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PRÁTICA 1: INTERFERÔMETRO DE MICHELSON

NOME MATRÍCULA
CURSO TURMA
PROFESSOR DATA

1.1 OBJETIVOS

- Conhecer e manipular o interferômetro de Michelson.


- Determinar o comprimento de onda da luz.
- Medir o índice de refração do ar.

1.2 MATERIAL

- Interferômetro de Michelson;
- Base para laser;
- Laser He-Ne;
- Lente com suporte (f = 20 cm);
- Célula de vidro;
- Bomba de vácuo manual;
- Anteparo.
http://physics.bu.edu/~duffy/HTML5/Newtons_rings.html
1.3 FUNDAMENTOS

O interferômetro projetado por A. A. Michelson em 1881 tinha como objetivo medir a velocidade
da Terra em relação ao “Éter”, uma substância hipotética a qual se imaginava ter a propriedade de
transmitir radiação eletromagnética, incluindo a luz, e a qual se pensava permear todo o espaço. O
resultado do experimento foi inteiramente inesperado: a velocidade da Terra através do “Éter” era zero
em qualquer época do ano. Nesta prática não tentaremos reproduzir os resultados negativos obtidos por
Michelson e Morley, mas, fazendo uso da grande sensibilidade do interferômetro, determinaremos o
comprimento de onda da luz emitida por um LASER e também determinaremos o índice de refração do
ar.

Figura 1.1. Arranjo experimental para determinação do comprimento de onda da luz.

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O interferômetro que usaremos está ilustrado na Figura 1.1 e representado esquematicamente na
Figura 1.2; a luz proveniente do LASER é separada em dois feixes pelo espelho semitransparente

Figura 1.2. Interferômetro de Michelson.

Figura 1.3. Geometria da interferência.

e alinhados de uma forma equivalente à ilustrada na Figura 1.3. Nesta figura duas fontes de luz (virtuais),
P’ e P”, de mesmo comprimento de onda  e em fase, estão separadas por uma distância x. Da figura
podemos ver que a diferença de caminho até o centro do anteparo é x, desta forma haverá um máximo
na intensidade luminosa toda vez que esta diferença for igual a um número inteiro de comprimento de
onda, assim:

x = m  ; m = 1, 2, 3.......... (1.1)

Deslocado-se o espelho com o parafuso micrométrico, enquanto o outro permanece fixo,


observaremos no centro do padrão de interferência projetado no anteparo, uma alternância entre
interferências construtivas e destrutivas. Uma nova interferência construtiva é observada toda vez que
o espelho se desloca de uma distância L = /2, pois a cada deslocamento do espelho de L corresponde
um deslocamento 2L da fonte de luz virtual. Desta forma, deslocando o espelho lentamente e contando-
se um grande número de repetições de interferências construtivas no centro da figura, é possível
determinar o comprimento de onda da luz no ar.

DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE REFRAÇÃO DO AR


O índice de refração de um gás depende linearmente da pressão de acordo com:

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n(p) = no + kp (1.2)

Para o vácuo absoluto, p = 0 e portanto, n(0) = no = 1.


Por outro lado, o caminho ótico da luz é dado por

x = n(p).s (1.3)

onde s, em nosso caso, será a espessura geométrica da célula de vidro.


Para se determinar o índice de refração do ar, diminuiremos a pressão na célula de vidro e
observaremos uma alternância no padrão de interferência como conseqüência da variação do caminho
ótico. Assim, de acordo com a Equação 1.3, teremos:

x = n(p).2s = -N. (1.4)

onde 2s representa a distancia percorrida pela luz dentro da célula de vidro, levando-se em consideração
o percurso de ida e de volta e N é a variação do número de comprimentos de onda observado através
da alternância do padrão de interferência. Observe que para uma variação de pressão para valores cada
vez menores, o índice de refração do ar diminui e o número N de comprimentos de onda observados
aumenta; daí o sinal negativo na Equação 1.4.
Combinando-se as Equações 1.2 e 1.4 temos,

N
k =− (1.5)
p 2 s

Desta forma, registrando-se a variação da pressão em função de N em um gráfico, podemos determinar


k. Para determinar o índice de refração do ar basta então substituir os valores de no, k e p (pressão
atmosférica) na Equação 1.2. Lembramos que a pressão de 1atm corresponde a 1013 mbar.

1.4 PROCEDIMENTOS

PROCEDIMENTO 1: Determinação do comprimento de onda do LASER.

1.1 Ajuste do interferômetro: Para obter o maior número possível de franjas de interferência o
interferômetro deve ser ajustado. Para fazer isso, a lente não deve ser usada inicialmente. A luz do
LASER deve incidir sobre o espelho semitransparente, onde se divide. Os dois feixes resultantes são
projetados no anteparo formando dois pontos luminosos. Por meio de dois parafusos de ajuste, fixados
em um dos espelhos, faça com que os pontos de luz coincidam. Coloque então a lente no feixe de luz,
entre o LASER e o interferômetro, e ajuste para expandir os pontos de luz de modo a obter no anteparo
uma formação de círculos concêntricos.
1.2 Medida do comprimento de onda da luz: Para medir o comprimento de onda, o parafuso
micrométrico deve ser girado para uma posição inicial qualquer. Anote esta posição inicial, xo, na Tabela
1.1. Girando sempre no mesmo sentido, para evitar erro devido a folga do parafuso, conte o número de
repetições de interferências construtivas (ou destrutivas) observadas no centro da figura de interferência.
Conte pelo menos 100 repetições e anote a posição final, xf. A distância L (deslocamento do espelho) é
igual a x dividido por 10, devido à razão da alavanca (10:1). Lembre-se também que a um
deslocamento L do espelho, corresponde a um deslocamento 2L da imagem da fonte de luz produzida
por este espelho, então:

 x 
2  = m (para a variação de “x” na Eq. 1.1) (1.6)
 10 

Repita este procedimento pelo menos mais duas vezes e determine o comprimento de onda da luz.

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Tabela 1.1.Resultados experimentais.
X
Xo Xf X L= 2L m 
10
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (nm)
Medida 1
Medida 2
Medida 3
Onde m é o número inteiro de comprimentos de onda contados.

PROCEDIMENTO 2: Determinação do índice de refração do ar.

2.1 Coloque a célula de vidro no local apropriado do interferômetro.


2.2 Com a bomba de vácuo manual retire o ar lentamente da célula de vidro enquanto conta as repetições
de interferência construtiva (ou destrutiva) que se sucedem. A leitura fornecida pelo manômetro da
bomba de vácuo tem um valor negativo, pois representa a queda de pressão ∆p em relação à pressão
atmosférica inicial (1013 mbar). Anote na Tabela 1.2 as variações de pressão, p, para cada variação de
um comprimento de onda no caminho ótico. Repita o experimento pelo menos três vezes.

Tabela 1.2. Variação do padrão de interferência com a pressão.


N (número de
comprimentos de 1 2 3 4 5 6 7
onda)
p (mbar)
p (mbar)
p (mbar)
p médio (mbar)
Pressão (po+ pm)
(mbar)

OBS: Anote a queda de pressão ∆p (leitura do manômetro da bomba de vácuo) com o sinal negativo
indicativo de que a pressão está caindo.

1.5 QUESTIONÁRIO

1- Qual o comprimento de onda da luz do Laser obtido experimentalmente (valor médio)?

2- Com relação ao comprimento de onda obtido experimentalmente, qual o erro percentual em


relação ao valor fornecido pelo fabricante?

3- Faça o gráfico da pressão versus N de acordo com os dados da Tabela 1.2.

4- Determine a partir do gráfico da questão anterior o índice de refração do ar. A célula de vidro
tem 1,0 cm de espessura e o comprimento de onda do LASER utilizado é 632,8 nm.

5- Determine de quantos milímetros deveríamos deslocar o espelho móvel para obtermos 100
repetições do padrão de interferência se for usado um LASER verde de comprimento de onda
de 525 nm.

6- A partir do índice de refração do ar obtido experimentalmente nesta prática, determine a


velocidade da luz no ar com 6 algarismos significativos.

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7- Considerando que o índice de refração do ar determinado nesta prática é válido para uma pressão
de 1013 mbar, calcule com base nos resultados experimentais desta prática o índice de refração
do ar para uma pressão de 506,5 mbar.

8- Obtenha da literatura o índice de refração do ar. Cite as condições de temperatura, pressão e


comprimento de onda. Não deixe de citar a fonte!

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