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história e evolução
Salime Donida Chedid Lisboa
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
Desde os primórdios, o ser humano, um ser terrestre, lutou nesse meio para
sobreviver e, mais tarde, prosperar. Em alguns momentos, porém, adaptações a
diferentes meios foram necessárias para garantir a subsistência e o progresso da
humanidade. É o caso do meio aquático, ao qual o ser humano teve de se adaptar
visando à busca de alimento e que, posteriormente, serviu de caminho para a
expansão comercial, sobretudo no período das Grandes Navegações. Assim, com
o passar do tempo e o aumento da necessidade de locomoção por meio aquático,
a criação e a especialização de técnicas que garantissem uma travessia eficiente e
segura foram necessárias, demanda que culminou com o surgimento da natação e,
milênios depois, com sua transformação em esporte e em competição organizada.
O termo natação consiste, assim, no ato de movimentar o corpo n’água em
propulsão, combinando movimento de braços e de pernas com flutuação e equilí-
brio (SWIMMING, [2019?]). Trata-se, portanto, de uma atividade física que se baseia
na capacidade de o indivíduo se locomover no meio aquático. É considerada uma
das atividades físicas mais antigas da civilização, sendo registrada há milênios,
como veremos a seguir (NADAR, 2004).
12 Natação: origem, história e evolução
Após a Era Glacial, com o recuo das geleiras que escondiam boa parte da
terra, foram observados os primeiros rios, lagos e mares. Assim, o primeiro
registro (e mais antigo) do que poderia ser chamado de natação foram os
nadadores pré-históricos observados em desenhos nas rochas de Wadi Sora,
no platô Gilf Kebir, no Egito, que remontam há mais de 8.000 anos (Figura 1)
(KRUG; MAGRI, 2012).
Figura 1. Pinturas nas cavernas em Wadi Sora: primeiras evidências arqueológicas do ato de
nadar de que se tem registro.
Fonte: Bradshaw Foundation ([20--?], documento on-line).
Para o povo egípcio, que floresceu à beira do Rio Nilo, a água, de fato, era
uma segunda casa. Gravuras e hieróglifos do império egípcio mostravam pes-
soas nadando no Rio Nilo, utilizando nados como forma de ataque (Figura 2).
Na Grécia e em Roma, a natação fazia parte do treinamento marcial e, junto
com o alfabeto, também fazia parte da educação elementar masculina, sendo,
ainda, reconhecida como uma forma de definir harmoniosamente a muscu-
latura (SAAVEDRA; ESCALANTE; RODRÍGUEZ, 2003).
Natação no Brasil
Em nosso país, a primeira tentativa de fundação de uma entidade que re-
presentasse esportes náuticos ocorreu em 1895, quando os clubes Botafogo,
Luiz Caldas, Gragoatá, Icahary e Union de Canotiers fundaram, sem sucesso,
a União de Regatas Fluminense. Assim, a modalidade natação iniciou, de
maneira oficial, em 31 de julho de 1897, quando uma nova formação de clubes
se organizou para formalizar sua prática no País, fundando, com sucesso, a
União de Regatas Fluminense na cidade do Rio de Janeiro (NOLASCO; PÁVEL;
MOURA, 2005).
16 Natação: origem, história e evolução
Após a saída e a cada volta, o nadador pode dar uma braçada com-
pleta até as pernas, durante a qual pode estar submerso. Uma única
pernada de borboleta é permitida em qualquer momento antes da
primeira pernada de peito após a saída e após cada virada. A cabeça
deve romper a superfície da água antes que as mãos virem para dentro
na parte mais larga da segunda braçada.
A partir da primeira braçada após a saída e após cada virada, o corpo
deve ser mantido sobre o peito. Não é permitido ficar na posição de
costas em nenhum momento, exceto quando da volta, após o toque
na parede, quando é permitido girar de qualquer maneira, contanto
que, quando deixar a parede, o corpo esteja na posição sobre o peito.
A partir da saída e durante a prova, o ciclo do nado deve ser uma bra-
çada e uma pernada, nessa ordem. Todos os movimentos dos braços
devem ser simultâneos e no mesmo plano horizontal, sem movimentos
alternados.
20 Natação: origem, história e evolução
Referências
BRADSHAW FOUNDATION. The cave of swimmers. [20--?]. Disponível em: http://www.
bradshawfoundation.com/africa/gilf_kebir_cave_of_swimmers/index.php. Acesso
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JARDÍ, C. Mover-nos no água. Barcelona: Paidotribo, 1996.
KRUG, D. F.; MAGRI, P. E. F. Natação: aprendendo para ensinar. São Paulo: All Print, 2012.
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Leituras recomendadas
DEVIDE, F. P. A natação como elemento da cultura física feminina no início do século
XX: construindo corpos saudáveis, belos e graciosos. Movimento, v. 10, nº 2, p. 125–144,
maio/ago. 2004.
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v. 34, nº 1, p. 217–233, jan./mar. 2012.
FERNANDES, J. R. P.; DA COSTA, P. H. L. Pedagogia da natação: um mergulho para além dos
quatro estilos. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 20, nº 1, p. 5–14, 2006.
FIRMINO, C. B.; VENTUR, M. S. A evolução histórica da participação feminina nos Jogos
Olímpicos da Era Moderna e a inclusão das mulheres no esporte de competição. Tríade,
v. 5, nº 10, p. 247–260, dez. 2017.
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