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Americano que ameaçou jogar avião em mercado

é acusado de terrorismo

Youtubers e candidatos bolsonaristas que disseminam discursos de


teor golpista, lideranças evangélicas e do agronegócio articulam o
financiamento dos atos do 7 de setembro, com pautas alinhadas ao
presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição. Na plataforma
de vídeos, além de frases evocando a participação das Forças Armadas
para assegurar “eleições limpas”, são divulgadas chaves Pix, para
turbinar as manifestações.
 Palavras-chave: Lula, Bolsonaro, Ciro e Tebet investem no
Google e YouTube para driblar críticas na ‘guerra de
versões’ da campanha
 Tem solução: Desemprego lidera lista de preocupações dos
brasileiros, que desejam carteira assinada e flexibilidade
A data, em que se celebra o Dia da Independência, já foi marcada no
ano passado por manifestações de cunho antidemocrático com
participação do chefe do Executivo. Desta vez, com a corrida eleitoral
em curso, os diferentes grupos que pretendem ir às ruas variam entre
iniciativas de apoio direto a Bolsonaro, como o aluguel de um trio
elétrico pelo pastor Silas Malafaia no qual o presidente deve discursar
no Rio, até a instalação de outdoors contra ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF). No caso de influenciadores digitais do
bolsonarismo, há convocações que citam a “ruptura institucional”.
No sábado, às vésperas dos atos, Bolsonaro chamou de “vagabundo”
quem deu “canetada” autorizando operação da Polícia Federal contra
empresários bolsonaristas, numa alusão ao ministro Alexandre de
Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No último
mês, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão, autorizados por
Moraes, contra empresários que compartilharam mensagens de caráter
golpista no WhatsApp.
Canais de bolsonaristas nas redes convocam para atos no 7 de setembro —
Foto: Arte

— Não é porque tem um vagabundo ouvindo atrás da árvore a nossa


conversa que vai querer roubar nossa liberdade. Agora, mais
vagabundo do que esse que está ouvindo a conversa é quem dá a
canetada após ouvir o que ouviu esse vagabundo — disse Bolsonaro.
Ataques ao Judiciário são a tônica de publicações de youtubers
bolsonaristas que pedem apoio financeiro para os atos. Em um desses
vídeos, intitulado “Ruptura à vista” e postado na quinta-feira no Canal
Ed Raposo, com 299 mil inscritos, o apresentador cita um eventual
pedido de quebra de sigilo financeiro contra Bolsonaro por conta das
denúncias envolvendo compra de imóveis em dinheiro vivo pela
família do presidente. Ele, então, afirma, que, se Morares decretar a
medida, haveria “um momento de ruptura institucional definitiva”.
 Malu Gaspar: A inusitada aliança entre artistas e Bolsonaro
contra ação de Ciro Gomes no TSE
 Fake news: Ministro do TSE determina remoção de vídeo
com falas adulteradas de Lula
O Pix tem sido usado por bolsonaristas que buscam uma estrutura
mais robusta para os atos. Um dos candidatos que tem recebido
doações para a manifestação é Alan Lopes Santana (PL), que disputa
uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio. Com a ferramenta, ele
tem arrecadado por meio da ONG Instituto Intelectos, aberta em
março de 2021 para, diz, “desmistificar o Brasil para os brasileiros”.
Santana apresenta um programa no canal bolsonarista no YouTube
Todo Poder Emana do Povo, com 149 mil inscritos, e também é o
favorecido identificado na chave Pix divulgada no Canal Ed Raposo.
Os canais Vista Pátria (751 mil inscritos), de Allan Frutuozo, e
Francisco Mello Oficial (126 mil inscritos) também buscam reforçar a
estrutura do evento com doações via Pix. Os discursos de convocação
incluem acenos às Forças Armadas para “garantir eleições limpas”,
frase que costuma embutir a intenção de não aceitar um resultado que
não seja a reeleição de Bolsonaro, segundo colocado nas pesquisas de
intenções de voto.
— Imagine você, os militares desfilando, muito perto do povo,
prestando continência, e as pessoas ali gritando ‘salva o Brasil,
queremos eleições limpas’. A gente sabe que tudo isso vai mexer
muito com as Forças Armadas, e eles sabem disso também — afirma
Santana, em um de seus vídeos.

Número de vídeos da extrema-direita sobre 7 de setembro — Foto: Arte


Na reunião entre a Polícia Militar e organizadores do ato de 7 de
Setembro previsto para a Avenida Paulista, militantes sugeriram
unificar a pauta de todos grupos que compareceram ao encontro em
torno da punição de ministros do STF. Não se chegou, contudo, a um
consenso, já que o major que conduzia a reunião interrompeu a fala.

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