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Ameaça ao Brasil

Bolsonaro nunca
escondeu que é
autoritário. Em suas três
décadas como político, ele
sempre apoiou a violência,
a estupidez, e a quebra da
ordem democrática

Coronel revela que Bolsonaro sempre teve a


intenção de liderar rebeliões no exército

Bolsonaro defende guerra civil, diz que


sonega impostos e que votaria em Lula

Bolsonaro diz que o grande erro da ditadura


foi torturar e não matar

A ascensão do
neofascismo ameaça todo
o mundo
Antes dos anos 90, líderes autoritários
rompiam com a democracia por meio de um
golpe de estado. Nas últimas três décadas, no
entanto, as ameaças à democracia evoluíram.
Os líderes autoritários de hoje corroem as
instituições, leis, e restrições políticas aos
poucos, destruindo a democracia e fixando-
se no poder no longo prazo. Isto aconteceu e
está acontecendo em diversos países do
mundo, como na Rússia, Venezuela, Hungria,
Nicarágua, Estados Unidos, Filipinas, Polônia,
Índia, Turquia, e Brasil.

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A estratégia bolsonarista
segue o manual
neofascista para
enfraquecer a democracia:

Corrupção generalizada
No coração de movimentos fascistas vive
uma hipocrisia: campanhas falsas de
anticorrupção mascaram a sua própria
corrupção desenfreada. O suborno de
categorias estratégicas e o aliciamento do
poder legislativo garantem tanto a prevenção
da fiscalização do executivo e de greves
disruptivas, quanto o municiamento de
armas políticas para serem usadas contra
opositores. Conhecido como a “Tchuchuca
do Centrão,” Bolsonaro entregou os cofres do
país a políticos corruptos para se firmar no
poder, sem deixar de enriquecer sua própria
família.

Jair nem sequer cuida do orçamento público:


quem dá as cartas são Arthur Lira, do Partido
Progressistas (PP), e Ciro Nogueira,
presidente do mesmo partido. Também do
PP é Ricardo Barros, que protagonizou o
escandalo de corrupção da compra da vacina
Covaxin.

Não esqueçamos também dos escândalos do


laranjal, de contrabando de madeira
envolvendo o Ministro do Meio Ambiente,
dos tratores superfaturados, das compras de
imóveis com dinheiro vivo, das barras de
ouro no MEC que levou à prisão do Ministro
da Educação, dos ônibus escolares, do
asfalto, da rachadinha envolvendo Queiroz,
dos cheques para Michele Bolsonaro pelo
mesmo Queiroz, da usina de Itaipu, de
funcionários fantasmas e a Wal do Açaí, de
propina na Secom, da mansão do filho Flávio
Bolsonaro, do dinheiro na cueca, do cartão
corporativo, e até mesmo do leite
condensado.

O maior símbolo do toma-lá-dá-cá do


governo Bolsonaro é o infame Orçamento
Secreto, que institucionaliza a corrupção
generalizada no nosso país, e impede a
transparência do uso dos recursos públicos.

“Eu não sou coveiro.”


— Jair Bolsonaro

Quantos mais têm que morrer?

A política da morte

Seja por ações ou omissões, a ideologia


fascista almeja o poder de decidir quem deve
viver e quem deve morrer. A morte lhes
confere o poder de eliminar adversários,
enfraquecer a luta de comunidades
oprimidas, e espalhar o medo. Os tristes
números da pandemia não escondem: o
Brasil tem 3% da população mundial, mas
teve 11% das mortes por COVID-19 no
mundo.

O Presidente foi denunciado diversas vezes


no Tribunal Penal Internacional por sua
atitude desastrosa perante um dos maiores
desafios da história moderna. Bolsonaro
executou “uma estratégia institucional de
propagação do vírus.” Chamou a doença de
“gripezinha” em total descaso com as
centenas de milhares de mortos. Atrapalhou
a assistência social aos mais necessitados.
Defendeu o uso de remédios ineficazes e
desprezou da ciência moderna que nos
trouxe a vacina e o fim da pandemia.

Bolsonaro também é denunciado por


estimular a morte em comunidades
indígenas. Suas políticas ambientais e seu
descaso com a Amazônia estão causando a
destruição da região e configuram uma
política de extermínio.

A perversão de Bolsonaro é sentir prazer pela


morte.

“Chega de frescura e de mimimi. Vão


ficar chorando até quando?”
— Jair Bolsonaro

“E daí?”
— Jair Bolsonaro

Cooptando o monopólio da força

O aliciamento das Forças


Armadas

A politização de instituições independentes é


uma tática neofascista de acumulo de poder,
especialmente se tratando das forças bélicas
e de segurança.

Bolsonaro aos poucos se entranhou no


controle das Forças Armadas. No início de
seu mandato indagava-se como seria para
generais obedecerem “o” capitão. Já em 2020,
o Ministério Público Federal apontou
interferência de Bolsonaro no Exército. Após
uma ridícula queda de braço com Biden, em
que o Presidente Bolsonaro, magoado com a
derrota de Trump, ameaçou veladamente
entrar em guerra contra os EUA, o Ministro
da Defesa e os comandantes das Forças
Armadas assinaram uma carta defendendo a
separação entre as instituições e a política.
Não muito tempo depois, o Ministro da
Defesa foi demitido por não aceitar as
interferências do presidente nas Forças
Armadas. Logo após, foi a vez dos
comandantes. Bolsonaro teve a
oportunidade de selecionar líderes que
estivessem mais alinhados com as suas
aspirações e mais subservientes aos seus
comandos. Para ampliar seu apoio, cargos,
supersalários, benefícios, bônus, picanha e
viagra foram distribuídos, na esperança de
que benesses e rentismo recrutassem
adeptos ao golpismo.

Entretanto, as Forças Armadas não estão


todas no mesmo barco — existem coronéis e
generais que não querem se beneficiar da
morte alheia como Pazuello, e que não
querem se aventurar na política corrupta
como Braga Netto. Existem milhares de
soldados, cabos, tenentes e majores que não
compactuam com a desonra que é ter um
líder como Jair Bolsonaro comandando o
país, e lideranças militares estão se
pronunciando contra tentativas de golpe.
Mesmo que não tenha êxito na cooptação
das Forças Armadas, o bolsonarismo
desestabiliza, envergonha e enfraquece a
imagem da instituição. As recentes investidas
contra o sistema eleitoral deixam a
população a mercê da preocupação,
insegurança e medo que ainda são tingidos
pela história recente do Brasil.

As Forças Armadas tem um papel


fundamental na manutenção da ordem
institucional democrática, e não podem se
deixar levar por um golpismo vil, nem
sucumbir a pressões antidemocráticas, ou
compactuar com o ódio. É possível mudar o
nosso país sem repetir o nosso passado de
invervenções militares na política — e nossos
militares devem almejar ser exemplo para o
futuro, afastando-se da política e do
bolsonarismo.

“Se quiser fechar o STF, sabe o que


você faz? ... Manda um soldado e um
cabo.”
— Eduardo Bolsonaro

Ataques contra o judiciário e interferências


em investigações

O enfraquecimento do
Estado de Direito

Parte central da estratégia bolsonarista é


desviar as acusações de tendências
ditatoriais aos ministros do Supremo
Tribunal Federal. Bolsonaro ameaçou tomar
medida “fora da Constituição” ao criticar a
“ditadura de toga.” Tramou um embate com o
Ministro Alexandre de Moraes no 7 de
Setembro de 2021, proferindo ofensas e
dizendo que — inconstitucionalmente — não
cumpriria as suas decisões; gerando um
conflito que precisou ser retratado,
pateticamente, via mediação de Michel
Temer. Bolsonaro também insulta outros
ministros da corte e seus apoiadores pedem
o fechamento do tribunal.

“O ditador tinha que ser eu.”


— Jair Bolsonaro, sobre Alexandre de Moraes

O Tribunal Superior Eleitoral é alvo


prioritário da estratégia bolsonarista, visando
gerar desconfiança sobre o sistema eleitoral
através de mentiras e ataques aos ministros.
Em maio de 2022, um grupo de 80 juristas e
acadêmicos denunciou que "O Judiciário
brasileiro está sob ataque,” adicionando que
tribunais enfrentam uma “campanha sem
precedentes de desconfiança e ameaças
públicas.” A ONU recentemente criticou os
ataques de Bolsonaro contra o sistema
judiciário.

Para além do judiciário, a estratégia


bolsonarista enfraquece o Estado de Direito
de maneira mais ampla. As sucessivas
interferências na Polícia Federal para
proteger a família, que eventualmente
levaram à midiática saída de Sérgio Moro do
governo, formaram o exemplo mais notório,
mas táticas são diversas. Juntamente com a
corrupção do legislativo, a tática autoritária é
corroer o sistema de freios e contrapesos que
é fundamental para democracias saudáveis.

Bolsonaro enfraqueceu o papel institucional


do Ministério Público Federal ao nomear —
fora da lista tríplice da instituição — um
Procurador Geral da República que o protege;
atrapalhou investigações e ocultou polêmicas
utilizando-se amplamente de decretos de
sigilo de 100 anos (dizendo que “não deve
satisfação”); atacou e deslegitimizou a
impresa; perseguiu críticos usando a Lei de
Segurança Nacional; utilizou a Advocacia-
Geral da União para defender-se em assuntos
pessoais; investiu contra a Lei de Acesso a
Informação; e utilizou censura para impedir a
expressão artística.

“Vou interferir. Ponto final.”


— Jair Bolsonaro

O fato é que a família Bolsonaro está com


medo ser presa. A lista de crimes é longa, e as
provas são evidentes. Pessoas próximas de
Bolsonaro relatam que ele está
“transtornado” com a possibilidade — o
pavor está tomando conta. Pois bem. Lugar
de bandido é na cadeia.

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