speech an image, here professional. Abdalla (2006)
treats of being and to be in the teaching, that here it is extended to the
professionalization in the professional education. Moscovici (1978) deals with the
Social Representations of the individuals from practical collective and singularities.
Contreras (2002), Charlot (2008) and Novoa (2000) deal with the questions of
professional autonomy, the conflicts in the speeches about practical and the knowledge
professorship. The results point to questions concerning: time, space, ideological
questions, individuals, knowledge, autonomy and subjectivity, as elements of identity
formation, which constitute in interfaces of the speech in the professional education that
projects itself in the Social Representations.

Key-words: Speech, Identity, Formation, Interfaces, Professional


INTRODUÇÃO

Neste artigo, trato das interfaces do discurso na educação profissional, no sentido de


contribuir, de alguma forma, para a reflexão sobre a constituição discursiva entre teoria,
prática e sujeitos desse processo, e assim repensar a promoção de um discurso educativo
favorável à aprendizagem profissional. As questões fundam a importância da adequação
do discurso educativo às especificidades e exigências dos cursos profissionalizantes.
Não pretendo tecer manuais de como proceder em determinados casos ou oferecer
receitas da boa aula, pois elas não existem. Afirmo isso com bastante convicção, uma
vez que entendo a prática docente como singular e permeada pelas subjetividades de
sujeitos que se investem de uma autonomia e de uma identidade na prática cotidiana.
Mas penso que a identidade e a autonomia são produtos de uma formação consciente do
papel social do educador e da constante reflexão sobre os objetivos, métodos e
resultados obtidos.

Procuro estabelecer uma relação dialógica, no que respeita os cursos


profissionalizantes e seus sujeitos, pois o discurso docente interpela e corrobora a
aquisição de conhecimento entre as áreas envolvidas e integrantes no e do processo de
formação profissional que, por sua vez aponta para uma imagem identitária docente e,
consequentemente, discente. A formação discursiva, considerando-se a identitária em
práticas educativas, serve para analisar e avaliar as representações sociais de educadores
e de alunos sobre a escola e o trabalho. Essa é uma questão relativa ao lugar de onde se
fala que marca a identidade profissional de sujeito na educação profissional, de modo a
estabelecer comunicabilidade entre alunos, professores e ambiente profissional a ser
vivenciado. Essas questões fundam-se na importância da adequação do discurso
educativo às especificidades e exigências dos cursos profissionalizantes, o que justifica
esta pesquisa.

A título de metodologia utilizei a pesquisa bibliográfica e entrevistas semi-estruturadas,


concernentes ao discurso docente, quanto aos saberes cotidianos e elaborados e às
projeções desse discurso.
Nesta perspectiva, primeiro este texto levanta algumas noções-chave que podem
permitir a compreensão da produção de sentido do discurso na educação e formação
profissional. Em um segundo momento, apresento algumas idéias para contextualizar a
pesquisa realizada, com enfoque na pesquisa bibliográfica. Por fim, apresento algumas
questões que procuro colocar em debate o que estou denominando como interfaces do
discurso na educação profissional.

NOÇÕES-CHAVE NA PRODUÇÃO DO SENTIDO NO DISCURSO


PROFISSIONAL

As interfaces do discurso na educação profissional se configuram em conhecer como se


constitui o discurso educativo de sujeitos singulares e de saberes particulares cotidianos
e elaborados (específicos), pedagógicos e institucionais sobre os quais não temos
nenhuma prerrogativa para determinar caminhos, porém é possível apontá-los, com isso
penso preservar a singularidade, a autonomia e a integridade discursiva docente. O
cabedal de saberes dos sujeitos expande-se em ações coletivas, em um determinado
espaço e em um determinado tempo. Essas etapas ou instâncias relativas às interfaces
discursivas impelem-nos a pensar em condições de promoção de um diálogo educativo
favorável à aprendizagem e à transformação de práticas em cursos de formação, uma
que são fundamentais para encontrarmos algo de concreto na inconcretude das relações
discursivas na educação profissional.

Entendo que essas premissas podem ser importantes, partindo do pressuposto que este
artigo é parte de um trabalho que desenvolvo, em cursos profissionalizantes voltado ao
discurso profissional docente e discente e às representações sociais desses discursos na
educação profissional. Para complementar, apliquei parte da teoria em sala de aula,
propus um seminário temático, abarcando a exposição de conhecimentos pré-adquiridos
e adquiridos em diversas áreas de conhecimento, pelos alunos de cursos
profissionalizantes. O primeiro propósito era perceber e refletir sobre o resultado do
meu próprio discurso na transposição teoria-prática e captar a manifestação do que se
fala, como se fala e quais imagens se formam nesse processo, utilizando as linguagens
verbal e não-verbal, como recursos de exposição. O segundo propósito era, a partir
dessa prática, estabelecer um diálogo entre as áreas de estudo e, assim verificarmos a
dinâmica discursiva interpelada pela articulação dos conhecimentos. Apurei os
resultados por meio de análise crítico-dialética e avaliações qualitativas sobre a
constituição e a manifestação discursiva discente, sob alguns critérios que deveriam ser
atendidos pelos alunos, em simulações e projeções nas representações sociais escola-
trabalho.

A proposta foi bem aceita pelos alunos, sendo que os resultados se apresentaram em
diferentes dimensões, mas de forma satisfatória, isto é, aplicaram os conceitos de
discurso e imagem identitária profissional nas apresentações. Realizei algumas
considerações concernentes às apresentações, mas nada que afastasse a minha proposta
de repensar o discurso docente na formação profissional, no sentido de torná-lo
significativo, ao oferecer subsídios para as representações sociais de trabalho.

Quando me reporto às variáveis constituintes do discurso penso em situações ou


fenômenos da realidade discursiva, em questão a sala de aula, e em contextos extra-
verbais, ou seja, contextos fora dos domínios do discurso verbal que pressupõem
saberes, subjetividades e relações sociais de sujeitos.

O contexto ou espaço remete ao lócus das situações ou fenômenos discursivos, aos


sujeitos, e às questões ideológicas instauradas nas instituições sociais, como família,
escola, formação religião que se evidenciam e deixam marcas no discurso.

O discurso de um tempo é um discurso histórico, e esse discurso tem uma


temporalidade, uma vez que ele é dinâmico, se pensarmos que ele se reconstitui, à
medida que a sociedade reformula seus paradigmas, mas mantêm outros. Aqui, penso o
discurso do antes, do hoje e do amanhã, na educação, isto é, as heranças, ou paradigmas,
apresentam-se como características do discurso profissional que acontece hoje e se
reverberará amanhã.

O aspecto ideológico do discurso dos sujeitos se configura na primeira instituição


social, família, a partir dela, decorrem outras relações sociais que resultam em um ser
social, segundo a perspectiva de relação dialógica e constituição discursiva dos sujeitos.
Estabelece-se, então, um diálogo relativo ao processo constitutivo do discurso de
identidade profissional que considera uma personalidade que pressupõe uma
subjetividade inerente ao Homem2.

2
Homem - espécime humana.
A subjetividade indica características pessoais e psicológicas, nas quais não me deterei,
mas afirmo que determinam grande parte da singularidade dos sujeitos, pois
determinam como esse sujeito lida com as situações, quais escolhas valorativas realiza
e, como lida com o saber cotidiano e com o elaborado. E isso instaura uma condição do
e ao educador em sua prática que se reverbera na formação identitária profissional do
aluno. Isto implica dizer que a subjetividade atua como um dos elementos constitutivos
e intermitentes no processo de formação do discurso no ensino profissional, uma
interface, como imagem do homem e este como profissional.

A subjetividade integra e atua como divisor de práticas, singularizando modos de estar


na e pensar a profissão docente. Ela parte da formação do educador, incorpora os
resquícios da memória resgatados pelo que se tem como enunciado e discurso do
ideologicamente constituído, permeados por influências sofridas durante o processo de
formação. Tudo o que se diz é um enunciado constituído de outras falas que se
coadunam ao nosso pensamento acerca de uma educação que se instaura no espaço do
ideal e que se manifesta na esfera do possível, compreensível e realizável.

Os saberes na educação profissional são interfaces no discurso da educação profissional,


em virtude de se constituírem em um diálogo de formação profissional e identitária,
entre alunos e educadores. Isto é, ao considerarmos o cenário de aprendizagem em sala,
interpelado por um conhecimento do outro, a comunicabilidade se faz presente e de
forma dialógica, acima de tudo constitui-se em projeções discursivas dos sujeitos, do
educador e do aluno. Isso devido ao fato dos saberes docentes, práticos e elaborados
exercem, assim, uma força sobre o discurso, que pode ou não se impregnar dos saberes
pedagógicos e institucionais ou apenas acatar os conceitos que se coadunam com os
valores e interesses de cada sujeito em face de um ensino de qualidade.

O saber docente viabiliza a tomada de decisões norteadoras do trabalho, no âmbito


escola-trabalho, e impede que práticas discursivas distanciadas de uma docência, para a
formação de sujeitos sociais se estabeleçam no processo educativo. A ausência de
diálogo entre as áreas de conhecimento deve ser considerada como uma interface do
discurso profissional que precisa ser repensada, e esse é um fator de instabilidade para a
instituição, para as propostas pedagógicas, para os sujeitos da educação, educador e
educandos.
Vejo os saberes do educador relativos à própria formação e à transposição do
conhecimento acadêmico, em um trabalho de linguagem mediado por práticas
singularizadas, e que podem se constituir em práticas socializadas e institucionalizadas.
O que evidencia os saberes elaborados (específico) manifestados em práticas que
apontam para o nível discursivo das relações interpessoais entre educadores, alunos e
projeção no mercado de trabalho. O processo de produtividade efetivamente qualitativo,
intermediado pelos saberes docentes, deve atender à critérios e exigências de um curso
profissionalizante e à demanda social.

Destaco que as práticas efetivamente qualitativas não implicam que a responsabilidade


seja única e exclusivamente do educador, mas uma parceria entre sujeitos do processo,
50% responsabilidade dos alunos, em termos de produção e recepção e 50%
responsabilidades de educadores, em termos de saberes docentes e transposição via
estratégias e recursos discursivos.

Todavia, como os saberes se tornam significativos no ensino profissionalizante, via


discurso docente? É possível dizer que à medida que o discurso docente na formação
profissional consegue estabelecer um diálogo de aproximação entre teoria e prática, ao
oferecer argumentos para uma e para a outra, por meio de aplicações e projeções nas
representações sociais escola-trabalho, conferimos uma significação, um sentido àquilo
que se ensina e compreensão àquilo que se apreende. (2006, ABDALLA, p.42).

Estabelecer relação entre os saberes pré-concebidos e os que se concebem durante o


curso apontam para uma consideração do outro no discurso educativo de sala de aula, é
dar voz ao outro e fazê-lo acontecer durante o processo de formação, como forma de
constituição discursiva identitária profissional. (2008, CHARLOT, p.44) As linguagens
tornam-se ferramentas e ou instrumentos de aproximação de idéias e conceitos de
diferentes áreas, aplicadas em trabalhos e projetos voltados à atuação dos futuros
profissionais em representações sociais escola-trabalho. Acima de tudo, o discurso deve
promover o sujeito de forma global, isto é, um sujeito de relações no ambiente trabalho
e na própria vida.

Ao aplicar os pensamentos de Bakhtin (1995), tratei do discurso e das relações sujeito-


trabalho na esteira dos pensamentos marxistas. Considerei os aspectos ideológicos,
circunstanciais de tempo e espaço e de sujeitos que integram a formação discursiva em
sua origem. Esses elementos contribuem, não somente para a formação discursiva em
sua constituição de origem, mas também constituintes do discurso profissional docente,
que compreendo como uma interface ou interfaces do discurso profissional. E esses
elementos conferem ao discurso uma imagem, aqui profissional.

Destaco um pensamento bakhtiniano “... há um diálogo contínuo entre os fenômenos do


mundo, em que nada escapa ao mecanismo das relações” (1995, p.36). Essa citação é
bastante pertinente à constituição discursiva de educadores que pensam a educação sob
o prisma de um diálogo contínuo e, por ser diálogo, considera as relações que se
estabelecem entre sujeitos, seja em discursos verbais ou não-verbais, falas, ações e
imagens de si. Então o como, o porquê, o quando e onde são constituintes do discurso
na educação profissional. Vejamos:

O como das interfaces é representado pela ação-reflexão-ação docente associada a uma


identidade profissional que se forma nesse processo dialógico dinâmico de interação
entre saberes disciplinares, pedagógicos e institucionais. A teoria, enquanto
conhecimento disciplinar específico, conectada a uma proposta de prática que se
justifica em relações que se estabelecem com as demais esferas, resgata a ideia de
educação como trabalho social. Pimenta afirma que ... “os saberes pedagógicos só se
constituem a partir das práticas que as confronta com a teoria e as reelabora.” (apud,
ABDALLA, 41). O que se produz em termos de conhecimento e prática adquirem uma
representatividade social, e isso é discurso identitário, na educação profissional. E a esse
respeito, as autoras citadas acima pensam que:

“A idéia de identidade profissional passa pela compreensão que


se tem da prática habitual, das habilidades e das possibilidades
pessoais (subjetivas), profissionais (intersubjetivas) que fundam
e ou são fundadas pelas exigências da escola (objetivas), em
busca da prática desejada” (p.46).

O porquê está fundamentado na especificidade e nas exigências dos cursos de


profissionalização que requerem um discurso que não se restrinja a tecnicidade, mas,
sobretudo, amplie-se para as interrelações no ambiente de trabalho. Em muitas vezes, as
interrelações são determinantes, ao se considerar a imagem identitária um discurso de
argumentação social, profissional e institucional, de trabalho, ou seja, uma linguagem
que nem sempre fala, mas mostra.
O quando surge nas relações cotidianas coletivas, em um onde que pode ser a sala de
aula e ou trabalho, isto é, em momentos em que teoria e prática se cruzam e se
justificam mutuamente em um determinado momento, em representações sociais de
sujeitos.

Nessa perspectiva, considero o lugar de onde os sujeitos, compreendidos aqui, como


educadores e alunos, sujeitos da educação, pronunciam-se e isso confere um ponto de
vista que não é unilateral. Ao contrário, deve-se considerar a multiplicidade de olhares
sobre os mesmos objetos e questões referentes ao processo educativo e como se
configuram nesse cenário. Sobre isso Bakhtin (1995) afirma que:

O ponto de vista único não implica unicidade de configuração,


pois um olhar que um indivíduo dirige ao mundo, cria uma
simultaneidade de percepções. A percepção é comandada por
uma lei de posicionamento que determina o prisma do campo
visual de focalização. (p.37)

O lugar de onde se fala é um lugar que exerce e sofre influência sobre o que se fala e o
que se mostra no discurso. O educador fala de um determinado ponto e poderíamos
considerar inclusive o espaço físico à frete da sala, mas especialmente a posição de
poder da qual se imbui, por meio dos saberes docentes elaborados (específico),
cotidianos, pedagógicos e institucionais.

Quando se fala de um sujeito permeado pelas questões ideológicas de um tempo e de


um espaço, pretendo dizer que o discurso docente, embora singular, também sofre as
influências da sociedade em que vive e a reproduz em seu discurso. Isso ocorre sem que
o sujeito se dê conta da infra-estrutura discursiva que integra o aspecto extra-verbal das
relações dialógicas que se estabelecem nas representações escola-trabalho.

CONTEXTUALIZANDO A ABORDAGEM

Como estabelecer relação entre o contexto vivencial extra-verbal e o discurso na


educação profissional? Como explicar o que está fora dos limites do verbal?

Essas questões também circundam as interfaces do discurso na educação profissional,


tendo em vista que tratam da teoria aplicada a uma prática que está fora da esfera
verbal. A prática é um discurso de ações, de atitudes assumidas pelo sujeito educador
em relação ao sujeito aluno em suas representações fisicamente externas e
psicologicamente internas. Na verdade, o discurso docente realiza projeções a respeito
do que poderia ser um ser e estar na profissão do aluno no trabalho, nas palavras de
Abdalla (2006). Os seminários temáticos, por exemplo, funcionam como
experimentações e projeções do discurso no contexto extra-classe, mas jamais terão a
pretensão de conferir fidedignidade à essa representação da realidade profissional.

O profissional que assume questões como responsabilidade, projeção social, valores e


suas relações com as exigências e especificidades de uma profissão pensa uma
autonomia, o que leva a pensar mais uma vez em um ser e estar na profissão, seja
docente seja discente. E é essa projeção que se pretende em um curso de formação
profissional, entender e formar o profissional, não somente como um técnico
competente e hábil, em suas funções específicas, mas , sobretudo, como um sujeito que
se constitui em uma identidade profissional e pensa em suas projeções como
representações de si na sociedade.

O educador é em sua essência um ser dialógico, tendo em vista o processo educativo em


seu estado puro de ensino e de aprendizagem, um processo contínuo e recíproco. Esse
processo confere dinamicidade e diversidade, sustentadas pela memória de base que
fundamenta as práticas educativas. Nessa constituição identitária instaura-se o
dialogismo (BAKHTIN, 1995) entre múltiplas vozes sociais que confirmam e negam a
formação e os valores constituintes da identidade do educador. A todo o momento,
somos testados pelo sistema e seus sujeito, incluindo-se nesse âmbito, o corpo discente,
que para acatar o discurso educativo, de relações entre teoria e prática, testa os saberes e
as dimensões desses saberes e, portanto, o estabiliza na esfera aula e o confere
credibilidade.

O educador divide-se entre o céu e o inferno, isto é, constituir a identidade profissional


com base em preceitos de formação sólida e lutar por uma educação que privilegie as
necessidades sociais reais ou atender (acatar) ao discurso impositivo e
fundamentalmente tradicional e estatístico das estruturas. Cada educador faz a sua
prática, de forma a estabelecer relações com as demais esferas do conhecimento e no
intuito de apontar para a representatividade social àquilo que se apresenta como
imprescindível para a aplicabilidade da teoria em uma prática profissional, caso
contrário, qual seria a justificativa para se ensinar, ou se pensar que ensina algo, se não
encontramos um elo entre a sociedade e a transitividade do conhecimento que é
ensinado, ou seja, de onde vem e para onde vai.
A identidade profissional em constructo se faz, inclusive, por meio de práticas atípicas,
de sujeitos singulares em ações coletivas. As práticas devem ser pensadas para um
contexto social, para pessoas e necessidades reais sob a perspectiva de uma
aprendizagem e de um ensino factuais, logo fundados na realidade, questão presente nas
palavras de Franco Ferroti, (apud NÓVOA, 2000, p. 18):

O homem é o universal singular. Pela sua práxis sintética, singulariza


nos seus actos a universalidade de uma estrutura social. Pela sua
actividade destotalizadora (retotalizadora, individualiza a generalidade
de uma história social colectiva. Eis-nos no âmago do paradoxo
epistimologico (...) se nos somos, se todo o indivíduo é a
reapropriação singular do universal social e histórico que o rodeia,
podemos conhecer o social a partir da especificidade irredutível de
uma prática individual. (2000, p.18)

Há duas identidades em dois espaços profissionais o do deve-se cumprir e o


daquele no qual depositamos nossas crenças em fazeres e subjetividades que moldam o
espaço escolar e lhe conferem, também, uma identidade ou imagem. Faz-se ecoar a voz
de Lipinski (apud NÓVOA, 2000, p.15), ao afirmar que “as duas identidades não podem
ser dissociadas, uma integra e interfere na outra” ..

O que compreende a formação discursiva identitária docente e, consequentemente,


discente é a formação em sua totalidade, mas em constante construção. Isto implica
dizer que o sujeito será sempre incompleto em sua constituição discursiva identitária
profissional, mas sempre estará pleno em suas relações dialógicas na sociedade. E
autores como Abdalla (2006), Charlot (2008), Contreras (2002) pensam a educação e a
formação identitária profissional por esse viés. Um profissional jamais estará completo,
mas é possível estar pleno.

Ao pensarmos em discursos, trazemos várias dimensões sociais referentes às questões


filosóficas, sociológicas, econômicas e políticas para o interior desse fenômeno
discursivo. Essas dimensões associadas às práticas educativas são elementos
constitutivos dos discursos e retornam para essas esferas da sociedade, em um percurso
cíclico e contínuo, que tem por objetivo promover as relações interpessoais de forma
inteligível, que supere as frustrações provocadas pelas relações entre sujeitos, fazeres e
produção.

Procuramos manter as convicções primeiras àquelas com as quais adentramos nesta


profissão e com as quais conduzimos nosso trabalho e aqueles que tentamos formar
como cidadãos atuantes e capazes de proferir um discurso que ecoe também a nossa
voz. Sobretudo a formação docente tem grande parcela de responsabilidade nos rumos
que a sociedade e seus participantes assumem. Domine (apud, NÓVOA, 2000, p. 24)
sintetiza essa fala ao conceber a formação docente como também um constructo
histórico e reflexivo acerca do conhecimento e do diálogo com a prática docente e
realidade:

A vida é o lugar da educação e a historia de vida e o terreno no qual se


constrói a formação. Por isso, a prática da educação define o espaço
de toda a reflexão teórica [...] o saber sobre a formação provém da
própria reflexão daqueles que se formam. É possível especular sobre a
formação e propor orientações técnicas ou formulas pedagógicas que
não estão em relação com os contextos organizacionais ou pessoais.
No entanto, a análise dos processos de formação, entendidos numa
perspectiva de aprendizagem e de mudança, não se pode fazer sem
uma referencia explicita ao modo como um adulto viveu as situações
concretas do seu próprio percurso educativo.

São múltiplas vozes de um tempo e de um espaço, que constituem um processo de


(trans) formação e evolução dentro dos sistemas, como vozes do saber, ora dominante
ora dominado.

Não há discurso neutro, todos são permeados pela ideologia que é social, e, pelas
inferências pessoais provenientes das crenças, dos saberes pedagógicos, institucionais,
formativos, cada qual em sua instância de atuação e permissão dentro de um sistema de
normas e metas a serem atingidas.

Diante desse cenário de interpelações, o sujeito se vê impelido a reavaliar posturas.


Consequentemente, ele revê o processo de formação e atuação profissional que implica
a identidade do sujeito em relação dialógica com as esferas de atuação e de dimensão,
ainda que sob a égide do poder dominante das estruturas educacionais, o sujeito tenta
sobrepor-se a esse discurso, por intermédio da marca identitária singular de cada
profissional, que deve ser preservada se coaduna com a postura de um educador
engajado nesse processo de formação de si e de outro em sua totalidade.

Manter as singularidades do sujeito não significa negar-se ao diálogo com outras formas
discursivas ou esferas, pode significar adequar-se a uma exigência formal pedagógica
ou institucional inerente à prática. Para tanto, é imprescindível dispor-se a revisitar-se,
para que de forma consciente, façamos escolhas.
Contreras (2002) trata das questões de autonomia profissional relativa à prática docente,
discurso, que considera as singularidades, manifesta-se e se reverbera nos cursos de
formação profissionalizante e dos conflitos que se presentificam no discurso
profissional, nas falas de educadores, que aqui também encaminho para pensar a
formação identitária de alunos, pois ambos se constituem em discursos de saberes.
Novamente são lugares de onde se fala e que marcam a identidade profissional de
professores e de alunos de cursos profissionalização. Isso não implica afirmar uma
autonomia plena do discurso educativo em práticas discursivas cotidianas, mas sim
dizer que a constituição individual, intelectual e social, age de maneiras diferentes e
permite diferentes posicionamentos ao sujeito da ação.

Ele tenta mobilizar-se em fazeres singulares e coletivos transformadores de um “status


quo”. Os discursos que circulam entre os sujeitos provocadores são discursos educativos
fincados em saberes e posturas que se propagam em dimensões ainda sensíveis e que
compreendem variáveis dependentes, como o tempo, o espaço, os saberes, as
subjetividades, as especificidades e exigências, que são elementos constitutivos voltados
à reflexão sobre as interfaces do discurso na educação profissional.

Esse processo corresponde a como o discurso dos sujeitos se manifesta e, por


conseguinte, como os educadores atuam com e sobre ele, como transformadores de uma
realidade. A transformação da realidade ou sociedade, mesmo que local, é o reflexo ou a
reverberação, em primeira instância, em cursos profissionalizantes, e, posteriormente,
profissionais formados por esses cursos e alocados no espaço trabalho, estabelecendo
relações de imagens discursivas profissionais encadeadas, o que já se configura como
uma representação social.

Entendo as representações sociais, segundo Moscovici (1978), como dinâmicas, uma


reverberação ou status proveniente de uma produção de comportamento e relações com
a sociedade, de ações que modificam comportamentos e relações, a partir de um
estímulo exterior (p.50). Nessa esteira, penso as práticas em curso de formação
profissional a partir das interfaces do discurso, no sentido de evitar cair na armadilha
discursiva da reprodução de conhecimentos, ideologicamente e, por isso, abalizada, na
esfera educacional.

CONCLUSÃO
Tratar das interfaces do discurso na educação profissional é pensar a educação como
veículo de liberdade. Não se trata de uma liberdade física, mas uma liberdade do
espírito, de uma mente de sujeitos conscientes do papel social a ser desempenhado pelos
sujeitos. Trata-se da liberdade baseada na possibilidade de escolha de caminhos traçados
pelo sujeito da ação, escolha que deve indiciar uma liberdade real. O educador e o
ensino, por meio do discurso de emancipação são elementos sociais que apontam para a
transição, à medida que representam os pensamentos de sujeitos e de subjetividades, os
paradigmas de uma sociedade, de um tempo, de um lugar que se modificam com essa
sociedade e paradoxalmente tentam transformá-la.

Nesse ínterim, o educador assume o papel de porta-voz, provocador, ao colocar a voz à


frente da sociedade para compreendê-la e por meio do seu discurso de vozes, apontar
para a liberdade consciente de transformação de aspectos e condições desfavoráveis ao
homem desse e de outros tempos, desse e de outros espaços. E essa é uma representação
social do educador e do discurso que profere, por intermédio do trabalho e da produção
desse trabalho, que compreende as relações entre sujeito e sociedade.

O discurso e as interfaces na educação profissional estão inseridos no ato de ensinar e


funcionam como indiciadores da identidade profissional docente que se constitui e se
manifesta no ambiente sala de aula e funciona como espelho de visibilidades e
projeções para a formação profissional identitária discente. Essa segunda formação
ocorre em concomitância com a reformação e a projeção identitária docente em ações
contínuas e recíprocas das relações discursivas em sala de aula, o discurso como uma
imagem de si mesmo.

Entretanto, a esta altura é preciso resgatar algumas premissas: o que é discurso? O que
compreende a formação discursiva identitária docente e, consequentemente, discente? O
que é comunicabilidade? O que é um discurso favorável e significativo à aprendizagem
na educação profissional? O que são interfaces do discurso na educação profissional e
quais são elas? Qual a aplicação do conhecimento sobre a formação discursiva,
considerando-se a identitária em práticas educativas?

Discurso é tudo que se pronuncia, por meio das linguagens verbal e não-verbal. É o que
se diz, como se diz e como se mostra (imagem). Na educação profissional é, sobretudo,
entender o sujeito de uma forma global, de modo a atender às especificidades de uma
representação social, mas também atender às exigências de um ser de relações no
trabalho e na sociedade, e este é um resultado bastante significativo, enquanto papel
social da educação.

Assumir o papel social da educação em práticas singulares, voltadas à transformação


social, requer a mediação da formação identitária profissional e confere uma imagem
discursiva aos sujeitos educadores, tendo em vista que a imagem é compreendida pelo
que se diz e também pelo que se faz, a ação é um discurso não-verbal. Se ensinar em sua
origem é transitar por entre significados, o ensino na educação profissional, em especial,
não pode ser estanque, não pode ser engessado por nenhum mecanismo de manipulação
da sociedade e de seus sujeitos, mas deve buscar atender às exigências e especificações
que caracterizam os cursos e os profissionais que se formam.

O atendimento de algumas exigências da profissão educador implicam uma situação de


aprendizagem, de um ser e estar coletivos que se refere a uma formação de totalidade,
em detrimento parcialidade da formação profissional, permeada por um discurso
educativo de fragmentos, que formam profissionais incompletos, em aspectos
fundamentais para uma projeção identitária profissional que atenda às exigências do
mercado de trabalho.

A ação docente de entender o sujeito em sua totalidade remete a um repensar sobre a


postura sobre às questões valorativas e culturais, e à prática em sala de aula, incluindo-
se os conhecimentos específicos, como discurso identitário profissional. A práxis, a
postura, a cultura e os valores conferem um caráter formativo bastante amplo no curso
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profissionalizante e integram um processo de “ser e estar” na profissão que implica
uma formação identitária profissional, mas não somente de professores, mas
especialmente de alunos. Significa dizer que os alunos apreendem, por intermédio da
imagem discursiva do educador, uma postura profissional que pretende simular um ser e
estar em outros contextos de atuação profissional. Então, o que compreende a formação
discursiva identitária docente e, consequentemente, discente é acima de tudo,
compreender a formação em sua totalidade, mas em constante construção. Isto implica
dizer que o sujeito será sempre incompleto em sua constituição discursiva identitária
profissional, mas sempre estará pleno em suas relações dialógicas na sociedade.
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Ser e estar na Profissão é um termo pego de empréstimo da obra “o Senso Prático de ser e estar na
Profissão”, de ABDALLA (2006).
A comunicabilidade é toda mensagem ou enunciado que se realiza, à medida que nos
fazemos entender, ou seja, para haver comunicabilidade, é necessário que o discurso
seja aprendido e apreendido, o que pressupõe compreensão. Teoria e prática se
configuram em comunicabilidade entre alunos e professores, à medida que há a
compreensão e também considero a aceitação do discurso educativo em sala para que
essa compreensão se efetive e integre a formação dos alunos em relações dialógicas de
formação de um e de outro e, por isso, digo que são relações de formação identitária
interdependentes. Promover um ensino que estabeleça comunicação entre os objetos e
sujeitos do processo do ensino profissionalizante, é pensar a relevância do papel social
desempenhado pelos sujeitos da educação, na busca de um meio de inserção na
sociedade, por meio da profissionalização, pois concebem o espaço de trabalho um ser e
estar na profissão, de um lado o educador e de outro o educando.

Na perspectiva desta abordagem, um discurso favorável e significativo à aprendizagem


na educação profissional seria a comunicação, via discurso profissional docente, de
forma a estabelecer interrelações entre as áreas de conhecimento, sujeitos e ambiente de
trabalho que conferem significado ao que se ensina e ao que se aprende, em relações
dialógicas de sentido para os sujeitos envolvidos no processo de formação técnica e de
formação identitária profissional. Pensar os saberes e relacioná-los à realidade escola-
trabalho, sociedade.

Compreendo as interfaces do discurso na Educação Profissional, à medida que conheço


como, por que, quando e onde esse discurso se constitui. A partir desse conhecimento, a
pesquisa contribui para a reflexão sobre a transformação das realidades discursivas
educacionais e, consequentemente, para a compreensão do discurso profissional
identitário docente e, como projeção, discente, em ambientes de formação e de trabalho.

As interfaces de construção da identidade profissional de sujeitos da educação,


educadores e alunos, são determinantes para a projeção discursiva nas representações
sociais, escola-trabalho. Nesse sentido, a importância do discurso na educação
profissional se apóia nos constituintes discursivos de tempo, espaço, ideologia, além de
considerar as subjetividades, os saberes cotidianos e elaborados e a autonomia dos
sujeitos. Essas questões inserem-se como interfaces do processo de formação discursiva
profissional no Ensino Profissional, que tem por base a dialogia, isso porque considera o
saber plural de alunos e educadores em tempos e espaços discursivos diferentes e
singulares. E, esses elementos são fundamentais e imprescindíveis para encontrarmos
algo de concreto, na inconcretude das relações discursivas na educação profissional.

Assim, o conhecimento sobre a formação discursiva, considerando-se a identitária em


práticas educativas, serve para analisar e avaliar as representações sociais de educadores
e de alunos sobre a escola e o trabalho. Essa é uma questão relativa ao lugar de onde se
fala que marca a identidade profissional do sujeito na educação profissional, de modo
que estabelece comunicabilidade entre alunos, professores e ambiente profissional a ser
vivenciado.

Penso que a partir da diversidade ou das múltiplas possibilidades de abordagem


voltadas à mobilização para uma ação efetiva do homem na sociedade, possamos atingir
perspectivas razoáveis para um caminhar não de certezas, mas de práticas pensadas a
partir de discussões e experimentos na e para a realidade educativa.

As palavras-chave como discurso, identidade, interfaces, formação e profissional têm


uma dimensão que se atribui a cada uma delas no processo discursivo, que é singular,
marca e caracteriza identidades, via interfaces do discurso identitário, na educação
profissional.

Então, na verdade, tratei da produção de sentido que os discursos na formação


profissional, permeados pelas interfaces discursivas, produzem nos sujeitos envolvidos
e em termos mais abrangentes, no trabalho como representação social? Se pensarmos
que todo discurso está impregnado de sentidos e que na educação esse processo é ainda
mais intenso, afirmo que sim. Todavia, quais sentidos estão sendo conferidos à ao
discurso identitário na educação profissional, se há o referido jogo de aceitação e
refutação do discurso de saberes e de práticas docentes, citado no interior deste artigo?
Mas esta seria uma questão apenas citada neste artigo, ela ficaria para uma próxima
abordagem que pode partir dos conceitos e ideias presentes nesta abordagem dialógica.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

ABDALLA, Maria de Fátima Barbosa. O senso prático de Ser e estar na profissão. São
Paulo: Cortez Editora, 2006. 120p.

BAKHTIN, Mikhail M. O Romance e a voz. Trad. Irene A. Machado. São Paulo:


Imago, 1995. 347p.

CHARLOT, Bernard. Relação com o saber, Formação dos Professores e Globalização


– Questões para a educação hoje. São Paulo: Artmed Editora S.A.. 2005. 159p.

CONTRERAS, José. A autonomia dos professores. São Paulo: Cortez Editora. 2002.
296p.

MOSCOVICI. Serge. A Representação Social da Psicanálise. São Paulo: Zahar


Editores. 1978. 291p.

NOVOA, Antonio. Vida de Professores. Porto-Portugal: Ed. Porto LTD. 2000. 215p.

Enviado em 14 de Junho de 2010.

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