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2014
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Marcos Luís Pangananhe
História da Consultoria – uma tradição humana
A consultoria remonta às origens das relações humanas. É acto de conferência para deliberação de
qualquer assunto que requeira prudência. Constitui-se na reflexão em busca de uma resposta através
do mais adequado conselho ou de forma mais complexa, porém menos objectiva, de um parecer.
De acordo com o Professor Paulo Ricardo Becker Jacintho, na antiga Grécia, os sacerdotes do
Oráculo de Delfos proviam consultorias sustentadas nas observações sistemáticas e inteligentes dos
fenómenos naturais, entendidas naquela época como predições de homens escolhidos pelos deuses e
dotados de poderes especiais. Foi nesse ambiente que surgiram os primeiros filósofos e o ideal da
busca do conhecimento e do entendimento racional do mundo e da própria humanidade através da
ciência.
Foi somente no início do século XX que a consultoria passou a ganhar os moldes da actividade hoje
bem definida e caracterizada. Especialmente nas décadas de 40 e 50 nos Estados Unidos e na Europa
Ocidental ocorreram importantes avanços na sistematização do trabalho de consultoria, com
vinculação eminentemente técnica e científica aliada à experiência e fundamentada em teorias, mas
sempre com foco nas soluções práticas.
Origem da Consultoria
A origem da palavra consultor vem do latim consultare, que sig- nifica “dar ou receber conselhos,
aconselhar e também ser aconselha- do” (PEREIRA, 1999, p. 39, apud BOM SUCESSO, 2002 ),
prática que remonta aos primórdios da humanidade, na qual sempre existiram “conselheiros”, seja de
imperadores, reis, caciques, faraós ou mesmo de pessoas comuns necessitadas de ajuda.
Segundo o Instituto Brasileiro de Consultores de Organização – IBCO (2004), é definida assim:
“Entende-se Consultoria Organizacional (CO) a actividade que visa à investigação, identificação,
estudo e solução de problemas, gerais ou parciais, atinentes à estrutura, ao funcionamento e à
administração de empresas e entidades privadas ou estatais”.
De uma maneira geral, a consultoria está compartimentada em dois tipos: externa e interna. Em linhas
gerais, a consultoria externa é uma actividade temporária, exercida por profissionais especializados,
específicos, autónomos ou integrantes de organizações preparadas
Conceito de Consultoria
É um processo de intervenção em um cliente por um indivíduo ou um grupo de indivíduos que pode
se utilizar de recursos intelectuais,materiais,humanos e financeiros para identificar problemas,
diagnosticar causas e propor soluções.
Busca de forma estruturada a evolução / melhoria e soluções para os problemas, agregando valor ao
negócio, visando o resultado previsto em um tempo determinado.
Análise ambiental e/ou estratégica visando determinar processos de melhorias organizacionais
É o processo de diagnosticar as deficiências de clientes, objetivando propor soluções compatíveis com
sua realidade, através de conhecimentos práticos e teóricos.
Consultoria empresarial é um processo interativo (1) de um agente de mudanças externo (2) à
empresa, o qual assume a responsabilidade de auxiliar os executivos e profissionais (3) da
referida empresa nas tomadas de decisões (4), não tendo, entretanto, o controle direto da
situação (5).
1) Processo interativo: conjunto estruturado de atividades sequenciais que desenvolvem ação
recíproca, lógica e evolutiva, visando atender e, preferencialmente, suplantar as expectativas e
necessidades dos clientes internos e externos da empresa.
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4) Tomada de decisões:
Decisão, é a escolha entre vários caminhos alternativos que levam a determinado resultado.
A decisão é uma parte do processo decisório, o qual tem as seguintes partes: o dado, o tratamento do
processo, a informação e alternativas, os recursos, o resultado e o controle (após decidido).
Dado: elemento bruto, não trabalhado, não diz nada sobre um fato ou situação;
Tratamento do processo: (ou tratamento dos dados), é a transformação do dado (entrada) em
resultado administrável. É a transformação dos dados em informações.
informação: é o dado trabalhado que permite tomar uma decisão.
Alternativa: caminho diferente que pode levar ao resultado.
Recurso: equipamentos, dinheiro, pessoas, tecnologia, [...]
Resultado: produto final do processo decisório.
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Controle e avaliação: procura mediar a avaliar o desempenho e o resultado das
estratégias e ações, com a finalidade de realimentar os tomadores de decisão, de
forma que possam corrigir e/ou reforçar esse desempenho.
Há ainda uma parte do processo decisório que está em todos os momentos, a coordenação, que é a
função do processo administrativo.
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2. Aumento da demanda de consultoria para as empresas consolidarem suas vantagens
competitivas.
Vantagem competitiva é a característica dos produtos e serviços que direcionam os clientes e
o mercado a comprá-los, em detrimento aos produtos e serviços dos concorrentes.
A vantagem competitiva deve ser: real (conhecida pelo mercado e clientes), sustentada
(elevada qualidade), e duradoura (perdurar pelo tempo).
Pode-se considerar que a identificação e a consolidação da vantagem competitiva da empresa-
cliente representa o mais importante resultado de um serviço de consultoria.
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Inclusive, existe a questão ética, ou não ética, de algumas empresas realizarem serviços de
consultoria em assuntos que elas próprias auditaram na empresa-cliente (naturalmente a ética
é de cada um e o problema da empresa-cliente que contratou).
Situações Novas:
- Globalização;
- Evolução tecnológica;
- Necessidade de construir o futuro;
- Responsabilidades ambientais das pessoas, empresas e dos governos;
- Melhoria do conhecimento das pessoas
PSEUDOCONSULTORES
São aqueles profissionais que não definem o produto de sua atividade de consultoria
Amplitude do Cosultor
Desenvolver projetos de consultoria de curta ou de longa duração;
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Realizar trabalhos para todo e qualquer segmento de mercado ou se concentrar em um ou
poucos setores;
Realizar trabalhos na região ou em locais distantes;
Envolver-se com toda a empresa ou apenas com determinados níveis funcionais;
Trabalhar na residência ou em um escritório específico.
Desenvolver projetos de consultoria de curta ou de longa duração;
Essa personalidade é muito importante, pois o consultor passa a ser mais facilmente reconhecido pelo
mercado em situações, tais como:
“ele é um grande conhecedor de metodologias e técnicas inerentes à logística a à
qualidade...”; ou
“este consultor é fortemente direcionado para soluções e para resultados efetivos...”.
Como referência aos critérios que determinam a qualidade dos serviços de consultoria, Oliveira
(2011, p. 23) destaca:
· Competência: conhecimento e habilidade para realizar o serviço
· Velocidade: tempo para execução das actividades
· Consistência: ausência de variabilidade nos processos implementados e entre os trabalhos de uma
empresa para outra, integração entre “o que se fala e o que se faz”.
· Empatia: atendimento cortês e compreensivo, ao “se colocar no lugar do outro”
· Flexibilidade: ter “jogo de cintura” e capacidade de adaptação
· Durabilidade: tempo que o serviço continuará sendo útil para a empresa
· Funcionalidade: resolução adequada do problema identificado
· Confiabilidade: capacidade de realizar o serviço pretendido com garantia, segurança e exactidão
· Acesso: facilidade de contacto, negociação e realização dos serviços
· Custo: oferecer serviços com óptima relação benefício x custo.
ESTILO DE ATUAÇÃO
O estilo de atuação é muito pessoal e vai depender do momento e da maturidade do consultor
Relembrando o conceito de consultoria, temos que é o serviço de apoio aos gestores ou proprietários
de empresas, para auxiliar nas tomadas de decisões estratégicas, com grande impacto sobre os
resultados actuais e futuros da organização.
O foco da consultoria é definir a melhor alternativa de acção num ambiente de negócios repleto de
incertezas, riscos, competição e possibilidades desconhecidas, que representam para os gestores da
empresa um problema complexo e de grande importância.
Ao analisar os tipos de consultoria, faz-se necessária uma definição metodológica para guiar o
presente trabalho.
Na tipificação da consultoria, as abordagens variam conforme o enfoque que o autor pretende
explorar. Os diversos enfoques consideram: a natureza do serviço a ser executado, analisado como um
conjunto de diferentes etapas e métodos; o modelo de intervenção a ser adoptado; a forma como o
profissional actua; a estrutura e amplitude da consultoria; etc. Como exemplo de uma classificação
levando em consideração a natureza do serviço a ser executado, Kurb (1986) propõe os seguintes
serviços:
1) Diagnóstico empresarial: O consultor pesquisa os recursos da organização, seus resultados, as
políticas e padrões de administração, para definir suas forças e fraquezas e identificar problemas
chave que impactam no desempenho do negócio;
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2) Pesquisas e estudos especiais: O consultor actua focado em assunto de importância para a
organização cliente, sendo que ao encerrar o trabalho, submete um relatório final, discutindo-o com o
cliente;
3) Elaboração de soluções para problemas específicos: Neste serviço, o cliente necessita mais que um
diagnóstico, precisa de soluções para problemas específicos. O trabalho estará concluído quando o
cliente entender que recebeu uma solução adequada para seu problema;
4) Assistência na implementação: após o diagnóstico e a elaboração da solução, a empresa-cliente
pode precisar de apoio na implantação. Pode envolver selecção e treinamento de pessoal, ajudando o
administrador a mobilizar as pessoas em direcção aos resultados esperados;
5) Aconselhamento: o consultor actua no sentido estrito da palavra: respondendo a perguntas quando
solicitando.
Deve cuidar, no entanto, para não passar para o papel de árbitro. A decisão caberá ao cliente.
Nesta linha de classificação focada na natureza do serviço a ser oferecido, a consultoria
organizacional tem a mesma dimensão da mudança que se deseja implantar e pode apresentar os
seguintes focos: a estratégia; a estrutura; a cultura; o modelo de gestão; o produto; os processos.
Considerando o modelo de relação entre o consultor e a empresas - cliente, há dois tipos principais de
consultoria: interna e externa. Veremos com mais detalhamento no tópico seguinte.
Treinamento
Um serviço de treinamento pode ou não envolver serviços de consultoria; mas por outro lado, todo e
qualquer serviço de consultoria envolve serviços de treinamento.
É o processo educacional aplicado de maneira sistemática e organizada sobre a qualificação dos
funcionários e executivos de uma empresa, proporcionando aprendizado de conhecimentos, atitudes e
habilidades previamente acordadas
Tipos de Consultoria
Os serviços na actividade de Consultoria constituem normalmente reflexo da actividade profissional
de diagnóstico e formulação de soluções acerca de um assunto ou especialidade. A Consultoria pode
ser prestada em qualquer área de conhecimento por pessoa ou pessoas detentoras desse conhecimento.
As consultorias mais comuns são as decorrentes de profissões regulamentadas, tais como jurídicas,
empresariais, económicas, mas não exclusivamente, já que outras actividades têm revelado
especialistas em assuntos não vinculados a profissões regulamentadas.
O profissional consultor pode estar ou não vinculado a uma organização específica. O consultor que
se dedica totalmente a uma organização é chamado Consultor Interno (normalmente empregado
desta), e aquele que presta serviços ocasionais é chamado Consultor Externo (ou Autónomo). Muitos
autores consideram apenas o segundo como Consultor efectivamente.
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Consultor Interno e Externo: premissas Principais premissas na determinação das categorias ou
subtipos de consultoria: Estrutura de actuação: consultoria artesanal e de pacote. Abrangência:
consultoria especializada e total. Forma de relacionamento: virtual. associação e autónoma.
Podemos ter dois tipos de estrutura de consultoria: A consultoria por pacote e a consultoria artesanal.
Quanto a Estrutura
Consultoria por Pacote
Consultoria Artesanal
Quanto a Amplitude
• Consultoria Especializada
• Consultoria Total
• Integrada
• Consultores associados
• Consultoria Globalizada
Mas é fundamental que se procure a consultoria artesanal para assuntos de média ou elevada
abrangência na empresa-cliente, além de procurar consultores com elevada experiência no assunto
considerado.
entretanto, tem sustentação de outras abordagens e modelos aplicados em outras empresas.
É aquela que actua em um ou poucos assuntos dentro de uma área de conhecimento. É a de maior
crescimento nos últimos tempos e pode evoluir para a consultoria total integrada.
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A contratação é geralmente feita pela média administração, que é onde se concentram as
especialidades (RH, Marketing, Finanças, etc). A implantação se dá também na baixa administração.
Tem como vantagens maior qualidade dos serviços pois o consultor detém conhecimento prévio do
problema, menor resistência, posssibilita maior interacção com os sistemas da empresa cliente, maior
rapidez e menor custo, pois a área de abrangência e restrita e maior nível de treinamento dos
envolvidos em tempo real e na tarefa.
É a que actua praticamente em todas as áreas da empresa-cliente
Sofre críticas pela abordagem não interligada e ou estar dando tiro para todos os lados (desperdícios
de esforços).
A saída pode estar na contratação de uma consultoria total integrada
Deve-se definir correctamente o assunto da consultoria especializada, e é sempre bom conferir se o
consultor é realmente especialista naquela área de actuação. Verifique os seguintes pontos: -
Sustentação - Conhecimento - Experiência - Postura de Actuação.
Consultores Associados
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São profissionais especialistas em determinados assuntos, todos coordenados por uma empresa de
consultoria
São profissionais especialistas que complementam a amplitude ideal dos serviços em uma empresa
cliente. Não pode ser forma de contratação de pessoal, mas sim serem formados por consultores
experientes e especializados em assuntos específicos.
Cooperativa de Consultores
COOPERATIVA
formando uma consultoria global integrada e interativa entre seus membros para atender às
necessidades de seus clientes.
Consultoria Globalizada
É a que consolida serviços em empresas globalizadas e que atua em diferentes países.
Consultoria Global ou globalizada é a que consolida serviços em empresas globalizadas e que actua
em países diferentes.
É de amplitude basicamente territorial. Possui forte evolução tecnológica, principalmente tecnologia
da informação.
Actua em formação de áreas de livre comércio e blocos económicos e interligação dos mercados,
principalmente financeiro e de consumo.
É de contratação com a alta administração e desenvolvimento com a média administração.
Para determinados assuntos da administração, poderá ter forte evolução nos próximos anos, apesar do
caráter presencial em que fornece e em quem recebe.
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Como os serviços de uma consultoria estão sustentados por um projecto, o ideal é que a empresa-
cliente acompanhe todas as etapas desse projecto, verificando e analisando todos os seus detalhes,
para que mais tarde não haja arrependimentos.
Para tanto é necessário que se faça uma boa contratação, em relação à consultoria, onde:
1. O contrato deve estar claro, descrevendo todas as etapas a serem realizadas;
2. A empresa-cliente deve analisar muito bem todos os pontos, para uma contratação ideal:
Um dos itens que não pode ser esquecido, seria a elaboração do projecto da consultoria, juntamente
com a empresa-cliente, contendo a data do término, se há continuidade ou não, e os resultados
desejados.
Analisa-se também, quando havendo outros projectos na organização, deve-se planejar a interacção
entre todos, para que os resultados finais sejam coerentes e globais.
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Os novos trabalhos devem ser tratados como o primeiro, ou seja, "começar do zero", mesmo se as
pessoas envolvidas forem as mesmas, a relação anterior servirá só como base para o novo
relacionamento, como fator de harmonização e redução de resistência.
As características do consultor
Se adotarmos a definição de Rebouças, 2007, p. 4, que “consultoria é um processo interativo de um
agente de mudanças externo à empresa, o qual assume a responsabilidade de auxiliar os executivos e
profissionais da referida empresa nas tomadas de decisões, não tendo, entretanto, o controle direto da
situação”, poderemos observar que sobre os ombros do consultor repousa a responsabilidade de
atender às demandas enunciadas pelas empresas contratantes.
Logo, a situação que se anuncia é um cenário de anomalias administrativas (em qualquer área da
administração) ou mercadológicas (em qualquer área da organização), onde a empresa não se mostrou
competente para gerir-se. É, portanto, uma situação onde a normalidade deixou de existir, o cenário de
trabalho do consultor.
Esse personagem, o consultor, deve então ser profissional capaz de atuar de forma decisiva e segura,
utilizando seus conhecimentos e experiências para orientar a empresa que o contratou. No entanto, é
de se esperar que nem todos os profissionais experientes e com conhecimento teórico adequado
estejam capacitados para exercer o ofício da consultoria. O profissional consultor deve reunir
características diferenciadas que permitam seu trabalho em proveito de seu contratante.
Ainda Rebouças, 2007, p. 150, defende que o profissional de consultoria deve atuar segundo o tripé
formado por sua integridade profissional, pelo valor que seu trabalho pode proporcionar ao cliente e
pela felicidade pessoal que o profissional tenha em exercer sua profissão.
Já Crocco e Guttmann, 2005, p. 34, enfatizam que além da experiência pessoal, a base educacional
formal dos profissionais de consultoria e o que denominam de “diferenciais”. Esses diferenciais
podem ser resumidos como os conhecimentos e experiências que destacam um determinado
profissional de um grupo onde outros profissionais tenham conhecimentos semelhantes sobre uma
mesma área. Isso pode ser exemplificado como identificar entre muitos um profissional que tenha
efetivamente sido bem-sucedido ao conduzir uma equipe num empreendimento de elevada
complexidade, de outros profissionais que tenham participado superficialmente de trabalhos similares.
O conhecimento, aliado à prática, destacam um profissional de outros e o habilitam a ter um preço e
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efetividade igualmente diferenciados no momento de aplicar novamente suas competências a serviço
de uma organização que o contrate.
Basicamente, Rebouças, 2007, p. 151, define o profissional de consultoria como aquele que é portador
de características fundamentais em três áreas:
Comportamentais, que levam em conta a forma como o profissional se posiciona frente às situações
colocadas;
Ainda que as características relacionadas pelo autor possam ter pontos de intercessão, é aqui
considerado interessante utilizar essa divisão para enumerar algumas das características que devem
ser presentes em um profissional de consultoria para que esse seja considerado bem-sucedido.
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adiantar tanto, sob pena de se afastar de seu
cliente. “O consultor planeja o futuro, e não o
futuro em si” (Rebouças, 2007, p.153)
Atitude racional O consultor deve ser (e estar) senhor da situação.
Atitudes de culpa pelo insucesso ou de egoísmo
pelo fato de ter sido o propositor de uma solução
inovadora são extremos que devem ser evitados.
Amplo referencial de conhecimento Nesse ponto, a disponibilidade do profissional de
consultoria em transitar por outras áreas de
conhecimento, e suas respectivas características
básicas, podem proporcionar a perspectiva de
solução para problemas ainda não vivenciados
em sua carreira.
Bom relacionamento interpessoal e ser um A forma como o profissional de consultoria se
bom negociador relaciona com as pessoas é factor crítico de
sucesso na implementação das soluções
propostas. São inúmeros e notórios os casos de
fracassos na implementação de soluções viáveis
para problemas conhecidos, mas que as pessoas
responsáveis pelo funcionamento dos novos
processos não o fizeram correctamente, de forma
a não valorizar o trabalho da consultoria em
detrimento de seu próprio.
Demonstrar interesse no negócio da empresa Embora possa parecer absurdo, o desinteresse no
contratante sucesso da empresa contratante é frequente
(notadamente entre membros menos qualificados
da equipe de consultores) e esse sentimento
poderá atrapalhar o andamento dos trabalhos.
Saber aprender com os erros Como o trabalho de consultoria é, basicamente,
um trabalho de experimentação, é natural que os
erros aconteçam. Contudo, o segredo está em não
permitir que os erros sejam em maior número
que os acertos.
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de consultoria.
Ter intuição e não recusar-se a assumir Ainda que tenha experiência e preparo, é típico
responsabilidades dos trabalhos de consultoria a possibilidade de
novos pontos de vista ou problemas diferentes,
ainda que acerca de um processo conhecido.
Nesse caso, a intuição do profissional, aliada à
sua capacidade de assunção de
responsabilidades poderá garantir o otimismo e
a sensação de segurança que o trabalho exige.
Capacidade de resolução de conflito A existência de situações conflituosas é típica do
ambiente organizacional e, muito
especialmente, das situações onde o consultor
está presente. Como agente de mudanças, o
profissional e consultoria muitas vezes irá
interferir no status vigente nas áreas
organizacionais onde irá atuar e, com isso, irá
alterar o equilíbrio de poder existente. Logo, a
capacidade de antecipar tais possibilidades e
evitar que essas se transformem em situações
que fujam ao controle é fator importante de
ação
Ser ético O profissional de consultoria deve empregar
meios honestos para atingir seus objetivos
Fonte: REBOUÇAS, 2007, p. 156
Tais características, embora identificadas e relacionadas por Rebouças, 2007, podem ser
encontradas em outros autores de forma ligeiramente diferente.
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O primeiro ponto seria ambos devem chegar a um comum acordo. O principal para um bom
acompanhamento e avaliação é o feedback que deve haver entre ambos, a constante interacção dos
desejos e resultados que ambos desejam.
O essencial para um consultor é ter o apoio efectivo do cliente, pois, começar um projecto sem esse
apoio e envolvimento, dificilmente chegará a bons resultados.
Quando houver um impasse, deve-se estabelecer um diálogo franco, onde sejam colocados
todos os prol e contras existentes em cada uma das opiniões, e ambos devem avaliar juntos qual será a
melhor decisão a tomar.
Uma dos principais requisitos de um consultor é saber dizer não na hora certa, onde, deve-se ser o
mais realista possível para que nenhuma das partes saia prejudicada.
Não é raro o administrador passar a confiar inteiramente na consultoria, principalmente para assuntos
técnicos, mas, deve-se lembrar que o serviço da consultoria termina, e que estes laços devem ser
desvinculados gradativamente.
Quando os conceitos são claramente definidos, são numerosos os efeitos de eficácia de ambas as
funções desempenhadas.
Em caso de haver mais de um serviço de consultoria, é importante que haja a integração entre elas,
para que os resultados sejam obtidos.
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Se chega à conclusão de que a utilização de uma consultoria pode-se aumentar sua eficiência
definindo cuidadosamente suas atribuições, seleccionando os membros à luz das funções específicas,
fornecendo assessoramento e treinamento, adoptando normas para facilitar o trabalho, e designando
um administrador de contrato eficiente.
Não constituem as consultorias uma panacéia para os males administrativos, mas podem revelar-se
extremamente úteis para determinadas finalidades.
Enfim, este acompanhamento deve ser uma negociação constante, onde ambas as partes deve interagir
para que os resultados sejam alcançados.
O ponto relevante da consultoria é a habilidade para envolver o cliente numa diagnose própria e para
ajudá-lo a encontrar as soluções que se aplicam a sua situação particular e a seu determinado conjunto
de necessidades.
A interacção entre a consultoria e a empresa-cliente é fundamental, sem esta interacção, não será
possível realizar trabalho algum. Ambos necessitam dos conhecimentos e especialidades do outro,
quando unidas, podem e devem chegar aos resultados desejados.
Quando contrata-se uma consultoria, espera-se que os problemas sejam resolvidos, mas sem a devida
parceria e interacção, ninguém chegará a lugar algum e não poderá ser avaliada e acompanhada,
nenhuma acção ou fases do projecto, que é o principal motivo da consultoria.
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de interesse, além de participar da avaliação e do controle do processo inerente ao trabalho. Por
último, o consultor interno possui um certo poder informal que pode facilitar seu trabalho.
Por outro lado, o consultor interno carece de atualização prática. Seus conhecimentos são
adquiridos de maneira teórica, por este não ter oportunidade de aplicar esses novos conhecimentos
em diferentes casos e empresas. Por esse mesmo motivo, o consultor interno geralmente possui
menos experiência que o consultor autônomo. Dentro da empresa, suas idéias geralmente tem
menor aceitação nos altos escalões da empresa ("santo de casa não faz milagre") e, por
normalmente ter vínculo empregatício com o cliente, possuem menor liberdade para dizer e fazer as
coisas.
Consultoria Externa - O consultor externo é autônomo. Geralmente trabalha em equipe com
outros consultores de outras especialidades em uma empresa de consultoria com denominação
"Consultores Associados". O consultor externo possui maior experiência prática que o interno, por
estar sempre em atividade em empresas diferentes, com problemas diferentes. Por esse mesmo
motivo, o consultor externo pode trabalhar com maior imparcialidade, tendo dos altos escalões da
empresa uma maior confiança. O consultor externo, ao contrário do interno, pode correr maiores
riscos.
Mas também existem desvantagens: o consultor externo possui menor conhecimento dos
atalhos organizacionais, pois normalmente não está presente diariamente na empresa cliente. Tem
menor acesso a pessoas e grupos de interesse, além de possuir somente um relativo "poder formal".
Muitas vezes as empresas possuem ambos os tipos de consultoria operando ao mesmo
tempo. O consultor interno não vem em substituição ao externo, mas sim em complementação. O
consultor interno servirá como apoio e ponto focal dos projetos de consultoria, inclusive para
minimizar as desvantagens das duas condições isoladamente.
Aspectos mercadológicos da consultoria
A consultoria não pode ser vendida. A empresa-cliente deve comprá-la de acordo com suas
necessidades. Compara-se a um médico cirurgião, que não pode sair buscando pacientes
oferecendo cirurgias de ponte-de-safena a qualquer um. Não é o consultor que deve vender seus
serviços, e sim a empresa cliente que deve reconhecer que algo está errado e buscar a ajuda de um
profissional.
Contratando um serviço de consultoria
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A empresa, ao decidir pela contratação de um serviço de consultoria externa deve realizar
cuidadosa seleção dentre as alternativas do mercado, considerando – no mínimo - os seguintes
aspectos:
1. Qual a especialidade que necessito para meu problema?
2. Vamos contratar consultores da nossa cidade, da região, ou de outras regiões?
3. Contratar um consultor pessoa física, ou uma empresa estabelecida?
4. Contratar um especialista no assunto, ou um generalista?
Consultoria quanto à sua estrutura
Podemos ter dois tipos de estrutura de consultoria: A consultoria por pacote e a consultoria
artesanal.
Consultoria por pacote - A consultoria por pacote consiste em fornecer ao cliente produtos
pré-formatados, ou seja, é a transferência de fortes estruturas de metodologia e de técnicas
administrativas à empresa cliente. Esse tipo de consultoria era muito comum nas décadas de 60 e
70. Hoje esse tipo de consultoria é pouco procurada, com exceção de trabalhos de tecnologia,
organização pura ou preparação para certificação ISO.
É contratada pela média administração, e seu desenvolvimento se dá com a baixa
administração. Porém, sua implantação tem contato com todos os níveis. É um tipo de consultoria de
baixo custo e de alto impacto. Seus resultados vêm em curto prazo. Ademais, não existe a
preocupação com processo de mudança planejada, há um reduzido nível de treinamento conceitual,
metodológico e conceitual na tarefa, e pode gerar dependência da consultoria no cliente.
Exemplos de empresas que fornecem esse tipo de consultoria: Microsiga, Pandora, outras
empresas de ERP.
Consultoria artesanal - A consultoria artesanal procura atender às necessidades da
empresa-cliente, através de um projeto baseado em metodologia e técnicas administrativas
especificamente estruturadas para a referida empresa. Trata-se de fornecer ao cliente um
atendimento personalizado aos seus problemas. Há uma busca muito forte das causas, com pouco
valor aos seus efeitos.
É contratada pela alta administração e seu desenvolvimento com a média administração. Sua
implantação também tem contato com todos os níveis. Este tipo de consultoria enfrenta menor
resistência nos momentos de desenvolvimento e implantação.
Este tipo de consultoria desenvolve-se em uma velocidade adequada, além de contar com
melhor treinamento dos envolvidos. Como dito, há menor resistência aos trabalhos da consultoria. O
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resultado final tem mais qualidade e gera uma maior independência da empresa-cliente em relação à
empresa de consultoria.
Mas é fundamental que se procure a consultoria artesanal para assuntos de média ou
elevada abrangência na empresa-cliente, além de procurar consultores com elevada experiência no
assunto considerado.
Exemplos de empresas que fornecem esse tipo de consultoria: Trevisan Consultores
Associados, PriceWaterHouse Coopers, Empresas juniores, etc.
Consultoria quanto à sua amplitude
Quanto à amplitude, a consultoria pode ser classificada em especializada, total ou
globalizada.
Consultoria especializada - É aquela que atua em um ou poucos assuntos dentro de uma
área de conhecimento. É a de maior crescimento nos últimos tempos e pode evoluir para a
consultoria total.
A contratação é geralmente feita pela média administração, que é onde se concentram as
especialidades (RH, Marketing, Finanças, etc). A implantação se dá também na baixa administração.
Tem como vantagens maior qualidade dos serviços, menor resistência, maior interaçào com
os sistemas da empresa cliente, maior rapidez e menor custo e maior nível de treinamento dos
envolvidos.
Deve-se definir corretamente o assunto da consultoria especializada, e é sempre bom
conferir se o consultor é realmente especialista naquela área de atuação. Verifique os seguintes
pontos: - Sustentação - Conhecimento - Experiência - Postura de Atuação.
Consultoria Total - Consultoria total é aquela que atua em praticamente todas as áreas do
cliente. Este tipo de consultoria tem sofrido diversos tipos de restrições, como por exemplo, tratar de
vários assuntos de maneira não integrada, dar tiro para todos os lados e provocar desperdício de
esforços. Como alternativa, há a Consultoria Total Integrada.
Contratação se dá diretamente com a alta administração. Desenvolvimento se dá com a
média administração e a implantação se dá em toda estrutura. Há uma maior abrangência e
facilidade de atuação nos diversos sistemas da empresa, um otimizado nível de treinamento, além de
possibilitar investimentos menores para as empresas clientes.
É importante verificar se as metodologia a serem aplicadas estão integradas adequadamente
e se existe no mínimo um especialista para cada um dos assuntos tratados.
Consultores Associados
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São profissionais especialistas que complementam a amplitude ideal dos serviços em uma
empresa cliente. Não pode ser forma de contratação de pessoal, mas sim serem formados por
consultores experientes e especializados em assuntos específicos.
Cooperativa de Consultores
Empresa de propriedade coletiva. Mantém-se a necessidade de ser composta por
consultores especializados e experientes, em assuntos distintos ou até no mesmo assunto.
Características: Adesão voluntária de associados, capital social em quotas-partes,
intransferibilidade das quotas-partes, singularidade de voto e retorno das sobras líquidas para os
consultores.
Necessidades: Estabelecer a amplitude e forma de atuação, definir as atribuições e
responsabilidades, rodizio da equipe diretiva, forma de interação entre os trabalhos dos diversos
consultores, estabelecer plano de divulgação e definir as despesas corporativas e rateios.
Consultoria Globalizada
Consultoria Global ou globalizada é a que consolida serviços em empresas globalizadas e
que atua em países diferentes.
É de amplitude basicamente territorial. Possui forte evolução tecnológica, principalmente
tecnologia da informação.
Atua em formação de áreas de livre comércio e blocos econômicos e interligação dos
mercados, principalmente financeiro e de consumo.
É de contratação com a alta administração e desenvolvimento com a média administração.
As novas tendências da consultoria - as três ordens da consultoria
As organizações contratam todos os tipos de trabalhos de consultoria. Os prestadores de
serviços de consultoria vão desde aqueles que preenchem nichos definidos e específicos de serviço
até às empresas que oferecem serviços integrais. Em termos gerais, no entanto, o mercado de
serviços de consultoria pode ser dividido em três “ordens”:
· Consultoria de operações – Como fazer a organização agregar valor da forma mais
eficiente possível;
· Consultoria Estratégica – definir o que as organizações decidem ser;
· Consultoria Dinâmica – transformações nos contextos estratégicos e/ou operacionais.
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As organizações necessitam de assessoria em qualquer uma das três ordens. A história da
actividade de consultoria tem sido uma contínua progressão. Partindo da primeira ordem, consultoria
operacional, após o que a condução das operações foi melhorada através da segunda ordem, de
consultoria estratégica, onde o teor ou conteúdo da estratégia foi o escolhido. O próximo passo nesta
progressão é em direcção à consultoria de terceira ordem ou dinâmica, onde criar novos contextos é
o desafio.
O mercado continuará a necessitar de assistência operacional e estratégica, mas procuram
cada vez mais ajuda para trabalhar em novos contextos, para mudar. Sem assistência na gestão das
mudanças, a assessoria em estratégia e em operações acaba sendo mera recomendação.
Quando estas são implementadas e quando as mudanças que elas requerem são realizadas,
a consultoria de terceira ordem ocupa o seu lugar.
As maiores e mais estruturadas empresas de consultoria oferecem as três ordens de
consultoria, para fazer frente às seguintes necessidades:
- As questões sobre o “como” – com o foco no entendimento, planeamento e controlo das
operações e optimização de performance operacional. Os conceitos-chave são: eficiência,
produtividade, automação, melhoria de fluxos e integração.
- As questões sobre “o quê” – com o foco nos objectivos. Envolve seleção entre uma gama
de alternativas relativas à estratégia corporativa, como seleção e segmentação de mercados,
posicionamento competitivo, estrutura e as melhorias daí advindas. As expressões - chave são:
qualidade voltada para o mercado, vantagem competitiva, posicionamento, ameaças e
oportunidades, barreiras à entrada de novos competidores, quota de mercado e competências chave.
- As Questões do tipo “E se?...”, “O que mais” e “Porque?” – Com o foco em antecipar,
controlar e acomodar mudanças com os contextos da 1ª e 2ª ordens. Os conceitos chave são: gestão
da mudança e transições, empowerment, adaptação, agilidade, flexibilidade, velocidade,
transformação e mudança cultural.
No sentido lato, a gestão da mudança aplica-se a qualquer ordem. Por exemplo, se a causa
de uma mudança exige uma resposta operacional, as organizações mudam a forma “como” atuam.
Se uma mudança estratégica ocorre, elas mudam “o que” estão a fazer. E se uma reacção dinâmica
é requerida, as empresas mudam o contexto no qual existem ou modelam-se a uma nova realidade
imposta pelo mercado.
Dependendo das necessidades e objetivo dos serviços, as questões típicas da gestão dos
negócios são abordadas de maneira diferente por cada uma das três ordens de consultoria.
Não há uma correspondência direta entre problemas e soluções oferecidas nas três ordens.
As mudanças operacionais não implicam necessariamente em soluções operacionais;
redireccionamentos estratégicos não envolvem somente mudanças estratégicas; e mudanças nos
mercados e entre competidores nem sempre implicam transformações estruturais ou organizacionais.
O que é necessário, acima de tudo, é que os consultores compreendam e isolem as razões para as
mudanças, seleccionem respostas adequadas de 1ª, 2ª ou 3ª ordens, e assegurem a sua efectiva
implementação.
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A evolução
Uma empresa de consultoria pode cometer um erro sutil, porém, bastante sério, quando está
exclusivamente focada em intervenções e perspectivas operacionais em detrimento de contrapartidas
estratégicas e vice-versa, ou confundir ambos estes serviços com consultoria de 3ª ordem.
As empresas de consultoria de sucesso compreenderam já, e cada vez mais, que cada
ordem é necessária em determinadas circunstâncias, e estão a desenvolver ferramentas e técnicas
para cada abordagem de forma sistémica. Os consultores sempre foram capazes de fornecer
serviços de 1ª ordem. Os líderes do passado evoluíram e alcançaram sucesso com consultoria de 2ª
ordem. Os campeões deste início de milénio serão certamente mestres em assessoria de 3ª ordem.
A história da consultoria organizacional reflecte esta evolução. Considere estas razões para
migrar da 1ª e 2ª ordens:
- O “como fazer” pode ser apreendido pelos clientes rapidamente e necessita de ser
apreendido somente uma vez.
- O “como fazer” está derivando do conhecimento e habilidade humanas (o que o consultor
vende) para conhecimento e habilidade em processos e/ou em automação e informática (redes,
telecomunicações, sistemas integrados de gestão, etc.).
A explosão das redes (Intranets, Internet, redes neurais), fontes de informação, bases de
dados, mecanismos informatizados de transmissão de conhecimento à distância está a enfraquecer
as barreiras do conhecimento.
Fontes alternativas de “know-how” são hoje mais baratas, rápidas e abundantes do que em
qualquer outra época da humanidade.
As pressões da competição no mercado do “como fazer” estão a fazer descer os honorários
dos consultores. O conhecimento nesta área tornou-se uma commodity. Em geral, as margens estão
baixas e pouco atraentes. As fontes internas de “como fazer” nas empresas estão mais sofisticadas.
Os dias do consultor “expert” em determinado assunto estão a chegar ao fim….A diferenciação
competitiva entre consultores não está mais na abordagem “nós sabemos mais do que você ou
nossos competidores”, mas em “nós vemos os problemas de maneira diferente e aplicamos soluções
diferentes”.
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Quando o termo consultoria é empregado, tem-se a ideia de que sua utilização é recente,
contudo a actividade de consultoria é desenvolvida há algum tempo e vem ganhado espaço
tanto através de empresas que se constituem para esse fim, como por profissionais
autónomos e na, na última década do século passado, conquistou seu espaço nas
empresas sendo desenvolvida internamente. A evolução da prática de consultoria passou a
ser um modelo encontrado nas organizações em resposta à necessidade de uma maior
contribuição de forma mais dinâmica e presencial, principalmente, na gestão de pessoas
( COSTA LEITE et al, 2000;crocco, 2005).
O processo de Consultoria Interna de Recursos Humanos proporciona uma série de
vantagens para as organizações que dela se utilizam. A Consultoria Interna visa à inovação
e a introdução de melhorias para a organização através do levantamento das necessidades
do cliente interno, da identificação de soluções e da sugestão de acções.
Este trabalho examina quais benefícios/oportunidades a implantação de Consultoria Interna
de Recursos Humanos traz para as organizações, bem como o seu processo de
implementação e a abordagem do perfil do Consultor Interno como facilitador na busca de
soluções para os problemas organizacionais.
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Trata-se de um tema atual e importante, considerando a força que vem conseguindo como
uma alternativa para as organizações, no sentido de detectar os interesses e as
necessidades do cliente interno empregando de maneira eficiente as informações recebidas
para desenvolver estratégias globais, aprimorando os produtos oferecidos aos recursos
humanos.
Além da introdução, a seguir é apresentados o processo de consultoria onde é abordado o
desenvolvimento da atividade de prestação de serviços de consultoria, a consultoria interna
de Recursos Humanos que procura destacar a atuação da consultoria, notadamente
interna, em recursos humanos, a implementação da consultoria de RH abordando os
principais aspectos para a sua implantação, o consultor interno que destaca o perfil
necessário para a atuação de na área de RH e conclui destacando os benefícios que esta
forma de atuação pode oferecer para as
Organizações.
O que é Consultoria?
Fornecimento de determinada prestação de serviço, em geral por profissional
qualificado e conhecedor do tema.
O serviço de consultoria:
Diagnósticos e processos e tem o propósito de levantar as necessidades do cliente,
identificar soluções e recomendar ações.
De posse dessas informações, o consultor desenvolve, implanta e viabiliza o projeto
de acordo com a necessidade específica de cada cliente.
Tipos de Consultoria
Organizacional
Atividade que visa a investigação, identificação, estudo e solução de problemas
atinentes a estrutura, ao funcionamento e a administração de empresas e entidades
privadas ou estatais.
Autônoma
Profissional qualificado que atua em determinado projeto de forma independente,
não vinculado a uma estrutura organizacional.
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Associada
Parceiros de empresas de consultoria, solicitados para realizar determinados
projetos.
Externa
Profissional não integrante da empresa a qual presta serviços
Exclusiva
Profissional que se dedica a oferecer aconselhamento e a conduzir projetos
especiais de consultoria a determinada empresa.
Interna
Funcionário da empresa que, em geral, desempenha atividades técnicas. É um
facilitador. Elabora diagnóstico, busca soluções para os problemas, sugere e opina
Consultoria Interna
É o conjunto de atividades desenvolvidas por um profissional multidisciplinar da
organização, como o objetivo de desenvolver, influenciar e assessorar de forma
consistente e articulada os clientes internos.
Intervenção
É a meta ou produto final obtido de uma atividade de consultoria.
Descreve quaisquer ações que se deva adotar em relação a um sistema do qual
você não faz parte.
Cliente Interno
É um profissional, um grupo de trabalho, um setor, departamento..., que o consultor
quer influenciar, sem exercer controle
Por Processos
É o conjunto de atividades desenvolvidas pelo consultor, que ajudam o cliente a
perceber, entender e agir sobre fatos inter-relacionados que ocorrem no seu
ambiente.
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Ao contrário, é uma processo mutável e que pode atender perfeitamente às
necessidades de uma empresa e não atender às de outra.
Implantar Consultoria Interna de RH significa ter um profissional qualificado para
fazer o melhor trabalho, visando atender ao Cliente Interno da melhor forma
possível e no tempo desejado.
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Como visto desenvolve, implanta e viabiliza um projeto de acordo com a
necessidade específica de cada cliente, depois de ser realizado um diagnóstico para
levantar as necessidades do cliente, identificar soluções e recomendar ações.
A implantação do processo de Consultoria Interna de Recursos Humanos possui
como principal objetivo descentralizar as informações da organização facilitando a
tramitação da comunicação e oferecendo ao seu cliente interno melhor atendimento
aproximando-se dele e conhecendo as suas reais necessidades, o que reduz o ciclo
de tempo do serviço prestado.
Outro objetivo importante da Consultoria Interna de Recursos Humanos é antecipar
tendências de RH e ter sua atuação de acordo com suas estratégias e com as da
organização. A Consultoria Interna de Recursos Humanos detecta os interesses e
as necessidades do cliente interno empregando de maneira eficiente as informações
recebidas para desenvolver estratégias globais, aprimorando os produtos oferecidos
aos recursos humanos.
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1. Manter-se atualizado: Atualizar-se quanto aos acontecimentos mundiais e às
mudanças das situações, tanto internas quanto externas à empresa para a qual
presta serviços é conquistar sua interatividade.
2. Demonstrar isenção e racionalidade: O Consultor Interno deve ser capaz de
analisar o contexto das situações de maneira neutra, se sentido livre, sem envolver-
se demais com os problemas surgidos.
3. Ser um profissional negociador: Quase que em tempo integral o Consultor
Interno estará negociando, ou seja, buscando a aceitação de idéias, propósitos e
interesses pelos resultados e, para tanto, ele deve possuir um perfil negociador por
excelência.
4. Enfatizar as pessoas: Acreditar que o maior ativo das empresas é o ser humano,
colocando ênfase nele, é essencial. Abrir espaço para o seu desenvolvimento
pessoal e profissional, assegurando a sua participação intensa no processo também
é muito importante.
5. Estar disposto a assumir riscos: A habilidade para lidar com certo grau de risco
é uma das exigências da atuação como Consultor Interno. O mesmo deve ter
ciência do risco que implica o “fazer acontecer”. Saber administrar um possível
fracasso em um processo, aprendendo a lidar com a frustração também é muito
importante, porém sempre tendo em mente que os erros são fonte de aprendizado e
que só erra quem está em constante experimento.
6. Pensar de Forma Estratégica: O pensamento estratégico tem como base o
raciocínio e a lógica estratégicos. Esse tipo de raciocínio é conquistado ao longo do
tempo, com autotreinamento e pressupõe o sexto sentido por parte do Consultor
Interno.
7. Possuir facilidade de dialogar e se relacionar: Estar sempre predisposto ao
diálogo torna mais nobre o trabalho do Consultor Interno. Ouvir as opiniões do outro
proporciona assertividade.
8. Administrar com sabedoria as resistências: Um dos maiores desafios para o
bom desempenho do papel do Consultor Interno é a habilidade em fazer com que a
pessoa resistente traduza seus sentimentos em palavras. Ele precisa tentar
minimizar reações defensivas, assim como rejeições e medos.
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Mudanças organizacionais, em geral, provocam algum grau de resistência, podendo
ser oriundo da postura calcada em comportamentos arraigados ou até mesmo da
insegurança característica da indefinição de novos horizontes.
O consultor interno deve ser perspicaz a fim de perceber onde estão centrados os
focos de resistências nos processos de melhoria, sua amplitude e a intensidade com
que ocorrem. Para erradicar a hesitação e estimular a assunção de riscos a
identificação desses focos direciona as ações corretivas a serem propostas pelo
consultor interno.
9. Reconhecer suas próprias limitações para gerar credibilidade: Quando o
consultor se encontra na posição de persuadir seu cliente a implantar ideias ou
melhorias nos processos por ele conduzidos, a sua auto-suficiência é uma
característica positiva. Porém, se o mesmo percebe que não possui condições de
atender a todas as necessidades emergentes e passa a demonstrar uma postura de
adiamento das resoluções na expectativa de resolver a questão ao longo do tempo,
a auto-suficiência torna-se uma característica negativa. O consultor deve ser
humilde e reconhecer a necessidade de contribuição especifica por parte de outro
especialista para evitar a lentidão na resolução de problemas e um comportamento
imaturo por parte dele mesmo, o que ocasionaria descrédito como profissional.
COMENTÁRIOS FINAIS
Algumas empresas começaram a perceber que são constituídas basicamente de
pessoas, mas estas nunca foram adequadamente utilizadas e motivadas.
Perceberam, também, que os objetivos empresariais só serão alcançados com o
trabalho de pessoas motivadas e satisfeitas. Conquistar a satisfação dos clientes é,
antes de mais nada, conquistar as pessoas que cuidam deles. Colocando os
colaboradores em primeiro lugar, automaticamente, eles colocarão o cliente em
primeiro lugar, é uma ação de causa e efeito. Muitas organizações que procuram
encantar o cliente, em primeiro lugar, motivam e encantam seus colaboradores, e o
restante ficará por conta deles, pois sem a valorização do indivíduo, não se pode
garantir o bom andamento das empresas no futuro. As organizações que se derem
conta disso e se voltarem para seus colaboradores, serão, hoje, as mais bem
sucedidas do mercado (ANDRADE, 1999; ANDRADE, 2007).
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Os conhecimentos técnicos, a isenção e o distanciamento com que um consultor
pode enfrentar os problemas de uma empresa contribuem para superar situações
difíceis de melhorar os resultados das organizações clientes. A qualificação
profissional de consultoria deve somar-se, ainda, à prática e à experiência na
execução e condução de processos. Só assim teremos consultores no exercício
efetivo de suas atividades.
Cabem destacar alguns aspectos a serem considerados quando da implantação da
consultoria interna nas organizações. Considerar que no nível organizacional, a
consultoria deve subordinar-se diretamente à alta administração; nos setores - alvo
da prática da consultoria interna podem ser: recursos humanos, qualidade,
marketing, informática e finanças; o profissional deve receber treinamento específico
para a função, mas deve possuir algumas características que favorecerão esse
treinamento, como, por exemplo: espírito de liderança, facilidade de comunicação,
bom relacionamento e trânsito nos vários escalões da organização; o consultor
interno pode vir de qualquer área da organização, mas é fundamental possuir
vivência que lhe forneça um bom nível de conhecimento de todas as operações
realizadas pela e na empresa; a organização deve estar aberta á mudança e facilitar
a atuação dos consultores internos de forma à não deixar que críticas comentários e
recomendações sejam encarados negativamente por alguns.
E, deve, ainda, evitar que o comprometimento do consultor iniba a sua atuação.
Convém mencionar, ainda, a importância da relação entre consultor e cliente nos
casos da contratação de consultores individuais ou, até mesmo, de empresas de
consultoria. É importante que o início dessa relação seja desenvolvido com um
contrato não apenas de trabalho, mas, também, psicológico quanto a aceitação do
processo a ser iniciado. Deve-se estabelecer com clareza o que será entregue como
resultado do trabalho, esclarecidas as dúvidas que possam haver e eliminar as
expectativas de ambas as partes, mantendo-se um diálogo aberto e transparente
entre todos os envolvidos. O desenvolvimento do projeto deve ser participativo e de
intensa colaboração entre todos os componentes da equipe, principalmente dos
colaboradores da organização-cliente, cabendo ao consultor apresentar com
antecedência as ações e resultados esperados; e, cabendo à empresa assessorada
o fornecimento de todas as condições para a sua realização.
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O objetivo que impulsiona as empresas a recorrerem aos serviços de consultoria é a
procura de melhoria do desempenho da organização como um todo ou de forma
específica (IANNINI, 1996) e, que atualmente, as empresas encontram na prática da
consultoria interna alternativa para a busca contínua de tranasformações visando o
crescimento da competitividade.
Por fim, a Consultoria Interna não é só um método de trabalho e, sim, uma maneira
de atuar repleta de ambigüidade. De um lado está o consultor, aquele que possui o
conhecimento técnico ou especializado necessário para a devida gestão, porém ele
não pode decidir sobre a mesma; do outro está o cliente, que desfruta o poder da
decisão, entretanto não possui o conhecimento e a isenção necessários à
manutenção de uma visão eficaz. Apenas a cumplicidade entre o consultor e o
cliente é capaz de contribuir para o processo eficiente de desenvolvimento
organizacional.
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