Você está na página 1de 33

Participação Pública e

Gestão de Conflitos
Webconferência 2

Ana Carolina Vieira Araujo - 2021


Webconferências

Webconferência 1 Webconferência 2 Webconferência 3

03/11 10/11 17/11

Discussão do material Discussão do material Discussão do material


das aulas 1 a 3. das aulas 4 a 6. das aulas 7 e 8.

2
Audiências Públicas e
Gestão de Conflitos
Importância das Audiências
AIA → EIA → RIMA

Licença Prévia

LP Realização da
Audiência Pública
Licença de Instalação
Definição do Plano
Atende a Básico Ambiental
condicionantes?

Há medidas de controle
ambiental? LI LO Licença de Operação

Efetivo cumprimento das


condicionantes anteriores
Organização das Audiências

Organização, divulgação e condução da audiência


é de responsabilidade do órgão licenciador em
âmbito federal, estadual ou municipal.

Mesa é composta por um presidente e um


secretário, normalmente servidores públicos
dos órgãos competentes e demais convidados.

5
6
Resultado das Audiências

As audiências têm caráter consultivo, mas seus


resultados têm que ser documentados e
considerados pelo órgão licenciador para sua
tomada de decisão, que deve ser justificada
frente aos questionamentos apresentados pelas
partes interessadas.

7
Ambiental:
Como serão gerenciados o
território e os recursos
Conflito disponíveis em uma área
“Não é possível o surgimento de conflitos onde compartilhada?
não exista relação entre atores com
interesses incompatíveis”
8
Conflitos

“O conflito surge e se intensifica quando ocorre a percepção, por algum dos


atores envolvidos, de que os custos e benefícios do empreendimento
não estão sendo distribuídos de maneira equitativa, acarretando
maiores prejuízos para alguns e maiores benefícios para outros.
Como dito anteriormente, os conflitos podem ser de cunho ambiental, social,
econômico ou cultural, ou, ainda, uma combinação entre dois ou mais desses
fatores”.
9
10
Percepção dos Conflitos

“Em primeiro lugar, projetos ou atividades vinculados a processos de licenciamento


ambiental são formas de reprodução de modelos de desenvolvimento pautados na
apropriação de recursos naturais que podem levar a uma queda na qualidade ou
quantidade desses recursos ou dos serviços ambientais associados a eles. Essa
apropriação do meio ambiente pode ser incompatível com os significados e
interesses de grupos sociais ou com outras formas de utilização dos recursos
naturais pelas comunidades locais, inviabilizando a reprodução de outros modelos de
desenvolvimento”.
11
“ Os riscos dizem respeito à possibilidade
de acontecimentos e desenvolvimentos
futuros, tornam presente um estado no
mundo que (ainda) não existe.”
BECK, 2015, p. 31-32

12
Conflitos e Riscos

• Riscos ambientais: riscos relacionados ao ambiente físico, químico e biótico. Podem se expressar
por desregulações do ambiente natural ou por desastres naturais que ocasionem perdas quantitativas
e qualitativas aos seres humanos.

• Riscos sociais: todos os riscos relacionados à sociedade humana e suas tecnologias. Ou seja, os
riscos que provêm de estruturas, processos e produtos tecnológicos, bem como das relações sociais
e do comportamento humano.

• Riscos híbridos: riscos relacionados à complexidade inerente aos sistemas socioecológicos. Podem
ser compreendidos como resultantes da interação entre o meio e processos sociais (tecnologias,
relações e comportamento humano) e o meio e processos naturais (físicos, químicos e biológicos).

13
Percepção dos Conflitos

• Conflitos percebidos ou latentes: quando os indivíduos ou grupos percebem a existência de interesses


excludentes nas relações com outros indivíduos ou grupos. Esses conflitos são claros para quem os
vivencia.

• Conflitos experienciados ou velados: não são conflitos abertos, mas sim reais para as partes que os
experienciam. Esses conflitos ocorrem de forma dissimulada.

• Conflitos manifestos ou abertos: conflitos que se tornam públicos, gerando consequências não só entre
as partes envolvidas, mas também entre todos os demais atores que estejam envolvidos no mesmo
processo, podendo ocasionar conflitos secundários.
14
Atores nos Conflitos

● Conflitos interpessoais: conflitos entre indivíduos que possuem interesses excludentes.

● Conflitos intergrupais: conflitos que ocorrem entre grupos distintos, que agem no sentido de
impedir que o grupo rival alcance seus objetivos.

● Conflitos organizacionais: dizem respeito a discordâncias na organização do processo


administrativo, ou seja, estão relacionados a visões diferentes sobre as estruturas e regras
institucionais que guiam a administração pública.

15
Negociação

“ Seu princípio fundamental é a solução das


diferenças de interesses e valores para as
partes envolvidas, de modo a produzir
acordos que sejam benéficos para todos.”

Lewicki, Saunders, Barry; 2014

16
Visões da Negociação
Reinvidicação de valor: diferenças Criação de valor: compatibilização de interesses
incompatíveis; disputa pela distribuição e objetivos. Saldo positivo para o atendimento de
de custos e benefícios. Soma zero. demandas e distribuição de custos e benefícios.

A negociação é um dos métodos de gestão e não envolve um mediador. É raro no


licenciamento ambiental. 17
Visões da Negociação

18
Mediação
O papel fundamental do mediador é a facilitação da comunicação entre as partes envolvidas,
ajudando-as a avaliar os objetivos e as opções disponíveis, buscando a transformação dos
adversários em agentes cooperativos na construção de objetivos comuns e de resultados que
satisfaçam a todos os envolvidos.

O foco da mediação, portanto, não é a busca pelo acordo entre as partes, mas sim o
estabelecimento de vínculos entre elas a partir do fortalecimento da comunicação e da
transformação de adversários em parceiros, evitando que novos conflitos surjam ou que os já
existentes se agravem, além de possibilitar a transformação dos conflitos existentes em
potencialidades.
19
Conciliação e Arbitragem

● Na conciliação o objetivo primordial é que as partes cheguem a um acordo. O


conciliador deve interferir diretamente, oferecendo conselhos e fazendo sugestões para
que o acordo seja alcançado e traga os melhores resultados possíveis para ambas as
partes. É importante, portanto, que o conciliador escute e conheça bem os objetivos e
limites de cada uma das partes em relação às concessões que possam.
● A arbitragem pode ser utilizada quando as demais tentativas de negociação falharam. É
escolhido um agente para exercer o papel de árbitro, ou seja, para tomar decisões em
relação ao objeto em disputa, retirando a autonomia que as partes têm na tomada de
decisão acerca daquilo que irá lhes afetar.
20
Estratégias na gestão de conflitos

21
Estratégias na gestão de conflitos

22
Estratégias na gestão de conflitos

23
Estratégias na gestão de conflitos

24
Táticas na gestão de conflitos

Táticas distributivas
Relacionadas à reinvidicação de valor. Soma zero.
No caso do licenciamento ambiental, quer dizer reivindicar
os benefícios associados ao projeto para si, levando a uma
distribuição desigual desses benefícios e também dos
custos entre os grupos e indivíduos impactados.

25
Táticas na gestão de conflitos
Táticas integrativas
Estão baseadas nas estratégias colaborativas, criação de valor, ou seja, otimizar os resultados de
modo que os benefícios sejam maiores que os custos para todas as partes envolvidas. Deve:
• concentrar-se nos aspectos comuns, e não nas diferenças;
• abordar as necessidades e os interesses de cada uma das partes e não as posições inicialmente
assumidas;
• ter comprometimento no atendimento das necessidades de todos os envolvidos;
• pensar em opções e alternativas para o ganho recíproco;
• adotar critérios objetivos para padrões de desempenho.
26
Comunicação é essencial

27
VAMOS CONTINUAR ESSA DISCUSSÃO NO FÓRUM?

● Você conhece ou vivenciou algum exemplo de modificação de projetos por


demandas apresentadas em audiências públicas?

28
REFERÊNCIAS ADICIONAIS

https://www.jstor.org/stable/pdf/10.7476/9788575415764.12.pdf?refreqid=excelsior%3Aca672
b72f22d0fdddfe5f8344f39524f

8 Mapeando Alternativas para o Futuro (pp. 285-301)

Jean Pierre Leroy, Tania Pacheco, Marcelo Firpo Porto and Diogo Rocha
O Mapa de Conflitos Envolvendo Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil (ou Mapa de
Conflitos)¹ apresenta um preocupante quadro das agressões causadas pelos diferentes
projetos e empreendimentos que caracterizam o atual modelo de desenvolvimento. Ao
mesmo tempo, porém, revela exemplos admiráveis de enfrentamento por parte das
populações e comunidades, tanto do campo como das cidades. As conjunturas
nacional e internacional, assim como as perspectivas que as diversas crises (da estrutural
à climática) indicam, permitem vislumbrar uma melhoria da situação atual ou prever a
continuidade ou mesmo o agravamento das atuais injustiças?

29
REFERÊNCIAS ADICIONAIS

Audiência Pública

Muriaé - MG

Mineração de Bauxita em
área de Mata Atlântica

CBA ausente
https://www.youtube
.com/watch?v=O3qiIf
27/10/2021 8tUk0&t=951s

30
REFERÊNCIAS ADICIONAIS

Audiência Pública

Muriaé - MG

Mineração de Bauxita em
área de Mata Atlântica

CBA
http://audienciapublica.cba.
com.br/audiencia/assista-a
07/10/2021 qui-a-audiencia-publica/

31
REFERÊNCIAS

SCHEIDECKER, Carolina. Participação pública e gestão de conflitos / Carolina Scheidecker, Anderson


Bonilha. – São Paulo : Editora Senac São Paulo, 2018. (Série Universitária)

Ação do Ministério Público Federal:


https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2021/02/Pinheiro-ACP-Danos-Socioambientais-6577.pdf

Programa de Compensação Financeira e Apoio às realocações:


https://www.braskem.com.br/portal/principal/arquivos/alagoas/09.09.2021_book.pdf

32
Obrigada!
ana.cvaraujo@sp.senac.br
33

Você também pode gostar