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FERREIRA, Heleno Matos; SOUZA, Neila Nunes (2018)____________________________________________________________

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A didática como fator de qualidade no processo de ensino aprendizagem e


na relação professor-aluno em sala de aula

The didactics as a factor of quality in the process of learning and teaching


regarding the teacher-student in the classroom
Heleno Matos Fernandes1
helenomatos@hotmail.com

Neila Nunes de Souza2


neilasouza@uft.edu.br
Resumo

O intuito deste trabalho foi descrever e analisar os diálogos de professor e aluno, apontar seus anseios e sugerir
como a Didática de qualidade pode contribuir para melhorar a relação professor-aluno no seio escolar. A
presente pesquisa foi realizada através de fontes de dados de alguns pesquisadores sobre o assunto, além de uma
pesquisa de campo promovida numa escola da rede pública estadual de ensino no município de Porto Nacional -
TO. Na realização dessa reflexão participaram 26 alunos do Ensino fundamental, em uma turma do 9° ano, os
quais tinham entre doze e quatorze anos, além de dois professores. A pesquisa foi executada em vários
momentos com os alunos e professores dentro da sala de aula, onde os diálogos, entrevistas e as experiências
proporcionaram confrontar com o tema em questão. Diante disso, infere-se que o seguimento didático em sala de
aula está ligado, conectado, dotado de uma concepção do processo de ensino-aprendizagem; nesse processo, o
relacionamento humano está sempre em atividade, criando novos métodos de ensino e novos saberes. Nesse
sentido, a escola surge como uma importante aliada a motivar e a sensibilizar tanto os professores bem como
alunos a criarem condições mais favoráveis na relação professor-aluno em sala de aula.

Palavras chave: Didática; Ensino; Aprendizagem; Aluno; Professor.

Abstract

The purpose of this paper was to describe and analyze the dialogues of a teacher and a student, a way to do their
own exercises and suggest how quality didactics can help improve the teacher-student relationship in the school
environment. The present research was carried out through data sources of some researchers on the subject,
besides a field research promoted in the public network of education without municipality of Porto Nacional-TO.
The existence of the reflection was constituted by 26 students of Elementary School, in a class of the 9th year,
with the participation of twelve consecutive years, besides two teachers. The research was conducted at different
times with students and teachers within the classroom, where dialogues, interviews and questions provided a
confrontation with the topic in question. Thus, it is inferred that the didactic follow-up in the classroom is
connected and punctuated, in a teaching-learning process; the human process is always in activity, with new

1
Graduando em Letras do Curso de Letras do Campus Universitário de Porto Nacional da UFT.
2
Professora Adjunta do Curso de Letras do Campus Universitário de Porto Nacional da UFT.

Revista Interface, Edição nº 15, junho de 2018. p. 114 - 130.


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teaching methods and new knowledge. In this sense, the school emerges as an important ally to motivate and
sensitize both teachers and students to become more favorable in the teacher-student relationship in the
classroom.

Key-words: Didactics; Teaching; Learning; Student; Teacher.

1. Considerações introdutórias 115


No momento da busca por respostas no que tange a prática da Didática em sala de
aula, percebeu-se que há um pressuposto de que tanto os professores quanto os alunos são
preenchidos por um ideário pedagógico, entretanto, esse conjunto de ideias não se firmam,
visto que não há uma prática efetiva na formulação dos objetivos pedagógicos necessários à
educação. Por esse motivo a referida pesquisa buscou analisar como a prática da Didática em
sala de aula vem sendo trabalhada na escola em uma escola da rede pública estadual do
município de Porto Nacional no Estado do Tocantins e como professores e alunos encaram a
desafiadora tarefa de aplicar a teoria na prática, efetivando assim, o processo de ensino-
aprendizagem qualitativo?
A educação nesses últimos anos vem passando por uma série de transformações,
atingindo os seguimentos de ensino-aprendizagem, as quais refletem na prática pedagógica;
esse novo modelo imposto por uma sociedade capitalista e tecnológica fez com que
ocorressem mudanças no relacionamento humano, impondo novas didáticas de ensino, novas
competências e habilidades.
Segundo Martins (1998) as novas relações sociais vão se materializando em novas
tecnologias, novas formas de organização do processo de trabalho, e passam a ser discutidas
também pela didática, justificando a prática que estava ocorrendo em um dado momento
histórico.
A pesquisadora Candau (1984) pensa que no momento é o começo de um
despertamento para a importância da dimensão política até então silenciada pela perspectiva
instrumental fundada na neutralização da técnica. Nesse sentido, ela encara a prática
pedagógica exclusivamente em função das variáveis internas do processo de ensino-
aprendizagem, sem articulação com o contexto social em que a prática se dá.
Ao tomarmos esse pensamento e analisarmos a realidade vivenciada, hoje, na sala de
aula, logo percebemos que existe uma fragmentação entre a didática e o discurso que poderia
ser a própria prática. Dessa forma, se faz necessário o trabalho contínuo com a relação teoria-
prática, buscando assim reconstruir e reconciliar esse processo.

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A referida pesquisa foi fundamentada através de pressupostos teóricos, relacionando-


os a uma amostra de alunos e professores da rede pública de ensino, os quais foram
confrontados com estudos sobre a Didática como fonte de qualidade no processo de ensino-
aprendizagem e na relação professor-aluno. Nesse sentido, a investigação realizada na sala de
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aula preconizou as diferentes teorias e práticas no momento da realização do ato pedagógico,
destacando o professor, como mediador do saber e o aluno como receptor no processo da
aprendizagem.
À proporção que os diálogos e discussões estavam sendo analisados, surgiram alguns
questionamentos que intensificaram ainda mais a procura pela resolução dos fatos
inquietantes que permeiam a relação professor-aluno, ensino-aprendizagem. Com isso,
algumas questões foram delimitadas no atual cenário emblemático da Didática posta em sala
de aula:
a) Como a Didática de qualidade pode contribuir para que professores e alunos
harmonizem o ensino-aprendizagem?
b) Como a escola pode interferir e sensibilizar alunos e professores a criarem
relações favoráveis quanto à Didática de ensino-aprendizagem na sala de aula?
c) Como o professor pode se apropriar de uma didática que facilita seus ensinamentos
e qualifica a aprendizagem dos alunos?
Nessa linha de análise, o presente trabalho chama a atenção para que professores e
alunos sintam a necessidade de uma construção significativa do ensino-aprendizagem, onde o
professor se aproprie de uma Didática que possa estimular seus alunos a participarem
ativamente nas aulas, e estes chamem a atenção, positivamente, de seus educadores na relação
em sala de aula.
É necessário lembrar que, esse estudo se constitui num processo de suma importância
e bastante essencial na formação profissional do professor, pois o possibilita a uma
aproximação com a realidade de suas escolas e, também na prática, com os conhecimentos
advindos de uma pesquisa focada na didática de qualidade. Para isso, foi de grande
necessidade a pesquisa de campo, descrevendo as entrevistas, observações e anseios de seus
sujeitos, relacionando-as a conceitos sócio-históricos da Didática voltada à prática pedagógica
no cenário escolar.

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2. O Conceito da Didática relacionado ao ensino-aprendizagem


A didática tem um papel muito importante na formação do professor e na
aprendizagem do aluno e, por isso, não se pode reduzir apenas a ensino de técnicas, as quais
se deseja criar um método de ensino-aprendizagem. A didática como sendo arte de transmitir
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conhecimentos, a técnica de ensinar, parte da pedagogia que se ocupa dos métodos e técnicas
de ensino, cabe a ela transformar propósitos pedagógicos e sociopolíticos em objetivos de
ensino, selecionar conteúdos e métodos em função das metas sugeridas.
No campo da educação, mais especificamente no universo escolar o conceito de
Didática está presente de maneira impositiva, visto que todos os conteúdos, livros e projetos
são preenchidos por componentes didáticos, os quais são definidos como instrumentos
qualificadores na ação do professor em sala de aula. Esse conceito está presente, quando
ouvimos no campo educacional e no provérbio popular que tal professor “tem didática” nos
seus ensinamentos.
Assim, quando Comênio (1976) propôs a sua obra, Didática Magna, ficou evidenciado
e ratificado no conteúdo da mesma, que seu objetivo era formular um método para ensinar
todas as ciências, todos os costumes, todas as artes, conforme o grau de inteligência e
habilidade de cada um. Assim, esse propósito foi introduzido a ênfase no processo de ensino,
através da “arte de ensinar, que, buscando a ordem perfeita da natureza, conseguisse ensinar e
aprender para que seja impossível não obter bons resultados” (COMÊNIO,1976, p.186).
Comênio foi o primeiro educador a formular a ideia da difusão dos conhecimentos
educativos desenvolvendo um estudo sobre a didática e se tornando o responsável pela
“teorização” da didática

A formação da teoria da didática para investigar as ligações entre ensino


aprendizagem e suas leis ocorre no século XVII, quando João Amós Comênio
(1592-1670), um pastor protestante, escreve a primeira obra clássica sobre didática,
a Didática Magna. (LIBÂNEO, 1994, p.58).

Ainda embasado no pensamento de Comênio (1976) ele acreditava com veemência


que “ensinar e aprender” podia ser bem mais amplo do que se pensa:

A proa e a popa de nossa Didática será investigar e descobrir o método segundo o


qual os professores ensinem menos e os estudantes aprendam mais: nas escolas
haja menos barulho, menos enfado, menos trabalho inútil, e, ao contrário, haja
mais recolhimentos, mais atrativo e mais sólido progresso; na Cristandade, haja
menos trevas, menos confusão, menos dissídios, e mais luz, mais ordem, mais paz,
mais tranquilidade. (COMÊNIO, 1976, pp.43-44)

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Segundo Libâneo (2004) “[...] a didática tem o compromisso com a busca da qualidade
cognitiva das aprendizagens, esta, por sua vez, associada à aprendizagem do pensar. Cabe-lhe
investigar como ajudar os alunos a se constituírem como sujeitos pensantes e críticos, capazes
de pensar e lidar com conceitos, argumentar, resolver problemas, diante de dilemas e
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problemas da vida prática”. (p.5).
Ao observarmos o conceito da didática vimos que seu campo de estudo é muito amplo
e está sempre se reformulando, aderindo às novas perspectivas que surgem em torno das
reflexões sobre sua função na educação. Sendo assim, ela é vista como uma importante aliada
nas metodologias aplicadas no dia a dia das escolas, criando condições capazes de influenciar
no ensino do professor e na aprendizagem do aluno, visto que supera as relações no ambiente
escolar.
Em conformidade com o assunto em questão a pesquisadora Veiga afirma que:

A Didática também exerce papel importante na sistematização e organização do


ensino, ao procurar estabelecer o vínculo entre teoria e prática. O conteúdo
educativo, isto é, o saber sistematizado, não menos de forma arbitrária. Sua
transmissão deve ser orientada para os objetivos da proposta educativa
comprometida com a transformação social (VEIGA, 1989, p.23).

Reafirmando esse conceito, Veiga (1989) diz que, o conceito educativo precisa ser
apropriado pelos alunos, pois, se pela exclusão se processa a reprodução, é pela melhoria da
qualidade do ensino que a função transformadora poderia se efetuar, ao buscar a melhor
maneira de trabalhar este conteúdo educativo.
Na visão de Surghi (1972) situando-se como um dentre outros instrumentos de
conscientização, a Didática “parte de uma análise crítica, de um questionamento da totalidade
de formas vigentes, da estrutura da instituição, dos papéis de seus membros, do significado
ideológico que se esconde por trás de tudo isso”.
Retomando os pensamentos de Veiga (1996) ela considera que a sociedade, como
finalidade para a qual se destina a educação escolar, é condição determinante para a
objetivação do ensino. Nesse caso, a “didática” será analisada e compreendida como forma
teórico-prática de ensino e, como tal, expressa determinada educação do homem para a vida
em sociedade.
Nesse sentido a Didática é de extrema importância para que o professor possa
construir e reconstruir sua identidade profissional valorizando a si mesmo e também ao
educando enquanto ser social, e sobretudo, para que haja um bom funcionamento e

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desenvolvimento do trabalho na escola , visto que, é a didática que organiza e planeja as


atividades do professor em relação aos alunos, almejando alcançar seus objetivos,
desenvolvimento de habilidades e o conhecimento intelectual.
Diante da análise de alguns dados teóricos, afirma-se que a Didática se constitui em
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um fator de qualidade no processo de ensino aprendizagem do aluno que deve ter como ponto
de partida para tal processo, o nível de conhecimento e as experiências vividas, facilitando e
proporcionando uma transmissão progressiva das capacidades cognitivas e intelectuais.
Vale ressaltar que, o processo de ensino se concretiza através da mediação do
conteúdo pelo professor, e assimilação do aluno. Sendo assim, o professor tem o papel e a
tarefa de ensinar de forma organizada a partir da didática de conteúdos, promovendo assim as
condições necessárias e assimiláveis de aprendizagem.
Refletindo com o educador Libâneo que diz:

A didática, assim, oferece uma contribuição indispensável à formação dos


professores, sintetizando no seu conteúdo a contribuição de conhecimentos de
outras disciplinas que convergem para o esclarecimento dos fatores
condicionantes do processo de instrução e ensino, intimamente vinculado com
a educação e, ao mesmo tempo, provendo os conhecimentos específicos
necessários para o exercício das tarefas docentes (LIBÂNEO, 1994, p.74).

Dessa forma, a Didática é uma disciplina tão importante que completa todas as
outras, pois é por meio dela que o professor procura a melhor forma de desenvolver seu
método de ensino. Com isso, se compreende que a didática é uma disciplina extremamente
fundamental no processo de formação do educador, pois, o capacita a trabalhar na sala de
aula, ambiente de desafios, com domínio dos conteúdos científicos e práticos, na busca da
interação com seus alunos.

2.1 Como se dá o processo de ensino-aprendizagem?


A abordagem que envolve o processo de ensino-aprendizagem promove
questionamentos que só são respondidos, quando refletidos e definidos na própria prática de
ensinar e no ato de aprender. Dessa forma, importa que gestores e educadores compreendam
as relações que englobam o contexto pedagógico. Diante disso, cabe a cada um procurar a
melhor forma de trabalho, sendo que os resultados obtidos dessa procura seja de qualidades e
possa alcançar o professor na sua pesquisa e que contemple o aluno no seu processo de
aprendizagem.

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Ao pensarmos numa definição sobre o acontecimento do processo de ensino-


aprendizagem, logo diríamos que, o ponto central desse processo passa a ser a atividade do
aluno enquanto sujeito da sua aprendizagem, deixando, assim, de ser o sujeito passivo do
ensino transmitido pelo professor.
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Uma definição mais aguçada e, talvez, capaz de nos chamar a atenção em relação a
“ensinar a aprender” é a de que:

Se, na experiência de minha formação, que deve ser permanente, começo por aceitar
que o formador é sujeito em relação a quem me considero o objeto, que ele é o
sujeito que me forma e eu, o objeto por ele formado, me considero como um
paciente que recebe os conhecimentos-conteúdos-acumulados pelo sujeito que sabe
e que são a mim transferidos. Nesta forma de compreender e de viver o processo
formador, eu, objeto agora, terei a possibilidade, amanhã, de me tornar o falso
sujeito da “formação” do futuro objeto de meu ato formador. É preciso que, pelo
contrário, desde os começos do processo, vá ficando cada vez mais claro que,
embora diferentes entre si, quem forma se forma e reforma ao formar e quem é
formado forma-se e forma ao ser formado. É nesse sentido que ensinar não é
transferir conhecimentos, conteúdos nem formar é ação pela qual um sujeito criador
dá forma; não há docência sem discência, as duas se explicam. (FREIRE,1996,
p.25).

Segundo as concepções de Paulo Freire (1996) na abordagem sobre ensino-


aprendizagem, ele acrescenta que “ensinar inexiste sem aprender e vice-versa. Aprender
precedeu ensinar ou, em outras palavras, ensinar se diluía na experiência realmente fundante
de aprender”. (Freire, 1996, p.26).
Ao pensarmos como Freire, devemos abraçar a ideia de que a arte de “ensinar”
caminha para uma pedagogia metódica, onde o formador, ao perceber que há um formando,
firma-se um paralelo de que, as ações pedagógicas em sala de aula, só serão promovidas,
composta na sua totalidade, isto é, a prática do ensino e da aprendizagem deve acontecer de
modo simultâneo, afinal de contas o ensino precisa da aprendizagem para ser concretizado e
vice-versa.
Muitos pesquisadores entendem que a relação ensino-aprendizagem é um termo
inseparável na objetivação do saber. Assim, é necessário compreender o ensino e reconhecer a
aprendizagem, como disciplinas que auxiliam nesse processo de construção.
Na compreensão desse processo de construir e reconstruir o ensino-aprendizagem, a
partir de pressupostos didáticos, Freire vai dizer que: “não temo dizer que inexiste validade no
ensino de que não resulta um aprendizado em que o aprendiz não se tornou capaz de recriar

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ou de refazer o ensinado, em que o ensinado que não foi apreendido não pode ser realmente
aprendido pelo aprendiz”. (idem).
A realização do processo de ensino-aprendizagem é complexa, emblemática e
multifacetada. A respeito disso, vários estudiosos do assunto têm-se desdobrado para procurar
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argumentos convincentes na tentativa de definir o tema. Com isso, a tarefa é entender esse
processo e sistematizá-lo na educação, delimitando a sala de aula como espaço desse sistema.
Para Goulart (2010) “[...] a aprendizagem vai muito além de memorizar fatos. É
preciso dar significação ao que se aprende. Na verdade é preciso que os alunos tenham acesso
ao conhecimento sistematizado para que possam pensar sobre ele, discuti-lo, refutá-lo e
reconstruí-lo, tornando-o seu”. (p.71).
Nessa linha de raciocínio Libâneo (2004) apresenta que: “[...] o suporte teórico de
partida é o princípio de Vygotski de que a aprendizagem é uma articulação de processos
externos e internos, visando a internalização de signos culturais pelo indivíduo, o que gera
uma qualidade autorreguladora às ações e ao comportamento dos indivíduos”. (p.6).
Delimitando esse conceito, Libâneo esclarece que:

Esta formulação realça a atividade sócio-histórica e coletiva dos indivíduos na


formação das funções mentais superiores, portanto o caráter de mediação cultural do
processo do conhecimento e, ao mesmo tempo, a atividade individual de
aprendizagem, pela qual o indivíduo se apropria da experiência sociocultural como
ser ativo. (LIBÂNEO, 2004, p.6).

Nessa mesma base Libâneo (2004) [...] “afirma que no sócio - cultural deve – se levar
em consideração o desenvolvimento biológico e psicológico do aluno, a partir da relação e
através da socialização dos saberes de valor igual, possibilitando o desenvolvimento da
consciência crítica e da liberdade como sujeitos criadores.” (p.6).
Ao concordarmos que o processo de ensino-aprendizagem se concretiza mediante
socialização dos conteúdos e dos saberes compartilhado por seus sujeitos no ambiente da sala
de aula, logo afirmamos que tal processo se torna eficiente, quando este se apropria dos
conhecimentos específicos-teóricos-práticos, relacionando-os ao desenvolvimento intelectual
e físico do aluno.
Nesse sentido, Libâneo vai dizer que:

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Considerando-se que os saberes e instrumentos cognitivos se constituem nas


relações intersubjetivas, sua apropriação implica a interação com os outros já
portadores desses saberes e instrumentos. Em razão disso é que a educação e o
ensino se constituem formas universais e necessárias do desenvolvimento mental,
em cujo processo se ligam os fatores socioculturais e as condições internas dos
indivíduos. (LIBÂNEO, 2004, p.6).

Nas reflexões de Pereira e Gonçalves (2010) “[...] Muitos são os fatores que afetam a 122
aprendizagem do aluno, principalmente quando a afetividade não faz parte de alguns
momentos de sua vida cotidiana e escolar. Portanto, a afetividade é capaz de derrubar a baixa
estima e rótulos comuns em sala de aula quando o aluno não aprende.” (p.13).
Assim, para Goulart o entendimento é de que a:

“memória, percepção e atenção são processos largamente utilizados em sala de


aula”. As crianças anotam o que aprendem e elaboram suas anotações
posteriormente numa tentativa de retomar os conteúdos de aprendizagem; percebem
letras e números, contas e equações, e não rabiscos colocados no papel; focalizam
sua atenção na palavra do professor, na observação de um experimento, na discussão
com os colegas. O comprometimento de uma dessas funções dificulta, sem dúvida, a
aprendizagem como um todo. (GOULART, 2010, p.70).

Ao analisarmos esse pensamento de que a ruptura de um dos seguimentos do ato


pedagógico afeta a aprendizagem do aluno, devemos insistir na necessidade dos sujeitos
desenvolverem métodos, pelo quais as habilidades e competências cognitivas sejam treinadas
incansavelmente no ambiente escolar.
As abordagens aqui referenciadas sobre o processo de ensino-aprendizagem apontam a
sala de aula como um campo de interação, experiências e investigação. Goulart (2010)
ressalta que esse palco de pesquisa ainda é visto como um fenômeno que acontece entre os
interlocutores, professor e aluno. Segundo a autora, o professor dialoga com seu aluno e este
responde de forma satisfatória àquilo que o professor perguntou, ou seja, dizemos que o aluno
está participando quando ele está alinhado com a proposta feita pelo professor.
Goulart (2010) “[...] afirma que, ainda existem alguns vícios difíceis de serem
quebrados, pois, continuamos pensando que:

 “A aprendizagem é um fenômeno individual;


 O conhecimento é uma entidade a ser conquistada pelos
alunos;

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 O problema da aprendizagem se localiza na passagem de um


conteúdo que está fora (no mundo social) para dentro da
cabeça das pessoas;
 A sala de aula se caracteriza por um contexto isolado da
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escola, da sociedade”. ( p.85)

Em conformidade a outros pesquisadores:

O aluno não está preparado para entrar na escola e o afastamento dos pais se torna
difícil para ele. Em meio a esse quadro, durante o processo de construção de
conhecimento o aluno tem necessidade de se sentir aceito e acolhido dentro de suas
limitações. Por isso, o afeto do professor é o ponto principal para o aluno interagir
com a escola. (PEREIRA E GONÇALVES, 2010, p.13).

Conforme Oliveira (1988) no que tange aos métodos de ensino, a preocupação deverá
se dar nas atitudes dos “[...] professores e suas influências sobre os alunos, uma vez que há
modelos teóricos a serem seguidos para o aprimoramento da prática pedagógica em sala de
aula. Entretanto, o professor precisa estar estimulado para desenvolver estratégias didáticas
diferenciadas próprias.” (p. 31). Com esses elementos prosseguiremos na apresentação e
discussão dos dados empíricos da pesquisa.

3. Organização, análise e discussão dos dados


Ao percorrermos os caminhos da educação é impossível não cruzarmos com a sala de
aula; esta, por sua vez, traz como essência dos atos pedagógicos a relação professor-aluno.
Até aqui, o referido trabalho consistiu em reunir informações e dados, os quais servirão de
base na investigação da prática da didática em sala de aula, destacando a importância e o
comprometimento de todos os envolvidos nesse ambiente.
Diante da árdua tarefa de conciliar a prática pedagógica com a realidade escolar em
que estão inseridos os sujeitos, na busca em promover mudanças na organização dos
conteúdos, partindo de pressupostos didáticos-qualificativos, a presente pesquisa buscou
apontar as necessidades, limitações, desafios e possíveis soluções no campo da pesquisa,
delimitando a sala de aula como objeto de estudo.
O espaço dessa reflexão foi numa escola da rede pública estadual de ensino no
município de Porto Nacional-TO, onde foram realizados cinco encontros e contou com a
participação de 26 (vinte e seis) alunos do Ensino Fundamental, em uma turma do 9° ano,

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com uma faixa etária entre doze e quatorze anos, além de 2 (dois) professores. É importante
ressaltar que a referida instituição está localizada numa região periférica da cidade, fato este
que chama bastante atenção, visto que nessas escolas o contexto social, econômico e político
interferem no modo de trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos.
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Objetivando uma aproximação dos interlocutores, no que concerne aos professores e
alunos, a presente pesquisa estabeleceu-se numa visão qualitativa, visto que os entrevistados
ficam mais livres para defender suas opiniões, facilitando assim na seleção dos dados e na
contribuição dos possíveis resultados das análises. Para esse fim, os participantes deste estudo
responderam indagações a fim de que, das possíveis respostas, obtivéssemos algumas
conclusões, no tocante a prática do ensino da didática na sala de aula e no que ela implica na
relação professor-aluno.
Ao serem informados de que se concordassem, seriam entrevistados e analisados
criticamente, tanto professores, quanto alunos se mostraram bastante otimistas frente ao
debate, e firmaram e reafirmaram o compromisso e a importância do estudo de campo no
esclarecimento das dúvidas referente ao espaço escolar, palco este de interações, experiências
e da promoção do ensino-aprendizagem.
É importante aqui fazermos uma ressalva quanto ao conteúdos das questões elaboradas,
pois foram relacionadas aos professores e alunos, com objetivos em promover uma
aproximação de suas realidades.
A metodologia utilizada no campo da investigação foi realizada através de cincos
encontros na escola, aplicada da seguinte forma:

 O primeiro encontro foi promovido com todos os sujeitos da


pesquisa realizado em sala de aula, onde foram debatidos alguns
questionamentos a fim que todos reconhecessem o tema proposto.
 No segundo, terceiro e quarto encontro foi feito a seleção dos
dados, métodos de entrevistas e entrevistados.
 No quinto e último encontro foi realizado a socialização com todos
os componentes pedagógicos a fim de se chegar a uma possível
conclusão dos dados pesquisados.

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Num primeiro momento, ao serem questionados sobre a efetividade do ensino-


aprendizagem na sala de aula, e como é vista a Didática de ensino nessa relação, foram
obtidas variadas respostas, das quais selecionamos, a resposta de um professor e de um aluno:
“As escolas de hoje em dia, enfrentam dificuldades na efetivação de suas didáticas de
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ensino. Ressalto que há um distanciamento no material teórico do trabalho do professor com a
realidade desejada pelos alunos”. (Professor).
“Eu até presto atenção nas aulas e copio as tarefas, mas fico cansado só de ficar na sala
com as mesmas aulas de sempre. Talvez se mudarem a forma das minhas aulas eu até me
animo mais para estudar”. (Aluno).
Nesse sentido fica evidenciado nas respostas, que os professores necessitam de
criarem métodos de ensino que correspondem com a real necessidade de seus alunos. Para que
tais métodos sejam efetivados na prática, importa que professores e alunos promovam ações
imediatas em sala de aula, através das disciplinas, dos conteúdos específicos e de uma
Didática que atenda esses anseios.
Ao serem indagados sobre as condições favoráveis à prática da Didática na escola e
dos materiais que a auxiliam nessa ação, foram colhidas as seguintes respostas:
“Sabemos que as condições onde se efetivam as interações e práticas de ensino não
são das melhores. Precisamos mudar essa realidade, valorizando o espaço físico da escola e
investindo na capacitação dos profissionais educadores”. (Professora).
“Eu gostaria que minha escola tivesse mais atrativo, como em escolas ricas. Aqui nós
não temos computadores novos, salas climatizadas, aulas divertidas e tudo isso atrapalha na
minha concentração nas aulas”. (Aluno).
“Eu sonho em ter uma escola onde eu não iria dormir a noite só pensando que bem
cedinho eu aprenderia muitas coisas novas” (Aluna).
Nesse ponto da pesquisa, percebe-se que professores e alunos encaram a prática da
Didática na sala de aula como uma disciplina distante das suas realidades. Assim, fica
evidenciado que a instituição trabalha o assunto como sendo um objeto estranho, visto que
não há ações efetivas por parte desta.
É importante lembrarmos que a sala de aula é o lugar que se inicia o processo de
ensino-aprendizagem, onde desvendamos novas ciências e aprimoramos nossas imaginações,
criatividades, onde nossas habilidades intelectuais se tornam nossa aliada nesse processo.
Nesse sentido, o referido trabalho proporcionou uma metodologia de perguntas e respostas,

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onde num mesmo ambiente, professores e alunos responderam as mesmas perguntas, visto
que o objetivo da pesquisa era descobrir os mesmos anseios, e como são encarados pelos
educadores e educandos.
Na oportunidade em que estávamos reunidos no mesmo ambiente, foi aplicado um
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questionário impresso com algumas perguntas, onde os alunos, divididos em dois grupos, e
professores se posicionaram frente às questões.
A primeira questão era como a Didática, como fator de qualidade, pode contribuir
nos seus ensinamentos?
Os professores responderam da seguinte forma:
“Nós professores precisamos se apropriar das variedades metodológicas e suas
concepções, afim de elaborarmos nossos planejamentos e direcionarmos a Didática para nosso
ambiente, que é a sala de aula”. (Professores).
Ao fazermos a mesma pergunta, sendo agora os alunos objetos da análise, como a
Didática, como fator de qualidade, pode contribuir nas suas maneiras de aprender?
Os grupos de alunos responderam:
“Apesar de não termos total conhecimento do assunto, acreditamos que, se nossos
professores mudarem as formas atuais das aulas, para uma melhor, menos repetitivas todos os
alunos não queriam que as aulas terminassem mais cedo” (Grupo A).
“A gente compreende a Didática como a forma que nosso professor nos ensina.
Nossos professores até nos ajudam nas atividades, mas eles repetem muito as mesmas formas,
e isso, é muito chato”. (Grupo B).
Diante do questionário e análises das respostas foi possível atribuir algumas
conclusões. Nas respostas, ficam explícitos que professores e alunos precisam mudar suas
concepções de ensino-aprendizagem; eles compreendem que a Didática voltada para a
qualidade das aulas é um de seus maiores anseios. Apesar de a escola, compreendida aqui,
como instituição acolhedora de sujeitos, não atender de forma emergencial as necessidades
destes, eles firmam seus compromissos em buscar alternativas na efetivação do processo
didático-ensino-aprendizagem.
No sentido de concluir a referida pesquisa, a partir da análise dos anseios dos
participantes, apontando dificuldades e objetivando uma definição concreta do fato
investigado, foi proposto uma última questão, onde todos, mais um vez, deram suas opiniões.

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Ao perguntarmos para os professores quais as maiores dificuldades no


relacionamento com os alunos em sala de aula?
Enumeramos as seguintes categorias nas respostas dos professores:

 Desinteresse dos alunos;


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 Falta de atenção nas aulas;
 Falta de compromisso com as atividades;
 Conversas paralelas nas aulas;
 Falta de materiais adequados;
 Preguiça.

Ao fazermos o mesmo processo com os alunos e indagarmos quais as maiores


dificuldades no relacionamento com seus professores em sala de aula?
Enumeramos as seguintes categorias nas respostas dos alunos:

 Conteúdos complicados;
 Conteúdos repetitivos;
 Não agradam da forma que o professor ministra suas aulas;
 Mau relacionamento com o professor;
 Não agradam do ambiente da sala;

De acordo com os tópicos citados, que denominamos de categorias, percebe-se que na


maioria deles tem relação direta com o professor e aluno na sala de aula. Nesse sentido, deve-
se ressaltar a importância da ação docente frente a esse processo. É o professor que deve
tomar as decisões mais importantes, visto que, é ele o principal responsável por promover
caminhos para se chegar a um efetivo processo de ensino-aprendizagem.
Aqui vale ressaltar ainda que não se percebeu uma aproximação maior do professor e
do aluno além do compromisso de ensinar e aprender de ambos que é uma realidade vivida
pelos mesmos na escola, e portanto, os alunos não sentem nos professores todas as
possibilidades para que possam dividir seus anseios, dificuldades, problemas familiares e
dificuldades na aprendizagem na escola. Esses fatores, levam o aluno a ter a escola apenas
como uma obrigação a ser cumprida, entretanto ainda é insipiente o interesse pela didática de
ensino do professor.

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Na realização deste trabalho ficaram as evidências da desafiadora tarefa de aproximar


duas realidades distintas, isto é, o professor, responsável por criar um campo de pesquisa,
onde o produto a ser pesquisado é o seu aluno; este, por sua vez com a missão de recepcionar
os conhecimentos advindos de componentes-didático-qualificativos.
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Diante das conclusões das análises, notou-se que tanto professores quanto alunos
reconhecem suas dificuldades e limitações no que concerne a didática de ensino-
aprendizagem, Entretanto, eles se sentiram motivados, estimulados e felizes em participar da
pesquisa, e encaram essa difícil realidade de forma positiva, visto que sabem da importância
da promoção e efetivação desse processo, e por isso, reafirmam mais uma vez a necessidade
de se apropriarem de métodos didáticos capazes de proporcionarem uma significativa relação
ensino-aprendizagem.
Em conformidade com a pesquisa e com os dados obtidos na experiência de campo,
conclui-se que há necessidade de que o professor planeje bem suas aulas com uma didática
diferenciada, motivadora adaptada para seus alunos, tornando o ensino significativo.
No olhar crítico do professor ficaram algumas lições e reflexões. É importante que ele
tenha mente algumas questões, tais como: O que eu quero que meu aluno aprenda com este
conteúdo? Para que ele precisa aprender? O que ele vai fazer com este aprendizado? O que
desejo alcançar com o aluno? De que maneira vou avaliar a aprendizagem de meu aluno?
Tudo isso aliado às atividades criativas, capaz de manter os alunos interessados pelos
conteúdos, e que o professor possa cumprir com eficiência o papel de mediador em sala de
aula.

4. Considerações finais
No momento que foram estabelecidos alguns caminhos à realização dessa pesquisa,
foi possível perceber a necessidade de rompimento com as incógnitas que permeiam o
contexto social, didático e pedagógico. Nesse sentido, a investigação, dada por alguns
questionamentos, se confirmou, ao serem feitas comparações dos dados referenciais
estudados, com as questões analisadas no campo da investigação, visto que há uma grande
preocupação de ambos os lados, em buscar meios adequados na efetivação do relacionamento
escolar.
É importante aqui fazermos uma ressalva, quanto alguns aspectos pesquisados. Apesar
de perscrutarmos todas as faces do processo de ensino-aprendizagem e analisarmos,

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criticamente a relação professor-aluno, os limites dessa pesquisa foram determinados a apenas


em fatos emergenciais nos processos aqui mencionados, visto que, o campo de estudo da
relação professor-aluno é muito amplo e está, constantemente, modificando suas ações dentro
deste cenário.
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Partindo do ponto inicial do referente trabalho, onde instigamos a nossa investigação
com as perguntas inquietantes que colocaram em cheque o anseio por procurarmos respostas,
através de instrumentos que nos motivaram a mergulhar no campo da pesquisa, percebe-se
que o percurso aqui traçado permitiu apontar algumas possíveis soluções, no que concerne a
postura dos sujeitos frente ao problema, além de promover caminhos para os que almejam
seguir este percurso.
Apesar de pontuarmos aqui avanços significativos na proposta analisada, percebe-se
ainda muitos fatores que merecem bastante atenção, e talvez, serem reanalisados. Entretanto,
ficamos animados e satisfeitos em saber que existe uma preocupação por parte de professores
e alunos em romper as barreiras que impedem a efetivação do processo de ensino-
aprendizagem e a didática como fator de qualidade.
Espera-se que com este trabalho, possamos contribuir de forma sensível e proveitosa
para os profissionais que estão envolvidos com a educação e evolução do constante processo
de desenvolvimento da aprendizagem direta indiretamente. Assim, concluímos que o processo
de ensino é muito mais que um processo de instrução; é uma ferramenta para a educação em
seus variados campos, sendo a didática responsável por formar pessoas com capacidades
intelectuais, físicas, morais e afetivas, apesar de estar ainda distante da nossa realidade e por
isso, dificulta o processo tanto de ensino quanto de aprendizagem.

4. Referências

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COMÊNIO, J.A. Didática Magna. Lisboa, Calouste Gubenkian, 1976.

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científica. Belo Horizonte: UFMG, 1988.

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aprendizagem. Revista Alcance-revista eletrônica de EAD da UNIRIO. Ed. 01, 2010.
Disponível em: http://www.seer.unirio.br/index.php/alcance/article/view/669. Acesso em: 15
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1996. –(Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).

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