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Deus quer a salvação de todos os homens?

“Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso


Salvador, Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao
conhecimento da verdade.” (1Tm 2.3-4 ACF)

O que este versículo significa? Não há razão para crer que signifique outra coisa senão
exatamente o que diz. É a vontade e desejo soberanos de Deus que todos os homens sejam
salvos. Obviamente, então, a vontade de Deus não é sempre cumprida e Deus ordenou que o
homem pudesse frustrar Sua vontade, porque é claro por outras passagens que nem todos os
homens serão salvos. Claro, o calvinista tem todo o tipo de meios pelos quais ele conclui sobre
o ensino claro de II Pe 3.9 e I Tm 2.3-4, mas só alguém comprometido com o calvinismo
interpretaria a Escritura dessa forma. Por exemplo, alguns calvinistas afirmam que Deus tem
dois tipos de vontade: “desiderativa e decretiva”. Embora Ele deseje realmente que todos os
homens sejam salvos, Ele só decretou que os eleitos sejam salvos. Assim, quando II Pe 3.9 e I
Tm 2.3-4 dizem que Deus não quer que qualquer pereça e que Ele quer que todos os homens
sejam salvos, isto é meramente Sua vontade “desiderativa”, enquanto só os pecadores eleitos
que caem na categoria de Sua vontade “decretiva” serão realmente salvos porque são os
únicos, que são soberanamente regenerados e recebem o “dom da fé”. Quando eu disse a um
professor calvinista que isto é mera “enrolação”, ele muito se ofendeu, mas não vejo o que
mais pode ser. Claro esta intransigente tentativa de reconciliar I Tm 3.3-4 e II Pe 3.9 com o
calvinismo realmente cria mais problemas que os resolve, porque admite que a vontade
desiderativa de Deus não será cumprida. Assim, a vontade de Deus pode de fato ser frustrada
pelo homem – não Sua vontade decretiva, você pode pensar, mas Sua vontade desiderativa –
que significaria que Deus tem uma vontade que não é soberana.

O fato é que apesar de Deus querer que todos se salvem e nem todos acharem a Graça, isso
não significa que Deus deixou de ser soberano, mas sim que o Todo Poderoso se resignou a
respeitar as decisões das suas criaturas por amor!
Soberania e Determinismo: Há duas palavras gregas comumente traduzidas por “soberano”
no Novo Testamento. Uma é dunastes, que, de acordo com a Concordância de Strong,
significa: “príncipe, potentado; cortesão, alto oficial, ministro real de grande autoridade” (1414),
e a outra é despotes, que significa: “mestre, Senhor” (1203). É digno de nota que não há
nenhum léxico que inclua determinar cada ação como um sinônimo ou mesmo um atributo
necessário para essa soberania. São coisas diferentes. Ser soberano é ser senhor sobre tudo,
é ter controle e domínio sobre todas as coisas; determinismo, por outro lado, é determinar cada
ato do indivíduo, o que vai muito além do conceito básico de soberania.
O Fatalismo sempre foi heresia aos olhos da Igreja de Jesus: A definição do fatalismo
como heresia foi dado no concílio de Orange em 529 – pra igreja primitiva, a ideia de salvação
monergística, era uma cosmovisão pagã e estoica (veja, são os documentos históricos que
dizem isso). A salvação para ser bíblica, tinha que haver a ação de Deus e a interação do
homem – Paulo disse muito claramente: “Como cooperadores de Deus, insistimos com vocês
para não receberem em vão a graça de Deus” (2ª Coríntios 6.1)… A Igreja primitiva era radical
nisso, tanto que no concílio de Orange faltou muito pouco até mesmo para Santo Agostinho
entrar na categoria de herege… Aliás, muitos bispos o acusava de tal pecado e de pagão
infiltrado (Confira na obra de Peter Brown sobre a Biografia de Agostinho, Record)… é pra isso
que os fatos apontam.
Israel eleito, mas reprovado: Israel é chamado de eleitos de Deus, tanto no Antigo
Testamento quanto no Novo Testamento (Is 45.4; 65.9, 22; Mt 24.31, etc…) Não há dúvida de
que Deus escolheu Israel, o chamou e o atraiu para Si, com “laços de amor” (Os 11.4). No
entanto, a maioria dos israelitas se voltaram para a idolatria (Jr 2.32, 18.15). Muitos dos que
são atraídos pelo Senhor se recusaram a crer nele para a salvação. Jesus disse “eu não vos
escolhi a vós, os doze? No entanto um de vós é um diabo. Ele falou de Judas…” (Jo 6.70-71).
(Dave Hunt). Deus chama a todos, mas somos livres para segui-lo ou não.

Fontes: Dave Hunt; David Cloud; JF Martinez

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