Você está na página 1de 19

Licensed to Eduardo Henrique Amorim de Almeida - eduardoalmeidafh@gmail.com - 192.159.

857-35

PERÍODO PRÉ-COLONIAL E INÍCIO DA COLONIZAÇÃO

O período pré-colonial (1500-1530)

Entre 1500 e 1530, o governo português limitou-se a


Nos primeiros 30 anos após a chegada de Cabral, os enviar para terras sulamericanas expedições marítimas
portugueses não estavam interessados nas terras da destinadas a preservar a posse da terra para
América do Sul: afinal, eles não haviam descoberto Portugal e a reconhecer o novo continente, que ficaram
jazidas de ouro por aqui. De início, os olhares conhecidas como expedições pré-colonizadoras.
portugueses estavam todos voltados para o rico comércio Durante esse período, houve a exploração econômica do
de especiarias no Oriente. pau-brasil, árvore abundante em nosso litoral daonde se
extraía uma tinta vermelha valiosa usada no tingimento de
tecidos.

O lucro gerado pela exploração do pau-brasil, entretanto,


era bem menor que aquele gerado pelo comércio de
especiarias orientais.
Licensed to Eduardo Henrique Amorim de Almeida - eduardoalmeidafh@gmail.com - 192.159.857-35

Expedição comandada por Gaspar de Lemos (1501):


explorou grande parte do litoral brasileiro e nomeou
os principais acidentes geográficos encontrados
(ilhas, cabos, rios e baías);

Expedição comandada por Gonçalo Coelho (1503):


essa expedição foi organizada mediante um contrato
assinado entre o rei de Portugal e um grupo de
comerciantes interessados na exploração do
pau-brasil, dentre eles o comerciante Fernão de
Noronha;

As expedições pré-colonizadoras foram: Expedições comandadas por Cristóvão Jacques


(1516 e 1520): essas expedições foram
organizadas para tentar deter o contrabando de
pau-brasil feito por comerciantes de outros países
europeus, e para tentar defender a terra de
eventuais invasões francesas. Por isso, ficaram
conhecidas como
Licensed to Eduardo Henrique Amorim de Almeida - eduardoalmeidafh@gmail.com - 192.159.857-35

Expedições guarda-costas, mas não tiveram sucesso


por conta da grande extensão do nosso litoral.

Ficou estabelecido o regime de estanco: o rei de A primeira riqueza explorada pelos portugueses em
Portugal cedeu a alguns comerciantes a concessão do território americano foi o pau-brasil, árvore então
direito de exploração do pau-brasil, e em troca abundante no litoral leste da América do Sul.
esses comerciantes deveriam entregar parte de seus O governo português declarou a exploração do
lucros para a Coroa e construir feitorias no litoral, pau-brasil como monopólio da Coroa Portuguesa: ou
onde seria armazenada – e protegida de ataques – a seja, ninguém poderia extrair essa árvore de terras
madeira do pau-brasil. O primeiro comerciante a ser brasileiras sem autorização prévia do governo
agraciado com a concessão do direito de exploração português e sem pagamento de tributos.
do pau-brasil foi Fernão de Noronha, em 1503.
Licensed to Eduardo Henrique Amorim de Almeida - eduardoalmeidafh@gmail.com - 192.159.857-35

A atividade de extração do pau-brasil demandava É importante destacar que ingleses, franceses


um comportamento nômade dos exploradores: estes se (principalmente) e espanhóis burlaram o monopólio
deslocavam pelas matas do litoral à medida em que a português e continuaram a extrair clandestinamente o
madeira ia se esgotando nos lugares em que estavam. pau-brasil. Os comerciantes europeus agraciados
Foi essa constante necessidade de deslocamento que com a concessão do direito de exploração do
impediu que a exploração do pau-brasil desse pau-brasil no litoral brasileiro estabeleciam com os
origem a núcleos de povoamento significativo. Foram indígenas um regime de trabalho conhecido como
construídas apenas feitorias em pontos da costa nos escambo.
quais a árvore era mais abundante.

O escambo funcionava assim: em troca de objetos


dados pelos europeus (tecidos, anzóis, espelhos,
facas e canivetes), os indígenas derrubavam as
árvores de paubrasil com machados fornecidos pelos
europeus, cortavam as árvores em toras e
levavam-nas até as feitorias, onde eram
armazenadas e transportadas para os navios.
A exploração do pau-brasil pelos comerciantes
europeus foi intensa, e logo a espécie começou a
escassear. A devastação da Mata Atlântica
começava ali.
Licensed to Eduardo Henrique Amorim de Almeida - eduardoalmeidafh@gmail.com - 192.159.857-35

A primeira fase da colonização (1530-1549)


Ao final da década de 1520, ficou claro para o governo
português que apenas as expedições enviadas ao litoral
brasileiro não tinham conseguido deter a atuação
clandestina de outros povos europeus na região, que
contrabandeavam paubrasil por meio do estabelecimento
de alianças com grupos indígenas daqui (ex: franceses e
tupinambás).

Assim, para assegurar a posse das terras na América do Além disso, o comércio português no Oriente tinha entrado
Sul e para conseguir alternativas para aumentar os lucros em declínio por conta da concorrência de ingleses,
comerciais, encorajado pela descoberta de ouro e prata franceses e espanhóis e por conta dos altos custos com
nas colônias espanholas da América, Portugal decidiu transportes e com manutenção de entrepostos.
iniciar a colonização do Brasil.
Licensed to Eduardo Henrique Amorim de Almeida - eduardoalmeidafh@gmail.com - 192.159.857-35

Em 1530, partiu de Lisboa a primeira expedição


colonizadora do Brasil, comandada por Martim
Afonso de Souza. Essa expedição tinha a missão de:

iniciar a ocupação e o povoamento da terra por


colonos portugueses;

combater a atividade de corsários estrangeiros;

procurar metais preciosos na terra;

realizar um melhor reconhecimento geográfico do


litoral.
Licensed to Eduardo Henrique Amorim de Almeida - eduardoalmeidafh@gmail.com - 192.159.857-35

Em 1532, Martim Afonso de Souza fundou a O primeiro engenho de açúcar do Brasil foi instalado
primeira vila do Brasil: São Vicente, no litoral do na região de São Vicente. De início, o governo
atual estado de São Paulo. Ele fundaria também o português concedia terras a portugueses que
povoado de Santo André da Borda do Campo. tivessem recursos econômicos para instalarem e
Com a expedição de Martim Afonso de Souza, o cuidarem de engenhos no Brasil e o comércio do
governo português decidiu iniciar o cultivo de açúcar era relativamente livre.
cana-de-açúcar no litoral do Brasil, por conta da
alta procura pelo açúcar na Europa e também para
iniciar, por meio do cultivo da planta, a ocupação
sistemática da colônia.

Por meio do exclusivo metropolitano, as


matérias-primas no Brasil eram compradas por Contudo, com o progressivo crescimento da economia açucareira, o
Portugal pelos preços mais baixos do mercado, ao rei D. Sebastião decidiu estabelecer regras mais rígidas para a
passo que os produtos produzidos em Portugal eram concessão de terras; e em 1571 decretou que o comércio colonial
vendidos aos colonos do Brasil pelos preços mais com o Brasil somente poderia ser feito por navios portugueses.
altos Dessa forma, foi implantado no Brasil o exclusivo metropolitano ou
pacto colonial, um instrumento de domínio característico do sistema
colonial que estabelecia o domínio econômico da metrópole
(Portugal) sobre a colônia (Brasil), e dava a Portugal o direito
exclusivo de fazer comércio com o Brasil.
Licensed to Eduardo Henrique Amorim de Almeida - eduardoalmeidafh@gmail.com - 192.159.857-35

Se de início havia escambo e cordialidade, aos Os colonos portugueses passaram a se aliar a


poucos a relação entre diversos povos indígenas e algumas tribos indígenas e, com a ajuda destes,
colonos portugueses foi se tornando conflituosa, pois guerreavam contra outras tribos: os prisioneiros
os nativos não aceitaram a ocupação de suas terras dessas guerras eram escravizados e vendidos para
pelos europeus. A partir da década de 1530, com o realizarem trabalho compulsório nas lavouras
início da colonização e a necessidade de mão açucareiras. O argumento utilizado pelos
de obra para a produção açucareira, os colonos portugueses era o de que os indígenas estavam se
portugueses passaram a escravizar indígenas de recusando a se converterem ao catolicismo e agindo
diversas etnias. com hostilidade contra os portugueses: dessa forma,
a guerra contra os indígenas seria uma “guerra
justa”.

Além de trabalharem em lavouras açucareiras no


litoral, os indígenas escravizados também
trabalhavam no cultivo de feijão, arroz, mandioca, na
extração das chamadas drogas do sertão (guaraná,
cravo, castanha, baunilha, plantas aromáticas e
medicinais) e no transporte de mercadorias. Durante
os primeiros anos de colonização, o governo
português não possuía recursos suficientes para
investir diretamente na colonização do território
brasileiro, e por isso decidiu criar o sistema de
capitanias hereditárias.
Licensed to Eduardo Henrique Amorim de Almeida - eduardoalmeidafh@gmail.com - 192.159.857-35

Dois documentos estabeleciam os vínculos jurídicos


entre o rei de Portugal e os capitães donatários:

1) A Carta de Doação, que conferia ao capitão


donatário a posse hereditária da capitania,
estabelecendo que eles seriam proprietários de
apenas uma parcela das terras, mas que possuíam o
direito de administrar toda a capitania e explorá-la
economicamente;
2) A Carta Foral, que estabelecia os direitos e
deveres dos donatários.

Os direitos dos capitães donatários eram os


seguintes:
criar vilas e distribuir terras (sesmarias) a quem
desejasse e/ou pudesse cultivá-las;
exercer autoridade judicial e administrativa sobre
as terras;
escravizar indígenas considerados inimigos e
obrigá-los a trabalhar nas lavouras;
receber a vigésima parte (o quinto) dos lucros sobre
o comércio do paubrasil.
Licensed to Eduardo Henrique Amorim de Almeida - eduardoalmeidafh@gmail.com - 192.159.857-35

Já os deveres dos capitães donatários eram os


seguintes:
assegurar ao rei de Portugal 10% dos lucros sobre
todos os produtos da terra;
assegurar ao rei de Portugal o quinto dos lucros
sobre os metais e pedras preciosas que fossem
encontrados;
assegurar ao rei de Portugal o monopólio da
exploração do pau-brasil.

O sistema de capitanias hereditárias:


lançou as bases da colonização do Brasil;
estimulou a formação dos primeiros núcleos de
povoamento europeus, como São Vicente (1532),
Porto Seguro (1535), I lhéus (1536), Olinda
(1537) e Santos (1545);
preservou a posse das terras brasileiras para os
portugueses;
revelou aos portugueses as possibilidades de
exploração econômica da colônia.
Licensed to Eduardo Henrique Amorim de Almeida - eduardoalmeidafh@gmail.com - 192.159.857-35

a falta de recursos dos capitães donatários: as


terras eram muito extensas e os capitães donatários
não tinham dinheiro suficiente para explorá-las. Por
isso, muitos desses capitães perderam interesse por
suas capitanias, acreditando que elas não lhes
dariam retorno financeiro;

as revoltas dos povos indígenas: as diferentes


etnias indígenas, resistindo à dominação
portuguesa, lutavam para defender suas terras e
defender a si mesmos da escravidão. Há relatos de
invasões indígenas constantes a vilas portuguesas;

o isolamento das capitanias: as capitanias eram


separadas entre si e de Portugal por grandes
No entanto, do ponto de vista econômico o sistema de distâncias e sob condições precárias de transporte,
capitanias não foi bem sucedido: apenas as o que gerava problemas de comunicação entre os
capitanias de Pernambuco e de São Vicente obtiveram administradores portugueses;
lucros com a produção de açúcar.
as dificuldades com a lavoura açucareira: nem
todas as capitanias tinham solo bom para o cultivo
de cana-de-açúcar. Aos capitães donatários das
capitanias sem solo adequado, restava a exploração
do pau-brasil, em cuja a participação dos
Os motivos para o fracasso das demais capitanias donatários nos lucros era muito pequena, fato que
foram: reduziu o interesse destes por suas terras.
Licensed to Eduardo Henrique Amorim de Almeida - eduardoalmeidafh@gmail.com - 192.159.857-35

O Governo-geral (1549 em diante)


Com o fracasso econômico da maioria das capitanias
hereditárias, a partir de 1549 a Coroa Portuguesa decidiu
instituir um novo modelo de governo no Brasil:
o governo-geral, no qual um funcionário do governo
português (o governadorgeral) ajudaria os capitães
donatários e interferiria no processo de colonização
do Brasil.
O governo-geral coexistiu com o sistema das capitanias
hereditárias: essa coexistência duraria até 1759, quando
as últimas capitanias seriam extintas e o território
brasileiro passou a ser efetivamente administrado pelos
representantes da Coroa Portuguesa.
O sistema de governo-geral duraria até 1808, com a
chegada da corte portuguesa ao Brasil, sendo que entre
1720 e 1808 os governadores-gerais foram chamados
também de vice-reis.

O governo português escolheu a capitania da Bahia para ser


sede do governogeral, pois ela se localizava em um ponto
geográfico vantajoso da colônia: no centro da costa
brasileira, o que facilitava a comunicação com as demais
capitanias.
A Coroa Portuguesa, então, retomou a posse da capitania da
Bahia e ali ergueu Salvador, a primeira capital do Brasil,
em 1549. Salvador foi construída em um terreno elevado, de
frente para o mar, de modo a facilitar a defesa militar da
cidade.
Licensed to Eduardo Henrique Amorim de Almeida - eduardoalmeidafh@gmail.com - 192.159.857-35

De modo geral, o governador-geral do Brasil deveria:


comandar a defesa militar da colônia, defendendo-a contra
ataques estrangeiros;
incentivar a busca por metais preciosos como ouro e prata;
dar apoio à religião católica;
dar apoio à luta contra a resistência indígena;
relacionar-se com os governadores das capitanias e
controlar os assuntos financeiros;
nomear funcionários da justiça e alterar penas;
indicar sarcedotes para as paróquias.

O governador-geral contava com auxiliares para seu


As Câmaras também organizavam expedições contra os governo: o ouvidor-mor (encarregado de questões
indígenas, determinavam a construção de povoados e judiciais), o provedor-mor (encarregado de questões
estabeleciam os preços das mercadorias. financeiras) e o capitão-mor (encarregado da defesa
Muitas vezes, as administrações locais representadas pelas militar do litoral).
Câmaras e pela figura dos “homens bons” se tornavam As Câmaras Municipais eram encarregadas de cuidar das
verdadeiros desafios ao governo-geral, pois se opunham ao administrações em níveis locais.
poder central do governador-geral e de seus auxiliares, Elas eram controladas pelos chamados “homens-bons”
colocando seus interesses locais em primeiro plano. (homens ricos, grandes proprietários de terra, de gado e de
O primeiro governador-geral do Brasil foi Tomé de Sousa, escravizados que exerciam grande poder nas vilas e
que governou entre 1549 e 1553. Durante sua gestão: cidades em que residiam) e ficavam responsáveis pelo
abastecimento das vilas que comandavam, pela tributação
dos habitantes locais e pela execução das leis.
Licensed to Eduardo Henrique Amorim de Almeida - eduardoalmeidafh@gmail.com - 192.159.857-35

O governador-geral contava com auxiliares para seu


governo: o ouvidor-mor (encarregado de questões
judiciais), o provedor-mor (encarregado de questões
financeiras) e o capitão-mor (encarregado da defesa
militar do litoral).
As Câmaras Municipais eram encarregadas de cuidar das
administrações em níveis locais.
Elas eram controladas pelos chamados “homens-bons”
(homens ricos, grandes proprietários de terra, de gado e de
escravizados que exerciam grande poder nas vilas e
cidades em que residiam) e ficavam responsáveis pelo
abastecimento das vilas que comandavam, pela tributação
dos habitantes locais e pela execução das leis.

Para transmitir aos indígenas os valores europeus e


cristãos, os jesuítas passaram a reunir as populações
indígenas em aldeamentos, também chamados de missões
O segundo governador-geral do Brasil foi Duarte da Costa,
que governou entre 1553 e 1558. Durante sua gestão:
Licensed to Eduardo Henrique Amorim de Almeida - eduardoalmeidafh@gmail.com - 192.159.857-35

vieram para o Brasil mais jesuítas, dentre os quais o padre


José de Anchieta;
foi fundado no planalto de Piratininga em 1554, por Manoel
da Nóbrega e por José de Anchieta, o Colégio de São Paulo,
junto ao qual surgiu a vila que daria origem à atual cidade
de São Paulo;
franceses (sobretudo de religião protestante huguenote), se
aliando a grupos indígenas como os tupinambás, invadiram a
região da Baía de Guanabara, e fundaram um povoamento
chamado de França Antártica.

O terceiro governador-geral do Brasil foi Mem de Sá, que


governou entre 1558 e 1572. Durante sua gestão:
os franceses foram expulsos do Rio de Janeiro em 1567,
com a ajuda do chefe militar Estácio de Sá, sobrinho de
Mem de Sá; A administração colonial do Brasil apresentou duas
o governo colonial português lutou contra diversos grupos tendências ao longo da história: a tendência de
indígenas que resistiam à conquista portuguesa, centralização do governo e a tendência de descentralização
ocasionando a destruição de diversas aldeias do litoral do governo. Quando a Coroa Portuguesa queria controlar e
brasileiro fiscalizar melhor a colônia, ela centralizava o governo: foi
o que aconteceu durante os três primeiros governosgerais.
Quando a Coroa Portuguesa queria ocupar regiões
despovoadas, impulsionar o desenvolvimento de
administrações locais e adaptar o governo às necessidades
dos colonos, ela descentralizava o governo.
Licensed to Eduardo Henrique Amorim de Almeida - eduardoalmeidafh@gmail.com - 192.159.857-35

Foi o que aconteceu após o governo-geral de Mem de Sá, No entanto, a experiência da descentralização foi
quando o rei de Portugal decidiu dividir a administração abandonada em 1578. O governo português, insatisfeito com
do Brasil entre dois governos: os resultados, decidiu estabelecer novamente um governo
o governo do Norte, que existiu entre 1573 e 1578 com único no Brasil, com sede em Salvador. Lourenço da Veiga
sede em Salvador e chefiado por Luís Brito de Almeida; foi, então, nomeado governador-geral do Brasil, cargo que
o governo do Sul, que existiu entre 1574 e 1578 com sede exerceu até o ano de 1581.
no Rio de Janeiro e chefiado por Antônio Salema.

que a Coroa Portuguesa deveria garantir a expansão do


catolicismo em todas as terras conquistadas pelos
portugueses;
que a Coroa Portuguesa deveria construir Igrejas e cuidar Em relação à religião, a lei determinava o catolicismo como
da conservação destas; religião oficial e obrigatória em todo o I mpério Português.
que a Coroa Portuguesa deveria remunerar os sacerdotes Dessa forma, todos os súditos do rei de Portugal, incluindo
católicos por seu trabalho religioso; aqueles residentes no Brasil, deveriam ser católicos, caso
que a Coroa Portuguesa tinha direito de nomear bispos e contrário poderiam ser perseguidos.
criar dioceses (regiões eclesiásticas administradas pelos O governo de Portugal e a Igreja Católica estavam ligados
bispos); entre si pelo regime de padroado, um acordo entre o papa e
que a Coroa Portuguesa tinha direito de recolher o dízimo o rei português que estabelecia:
(a décima parte dos ganhos) que os fiéis davam à Igreja.
Licensed to Eduardo Henrique Amorim de Almeida - eduardoalmeidafh@gmail.com - 192.159.857-35

No geral, a Igreja e o Estado português atuavam em


harmonia entre si: as autoridades políticas administravam a
colônia e decidiam a respeito das formas de ocupação,
povoamento e produção, ao passo que os religiosos tinham a
tarefa de ensinar aos súditos a obediência a Deus e ao rei
de Portugal. Isso não impediu que, por vezes, padres e
autoridades coloniais entrassem em confronto, como
demonstra a participação de padres em rebeliões coloniais.
Mesmo com as imposições da lei, parte da população
brasileira resistia à obrigação do catolicismo e praticava
secretamente outras religiões provindas da mistura entre
crenças europeias, indígenas e africanas: candomblé,
umbanda, calundu, catimbó, etc.

Para combater tais práticas, a Igreja Católica enviou ao


Brasil representantes do Tribunal da I nquisição: eram as
chamadas visitações, em que os sacerdotes representantes
da I nquisição abriam processos contra as pessoas acusadas
de crimes contra a fé católica.
As visitações perseguiram, muitas vezes, os cristãos-novos
(judeus convertidos ao cristianismo), que eram acusados de
praticar o judaísmo em segredo. Foram perseguidos também
acusados (as) de feitiçaria, blasfêmias e práticas sexuais
proibidas.
Muitos dos acusados pelas visitações foram levados a Por-
tugal para serem julgados.
Licensed to Eduardo Henrique Amorim de Almeida - eduardoalmeidafh@gmail.com - 192.159.857-35

A resistência indígena
As milhares de etnias indígenas que habitavam o território
que hoje corresponde ao Brasil durante a época da Confederação dos Tamoios (1562 – 1567): ocorrida no
colonização não aceitaram passivamente a dominação litoral paulista e sul fluminense, foi uma aliança de guerra
portuguesa sobre suas terras feita entre indígenas tupinambás, tupiniquins, carijós e
guayanás contra a escravização de indígenas e contra os
aldeamentos jesuítas, que contou com o apoio dos franceses
(os quais forneciam armas de fogo aos nativos). Muitos
líderes tupinambás como Cunhambebe e Aimberê se
destacaram, mas no fim das contas os portugueses venceram
a aliança através da guerra e da varíola – a doença
dizimou os aborígenes, que não eram imunes. Após a
expulsão dos franceses do Rio de Janeiro, a Confederação
se enfraqueceu ainda mais e foi forçada a assinar o
Tratado de paz de I peroig, concretizado graças à
intermediação dos padres José de Anchieta e Manoel da
Nóbrega. Os sobreviventes foram levados a aldeamentos
jesuítas no Rio de Janeiro e na Bahia.
Licensed to Eduardo Henrique Amorim de Almeida - eduardoalmeidafh@gmail.com - 192.159.857-35

Você também pode gostar