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1. HISTÓRICO DO MERGULHO
Permanecer embaixo d’água pôr um tempo indeterminado parece ter sido o sonho de
todos aqueles que se compraziam na apnéia. Podemos imaginar, numa época de tecnologia
praticamente nula, tal qual era na antigüidade, a falta completa de conhecimentos que
fossem capazes de materializar este ideal.
Os objetivos que despertavam este interesse certamente não se dirigiam para o lazer.
Somos inclinados a pensar que reis e governantes, caso pudessem e soubessem
permanecer respirando sob as águas, tratariam imediatamente de procurar todos os
tesouros e valores que, muitas vezes, a vista dos próprios olhos, submergiam em naufrágios
comerciais ou guerreiros.
Nas antigas épocas, sendo pôr todos sabido que tal proposta era impossível ao ser
humano, a imaginação e a fantasia tomavam o lugar da tecnologia e sempre se conseguia
alguma razão mágica para se iniciar contos ou odisséias em que o herói dispunha de
possibilidades de praticar suas façanhas sob o mar. Importa nisso descobrirmos que, pôr
baixo de todo “pensamento mágico” de então, ficava evidenciada esta aspiração da
humanidade.
É partir do período conhecido como Renascença (onde o gênio de diversos notáveis
estudiosos e artistas evidenciou-se) que vamos observar os primeiros rudimentos do domínio
tecnológico de então ser empregado em função do mergulho. Não obstante a Lei de Boyle
ter sido enunciada, pela primeira vez, no ano de 1660, a maioria dos projetos antigos era
fantasiosa demais. Uma vez postos à comprovação, geralmente não funcionavam,
encerrando-se com frustrações e até acidentes letais para o “mergulhador de prova”.
Em 1669, partindo do já conhecido (desde a antigüidade mais remota) “sino de
mergulho”, Denis Papin descobriu um sistema que era capaz de fornecer ar fresco para o
interior deste, em fluxo contínuo. Isso prolongava consideravelmente a permanência de um
mergulhador no interior do sino e, pôr conseguinte, sob a água.
Tal fato se constituiu num grande salto e revolucionou as técnicas de mergulho, tendo
sido adotado com freqüência, até recentemente, sob a forma de escafandria, que nada mais
do que o sino de mergulho colocado em volta da cabeça do mergulhador e com fluxo
contínuo de ar, fornecido a partir da superfície.
A seqüência de inventos, desde 1669, foi vasta e ingênua, muitas vezes. Na tentativa
de obterem notoriedade, alguns inventores apresentavam resultados que, hoje sabemos,
jamais poderiam ter sido obtidos.
Em 1715, um inglês chamado John Lethbridge projetou um “tanque” de couro, onde o
mergulhador se deitava, mas tinha a possibilidade de deixar os braços para fora. O
dispositivo era baixado pôr um cabo. O inventor dizia já ter descido nesse tanque lacrado
profundidades superiores a 10 braças (próximo dos 20 metros), pôr mais de 100 vezes. Não
havia suprimento de ar. Provavelmente o inventor também deve ter se confundido ao relatar
os resultados.
Em 1865, Benoit Rouquayrol e Auguste Denayrouze, idealizaram e construíram um
engenho que permitia ao mergulhador levar uma pequena quantidade de ar comprimido, nas
costas. Este pequeno reservatório estava conectado à superfície pôr meio de uma
mangueira de ar que partia de um compressor. Isso tinha pôr finalidade manter o pequeno
tanque cheio, enquanto durasse o mergulho.
Como tal equipamento permitia que o mergulhador se desligasse da mangueira de ar
que o mantinha conectado à superfície (e que também servia para o constante
reabastecimento do seu tanque), datam desta época os primeiros movimentos do homem se
deslocando livre e solto pelo fundo do mar. Naturalmente o equipamento era bastante
rudimentar, quando comparado a qualquer similar atual, mas já possuía um regulador que
ajudava a controlar o fluxo de ar, do mini reservatório de mergulho até a boca do
mergulhador. A permanência, “livre” e respirando ar sob o mar era bastante curta, mas
acontecia.
Em 1878, Henri Fleuss inventou um equipamento de respiração que fornecia oxigênio
puro ao mergulhador, cujas exalações eram filtradas pôr um agente químico, para evitar o
dióxido de carbono.
Em 1888, George Comheines inventou um regulador semi-automático; Fixado num
reservatório de ar comprimido. Já era alguma coisa com funcionamento bem mais
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necessárias para sua formação, pois o importante é a realização que explore o potencial de
ação e compreenda a limitação. Podemos concluir que o mergulho adaptado é o mesmo
para todos e a designação adaptado representa um sentido de referência quando participam
da atividade pessoas portadoras de deficiência.
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pessoas especiais. existem apenas pessoas que buscam viver da melhor forma,
direcionando a vida para realizar seus objetivos e ideais.
Mergulhar é fascinante e está ao alcance de todos que desejam compartilhar com o
mar. Para todas as dificuldades existem soluções. Para todas as limitações existem
adaptações. O importante é o prazer pela realização.
Pretendemos utilizar o Mergulho recreativo como meio para somar ao processo de
mudança de valores e ações, a partir da conscientização sobre a qualidade da
individualidade humana, com suas limitações e potencialidades, rompendo com os conceitos
errôneos a respeito das pessoas portadoras de “deficiências”, evitando a manipulação para
fins autopromocionais e sensacionalistas da atividade, que possam prejudicar os objetivos
almejados.
2. EQUIPAMENTOS
2.1 BÁSICO
2.1.1 Máscaras
O olho humano é naturalmente projetado para funcionar no ar. Diretamente em
contato com a água a visão é distorcida, o olho não consegue foco (imagens precisas). A
solução para que o ser humano consiga ver as imagens em foco quando com os olhos
submersos é manter uma camada de ar entre os olhos e a água. A máscara desempenha
este papel, contando com uma superfície de vidro transparente para que o mergulhador veja
o mundo submerso corretamente. A manutenção da camada de ar entre os olhos e o vidro é
feita por uma estrutura de borracha ou silicone que adere à face do mergulhador, represando
este ar.
A característica mais importante de uma máscara é
a sua adaptação à face. Porque as faces humanas
apresentam uma infinita variedade de formas não há uma
máscara perfeita para todos. Cada pessoa deve encontrar
a que melhor se adapte à sua face. O primeiro passo na
aquisição de uma máscara é colocá-la sobre a face sem
passar a tira de suporte pela cabeça; a seguir inspire pelo
nariz para que a máscara seja sugada de encontro à face.
Se a máscara for adequada, ela não cairá mesmo que você
abaixe ou balance a cabeça. Previna-se sempre contra a queda da máscara no chão
quando deste teste! Se entrar ar e a máscara cair, tente outra. Só então parta para a análise
de outras características importantes; muitas máscaras
modernas combinam um volume interno pequeno com um
grande campo de visão, duas características boas. algumas
tem janelas laterais que estendem o campo de visão, dando
ao mergulhador uma visão periférica que permitirá que ele
mantenha seu companheiro de mergulho à vista sem ter que
virar-se constantemente para o lado.
Considerações sobre o volume interno: Quanto menor o
volume interno, mais fácil é manter-se a pressão do ar dentro da máscara igual à pressão
ambiente (importante para que a máscara não seja pressionada dolorosamente contra o
rosto, podendo causar problemas - vide barotrauma de máscara mais a frente). Também se
torna mais fácil expulsar água que porventura entre na máscara, manobra esta que deverá
ser treinada durante o curso até que seja executada com simplicidade).
Considerações sobre o formato - Uma boa máscara deve permitir que seu usuário
tenha fácil acesso ao nariz, para execução da manobra de equalização de pressão das
cavidades aéreas da face e ouvidos (manobra de Valsalva, fundamental para o mergulhador
- vide barotrauma de ouvido mais a frente).
Muitas máscaras modernas permitem uma rápida regulagem na tensão da tira de
suporte, sem que o mergulhador precise retirá-la da face para tal. É interessante colocar
aqui que o excesso de tensão não deve ser importante para manter a máscara estanque; a
máscara deve vedar com um mínimo de tensão, para que o rosto não fique marcado após o
mergulho.
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2.1.3 Nadadeiras
As nadadeiras permitem ao mergulhador mover-se na água com menor esforço e
muito mais eficiência do que na natação convencional, desequipada. Com o uso de
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nadadeiras, o mergulhador deve dispensar o uso dos braços e mãos para nadar; basta usar
as pernas para se locomover no meio aquático.
Há vários modelos de nadadeiras, algumas projetadas com o uso de computadores,
cada fabricante alardeando as vantagens de seus produtos. Basicamente pode-se dividir as
nadadeiras em dois tipos: Fechadas (o espaço para o pé é de um tamanho determinado,
devendo o usuário escolher o tamanho certo conforme seu pé) e abertas ( ajustáveis,
prendendo-se aos pés no calcanhar através de tiras elásticas). A seguir estão representados
os dois tipos.
As roupas úmidas são feitas geralmente de neoprene (um tipo de borracha sintética),
algumas forradas por dentro e por fora com tecidos sintéticos, outras não. Há roupas mais
finas feitas de outros materiais, que se prestam como proteção para mergulhos em águas
quentes. O seu princípio de funcionamento é o seguinte:
Ao mergulhar, a água entra no interior da roupa e é rapidamente aquecida pelo corpo.
Uma roupa adequada não conseguirá impedir completamente a entrada da água, mas
impedirá que esta água aquecida circule, evitando a entrada de novo volume de água fria.
Ao mesmo tempo o material de que é feita a roupa funciona como isolante térmico,
reduzindo a troca de calor do corpo com a massa de água externa.
O neoprene contém bolhas de ar em seu interior, como o tradicional queijo suíço.
Estas bolhas, além de ajudarem na isolamento térmico, ajudam a dar flexibilidade ao
material, oferecendo um certo conforto aos usuários das roupas. Quanto mais grosso o
neoprene, maior sua capacidade de reter o calor corpóreo, mas também mais desconfortável
e menos flexível ele será. As roupas são fabricadas com espessuras de 2mm (usadas por
surfistas) até 7mm usadas por mergulhadores de águas bem frias.
Tipos de roupas: Há peças de neoprene para cobrir-se todo o corpo. Há jaquetas de
manga curta ou manga comprida, há bermudas, calças e macacões tipo jardineira, há meias
e botas, há capuzes, há luvas. A composição adequada ao mergulho será ditada pela
temperatura da água.
Outra função importante da roupa de mergulho é a proteção contra encontros
involuntários com seres urticantes (águas-vivas, certos tipos de corais, etc.), esbarrões em
ouriços e conchas afiadas. Assim, o ato de mergulhar com roupa completa assegura uma
proteção não somente contra o frio como também contra estes "infortúnios".
Cuidados com as roupas de mergulho:
⇒ Lave em água doce, por dentro e por fora.
⇒ Deixe secar à sombra.
⇒ Não dobre a roupa; deixe-a pendurada em cabides roliços (que não marquem o
neoprene) ou então enrolada. Dobras enfraquecem o neoprene.
⇒ Lubrifique os zíperes e partes metálicas.
Acompanhando as roupas temos também o uso de luvas, indicado para aquecer as
mão e evitar o contato direto com seres urticantes. Devem estar bem ajustadas para que não
fujam das mãos dentro d’água.
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2.1.6 Faca
Ao contrário do que muitos pensam, a faca do mergulhador não é uma arma para que
este se defenda de tubarões e outros seres marinhos. A função da faca é ser a ferramenta
genérica do mergulhador, que pode usá-la como
alavanca, como martelo, como serra, etc. É importante
para safar o mergulhador de situações provocadas por
enrosco em linhas de pesca, cabos de arpões, etc.
A faca deve ser de aço inoxidável de boa
qualidade, grossa o suficiente para que possa ter as
funções dadas acima, e com fio bom e confiável. No topo
das boas facas existe uma cabeça em aço para facilitar o
uso como martelo. A bainha deve ter tiras elásticas que
facilitem a sua retenção no corpo do mergulhador, e
deve ter meios de evitar que a faca caia no fundo e se
perca quando o mergulhador estiver nadando. A posição
mais usual para colocar a faca é a face interna da perna
do mergulhador.
2.2 AUTÔNOMO
2.2.1 Cilindro
Este é o principal item do equipamento de
mergulho autônomo. Os vários tipos de tanques que
existem são desenhados para carga com ar comprimido
filtrado (sem umidade, partículas solidas, impurezas de
qualquer tipo), a pressões de trabalho que variam de
2.250 a 3.500 psi (do inglês "pounds per square inch" ou
libras por polegada quadrada). A capacidade de um
tanque é determinada, em pés cúbicos ou litros, pelo
volume que o ar dentro deste tanque iria ocupar se
pudesse se expandir à pressão atmosférica (1 ATM ou
14,7 psi). Os tamanhos mais comuns são de 50, 72 e 80
pés cúbicos.
Os tanques podem ser feitos de aço ou alumínio.
Alumínio é atualmente o mais popular material para
tanques, e é extremamente resistente à corrosão.
Tanques de aço devem ser galvanizados para auxílio na prevenção de ferrugem externa,
mas podem corroer-se por dentro se não mantidos com cuidados próprios. Por outro lado, os
tanques de aço são menos flutuantes na água, reduzindo a necessidade de lastro para os
mergulhadores que os usam. Com os devidos cuidados, ambos os tipos podem proporcionar
uma vida inteira de serviços.
A mais importante consideração na escolha de tanques é o tamanho. Um tanque
deve ser grande o suficiente para prover um bom tempo de fundo. Mas se for muito grande,
pode ser difícil de manusear e desconfortável para se usar. Mergulhadores menores
geralmente sentem-se melhor com tanques de 50 a 67 pés cúbicos. A grande maioria
mergulha com tanques de 80 pés cúbicos, e poucos usam tanques maiores, de 92 a 104 pés
cúbicos.
De 5 em 5 anos deve ser feito um teste de resistência no tanque, chamado de "teste
hidrostático". Neste teste o tanque recebe pressão acima da sua pressão normal de trabalho
para ver-se a resistência do material, através da medição da sua dilatação (aumento de
volume); para cilindros de aço caso não seja efetuado inspeção visual interna, o tempo será
reduzido para 3 anos.
Identificação dos cilindros:
Como a maioria dos cilindros utilizados no Brasil são fabricados nos EUA, a
marcação apresentada será a realizada naquele país.
Alumínio. Aço
CTC/DOT - 3al PPPP - S CC DOT - 3 AA PPPP
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XXXXXX mm M aa XXXXX mm M aa
CTC/DOT - órgão fiscalizador dos fabricantes DOT - órgão fiscalizador dos fabricantes
3al - indica "alumínio" 3aa - indica "aço cromo-molibdênio"
S CC - capacidade do tanque cheio. Ex.: s80: PPPP - pressão de trabalho em psi
80 pés cúbicos.
2.2.3 Reguladores
Reguladores pegam o ar sob alta pressão na saída
da torneira do tanque e automaticamente reduzem esta
pressão à mesma pressão da água que circunda o
mergulhador (pressão ambiente). Isso permite que o
mergulhador respire sem esforço embaixo d'água, com se
estivesse respirando na superfície. Os reguladores
trabalham sob demanda, isto é, liberam o ar quando
solicitado pelo mergulhador (sucção normal da inspiração).
Os reguladores modernos são sistemas
multi-componentes. O coração do regulador é o primeiro
estágio - a parte dele que fica acoplada ao registro. A
função do primeiro estágio é reduzir a pressão do tanque a
um nível intermediário, normalmente em torno de 150 psi
(10 atm.) acima da pressão ambiente. No primeiro estágio há vários orifícios de saída, para
ligação de outros componentes do sistema. Um deles é utilizado para a ligação do segundo
estágio primário, a parte do regulador na qual o mergulhador respira, que fica acoplada ao
primeiro estágio através de uma mangueira por onde passa o ar. Um segundo estágio
consiste de um bocal, um botão de "purga" (libera o ar dentro do segundo estágio sem que
seja necessário inspirar - serve para que se expulse a água do regulador quando este é
removido da boca debaixo d'água) e uma válvula de exaustão (libera o ar da expiração para
a água). O mergulhador inspira e expira através do bocal o tempo todo.
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2.3 ACESSÓRIOS
2.3.1 Profundímetro
No mergulho autônomo é muito importante que o mergulhador saiba sua
profundidade instantânea e a profundidade máxima alcançada no mergulho, pois estes são
dados fundamentais para serem confrontados com os cálculos de segurança que devem ser
efetuados antes de cada mergulho, mormente os mergulhos mais fundos (abaixo de 10
metros) e os mergulhos sucessivos. Um bom profundímetro deve ter sua escala o mais
precisa possível (de metro em metro, ou ao menos
de 3 em 3 pés). Há profundímetros digitais, que
facilitam a observação da profundidade e
normalmente registram a profundidade máxima
alcançada. Nos profundímetros analógicos esta
profundidade máxima é registrada através de um
ponteiro de arrasto, um ponteiro extra que é
empurrado pelo ponteiro principal e não retorna com
este, quando se sobe para profundidades menores.
O ponteiro de arrasto deve ser colocado na posição
"zero" antes de cada mergulho. Os profundímetros
americanos tem sua escala em "pés", e os europeus
em "metros". de qualquer forma, um mergulhador
deve saber fazer a conversão de metros para pés e vice-versa com rapidez.
10 pés estão para 3 metros assim como x pés O profundímetro marca 75 pés de
estão para 15 metros; profundidade; a quantos metros
Assim: 10 pés ---- 3 metros estou?
x pés ----- 15 metros 10 pés estão para 3 metros assim
Então: x = 10 x 15 / 3 ; x = 50 pés. como 75 pés estão para x metros;
Assim: 10 pés ---- 3 metros
Uma maneira também simples, mas mais
75 pés ----- x metros
difícil de guardar é: Para saber metros a partir de
Então: x = 3 x 75 / 10 ; x = 22,5
pés, multiplique por 3 e divida por 10. Para saber
metros.
pés a partir de metros, multiplique por 10 e divida
por três.
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2.3.3 Bússola
A bússola é um item de equipamento que além de facilitar a navegação quando
submerso, aumenta o grau de segurança dos mergulhos. Ela é a única maneira de manter
alguma orientação em águas turva, quando a visibilidade é pequena. No mergulho noturno, a
bússola é essencial tanto debaixo d’água quanto na superfície. Em alguns locais, é comum
iniciar-se o mergulho sob um céu azul e termina-lo envolto em uma neblina. A bússola indica
a direção da costa e é um instrumento de grande valor para a navegação mesmo quando a
visibilidade é excelente, evitando constantes subidas à superfície para verificar o rumo e
posição.
2.3.4 Lanterna
As lanternas são importantes
para o caçador submarino, que as utiliza
para olhar dentro de tocas escuras à
procura de seus peixes, e para o
mergulhador autônomo que com ela
pode recuperar as cores perdidas pela
absorção da luz solar na água, pode
iluminar seu caminho nos mergulhos
noturnos, etc. Há lanternas de vários
tipos e tamanhos, desde as pequenas
utilizadas pelos caçadores às grandes
utilizadas pelos mergulhadores noturnos.
Obviamente todas devem ser especialmente desenhadas para mergulho, para que resistam
à pressão e permaneçam estanques.
2.3.5 Apito
É interessante como sinalizador para chamar a atenção na superfície, seja para um
barco que passa, ou para um companheiro que desgarrou, indo parar longe com a
correnteza. É mais fácil ouvir-se um apito do que um grito, e é mais fácil ao mergulhador
apitar do que gritar.
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3. FÍSICA DO MERGULHO
Debaixo d’água, o homem está em um ambiente completamente diferente do seu
habitual, o ar. Alguns dos princípios da física que normalmente nos passam desapercebidos
podem gerar efeitos que, se não forem perfeitamente compreendidos, podem se tronar
perigosos. O entendimento de algumas leis simples da física e de seus efeitos durante o
mergulho é importante para que esta atividade seja conduzida de forma simples, segura e
agradável.
fricção das moléculas da matéria. Os três estados da matéria se distinguem pela maior ou
menor proximidade das moléculas que a formam. No estado sólido, as moléculas estão mais
próximas umas das outras, do que, no estado líquido e este, por sua vez, possui moléculas
mais próximas do que a matéria no estado gasoso. O calor e o frio nos são intuitivos e se
dissermos que o calor é o resultado do movimento das moléculas, se essas não se movem,
é claro teremos o frio absoluto. A essa situação ideal, ainda não atingida pelo homem,
embora se tenha chegado perto, chama-se Zero Absoluto, ou seja a total ausência do calor.
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Se o mergulhador sobe de 10 m para a superfície sem exalar, ele dobra o volume dos
pulmões. Dobrar o volume é fisicamente pior que aumentar em 1/3, portanto a Lei de Boyle
tem que ser respeitada sempre, principalmente quando se está próximo à superfície e
utilizando equipamento autônomo.
A regra prática para que a Lei de Boyle não prejudique o mergulhador é, que ele suba
à superfície na mesma velocidade das bolhas de ar exaladas durante a respiração. A
velocidade de subida tomada em todos os cálculos é de 18 m / min.
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3.7 FLUTUABILIDADE
A flutuação, força exercida num
objeto imerso ou flutuante, foi explicada
primeiramente por Arquimedes, um antigo
matemático e inventor grego. Ele afirma:
“um corpo imerso num líquido, total ou
parcialmente, flutua com a força igual ao
peso do volume do líquido deslocado”.
Isto significa que podemos determinar a
flutuação de um objeto imerso subtraindo
o peso do objeto do peso do volume do
líquido deslocado. Se o peso do líquido
deslocado for maior que o do objeto
imerso, a flutuação será positiva e o
objeto flutuará. Se o peso do objeto for
exatamente igual ao do líquido deslocado,
a flutuação será neutra, e o corpo
permanecerá suspenso no líquido a qualquer profundidade. Se o peso do objeto for maior
que o do volume do líquido deslocado, a flutuação será negativa e o objeto afundará.
Positiva, neutra e negativa são os termos utilizados em mergulho para descrever os estados
de flutuação.
Em alguns objetos, como balões, é possível alterar o volume do objeto com alteração
desprezível da densidade. Quando um balão cheio de ar for imerso num líquido, a flutuação
pode ser variada alterando-se o volume do balão. Isto varia a quantidade de água deslocada
e resulta numa alteração da flutuação.
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Aparente: 1,2 m
Aparente: 1,2 m
Real: 0,9 0 m
O efeito da refração é um pouco mais complexo e afeta de maneira pelo qual vemos
os objetos. A luz se propaga por um meio transparente em linha reta até encontrar outro
meio (também transparente, mas de densidade diferente). Caso entre perpendicularmente
neste outro meio, a propagação continua na mesma direção, mas se a mudança de meio se
der em qualquer outro ângulo, a direção de propagação muda como se os raios de luz
fossem “dobrados”. Este fenômeno é chamado de refração. Isto faz com que os objetos
pareçam mais próximos (e consequentemente maiores) quando observados através da
máscara embaixo d’água. Este efeito é parcialmente invertido se o objeto estiver a mais de
três metros do mergulhador, devido a redução do contraste e da distorção: embora pareçam
maiores, eles parecem, também estar mais distantes. Outro efeito de refração é quando uma
pessoa na superfície olha para um objeto embaixo d’água: com o “dobramento” dos raios de
luz, o objeto não estará onde é visto. Embora a percepção de distancias e posições debaixo
d’água seja prejudicada pela refração, com alguma experiência aprende-se a compensar
estes efeitos e a estima-los corretamente.
4. FISIOLOGIA DO MERGULHO
4.1 RESPIRAÇÃO
O processo de respiração envolve o uso do oxigênio para auxiliar o corpo a produzir
energia. Durante o gasto de energia, o corpo produz resíduo gasoso, chamado dióxido de
carbono, que precisa ser eliminado.
O ar é levado para dentro dos pulmões e expelido pela boca e pelo nariz por um
processo mecânico. Cada pulmão é revestido por uma membrana, pleura, estando entre ela
os mesmos um fluido lubrificante que reduz a fricção criada pelo movimento de uma
membrana contra a outra; estão separados dos órgãos abdominais pelo diafragma.
Como o espaço aéreo dos pulmões se comunica diretamente com o ambiente externo
através da boca, do nariz e da traquéia, a pressão dentro dos pulmões em descanso é igual
à pressão atmosférica, a não ser que alguma alteração de volume ocorra. Durante o ato da
inspiração, as costelas se elevam e o diafragma é abaixado pela contração muscular. Esta
ação aumenta o volume dos pulmões, criando uma pressão negativa dentro da área
pulmonar em relação a pressão externa. O ar é levado para dentro dos pulmões para
equalizar a pressão. Durante a expiração, os músculos do diafragma e as costelas relaxa,
voltando à posição normal. A pressão do ar dentro dos pulmões se eleva em relação à
pressão externa devido ao recuo elástico dos pulmões.
O ar entra no corpo através da boca e nariz, este é capaz de filtrar partículas
estranhas e evitar que elas entrem no corpo. O ar, então, passa via garganta através da
glote (válvula da garganta) aberta, sobre a caixa vocal e pela via respiratória, que leva o ar
direto para os pulmões. Esta via respiratória (traquéia) fica aberta por anéis circulares de
cartilagem. Na posição aberta permite que o ar passe para os pulmões e na fechada evita
entrada de material estranho. A via respiratória se ramifica em dois pequenos tubos
(brônquios), um para cada pulmões. Dentro da área pulmonar, os brônquios se ramificam e
re-ramificam até que a passagem de ar se torne extremamente pequena e a camada dos
tubos seja muito fina. Localizados nas pontas de cada tubo estão pequenas bolsas de ar
elásticas com espessura aproximadamente uma célula, chamadas de alvéolos.
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4.2 HIPERVENTILAÇÃO
A regularização respiratória é sensível ao comportamento humano e ao controle
voluntário. Poucos sistemas do corpo humano respondem tão rapidamente a situações de
pânico, ansiedade e aumento de pressão. O aumento da velocidade e/ou profundidade de
respiração pode levar a uma super-respiração deliberada ou não. Isto se chama de
hiperventilação. Inspirar e expirar rapidamente e profundamente além das necessidades do
corpo, resultará numa redução do CO2 e num pequeno aumento na pressão parcial do O2 na
corrente sangüínea.
Reduzindo a quantidade de CO2 no corpo, as capacidades do mergulhador livre
aumentam muito. A hiperventilação prolongada reduzirá o nível de CO2 no corpo e romperá o
equilíbrio sangüíneo ácido/base, resultando em muitos sintomas de hipocapnia:
formigamento nos dedos, contração dos pulsos e mãos, ou mesmo perda da consciência.
Algumas vezes, a hipocapnia causada pela hiperventilação será um resultado direto da
ansiedade ou pânico.
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4.3.1 BAROTRAUMAS
Este acidente ocorre em formas variadas, sendo que seu fator causal é sempre o
mesmo, o desequilíbrio de pressões, entre o interior das cavidades pneumáticas do
organismo com a pressão ambiente em variação.
Além das cavidades pneumáticas naturais, estrutura aéreas artificiais criadas pelo
equipamento de mergulho podem provocar lesões. Vejamos as formas de barotraumas
existentes:
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o quadro que pode referir falta de ar, tosse, secreção sanguinolenta ou mesmo hemorragias
graves.
Observações:
Os iniciantes na prática do mergulho livre deverão nas primeiras incursões se limitar à
pequenas profundidades.
As decidas intempestivas deverão ser sempre evitadas e a qualquer sinal de desconforto
torácico o mergulhador deverá interromper o mergulho e voltar à superfície, encerrando
suas atividades neste dia.
No mergulho com equipamento devem ser evitadas manobras para economizar ar,
principalmente na descida.
Nos casos de acidentes, por mais leve que sejam os sintomas, deverá o acidentado
encaminhar-se aso serviços de um especialista.
Observações:
Este acidente de conseqüências arrasadoras pode ser facilmente evitado desde que,
sendo inevitável o retorno do mergulhador à tona., este o faça exalando o ar
ininterruptamente evitando que o ar contido no seu pulmão, expandam-se a ponto de
provocar lesões.
Vimos no exemplo dado para este caso que as maiores variações de volume se deram
nas proximidades com a superfície, portanto, tome cuidado, mesmo que esta subida de
emergência se dê a pequenas profundidades.
No caso de acidente, mesmo que os sinais apontem formas leves ou moderadas de
embolia, o indivíduo acidentado deverá ser encaminhado a um local onde haja uma
câmara hiperbárica e médicos especializados.
Nos casos mais graves, recomenda-se na transferência do paciente colocá-lo em
decúbito intermediário entre o ventral e lateral esquerdo, com a cabeça mais baixa, o que
dificulta a chegada das bolhas à circulação cerebral e coronária.
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(Elaboração Raimundo Sampaio)
Ao estudarmos física, vimos que o ser humano tem cerca de 1 litro de N2 dissolvido
em seu organismo. pois, vivendo na superfície onde seu corpo suporta a pressão de 1
Kg/cm2 (coluna atmosférica) composta basicamente de N2, foi seu organismo saturando-se
com o tempo com volumes proporcionais. Se dobramos a pressão ambiente pela descida
aos 10 m, dobra o volume de N2 dissolvido, aos 20 m triplica e assim por diante. Se o
mergulhador deixar o fundo lentamente, o excesso de N2 que se dissolverá será
gradativamente conduzido pelo sangue aos pulmões e eliminado para o meio ambiente.
Numa subida precipitada, seria como se abríssemos rapidamente uma garrafa de
Coca-cola, o gás entra em supersaturação e, excedido um certo limite, formam-se bolhas
que obstruem a circulação sangüínea e de órgãos importantes, ocasionando a Doença
Descompressiva.
Em função das bolhas de N2 no organismo do mergulhador e de suas proporções,
surgirão sinais e sintomas de maior ou menor gravidade com manifestações que poderão ser
de ordens neurológicas, pulmonares, cutâneas, ósteo musculoarticular e outras.
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(Elaboração Raimundo Sampaio)
4.3.8 APAGAMENTO
Este acidente é um dos mais perigosos da prática do mergulho e, lamentavelmente,
tem sido fatal para vários de nossos mergulhadores. Seu maior perigo reside no fato de ser
insidioso. O efeito básico é o afogamento.
Como já vimos no estudo da Fisiologia, que não conseguimos prender a respiração
por um período muito longo porque o aumento da pressão parcial de CO2 ( pCO2) corrente
sangüínea, dispara mecanismos reflexos que nos provocam a necessidade urgente da
respiração.
A medida que melhoramos nossos resultados no mergulho livre, mas difícil se torna
qualquer progresso em relação ao aumento do tempo de fundo. Isto reflete proximidade do
nosso limiar de eficiência.
Nesta fase, alguns mergulhadores lançam mão da prática da hiperventilação,
baseados no princípio que uma maior iluminação de CO2 implicaria em um aumento direto
da Pressão parcial de O2 (pO2). Esta premissa demostra-se falsa, pois, o O2 é transportado,
principalmente pela hemoglobina e, esta encontra-se quase toda ligada a este gás. Desta
forma, com a hiperventilação apenas conseguimos diminuir a pCO2.
Com o mergulho, após a hiperventilação, ocorre um consumo progressivo de O2
pelos tecidos e consequentemente aumento da pCO2. Esta subida da pCO2 leva à
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Doenças do Mergulho
Desmaio causado por baixa taxa de Perda da consciência, tremedeiras nas O mesmo que afogamento. Não abuse da HIPERVENTILAÇÃO,
oxigênio no organismo, ocorre por pernas, distúrbios visuais. não mergulhe muito fundo, não
HIPERVENTILAÇÃO excessiva no ultrapasse seu tempo normal de apnéia
APAGAMENTO✹ mergulho em apnéia ou intoxicação por ficando sem ar para o retorno a
CO2, Gás SULFÍDRICO ou O2. superfície.
Incapacidade do mergulhador de elevar Dores de ouvido fortíssimas, podendo Leve o paciente imediatamente a um Efetue a manobra de VALSALVA,
a pressão do ar dentro da cavidade do causar ruptura do TÍMPANO, sangue otorrinolaringologista. inicie o seu mergulho devagar, desça
ouvido médio equalizando-se a pressão no canal externo do ouvido, vertigem e sempre pelo cabo da âncora. Nunca use
OUVIDO MÉDIO✹ da água fora do tímpano durante a desorientação. tampões de ouvido.
decida.
Compreensão da máscara de mergulho Sensação de incomodo causado pela Equalizar a pressão interna da máscara
contra o rosto por causa da pressão. pressão da máscara contra o rosto. expelindo ar pelo nariz para dentro da
DE MÁSCARA✹ máscara.
Obstrução na comunicação dos seios da Sintomas de gripe e resfriado. Nunca mergulhe se você tiver sinusite,
SINUSAL✹ face com o nariz e garganta. resfriado ou gripado.
Bolsão de ar dentro de uma obstrução Fortes dores de dente durante o Consulte seu dentista para refazer a Volte a superfície caso sinta estes
DENTAL✹ dental. mergulho. obstrução. sintomas e consulte seu dentista.
Retenção de ar na subida durante um Dores de cabeça, escarro róseo, tosse Manter respiração (boca a boca) se Nunca prenda a respiração durante a
EMBOLIA ✹ mergulho autônomo. com sangue, inconsciência, cianose, necessário, manter a cabeça mais baixa subida na prática de mergulho
TRAUMÁTICA PELO distúrbios visuais e morte. que o corpo sobre o seu lado esquerdo, autônomo, suba devagar, nunca
AR (ETA) dar oxigênio, buscar ajuda médica ultrapasse a velocidade das bolhas
imediata. liberadas pela sua expiração.
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Mergulhos em águas muito frias sem a Tremedeira, entorpecimento, Secar o paciente, proteger do frio, Usando roupa (neoprene) para proteção
proteção adequada provocando a confusão mental, perda de aquecer o paciente. isotérmica sempre que a temperatura da
HIPOTERMIA diminuição da temperatura do corpo consciência, morte. água seja desconfortável para o corpo.
abaixo dos 35 graus.
Respiração incorreta, apnéia Dores de cabeça, falta de Não fume antes do mergulho, respire
controlada, roupa muito apertada, coordenação motora, confusão corretamente, mantenha-se em boa forma
exercícios físicos no fundo, ar mental, náuseas, respiração física, mantenha o seu equipamento em
contaminado, captação de ar para o ofegante. boas condições.
tanque em local com muita fumaça,
INTOXICAÇÃO POR aliado a problemas no compressor.
CO2
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5. TABELAS DE MERGULHO
A quantidade de N2 absorvido pelo corpo aumenta com cada mergulho executado,
e este total absorvido depende da profundidade do mergulho e do tempo gasto no fundo.
Se a quantidade de N2 que é dissolvido nos tecidos do corpo exceder a um certo nível, a
subida precisa ser devagar para permitir aos tecidos eliminarem este excesso de N2. O
resultado de um falha nesta subida devagar é a doença descompressiva. Um tempo
específico a uma profundidade específica com a finalidade de dessaturar os tecidos é
chamado de parada de descompressão.
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PERFIL DO
MERGULHO
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B 120 70 50 35 30 15 15 10 10 5 5 5 5
C 210 110 75 55 45 25 25 15 15 10 10 10 7 5 5 5 5
D 300 160 100 75 60 40 30 25 20 15 15 12 10 10 10 8 7
E 225 135 100 75 50 40 30 25 20 20 15 15 13 12 10 10
F 350 180 125 95 60 50 40 30 30 25 20 20 15 15 15
1
G 240 160 120 80 70 50 40 35 30 25 22 20 15
2
H 325 195 145 100 80 60 50 40 35 30 25 25 20 20
3 2 4
I 245 170 120 100 70 55 45 40 30 25 20
3 6 6
J 315 205 140 110 80 60 50 40 30 30 25
7 7 14 10
K 250 160 130 90 70 60 50 40
2 8 10 15
L 310 190 150 100 80 70 60 50 100 LIMITE SEM
7 14 17 18 DESCOMPRESSÃO
M 220 170 140 100 80 70 60
10 14 18 23 25
N 270 200 160 120 90 90 >
TEMPO TOTAL DE FUNDO
21 26 23 23 >
PARADA AOS 3 m
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Grupo Repetitivo
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6. AMBIENTE DO MERGULHO
A exploração pessoal de ambientes aquáticos pode ser agradável. Se deseja
permanecer seguro e confortável dentro de novo ambiente, você deve antes ter um
conhecimento geral sobre suas características físicas e biológicas.
Você talvez tenha tido a oportunidade de mergulhar num lago, lagoa, rio ou
oceano. Aproximadamente 75% da superfície da Terra é recoberta por água, e quase
todo mergulhador está próximo a um copo d’água, pequeno ou grande. Cada ambiente
aquático tem suas características próprias. Entender o ambiente aquático pode
esclarecer dúvidas que você possa ter sobre o mergulho em áreas diferentes.
O material apresentado neste capítulo não é de forma alguma suficiente para
prepará-lo para mergulhar em qualquer local sem antes obter instruções no local ou
mergulhar sob supervisão de um mergulhador local experiente. As descrições das
considerações ambientais e das técnicas de mergulho apresentadas aqui, destinam-se a
dar a você um melhor entendimento de como se portar com segurança sob diferentes
condições ambientais.
6.2 URTICANTES
Os organismos aquáticos que causam lesões pelo contato, semelhantes a
queimaduras pertencem quase todos (90%) a um grupo de animais conhecido como
celenterados. Estes possuem três subdivisões: hidróides, anêmonas do mar e corais, e
águas-vivas. Algumas espécies vivem como indivíduos isoladamente, como as anêmonas
e água vivas. Outras vivem em colônias, ou seja, vários indivíduos vivendo juntos, como
os corais e caravelas portuguesa.
Esta reunião de animais é muito diversa, com muitos indivíduos diferentes dos
outros membros do grupo. Mas, não importa quão diferente seja sua aparência, os
celenterados são todos caracterizados por terem milhares de nematocistos (células
urticantes) para defesa, na superfície dos tecidos se seus corpos ou tentáculos. Quando
um mergulhador encosta no dispositivo detonador, um tubo oco com uma barbela no
final, este, penetra na pele e injeta veneno na vítima. Se você entrar em contato com os
tentáculos de um celenterado, estará tocando milhares de células com minúsculos
ferrões.
Os sintomas produzidos pelo contato com celenterados variam de acordo com as
espécies, com o local da ferroada, a reação individual e a duração o contato.
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desde irritações leve até queimaduras, choques e paradas respiratória. As caravelas são
sazonais e geralmente chegam até a costa em grupos, as vezes em centenas.
Hidróides plumoides: alguns hidróides que vivem em colônias possuem uma
estrutura similar a plumagens. Estes hidróides, como o coral de fogo, ficam presos ao
fundo. Eles podem ser encontrados em rochas, corais, e colunas (piers, marinas, etc.).
Podem ter células fortemente urticantes e podem causar irritação grave quando em
contato com a pele. As anêmonas-do-mar são animais também solitários. A maior parte
dos membros desta grupo não possui toxinas poderosas. Porém, evite o contato, a
menos que seja familiarizado com espécies individuais.
6.3 LESÕES
Vários animais aquáticos podem espetar os mergulhadores. Alguns destes podem
injetar venenos através de aparatos pontiagudos.
Coral: A maior parte dos corais duros possui pontas agudas que podem cortar. Os
mergulhadores feridos com coral devem remover os pedaços de coral do corte, lavar a
ferida com água fresca corrente e sabão anti-bacterial, aplicar anti-séptico tópico e
bandagens, se necessário. As feridas de coral tem a fama de causarem coceira, ferindo
lentamente. Se ocorrerem complicações, consulte um médico, pois é comum infecção
secundária. Use roupas, luvas e botas ao mergulhar próximo a corais.
Cracas e mexilhões. embora não pertençam ao mesmo grupo animal, as cracas
adultas e os mexilhões desenvolvem conchas duras com as pontas agudas. Podem ser
encontradas em profundidades rasas ou fundas, presas a pedras, naufrágios e colunas
(piers, marinas, etc.). Como as conchas são pontiagudas, podem ser perigosas
principalmente durante as entradas e saídas. Cortes e arranhões são facilmente obtidos
quando os mergulhadores esbarram neles. Os primeiros socorros para feridas obtidas
por estes animais são os mesmos dos corais.
Ouriços-do-mar. Os membros deste grupo possuem espinhos longos e rígidos no
corpo em forma de globo. As vezes encontrados em grande quantidade, estes animais
cesseis podem ser encontrados em qualquer profundidade. A maior parte dos ouriços
possui espinhos pontiagudos, esguios e extremamente quebradiços, mas alguns
possuem espinhos afiados o suficiente para penetrar luvas e roupas grossas. As feridas
nas mãos, braços e pernas são mais comuns. Os sintomas variam desde dor local até
paralisia. Algumas espécies de ouriços excretam venenos tóxicos. O principal problema é
a extração de espinhos quebrados na pele. Como são quebradiços, é difícil extrair um
espinho inteiro. retire o máximo que conseguir com uma pinça ou agulha esterilizada.
Lave com sabão anti-bacterial e aplique bandagens se necessário. Se ocorrer
complicações, consulte um médico. Evite manusear ouriços que possuem espinhos
agudos e use roupas protetoras ao mergulhar. Muitas espécies de ouriços são noturnas,
portanto tenha cuidado durante atividades de mergulho noturno. O contato acidental com
ouriços do mar geralmente ocorrem em áreas onde o mar é agitado.
Conchas em cone. Um grande grupo de moluscos marinhos conhecido como
cones são encontrados por todos os mares tropicais. Os cones geralmente são
encontrados sobre pedras e corais. Eles possuem um aparato venenoso que consiste
numa “seta” pontiaguda que é ejetada. Um ferimento feito por estas setas permite a
entrada de veneno. Cada concha possui um veneno particular àquela espécie. Algumas
espécies são extremamente perigosas e a toxina pode produzir dormência sobre a ferida,
sensações de queimação, tremor pelo corpo, paralisia, e até coma. O tratamento inclui
lavar a ferida com sabão e água e aplicar sucção no local da ferida com um kit “mordida
de cobra”. Coloque a ferida na água em maior temperatura que a vítima puder suportar
durante 30 min. Isto auxilia a desativar o veneno e a aliviar a dor. Transporte a vítima ao
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hospital mais próximo para cuidado médico imediato. Pegue conchas em cone com
cuidado para evitar tocar na parte mole. Consulte mergulhadores locais ou livros para
identificar as espécies perigosas.
Poliquetas. Muitas espécies de vermes marinhos tem tufos de pelos eriçados nos
lados do corpo segmentado que podem se estender quando os animais são
incomodados. Os pelos pontiagudos são capazes de produzir lesões. Pode-se usar
esparadrapo para remover os pelos da pele da vítima. Aplique álcool para aliviar o
desconforto. Evite pegar estes animais sem usar luvas.
Peixes. Muitos tipos de peixes, arraias e tubarões encontrados por todo o mundo
produzem feridas com nadadeiras modificadas transformadas em espinhos. Peixes
espinhosos de água doce, como bagre, também podem ser perigosos. Alguns tubarões e
peixes possuem nadadeiras pontiagudas e espinhos operculares; arrais possuem barbas
ósseas nas caudas; todos devem ser evitados. Muitos destes animais são habitantes do
fundo do mar, e muito camuflados, sendo difíceis de se ver. o tratamento para todas as
feridas causadas por peixes, tubarões e arraias venenosos devem incluir: aliviar a dor,
combater os efeitos do veneno e choque, e evitar infecção.
Os primeiros socorros incluem retirar cuidadosamente qualquer pedaço de
espinho remanescente e lavar a ferida com água. Mergulhe em água quente ou aplique
compressas. Sucção no local com um kit ”mordida de cobra” pode auxiliar a extração de
uma parte do veneno. Geralmente é necessário cuidado médico para tratamento
adicional. Os sintomas relatados de feridas por espinhos de peixes variam e podem
incluir dor localizada, dormência, náuseas, fraqueza, vermelhidão e inchaço em volta da
ferida, e até inconsciência.
Os mergulhadores devem evitar manusear peixes que se movimentam lentamente
ou sejam camuflados, tubarões e arrais, pois estes animais geralmente possuem
espinhos venenosos. Tenha cuidado ao colocar as mãos em grutas ou em pedras sem
antes procurar peixes camuflados. Durante entradas e saídas em areia, arraste os pés
pela água rasa para evitar feridas por arraia-lixa nos calcanhares e pés. Pergunte a
mergulhadores ou consulte livros atuais sobre peixes perigosos do local, sua aparência, e
onde são geralmente encontrados.
6.4 MORDIDAS
Há poucos organismos aquáticos que podem morder um mergulhador. Muitos
destes animais são curiosos, tímidos ou reclusos, mas geralmente se defendem se
ameaçados, molestados ou provocados.
Moreia. A maior parte das moreias vive entre fendas, em orifícios ou sob corais ou
pedras. Possuem mandíbulas poderosas e muitos dentes pontiagudos capazes de
morder com força. Tenha cuidado ao explorar fendas escuras ou buracos com as mãos.
As moreias raramente atacam, a menos que se sinta sob ataque, portanto, não as
moleste.
Barracuda. Estes peixes naturalmente curioso não são um perigo para os
mergulhadores. Não há registro de ataques sem provocação. Porém, elas mordem
pescadores quando manuseadas e podem ser potencialmente perigosas por causa disso.
Polvos. Os polvos não precisam ser temidos pelos mergulhadores. Eles são
criaturas tímidas, inteligentes e delicadas, com sentidos altamente desenvolvidos,
principalmente a visão. Podem ser encontrados geralmente em fendas e grutas durante o
dia. À noite, movimentam-se em busca de alimento. Todos os polvos possuem uma boca
, em forma de bico, localizada na parte de baixo do corpo, no centro dos braços. Evite
deixar um polvo “passear” em seu braço ou mão, pois podem morder. Use luvas grossas
ao lidar com estas criaturas. As mordidas produzem queimação, vermelhidão e inchaço
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localizado. Limpe a ferida e mergulhe em água quente por 30 min. Uma espécie pequena
na Austrália é venenosa e deve ser evitada.
Cobras aquáticas. Estas são completamente aquáticas e podem ser encontradas
principalmente no Oceano Pacífico tropical. São geralmente, venenosa. A maior parte
das espécies raramente excede 1 m de comprimento. Algumas áreas de água doce
também possuem cobras aquáticas, como a “boca-de-algodão”. Evite pegar ou provocar
estes animais. Se mordido, não faça exercícios, trate como mordida de cobra e busque
cuidados médicos imediatamente.
As raias elétricas (1) são o único de animais marinhos encontrado pelos
mergulhadores que são capazes de produzir corrente elétrica. Estes animais são
encontrados no Oceano Pacífico e
Atlântico. Elas possuem o mesmo formato
de corpo geral que a raia-lixa, mas diferem
porque possuem asas mais grossas e
caudas com nadadeiras modificadas para
natação. Muitas são capazes de produzir
descargas elétricas de 35 a 60 volts. No
corte (2) vê-se o órgão elétrico em uma
asa; a direção da descarga elétrica é
perpendicular à superfície chata da raia.
(3) mostra como as células elétricas estão
dispostas em colunas, oferecendo o
aspecto de uma bateria elétrica de células
múltiplas. Os mergulhadores devem ter
cuidado se estiverem próximo a raias
elétricas e evitar tocá-las.
Mamíferos marinhos. Leões-
marinhos e focas são curiosos por
natureza, mas geralmente não são agressivos. Se for mordido, procure cuidado médico.
A orca, “baleia assassina”, na verdade, não é baleia nem tão pouco assassina. Ela, como
o cachalote e golfinhos fazem parte dos cetáceos que possuem dentes, enquanto que as
baleias verdadeiras são cetáceos sem dentes. Deve-se evitar o mergulho próximo a todo
e qualquer cetáceo, pois comprovadamente, isto pode interferir na sensível ecologia
destes inteligentes animais.
Tubarões. Tubarões, são encontrados em todos os oceanos do mundo. Várias
espécies se aventuram, até mesmo, em rios e lagos de água doce e salobra. Ataques
não provocados de tubarões são mais freqüentes a nadadores ou pessoas que agitam
seus braços ou pernas na superfície, quase nunca a mergulhadores cuidadosos. A
seguir, várias dicas importantes com relação aos tubarões:
• Não mergulhe sozinho;
• Saia da água se alguma espécie perigosa de tubarão for vista ou se você
estiver machucado e sangrando.
• Evite nadar em água de visibilidade restrita, principalmente na superfície.
• Nunca tente agredir ou provocar um tubarão.
• Não entre em pânico ao avistar um tubarão. Se possível, suba devagar e volte
com calmamente para o barco ou para a praia. Se o tubarão vier na sua
direção, fique no fundo com seu companheiro e movimente-se lentamente pela
área.
• Peixes arpoados nuca devem ser carregados durante um mergulho.
• Mantenha braços e pernas dentro do barco.
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7. MULHER NO MERGULHO
O mergulho é uma atividade normal para qualquer pessoa em condições físicas e
mentais de acordo com os requisitos do mergulho. Uma mulher é tão capaz como um
homem de se tornar certificada a seguir uma carreira de mergulho. A maior parte das
considerações do mergulho são importantes para ambos os sexos. Algumas porém, só
cabem às mulheres.
Esta seção é dedicada basicamente às mulheres, mas os homens podem se
beneficiar com o entendimento das considerações sobre suas companheiras de
mergulho. As principais incluem equipamento, sensibilidade térmica, menstruação, uso
de pílulas anticoncepcionais e gravidez.
Equipamento
Os requisitos básicos que fazem um mergulho seguro e prazeroso são a instrução
rigorosa e competente, bem como aquisição de equipamento adequado. Por muitos anos,
os únicos equipamentos disponíveis eram desenhados para homens. Encontrar um
caimento perfeito era muito rara. As mulheres eram forçadas a fazer alterações, da
melhor maneira possível.
Hoje, as indústrias do mergulho são mais sensíveis às necessidades das
mulheres do que antes. As roupas úmidas sob medida, máscara de baixo volume de ar,
snorkels de fácil respiração, coletes equilibradores adequados, reguladores leves e
nadadeiras potentes e flexíveis são apenas alguns exemplos dos avanços nos
equipamentos desenhados especificamente para mulheres. A maioria destes novos
desenhos tem beneficiado ambos sexos.
Uma boa atitude mental é tão importante quanto treinamento e equipamento.
Enquanto aprende a mergulhar, e mais tarde, ao desfrutar da atividade, mantenha uma
atitude positiva. Faça perguntas, seja voluntária quando necessário, tome parte das
decisões no local do mergulho, e carregue seu equipamento.
Sensibilidade térmica
O controle de temperatura é outra consideração importante. O calor do corpo é
retido com mais facilidade por uma mulher do que por um homem, devido à presença de
mais gordura subcutânea e menos glândulas sudoríparas. A temperatura do corpo de
uma mulher será alguns graus maior que a de um homem antes que se inicie o processo
de resfriamento causado pelo suor. Não é incomum superaquecer-se enquanto se veste
para um mergulho. Devido ao calor excessivo que pode ser perigoso, resfrie-se na água
de vez em quando se sentir muito calor.
As mulheres também podem ficar com frio mais rapidamente do que os
companheiros mergulhadores, devido à maior razão superfície/massa do corpo. Isto é
mais verdadeiro para mulheres magras, com menos de 27% de gordura no corpo. Uma
roupa úmida adequada ou uma roupa seca pode ajudar a aliviar o problema. Se ficar
muito rio, saia da água e aqueça-se.
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Menstruação
Outra consideração é o mergulho durante a menstruação. Não há motivos para
não mergulhar se você se sentir bem. O mito dos ataques de tubarão é infundada. A
retenção de líquidos e a circulação enfraquecida, porém, são fatos. Estas condições
podem aumentar sua suscetibilidade à doença descompressiva. Mergulhe
conservadoramente e diminua o tempo de fundo mais do que o recomendado pelas
tabelas da Marinha Americana.
Anticoncepcionais
Embora o método de controle seja uma decisão pessoal, você deve estar alerta
para algumas considerações relacionadas ao mergulho. Infelizmente, há uma falta geral
de informação adequada e confiável sobre o uso de contraceptivos com relação ao
mergulho. Qualquer método que enfraqueça a circulação ou cause formação de coágulos
no sangue pode aumentar a suscetibilidade à doenças descompressiva. Mais uma vez, o
conselho é mergulhar conservadoramente e evitar mergulhos descompressivos. Se você
está pretendendo engravidar, ou suspeita que está grávida não mergulhe. A Undersea
Medical Society faz esta recomendação devido aos possíveis efeitos maléficos ao feto
durante seus primeiros estágios de desenvolvimento.
Gravidez
A principal consideração para mulheres é o mergulho durante a gravidez. Há
muita pesquisa ainda por ser feita e não há informações documentadas e confiáveis para
se fazer conclusões finais. A maior parte das pesquisas tem sido feita com animais. Os
resultados tem variado e são um tanto conflitantes. um exemplo são os primeiros
experimentos com ratos e cães, onde se descobriu que o feto era mais resistente à
doença descompressiva do que a mãe. Mas pesquisas com cabras e ovelhas (cuja
placenta se parece mais com a humana) mostraram uma incidência maior de bolhas de
N2 no sangue do feto. Há alguma controvérsia sobre os resultados terem sido causados
por manipulação cirúrgica. Os efeitos conhecidos e suspeitos de mergulhar durante a
gravidez são vários. O inchaço maior e a sensibilidade das membranas mucosas em
algumas mulheres causa dificuldade ao tentar equalizar a pressão nos ouvidos. Algumas
podem experimentar náuseas e vômitos, uma condição potencialmente perigosa para
qualquer mergulhador. Uma mulher grávida pode ser mais suscetível à doença
descompressiva por dois motivos: edema nos tecidos (retenção de líquidos) que pode
afetar a capacidade de liberar o N2 do sistema da mãe; e maior quantidade de gordura no
corpo. Como o N2 é mais solúvel em gordura, não pode ser eliminado tão rápido quanto
seria normalmente com o uso das tabelas de descompressão.
O feto é suscetível à doença descompressiva porque tem um sistema circulatório
diferente da mãe. Diferentemente da mãe, o sangue do feto não passa pelos pulmões,
que auxiliam a filtrar algumas bolhas de N2 maléficas. Em vez disso, estas bolhas viajam
mais diretamente ao cérebro, coração e outros órgãos, onde podem causar problemas
sérios.
Uma mulher grávida que mergulha está expondo seu filho a uma pressão parcial
de O2 maior, que pode causar defeitos. As mulheres grávidas devem mergulhar
conservadoramente o suficiente para evitar tratamento em câmara hiperbárica, já que o
O2 puro usado no tratamento causa defeitos congênitos nos bebês.
Outra consideração com relação à mergulhadora grávida é a reação adversa
possível a picadas e mordidas de animais marinhos. Reações graves ocorrem e, embora
não esteja provocado, o feto pode sofrer efeitos maléficos.
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8. TÉCNICAS DE MERGULHO
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8.2 RESPIRAÇÃO
Quando na superfície, seja no
mergulho livre ou autônomo, o instrumento
que o mergulhador possui para sua
respiração é o “snorkel”, que deverá estar
fixado por fora da cinta da máscara, de
preferência pelo lado esquerdo, a fim de
evitar confusão com o regulador (lado
direito). Para esgotar a água do respirador
existem duas maneiras diferentes. O
método mais comum é soprar com força e
rapidamente. Este método é chamado
“explosão”, porque força a água para cima e
para fora do tubo rapidamente. Depois de
desalaga-lo, a respiração deve ser lenta e
rasa para evitar que respire a água que
pode ter ficado no tubo.
O método de desalagamento por
deslocamento pode ser utilizado ao retornar
à superfície. Quando descer, olhe para cima
em direção à superfície. isto aponta o
snorkel para baixo. Quando você se
aproximar da superfície, expire levemente o
snorkel. O ar expande naturalmente e
desalaga. Este método é mais fácil do que
soprar, mas ‘só funciona na subida.
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Salto Vertical (passo do Gigante): recomendado quando a borda do barco for maior que
1,5 m. Possui as vantagens de atingir a água com os pés e monitorar o ponto de contato com a
superfície. Em pé na borda do barco, segurando a máscara/regulador e garrafa, afasta-se da
embarcação com um passo largo. Se a altura for maior que 2 m, procurar unir as pernas
esticando-as no ar, de modo que as nadadeira atinjam a água unidas. Isto possibilitará melhor
postura e entrada mais suave. O problema desta técnica é o esforço necessário para firma-se em
pé com o equipamento, pois, com o balanço da embarcação, há risco de desequilíbrio e queda.
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risco potencial é uma expansão do pulmão, mas isto pode ser facilmente evitado não
prendendo a respiração.
Para praticar uma subida de emergência, simplesmente nade para cima com todo
o equipamento no lugar, deixando o ar sair dos seus pulmões constantemente durante a
subida. Em vez de soprar, o que é difícil de controlar, faça um som contínuo “ahh”
durante a subida. Isto permite que sai ar suficiente dos pulmões, sem expirar muito. O
objetivo é manter um volume neutro nos pulmões.
As subidas de emergência são basicamente praticadas nadando-se
horizontalmente e fazendo um som contínuo para expirar. Você tem ar suficiente nos
pulmões para nadar um longo caminho enquanto expira continuamente, mas 15 metros é
o suficiente para um treinamento. Depois de expirar continuamente por 15 m nadando
horizontalmente, será fácil fazer uma subida de emergência vertical por uma distância
curta, onde há expansão do ar.
Talvez o maior valor deste treinamento seja o desenvolvimento da confiança.
Quando você perceber que não há motivo para pânico mesmo se o pior acontecer (o que
é raro), você irá relaxar, e será um mergulhador experiente.
8.8.1 MONTAGEM
• Com o cilindro seguro pelas pernas, checar o “O” ring (anel de vedação em forma de
“O”) na torneira e se existe qualquer vazamento.
• Instalar o colete do mesmo lado que a saída de ar da torneira (para que o 1o estágio
fique protegido). O colete deverá ficar na mesma altura que a torneira (utilizar a palma
da mão como referência)
• Instalar o regulador posicionando o 1O estágio na torneira, atentando para que o 2o
estágio fique pelo lado direito.
• Instalar a mangueira de inflar o colete.
• Abrir totalmente a torneira, tomando o cuidado de posicionar o manômetro com o visor
para baixo e fora do alcance do companheiro, pois, caso o vidro deste venha a partir
(devido a alta pressão) não irá atingi-los. Quando a torneira atingir todo o seu curso
aberta, voltar 1 a 1,5 volta para evitar que esta emperre durante o fechamento.
• Checar a pressão de ar do cilindro pelo manômetro e inflar levemente o colete.
• Verificar todo o equipamento para detecção de possíveis vazamentos.
8.8.2 DESMONTAGEM
• Fechar a torneira do cilindro
• Despressurizar o ar que ficou nas mangueiras, através da válvula de purga do 20
estágio, checando a indicação no manômetro (deve ser zero).
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8.10 SINAIS
Sob a superfície, a comunicação pela voz é quase impossível, exceto com o uso de
sistemas eletrônicos elaborados, que são muito caros para o mergulhador amador. São
usados métodos mais primitivos, como sinais de mão, escrever em placas ou fazer
barulho para atrair a atenção. Para se comunicar, você primeiro precisa atrair a atenção
dos outros mergulhadores, para isso poderá toca-los ou bater no cilindro com a faca ou
outro objeto. Os sinais padrão estão ilustrados a seguir. Encontram-se vários tipos de
placas nas lojas de mergulho.
Socorro de superfície OK ? - OK OK ? - OK
(na superfície) (com mão ocupada)
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9. MEDIDAS
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BIBLIOGRAFIA
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III. CARVALHO, M., Manual de mergulho - Técnicas avançadas, PDIC, Rio de Janeiro,
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V. MOREIRA, C.A.B., Apostila sobre compêndio de mergulho. CBPS/CMAS, 1996.
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VII.REVISTAS MERGULHAR, SUB E SCUBA (Vários números).
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IX. SODRÉ, L. Apostila sobre o curso de especialização de instrutor para mergulho
adaptado. SBMA, Rio de Janeiro, 1996.
X. WERNECK, M., Manual de mergulho - Open water. PDIC, Rio de Janeiro, 1995.
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