HISTÓRICO, CONCEITO E

LEGISLAÇÕES INERENTES A
ATIVIDADE DE MERGULHO
BOMBEIRO MILITAR – AULA 01
Instrutor: Paulo Roberto Alves de Oliveira - CAP BM

Curso de Formação de Praças Bombeiros Militares – CFP/2023

Porque o Bombeiro Militar realiza Mergulho?
 Corpo de Bombeiros Militar está inserido no art. 144, Capítulo III da Constituição Federal
(1988):
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
(BRASIL, 1988, grifo nosso)
Porque o Bombeiro Militar realiza Mergulho?
• Em consideração ao art. 42 § 1º, combinado com o art. 142, inciso X, ambos da
Constituição Federal (1988)

• Lei nº 7.444, de 28 de dezembro de 2012, que dispõe da Organização Básica do

Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Alagoas:

Art. 2º Compete ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Alagoas:

I – realizar serviços de prevenção e extinção de incêndios;
II – realizar serviços de resgate, busca e salvamento;
III – realizar perícias de incêndio e explosão relacionadas com sua
competência;
IV – prestar socorro nos casos de sinistros, sempre que houver ameaça de
destruição de haveres, vítimas ou pessoas em iminente perigo de vida;
[...] (ALAGOAS, 2012)
Conceito de Mergulho de Resgate
• 3.1029 Mergulho: Diz-se mergulho o ato de penetrar na água, permanecendo debaixo da
superfície exterior.
• [...]
• 3.1099 Operação de mergulho: Atividade desenvolvida por uma equipe de
mergulhadores, com o objetivo de resgatar vítimas ou objetos imersos no meio líquido.
(DOB Nº 01, 2012); e

• O serviço de mergulho de resgate, especialidade de intensa atividade, ofertada à

população pelo Corpo de Bombeiros através do Grupamento de Salvamento Aquático e
acompanhando as demais corporações, tem por finalidade a busca e recuperação de bens
e/ou pessoas que, com vida ou não se encontram submersas. (BGO Nº 022 de 31 de
janeiro de 2012, POP de Mergulho de Resgate).
Conceito de Mergulho Bombeiro Militar
• 9. SERVIÇO DE MERGULHO
• 9.1 Mergulho Bombeiro Militar
• Consiste em todas as operações submersas realizadas em rios, lagoas, represas, mar,
enchentes, piscinas e outros mananciais de água, visando a localização e recuperação de
cadáveres, embarcações e bens, além de eventuais ocorrências emergenciais que visem o
resgate de pessoas e compreende as seguintes atividades:
• 9.1.1 Busca e Recuperação de cadáveres;
• 9.1.2 Busca e Recuperação de embarcações e objetos de maior porte;
• 9.1.3 Busca e Recuperação de bens;
• 9.1.4 Busca e resgate de pessoas;
• 9.1.5 Atividades de prevenção, visando atender o público civil e militar que desenvolve
atividade de mergulho
• (DOB Nº 08, BGO Nº 56 de 24 de março de 2022)
Mas quem pode ser Mergulhador?
• 3.1.5 Mergulhador: é o profissional Bombeiro Militar, membro da equipe de mergulho da
OBM, qualificado e legalmente habilitado para os exercícios da atividade de mergulho.
Atribuindo-lhe:
• a) Realizar conferência diária bem como manutenção de primeiro escalão nos
equipamentos de mergulho;
• c) preencher os relatórios de ocorrência;
• d) realizar atividade de busca e resgate em meio subaquático;
• e) Conduzir treinamentos na área de mergulho durante o serviço.

• 5. Mergulhador: militar com curso de especialização em mergulho;

•
• 3.1.6 Fiel: é o profissional Bombeiro Militar, membro da equipe de mergulho da OBM,
qualificado e legalmente habilitado para auxiliar nas atividades de mergulho.
• (DOB Nº 08, BGO Nº 56 de 24 de março de 2022)
Quais os tipos de Mergulho para o CBMAL?
• 5.1.6. Operação de Mergulho: toda aquela que envolve
trabalhos submersos realizados para localização e resgate de
cadáveres, embarcações e também busca e recuperação de
objetos.
• 5.1.6.1. A atividade de mergulho se divide em:
• a) Mergulho livre (ML);
• b) Mergulho autônomo (MA);
• c) Mergulho dependente (narguilê) (MD).
• (DOB Nº 08, BGO Nº 56 de 24 de março de 2022)
Equipe de Mergulho
• 10.2 EQUIPE DE MERGULHADORES DE RESGATE:
• 03 Mergulhadores.
• 10.2.1 DEFINIÇÃO DA EQUIPE:

• Mergulhador 01 (Supervisor e Fiel (Cabo Guia):

• -Responsável pela operação na superfície;
• -Responsável pelo resgate da dupla em urgência;
• -Substitui um mergulhador da dupla, caso haja necessidade;
• -Formação: Habilitação mínima de mergulhador avançado.
•
• Mergulhador 02 (Líder da equipe de resgate subaquático):
• - Mergulhador mais experiente;
• - Formação: Habilitação mínima de mergulhador avançado.

• Mergulhador 03 (dupla):
• -Acompanha o mergulhador 02 durante o mergulho de resgate;
• -Formação: Habilitação mínima de mergulhador avançado.

(BGO Nº 022 de 31 de janeiro de 2012, POP de Mergulho de Resgate).

Equipe de Mergulho
• Equipe mínima de mergulho: (ATENÇÃO, ainda não operamos assim na prática) 04
Mergulhadores.
• Supervisor:
• -Comandante da Equipe;

• Oficial de segurança:
• - Responsável pela segurança da operação;

• Mergulhador primário:
• -Responsável pela execução da operação de mergulho planejada;

• Mergulhador reserva:
• -Trata-se do mergulhador com maior habilidade, experiência e melhor formação;
• (Mergulhador ERD I, Manual de Operações, ERDi, 2012)
 Histórico no mundo
• Na evolução histórica do homem, não se pode deixar de citar o
impacto que o ambiente subaquático sempre exerceu sobre ele,
gerando uma vontade imensa de explorar suas riquezas. Um objeto
perdido, um alimento qualquer, a curiosidade, enfim, tudo que, sem
dúvida, serviu de atrativo para a primeira incursão. Naturalmente, o
método utilizado foi o mergulho livre, ou seja, usando o ar
disponível nos pulmões para permanecer sob a água;
 Histórico no mundo
• Outro historiador, Quinto Quercio (41 a 45 a.C.), diz também, sobre os mesmo fatos, que os
fenícios cercados pelas tropas de Alexandre, o Grande, receberam ajuda de víveres e armas por
meio de mergulhadores e que, graças a isto, conseguiram resistir ao ataque durante sete meses.
 Histórico no mundo
• Com efeito, o que daria uma nova concepção ao rudimentar sino de mergulho, seria o astrônomo e
cientista inglês Edward Halley (1656/1742), que construiu em 1690 o sino Harley.
 Histórico no mundo
• Um dos primeiros equipamentos conhecidos foi idealizado pelo inglês John Lethebridge, que
inventou em 1716 um aparato que consistia numa espécie de tonel construído de madeira
reforçada com aros de ferro, no qual se introduzia o mergulhador até abaixo da cintura.
 Histórico no mundo
• Foi o alemão Klingert, em 1797, aproveitando todas as experiências anteriores, construiu um novo
aparato, de concepção mais avançada, constituído por um casco unido à parte central,
confeccionado em couro e protegido por arandelas de ferro.
 Histórico no mundo
• Em 1819, o engenheiro alemão August Siebe, idealizou um casco metálico de forma semi-esférica
a que denominou de “escafandro”.
 Histórico no mundo
• Em 1837, August Siebe, como resultado de sua experiência anterior, criou o primeiro traje de
mergulho completo e batizado com o nome de “diving-suit” (traje de mergulho)
 Histórico no mundo
• No início do século XX acidentes com mergulhadores se tornavam cada
vez mais graves e freqüentes devido a um mal que poucos
compreendiam: a doença descompressiva. Em 1906 o almirantado
inglês decidiu criar um comitê para investigar o problema, nomeando o
professor John Scott Haldane como seu líder. Haldane atacou os
problemas do mergulho de forma científica e introduziu diversos novos
equipamentos, como câmaras de descompressão e compressores mais
eficientes. Mas ele é lembrado até hoje por ter criado o conceito de
descompressão em estágios e as tabelas de descompressão.
 Histórico no mundo
• Desde a difusão do uso dos escafandros outro problema que era sabido por
todos, e precisava ser resolvido, era a “embriaguez das profundezas”, a Narcose,
após os 30m as operações eram inviáveis, nos anos 30 dois naufrágios, o
Squalus (31m) e o Lusitania (125m) impulsionaram o uso do gás “hélio” que em
1939 se consolidou de uma vez como uma vitória sobre os efeitos da narcose.
• Outro equipamento muito importante surgiu durante a segunda guerra, o
“Rebreather”, com a finalidade de ser suporte para as operações militares
anfíbias, os mergulhadores de combate conseguiam operar com o
equipamento de circuito fechado até os 10m em razão da toxidade do
oxigênio.
 Histórico no mundo
• Desde a difusão do uso dos escafandros outro problema que era sabido por
todos, e precisava ser resolvido, era a “embriaguez das profundezas”, a Narcose,
após os 30m as operações eram inviáveis, nos anos 30 dois naufrágios, o
Squalus (31m) e o Lusitania (125m) impulsionaram o uso do gás “hélio” que em
1939 se consolidou de uma vez como uma vitória sobre os efeitos da narcose.
• Outro equipamento muito importante surgiu durante a segunda guerra, o
“Rebreather”, com a finalidade de ser suporte para as operações militares
anfíbias, os mergulhadores de combate conseguiam operar com o
equipamento de circuito fechado até os 10m em razão da toxidade do
oxigênio.
Rebreather da época Rebreather de hoje

Curso de Habilitação de Oficiais Bombeiros Militares – CHO/2022

 Histórico no mundo
• Foi preciso esperar até 1943 para que dois franceses, Jacques-Yves Cousteau e
Emile Gagnan cortassem de forma definitiva os umbilicais, criando o Aqualung
e dando início a um novo capítulo da história do mergulho. O "aqualung",
também conhecido como scuba (self-contained underwater breathing apparatus),
se tornou disponível comercialmente em 1946.
Curso de Habilitação de Oficiais Bombeiros Militares – CHO/2022
 Início das Atividades de Mergulho no Brasil
• No Brasil, em tempos mais modernos, a instituição pioneira nas
atividades de mergulho foi a Marinha. Durante muito tempo, seus
mergulhadores foram os únicos capazes de realizar missões
importantes como, por exemplo, desativar artefatos explosivos. A
necessidade de novas incursões subaquáticas levou seu pessoal a um
alto grau de especialização e aperfeiçoamento, transformando-a em
ponto de referência técnica nesse assunto. A partir dos anos 60 foi
que o mergulho recreativo começou a se difundir no Brasil.
Histórico no CBMAL
• A atividade de Mergulho iniciou-se na década de 1970 no CBMAL, era bem rústica, só
havia corda, máscara ovalada e nadadeira fechada, o mergulho era em apnéia. Era
costumeiro, aproveitar os militares oriundos do bairro do Pontal da Barra em Maceió-AL,
ou que eram marisqueiros para integrá-los na atividade de mergulho nas ocorrências, a
exemplo do Sgt. BM Everaldo (in memorian).
• Somente nos anos de 1980, o Cel. BM Márcio de Alencar e o Cel. BM Erinaldo Soares
Cerqueira, fizeram o CMAUT (Curso de Mergulho Autônomo) na Marinha. Posteriormente,
na década de 1990, o Cel. BM Jadson fez o CMAUT no CBMDF e o Cel. BM Wellington
fez o CMAUT no CBMRJ, ao retornarem, promoveram o primeiro CMAUT em Alagoas.
• O curso durou em torno de dois meses, no curso não havia equipamento autônomo, o curso
foi realizado com o compressor de baixa pressão, de forma dependente, no sistema
chamado de narguilé, ainda era bem comum a busca de cadáver em apnéia.
Máscara em 1970 Máscara Hoje

Curso de Habilitação de Oficiais Bombeiros Militares – CHO/2022

Histórico no CBMAL
• No final da década de 1990, chegou no GSA um cilindro e cinto de lastro, na época, era um cilindro
para dois Mergulhadores.
• Logo em seguida, em 2001, alguns militares que tinham o curso civil de mergulho e curso militar de
mergulho, promoveram o COBRAS (Curso de Operação de Busca e Resgate Subaquático). Os
equipamentos para fazer frente a este curso eram limitados, tratava-se de dois cilindros e mascaras
particulares dos oficiais que estavam a frente das instruções.
• Ainda posteriormente a esse curso, o mergulho era realizado com muita dificuldade de
equipamentos, mas, já haviam equipamentos para realização do mergulho autônomo, principalmente
depois do comando do Cel. BM Neitônio e Cel. BM Jadir, de 2004 em diante.
Histórico no CBMAL
• Em 2002, foi enviado o Ten. BM Alexandre e o Sgt. BM Jesualdo para fazer o CMAUT em
Pernambuco, terminaram e ficaram na escala operacional. Em 2003 foram enviados outros militares
ao CMAUT em Pernambuco, mas ninguém se formou. Em 2006, foram para o CMAUT do Ceará o
Maj. BM Alexandre, Ten Cel. BM Pantaleão e Sgt. BM Edson.
• Ainda posteriormente a esse curso, o mergulho era realizado com muita dificuldade de
equipamentos, mas, já haviam equipamentos para realização do mergulho autônomo, principalmente
depois do comando do Cel. BM Neitônio e Cel. BM Jadir, de 2004 em diante.
• Em 2005 houve o CEMAG I com noções básicas de mergulho, que estavam a frente foi o Sgt. BM
Casado, Sgt. BM Edson, Sgt. BM Alexandre, Sgt. BM Valdson, Sgt. BM Lopes e um civil instrutor
credenciado pela CMAS, Claudionor.
Histórico no CBMAL
• em 2006 houve o CEMAG II, com operações de busca subaquática, sendo um complemento
do curso anterior, estando o Sgt. BM Lopes e Sgt Gusmão como responsáveis.
• Em seguida, após o Curso de Formação de Praças de 2006, o CBMAL não ofereceu mais
cursos de mergulho durante 11 anos. Nesse período entraram muitos mergulhadores na
escala sem curso, a partir de treinamento junto a seção;
• De 2012 a 2014 o CBMAL investiu em equipamentos de mergulho, situação que refletiu na
aquisição de roupas secas de mergulho, equipamento de fonia, máscaras fullface e outros
equipamentos. Em seguida no ano de 2015, foi adquirido uma viatura específica para
atividade de mergulho, um pleito antigo dos mergulhadores.
Histórico no CBMAL
• Em 2015, iniciou-se no CBMAL uma retomada da valorização dos setores
operacionais da corporação com a criação das Comissões Técnicas de Ensino e
Pesquisa. (CTEP), sendo uma delas a de Mergulho de Resgate.
• Em 2017, promoveram um curso de alinhamento, com alguns pré-requisitos,
para que os militares que tinham somente curso civil de mergulho e os que já
realizavam a atividade de mergulho ou fizeram parte do serviço operacional
por pelo menos dois anos fossem reatualizados através do CEMAUT 2017.
• No ano de 2018, outra valorização a atividade de Mergulho de Resgate foi a
separação desta atividade em forma de disciplina introdutória no curso de
formação de praças do CBMAL da disciplina de Salvamento Aquático.
Tipos de Mergulho
• Mergulho Comercial;
• Mergulho recreativo;
• Mergulho de Segurança Pública;
• Mergulho Científico;
• Mergulho Militar; e
• Mergulho de Resgate ou Bombeiro Militar.