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Resumo
Introdução
A partir deste cenário, a forma como o coordenador pedagógico exerce sua função está
ligada a maneira como ele intervém no sentido de qualificar o trabalho do corpo docente
da instituição. Essa qualificação contém relação direta a inserção no plano de formação,
o que é primordial para gerar professores com pensamento crítico e reflexivo capazes de
desenvolver seu trabalho da maneira esperada (Perrenoud, 2002, p. 169).
Diante disso, este trabalho busca aprofundar a análise sobre as atitudes pertinentes a
função do coordenador pedagógico dentro do âmbito escolar. Um dos pré-requisitos
principais para este trabalho é o amplo conhecimento a respeito daquilo que é sua real
responsabilidade. A princípio, o foco principal será desenvolver o perfil profissional
com o intuito de descobrir quais são os conhecimentos indispensáveis, a partir daí, é
preciso aprofundar-se para descobrir como a formação do coordenador pedagógico é
capaz de agregar na identificação e superação das dificuldades e desafios que ele irá
encontrar para desempenhar sua função e ainda pontuar e avaliar como é possível
identificar os percalços e desafios que surgem em seu cotidiano, identificando as razões
que os colocam em pauta. A forma como o coordenador pedagógico atua tem trazido
questionamentos, em especial como ele classifica a qualidade do trabalho dos
professores. Perrenoud (2002, p. 169) pontua que só é possível ter um corpo docente
crítico e reflexivo sem a atuação do coordenador pedagógico. É ele o responsável por
encontrar as competências adequadas a fim de atingir os objetivos propostos. Com isso,
compreende-se que a meta principal do coordenador pedagógico consiste em superar
desafios, o que o autor reitera que são inúmeros. Portanto, avaliar as atitudes do trabalho
do coordenador pedagógico, permite que seja possível perceber quais são os
conhecimentos primordiais para melhor desenvolver tal função, evidenciando assim
como este profissional pode contribuir mais intensamente, bem como sobrepor-se diante
das dificuldades que terá que enfrentar em seu ambiente de trabalho.
A partir daí, acredita-se que seja mais simples provocar a reflexão do coordenador
pedagógico acerca de sua posição, lembrando-o sempre da necessidade de atuar de
maneira democrática e ética, principalmente quando envolve a administração de
conflitos já presentes nas relações interpessoais, colocando como prioridade a inovação
do processo de aprendizado, através de uma prática inclusiva capaz de estimular os
agentes da educação a contribuírem. O coordenador pedagógico é formado em
pedagogia, na maioria dos casos sua especialidade está anos iniciais do Ensino
Fundamental (no processo de escrita e leitura, compreensão matemática, orientação
educacional ou teorias do aprendizado, em outras palavras, em um sentido mais amplo).
O professor do Fundamental 2 é focado em uma determinada área do conhecimento
específica do currículo. Na maioria das vezes, ele é o único com conhecimento sobre
aquele tema na instituição de ensino. Por esta razão, em muitos casos os professores se
sentem em conflito com a presença do coordenador pedagógico, contudo, esta
insegurança não é uma via de mão única, uma vez que, em muitos casos, o coordenador
também se sente inseguro, pois acredita não ter conhecimento amplo sobre aquele
assunto, o que por vezes, acaba minando sua autoridade para lidar com questões que
tangem a relação com o professor especialista. Em contraponto, este professor é tomado
por um sentimento de isolamento, pois não há a presença de outros profissionais com os
quais ele possa conversar e refletir sobre suas experiências. E esta é uma discussão
ampla e que ocorre frequentemente no cotidiano escolar, que permite discurir de
maneira concreta o real papel e responsabilidade do coordenador pedagógico.
2 Referencial teórico
Libâneo (2003, p. 18) pontua que somente na década de 80 que a escola passou a
ter uma real percepção das modificações pelas quais a sociedade vinha passando, como
por exemplo, a abertura política, a busca para diminuir os índices de analfabetismo no
Brasil e consequências de um país mais globalizado fizeram com que o ambiente
escolar precisasse se modernizar, adotando uma postura mais crítica e outros níveis de
especialização para que fosse possível compor um corpo docente que atendesse estas
novas necessidades. Em um aspecto mais amplo, a instituição escolar naquele momento
precisava ir além de um ensinamento básico, era preciso assumir uma função social, e
isso envolvia o papel que seus profissionais desenvolviam, assim como a prática do
ensino e o fazer pedagógico. A partir daí, segui-se um rumo natural na formação
contínua dos profissionais da educação, o que deixou evidente a importância da
especialização de professores, coordenadores pedagógicos e diretores.
Levando-se em conta que hoje o cenário educacional necessita de uma gestão com
ampla participação de todos os envolvidos, é papel do coordenador organizar a forma
como educadores, pais e alunos irão interagir, trazendo assim, os melhores resultados
para todos os envolvidos.
Apesar de todo o avanço ao longo dos últimos anos, o século XXI trouxe consigo novas
dúvidas e questionamentos sobre o papel da educação diante de um novo cenário
ideológico e político. Assim como anteriormente foi discutido, isso traz um grande
impacto no âmbito educacional, trazendo inúmeras vezes sensações de pessimismo
diante do desconhecido. Nas palavras de Guilherme (2013), superar um paradigma
sempre demanda uma certa resistência. E é exatamente durante o período de transição
entre o velho e o novo, que é possível vislumbrar as possibilidades. Os novos
paradigmas de gerenciamento demandam funções que não precisam de uma grande
centralização, mas sim, de muita participação para que possa haver uma atuação
interdependente e integrada.
2.2 A função do coordenador pedagógico
Para Watanabe et al. (2012, p.63), o professor não pode realizar sua jornada pedagógica
completamente só e é aí que entra o papel do coordenador pedagógico. Ao desenvolver
um trabalho de reflexão e colaboração, ambos os profissionais são capazes de aprender
mais diante das situações. Sobre a conexão entre ambos, Domingues (2014) aponta que
o coordenador pedagógico, que tem sua função intrínseca à escola, não pode ser
dissociado dos educadores e de todos os alunos. É exatamente a mediação entre os
envolvidos que lhe compete. Sendo assim, é responsabilidade do mesmo garantir um
espaço democrático, onde o diálogo e a produção coletiva de ideias sejam peça chave
para a abordagem metodológica e norte para a coordenação pedagógica.
Domingues reflete sobre o real papel do coordenador pedagógico, uma vez que para
coordenador e fornecer assistência didática e pedagógica aos professores, não é preciso
uma total compreensão de todo o conteúdo e método utilizado para cada disciplina. O
coordenador, na realidade, traz sua influência a partir dos seus conhecimentos dentro do
processo educativo, realizando uma ponte entre as teorias pedagógicas e as práticas
presentes em cada matéria. Não é obrigação do coordenador pedagógico controlar cada
professor e aprender tudo aquilo que eles ensinam. O coordenador tem um papel mais
amplo que é desenvolver o compromisso, uma educação competente e eficaz, fornecer
segurança para que os docentes possam desenvolver seu trabalho de uma forma eficaz.
Quando o coordenador oferece suporte aos professores cria-se uma relação de confiança
extremamente produtiva para o processo educacional, uma vez que os docentes sentem-
se seguros para expor suas dúvidas e dificuldades, o que permite que o coordenador o
auxilie a melhorar sua prática cotidiana.
Domingues (2014) relata como esta falta de recursos pode impactar, uma vez que estas
criam uma noção imprecisa sobre o real papel da coordenação pedagógica, o que faz
com que surja um determinado sincretismo de natureza pragmática sobre a função. Esta
é apenas uma das razões que dificulta o trabalho destes profissionais e faz com que
muitas vezes acabem exercendo funções que não são de sua alçada. Coordenar um
projeto pedagógico é estar relacionado a diversas decisões que irão guiar as escolhas de
um projeto educacional que envolve toda uma comunidade, assim como, os professores
serão direcionados para alcançar os resultados esperados.
Todavia, apesar de tudo que foi evidenciado até aqui no presente trabalho, Mate (2009)
ressalta que não existe uma fórmula exata para o bom desempenho no trabalho do
coordenador pedagógico, cada profissional precisa encontrar o seu estilo de acordo com
o cotidiano do seu ambiente de trabalho. Outra questão que se destaca para o autor é a
singularidade dessa função que passa a ser definida a partir das relações que se criam a
partir da prática pedagógica cotidiana dentro do ambiente escolar, através de
mecanismos individuais, pautados na inovação e na singularidade, que emergem diante
das novas e constantes necessidades que surgem diariamente.
Ainda sobre o papel do coordenador pedagógico, André e Vieira (2011) apontam que as
diversas funções delegadas a este profissional fazem com que o mesmo seja capaz de
acionar as mais diversas áreas do saber com o intuito de buscar a inovação,
principalmente porque dentro do ambiente escolar inúmeras situações surgem no dia a
dia. Outra função muito importante do coordenador pedagógico consiste na formação
continuada dos profissionais que lecionam em seu ambiente escolar, sendo este um dos
temas mais recorrentes na literatura nacional a respeito deste tema.
Agradecimento
Referências
ALMEIDA, L. R., PLACCO, V. O papel do coordenador pedagógico. Revista Educação. Set. 2011.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogo, para que? 9. ed. São Paulo: Cortez, 2007.
MATE, Cecília H. Qual a identidade do professor coordenador pedagógico? In: BRUNO, Eliane
Bambini Gorgueira; CHRISTOV, Luiza Helena da Silva. O coordenador pedagógico e a educação
continuada. 13. ed. São Paulo: Loyola, 2009
PIERINI, Adriana Stella; SADALLA, Ana Maria Falcão de Aragão. Laços que se formam a partir de
nós: coletivos que reconfiguram o trabalho da orientadora pedagógica na escola pública. In:
PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza; ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. O coordenador
pedagógico e os desafios da educação. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2010
PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza. A sala de aula como lócus de relações interpessoais e
pedagógicas. In: ______; ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. O coordenador pedagógico e os
desafios da educação. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2010
SALVADOR. C. M. O. O coordenador pedagógico na ambiguidade interdisciplinar. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-graduação em Educação, São Paulo: Pontifícia Universidade
Católica, 2014