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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

MBA CONTROLADORIA E FINANÇAS

CONSULTORIA EMPRESARIAL PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Pâmela Francine Weiler - 19826273

Prof. João Paulo Cavalcante Lima

RESUMO

A consultoria empresarial é basicamente o processo onde uma pessoa transfere conhecimento


para outra, é um serviço de aconselhamento, é um auxilio na administração de empresas. As
micro e pequenas empresas representam a maior parte do PIB do Brasil, mesmo com uma
grande taxa de mortalidade, isso pelo fato dos empresários não terem conhecimento suficiente
para conseguirem administrar sozinhos suas empresas. A consultoria serve então para dar um
suporte para essas empresas que são tão importantes para o nosso país, com um serviço de
consultoria essas empresas certamente não irão à falência, ao contrário disso, a tendência é
crescer cada vez mais, pois terão o apoio de consultores experientes e que levarão soluções e
propostas de melhorias para elas.
Palavra-chave: Consultoria, Micro e pequenas empresas, administração.
1. INTRODUÇÃO

Atualmente vivemos em um mundo globalizado, onde cada vez mais aumenta o


número de profissionais no mercado de trabalho, principalmente quando se trata da área
empresarial, portanto estar sempre se atualizando e buscando a profissionalização é essencial
para se manter ativo no mercado e para obter sucesso na carreira profissional.

Segundo estudo realizado no ano 2010 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, 2010), de cada cem empresas abertas no Brasil, 48 encerraram suas atividades em
três anos, isso se da pelo fato de que essas empresas não fazem um planejamento, ou seja, não
possuem um plano de negócios. Ainda no mesmo estudo, é apontado que quase todas as
empresas que “morrem” são de pequeno porte. Mas hoje em dia esse quadro já esta diferente,
muitos empresários de micro e pequenas empresas já possuem o conhecimento de que a
implantação de novas técnicas administrativas e o planejamento são essenciais para a vida
saudável de suas empresas, e também para se manter no ambiente empresarial que a cada dia
esta mais competitivo.

Para isso, esses empresários devem agregar novos conhecimentos, seja criando novos
desafios internamente ou então buscando apoio externo, através de consultorias empresariais,
melhorando as condições de competitividade da empresa.

Basicamente, a consultoria empresarial é a arte de aconselhar e ao longo dos anos vem


se tornando umas das estratégias mais usadas nas tomadas de decisões. Até pouco tempo
atrás, quem mais usava esse serviço eram as grandes empresas, mas com o passar dos anos as
micro e pequenas empresas também começaram a ter acesso ao que antes lhes era
desconhecido. Assim começaram a ter benefícios para melhorarem o desenvolvimento de suas
atividades empresariais.

A consultoria, segundo Lins (1999; p.29): “é vista como um dos meios que os
empresários podem utilizar para obterem a melhoria dos processos, a diminuição dos custos e
as alternativas de otimização dos recursos materiais e humanos”.

De acordo com Azevedo (2001), o que torna um consultor um bom profissional são as
qualidades que estão relacionadas com a habilidade de negociar, capacidade de ouvir mais do
que falar, capacidade de identificar onde alojam-se os problemas da empresa, conduta ética,
percepção para identificar problemas, verificar causas e propor alternativas de solução.
A partir dos argumentos a cima, nos próximos capítulos o presente trabalho irá abordar
assuntos relacionados à consultoria, passando pelas micro e pequenas empresas, mostrando
como essas podem crescer e se profissionalizar através de soluções e novas técnicas com o
auxilio da consultoria externa.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Esta seção baseia-se no estudo realizado. O presente estudo apesenta o conceito de


consultoria e de como este pode ser útil nas micro e pequenas empresas, enfatiza-se a
necessidade da consultoria e o seus benefícios para o progresso dessas empresas.

2.1 A CONSULTORIA

Segundo Block (2001 p.22), a consultoria em sua melhor forma é um ato de amor: o
desejo de ser genuinamente útil a outros. Usar o que sabemos, ou sentimos, ou sofremos no
caminho para diminuir a carga dos outros.

2.1.1 CONCEITO DE CONSULTORIA

Oliveira (2001, p.21) define consultoria empresarial como:

[...] um processo interativo de um agente de mudança externo à


empresa, o qual assume a responsabilidade de auxiliar os executivos e
profissionais da referida empresa nas tomadas de decisões, não tendo,
entretanto, o controle direto da situação.

É necessário ter conhecimentos técnicos de um especialista e a capacidade de


exploração no trabalho de consultoria, além de ter também uma compreensão generalista e a
capacidade de manter um clima de interação e cooperação entre os colaboradores que estão
envolvidos no processo.

Num processo de consultoria, normalmente, há muitas mudanças e como toda


mudança causa certa resistência daquele que a recebe, o consultor precisa ter paciência e uma
grande dose de amor para conseguir chegar ao resultado desejado.
De acordo com Burgoyne, o processo de consultoria é a construção de uma relação de
ajuda: “A consultoria pode ser dividida em três partes: a definição do problema, o
desenvolvimento de possíveis soluções e a proposta para uma recomendação final.” (apud
JACINTHO, 2004, p.27)

Portanto, a partir das informações acima, podemos identificar que o processo de


consultoria precisa no mínimo ter dois agentes: o consultor que irá prestar o serviço (ajudar a
empresa) e o cliente que tomará o serviço (receberá a ajuda).

2.1.2 CARACTERÍSTICAS DA CONSULTORIA

Colaboração, imparcialidade, independência, orientação, acompanhamento, caráter


investigativo e profissionalismo são algumas das características mais importantes, dentre as
encontradas nas bibliografias existentes.

Kurb (1986) (apud JACINTHO, 2004, p.30) cita algumas características particulares
que estão associadas ao conceito de consultoria, são elas:
1- Consultoria é um serviço independente, caracterizado pela imparcialidade do consultor
em relação à organização e seus componentes;
2- Consultoria é um serviço de aconselhamento, onde os consultores não são chamados
para dirigir a organização, ou tomar decisões em nome dos executivos da empresa –
cliente;
3- Consultoria é um serviço que requer profissionais com conhecimentos e habilidades
relevantes, exige-se, portanto, que seja desempenhado por profissionais qualificados;
4- Consultoria não é um serviço de fornecimento de soluções milagrosas para os
problemas das empresas – clientes.

Segundo Oliveira (2001), além da consultoria há outras formas que o consultor pode
ter contato com a empresa – cliente, dentre estas pode-se destacar assessoria, conselho
consultivo, consultoria executiva, consultoria de risco, treinamentos, palestras, pesquisas e
auditorias.
2.1.3 TIPOS DE CONSULTORIA

É verificado que podem existir dois tipos de consultoria: a interna e a externa, porém o
presente trabalho tem como foco a consultoria externa.

Oliveira (2001) (apud JACINTHO, 2004, p.38) afirma que os tipos de consultoria são
divididos de acordo com a estrutura e a amplitude:

a) Quanto à estrutura:

• Consultoria de pacote: executa-se nas empresas – clientes por meio da transferência


de fortes estruturas de metodologia e de técnicas administrativas, sem preocupação da
otimizada adequação à realidade da empresa – cliente, ou seja, o consultor usa os mesmos
processos, procedimentos, formulários e fórmulas para todas as empresas – clientes;

• Consultoria artesanal: busca atender às necessidades da empresa – cliente por meio


de projeto baseado em metodologias e técnicas administrativas especificamente estruturadas
para a referida empresa – cliente, tendo, entretanto sustentação de outras abordagens e
modelos aplicados em outros processos (outras empresas), ou seja, através de métodos e
técnicas já usadas em outras empresas – clientes adequa-se as necessidades da realidade da
organização a ser atendida no momento.

b) Quanto à amplitude:

• Consultoria especializada: atua em um ou poucos assuntos dentro de determinada


área de conhecimento, atende as necessidades específicas;

• Consultoria total: atua praticamente em todas as áreas de conhecimento. Destaca-se a


consultoria total integrada e interativa, pois essa variante atua praticamente em todas as
atividades da empresa – cliente, tornando-se mais eficaz e proporcionando coesão entre os
diversos trabalhos da consultoria, bem como, os diversos sistemas da empresa – cliente;

• Consultoria global ou globalizada: atua em diferentes países e afirma serviços em


empresas globalizadas.
2.1.4 OBJETIVOS DA CONSULTORIA

O principal objetivo da consultoria é auxiliar os gestores na tomada de decisão,


prevenindo que a empresa vá à falência.

Os objetivos variam de acordo com o setor de atuação, do mercado e da empresa –


cliente. Como objetivos básicos específicos, a consultoria empresarial sugere:
• elaborar uma análise das áreas funcionais da empresa – cliente;
• identificar os pontos fracos e fortes;
• identificar ameaças e oportunidades;
• oferecer soluções e mudanças específicas para as áreas julgadas mais necessitadas após a
análise.

De modo hierarquizado, Turner (apud QUINTELLA, 1994) mostra os objetivos


dividindo-os em tradicionais e adicionais. Segue em ordem crescente de relevância:
a) Objetivos tradicionais:
• Providenciar informações;
• Mostrar a solução do problema;
• Fornecer diagnóstico capaz de redefinir a problemática;
• Recomendar ou prescrever;
• Acompanhar a implementação.

b) Objetivos adicionais:
• Criar acordo, suporte, consenso e compromisso;
• Facilitar a aprendizagem;
• Melhorar a eficiência.

Para o profissional alcançar esses objetivos com êxito, ele deve estar bem preparado,
tanto no sentido técnico quanto no sentido de relacionamentos. Esta preparação será objeto de
considerações no desenrolar do presente trabalho.

2.1.5 ETAPAS DA CONSULTORIA

Para Oliveira (2001) (apud JACINTHO, 2004, p.42), a mediação do consultor na


empresa – cliente deve ser feita de modo planejado, seguindo e respeitando as seguintes
etapas:
1º - Identificação: pesquisa e reconhecimento da real situação da empresa – cliente;
2º - Entrada: elaboração de um contrato de trabalho, onde se apresentam as expectativas e os
compromissos mútuos, identificação do sistema-alvo a trabalhar, clima e culturas da
empresa;
3º - Auditoria de posição: entrevistas e levantamentos de dados, análises, definições da real
situação e de mudanças, identificação dos problemas, análise das possíveis causas, custos,
resistências, acomodações, avaliação do potencial de mudança e identificação dos pontos
fracos e fortes do sistema-alvo;
4º - Planejamento: definição das estratégias e suas políticas de sustentação; definição dos
agentes participantes e as responsabilidades de cada um, detalhamento do projeto com suas
determinadas atividades, sequências, tempo, recursos;
5º - Ação: operacionalização do plano de trabalho estabelecido, treinamento dos agentes
envolvidos, reconhecer a mudança, por meio de atitudes e métodos de solução de problemas;
6º - Acompanhamento e avaliação: controle de resultados, auto-avaliação pelos usuários,
avaliação pelo consultor e estudo das necessidades de nova auditoria de posição;
7º - Conclusão: desligamento do processo, pelo menos temporariamente.

Após a conclusão desse passo-a-passo, espera-se que a empresa tenha uma melhoria
satisfatória, onde consultor e empresa-cliente sintam-se satisfeitos com os resultados obtidos.

2.2 O CONSULTOR

O consultor deve estar a par de todos os assuntos e acontecimentos que influenciarão


na evolução do patrimônio da empresa, e segundo Sá (2008, p. 18) o “Papel, pois, do
Consultor Contábil, do ponto de vista ético, é oferecer opiniões, orientações, no sentido de
que os referidos propósitos sejam alcançados denunciando todos os desvios em relação a tal
propósito”.

Seguindo esse mesmo pensamento, Block (2013, p. 39) completa a definição:


Em seu uso mais geral, a consultoria descreve qualquer ação realizada em um
sistema do qual não se faz parte. Uma conversa com alguém que está pedindo ajuda
é um ato de consultoria. Um levantamento de problemas, um programa de
treinamento, uma avaliação, um estudo – tudo isso são consultorias que visam à
mudança. O objetivo do consultor é se engajar em ações eficientes que levem
pessoas ou organizações a se conduzirem de um modo diferente.
“Para que o consultor possa desenvolver um bom trabalho de consultoria é necessário
que haja um grau de confiança muito grande entre o consultor e os diretores da empresa, para
evitar o truncamento de informações.” (BERTI, 2009, p. 16).
Oliveira (2001, p.146-162), apresenta as características do consultor divididas em três
grupos:

• Características Comportamentais:

1) Ter atitude interativa perante as diversas situações que as empresas colocam em sua frente;
2) Ter uma atitude racional
3) Fazer parte do mundo;
4) Ter adequado relacionamento com as pessoas;
5) Ter diálogo amplo e otimizado;
6) Ser negociador;
7) Ter valores culturais consolidados;
8) Ter interesse pelo negócio da empresa-cliente;
9) Ter atuação com ênfase nas pessoas;
10) Desenvolver clima de confiança;
11) Saber trabalhar com erros;
12) Ter comprometimento com as pessoas;
13) Ter lealdade à empresa-cliente, à empresa de consultoria e às pessoas.

• Características de Habilidade:

1) Estar voltado para o processo de inovação;


2) Ter adequado processo de auxílio na tomada de decisões e de estabelecimento de
prioridades;
3) Ter processo adequado de autocontrole gerencial e estratégico;
4) Ter pensamento estratégico;
5) Ser um agente de mudanças;
6) Ter intuição;
7) Transmitir otimismo e segurança;
8) Saber trabalhar em equipe;
9) Trabalhar com realismo;
10) Saber trabalhar aspectos quantitativos e qualitativos;
11) Saber assumir responsabilidades;
12) Ter respeito;
13) Ter capacidade de resolver conflitos;
14) Saber administrar o tempo;
15) Ter visão abrangente;
16) Ser ético;
17) Ter adequados focos de ataque;
18) Saber trabalhar com o elemento surpresa.

• Características do conhecimento:

1) Ter elevado conhecimento de sua especialidade em consultoria;


2) Ter conhecimento de administração;
3) Desenvolver situações alternativas interessantes;
4) Ter visão de longo e curto prazo;
5) Saber pensar grande;
6) Ser generalista com forte especialização;
7) Trabalhar em tempo real;
8) Estar voltado para as necessidades de mercado;
9) Ter raciocínio lógico;
10) Saber buscar e consolidar informações;
11) Ter inteligência empresarial;
12) Possuir conhecimentos de economia e política internacional;
13) Saber transformar o impossível em possível;
14) Criar condições para que o trabalho seja gratificante, não apenas no ponto de vista
financeiro.

2.3 MICRO E PEQUENA EMPRESA – MPE

Para melhor entendermos o tema abordado, serão expostos e analisados


posicionamento de diversos autores em relação a MPE, os conceitos, as características e
importância dessa na economia do país.
2.3.1 CONCEITOS DE MPE

Definir micro e pequena empresa é complicado, pois as suas definições mudam de


acordo com o país. A seguir destacaremos alguns critérios que as identificam, são estes
critérios quantitativos e critérios qualitativos.

2.3.1.1 CRITÉRIOS QUANTITATIVOS

São critérios onde a mensuração é mais fácil. Existem vários indicadores que podem
ser utilizados, dentre eles: número de empregados, faturamento ou volume de vendas, valor e
estrutura do capital social, número de dirigentes, consumo de energia, números de centros de
lucro.

A Lei Complementar 123/2006, também chamada de Lei Geral das Micro e Pequenas
Empresas, considera:
a) Microempreendedor Individual: faturamento anual até R$81 mil;
b) Microempresa: faturamento anual até R$360 mil;
c) Empresa de Pequeno Porte: faturamento anual entre R$ 360 mil e R$4,8 milhões;
d) Pequeno Produtor Rural: propriedade com até 4 módulos fiscais ou faturamento anual
de até R$4,8 milhões

O quantitativo de empregados é o critério adotado por outras duas fontes de


classificação bastante usadas no país, a da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do
Ministério do Trabalho e a do SEBRAE.

2.3.1.2 CRITÉRIOS QUALITATIVOS

Esse critério já é um pouco mais complicado do que foi citado anteriormente


(quantitativo), pois exigem uma pesquisa interna nos processos das empresas e estas
definições estão muito ligadas às características particulares das empresas.

Segundo Ferrari (apud JACINTHO,2004 p.60), as características que melhor


caracterizam as MPE, são:
• A administração geral da empresa é realizada por uma só pessoa, geralmente o próprio
empresário;
• Existe contato pessoal entre a diretoria da empresa e a maior parte dos trabalhadores;
• A empresa é propriedade de uma só pessoa ou de uma família;
• A maior parte do seu mercado encontra-se na comunidade onde está inserida.

Ainda de acordo com Jacintho, (2004, p.60):

Observe-se que inexiste uma fórmula única para a caracterização do porte da


empresa levando-se em conta os critérios qualitativos, o que existe e deve ser
verificado é a combinação de diversas características relacionadas basicamente com
tipo de administração, envolvimento do proprietário nas atividades fins da empresa,
acesso a crédito, tecnologia, formalidade e rigidez da estrutura organizacional. Cabe
a quem estiver procedendo esta classificação a sensibilidade de avaliar o peso de
cada quesito, pois certamente encontra-se MPE com diversas características ditas de
empresas de grande porte, o mesmo ocorrendo em relação às grandes empresas.

2.3.2 CARACTERÍSTICAS DA MPE

O Brasil possui muitas Micro e Pequenas Empresas (correspondendo 99% das


empresas constituídas), que por conta de sobrevivência financeira e principalmente pela
estruturação de suas ideias de negócios buscam empreender e iniciam suas atividades com
características menos ofensivas no mercado, mas vão ganhando forças e se tornando empresas
de nomeadas no mercado.

Dentre as principais características encontradas nas MPEs são flexibilidade, agilidade


na produção e a centralização no comando.

Mas nem tudo é tão fácil assim, muitas vezes os empresários acabam achando que as
coisas são muito simples (por ser micro e pequena empresa) e acabam se desleixando, o que
acaba, na maioria das vezes, levando à empresa a falência.

Segundo Jacinhto (2004), todos temos pontos fortes e limitações, então a pequena
empresa absorve muito das características de seu fundador, devemos nos atentar para a
necessidade de reconhecer as fraquezas e buscar uma objetividade e realismo na avaliação dos
rumos a tomar pela empresa. Normalmente os fundadores são destemidos e otimistas, então a
tendência é focar a oportunidade em detrimento do risco, faz-se necessário buscar uma maior
reflexão e crítica, sendo importante observar algumas manifestações de conduta inadequada à
eficaz administração do negócio. Dentre estas manifestações, destacam-se:
1) Autocongratulações involuntárias: por dedicar-se muitas horas à empresa, tende o
proprietário-gerente a enxergar aquilo que lhe é interessante, instalando-se um orgulho cego e
defensivo;

2) Desprezo por áreas de experiência gerencial limitada: geralmente os proprietários gerentes


têm uma experiência gerencial limitada, e muitos não reconhecem a necessidade de aprender,
desprezando qualquer coisa que não seja o trabalho “real”;

3) Rejeição de assistência: determinação em fazer tudo sozinho, considerando a ajuda como


uma transgressão à independência pessoal ou o senso de realização;

4) Resistência a delegar trabalho: esta atitude pode ser fatal, principalmente em empresas em
fase de expansão. Alguns proprietários-gerentes têm pouca tolerância a subordinados que
pensem por si só, não delegando tarefas, além de desperdiçar importantes contribuições para
melhorias;

5) Aversão a ferramentas básicas de administração e ao processo de administração;

6) Tédio que se instala depois que a empresa é criada e está em operação: para muitos
empreendedores, a excitação e o senso de realização vêm com a criação da empresa, tendo
resistência a qualquer rotina que se instale.

Estas abordagens servem para mostrar que a consultoria é importante sim nas MPE’s,
que não são só as empresas de grande porte que que necessitam de consultoria.

2.3.3 PARTICIPAÇÃO DAS MPE’s NA ECONÔMIA DO PAÍS

As MPE’s são muito importantes para economia nacional, apesar das estatísticas
mostrarem um elevado índice de mortalidade destas empresas nos primeiros anos de
existência.

Dados do SEBRAE nacional apontam para a seguinte participação das MPEs na


economia brasileira:
Tabela 1 – PARTICIPAÇÃO RELATIVA DAS EMPRESAS POR PORTE NO TOTAL DAS
CONSTITUIÇÕES, POR ANO (2008 – 2012)

Fonte: www.sebrae.com.br

Podemos notar que a participação das micro empresas é uma das mais significantes,
apesar de vim diminuindo ao passar dos anos, ela é umas das que possui a maior taxa de
participação relativa. As MEI’s também vem ganhando força nesse cenário e logo depois as
empresas de pequeno porte.

2.4 CONSULTORIA PARA MICRO E PEQUENA EMPRESA

A realidade da micro e pequena empresa é bem diferente quando comparada a uma


empresa de grande porte que já bem estruturada. O que falta na maioria das micro e pequenas
empresas é uma gestão qualificada que tenha conhecimento de todos fatores que envolvem o
seu negócio, tais como: lucro, custos, descontos, perdas, ponto de equilíbrio, impostos sobre
as vendas, crédito de impostos das compras, viabilidade de investimentos, prazos de compra e
recebimento, fluxo de caixa, entre outras. São para todas essas variáveis que a consultoria
empresarial poderá colaborar para a gestão da micro e pequena empresa.

Como já foi citado anteriormente, a consultoria não é feita somente pelo consultor,
todo o processo é desenvolvido em conjunto com os sócios e outros agentes da empresa –
cliente. Será apresentado para o consultor a realidade da empresa – cliente, os dados e as
informações desta, enquanto o consultor busca entender o cenário do negócio, para então
fazer um estudo e apresentar soluções personalizadas, que após o aval dos responsáveis, serão
introduzidas na empresa – cliente, sempre focando no alcance dos objetivos pré-definidos.

De acordo com Paes (2018), atualmente ainda existe o mito de que a consultoria é um
luxo acessível apenas para poucas empresas, pelo fato do preço dos honorários, mas ele
destaca que é importante ressaltar que os objetivos alcançados pela consultoria deverão
sempre superar os custos dos honorários, além disso, as orientações do consultor podem
auxiliar em decisões de risco que a empresa está a correr, sem contar a redução de custos e o
aumento nos lucros resultantes de um melhor gerenciamento.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após o estudo detalhado, podemos notar que o presente trabalho abrangeu os aspectos
da consultoria, mais especificamente a interna, visando à aplicação destes métodos nas micro
e pequenas empresas.

O profissional que pretende se destacar como consultor no mercado de trabalho deve


ter competência para superar vários desafios, dentre eles, as dificuldades de relacionamento
com a empresa – cliente, o comportamento de consultor, saber que ele não tem o controle
direto da situação (ele apenas dá conselhos, soluções de melhorias), ter muita atenção durante
a fase contratual e a resistência de mudanças por parte da empresa – cliente, e também estar
ciente de que ele deve estar sempre se atualizando profissionalmente, deve estar em constante
aprendizagem para poder repassar isso a seus clientes, além de passar credibilidade para que
haja confiança por parte da organização.

Podemos destacar também que o principal objetivo da consultoria é auxiliar os


gestores na tomada de decisão, prevenindo que a empresa vá à falência. Antigamente tinha-se
que consultoria era só para empresas de grande porte, um dos motivos é que falavam que os
honorários eram muito caros, o que se trata de um mito, as MPE’s podem e devem contratar
serviços de consultoria, pois quando os objetivos são alcançados, estes deverão sempre
superar os custos dos honorários, o que já se trata de um bom motivo para contratar esse tipo
de serviço.
Vimos também que as MPE’s representam a maior parte das empresas do Brasil,
juntamente com as MEI’s, o que é excelente para a economia do país, tanto no quesito de
absorção de mão-de-obra, quanto na participação do Produto Interno bruto (PIB).

Mas então onde a consultoria entra para fazer com que o índice de mortalidades das
MPE’s diminua ainda mais e que elas sejam cada vez mais lucrativas? O consultor vai entrar
com novas ideias, com alternativas de melhorias, com planejamentos que sejam rentáveis para
essa empresa - cliente, tudo isso através de muito estudo e de muita experiência adquirida, e
claro, com o aval dos responsáveis pela empresa, afinal o consultor não vai trabalhar sozinho,
a consultoria é um trabalho em conjunto, só assim conseguirá alcançar os seus objetivos.

Então podemos concluir que a consultoria vem desenvolvendo novas técnicas para
melhorar ainda mais os seus processos nas micro e pequenas empresas, principalmente por
serem identificadas características menos formais e mais flexíveis, isso mostra que deve-se
elaborar outros modelos e técnicas personalizadas para esse tipo de mercado, que está
crescendo cada vez mais e mais, impulsionando o crescimento econômico, social e intelectual
do nosso país.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEVEDO, Paulo Soares de. Manual de procedimentos de consultora nas micro e


pequenas empresas. Goiânia: SEBRAE, 2001.

BERTI, Anélio, Manual Prático de Consultoria: Diagnóstico e Análise Empresarial -


2009 - Curtiba - Ed. Jurirã, Ed – 22.

BLOCK, Peter. Consultoria: o desafio da liberdade. São Paulo: Makron Books, 2001.

BLOCK, Peter, Consultoria Infalível - Um Guia Prático, Inspirador e Estratégico,


2013 - São Paulo - M.Books do Brasil Editora Ltda. - Ed. 03.

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010 (mandei link no Messenger do


Paulo) Acesso em 07/01/2019.

JACINTHO, Paulo Ricardo Becker. Consultoria empresarial: procedimentos para


aplicação em micro e pequenas empresas. 2004. 137 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia
de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC,
Florianópolis.

LINS, Nadja Vanessa Miranda. Consultoria: um novo enfoque em aplicação de jogos


de empresas – Florianópolis: 1999. 94 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção)
– Universidade Federal de Santa Catarina.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Manual de consultoria empresarial:


conceitos, metodologia e práticas. São Paulo: Atlas, 2001.

PAES, Wendel Magalhães. Consultoria empresarial para micro e pequenas empresas:


vale a pena? 12 de dezembro de 2018. Publicado em:
http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/consultoria-empresarial-para-micro-e-
pequenas-empresas-vale-a-pena/113396/ Acesso em: 06/01/19.

QUINTELLA, Heitor M. Manual de Psicologia organizacional da consultoria


vencedora . São Paulo: Makron Books, 1994.
SÁ, Antônio Lopes de, Consultoria e Análise Contábil, 2008 - Curitiba - Ed. Jurirã -
Ed. 22.

SEBRAE – www.sebrae.com.br Acesso em: 11/01/2019.

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