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Contradições entre conceitos e praticas na cooperação

internacional para o meio ambiente


Rodolfo Ilário da Silva

SILVA, Rodolfo I. Contradições entre Conceitos e Práticas na Cooperação Internacional


para o Meio Ambiente. Aurora, Marília-SP, v. 6, n. 1, p. 95-108, Jul.-Dez., 2012

Cooperação Internacional
Conceito de cooperação: A atuação conjunta de Estados, instituições multilaterais
e não governamentais, evolvendo dois ou mais atores que se dispõe a transferir
conhecimentos e/ou recursos financeiros em áreas de interesse comum
(RIBEIRO,2007)

Estudos foi caracterizado pelo debate liberais x realistas


Contribuição do debate:
-gerou consenso sobre a definição de cooperação internacional
-desenvolveu hipoteses sobre as condições há maior probabilidade de cooperação

Anarquia e cooperação como é possível? Não sendo essa equivalente à harmonia


Para Axeldod e Keohane (1993) a cooperação internacional pode se desenvolver em
algumas áreas das Ris enquanto em outras permanece a anarquia

Interdependência complexa
Definição dada por Keohane e nye (20019 a Nova configuração da política mundial
para explicar os fenômenos contemporâneos das Ris
Para estes o SI está cada vez mais interligado devido ao avanço das comunicações,
intensificação das transações financeiras, ao crescimento do volume de comércio,
atuação de empresas multinacionais e às influencias culturais e ideológicas entre
países
Características:
-Existência de múltiplos canais conectados as sociedades
-Ausência de hierarquia entre os múltiplos temas da agenda internacional
-papel do uso da força diminuido nas ris

Visto que as interações entre eles podem variar entre conflito e cooperação
Por que os Estados decidem cooperar na resolução de questões
Interdependência ligada a
políticas ligadas ao meio ambiente? -Pela necessidade de somar
proteção internacional do
esforços para ampliar sua capacidade de ação ocorre devido a meio ambiente – não
interdependência (dependência mutua) tanto entre os Estados podem ser quebradas por
quanto aos fenômenos ambientais fronteiras políticas

A cooperação e a problemática ambiental, geram desafios à


capacidade individual de ação dos Estados e Instituições devido a problemática
Agravadas pela alta demandas surgidas com a
globalização e agravamento dos problemas ambientais
arranjos cooperativos
atingir caráter transnacional exigindo assim uma coordenação política por pare dos
atores.

Dessa forma a soberania nacional vê-se assim interpelada e desafiada pelo


principio da responsabilidade ambiental. A depender da: coordenação política, da compatibilização de
interesses e objetivos
Assim, os atores realizam projetos e ações conjuntas devido a dimensão
transnacional da natureza, da degradação e dos fenômenos ecológicos não limitados
às fronteiras políticas.

Caráter transnacional do problema e a interdependência faz com que os atores não


possam mais se preocuparem exclusivamente com seus interesses políticos e
econômicos, desconsiderando questões socias e ambientais

Desafios Problemática ambiental global

-Necessidade de diminuição da intensidade da competição capitalista

-Necessidade de diminuição do conflito de interesses em função do aumento da


complementação econômica e da conciliação de interesses através da cooperação

A COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA O MEIO AMBIENTE: DOS


CONCEITOS À PRÁTICA

As relações políticas nos assuntos ambientais internacionais (processos


negociadores) não são marcados pela solidariedade e consciência ambiental, mas
pelo calculo econômico, pela relação de forças e influência de poder
Situação apresenta como espécie de Dilema da cooperação*
*Os atores buscando maior cooperação internacional, competem acirradamente
para definir como cooperar

Existe, uma clara divergência entre o conceito de cooperação e a prática da


cooperação
Fernanda Sant´Anna (2009) assume uma definição que a cooperação é apenas um
mecanismo subordinado à dinâmica conflituosa do SI, utilizada conforme os
interesses dos atores em amenizar a competição.
Porém, por mais que encontre fundamentos nos acontecimentos da política
internacional, devemos fazer algumas ressalvas quanto a esta perspectiva:
entendemos que as características e potencialidades da cooperação vão além das
atribuições de um simples mecanismo de redução de conflitos

Como superar a tendência ao conflito de interesses?


Acordos, garantias e mecanismos reguladores (único disponível ainda: confiança
Os atores devem construir mecanismos que possibilitem anulação ou amenização da
característica anárquica do SI
A confiança e a comunicação causa uma memoria interativa (dilema do prisioneiro)
que permite que jogadores possam prever as ações dos outros e se sintam mais
seguros para cooperar

Para que haja construção de confiança, são indispensáveis a repetição e a memoria


das interações cooperativas, a comunicação e o compartilhamento de informações,
e o contato periódico para (re)avaliação dos interesses comuns buscados.

Como os Estados podem agir coordenadamente em pró de ganhos mútuos?

Os Estados precisam encontrar motivos interessantes ou realmente necessários


para que decidam dar preferencia à busca de objetivos comuns em detrimento da
tradicional luta por seus interesses egoístas

O sucesso da cooperação está diretamente associado à capacidade dos Estados e


das instituições envolvidas em gerar benefícios para a cooperação

A cooperação configura uma opção política de interação que deve ser distinta da
luta de interesses desde suas motivações e em seus objetivos.

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