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INTRODUÇÃO
Diante de uma realidade contemporânea em busca de uma educação de qualidade,
onde os índices de desenvolvimento estejam sempre em crescimento, o município de Cruz-CE
passou a investir na gestão pedagógica promovendo um processo formativo com o objetivo de
construir a identidade desse profissional, por meio de um intenso diálogo entre teoria e prática
e a problematização da realidade.
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Aluno (a) do Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica da Universidade Federal do Ceará - UFC.
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Desta forma, para atingir as metas projetadas pelo Governo Federal, o município de
Cruz vem desenvolvendo um trabalho de fortalecimento da gestão, com a definição clara dos
papéis dentro da escola permitindo assim, que cada membro da equipe, consciente de sua
função, desenvolva melhor suas potencialidades e se esforce para superar suas dificuldades.
Neste contexto, o município atribui como função do coordenador pedagógico o
acompanhamento à sala de aula, ao planejamento e a formação continuada a partir das
dificuldades encontradas nas práticas pedagógicas. O coordenador pedagógico deve observar
e analisar as práticas pedagógicas tendo assim subsídios para fazer as mediações necessárias
para com os professores, não cabendo a ele dominar conteúdos de ensino, mas conhecer
competências e habilidades a serem desenvolvidas nas disciplinas, bem como conhecer as
diretrizes curriculares, os programas e as metas de aprendizagem de cada etapa/nível de
ensino.
De acordo com Paulo Freire (1982), o coordenador pedagógico é, primeiramente, um
educador, o qual deve atentar-se ao caráter pedagógico das relações de aprendizagem no
interior da escola. Os professores, a partir do papel do coordenador, devem ser levados a
transformar suas práticas, resgatando sua autonomia e procurando não se distanciar do
trabalho coletivo.
Portanto, o coordenador deve ter consciência da necessidade da sua própria formação
e as dos professores. A esse respeito Placco ressalta que:
possa apreender melhor se as ações docentes estão se pautando pelas formações continuadas e
intervenções que receberam, favorecendo o aperfeiçoamento da prática de sala de aula e
consequentemente o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos.
Placco afirma que:
Esta dimensão da coordenação está voltada para o objetivo primordial da escola que
é o processo de ensino-aprendizagem, em que todas as demais dimensões da gestão
educacional devem estar voltadas para ela.
Nesse sentido, o coordenador pedagógico desta escola trabalha na perspectiva de
oferecer condições para que os professores trabalhem as propostas curriculares, em função da
realidade dos alunos, o que não é fácil, mas possível. Desenvolve habilidade comunicativa
para ser o elo entre os diferentes professores, turmas, disciplinas e demais segmentos que
estão presentes no trabalho da escola. Contribui também na formação continuada de
professores, através de estudos e análise das práticas pedagógicas.
Este estudo oportunizou o conhecimento das metodologias de facilitação da
aprendizagem no cotidiano escolar do lócus da pesquisa, percebeu-se um comprometimento
consistente da coordenação pedagógica com o processo de ensino-aprendizagem.
De acordo com as informações obtidas a partir da entrevista realizada com o
coordenador pedagógico concluiu-se que na sua rotina de trabalho está atento ao que acontece
na sala de aula, fazendo acompanhamentos mensais ou sempre que necessário, acompanha os
planejamentos semanais, oportunizando um atendimento individual sugerindo novas
estratégias de ensino, principalmente após observar as práticas pedagógicas em sala de aula.
Reúne-se mensalmente com todos os professores para discutir sobre o rendimento das turmas,
conhecer o desempenho da escola em avaliações internas e externas, conhecer as escalas de
desempenho, as matrizes de referência e os mecanismos de avaliação. Também proporciona
momentos para estudos sobre os assuntos mais pertinentes detectados nos acompanhamentos
de sala e planejamentos fornecendo base teórica para nortear a reflexão sobre as práticas
pedagógicas de sala de aula. Outra ação que é pertinente ressaltar são as visitas semanais às
turmas do 2º e do 5º ano com atividades diferenciadas para trabalhar os descritores
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fragilizados e assim preparar melhor os alunos para as avaliações externas, dentre elas o
SPAECE.
O acompanhamento se dá de forma contínua, indagando os professores sobre a
turma, que dificuldades estão sentido, que aluno está precisando de um acompanhamento
diferenciado. “Quando é detectado dificuldades é pensado em alternativas para mudar o atual
quadro em que a turma se encontra” diz a coordenadora. Ressaltou que é importante a
participação ativa do coordenador no processo de formação, pois favorece momento de
aprendizado e integração com os professores.
Segundo o relato da coordenadora, a mesma está sempre determinada a buscar algo
novo e diferenciado para auxiliar o professor no seu trabalho. Esse acompanhamento
enriquece suas atividades pedagógicas e contribui para o bom andamento da aprendizagem
dos alunos.
[...] não somente desafiar práticas estabelecidas, mas fornecer subsídios para
as transformações, não somente questionar saberes, mas estimular
experimentação e inovação das formas de trabalho pedagógico, instigar
mudança, mas respeitar tempos individuais e coletivos, inovar, mas
reconhecer especificidades do conhecimento didático-pedagógico já
produzido. Enfim, uma realidade repleta de zonas de sentidos, onde as
certezas não são definitivas, as necessidades, processuais e os cenários a
serem coletivamente construídos (MADEIRA, 2008, p.16).
atenção e a concentração, nessa perspectiva pode-se dizer que a motivação é a força que move
o sujeito a realizar atividades. Assim, ao sentir-se motivado tem vontade de fazer alguma
coisa e se torna capaz de manter o esforço necessário durante o tempo necessário para atingir
os objetivos traçados, nesse caso, a aprendizagem dos alunos.
Segundo Fernandes (2007), o coordenador deve ir além do conhecimento teórico,
pois para acompanhar o trabalho pedagógico e estimular os professores é preciso percepção e
sensibilidade para identificar as necessidades dos alunos e professores, tendo que se manter
sempre atualizado, buscando fontes de informação e refletindo sobre sua prática. Com esse
pensamento ainda é importante destacar que o trabalho deve acontecer com a colaboração de
todos, assim o coordenador deve estar preparado para mudanças e sempre pronto a motivar
sua equipe.
Para Placco (2008) no papel do coordenador pedagógico como formador de
professores ressalta-se a possibilidade de, por meio do trabalho formativo do coordenador,
auxiliar o professor a tomar consciência das dimensões envolvidas na sua prática.
O coordenador deve orientar o desenvolvimento do trabalho docente em sala de aula
e suas devidas articulações com o planejamento escolar, de modo que a prática seja
redimensionada pelas reflexões embasadas nos conhecimentos teóricos e que as teorias
estudadas e refletidas nas formações continuadas ganhem significado novo, através da prática.
Segundo Ferreira:
os conflitos e buscando refletir sobre a prática tendo como subsídios os estudos de textos de
autores renomados na área educacional.
Esses profissionais entendem que só há melhoria no processo ensino-aprendizagem
se houver reflexão sobre a ação docente, descartando equívocos da prática educativa e
traçando metas e ações que desencadeiem intervenções individuais e coletivas, que atendam
as reais necessidades dos alunos naquele determinado período educacional. Essa talvez seja
uma das principais atribuições do coordenador, ou seja, constantemente possibilitar momentos
de reflexão sobre a ação educativa com base no acompanhamneto da prática docente, com o
objetivo de convidar esse profissional a repensar suas estratégias de ensino melhorando a
qualidade do ensino para alcançar as metas projetadas para o ano letivo.
Libâneo (2003) vem reforçar que, acompanhar a formação continuada, dentro da
jornada de trabalho, é uma tarefa que envolve o setor pedagógico da escola, ou seja, o
coordenador pedagógico: “[...] é na escola, no contexto de trabalho, que os professores
enfrentam e resolvem problemas, elaboram e modificam procedimentos, criam e recriam
estratégias de trabalho e, com isso, vão promovendo mudanças pessoais e profissionais”.
(LIBÂNEO, 2003, p. 189)
À medida que o coordenador pedagógico dedica-se com mais cuidado e rigor ao
planejamento de suas atribuições, a tendência é que o corpo docente reconheça este
profissional como uma conquista para o fortalecimento da sua identidade e competência
profissional.
Nessa perspectiva, a partir do estudo realizado, o coordenador pedagógico dialoga
com os docentes, pois a realização do trabalho coletivo na escola depende de todos os
envolvidos no espaço escolar, e ele tem papel de destaque nesse trabalho, uma vez que
supervisiona, acompanha, assessora, apoia e avalia as atividades pedagógicas.
Observou-se também que o coordenador tem um papel de liderança no ambiente
escolar, tendo ainda uma visão direcionada para investir na formação do grupo, favorecendo a
efetivação dos trabalhos em sala de aula.
Segundo Vasconcelos (2008, p. 57), a esse respeito diz que “é tarefa intransferível da
equipe comprometer-se com as melhorias das condições de trabalho dos profissionais da
educação. Sem isto todo o resto corre o risco de ser remendo novo sobre o tecido velho”.
Conjecturando, a coordenação favorece e incentiva momentos de formação
continuada, construindo um espaço de participação coletiva, em um espaço de reflexão, e
busca uma prática significativa priorizando a boa qualidade. Assim, o coordenador
pedagógico está agindo como ator social, agente facilitador e problematizador do papel
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei nº 11738 de julho de 2008. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11738.htm> Acesso em 11 de jan de
2015.
FERREIRA, Eliza Bartolozzi. Políticas no Brasil em tempo da crise. IN: Ferreira, Eliza Bartolozzi;
OLIVEIRA, Dalila Andrade. Crise da escola e políticas educativas. Belo Horizonte: Autêntica editora,
2009.
FREIRE, Paulo. Educação: sonho possível. In: Brandão, Carlos Rodrigues (Org.) O educador: vida e
morte. 2. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1982.
MINAYO, Cecília de Sousa (organizadora). Pesquisa, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes,
2009.
PLACCO, Vera Maria Nigro de Sousa.; ALMEIDA, Laurinda Ramalho de (Org.). O coordenador
pedagógico no confronto com o cotidiano da escola. São Paulo: Edições Loyola, 2009.
VIEIRA, S. L. Educação básica: política e gestão da escola. Fortaleza: Liber Livro, 2008.
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APÊNDICE 1
ROTEIRO DE ENTREVISTA-COORDENADOR
Nome:_____________________________________
Escola:__________________________________Localidade:__________________
Data:______/_________/________
1. Descreva as atividades que você realiza na escola e quais exigem mais determinação.
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4. Que critérios você utiliza para elencar os temas a serem trabalhados nas formações
continuadas que são realizadas mensalmente com os professores?
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APÊNDICE 2
4. Como você vê a prática da formação continuada ofertada pela gestão da escola? Você
considera os temas abordados relevantes para sua atuação e para seu desenvolvimento
profissional? Justifique.
________________________________________________________________________
5. Existem incentivos, por parte do coordenador pedagógico, para que você modifique sua
prática pedagógica visando o ensino-aprendizagem? Exemplifique.
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