Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
Segundo estudo realizado no ano 2010 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, 2010), de cada cem empresas abertas no Brasil, 48 encerraram suas atividades em
três anos, isso se da pelo fato de que essas empresas não fazem um planejamento, ou seja, não
possuem um plano de negócios. Ainda no mesmo estudo, é apontado que quase todas as
empresas que “morrem” são de pequeno porte. Mas hoje em dia esse quadro já esta diferente,
muitos empresários de micro e pequenas empresas já possuem o conhecimento de que a
implantação de novas técnicas administrativas e o planejamento são essenciais para a vida
saudável de suas empresas, e também para se manter no ambiente empresarial que a cada dia
esta mais competitivo.
Para isso, esses empresários devem agregar novos conhecimentos, seja criando novos
desafios internamente ou então buscando apoio externo, através de consultorias empresariais,
melhorando as condições de competitividade da empresa.
A consultoria, segundo Lins (1999; p.29): “é vista como um dos meios que os
empresários podem utilizar para obterem a melhoria dos processos, a diminuição dos custos e
as alternativas de otimização dos recursos materiais e humanos”.
De acordo com Azevedo (2001), o que torna um consultor um bom profissional são as
qualidades que estão relacionadas com a habilidade de negociar, capacidade de ouvir mais do
que falar, capacidade de identificar onde alojam-se os problemas da empresa, conduta ética,
percepção para identificar problemas, verificar causas e propor alternativas de solução.
A partir dos argumentos a cima, nos próximos capítulos o presente trabalho irá abordar
assuntos relacionados à consultoria, passando pelas micro e pequenas empresas, mostrando
como essas podem crescer e se profissionalizar através de soluções e novas técnicas com o
auxilio da consultoria externa.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A CONSULTORIA
Segundo Block (2001 p.22), a consultoria em sua melhor forma é um ato de amor: o
desejo de ser genuinamente útil a outros. Usar o que sabemos, ou sentimos, ou sofremos no
caminho para diminuir a carga dos outros.
Kurb (1986) (apud JACINTHO, 2004, p.30) cita algumas características particulares
que estão associadas ao conceito de consultoria, são elas:
1- Consultoria é um serviço independente, caracterizado pela imparcialidade do consultor
em relação à organização e seus componentes;
2- Consultoria é um serviço de aconselhamento, onde os consultores não são chamados
para dirigir a organização, ou tomar decisões em nome dos executivos da empresa –
cliente;
3- Consultoria é um serviço que requer profissionais com conhecimentos e habilidades
relevantes, exige-se, portanto, que seja desempenhado por profissionais qualificados;
4- Consultoria não é um serviço de fornecimento de soluções milagrosas para os
problemas das empresas – clientes.
Segundo Oliveira (2001), além da consultoria há outras formas que o consultor pode
ter contato com a empresa – cliente, dentre estas pode-se destacar assessoria, conselho
consultivo, consultoria executiva, consultoria de risco, treinamentos, palestras, pesquisas e
auditorias.
2.1.3 TIPOS DE CONSULTORIA
É verificado que podem existir dois tipos de consultoria: a interna e a externa, porém o
presente trabalho tem como foco a consultoria externa.
Oliveira (2001) (apud JACINTHO, 2004, p.38) afirma que os tipos de consultoria são
divididos de acordo com a estrutura e a amplitude:
a) Quanto à estrutura:
b) Quanto à amplitude:
b) Objetivos adicionais:
• Criar acordo, suporte, consenso e compromisso;
• Facilitar a aprendizagem;
• Melhorar a eficiência.
Para o profissional alcançar esses objetivos com êxito, ele deve estar bem preparado,
tanto no sentido técnico quanto no sentido de relacionamentos. Esta preparação será objeto de
considerações no desenrolar do presente trabalho.
Após a conclusão desse passo-a-passo, espera-se que a empresa tenha uma melhoria
satisfatória, onde consultor e empresa-cliente sintam-se satisfeitos com os resultados obtidos.
2.2 O CONSULTOR
• Características Comportamentais:
1) Ter atitude interativa perante as diversas situações que as empresas colocam em sua frente;
2) Ter uma atitude racional
3) Fazer parte do mundo;
4) Ter adequado relacionamento com as pessoas;
5) Ter diálogo amplo e otimizado;
6) Ser negociador;
7) Ter valores culturais consolidados;
8) Ter interesse pelo negócio da empresa-cliente;
9) Ter atuação com ênfase nas pessoas;
10) Desenvolver clima de confiança;
11) Saber trabalhar com erros;
12) Ter comprometimento com as pessoas;
13) Ter lealdade à empresa-cliente, à empresa de consultoria e às pessoas.
• Características de Habilidade:
• Características do conhecimento:
São critérios onde a mensuração é mais fácil. Existem vários indicadores que podem
ser utilizados, dentre eles: número de empregados, faturamento ou volume de vendas, valor e
estrutura do capital social, número de dirigentes, consumo de energia, números de centros de
lucro.
A Lei Complementar 123/2006, também chamada de Lei Geral das Micro e Pequenas
Empresas, considera:
a) Microempreendedor Individual: faturamento anual até R$81 mil;
b) Microempresa: faturamento anual até R$360 mil;
c) Empresa de Pequeno Porte: faturamento anual entre R$ 360 mil e R$4,8 milhões;
d) Pequeno Produtor Rural: propriedade com até 4 módulos fiscais ou faturamento anual
de até R$4,8 milhões
Mas nem tudo é tão fácil assim, muitas vezes os empresários acabam achando que as
coisas são muito simples (por ser micro e pequena empresa) e acabam se desleixando, o que
acaba, na maioria das vezes, levando à empresa a falência.
Segundo Jacinhto (2004), todos temos pontos fortes e limitações, então a pequena
empresa absorve muito das características de seu fundador, devemos nos atentar para a
necessidade de reconhecer as fraquezas e buscar uma objetividade e realismo na avaliação dos
rumos a tomar pela empresa. Normalmente os fundadores são destemidos e otimistas, então a
tendência é focar a oportunidade em detrimento do risco, faz-se necessário buscar uma maior
reflexão e crítica, sendo importante observar algumas manifestações de conduta inadequada à
eficaz administração do negócio. Dentre estas manifestações, destacam-se:
1) Autocongratulações involuntárias: por dedicar-se muitas horas à empresa, tende o
proprietário-gerente a enxergar aquilo que lhe é interessante, instalando-se um orgulho cego e
defensivo;
4) Resistência a delegar trabalho: esta atitude pode ser fatal, principalmente em empresas em
fase de expansão. Alguns proprietários-gerentes têm pouca tolerância a subordinados que
pensem por si só, não delegando tarefas, além de desperdiçar importantes contribuições para
melhorias;
6) Tédio que se instala depois que a empresa é criada e está em operação: para muitos
empreendedores, a excitação e o senso de realização vêm com a criação da empresa, tendo
resistência a qualquer rotina que se instale.
Estas abordagens servem para mostrar que a consultoria é importante sim nas MPE’s,
que não são só as empresas de grande porte que que necessitam de consultoria.
As MPE’s são muito importantes para economia nacional, apesar das estatísticas
mostrarem um elevado índice de mortalidade destas empresas nos primeiros anos de
existência.
Fonte: www.sebrae.com.br
Podemos notar que a participação das micro empresas é uma das mais significantes,
apesar de vim diminuindo ao passar dos anos, ela é umas das que possui a maior taxa de
participação relativa. As MEI’s também vem ganhando força nesse cenário e logo depois as
empresas de pequeno porte.
Como já foi citado anteriormente, a consultoria não é feita somente pelo consultor,
todo o processo é desenvolvido em conjunto com os sócios e outros agentes da empresa –
cliente. Será apresentado para o consultor a realidade da empresa – cliente, os dados e as
informações desta, enquanto o consultor busca entender o cenário do negócio, para então
fazer um estudo e apresentar soluções personalizadas, que após o aval dos responsáveis, serão
introduzidas na empresa – cliente, sempre focando no alcance dos objetivos pré-definidos.
De acordo com Paes (2018), atualmente ainda existe o mito de que a consultoria é um
luxo acessível apenas para poucas empresas, pelo fato do preço dos honorários, mas ele
destaca que é importante ressaltar que os objetivos alcançados pela consultoria deverão
sempre superar os custos dos honorários, além disso, as orientações do consultor podem
auxiliar em decisões de risco que a empresa está a correr, sem contar a redução de custos e o
aumento nos lucros resultantes de um melhor gerenciamento.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após o estudo detalhado, podemos notar que o presente trabalho abrangeu os aspectos
da consultoria, mais especificamente a interna, visando à aplicação destes métodos nas micro
e pequenas empresas.
Mas então onde a consultoria entra para fazer com que o índice de mortalidades das
MPE’s diminua ainda mais e que elas sejam cada vez mais lucrativas? O consultor vai entrar
com novas ideias, com alternativas de melhorias, com planejamentos que sejam rentáveis para
essa empresa - cliente, tudo isso através de muito estudo e de muita experiência adquirida, e
claro, com o aval dos responsáveis pela empresa, afinal o consultor não vai trabalhar sozinho,
a consultoria é um trabalho em conjunto, só assim conseguirá alcançar os seus objetivos.
Então podemos concluir que a consultoria vem desenvolvendo novas técnicas para
melhorar ainda mais os seus processos nas micro e pequenas empresas, principalmente por
serem identificadas características menos formais e mais flexíveis, isso mostra que deve-se
elaborar outros modelos e técnicas personalizadas para esse tipo de mercado, que está
crescendo cada vez mais e mais, impulsionando o crescimento econômico, social e intelectual
do nosso país.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BLOCK, Peter. Consultoria: o desafio da liberdade. São Paulo: Makron Books, 2001.