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Caso prático:
No verão de 1884, quatro marinheiros ingleses estavam à deriva em um pequeno bote salva-vidas no
Atlântico Sul, a mais de 1.600 km da costa. Seu navio, o Mignonette, naufragara durante uma tempestade; eles
tinham apenas duas latas de nabos em conserva e estavam sem água potável. Thomas Dudley era o capitão;
Edwin Stephens, o primeiro-oficial; e Edmund Brooks, um marinheiro — “todos homens de excelente caráter”,
segundo relatos de jornais.
O quarto sobrevivente era o taifeiro Richard Parker, de 17 anos. Ele era órfão e fazia sua primeira
longa viagem pelo mar. Richard se alistara contra o conselho de amigos, “com o otimismo da ambição juvenil”,
imaginando que a viagem faria dele um homem. Infelizmente, não foi assim.
No bote, os quatro marinheiros à deriva olhavam para o horizonte, esperando que um navio passasse
para resgatá-los. Nos primeiros três dias, comeram pequenas porções dos nabos. No quarto dia, pegaram uma
tartaruga. Conseguiram sobreviver com a tartaruga e os nabos restantes durante mais alguns dias. Depois
ficaram sem ter o que comer por oito dias.
Parker, o taifeiro, estava deitado no canto do bote. Bebera água salgada, contrariando a orientação dos
outros, e ficara doente. Parecia estar morrendo. No 19º dia de provação, Dudley, o capitão, sugeriu um sorteio
para determinar quem morreria para que os outros pudessem sobreviver. Mas Brooks foi contra a proposta, e
não houve sorteio.
Chegou o dia seguinte e não havia navio à vista. Dudley pediu a Brooks que desviasse o olhar e fez um
gesto para Stephens indicando que Parker deveria ser morto. Dudley fez uma oração, disse ao rapaz que a hora
dele havia chegado e o matou com um canivete, apunhalando-o na jugular. Brooks deixou de lado a objeção de
sua consciência e participou da divisão do prêmio. Durante quatro dias, os três homens se alimentaram do corpo
e do sangue do taifeiro.
Por fim o socorro chegou. Dudley descreve o resgate em seu diário com um eufemismo cruel: “No 24º
dia, durante o desjejum”, finalmente apareceu um navio. Os três sobreviventes foram resgatados. Quando
voltaram para a Inglaterra, foram presos e levados a julgamento. Brooks foi testemunha da acusação.1
Você, como representante dos interesses de Richard Parker vítima no presente caso, com base nas
informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso concreto, considerando a legislação
penal e processual penal brasileiro vigente nos dias atuais, redija a peça cabível, sustentando todas as teses
jurídicas pertinentes. Obs.: O examinando deve indicar todos os fundamentos e dispositivos legais cabíveis. A
mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.
1 SANDEL, Michael J. Justiça [recurso eletrônico] / Michael J. Sandel; tradução de Heloisa Matias e Maria Alice Máximo. – Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2015, p. 38-39.
Cliente
Crime
Ação penal
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