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Garcia
Conhecimentos Específicos p/ Prefeitura
de Rio das Ostras-RJ (Engenheiro Civil)
Pós-Edital
Autor:
Dayana Garcia, Marcus Campiteli
07 de Agosto de 2020
Dayana Garcia, Marcus Campiteli
Aula 00 - Profª Dayana Garcia
SUMÁRIO
1 Considerações iniciais ........................................................................................................................ 5
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Dayana Garcia, Marcus Campiteli
Aula 00 - Profª Dayana Garcia
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Dayana Garcia, Marcus Campiteli
Aula 00 - Profª Dayana Garcia
APRESENTAÇÃO DO CURSO
Olá, amigos do Estratégia Concursos, tudo bem?
É com enorme alegria que damos início hoje ao nosso curso de Conhecimentos Específicos para a
Prefeitura de Rio das Ostras/RJ - Pós-Edital. Antes de qualquer coisa, peço licença para nos apresentar.
Meu nome é Dayana Garcia e eu tenho experiência na área de Engenharia de Materiais e Construção,
principalmente no material concreto. Eu fiz o meu mestrado e doutorado nessas áreas. O professor
Marcus Campiteli também irá participar desse curso. Ele é engenheiro civil formado pelo Instituto Militar
de Engenharia - IME e trabalha como auditor de controle externo no Tribunal de Contas da União – TCU.
Instagram: @professoradayanagarcia
: @profmarcuscampiteli.
Vejamos a distribuição das aulas:
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Aula 00 - Profª Dayana Garcia
As aulas em pdf têm por característica essencial a didática. Isso, contudo, não significa
superficialidade. Pelo contrário, sempre que necessário e importante os assuntos serão aprofundados. A
didática, entretanto, será fundamental para que diante do contingente de disciplinas, do trabalho, dos
problemas e questões pessoais de cada aluno, possamos extrair o máximo de informações para hora da
prova.
Para tanto, o material será permeado de esquemas, gráficos informativos, resumos, figuras, tudo
com a pretensão de “chamar atenção” para as informações que realmente importam. Com essa estrutura
e proposta pretendemos conferir segurança e tranquilidade para uma preparação completa, sem
necessidade de recurso a outros materiais didáticos.
Finalmente, destaco que um dos instrumentos mais relevantes para o estudo em .PDF é o contato
direto e pessoal com o Professor. Aluno nosso não vai para a prova com dúvida! Por vezes, ao ler o
material surgem incompreensões, dúvidas, curiosidades, basta você acessar o computador e escrever no
nosso fórum de dúvidas. Assim que possível responderemos a todas as dúvidas. É notável a evolução dos
alunos que levam a sério a metodologia.
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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Olá pessoal, tudo bem?
A nossa aula de hoje será sobre fundações. Contudo, não tem como estudarmos as fundações sem
saber como é o material em que elas estarão apoiadas, certo? Por causa disso, nós iremos iniciar nossos
estudos com as principais técnicas de investigação do subsolo. Tenha em mente que, o foco principal será
na sondagem de simples reconhecimento, uma vez que, essa é a técnica mais cobrada nas provas.
Outra consideração importante é que há poucas questões da banca Instituto IBAM para Engenharia
Civil. Por isso, esse material foi escrito com questões de outros concursos, porém, com o foco maior em
questões de prefeituras.
Vamos começar?
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Assim, a sondagem permite determinar as camadas de solos existentes, espessura das camadas,
resistência, nível d'água, distância até a rocha, etc. Para realizar esse processo, têm-se diferentes tipos de
técnicas, porém a mais simples na prática e a mais cobrada em concursos é a SPT. Vamos estudá-la?
2.1.1 Perfuração
A sondagem SPT é composta basicamente por duas etapas que são: perfuração e amostragem
do solo. O procedimento se inicia com a perfuração do terreno com um trado-concha ou cavadeira
manual (diâmetro de 10 cm) até a profundidade de 1 m. Após isso, será instalado um tubo de
revestimento dotado de sapata cortante até essa profundidade. Dentro desse tubo será inserido o trado-
helicoidal para o prosseguimento da perfuração até atingir o nível de água.
O nível de água pode ser observado quando começa surgir água no interior do tubo. Quando isso
acontecer, nós iremos anotar a cota do nível de água, a profundidade aberta do furo e a posição do tubo
de revestimento. A partir daqui, a perfuração é interrompida para que seja possível verificar se há
alteração no nível de água. Para isso, serão feitas leituras a cada 5 minutos, durante 15 minutos no
mínimo1.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6484: Solo - Sondagem de simples reconhecimento
com SPT - Método de Ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
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Quando a perfuração atingir o nível de água, não iremos mais utilizar o trado helicoidal. Nesse
caso, a perfuração irá acontecer com circulação de água (lavagem). Para isso, será empregado um
trepano de lavagem com ponta afiada e com dois furos. Uma bomba mecânica injeta água com pressão
por esses furos e com isso, a circulação de água remove o material escavado.
Nós também iremos utilizar o método de circulação de água quando o solo não for
aderente ao trado ou quando o avanço do trado helicoidal for menor que 50 mm após 10
minutos. Além disso, em nenhuma hipótese o trado poderá ser cravado dinamicamente
com golpes de martelo2.
Toda a vez que for descida a composição de perfuração com o trépano ou instalado novo
segmento de tubo de revestimento, os mesmos devem ser medidos com erro máximo de
10 mm.
Durante toda a operação de perfuração, a profundidade de transição das camadas do solo será
anotada. Isso será feito através de exames tátil-visual e da mudança da coloração dos materiais
carreados pelo trado helicoidal ou pela circulação de água. Note que, quando a sondagem é finalizada,
após a retirada do tubo de revestimento e após no mínimo 12 horas, a posição do nível de água e a
profundidade até onde o furo se mantém aberto serão medidas. É claro que isso só é possível se o furo
não estiver obstruído.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6484: Solo - Sondagem de simples reconhecimento
com SPT - Método de Ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
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(DPE/RR, 2015) Nas sondagens de simples reconhecimento de solos com SPT, a operação de perfuração
por circulação de água é realizada utilizando-se o trépano de lavagem como ferramenta de escavação.
Conforme estabelece a norma específica, quando se atingir a cota de ensaio e amostragem, a composição
de perfuração deve ser suspensa a uma altura de
a) 0,50 m do fundo do furo, interrompendo-se a circulação de água por tempo suficiente, até que toda a
água utilizada para o avanço da perfuração tenha sido removida do interior do furo.
b) 0,45 m do fundo do furo, até que toda a água utilizada para o avanço da perfuração tenha sido removida
do interior do furo.
c) 0,20 m do fundo do furo, mantendo-se a circulação de água por tempo suficiente, até que todos os
detritos da perfuração tenham sido removidos do interior do furo.
d) 0,55 m do fundo do furo, interrompendo-se a circulação de água por tempo suficiente, até que toda a
água utilizada para o avanço da perfuração tenha sido removida do interior do furo.
e) 0,90 m do fundo do furo, mantendo-se a circulação de água por tempo suficiente, até que todos os
detritos da perfuração tenham sido removidos do interior do furo.
Comentário:
A letra A está errada. Quando for atingida a cota de ensaio e amostragem, a composição da perfuração
deve ser suspensa a uma altura de 20 cm do fundo do furo. Além disso, a circulação de água será mantida
até que todos os detritos presentes no fundo do furo sejam removidos.
A letra B está errada. Quando for atingida a cota de ensaio e amostragem, a composição da perfuração
deve ser suspensa a uma altura de 20 cm do fundo do furo. Além disso, a circulação de água será mantida
até que todos os detritos presentes no fundo do furo sejam removidos.
A letra C está correta. Quando for atingida a cota de ensaio e amostragem, a composição da perfuração
deve ser suspensa a uma altura de 20 cm do fundo do furo. Além disso, a circulação de água será mantida
até que todos os detritos presentes no fundo do furo sejam removidos.
A letra D está errada. Quando for atingida a cota de ensaio e amostragem, a composição da perfuração
deve ser suspensa a uma altura de 20 cm do fundo do furo. Além disso, a circulação de água será mantida
até que todos os detritos presentes no fundo do furo sejam removidos.
A letra A está errada. Quando for atingida a cota de ensaio e amostragem, a composição da perfuração
deve ser suspensa a uma altura de 20 cm do fundo do furo. Além disso, a circulação de água será mantida
até que todos os detritos presentes no fundo do sejam removidos.
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2.1.2 Amostragem
Nós vimos que o ensaio SPT é composto por duas operações, perfuração e amostragem, certo? A
perfuração é o procedimento utilizado para atingir as cotas necessárias. Contudo, o mais importante é a
caracterização do subsolo. Para isso, serão coletadas amostras de metro em metro ao longo da execução
da sondagem. Você lembra de que a perfuração é iniciada com trado tipo-concha até a profundidade de 1
m? Então, nessa etapa inicial será coletada uma quantidade significativa de solo para ensaios em
laboratório.
O amostrador padrão será utilizado para a coleta das amostras. Esse dispositivo será posicionado
no interior do furo e será cravado no solo com sucessivos golpes de martelo padrão (65 kg) caindo em
queda livre de 75 cm. Esse procedimento é realizado até a penetração de 45 cm do amostrador padrão,
dividido em 3 trechos iguais de 15 cm. Em cada um desses trechos será anotando o número de golpes
necessários para a cravação do amostrador.
Por exemplo, vamos imaginar que para a penetração de cada trecho de 15 cm fossem necessários
4, 3 e 5 golpes, respectivamente. Para determinar o N, iremos desconsiderar o valor de 4, pois, este
corresponde ao número de golpes necessários para a cravação dos primeiros 15 cm. Assim, o N será igual a
3 + 5 = 8. Fácil, né? Em função do índice N, os solos são classificados quanto a compacidade (areias e siltes
arenosos) e consistência (argilas e siltes argilosos), conforme Tabela 2.1.
Índice de resistência à
Solo Designação
penetração N
≤4 Fofa (o)
5a8 Pouco compacta (o)
Areias e siltes arenosos 9 a 18 Medianamente compacta (o)
19 a 40 Compacta (o)
> 40 Muito compacta (o)
≤2 Muito mole
3a5 Mole
Argilas e siltes argilosos 6 a 10 Média (o)
11 a 19 Rija (o)
> 19 Dura (o)
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6484: Solo - Sondagem de simples reconhecimento
com SPT - Método de Ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
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4/18
Por fim, iremos determinar o número de golpes necessários para a cravação atingir 45 cm
ou maior que este valor. Por exemplo, foram necessários 6 golpes para a cravação de
14 cm (6/14).
Para calcular o valor de N, basta somar o número de golpes para a cravação dos últimos
dois trechos do amostrador padrão. Levando em consideração o nosso exemplo de 4/18,
3/13 e 6/14, o N é de 9 (3 + 6).
Pode acontecer de o solo ser muito duro ou muito mole. Nesses casos, veremos que o número N
será expresso como a relação entre o número de golpes e a profundidade de penetração. No caso de
camadas pouco resistentes, com apenas um único golpe do martelo, o amostrador padrão penetra mais
do que 45 cm. Vamos considerar que com um único golpe a cravação do amostrador foi de 59 cm. Nesse
caso, o índice N será de 1/59.
Agora, vamos imaginar o outro extremo, onde são aplicados muitos golpes e o amostrador padrão
penetra muito devagar. Nesse caso, o valor de N é expresso como a relação entre os números de
golpes e a penetração de cada segmento de 15 cm. Isso acontece quando a penetração é incompleta.
Mas, o que é uma penetração incompleta? Essa acontece quando a cravação do amostrador padrão é
interrompida antes de atingir 45 cm. Isso acontece quando4:
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6484: Solo - Sondagem de simples reconhecimento
com SPT - Método de Ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
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Nesse caso, a penetração é incompleta, pois, no segundo trecho o número de golpes foi
maior do que 30. Assim, o N será expresso como: 12/16 – 30/11.
Nesse caso, a penetração é incompleta, pois, o número total de golpes maior que 50 cm.
Assim, o N será expresso como: 14/15 – 21/15 – 15/7.
Quando acontecer 5 golpes sucessivos de martelo e o amostrador não penetrar nada, pode
acontecer duas coisas. Atingimos uma camada de solo muito resistente, ou uma pedra, ou matacão.
Para evitar erros de medida, quando isso acontecer, a sondagem deverá ser deslocada, no mínimo duas
vezes para posições diametralmente opostas, a 2 m da sondagem inicial, ou conforme orientação do
cliente.
Caso na circulação de água forem obtidos valores menores do que 50 mm em 10 min, ou quando,
após a realização de 4 ensaios consecutivos, não for alcançada a profundidade de execução do SPT.
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O ensaio SPT encontra limitação em terrenos com matacões. Isso pode fornecer
resultados imprecisos ou o ensaio pode ser finalizado antes do necessário.
Caso seja necessário continuar o ensaio, mesmo quando a sondagem puder ser
finalizada, iremos substituir a circulação de água pela perfuração rotativa.
Os resultados do SPT são expressos em perfis do subsolo, conforme Figura 2.1. Aqui, são
apresentadas descrições sobre os tipos de solos, as cotas de cada camada, a cota do nível de água e a
resistência à penetração (N). Vamos analisar a Figura 2.1 para entender um pouquinho sobre as análises
dos resultados do SPT?
Na primeira coluna podemos observar o gráfico de SPT, facilitando a visualização rápida das
camadas resistentes do solo. O número de golpes necessário para a penetração de cada um dos trechos do
amostrador padrão está apresentado na terceira coluna (Ensaio de penetração). O valor do SPT no perfil
do subsolo é apresentado como valor inicial e final. O valor inicial corresponde a soma dos dois trechos
iniciais do amostrador padrão. Não se esqueça de que o mais importante para nós é o SPT final que
corresponde a soma dos dois últimos trechos do amostrador padrão.
Após a resistência à penetração, podemos observar a descrição das camadas do solo. Assim, é
possível visualizar o perfil geológico, a profundidade de cada camada e a descrição de cada material. Por
fim, o nível da água está localizado na profundidade de 3,10 m. O avanço corresponde ao trado utilizado,
ou seja, trado-concha (TC), trado helicoidal (TH) e circulação de água (CA).
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Viana, D. Ensaio SPT: aprenda como interpretar os resultados. Guia da Engenharia. Janeiro 23, 2018. Disponível em:
<https://www.guiadaengenharia.com/resultado-ensaio-spt/>
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Trepano de lavagem
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Sondagem
4 m sucessivos: 50 golpes penetração 30 cm iniciais
finalizada
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A afirmativa III está errada. O ensaio determinar o índice de resistência à penetração. Além disso, por ser
um ensaio simples, ele pode ser realizado em locais de difícil acesso.
A afirmativa IV está correta. O ensaios SPT encontra limitações referentes a matacões e podem fornecer
ensaios imprecisos ou até mesmo interromper o ensaio antes do necessário.
Assim, apenas as afirmativa II e IV estão corretas e a letra C está correta.
A sondagem a percussão com medida de torque (SPT-T) é uma variação do SPT. Nesse tipo de
sondagem, após a penetração do amostrador padrão, será determinado também o torque necessário
para rotacionar esse amostrador. Assim, essa técnica apresenta como objetivo determinar o atrito
lateral entre o amostrador e o solo.
O método CPT (Cone Penetration Test) também é conhecido como penetração estática. Esse
ensaio permite a identificação estratigráfica dos solos, assim como as suas propriedades mecânicas
(resistências de pontas e de atrito lateral). Note que, as propriedades mecânicas são estimadas com base
em correlações empíricas e semi-empíricas.
O ensaio de piezocone (CPTU) é uma variação do CPT. Nesse caso, além das medidas de
resistência de ponta e atrito lateral, ele ainda determina a poropressão gerada durante a cravação e,
eventualmente, a sua dissipação. Outro ensaio é o ensaio de palheta (vane test). Ele é utilizado para
determinar a resistência ao cisalhamento, não drenada, de solos moles. O aparelho é constituído de um
torquímetro acoplado com hastes rígidas. Na outra extremidade há uma palheta formada por duas
lâminas delgadas e dispostas perpendicularmente.
Até agora nós vimos os principais métodos utilizados para realizar a sondagem. Além disso,
percebemos que apenas um único furo pode não ser representativo. Mas, quantos furos de sondagem
devem ser realizados para se obter um perfil representativo do terreno? Para isso, nós iremos estudar a
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norma NBR 8036/83 (Reconhecimento de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações
de edifícios). Vamos começar?
Não confunda. É a área da edificação e não a área do terreno que iremos utilizar para
determinar o número mínimo de furos de sondagem.
No caso dos estudos para verificar a viabilidade e implantação das edificações, nós não
temos a planta das edificações ainda. Nesse caso, o número de sondagens deve ser
estipulado de maneira que a distância máxima entre os furos seja de no máximo 100 m e
com um mínimo de 3 sondagens.
Parece confuso, né? Mas não é não. Para facilitar a visualização, podemos analisar os exemplos
apresentados abaixo.
Vamos determinar o número mínimo de sondagens para as seguintes áreas: 140 m²,
200 m², 324 m², 400 m², 500 m², 1200 m², 1500 m² e 2000 m².
• 140 m²: toda vez que a área em projeção em planta for menor ou igual a 200 m², serão
utilizados pelo menos 2 furos de sondagem.
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• 200 m²: toda vez que a área em projeção em planta for menor ou igual a 200 m², serão
utilizados pelo menos 2 furos de sondagem.
• 324 m²: toda vez que a área em projeção em planta estiver entre 200 m² e 400 m² serão
utilizados pelo menos 3 furos de sondagem.
• 400 m²: toda vez que a área em projeção em planta estiver entre 200 m² e 400 m² serão
utilizados pelo menos 3 furos de sondagem.
• 500 m²: toda vez que a área em projeção em planta for ≤ 1200 m², serão utilizados pelo
menos 1 furo de sondagem a cada 200 m². Nesse caso, temos: (500/200 = 2,5). Como não
é possível realizar 0,5 sondagem, arredondamos o valor para cima. Assim, serão
utilizados pelo menos 3 furos de sondagem.
• 1200 m²: toda vez que a área em projeção em planta for ≤ 1200 m², serão utilizados pelo
menos 1 furo de sondagem a cada 200 m². Nesse caso, temos: (1200/200 = 6). Assim,
serão utilizados pelo menos 6 furos de sondagem.
• 1500 m²: toda vez que a área em projeção estiver entre 1200 m² e 2400 m², serão
utilizados pelo menos 1 furo a cada 200 m². Assim, para os primeiros 1200 m² de área,
iremos utilizar 1200/200 = 6. Agora, para os 300 m² adicionais, teremos 300/400 = 0,75.
Assim, o número mínimo de sondagens será de 7 (6 + 1). Não se esqueça de arredondar
para cima.
• 2000 m²: toda vez que a área em projeção estiver entre 1200 m² e 2400 m², serão
utilizados pelo menos 1 furo a cada 200 m². Assim, para os primeiros 1200 m² de área,
iremos utilizar 1200/200 = 6. Agora, para os 800 m² adicionais, teremos 800/400 = 2.
Assim, o número mínimo de sondagens será de 8 (6 + 2).
Já aprendemos a calcular o número mínimo de sondagens, certo? Mas, onde essas sondagens
estarão localizadas? Durante a fase de estudos preliminares e planejamento, as sondagens serão
distribuídas igualmente ao longo de toda a área. Por outro lado, na fase de projeto, podem ser
realizadas as sondagens em locais específicos, de acordo com as características da estrutura. Note que,
quando o número de sondagem for maior que 3, os furos não devem ser distribuídos ao longo do mesmo
alinhamento.
Por fim, a profundidade do subsolo a ser explorada irá depender do tipo de edificação, das
características da estrutura, das dimensões em plantas, da forma da área carregada, condições
geotécnicas e topográficas do local. Nesse caso, a profundidade da soldagem será a cota em que o solo
não é mais significativamente solicitado pelas cargas da estrutura. Assim, iremos utilizar aquela
profundidade em que o acréscimo de tensões no solo por causa das cargas estruturais for menor que 10%
da pressão geostática efetiva.
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Área de projeção em
planta
≤ 200 m² 2
Mínimo para
todos os casos
200 m² < A ≤ 400 m² 3
Número é fixado de
> 2400 m² acordo com plano
particular da edificação
Não houver
disponibilidade em 3
planta da edificação
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Comentário:
A letra A está correta. Quando a área em planta da edificação for menor ou igual a 200 m², nós iremos
utilizar pelo menos duas sondagens. Ao mesmo tempo, quando a área for ≤ 1200 m², iremos utilizar uma
sondagem para cada 200 m². Assim, o número mínimo será de 4.
A letra B está errada. Quando a área em planta da edificação for menor ou igual a 200 m², nós iremos
utilizar pelo menos 2 sondagens. Ao mesmo tempo, quando a área for ≤ 1200 m², iremos utilizar uma
sondagem para cada 200 m². Assim, o número mínimo será de 4.
A letra C está errada. Quando a área em planta da edificação for menor ou igual a 200 m², nós iremos
utilizar pelo menos 2 sondagens. Ao mesmo tempo, quando a área for ≤ 1200 m², iremos utilizar uma
sondagem para cada 200 m². Assim, o número mínimo será de 4.
A letra D está errada. Quando a área em planta da edificação for menor ou igual a 200 m², nós iremos
utilizar pelo menos 2 sondagens. Ao mesmo tempo, quando a área for ≤ 1200 m², iremos utilizar uma
sondagem para cada 200 m². Assim, o número mínimo será de 4.
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3 FUNDAÇÕES RASAS
Anteriormente nós vimos como a caracterização do subsolo é realizada. Agora, nós iremos estudar
os principais tipos de fundação. Mas, o que é uma fundação? A fundação é formada por elementos
estruturais responsáveis por transferir as cargas de uma edificação para uma camada resistente do solo.
Para isso, essas estruturas precisam suportar as tensões sem se fraturarem ou se deformarem
excessivamente.
Existem vários tipos de fundações e a escolha de cada um deles está associada à topografia do
terreno, do solo (maciço), da estrutura, construções vizinhas e aspectos econômicos. As fundações são
divididas em dois grandes grupos que são: fundações rasas (superficiais) e fundações profundas. Para as
definições e especificações sobre fundações, nós iremos utilizar a norma NBR 6122/2019.
A fundação superficial é formada por elementos estruturais que estão muito próximo da
superfície. Nesse caso, essa fundação estará apoiada em uma profundidade de até 2 vezes a sua menor
dimensão, em planta. Além disso, a carga é transferida ao solo pelas pressões distribuídas pela base da
fundação, ou seja, de maneira direta. Em outras palavras, a base mais larga recebe uma carga
praticamente pontual do pilar e a transforma em carga distribuída e isso equilibra a carga aplicada6. São
exemplos desse tipo de fundação os blocos, sapatas e radier. Essas fundações são utilizadas quando o
solo apresenta camadas resistentes próximas à superfície.
De acordo com a NBR 6122/19, caso a profundidade dos elementos de fundação não seja
constante ao longo do perímetro da fundação, para definir se a fundação é rasa, iremos
utilizar o elemento de fundação com menor profundidade.
Cuidado com o termo direto e indireto. Nas fundações diretas, a carga é transferida ao
solo pelas pressões distribuídas pela base da fundação. Por outro lado, nas fundações
indiretas, a transferência de cargas acontece praticamente pela superfície lateral. Assim,
é comum o termo direto para fundações rasas e indireto para fundações profundas.
Contudo, o tubulão também é uma fundação que transmite carga para o sub-solo através
do contato da base com o solo de apoio, semelhante a uma fundação rasa. Assim, ele
também poderia ser considerado como uma fundação direta.
Por outro lado, as fundações profundas são aquelas em que a transferência de carga ocorre pela
sua base (resistência de ponta) ou por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou pela combinação
dessas duas. Além disso, a base estará apoiada em uma profundidade maior do que 8 vezes a sua menor
dimensão em planta. Ao mesmo tempo, esse tipo de fundação deverá apresentar profundidade de no
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6122: Projeto e Execução de Fundações. Rio de
Janeiro: ABNT, 2019..
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mínimo 3 m. Note que, quando não for atingido o limite de 8 vezes, a denominação deverá ser justificada.
São exemples de fundações profundas as estacas e tubulões.
Para facilitar a visualização, podemos observar a Figura 3.1. As fundações diretas apresentam base
mais larga e a transferência das tensões acontece pela base (direta). Além disso, elas estão apoiadas em
profundidade baixa. Agora, vamos observar as fundações profundas. Elas apresentam resistência de atrito
lateral e de ponta. Além disso, caso as fundações profundas apresentem apenas resistência de atrito
lateral, ou seja, sem resistência de ponta, elas são conhecidas como estacas flutuantes.
Topografia
Fundações
Solo
Estrutura
Escolha do tipo
Construções vizinhas
Aspectos econômicos
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Profundas
Profundidade: > que 3 m
(Adaptado: UFRN, 2015) De forma simplificada, as fundações podem ser classificadas em rasas e
profundas. A NBR 6122 estabelece que, em planta, a profundidade de assentamento da base de uma
fundação rasa em relação à menor dimensão d o elemento de fundação, deve ser de no máximo a:
a) 3,0 vezes.
b) 1,5 vez.
c) 2,5 vezes.
d) 2,0 vezes.
Comentário:
A letra A está errada, pois, as fundações rasas apresentam a base apoiada em uma profundidade de até 2
vezes a sua menor dimensão.
A letra B está errada, pois, as fundações rasas apresentam a base apoiada em uma profundidade de até 2
vezes a sua menor dimensão.
A letra C está errada, pois, as fundações rasas apresentam a base apoiada em uma profundidade de até 2
vezes a sua menor dimensão.
A letra D está correta, pois, as fundações rasas apresentam a base apoiada em uma profundidade de até 2
vezes a sua menor dimensão.
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Vimos que as fundações podem ser divididas em superficiais e profundas, certo? Agora, nós iremos
estudar, em detalhes, as fundações superficiais. Vamos começar?
3.1 Blocos
Para o dimensionamento dos blocos, nós iremos considerar a tensão admissível do solo. Em planta,
os blocos não podem apresentar dimensões menores do que 60 cm. Com relação à profundidade
mínima, nas divisas com terrenos vizinhos, a profundidade deve ser de pelo menos 1,5 m. Contudo, essa
profundidade pode ser menor se a fundação for assente sobre rochas, ou caso as dimensões sejam
inferiores a 1,0 m. Além disso, todas as partes das fundações rasas apoiadas sobre o solo serão
executadas sobre um lastro de concreto não estrutural (concreto magro) com espessura de no mínimo
5 cm. Essas considerações também são utilizadas para sapatas isoladas8.
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Velloso; D. de A.; Lopes, F. de R. Fundações: critério de projeto, investigação do subsolo, fundações superficiais,
fundações profundas. São Paulo. Ed. Oficina de Textos: 2017.
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Janeiro: ABNT, 2019.
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Aula 00 - Profª Dayana Garcia
A tensão admissível do solo é a tensão máxima que pode ser aplicada diretamente ao
solo, atendendo aos estados limites último e de serviço. Ela é obtida pela relação entre a
resistência do solo e um coeficiente de segurança, conforme equação a seguir.
𝜎𝑠
𝜎𝑎𝑑𝑚 =
𝐹𝑆
𝑁𝑠𝑝𝑡 𝑚é𝑑𝑖𝑜
𝜎𝑎𝑑𝑚 (𝑀𝑃𝑎) =
50
O peso próprio dos elementos de fundação depende das dimensões da fundação e do peso
específico do material utilizado. Para determinar o peso próprio, basta multiplicar o seu volume pelo
peso específico. Para ficar mais fácil de entender, vamos realizar um exercício para treinar?
(UFAC, 2014) Marque a alternativa que apresenta o peso de um bloco de fundação executado em
concreto simples, sabendo-se que o bloco possui uma base quadrada de 1,20 metros de lado e 150
centímetros de altura. O peso específico do concreto simples é de 2.400 kgf/m³
a) 5.184 kgf.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6122: Projeto e Execução de Fundações. Rio de
Janeiro: ABNT, 2019..
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b) 5.345 kgf.
c) 5.538 kgf.
d) 5.776 kgf.
e) 5.944 kgf.
Comentário
Para determinar o peso próprio do bloco, basta determinar o seu volume e multiplicar pelo peso específico
do material.
A base é quadrada e apresenta dimensão de 1,2 m, além disso, a sua altura é de 150 cm (1,5 m), assim, o
seu volume será:
3.2 Sapatas
Vimos anteriormente que os blocos são elementos de fundação feitos com concreto e sem
armadura, certo? Caso esses blocos sejam armados, eles recebem o nome de sapata. Assim, as sapatas
são fundações diretas, de concreto armado e trabalham principalmente à flexão10. Como elas são
armadas, os esforços de tração são resistidos pela armadura, ao passo que, o concreto é responsável por
suportar as cargas de compressão. Note que, essas estruturas apresentam altura reduzida em relação aos
blocos.
Existem vários tipos de sapatas. Vamos ver quais são as diferenças entre elas?
As sapatas isoladas são aquelas que recebem carga de apenas um pilar. Elas são utilizadas em
terrenos que apresentam boa capacidade de suporte. Geralmente, elas são construídas em formato de
tronco de pirâmide e amarradas umas nas outras através de viga baldrame. Esse tipo de fundação é
preferível, por ser mais econômico.
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Velloso; D. de A.; Lopes, F. de R. Fundações: critério de projeto, investigação do subsolo, fundações superficiais,
fundações profundas. São Paulo. Ed. Oficina de Textos: 2017.
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No caso da sapata associada na divisa, quando o pilar da divisa apresentar carga maior do que o
pilar interno na obra, a sapata apresentará formato trapezoidal. Isso, pois, o centro de carga estará mais
próximo da divisa e sabemos que a nossa estrutura não pode passar para o terreno ao lado. Em
contrapartida, quando o pilar com carga maior é o interno, a sapata apresentará formato retangular.
Quando estamos executando uma fundação na divisa, sabemos que ela não pode passar para o
terreno ao lado, certo? Por causa disso, o centro de carga do pilar não coincide com o centro de carga
da sapata. Além da divisa, essa diferença dos centros de carga pode acontecer por causa de obstáculos
no terreno. Nesses casos, nós temos as sapatas de divisas, também conhecidas como alavancadas ou
excêntricas. Para absorver o momento resultante da excentricidade do pilar com a sapata, iremos
utilizar a viga de equilíbrio (alavancas). Essa viga de equilíbrio liga a sapata da divisa a uma sapata
interna da obra. Assim, ela faz a sapata de divisa trabalhar com carga centrada.
Para ficar mais fácil diferenciar as sapatas, podemos observar a Figura 3.3. A sapata isolada recebe
carga de apenas um único pilar. Preste muita atenção, a sapata associada recebe carga de 2 ou mais
pilares. Contudo, ela não pode apresentar três ou mais pilares alinhados, pois, nesse caso, tem-se uma
sapata corrida (contínua). Além disso, a sapata contínua também pode receber cargas distribuídas, como
uma parede, por exemplo. Por fim, a sapata presente na divisa precisa ser ligada a uma sapata no interior
da edificação por meio da viga alavanca (viga de equilíbrio).
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As sapatas também podem ser classificadas de acordo com a rigidez em: rígidas ou flexíveis. As
rígidas são mais utilizadas e para o seu dimensionamento não é necessário realizar verificação a
punção. Para uma sapata ser considerada como rígida, ela deve obedecer à Equação 3.1. Caso contrário,
ela será considerada flexível11. As sapatas flexíveis são utilizadas apenas para cargas pequenas ou para
solos pouco resistentes.
𝑎 − 𝑎0 Equação 3.1
ℎ>
3
Uma consideração importante está relaciona com fundações rasas que estão próximas, porém, em
cotas diferentes. Para evitar problemas com esse tipo de fundação, deve-se tomar cuidado com o ângulo
mínimo permitido entre os bordos da fundação com a vertical (α). Podemos ver esse ângulo na
Figura 3.5. Esse ângulo deve ser de no mínimo 60° para solos pouco resistentes, 45° para solos
resistentes e 30° para rochas12.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6118: Projeto de Estruturas de Concreto –
Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2014.
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Janeiro: ABNT, 2019..
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Concreto simples
β ≥ 60°
1,5 m
Se dimensões inferiores a 1,0
Profundidade mínima divisa ou assente sobre rochas, essa
profundidade pode ser
Fundações
reduzida
rasas
α ≥ 30° rochas
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Concreto armado
𝑎 − 𝑎0
Rígida ℎ>
3
𝑎 − 𝑎0
Flexível ℎ≤
3
(TRE-AM, 2014) O elemento construtivo conhecido por sapata, ao contrário dos blocos, não trabalham
apenas com a compressão. Elas também são colocadas onde se deve colocar elementos resistentes à
flexão/tração. As sapatas ____________ são úteis no caso de sustentação de pilares de divisa ou próximos
a obstáculos onde não seja possível fazer com que o centro de gravidade da sapata coincida com o centro
de carga do pilar.
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b) alavancadas
c) estruturadas
d) Corridas
Comentário:
A letra A está errada. As sapatas associadas são construídas quando os pilares estão muito próximos ou a
carga é muito grande. Nesse caso, uma única sapata apresenta dois ou mais pilares.
A letra B está correta. As sapatas localizadas na divisa, também conhecidas como excêntricas ou
alavancadas (por causa da viga alavanca), são construídas para sustentar pilares na divisa ou qualquer
outro obstáculo. Nesse caso, o centro de carga da sapata não coincide com o centro de carga do pilar.
A letra C está errada. As sapatas localizadas na divisa, também conhecidas como excêntricas ou
alavancadas (por causa da viga alavanca), são construídas para sustentar pilares na divisa ou qualquer
outro obstáculo. Nesse caso, o centro de carga da sapata não coincide com o centro de carga do pilar.
A letra D está errada. As sapatas corridas são aquelas que recebem cargas distribuídas ou de 3 ou mais
pilares alinhados.
A seguir, nós iremos aprender a determinar os lados de uma sapata isolada. Os outros tipos de
sapatas não serão abordados. Isso, pois, são necessários vários cálculos adicionais e isso geralmente não
é cobrado pelas bancas, além de ser trabalhoso e demorado. Vamos começar?
As sapatas isoladas são aquelas que recebem carga de apenas um pilar, certo? Esse tipo de
fundação é utilizado em terrenos que apresentam boa capacidade de suporte nas camadas superficiais.
Geralmente as sapatas isoladas são construídas em formato de tronco de pirâmide e amarradas umas
nas outras por meio de viga baldrame. Contudo, elas podem apresentar altura constante também. Esse
tipo de fundação é preferível, por ser mais econômico. Na Figura 3.6 está apresentada uma sapata
isolada.
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Aula 00 - Profª Dayana Garcia
No caso de carga excêntrica, o dimensionamento deve ser feito considerando o solo como um
elemento não resistente à tração. Além disso, a área comprimida deve ser de no mínimo 2/3 da área total
da sapata, se considerarmos as solicitações características. Por outro lado, a área comprimida deve ser de
50% se for considerada as solicitações de cálculo. Iremos aprender apenas o dimensionamento com
cargas centradas.
No caso das cargas horizontais, para equilibrar a força horizontal que atua sobre uma fundação,
podemos ter, além do cisalhamento no contato solo-fundação o empuxo passivo. Nesses casos, devemos
prever que o solo não será removido durante a vida útil da edificação. Além disso, o valor do empuxo
ativo pode ser reduzido por um coeficiente mínimo de 2,0, isso para limitar as deformações.
Para o dimensionamento da sapata isolada, a primeira coisa a se fazer é determinar a sua área.
Para isso, iremos utilizar a Equação 3.2. Além disso, o centro de gravidade do pilar deve coincidir com o
centro de gravidade da sapata. Isso permite o dimensionamento mais econômico13.
𝑃 Equação 3.2
𝐴=
𝜎𝑎𝑑𝑚
Onde:
A - área da sapata;
P - carga do pilar;
σadm - tensão admissível do solo.
O peso próprio das sapatas ou dos blocos geralmente é pouco significativo em relação às
cargas da edificação. Além disso, os seus valores estão dentro das imprecisões da tensão
admissível do solo. Por causa disso, é comum fazer o dimensionamento sem a
consideração do peso próprio. Os exercícios funcionam assim e as bancas também
cobram assim.
Contudo, na prática, a NBR 6122/2019 afirma que o peso próprio da sapata ou dos blocos
de coroamento deve ser considerado, ou, deve-se considerar no mínimo 5% da carga
vertical permanente. Essa informação pode ser cobrada sobre as considerações da
NBR 6122.
13
Alonso; U. R. Exercícios de Fundações, São Paulo. Ed. Edgard Bluncher: 1983.
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Já sabemos como calcular a área da sapata, certo? Agora, precisamos determinar as suas
dimensões. Se o pilar for quadrado, basta determinar a raiz quadrada da área. Agora, se o pilar for
retangular, iremos utilizar a seguinte equação:
𝑎 − 𝑏 = 𝑎0 − 𝑏0 Equação 3.3
Onde:
a - comprimento da sapata;
b - largura da sapata;
a0 - comprimento do pilar;
b0 - largura do pilar.
Parece complicado, né? Mas não é não. Vamos resolver alguns exercícios para ficar mais claro?
(SEDUC-AM, 2018) Um engenheiro de projeto recebe a tarefa de dimensionar a fundação para um pilar
quadrado de lado 0,50 m e carga de cálculo de 800 kN (centrada). O relatório de sondagem mostra que a
camada de solo, onde a base da fundação estará assentada, tem tensão admissível de 0,20 MPa. São
premissas de projeto que o tipo de fundação seja sapata e que a mesma deve seja classificada como rígida.
Levando em conta as restrições aqui apresentadas e o critério de fundação mais econômica, as dimensões
da sapata devem ser:
a) Base quadrada de lado 4,00 m e altura de 1,17 m
b) Base quadrada de lado 1,26 m e altura de 0,35 m
c) Base quadrada de lado 2,00 m e altura de 0,50 m
d) Base retangular de lados 2,00 e 4,00 m e altura de 0,50 m
e) Base retangular de lados 2,00 e 3,00 m e altura de 0,83 m
Comentário:
Primeiramente, vamos retirar os dados:
σadm = 0,20 MPa ou 200 KN/m²
P = 800 kN
Pilar quadrado - 50 cm
Cuidado com as unidades.
Para resolver essa questão, precisamos calcular as dimensões da sapata. Para isso, primeiramente, vamos
determinar a sua área.
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𝑃 800
𝐴= ∴ 𝐴= ∴ 𝑨 = 𝟒 𝒎²
𝜎𝑎𝑑𝑚 200
Como o pilar é quadrado, a sapata mais viável economicamente também será quadrada. Assim:
𝐴 = 𝑎² ∴ 4 = 𝑎² ∴ 𝒂=𝟐𝒎
Para determinar a altura da sapata, iremos utilizar a seguinte equação, uma vez que a sapata é rígida:
𝑎 − 𝑎0 2 − 0,5
ℎ> ∴ ℎ> ∴ 𝒉 > 𝟎, 𝟓 𝒎
3 3
Assim, a letra C está correta.
(Câmara Legislativa do Distrito Federal, 2018) No projeto de fundações em sapatas assentes em solo
com taxa admissível de 0,5 MPa, para um pilar de seção 60 × 120 cm e carga de 3 080 kN, a sapata mais
econômica terá forma
a) retangular, com balanços iguais e lados 1,00 m e 6,16 m.
b) quadrada, de lado 2,20 m.
c) quadrada, de lado 2,48 m.
d) retangular, com balanços iguais e lados 2,20 m e 2,80 m.
e) retangular, com balanços iguais e lados 1,20 m e 6,16 m.
Comentário:
Primeiramente, vamos retirar os dados:
σadm = 0,5 MPa ou 500 KN/m²
P = 3080 kN
Pilar - 60 cm (b0) x 120 cm (a0)
Para resolver essa questão, precisamos calcular as dimensões da sapata. Para isso, primeiramente, vamos
determinar a sua área.
𝑃 3080
𝐴= ∴ 𝐴= ∴ 𝑨 = 𝟔, 𝟏𝟔 𝒎²
𝜎𝑎𝑑𝑚 500
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Como o pilar é retangular, as dimensões da sapata serão calculadas pela seguinte equação:
𝑎 − 𝑏 = 𝑎0 − 𝑏0 ∴ 𝑎 − 𝑏 = 1,2 − 0,6 ∴ 𝑎 = 0,6 + 𝑏
Assim, a sapata mais econômica é a retangular de largura de 2,2 m e comprimento de 2,8 m e a letra D
está correta.
(Copergás, 2016) Um prédio de 6 andares será construído sobre o perfil geotécnico abaixo.
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𝑁𝑠𝑝𝑡 𝑚é𝑑𝑖𝑜
𝜎𝑎𝑑𝑚 (𝑀𝑃𝑎) =
50
Assim, como iremos saber qual profundidade para determinar a média do NSPT? Uma dica que eu dou é
observar o perfil. Note que, abaixo da cota de - 2 m, o valor do NSPT praticamente não variou, ficando na
ordem de 15. Esse será o dado que iremos utilizar na fórmula. Assim:
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15
𝜎𝑎𝑑𝑚 (𝑀𝑃𝑎) = ∴ 𝝈𝒂𝒅𝒎 (𝑴𝑷𝒂) = 𝟎, 𝟑 𝑴𝑷𝒂 𝒐𝒖 𝟑𝟎𝟎 𝒌𝑵/𝒎²
50
𝑃 1152
𝐴= ∴ 𝐴= ∴ 𝑨 = 𝟑, 𝟖𝟒 𝒎²
𝜎𝑎𝑑𝑚 300
Assim, a letra E está correta.
Quando houver elementos com profundidade diferente, os elementos mais profundos serão
executados antes dos demais. Isso evita o "desmoronamento" do solo. Após a escavação, é necessário
apiloar o solo, para então ser construído o lastro de concreto magro. O próximo passo é a colocação das
fôrmas e armadura da sapata e a armadura do pilar.
Note que, como a sapata é uma peça de concreto armado, é necessário colocar calços sob a
armadura. Isso garante o cobrimento mínimo da armadura. O próximo passo consiste na concretagem da
sapata. Quando esta estiver finalizada, iremos colocar as fôrmas e a concretagem do pilar. Após a cura,
será realizada a desforma e o re-aterro.
Por fim, as sapatas são indicadas para locais que apresentam solos com boa capacidade de
suporte em cotas baixas. Além disso, elas não podem ser feitas abaixo do nível de água. Assim, esse tipo
de fundação não deve ser executado em aterros pouco compactados, argilas moles (SPT ≤ 5), areia fofa
(SPT ≤ 4) ou existência de água.
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Preste muita atenção, a análise de interação fundação-estrutura deve ser feita quando a
deformabilidade das fundações influenciar na distribuição dos esforços. Esses estudos devem ser feitos
em estruturas como silos e reservatórios, pois, a carga variável é muito significativa em relação à carga
total. Outro caso é em estruturas com mais de 55 m de altura (térreo até a laje de cobertura do último piso
habitável). Por fim, não podemos nos esquecer de fundações ou estruturas não convencionais, ou quando
a relação altura/largura (menor dimensão) for superior a quatro.
(UFAC, 2014) Julgue as alternativas a seguir relacionadas aos procedimentos executivos de sapatas,
como elementos de fundação de uma determinada edificação:
I – Na etapa de escavação, não se faz necessário apiloar o fundo da escavação para a execução da sapata.
II – Deve-se fazer uma camada de concreto magro de pelo menos 5 centímetros de espessura sobre o solo,
antes de se lançar o concreto hidráulico da sapata.
III – Se faz necessário à colocação de calços sob a armadura da sapata, como forma de garantir o
recobrimento da armadura.
Com base nos itens descritos é correto afirmar que:
a) Somente o item I está correto.
b) Somente o item II está correto.
c) Somente o item III está correto.
d) Somente os itens I e III estão corretos.
e) Somente os itens II e III estão corretos.
Comentário:
A afirmativa I está errada. Na etapa de escavação é necessário apiloar o fundo da escavação.
A afirmativa II está correta. É necessário apoiar a sapata sobre um lastro de concreto magro com
espessura de pelo menos 5 cm.
A afirmativa III está correta. A sapata é feita com concreto armado. Para garantir o cobrimento mínimo
da armadura, são utilizados calços.
Assim, as afirmativas corretas são II e III e a letra E está correta.
Anteriormente nós estudamos sobre as sapatas. Agora, iremos aprender um pouquinho mais sobre
o radier. O radier é uma fundação rasa que recebe e distribui mais que 70% das cargas de uma
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Dayana Garcia, Marcus Campiteli
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edificação14. É comum também a definição de que o radier recebe todos os pilares de uma obra. Fique
esperto, pois, esses dois termos são utilizados nas questões de concursos.
O radier é uma fundação cara, assim, ele será utilizado quando a área de outros elementos de
fundações rasas exceder a metade da área da edificação. Em outras palavras, o radier é viável quando a
soma das cargas da edificação dividida pela tensão admissível do solo for maior que a metade da área
edificada. Levando isso em consideração, podemos dizer que o radier também pode ser utilizado em
solos com baixa resistência.
Mas, o que é um radier. O radier é como se fosse uma "laje" no chão. Devido a sua grande área, ele
geralmente apresenta rigidez suficiente para evitar que um apoio recalque mais do que o outro, evitando
um recalque diferencial. Quanto à forma ou o sistema estrutural, os radiers podem ser lisos, cogumelo,
nervurados e caixões. Note que, eles estão colocados em ordem crescente de rigidez15.
Figura 3.7 - Tipos de Radiers (a) liso, (b) cogumelo, (c) nervurado, (d) caixões15
Um termo importante em fundações é a viga de fundação. Vamos imaginar uma parede, esta
precisa estar apoiada em algum lugar certo? A transferência de carga dessa parede para as fundações
acontece pela estrutura conhecida como viga de fundação. A função dessa viga é conectar os elementos
de fundação e transmitir as cargas de paredes de alvenaria para a fundação. Além das cargas
distribuídas, as vigas de fundação podem estar associadas a dois ou mais pilares alinhados. Não confunda
a viga de fundação com a sapata corrida, são duas coisas diferentes.
14
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6122: Projeto e Execução de Fundações. Rio de
Janeiro: ABNT, 2019..
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Velloso; D. de A.; Lopes, F. de R. Fundações: critério de projeto, investigação do subsolo, fundações superficiais,
fundações profundas. São Paulo. Ed. Oficina de Textos: 2017.
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Os radiers podem ser dimensionados pelo método estático, sistema de vigas sobre base
elástica, método da placa sobre o solo de Winkler, das diferencias finitas, etc.
Embora não seja apresentada pela norma de fundação, existe um tipo de fundação
superficial conhecida como grelha (imagem abaixo). Note que, ela é formada por um
conjunto de vigas que se cruzam.
(Prefeitura de São João da Boa Vista, 2019) Com relação á fundação em radiers, assinale V para a
afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) É adotada quando as áreas das sapatas se aproximam umas das outras ou mesmo se interpenetram.
( ) Um tipo de sistema estrutural é a fundação em radiers nervurados.
( ) Os esforços internos em radiers podem ser calculados por métodos estáticos.
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A terceira afirmativa é verdadeira. Um dos métodos utilizado para o cálculo dos radiers é o método
estático.
Assim, a sequência correta é V - V - F e a letra B está correta.
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4 FUNDAÇÕES PROFUNDAS
Anteriormente, nós vimos que existem dois tipos de fundações, as superficiais e as profundas. A
fundação superficial é formada por elementos estruturais construídos muito próximos da superfície. Por
outro lado, as fundações profundas são aquelas em que a transferência de carga ocorre pela sua base
(resistência de ponta) ou por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou pela combinação dessas duas.
Além disso, a base estará apoiada em uma profundidade maior que 8 vezes a sua menor dimensão. Ao
mesmo tempo, esse tipo de fundação deverá apresentar profundidade de no mínimo 3 m.
Antes de iniciarmos nossos estudos sobre tubulões e estacas, iremos ver alguns termos técnicos
que serão importantes. Essas definições são as mesmas utilizadas pela norma NBR 6122/19.
Primeiramente, "a carga admissível das estacas e dos tubulões é a carga máxima que atende fatores de
segurança predeterminados, aos estados limites últimos (ruptura) e estado limite de utilização
(recalque, vibração, etc.)".
A cota de arrasamento corresponde ao nível que deve ser deixado o topo da estaca ou do
tubulão. Esse nível permite a integração estrutural entre o elemento de fundação e a sua armadura com o
bloco de coroamento. Ao mesmo tempo, os blocos de coroamento são elementos estruturais que
transferem as cargas dos pilares para os elementos de fundação profunda. Note que, podemos ter um
único bloco para várias estacas. Além disso, o bloco de coroamento é armado.
O atrito negativo é o atrito lateral que solicita as fundações profundas quando o recalque do solo
adjacente é maior que o recalque dos elementos de fundação. Em outras palavras, podemos dizer que o
solo recalca mais e "puxa" a fundação para baixo. Esse processo geralmente é provocado pelo peso próprio
do solo, sobrecargas, rebaixamento do lençol, amolgamento da camada mole compressível, etc. A
profundidade da fundação onde ocorre a mudança do atrito negativo para o atrito positivo é conhecida
como ponto neutro.
A nega é "a medida da penetração permanente de uma estaca, causada pela aplicação de um
golpe de martelo ou pilão, sempre relacionada com a energia de cravação. Dada a sua pequena grandeza,
em geral é medida para uma série de dez golpes". Outro termo importante para as estacas é o repique que
corresponde a "parcela elástica da penetração máxima de uma estaca, decorrente da aplicação de um
golpe do martelo ou pilão".
Com relação aos solos, nós temos os solos colapsíveis, compressíveis e expansivos. Você sabe a
diferença entre eles? Os solos colapsíveis apresentam redução volumétrica quando submetidos a
acréscimo de umidade e sob a ação de carga externa. Por outro lado, os solos compressíveis apresentam
deformações altas quando aplicadas sobrecargas baixas ou devido ao seu próprio peso próprio. Por fim,
os solos expansivos apresentam aumento de volume com o aumento do teor de umidade. Isso
acontece por causa de sua composição mineralógica.
Como já vimos alguns dos termos técnicos importantes, vamos estudar os tubulões e estacas?
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4.1 Tubulão
O tubulão a céu aberto é um poço escavado acima do nível de água, aberto e normalmente não
apresenta revestimento. O revestimento será utilizado quando houver risco de desmoronamento. Para a
execução desse tipo de fundação, escava-se o fuste até a cota desejada, realizando o alargamento da
base. O alargamento da base deve apresentar formato de tronco de cone com rodapé mínimo de 20 cm
de altura. Além disso, o ângulo β deverá ser de pelo menos 60°. As bases não podem apresentar altura
(H) superior a 1,8 m.15 Podemos observar um tubulão a céu aberto com base alargada na Figura 4.1.
16
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6122: Projeto e Execução de Fundações. Rio de
Janeiro: ABNT, 2019.
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Alonso; U. R. Exercícios de Fundações, São Paulo. Ed. Edgard Bluncher: 1983.
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Esse tipo de tubulão pode ser executado abaixo do lençol freático, contudo, nesse
caso, é necessário que o solo se mantenha estável e que seja possível controlar a água.
A execução dos tubulões sempre é iniciada pelas fundações mais profundas. Além disso,
não pode ser feito o alargamento simultâneo das bases em tubulões cuja distância
entre os eixos seja menor do que 2,5 vezes o diâmetro da menor base.
A próxima etapa é a colocação da armadura. Durante essa etapa, cuidado especial deve ser dado
para evitar que torrões de solo caiam dentro do tubulão. No caso de tubulões revestidos, não temos esse
problema. Quando a base apresenta armadura de aço, essa armadura deverá ser feita de maneira a
permitir uma concretagem adequada da base. Assim, devem existir aberturas de pelo menos
30 cm x 30 cm.
Por fim, será realizada a concretagem. Contudo, antes dessa operação, é necessário inspecionar o
material de apoio das bases, para verificar a sua capacidade de apoio. Esse processo pode ser feito com
um penetrômetro de barra manual. Tenha em mente que, a concretagem deve ser feita imediatamente
após a escavação. Caso isso não seja possível, antes do lançamento do concreto deverá ser feita uma
nova análise de estabilidade.
O concreto será lançado da superfície em um funil com comprimento mínimo de 1,5 m. A norma
NBR 6122 especifica que não é necessária a utilização de um vibrador para o adensamento do concreto.
Nesse caso, devemos ter cuidado para obter a consistência adequada para isso. Por fim, deve-se verificar
a integridade do tubulão por meio da escavação de um trecho do fuste. Essa verificação deve ser de
pelo menos uma por obra.
Vamos imaginar que é necessária a execução de um tubulão abaixo do nível d'água. Vimos que o
tubulão a céu aberto não é muito adequado para esses casos. Então, o que podemos fazer? Para contornar
essa situação, iremos utilizar o tubulão a ar comprimido (pneumático). Assim, o tubulão a ar comprimido
é utilizado em locais com água e onde não é possível esgotá-la ou em locais com risco de
desmoronamento.
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hiperbárica. Contudo, durante essa fase de transição das normas, as empresas ainda
podem executar esse tipo de fundação. Mas, nesse caso, as medidas transitórias devem
ser obedecidas.
A escavação do fuste é sempre realizada com a utilização de revestimentos que podem ser
camisas de aço ou de concreto armado. Note que, esses revestimentos podem ser recuperados ou não. A
execução começa com a concretagem do primeiro segmento ou colocação do revestimento metálico. A
sequência será feita com a concretagem ou soldagem dos segmentos metálicos à medida que a escavação
vai sendo realizada. Além disso, o revestimento de concreto só poderá ser colocado no terreno quando o
concreto apresentar resistência suficiente para resistir à escavação18.
Quando o nível de água for atingido, será instalada a campânula de ar comprimido. Caso as
camisas sejam de concreto, a aplicação do ar comprimido só pode ser realizada quando este apresentar
resistência adequada. A campânula recebe ar comprimido com pressão que impede a entrada de água
no interior do tubulão. Nela, também temos um cachimbo para a retirada do material escavado. Podemos
observar uma campânula de ar comprimido na Figura 4.2.
Os tubulões a ar comprimido podem apresentar base alargada ou não. Caso eles apresentem base
alargada, esta poderá ter altura de até 3 m, mas desde que, seja mantida a estabilidade da base durante a
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sua escavação. Além disso, o rodapé deverá apresentar altura mínima de 20 cm e ângulo β maior ou
igual a 60°.
Durante a execução da base, as camisas deverão ser apoiadas para evitar a sua queda. As
considerações sobre a verificação da estabilidade, colocação da armadura e concretagem são as mesma
descritas para o tubulão a céu aberto. Contudo, como esse tubulão é revestido, não temos problema
referente à queda de solo no interior da perfuração.
Embora a NBR 6122/19 não traz esse termo, as literaturas também consideram o caixão
como fundação profunda. O caixão apresenta forma prismática, é concretado na
superfície e instalado por escavação interna.
Fundação profunda
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Tronco de cone
Rodapé ≥ 20 cm
Tubulão a
Alargamento da base
céu aberto
β ≥ 60°
H ≤ 1,8 m
Imediatamente após a
escavação
Concretagem
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Tronco de cone
Rodapé ≥ 20 cm
Imediatamente após a
escavação
Concretagem
(AL-RO, 2018) Antes da realização de uma fundação, verificou-se que o solo se encontrava saturado de
água no ponto onde deve se situar a base do tubulão.
Neste caso, recomenda-se que o tubulão seja realizado utilizando-se
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a) injeção de ar comprimido.
b) concreto celular.
c) camisa metálica removível.
d) material betuminoso.
e) sonda de seção helicoidal.
Comentário:
A letra A está correta. Quando houver água no local de execução do tubulão e esta não puder ser
controlada, utiliza-se o tubulão a ar comprimido para controlar a água no interior da tubulação.
A letra B está errada. Os tubulões são executados com concreto simples e armaduras de aço. O concreto
celular é um tipo de concreto muito poroso e muito utilizado para isolamento térmico e acústico.
A letra C está errada. A camisa metálica é utilizada para a contenção do solo e não para o controle da
água no interior do tubulão.
A letra D está errada. Os tubulões são executados em concreto.
A letra E está errada. Para o controle da água, deve-se utilizar injeção de ar comprimido.
4.2 Estacas
Sabemos que as estacas são fundações profundas, certo? Contudo, ao contrário do tubulão, as
estacas são todas executadas por equipamentos ou ferramentas, ou seja, sem a realização de trabalho
manual em profundidade. São vários os tipos de materiais utilizados para a confecção deste tipo de
fundação, como: madeira, aço, concreto pré-moldado, concreto moldado in loco, argamassa, calda de
cimento, ou combinação desses materiais21. Além disso, a distribuição das cargas acontece por uma
combinação de resistência de ponta com resistência por atrito lateral. Caso a estaca resista apenas ao
atrito lateral ela é conhecida como estaca flutuante.
A escolha por esse tipo de fundação acontecerá quando a carga transmitida ao solo por uma
fundação rasa é superior às tensões efetivas do solo ou quando a fundação rasa gera recalques excessivos.
Além disso, a escolha do equipamento de cravação das estacas deve ser feita considerando suas
dimensões, características do solo, condições da vizinha, características do projeto e peculiaridades do
local.
De maneira genérica, as estacas podem ser classificas em estacas moldadas in loco e estacas pré-
moldadas. Vamos estudar cada uma delas, conforme especificação da NBR 6122/19?
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As estacas moldadas in loco são feitas com concreto, argamassa ou calda de cimento. Esses
materiais irão preencher as perfurações feitas no terreno. Note que, essas estacas podem ser parcial ou
totalmente armadas. As estacas moldadas in loco devem ser evitadas em solos moles. Isso, pois, esses
solos podem causar o estrangulamento do fuste. São exemplos de estacas moldadas in loco as estacas:
Franki, Hélice contínua, Strauss, Raiz, Broca, Escavadas e Microestacas. Vamos ver qual a diferença entre
elas?
A estaca Franki é integralmente armada, apresenta base alargada e pode ser utilizada até
mesmo abaixo do nível de água. Mas, se para a execução das estacas não há a descida de um operário,
como as bases são alargadas? Isso é explicado pelo tipo de processo executivo utilizado. Note que,
primeiramente, será cravado no solo - com golpes de pilão - um tubo com a ponta fechada. Essa ponta é
fechada com uma bucha seca de areia e pedra, já compactada e aderida na ponta.
É por causa dessa bucha que nem o solo e nem a água conseguem penetrar no tubo.
Quando a estaca chega à profundidade desejada, essa bucha será expulsa. Em seguida, é
colocado um concreto seco (f a/c =0,18) e com os golpes do pilão, a base alargada é formada. Agora sim,
podemos colocar a armadura, formada por pelo menos 4 barras de CA-50. Note que, a extremidade
inferior é feita com aço CA-25 em forma de cruzeta e soldada a armadura principal (armadura de CA 50).
Para a concretagem do fuste, iremos lançar um concreto seco (f a/c = 0,36) que será apiloado em
sucessivas camadas. Simultaneamente a essa operação de concretagem, o tubo será retirado. Durante
todo esse processo, devemos ter o cuidado para evitar o encurtamento da armadura. Além disso, a
concretagem deve ser feita pelo menos a 30 cm acima da cota de arrasamento22.
A estaca Franki praticamente não sofre restrição de emprego por causa das características do
subsolo, exceto por camadas muito espessas de solos moles. Note que, a base alargada é responsável
pela maior resistência de ponta da estaca Franki em relação aos demais tipos de estacas. Outra
vantagem é que, por causa do apiloamento do concreto, o fuste apresente rugosidades que aumenta o
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Janeiro: ABNT, 2019.
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atrito lateral. Porém, como desvantagem, essa estaca provoca muitas vibrações e ruídos. Na Figura 4.3
podemos ver o esquema de execução da estaca Franki.
(EBSERH, 2017) Estacas são elementos de fundação executados inteiramente por equipamentos ou
ferramentas, sem que, em qualquer fase da execução, haja descida de pessoas. Existe uma série de tipos
de estacas, cada qual adequada para um caso em particular. Assinale a alternativa que NÃO apresenta
uma característica da estaca Franki.
a) Estaca é moldada in loco.
b) Possui base alargada.
c) É integralmente armada.
d) É executada por perfuração do solo por meio de trado mecânico.
e) É uma fundação profunda.
Comentário:
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Nelso Schneider. Execução de estaca Franki. 2019. Disponível em: < https://nelsoschneider.com.br/execucao-de-
estacas-franki/>
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A letra A está correta, pois, a estaca Franki é moldada com a injeção de concreto no interior de um tubo
no local da obra.
A letra B está correta. Uma característica da estaca Franki é a sua base alargada. Para isso, um tubo com
bucha de areia e pedra é cravado no solo. Após a profundidade adequada, essa bucha é expulsa e é
apiloado um concreto seco, formando a base alargada.
A letra C está correta. A estaca Franki é uma estaca integralmente armada.
A letra D esta errada. A estaca Franki não é executada com perfuração do solo com um trado mecânico.
Ela é feita com a cravação de um tubo com extremidade inferior preenchida com uma bucha.
A letra E está correta. A estaca Franki, assim como as outras estacas, é uma fundação profunda.
A estaca hélice contínua é uma fundação moldada in loco e executada com trado helicoidal
contínuo (mesa rotativa). Após a perfuração, é realizada a concretagem do furo ao mesmo tempo, em
que o trado é retirado do solo. Aqui, o concreto é injetado sob pressão pela própria haste central do
trado. Por fim, após a concretagem, a armadura é colocada. Podemos ver o esquema de execução da
estaca hélice contínua na Figura 4.4.
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Imagem disponível em: <https://zemtasinsaat.com/hizmetlerimiz/>
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A estaca hélice contínua funciona de maneira contínua para evitar o alívio de tensões
no terreno. Isso, pois, se houvesse o alívio de tensão, teríamos o fechamento do fuste. O
avanço da hélice contínua é sempre inferior a um passo por giro. Além disso, a relação
entre o avanço e a rotação é menor à medida que as características mecânicas do
terreno aumentam. Assim, quanto mais resistente o terreno, menor será a velocidade,
para maior força/torque.
A estaca hélice contínua apresenta alta produtividade e baixa geração de ruído. Além disso, ela
apresenta alta capacidade de carga, pode ser realizada abaixo do nível e água e em grande
profundidade. Contudo, a presença de rochas ou matacões pode danificar os equipamentos. Além
disso, o equipamento é grande e precisa de um local amplo e com baixa inclinação (praticamente plano)
para a sua instalação. Por fim, é uma estaca de alto custo.
Além da estaca hélice contínua monitorada, nós temos mais dois tipos de estacas hélice
monitorada. A estaca hélice monitorada com trado segmentado utiliza segmentos de trado com
diâmetro constante. Também existe a estaca hélice de deslocamento monitorada também conhecida
como estaca ômega. Essa estaca apresenta uma característica diferente. Nela, o solo não é removido,
pois, este é compactado a lateral do furo. Como resultado, a resistência à penetração do trado é bem
maior, assim como o atrito lateral.
(SERGAS, 2013) A estaca hélice contínua é uma estaca de concreto moldado in loco, executada por meio
de trado contínuo e injeção de concreto através da haste central do trado simultaneamente a sua retirada
do terreno. Representa uma característica deste tipo de fundação:
a) a utilização de lama bentonítica na escavação.
b) os terrenos podem ser de relevo acidentado.
c) o nível de vibração elevado provocado durante a escavação.
d) o custo baixo de implantação.
e) a adaptabilidade na maioria dos tipos de terreno, exceto na presença de matacões e rochas.
Comentário:
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A letra A está errada. A estaca hélice contínua não utiliza lama bentonítica na escavação. As estacas
escavadas com fluido estabilizante utilizam lama bentonítica.
A letra B está errada. Os terrenos devem ser amplos e com pouco desnível, planos.
A letra C está errada. Esse tipo de estaca não produz vibrações ou impactos sonoros.
A letra D está errada. Esse tipo de estaca é de alto custo.
A letra E está correta. A estaca hélice contínua não é utilizada para ambientes com rochas e matacões.
Isso, pois, esses materiais danificam os equipamentos.
A estaca Strauss é uma estaca simples e eficaz. Para a sua execução é utilizado um tripé com
guincho, um pilão, uma ferramenta de escavação e tubos de revestimento. Assim, essa estaca produz
pouca vibração e apresenta facilidade de locomoção no interior da obra. Então, esse tipo de estaca pode
ser executado em locais confinados e de difícil acesso. A estaca Strauss é indicada para perfurações
profundas (até 20 m) e em solos secos. Consequentemente, ela não pode ser utilizada em areais
submersas e nem em argilas moles saturadas.
A perfuração do solo é realizada com uma piteira ou sonda. A execução se inicia com a execução
de um pré-furo com profundidade de 1,0 m a 2,0 m. Dentro desse pré-furo, é colocado um segmento curto
de revestimento com coroa na ponta. A escavação será feita com a cravação dos revestimentos com os
golpes de sonda. À medida que a escavação procede, são descidas camisas metálicas que são os
revestimentos metálicos rosqueados. Esses revestimentos metálicos impedem o estrangulamento do
fuste, além de garantir a estabilidade da perfuração e impedir a mistura do concreto fresco com o solo.
Durante o processo, é adicionada água para retirar o solo presente. Os tubos devem
descer livremente.
Após atingir a cota de projeto, o concreto será lançado até formar uma coluna de
aproximadamente 1 m de altura. Posteriormente, esse concreto será apiloado, formando a ponta da
estaca. Esse processo continua de maneira gradativa até a superfície do terreno. Simultaneamente ao
apiloamento do concreto, o revestimento é retirado de maneira lenta, para evitar o deslocamento ou
subida da armadura.
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Se a estaca não apresentar esforços de flexão ou tração, será colocada apenas uma armadura
de arranque, não apresentando função estrutural e nem estribos. Aqui, essa armadura pode ser colocada
uma a uma após a concretagem. Não se esqueça de deixar a espera prevista em projeto.
No caso de estacas armadas, a gaiola será introduzida antes da concretagem. Assim, o soquete
deve ter diâmetro menor do que a gaiola, para permitir o apiloamento do concreto. Além disso, nesse
caso, o diâmetro mínimo dessas estacas é de 32 cm, os estribos (divididos ou em espiral) devem
apresentar passo entre 15 cm a 30 cm. 25 O processo de execução das estacas Strauss pode ser verificado
pela Figura 4.5
A estaca raiz é uma estaca moldada in loco e executada com perfuração rotativa ou
rotopercussiva. Essa estaca é revestida integralmente por um conjunto de tubos metálicos rosqueados
recuperáveis, é armada e preenchida com uma argamassa de cimento Portland. O comprimento desses
tubos metálicos é de 1,0 m a 1,5 m e eles são introduzidos à medida que a perfuração prossegue.
A estaca raiz é muito utilizada para reforço de fundações, em terrenos com rochas e matacão.
Uma vantagem é que essa estaca apresenta baixo nível de vibração e alta produtividade. Dependendo do
equipamento utilizado, ela pode ser inclinada, resistindo também a esforços horizontais. Note que, a
estaca raiz é indicada para a execução em locais com difícil acesso, uma vez que, ela utiliza equipamentos
pequenos para a perfuração.
25
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6122: Projeto e Execução de Fundações. Rio de
Janeiro: ABNT, 2019.
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Total construção: Estaca Strauss: o que é? Quando utilizar? Execução e mais. Imagem disponível em:
<https://www.totalconstrucao.com.br/estaca-strauss/>
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O furo será limpo por meio de lavagem e posteriormente será descida a armadura (feixe ou gaiola)
que será apoiada no fundo. O furo será preenchido com argamassa injetada por uma bomba de injeção.
Tenha em mente que, a argamassa é injetada de baixo para cima e expulsa toda a água de circulação.
Posteriormente, o revestimento será retirado e a cada 1,5 m no máximo, será verificado o nível da
argamassa.
Caso as estacas apresentem diâmetro menor do que 200 mm, iremos adotar uma metodologia um
pouco diferente para ajudar no adensamento. Nesse caso, periodicamente, iremos aplicar uma pressão (ar
comprimido ou bomba de injeção de argamassa) no topo do revestimento. O esquema de execução da
estaca raiz está apresentado na Figura 4.6.
27
Escola Engenharia. Caio Pereira. Estaca Raiz: Características, Processo Executivo, Vantagens e Desvantagens. 2018.
Imagem disponível em: < https://www.escolaengenharia.com.br/estaca-raiz/>
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(Prefeitura de Salvador, 2017) Relacione os tipos de estacas moldadas in loco às suas respectivas
características gerais.
1. Estacas Strauss
2. Estacas hélice contínua monitorada
3. Estacas raiz
4. Estacas Franki
( ) A perfuração é executada por meio de um perfuratriz rotativa ou rotopercussiva com o uso de circulação
direta de água. A perfuração é então armada, preenchida com argamassa e submetida a uma pressão
interna.
( ) A perfuração é executada mediante a introdução no terreno, por rotação, de um trado helicoidal
contínuo, sendo a injeção de concreto realizada pela haste central do trado simultaneamente à sua
retirada.
( ) A perfuração é executada mediante o emprego de uma sonda, com a simultânea introdução de
revestimento metálico em segmentos rosqueados. A concretagem é realizada por apiloamento do
concreto, enquanto retira-se gradativamente o revestimento.
( ) A perfuração é executada por meio da cravação de um tubo por meio de sucessivos golpes de um pilão
em uma bucha de pedra e areia aderida ao tubo. Atingida a cota de apoio procede-se à expulsão da bucha,
à instalação da armadura e à execução do concreto.
Assinale a opção que mostra a relação correta, de cima para baixo.
a) 1, 3, 2 e 4.
b) 3, 2, 1 e 4.
c) 3, 1, 4 e 2.
d) 1, 2, 3 e 4.
e) 4, 3, 2 e 1.
Comentário:
A estaca raiz (3) é uma estaca moldada in loco e executada com perfuração rotativa ou rotopercussiva e
com o uso de circulação de água. Essa estaca é revestida integralmente por um conjunto de tubos
metálicos rosqueados recuperáveis, é armada e preenchida com uma argamassa de cimento Portland.
A estaca hélice contínua (2) é moldada in loco e executada com trado helicoidal contínuo (mesa
rotativa). Após a perfuração, é realizada a concretagem do furo ao mesmo tempo, em que o trado é
retirado do solo.
A estaca Strauss (1) é realizada com uma piteira ou sonda. A escavação é feita com a cravação dos
revestimentos com os golpes de sonda. À medida que a escavação procede, são descidas camisas
metálicas que são os revestimentos metálicos rosqueados. A concretagem é realizada pelo apiloamento
do concreto e retirada do revestimento.
A estaca Franki (4) apresenta uma bucha de areia e pedra cravada no solo - com golpes de pilão. Quando
for atingida a cota de projeto, a bucha será expulsa, será colocada a armadura e concretagem do furo.
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4.2.1.5 Broca
Um tipo de estaca moldada in loco é a broca. Essa fundação é utilizada para pequenas
construções, com cargas de até 100 kN. Por ser menor, o solo é perfurado com um trado manual e o
fundo é apiloado com um pilão. Logo em seguida, a perfuração é preenchida com concreto e aí são
colocadas as esperas. Por causa do método de execução, essa estaca não pode ser executada abaixo do
lençol freático. Um esquema de execução está apresentado na Figura 4.7.
As estacas escavadas são divididas em dois tipos: estacas escavadas com fluido estabilizante e
estacas escavacadas mecanicamente. As estacas escavadas com fluido estabilizantes são moldadas in
28
Nelso Schneider. Estaca broca: o guia completo para dimensionamento e execução. 2019. Disponível
em: < https://nelsoschneider.com.br/estaca-broca/>
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loco. Durante a escavação do terreno, a perfuração é estabilizada com algum tipo de fluido
estabilizante, que pode ser lama bentonítica ou um polímero sintético29.
Para a execução das estacas escavadas com fluido estabilizante, será cravada uma camisa
metálica ou uma mureta guia. Em geral, essas guias devem ser maiores que a estaca em cerca de 5 cm.
Além disso, elas serão embutidas no terreno com comprimento mínimo de 1,0 m. Tenha em mente que,
o lançamento do fluido é realizado simultaneamente as escavações. Nesse caso, devemos ter cuidado
para que o nível do fluido esteja no mínimo a 2,0 m acima do lençol freático30.
As armaduras serão colocadas com espaçadores para garantir o cobrimento mínimo e a sua
centralização. Posteriormente, será realizada a concretagem submersa e contínua. À medida que é
realizada a concretagem, o fluido estabilizante é deslocado para cima e para fora do tubo. Em geral, as
estacas escavadas com fluido estabilizante são de grandes dimensões, podendo ter seções circulares
(estacões), retangulares (barretes) ou seções compostas. Caso essas estacas sejam contínuas, elas
recebem o nome de parede-diafragma.
As estacas escavadas com fluido estabilizante não causam vibrações excessivas e apresentam
cargas admissíveis elevadas. Contudo, para a sua execução é necessária à utilização de equipamentos
grandes, sendo mais difícil organizar o canteiro de obras. Além disso, é necessário utilizar um volume de
concreto muito grande em um intervalo de tempo pequeno. O esquema de execução deste do barrete
está apresentado na Figura 4.8.
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Bransfond. Estacas barretes. Imagem disponível em: <http://www.brasfond.com.br/fundacoes/ebarrete.html>
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Pode ser utilizada água no lugar do fluido estabilizante quando houver um revestimento
metálico.
O barrete é utilizado em obras grandes. Isso, pois, ele é um dos tipos de fundações que
apresentam as maiores capacidades de carga.
As estacas escavadas mecanicamente apresentam escavação feita com trado mecânico, e não é
utilizado fluido estabilizante e nem revestimento. A concretagem é realizada por um furo escavado com
trado espiral. Note que, essas estacas são executadas em solos que mantenham a estabilidade da
perfuração sem a necessidade de utilização de fluido estabilizante ou de revestimento. Além disso, elas
são executadas apenas acima do nível de água.
A perfuração é feita com um trado curto acoplado a uma haste até a profundidade estabelecida no
projeto. Após a finalização da perfuração, deve-se realizar a concretagem no mesmo dia. Para isso,
iremos utilizar um funil com comprimento mínimo de 1,5 m.
Se a estaca não apresentar esforços de flexão ou tração, será colocada apenas uma
armadura de arranque, não apresentando função estrutural e sem estribos. Nesse caso,
as armaduras de arranque podem ser colocadas uma a uma após a concretagem.
(UFMG, 2016) As estacas moldadas in loco são executadas preenchendo de concreto perfurações
previamente executadas no terreno.
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COLUNA I
1. Estaca Barrete
2. Estaca Franki
3. Estaca Hélice Contínua
4. Estaca Raiz
COLUNA II
( ) O revestimento do furo é feito junto com a escavação
( ) Estaca com alta capacidade de carga
( ) É cravado um tubo com bucha de concreto seco na ponta
( ) A armadura é introduzida após a concretagem da estaca
4.2.1.7 Microestacas
As microestacas, também conhecidas como estacas injetadas, são executadas com perfuração
rotativa com tubos metálicos. No caso de matacões ou rochas, utiliza-se perfuração rotopercursiva. Mas,
qual é a diferença dessa estaca com a estaca raiz? O tubo metálico apresenta função estrutural e válvulas
manchetes que permitem a injeção da calda de cimento ou argamassa. Essa injeção é feita pelo tubo
manchete e aumenta a resistência do atrito lateral.
As manchetes apresentam válvulas que quando é injetada a calda de cimento ou argamassa com
pressão, estes tubos se abrem, formando rugosidades no fuste. Temos dois tipos de microestacas e no
primeiro caso, o tubo de revestimento serve tanto como função estrutural como manchete. No segundo
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caso, é adicionada armadura compostas por barras (ou gaiola) e a injeção é realizada por meio de um tubo
de PVC, também dotado de manchetes.
Após a perfuração, o tubo será limpo internamente por lavagem. Logo em seguida é descido o
tubo metálico ou a armadura montada com o tubo de PVC até o fundo. Note que, as válvulas manchetes
devem ser espaçadas no máximo a 1,0 m. A calda de cimento será injetada em haste com obturados
duplos. A primeira injeção recebe o nome injeção de bainha ou preenchimento. Ela é feita na extremidade
inferior no tubo e deve preencher o espaço anelar entre o furo e o tubo.
O revestimento é retirado após a execução da bainha. As próximas injeções são feitas de baixo
para cima em cada manchete. As microestacas são utilizadas em locais de difícil acesso e em reforços de
fundação. Além disso, elas podem ser executas com equipamentos de médio porte ou equipamento
manuais. Em geral, elas apresentam diâmetro reduzido em torno de 10 a 20 cm e apresentam elevada
resistência.
32
LAMARE NETO, 1985, apud BENATI, B. Metodologia de Execução e Determinação da Capacidade de Carga de Estacas
de Pequeno Diâmetro Cravadas e Injetadas. 2007. 93 f. Dissertação (Pós – Graduação em Engenharia Civil) – Universidade
Federal de Viçosa, Minas Gerais, 2007.
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Vimos o que são as estacas moldadas in loco e a particularidade de cada tipo. Agora, nós iremos
estudar algumas considerações que são importantes para a execução das estacas moldadas in loco.
Devemos tomar cuidados especiais quando as estacas estão muito próximas umas das outras. Nesse caso,
não é permitida a execução de estacas que apresentam um espaçamento inferior a 5 vezes o diâmetro
da maior estaca, em um intervalo inferior a 12 horas. Caso a estaca seja escada sem a utilização de fluido
estabilizante, a distância cai para 3 vezes o diâmetro.
Além disso, para verificar a integralidade da estaca e a qualidade do fuste, pelo menos 1% das
estacas ou pelo menos uma por obra, deverá ser exposta abaixo da cota de arrasamento, se possível, até
o nível de água. Na Tabela 4.1 estão apresentadas as principais recomendações referentes ao concreto ou
argamassa utilizada. Preste bastante atenção, esses valores foram atualizados pela norma NBR 6122/19.
Muitas questões antigas estão desatualizadas sobre esse assunto.
Diâmetro
Consumo
Classe do Teor de
Estaca Classe cimento F a/c Abatimento (mm)
agressividade agregado exsudação
(kg/m³)
(mm)
Franki I, II, III e IV C20 ≥ 350 - - 9,5 a 25 -
Hélice
I, II C30 ≥ 400 ≤ 0,60 220 a 260 9,5 a 25 < 4%
contínua
III, IV C40 ≥ 400 ≤ 0,45 220 a 260 9,5 a 25 < 4%
80 a 120 (não armadas)
Strauss I e II C20 ≥ 300 - 12,5 a 25 -
120 a 140 (armadas)
Argamassa 0,50 a
Raiz I, II, III e IV ≥ 600 - Areia -
≥ 20 MPa 0,60
Escavada
I, II C30 ≥ 400 ≤ 0,60 220 a 260 9,5 a 25 < 4%
com fluido
III, IV C40 ≥ 400 ≤ 0,45 220 a 260 9,5 a 25 < 4%
Escavada
I, II C25 ≥ 280 ≤ 0,60 100 a 160 9,5 a 25 < 4%
sem fluido
III, IV C40 ≥ 360 ≤ 0,45 100 a 160 9,5 a 25 < 4%
Calda de
0,50 a
Microestaca I, II, III e IV cimento ≥ ≥ 600 - - -
0,60
20 MPa
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Adaptado: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6122: Projeto e Execução de Fundações.
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Fundação profunda
Estacas pré-moldadas
Estacas
moldadas in loco
Perfuração preenchidas pelos materiais
Base alargada
Integralmente armada
Estacas Franki
Concreto fa/c 0,18 é compactado para formar a
base alargada
Coloca a armadura
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Alta produtividade
Hélice contínua
Concretagem é realizada simultaneamente a
retirada do trado
Estaca cara
Revestida integralmente
Armada
Raiz
Pode ser utilizada em terrenos com rochas e
matacão
Circulação de água
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Simples e eficaz
Strauss
Camadas de concreto de 1m apiloadas
Pequenas construções
Trado manual
Broca
Comprimento mínimo 3 m
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Fluido estabilizante
Equipamentos grandes
Trado mecânico
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Revestida integralmente
Armada
Manchetes
Microestacas
Pode ser utilizada abaixo do nível d'água
Reforços de fundação
A percussão é o método mais utilizado para a cravação das estacas e ele consiste na queda de um
peso (pilão). Todo o sistema de cravação deve ser dimensionado de maneira que permita a cravação das
estacas até a cota necessária e sem danos. Tenha em mente que, a utilização de martelos mais pesados
e com menor altura de queda é mais eficiente do que a utilização de martelos leves caindo de uma altura
maior.
Quando a cota de arrasamento estiver abaixo da cota do plano de cravação, pode ser utilizado um
suplemento (prolonga) para permitir a cravação da estaca. Contudo, esse suplemento deve apresentar
comprimento de no máximo 2,5 m. Além disso, a sua área da seção transversal deve possuir impedância o
mais próximo possível da impedância da estaca. As principais estacas pré-moldadas e pré-fabricadas são:
estacas de madeira, concreto, metálicas e mega. Vamos estudar cada uma delas?
As estacas de madeira, como o próprio nome já diz, são confeccionadas com peças de madeira
retilíneas. Usualmente, essas estacas são empregadas em obras provisórias, devido aos problemas da
madeira que reduzem a sua durabilidade. Além disso, elas devem ser evitadas em terrenos com rochas e
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matacão. Contudo, caso esses materiais sejam utilizados em obras permanentes, não podemos nos
esquecer de protegê-las do ataque de fungos, bactérias, umidade, etc.34
Sabemos que a madeira sofre danos por causa da umidade. Assim, os ciclos de secagem e umidade
devem ser evitados ao máximo para garantir a sua durabilidade. Nesse caso, o ideal seria manter as
madeiras abaixo do nível d'água, uma vez que, nessa condição o risco de apodrecimento é menor. As
estacas de madeira podem ser emendadas. Para isso, serão utilizados sambladuras, anel metálico, talas
de junção ou qualquer outro processo que garanta a integridade da estaca. Contudo, essa emenda só é
permitida se as estacas conseguirem resistir ao transporte, manuseio, cravação e utilização.
De acordo com a NBR 6122/19, a ponta e o topo das estacas de madeira devem possuir diâmetros
maiores do que 15 cm e 25 cm, respectivamente. Além disso, para evitar danos durante a cravação, o
topo deverá ser protegido um por um capacete menos rígido. Caso aconteça algum dano na cabeça da
estaca durante a cravação, esta parte deverá ser cortada. Além disso, as pontas também deverão ser
protegidas com ponteiras de aço, quando estas forem introduzidas em terrenos resistentes.
As estacas pré-moldadas de concreto podem ser emendadas com anéis soldados ou outros
dispositivos que permitam a transferência dos esforços (compressão, tração e flexão). Porém, nesse caso,
as estacas devem resistir a todas as solicitações nelas impostas, desde o manuseio, cravação até a sua
utilização. Note que, a emenda deve garantir a axialidade dos elementos emendados.
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Na maioria dos casos (casos correntes), não é permitida a utilização da prolonga ou do suplemento.
Contudo, em casos excepcionais, estes podem ser utilizados. Para isso, o suplemento deve ter
comprimento de no máximo 2,5 m e com as necessárias alterações de nega e repique. Note que, esse
suplemento pode ser feito tanto de aço como de concreto e ele deve permitir um bom posicionamento da
estaca no final da cravação.
Em caso de terrenos resistentes, podem ser utilizadas pré-perfurações. Além disso, todo o
sistema de cravação deve ser feito de modo que as tensões de compressão durante a cravação sejam de
==0==
Esses limites podem ser aumentados em 10% quando são feitas medidas de tensões
durante a cravação.
As sobras das estacas podem ser reutilizadas em alguns casos. Mas, você sabe o que é uma sobra
de estaca? Essa corresponde a diferença entre a estaca levantada (o que está saindo para fora) menos a
estaca arrasada. Para esse aproveitamento, o corte da estaca deve ser ortogonal em relação ao seu eixo
longitudinal. Além disso, o seu comprimento mínimo deve ser de 2,0 m. Para a utilização desse elemento,
só é permitida à utilização de uma sobra por estaca e essa deverá ser o primeiro elemento a ser cravado.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6122: Projeto e Execução de Fundações. Rio de
Janeiro: ABNT, 2019.
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(DPE-MT, 2015) Com relação às estacas pré-moldadas de concreto, analise as afirmativas a seguir.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Comentário:
A afirmativa I está errada. As estacas pré-moldas de concreto não são moldadas in loco. Pelo contrário,
elas são moldadas antes da cravação.
A afirmativa II está errada. As estacas pré-moldadas de concreto são introduzidas no terreno por
percussão, prensagem ou vibração.
A afirmativa III está correta. As estacas pré-fabricadas apresentam um controle maior de fabricação do
que as estacas pré-moldadas. Contudo, para fins exclusivamente geotécnicos, não há distinção entre esses
tipos de estacas.
Assim, apenas a afirmativa III está correta e a letra C está correta.
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suplemento pode ser feito tanto de aço como de concreto e ele deve permitir um bom posicionamento da
estaca no final da cravação37.
Sabemos que os aços são materiais que sofrem corrosão muito fácil. Por causa disso, devemos
prever medidas de proteção das armaduras. Nesse caso, podemos dispensar o tratamento quando
realizar o dimensionamento das armaduras prevendo uma redução de 2 mm do diâmetro das barras.
Essa redução é conhecida como espessura de sacrifício.
A estaca Mega (estaca de reação ou prensada) é uma estaca introduzida no terreno por meio de
um macaco hidráulico reagindo contra uma estrutura já existente ou criada especificamente para isso.
Tenha em mente que, essa estaca pode ser tanto de concreto como metálica. Os segmentos são inseridos
a medida que o macaco introduz a estaca. Esse tipo de estaca é muito utilizado para reforço de fundação.
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5 QUESTÕES COMENTADAS
1. (Instituto IBAM, Prefeitura Japaratuba, 2014) Segundo a norma NBR 6122, o elemento de
fundação superficial que abrange todos os pilares da obra ou carregamentos distribuídos é conhecido
por:
a) sapata
b) bloco
c) tubulão
d) radier
Comentário:
A letra A está errada. A sapata é um elemento de fundação superficial. Contudo, a sapata não recebe
todas as cargas de uma edificação.
A letra B está errada. Os blocos são elementos de fundação superficial. Contudo, eles não recebem todas
as cargas de uma edificação.
A letra C está errada. O tubulão é uma fundação profunda.
A letra D está correta. O radier é uma fundação rasa que recebe e distribui mais que 70% das cargas de
uma edificação, podendo abranger todos os pilares de uma obra.
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A letra E está errada. O índice de resistência à penetração (N) SPT é o número de golpes, após a cravação
inicial de 15 cm, necessário para a penetração do amostrador padrão em 30 cm.
3. (Prefeitura de Timbó/SC, 2019) O ensaio de SPT é normatizado pala ABNT NBR 6484 sobre
esse importante ensaio empregado na escolha do tipo e no dimensionamento do projeto de
fundações é correto afirmar que:
I- No ensaio de SPT, determina-se o tipo de solo o índice de resistência, bem como da observação do
nível do lençol freático num determinado ponto.
II- O índice N determinado do ensaio SPT corresponde a soma do número de golpes requeridos para
segunda e terceira etapas de penetração de 15 cm (do amostrador padrão), adotando-se os números
obtidos nessas etapas mesmo quando a penetração não tiver sido de exatos 15 cm.
III- No ensaio de SPT, determina-se o tipo de fundação que será utilizado na obra, bem como a
profundidade que a fundação deverá ser localizada.
IV- O índice N determinado no ensaio de SPT está relacionado ao tipo de fundação que será utilizado
na obra. Se a fundação for superficial, o índice normalmente será menor e, se a fundação for
profunda, normalmente o índice é mais alto.
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b) a sondagem deve ser iniciada com o emprego do trado helicoidal até a profundidade de 1,5 m,
seguindo-se a instalação até essa profundidade, do primeiro segmento do tubo de revestimento dotado
de sapata cortante.
c) após a abertura do furo de sondagem, nas operações subsequentes de perfuração, intercaladas às de
ensaio e amostragem, deve ser utilizado trado cavadeira até 1,0 m abaixo do nível freático.
d) quando se atingir a cota de ensaio e amostragem, a composição de perfuração deve ser suspensa a uma
altura de 0,20 m do fundo do furo, mantendo-se a circulação de água por tempo suficiente, até que todos
os detritos da perfuração tenham sido removidos do interior do furo.
e) em casos especiais de sondagens rasas em solos instáveis e moles, onde a descida ou posterior remoção
dos tubos de revestimento for problemática, podem ser empregadas lamas de estabilização em lugar de
tubo de revestimento, desde que estejam previstos ensaios de infiltração na sondagem.
Comentário:
A letra A está errada. Toda a vez que for descida a composição de perfuração com o trépano ou instalado
novo segmento de tubo de revestimento, os mesmos devem ser medidos com erro máximo de 10 mm.
A letra B está errada. A sondagem será iniciada com trado-concha ou cavadeira manual (diâmetro de
10 cm) até a profundidade de 1 m. Logo em seguida, será instalado o primeiro tubo de revestimento
dotado de sapata cortante.
A letra C está errada. O trado tipo cavadeira (trado-concha) é utilizado até a profundidade de 1,0 m e não
abaixo do lençol freático a um 1,0 m.
A letra D está correta. Quando for atingida a cota de ensaio e amostragem, a composição da perfuração
será levantada em 20 cm. Além disso, será mantida a circulação de água para a retirada de detritos.
A letra E está errada. Em casos especiais de sondagens profundas em solos instáveis, onde a descida ou
posterior remoção dos tubos de revestimento for problemática, podem ser empregadas lamas de
estabilização em lugar de tubo de revestimento, desde que não estejam previstos ensaios de infiltração
na sondagem.
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a) A descrição das camadas conforme mostrado na figura para a profundidade de 2,00 m só é possível
após ensaio de caracterização realizado em laboratório, a partir das amostras colhidas em campo.
b) A camada de argila siltosa, compreendida entre as profundidades de 2,00 m a 4,00 m, apresenta
consistência média.
c) O índice de resistência à penetração na profundidade de 7,00 m corresponde a 5.
d) Mesmo se tratando de sondagens de simples reconhecimento, o relatório definitivo deve possuir
anotação de responsabilidade técnica.
e) Caso não seja identificado o nível de água do terreno durante a execução das sondagens, é dispensável
o registro dessa informação no relatório definitivo.
Comentário:
A letra A está errada. A descrição de cada uma das camadas pode ser feita por um simples ensaio tátil-
visual, ou alteração na coloração, ou composição quando acontece circulação de água.
A letra B está errada. Pode-se perceber que o N da camada argila siltosa apresenta valor de N 40 e 56.
Assim, esse valor é maior que 19 e a argila siltosa apresenta consistência dura.
A letra C está errada. O número N na cota de 7 m vale 6.
A letra D está correta. Os resultados do ensaio SPT devem ser datados e assinados por um responsável
técnico.
A letra E está errada. No caso de não ser identificado o nível de água no terreno, essa informação deverá
estar presente no relatório.
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7. (Prefeitura de Jari/RO, 2019) Uma sondagem foi realizada segundo a norma ABNT NBR 6484:
2001 (Solo - Sondagens de simples reconhecimento com SPT - Método de ensaio). Após a execução
das 3 etapas previstas no ensaio, o seguinte resultado foi apresentado:
𝑁 = 10 + 13 = 𝟐𝟑
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O valor do índice de resistência à penetração N para a cota −12 m e sua correspondente designação de
compacidade são, respectivamente,
a) 23 e muito compacto.
b) 10 e pouco compacto.
c) 18 e medianamente compacto.
d) 29 e compacto.
e) 13 e compacto.
Comentário:
Na cota menos 12, nós podemos observar que:
1º trecho: 5 golpes para penetração de 17 cm.
2º trecho: 8 golpes para penetração de 14 cm.
3º trecho: 10 golpes para penetração de 15 cm.
O número N corresponde a soma do número de golpes para a cravação das últimas duas camadas do
amostrador padrão. Assim:
𝑁 = 8 + 10
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𝑵 = 𝟏𝟖
O solo é silte arenoso e por causa do N de 18, ele é um solo medianamente compacto.
9. (DMAE/MG, 2020) Para fins de projeto das fundações, deverão ser programadas no mínimo
sondagens a percussão (SPT) para simples reconhecimento dos solos. É necessário realizar um
mínimo de sondagem a percussão para cada 200 m² de área de projeção em planta de edificação até 1
200 m².
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b) dois / quatro
c) dois / três
d) um / dois
Comentário:
A letra A está errada. Quando a área de projeção em planta da edificação for ≤ 200 m², serão necessários
pelo menos 2 sondagens. Ao mesmo tempo, quanto a área estiver entre 200 m² e 400 m² o número
mínimo é de 3.
A letra B está errada. Quando a área de projeção em planta da edificação for ≤ 200 m², serão necessários
pelo menos 2 sondagens. Ao mesmo tempo, quanto a área estiver entre 200 m² e 400 m² o número
mínimo é de 3.
A letra C está correta. Quando a área de projeção em planta da edificação for ≤ 200 m², serão necessários
pelo menos 2 sondagens. Ao mesmo tempo, quanto a área estiver entre 200 m² e 400 m² o número
mínimo é de 3.
A letra D está errada. Quando a área de projeção em planta da edificação for ≤ 200 m², serão necessários
pelo menos 2 sondagens. Ao mesmo tempo, quanto a área estiver entre 200 m² e 400 m² o número
mínimo é de 3.
11. (TJ-MS, 2017) Em relação à análise e à condição de solo, sabe-se que a realização da sondagem
SPT é um dos sistemas utilizados para caracterização do solo. A NBR 8036 refere-se à quantidade de
furos de sondagem que deve ser feita para uma determinada área de projeção da edificação. De
acordo com a norma, a quantidade de furos de sondagem a ser realizada em uma obra com área de
projeção da edificação igual a 1000m² é de
a) um.
b) dois.
c) cinco.
d) três.
e) quatro.
Comentário:
A letra A está errada. Quando a área em projeção em planta é ≤ 1200 m², será necessária pelo menos 1
sondagem a cada 200 m². Como a área é de 1000 m² a quantidade mínima de furos de sondagem é de 5.
A letra B está errada. Quando a área em projeção em planta é ≤ 1200 m², será necessária pelo menos 1
sondagem a cada 200 m². Como a área é de 1000 m² a quantidade mínima de furos de sondagem é de 5.
A letra C está correta. Quando a área em projeção em planta é ≤ 1200 m², será necessária pelo menos 1
sondagem a cada 200 m². Como a área é de 1000 m² a quantidade mínima de furos de sondagem é de 5.
A letra D está errada. Quando a área em projeção em planta é ≤ 1200 m², será necessária pelo menos 1
sondagem a cada 200 m². Como a área é de 1000 m² a quantidade mínima de furos de sondagem é de 5.
A letra E está errada. Quando a área em projeção em planta é ≤ 1200 m², será necessária pelo menos 1
sondagem a cada 200 m². Como a área é de 1000 m² a quantidade mínima de furos de sondagem é de 5.
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12. (INSS, 2014) A prospecção dos solos para se obterem dados que permitam projetar as
fundações de uma obra pode ser executada por meio do SPT (Standard Penetration Test) ou por meio
do CPT (Cone Penetration Test), sendo as principais diferenças entre esses dois tipos de sondagem:
I. para um mesmo número de furos e num mesmo local, o método SPT tem menor custo que o
método CPT;
II. o método SPT é executado por meio de percussão, enquanto o CPT é executado por meio de
pressão;
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14. (IF-MS, 2019) As fundações rasas são aquelas em que a carga da estrutura da edificação é
transmitida ao solo pelas pressões distribuídas pela base da fundação. Assinale a alternativa que
corresponde a exemplos de fundações rasas utilizadas em edificações:
a) Sapatas flexíveis, radier flexível e radier rígido.
b) Sapatas rígidas, estacas mega e tubulões a céu aberto.
c) Sapatas associadas, sapatas de divisa e estacas-prancha do tipo AZ.
d) Sapatas corridas, vigas baldrames e estacas-prancha planas.
e) Blocos de fundação, sapatas rígidas e blocos de coroamento de estacas.
Comentário:
A letra A está correta. As sapatas e o radier são fundações rasas.
A letra B está errada. A estaca mega e os tubulões são exemplos de fundações profundas.
A letra C está errada. As estacas são fundações profundas.
A letra D está errada. A estaca-prancha é um exemplo de fundação profunda.
A letra E está errada. Os blocos de coroamento são elementos estruturais responsáveis por transferir as
cargas da superestrutura para as estacas.
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I- Tubulão é um elemento de fundação superficial de forma cilíndrica, em que, pelo menos na sua fase
final de execução, se tem o alargamento da base realizado pela descida de um funcionário.
II- Radier é um elemento de fundação profunda que recebe todos os pilares da obra.
III- Sapatas são elementos de fundação superficial de concreto armado, utilizando armadura para
resistir aos esforços de tração.
IV- Estacas são elementos de fundação profunda executado com auxílio de ferramentas ou
equipamentos, execução esta que pode ser por cravação a percussão, prensagem, vibração ou por
escavação, ou ainda, de forma mista, envolvendo mais de um desses processos.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
c) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
d) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.
e) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
Comentário:
A afirmativa I está errada. O tubulão é uma fundação profunda em forma cilíndrica e que geralmente
apresenta base alargada. Além disso, pelo menos na etapa final de execução, há descida de um
funcionário para o alargamento da base ou limpeza do fundo.
A afirmativa II está errada. Embora o radier receba todos os pilares de uma obra, ele é uma fundação
superficial e não uma fundação profunda.
A afirmativa III está correta. A sapata é um tipo de fundação superficial. Ela é construída com concreto
armado. A armadura permite as sapatas resistirem aos esforços de tração.
A afirmativa IV está correta. As estacas são fundações profundas e podem ser executadas por cravação,
percussão, etc.
Assim, as afirmativas III e IV estão corretas e a letra A está correta.
16. (MPE-PA, 2019) O sistema de fundações é formado pelo elemento estrutural do edifício que
fica abaixo do solo e o maciço de solo envolvente sob a base e ao longo do fuste. Sua função é
suportar com segurança as cargas provenientes do edifício. As fundações podem ser classificas em
rasas e profundas. Sobre as fundações profundas, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) Estaca é o tipo de fundação profunda executada com auxílio de ferramentas ou equipamentos.
b) O caixão é um elemento de fundação profunda de forma prismática, concretado na superfície e
instalado por escavação interna.
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c) A execução da fundação por tubulões pode ser feita a céu aberto ou sob ar comprimido; e, na fase final,
da escavação há a descida de um operário.
d) A fundação profunda em radier é constituída por um único elemento de fundação que distribui toda a
carga da edificação para o terreno constituindo-se em uma distribuição de carga tipicamente superficial.
Comentário:
A letra A está correta. A estaca é uma fundação profunda e pode ser executada por cravação, percussão,
etc.
A letra B está correta. O caixão é um elemento de fundação profunda de forma prismática, concretado na
superfície e instalado por escavação interna.
A letra C está correta. Os tubulões são exemplos de fundações profundas. Eles podem ser executados a
céu aberto ou ar comprimido. Além disso, pelo menos na etapa final da escavação, há a descida de um
funcionário para o alargamento da base ou limpeza do fundo.
A letra D está incorreta. O radier é uma fundação superficial. Ele recebe todos os pilares da edificação e
faz a transferência das cargas de maneira distribuída.
17. (CASAN, 2016) Para fundações superficiais, qual é a dimensão mínima, em planta, permitida
para sapatas isoladas ou blocos?
a) 50 cm.
b) 60 cm.
c) 70 cm.
d) 80 cm.
e) 100 cm.
Comentário:
A letra A está errada. A dimensão mínima, em planta, permitida para sapatas isoladas ou blocos é de
60 cm, conforme especificações da NBR 6122/2019.
A letra B está correta. A dimensão mínima, em planta, permitida para sapatas isoladas ou blocos é de
60 cm, conforme especificações da NBR 6122/2019.
A letra C está errada. A dimensão mínima, em planta, permitida para sapatas isoladas ou blocos é de
60 cm, conforme especificações da NBR 6122/2019.
A letra D está errada. A dimensão mínima, em planta, permitida para sapatas isoladas ou blocos é de
60 cm, conforme especificações da NBR 6122/2019.
18. (Prefeitura de Itapevi/SP, 2019) Em divisas com terrenos vizinhos, no projeto de fundações
superficiais assentes sobre solo não rochoso, os blocos ou sapatas com dimensões em planta de 1,0 m
devem ter profundidade mínima de
a) 0,50 m.
b) 1,00 m.
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c) 1,20 m.
d) 1,50 m.
e) 1,80 m.
Comentário:
A letra A está errada. Em divisas de terrenos vizinhos, os blocos ou as sapatas com dimensões em planta
de 1,0 m devem ter profundidade mínima de 1,50 m.
A letra B está errada. Em divisas de terrenos vizinhos, os blocos ou as sapatas com dimensões em planta
de 1,0 m devem ter profundidade mínima de 1,50 m.
A letra C está errada. Em divisas de terrenos vizinhos, os blocos ou as sapatas com dimensões em planta
de 1,0 m devem ter profundidade mínima de 1,50 m.
A letra D está correta. Em divisas de terrenos vizinhos, os blocos ou as sapatas com dimensões em planta
de 1,0 m devem ter profundidade mínima de 1,50 m.
A letra E está errada. Em divisas de terrenos vizinhos, os blocos ou as sapatas com dimensões em planta
de 1,0 m devem ter profundidade mínima de 1,50 m.
19. (DPE-RO, 2015) Um bloco de concreto armado de 1500 mm x 2000 mm x 800 mm (largura x
profundidade x altura) de dimensões está enterrado em um solo e apoia um pilar, cuja carga
concentrada em serviço é 150 kN. Desprezando o peso do aterro sobre o bloco e sabendo que o peso
específico do concreto armado, o coeficiente de majoração de carga concentrada, e a aceleração da
gravidade são 25 kN/m3 , 1,4 e 10 m/s2 , a pressão de projeto sobre o solo, em kgf/cm2 , é:
a) 0,09;
b) 0,90;
c) 9,00;
d) 90,00;
e) 900,00.
Comentário:
Primeiramente, vamos retirar os dados do enunciado.
largura - 1500 mm ou 1,5 m
comprimento - 2000 mm ou 2,0 m
altura - 800 mm ou 0,8 m
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Para determinar a pressão de projeto, precisamos, primeiramente calcular o peso próprio. A base
apresenta dimensões de 1,5 m e 2,0 m. Além disso, a sua altura é de 0,80 m, assim, o seu volume será:
𝑉 = 𝑙𝑥𝑐𝑥ℎ ∴ 𝑉 = 1,5𝑥2𝑥0,8 ∴ 𝑽 = 𝟐, 𝟒 𝒎³
Para determinar o peso próprio, iremos multiplicar o volume de 2,4 m³ pelo peso específico do concreto de
25 kN.
𝐹 = 2,4 𝑥 25 ∴ 𝑭 = 𝟔𝟎 𝒌𝑵
Já sabemos o valor do peso próprio do bloco. Agora, iremos determinar a força total. Para isso, iremos
somar as cargas concentradas (com o seu respectivo coeficiente de majoração) com o peso específico.
Assim:
𝐹𝑇 = 150𝑥1,4 + 60 ∴ 𝑭 = 𝟐𝟕𝟎 𝒌𝑵
Para determinar a pressão de projeto (pressão da fundação sobre o solo), iremos utilizar a seguinte
equação:
𝐹 270
𝑃= ∴ 𝑃= ∴ 𝑷 = 𝟗𝟎 𝒌𝑵/𝒎²
𝐴 1,5𝑥2
Contudo, o enunciado pede para determinar o valor da pressão em kgf/cm². Para isso, iremos dividir por
100. Assim, a pressão vale 0,90 kgf/cm² e a letra B está correta.
20. (TRT 15ª Região, 2013) Um bloco de fundação de concreto armado dimensionado para
suportar uma carga de 2 000 kN aplicada por um pilar de 40 × 55 cm e apoiado em um solo com tensão
admissível de 0,5 MPa, possui área de base, em metros quadrados, de
a) 8.
b) 5.
c) 6.
d) 4.
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e) 7.
Comentário:
Primeiramente, vamos retirar os dados:
σadm = 0,5 MPa ou 500 KN/m²
P = 2000 kN
Pilar 40 x 55 cm
A=?
a) radier.
b) sapata associada.
c) sapata distorcida.
d) sapata alavancada.
e) sapata corrida.
Comentário:
A letra A está errada. O radier é como se fosse uma laje no chão. Ele recebe mais de 70% de todas as
cargas de uma edificação.
A letra B está errada. Podemos observar na figura que a sapata recebe carga distribuída de uma parede
de alvenaria. Nesse caso, a sapata é corrida e não associada.
A letra C está errada. A sapata recebe carga distribuída de uma parede de alvenaria, ou seja, uma sapata
corrida.
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A letra D está errada. A sapata recebe carga distribuída de uma parede de alvenaria, ou seja, uma sapata
corrida.
A letra E está correta. A sapata recebe carga distribuída de uma parede de alvenaria, ou seja, uma sapata
corrida.
22. (UNIFAL/MG, 2018) Duas sapatas serão construídas em terreno resistente e inclinado, ambas
terão base quadrada, com área igual a 4 m². As cotas de assentamento serão respectivamente 58 e 54
metros, conforme figura abaixo. Fundamentado na NBR 6122, determine a menor distancia d entre
os eixos das sapatas.
a) 2,0 metros.
b) 6,5 metros.
c) 4,0 metros.
d) 6,0 metros.
Comentário:
A sapata é quadrada com área de 4 m², assim, cada dimensão será de 2 m.
Para resolver essa questão, precisamos lembrar que o ângulo alfa vale 45° para solos resistentes. Além
disso, sabemos que as sapatas estão na cota 54 m e 58 m. Assim:
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𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 4
𝑡𝑔𝛼 = ∴ 𝑡𝑔45° = ∴ 𝒙 = 𝟒𝒎
𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑥
Lembre-se, tg 45° = 1
Porém, o enunciado quer saber a distância entre os eixos das sapatas. Sabemos que cada sapata
apresenta dimensão de 2 m. Assim,
d=1+4+1=6m
23. (Prefeitura de Jaru/RO, 2019) Para o dimensionamento da área de uma sapata, foi adotada a
tensão admissível do solo igual a 0,2 MPa. Se a carga total de cálculo atuante sobre essa sapata é
igual a 400 kN, a área mínima dessa sapata, em cm2 , deve ser:
a) 200
b) 2000
c) 20000
d) 200000
e) 2000000
Comentário:
Primeiramente, vamos retirar os dados:
σadm = 0,2 MPa ou 200 KN/m²
P = 400 kN
A=?
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O enunciado pediu para determinar o valor da área em cm². Para isso, iremos multiplicar a área por
(100 cm)² = 10.000.
Assim, a área é igual a 20.000 cm² e a letra C está correta.
24. (TRF, 2014) No projeto da fundação de uma edificação optou-se pela implantação de sapatas
isoladas. Foi dimensionada uma sapata quadrada, de lado igual a 220 cm, apoiada sobre um solo com
taxa admissível de 0,25 MPa. A carga máxima do pilar sobre esta sapata deverá ser, em kN, igual a
a) 1210.
b) 5500.
c) 1,21.
d) 550.
e) 8,80.
Comentário:
Primeiramente, vamos retirar os dados:
σadm = 0,25 MPa ou 250 KN/m²
Sapata quadrada de lado 220 cm ou 2,2 m
P=?
Iremos calcular a área da sapata. Sabemos que essa é quadrada, certo? Então, a área será igual a:
𝐴 = 𝑎² ∴ A = 2,2² ∴ 𝑨 = 𝟒, 𝟖𝟒 𝒎²
Como já calculamos a área, agora, podemos calcular a carga máxima do pilar. Para isso, iremos utilizar a
seguinte equação:
𝑃 𝑃
𝐴= ∴ 4,84 = ∴ 𝑷 = 𝟏𝟐𝟏𝟎 𝒌𝑵
𝜎𝑎𝑑𝑚 250
Assim, a letra A está correta.
25. (Prefeitura de Ribeirão Preto/SP, 2018) Para o projeto das fundações de uma edificação,
especificou-se uma sapata de base quadrada para suportar um pilar com carga vertical de 800 kN.
Considerando que a sapata será apoiada em uma camada de solo com tensão admissível de 0,20 MPa,
a medida dos lados da sapata é
a) 0,50 m.
b) 1,00 m.
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c) 1,50 m.
d) 2,00 m.
e) 3,00 m.
Comentário:
Primeiramente, vamos retirar os dados:
σadm = 0,2 MPa ou 200 KN/m²
P = 800 kN
A=?
𝐴 = 𝑎² ∴ 4 = 𝑎² ∴ 𝒄=𝟐𝒎
26. (AL-MS, 2016) Considere os dados a seguir para o dimensionamento de uma sapata:
− Pilar de 55 × 55 cm − Carga Pilar: 3840 kN − Tensão admissível do solo que será a camada de apoio da
sapata: 0,24 MPa
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Comentário:
Primeiramente, vamos retirar os dados:
σadm = 0,24 MPa ou 240 KN/m²
P = 3840 kN
Pilar quadrado - 55 cm x 55 cm
Para resolver essa questão, precisamos calcular as dimensões da sapata. Para isso, primeiramente, vamos
determinar a área da sapata.
𝑃 3840
𝐴= ∴ 𝐴= ∴ 𝑨 = 𝟏𝟔 𝒎²
𝜎𝑎𝑑𝑚 240
Como o pilar é quadrado, a sapata mais viável economicamente também será quadrada. Assim:
𝐴 = 𝑎² ∴ 16 = 𝑎² ∴ 𝑪=𝟒𝒎
27. (UNIFAL/MG, 2018) Uma sapata rígida, isolada e em concreto armado C30, com base quadrada
será construída para sustentar uma coluna de seção transversal quadrada. O pilar deverá ter as
dimensões de seus lados dentre os seguintes valores: 12cm, 14cm, 20cm ou 25cm. Dentre essas
dimensões, deverá ser utilizada a que resultar na menor seção transversal permitida pela NBR 6118.
Estima-se em 80Tf a carga vertical centrada (inclusive peso próprio) a ser transferida para o solo, cuja
pressão admissível é de 2,0Kgf/cm².
Considerando os aspectos técnicos, econômicos e normativos, os lados (L) da base e a altura (h) da sapata
devem ser de:
a) L=2,0m e h=0,70cm.
b) L=2,4m e h=0,60cm.
c) L=2,0m e h=0,60cm.
d) L=2,0m e h=0,50cm.
Comentário:
Primeiramente, vamos retirar os dados:
σadm = 2 kgf/cm² ou 200 KN/m²
P = 80 tf ou 800 kN
Pilar quadrado
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Para resolver essa questão, precisamos calcular as dimensões da sapata. Para isso, primeiramente, vamos
determinar a sua área.
𝑃 800
𝐴= ∴ 𝐴= ∴ 𝑨 = 𝟒 𝒎²
𝜎𝑎𝑑𝑚 200
Como o pilar é quadrado, a sapata mais viável economicamente também será quadrada. Assim:
𝐴 = 𝐶² ∴ 4 = 𝐶² ∴ 𝑪=𝟐𝒎
Para determinar a altura da sapata, iremos utilizar a seguinte equação, uma vez que a sapata é rígida:
𝑎 − 𝑎0 2 − 0,20
ℎ> ∴ ℎ> ∴ 𝒉 > 𝟎, 𝟔 𝒎
3 3
Dados:
Fator de segurança: Fs = 2
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c) 180 cm x 250 cm
d) 200 cm x 270 cm
Comentário:
A primeira coisa que precisamos fazer é determinar a tensão admissível do solo. Para isso, iremos pegar a
tensão de ruptura do solo e dividir pelo coeficiente de segurança. Assim:
𝑆𝑅 520
𝜎𝑎𝑑𝑚 = ∴ 𝜎𝑎𝑑𝑚 = ∴ 𝝈𝒂𝒅𝒎 = 𝟐𝟔𝟎 𝒌𝑷𝒂
𝐹𝑆 2
𝑃 1404
𝐴= ∴ 𝐴= ∴ 𝑨 = 𝟓, 𝟒 𝒎²
𝜎𝑎𝑑𝑚 260
Como o pilar é retangular, as dimensões da sapata serão calculadas pela seguinte equação:
Assim, a sapata mais econômica é a retangular de largura de 2,2 m e comprimento de 2,8 m e a letra D
está correta.
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29. (TRE-AP, 2015) Para a fundação dos pilares P5 e P6 com carga de 1750 kN cada um, projetou-
se uma sapata associada.
Dados:
Se a taxa admissível do solo for 0,25 MPa, a área da base da sapata, em m2, será
a) 20.
b) 14.
c) 4.
d) 8.
e) 10.
Comentário:
Primeiramente, vamos retirar os dados:
σadm = 0,25 MPa ou 250 KN/m²
P5 = P6 = 1750 kN
𝑃1 + 𝑃2 1750 + 1750
𝐴= ∴ 𝐴= ∴ 𝑨 = 𝟏𝟒 𝒎²
𝜎𝑎𝑑𝑚 250
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30. (ARTESP, 2017) Para o projeto de uma sapata associada, considere os pilares P1 e P2 abaixo:
Dados:
Comentário:
𝑃1 + 𝑃2 2500 + 2000
𝐴= ∴ 𝐴= ∴ 𝑨 = 𝟏𝟓 𝒎²
𝜎𝑎𝑑𝑚 300
Como a carga do pilar de divisa é maior do que o outro pilar, a sapata apresentará formato trapezoidal e o
centro de carga estará mais próximo do P1. Assim, a letra A está correta.
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31. (Transpetro, 2018) O croqui e os dados a seguir referem-se à parte de um projeto de fundações
em sapatas.
Dados
• Cota de assentamento das bases das sapatas: SP1 = 2,0 m; SP2 e SP3 = 3,0 m
• Distância entre as faces das sapatas: SP1 – SP2 = 4,0 m; SP1 – SP3 = 1,0 m;
Considere
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a) sapata SP1 deve ser executada antes da SP3, para evitar desmoronamento.
b) sapata SP1 está com sua profundidade menor que a SP2 e isto não é recomendado.
c) sapata SP2 não pode ter a mesma cota de assentamento que a SP3.
d) sapata SP3 está muito próxima da SP1, contrariando o afastamento mínimo, mesmo com suas bases
em cotas diferentes.
e) sapatas se encontram dentro dos padrões estabelecidos.
Comentário:
A letra A está errada. A sapata SP3 é mais profunda do que a sapata SP1. Assim, a sapata mais profunda
deve ser executada primeiro, para evitar riscos de desmoronamento.
A letra B está errada. As sapatas podem apresentar cotas diferentes, contudo, o ângulo α deve ser
respeitado.
A letra C está errada. As sapatas podem apresentar a mesma cota de assentamento.
A letra D está correta.
O solo é pouco resistente, assim, o ângulo entre as sapatas deve ser de 60°.
𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑑
𝑡𝑔𝛼 = ∴ 𝑡𝑔60° = ∴ 𝒅 = 𝟏, 𝟕𝟒𝒎
𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 1
Assim, podemos perceber que a distância mínima entre as sapatas é de 1,74 m e a distância de 1m não
está adequada.
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𝑠𝑒𝑛𝛼 0,87
𝑇𝑔𝛼 = ∴ 𝑇𝑔60° = ∴ 𝑇𝑔60° = 1,74
𝑐𝑜𝑠𝛼 0,5
32. (Prefeitura de São João da Boa Vista, 2019) Existem vários tipos de fundações, veja-se as
afirmações feitas sobre alguns tipos de fundação:
I- Sapata: elemento de fundação composto em sua maior parte por concreto, dimensionado de maneira
que as tensões de tração nela resultantes possam ser resistidas pelo concreto.
II- Sapata corrida: sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente ou de pilares em um mesmo
alinhamento.
III- Radier: elemento de fundação superficial que recebe parte ou todos os pilares de uma estrutura.
Destas afirmações depreende-se que:
a) As afirmações I, II e III estão corretas
b) Apenas as afirmações I e III estão corretas
c) Apenas as afirmações II e III estão corretas
d) Apenas as afirmações I e II estão corretas
Comentário:
A afirmativa I está errada. As sapatas são elementos de fundação em concreto armado. Contudo, as
tensões de tração são suportadas pela armadura de aço e não pelo concreto.
A afirmativa II está correta. As sapatas corridas recebem cargas distribuídas linearmente ou pelo menos
três pilares alinhados.
A afirmativa III está correta. O radier é uma fundação rasa que recebe mais de 70% de todas as cargas de
uma edificação.
Assim, as afirmativas verdadeiras são II e III e a letra C está correta.
33. (Prefeitura de Patos de Minas/MG, 2015)“Quando as cargas estruturais forem muito altas em
relação à tensão admissível, poderá ocorrer o caso de não ser possível projetar‐se sapatas isoladas
para cada pilar, tornando necessário o emprego de uma única sapata para dois ou mais pilares.”
Trata‐se de:
a) Radier.
b) Sapata de divisa.
c) Sapata associada.
d) Viga de fundação.
Comentário:
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A letra A está errada. O radier é uma fundação superficial que recebe mais de 70% das cargas de uma
edificação. Ele é caracterizado por apresentar formato de uma laje.
A letra B está errada. Quando as sapatas se sobrepõem umas nas outras, seja por causa de cargas altas ou
por causa da proximidade dos pilares, é utilizada sapata associada.
A letra C está correta. Quando as sapatas se sobrepõem umas nas outras, seja por causa de cargas altas
ou por causa da proximidade dos pilares, é utilizada sapata associada.
A letra D está errada. Quando as sapatas se sobrepõem umas nas outras, seja por causa de cargas altas ou
por causa da proximidade dos pilares, é utilizada sapata associada.
34. (COMPESA, 2014) Com relação às fundações superficiais, analise as afirmativas a seguir.
II. Uma sapata é dita centrada quando a resultante do carregamento passa pelo centro de gravidade
da área da base.
III. As vigas de equilíbrio são elementos estruturais que ligam a sapata de um pilar na divisa com um
pilar interno da obra, fazendo com que a sapata trabalhe com carga excêntrica. Assinale:
a) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente a afirmativa II estiver correta.
e) se somente a afirmativa I estiver correta.
Comentário:
A afirmativa I está correta. As vigas de fundação podem estar associadas a dois ou mais pilares alinhados.
A afirmativa II está correta. A sapata centrada é aquela em que a resultante passa pelo centro de
gravidade da base da sapata.
A afirmativa III está errada. As vigas alavancas ou de equilíbrio ligam uma sapata de divisa com uma
sapata interna da obra. Contudo, a viga alavanca faz a sapata trabalhar com carga centrada ao invés de
carga excêntrica.
Assim, as afirmativas corretas são I e II e a letra A está correta.
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35. (TRE-MA, 2015) As fundações diretas são executadas com profundidade máxima da ordem de
3 metros e transmitem a carga da edificação diretamente para o terreno. Em relação a este tipo de
fundação associe a coluna da esquerda com a coluna da direita.
(1) Sapata Isolada (2) Sapata corrida (3) Radier (4) Grelha
36. (Prefeitura de Lagoa Alegre/PI, 2019) Julgue se as afirmações abaixo são verdadeiras e em
seguida assinale a alternativa correta:
I. Sapatas rígidas são comumente adotadas como elementos de fundações em terrenos que possuem
boa resistência em camadas próximas da superfície. Para o dimensionamento das armaduras
longitudinais de flexão, utiliza-se o método geral de bielas e tirantes. Alternativamente, as sapatas
rígidas podem ser dimensionadas à flexão da mesma forma que as sapatas flexíveis, obtendo-se
razoável precisão.
II. Quando a soma das cargas da estrutura dividida pela taxa admissível do terreno excede à metade
da área a ser edificada, geralmente é mais econômico reunir as sapatas num só elemento de
fundação, que toma o nome de radier.
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III. A opção por estacas em um projeto de fundações é função da carga que o pilar transmite ao
terreno de fundação e do próprio terreno. Quanto ao tipo de estaca ser utilizada há de se verificar
disponibilidade de material no local. Por outro lado, justifica-se a utilização de estacas, quando as
tensões transmitidas ao solo por uma fundação direta, é superior as tensões admissíveis do solo, ou
quando as fundações diretas conduzirem a recalques excessivos.
a) Somente as afirmações I e II são verdadeiras.
b) Somente as afirmações II e III são verdadeiras.
c) Somente as afirmações I e III são verdadeiras.
d) As afirmações I, II e III são verdadeiras.
Comentário:
A afirmativa II é verdadeira. Quando a soma das cargas da estrutura dividida pela taxa admissível do
terreno excede à metade da área a ser edificada iremos utilizar um radier.
A afirmativa III é verdadeira. Quando as tensões transmitidas pelas fundações rasas ao solo excederem a
tensão admissível do solo, ou quando causarem recalques excessivos será utilizada fundação profunda.
37. (Prefeitura de Porto de Moz/PA, 2019) Analise o trecho e assinale a alternativa que completa
corretamente a lacuna:
De acordo com a ABNT NBR 6122 (Projeto e execução de fundações), “o atrito lateral é considerado
__________ quando o recalque do solo é maior que o recalque da estaca ou tubulão. Esse fenômeno
ocorre no caso de o solo estar em processo de adensamento, provocado pelo seu peso próprio, por
sobrecargas lançadas na superfície, por rebaixamento do lençol freático, pelo amolgamento da
camada mole compressível decorrente de execução de estaqueamento etc.”.
a) negativo
b) positivo
c) nulo
d) neutro
e) maior
Comentário:
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A letra A está correta. Quando o recalque do solo é maior que o recalque da estaca ou tubulão, tem-se o
atrito negativo.
A letra B está errada. O atrito positivo é quando o recalque da estaca ou do tubulão é maior que o
recalque do solo.
A letra C está errada. O atrito negativo é quando o recalque do solo é maior que o recalque da estaca ou
tubulão.
A letra D está errada. A profundidade da fundação onde ocorre a mudança do atrito negativo para o atrito
positivo é conhecido como ponto neutro.
A letra E está errada. O atrito negativo é quando o recalque do solo é maior que o recalque da estaca ou
tubulão.
38. (TRF 1ª Região, 2014) ..I.. é um elemento de fundação profunda, cilíndrico, em que, pelo
menos na sua etapa final, há descida de operário. Pode ser feito a céu aberto ou sob ar comprimido
(pneumático) e ter ou não ..II.. . Pode ser executado com ou sem ..III.. , podendo este ser de aço ou de
concreto. No caso de revestimento de aço (camisa metálica), este poderá ser perdido ou recuperado.
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40. (EBSERH, 2017) Qual é o tipo de fundação profunda no qual as cargas são transmitidas
preponderantemente pela ponta?
a) Estaca.
b) Sapata.
c) Radier.
d) Bloco.
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e) Tubulão.
Comentário:
A letra A está errada. As estacas apresentam transferência de carga considerável pela sua resistência
lateral.
A letra B está errada. As sapatas são fundações rasas e não profundas.
A letra C está errada. O radier é uma fundação rasa e não profunda.
A letra D está errada. Os blocos são fundações rasas e não profundas.
A letra E está correta. Os tubulões são fundações profundas e as cargas são transmitidas
preponderantemente pela ponta, que pode ser alargada ou não.
41. (EBSERH, 2015) A figura a seguir mostra a base alargada de um tubulão, que deve ter a forma
de tronco de cone com base circular ou falsa elipse, superposto a um cilindro de, no mínimo,
42. (UFMS, 2017) Com relação ao projeto de fundações profundas, associe as nomenclaturas
apresentadas na coluna à esquerda às descrições mostradas na coluna à direita.
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(3) Nega
(4) Repique
( ) Nível em que deve ser deixado o topo da estaca ou tubulão, de modo a possibilitar que o elemento
de fundação e a sua armadura penetrem no bloco de coroamento.
( ) Medida da penetração permanente de uma estaca, causada pela aplicação de um golpe de martelo
ou pilão, sempre relacionada com a energia de cravação. Dada a sua pequena grandeza, em geral é
medida para uma série de dez golpes.
A sequência correta é
a) 3 – 2 – 4.
b) 3 – 1 – 4.
c) 3 – 4 – 2.
d) 4 – 2 – 3.
e) 4 – 1 – 3.
Comentário:
O repique (4) corresponde a parcela elástica da penetração máxima de uma estaca, decorrente da
aplicação de um golpe do martelo ou pilão.
A cota de arrasamento (1) corresponde ao nível que deve ser deixado o topo da estaca ou do tubulão.
Esse nível permite a integração estrutural entre o elemento de fundação e a sua armadura com o bloco de
coroamento.
A nega (3) a medida da penetração permanente de uma estaca, causada pela aplicação de um golpe de
martelo ou pilão, sempre relacionada com a energia de cravação. Dada a sua pequena grandeza, em geral,
é medida para uma série de dez golpes.
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( ) Para transmissão de cargas a camadas profundas do terreno, podem ser utilizadas estacas.
( ) As sapatas corridas consistem em uma placa contínua em toda a área da construção, com o
objetivo de se distribuir a carga em toda a superfície, o mais uniformemente possível.
( ) A execução de uma fundação em tubulões consiste na escavação de um poço, até encontrar terreno
firme, e na abertura de uma base alargada nesse terreno.
( ) Se existir muita água em um terreno cujo esgotamento por meio de bombas seja difícil, pode-se
executar o tubulão pneumático.
44. (UNIFAL-MG, 2018) Estaca é um Elemento de fundação profunda executada inteiramente por
equipamentos ou ferramentas, sem que, em qualquer fase de sua execução, haja descida de operário.
Os materiais empregados podem ser: madeira, aço, concreto pré-moldado, concreto moldado in situ
ou mistos (ABNT NBR 6122).
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b) Tipo de fundação profunda executada por perfuração através de balde sonda (piteira), com uso parcial
ou total de revestimento recuperável e posterior concretagem.
c) Tipo de fundação profunda caracterizada por ter uma base alargada, obtida introduzindo-se no terreno
certa quantidade de material granular ou concreto, por meio de golpes de um pilão
d) Tipo de fundação profunda executada através de injeção sob pressão de produto aglutinante,
normalmente calda de cimento ou argamassa de cimento e areia, onde se procura garantir a integridade
do fuste ou aumentar a resistência de atrito lateral, de ponta ou ambas.
Comentário:
A letra A está errada. A estaca hélice contínua é uma fundação moldada in loco e executada com trado
helicoidal contínuo. A concretagem é realizada simultaneamente a retirada do trado.
A letra B está errada. A estaca Strauss é uma estaca executada pela perfuração do solo com uma piteira
ou sonda. Além disso, ela é totalmente revestida com uma camisa metálica.
A letra C está correta. A estaca Franki é uma fundação profunda e apresenta base alargada. Essa base é
obtida pelo apiloamento de um concreto seco sobre uma bucha seca.
A letra D está errada. A estaca com fluido estabilizantes é um tipo de estaca moldada in loco. Durante a
escavação do terreno, a perfuração é estabilizada com algum tipo de fluido estabilizante, que pode ser
uma lama bentonítica ou um polímero sintético.
45. (DPE-AM, 2018) Considere o perfil geotécnico e o resultado do SPT (Ensaio de Penetração
Padrão) a seguir:
Dados:
Para a construção de uma creche, a solução para as fundações, técnica e economicamente, mais
recomendada é
a) estacas pré-moldadas com ponta na cota de −8 m.
b) estacas escavadas com ponta na cota −6 m.
c) fundação em tubulões a ar comprimido.
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46. (IGP-SC, 2017) Quando os solos superficiais não apresentam capacidade de carga elevada a
fundação da edificação deve ser executada com utilização de estaca. Associe a lista superior,
referente aos diferentes tipos de estaca, com a correspondente característica indicada na lista
inferior.
1. Estaca Strauss.
2. Estaca Franki.
(_) Estaca que provoca maior vibração do terreno durante a sua execução.
A sequência, de cima para baixo, que responde de forma correta a questão é dada por:
a) 23131
b) 21121
c) 32212
d) 13232
Comentário:
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47. (MPE-RN, 2012) O sistema de fundação chamado de “hélice contínua” está descrito
corretamente em:
a) Tipo de fundação profunda caracterizada por ter uma base alargada, obtida introduzindo-se no terreno
uma certa quantidade de material granular ou concreto, por meio de golpes de um pilão. O fuste pode ser
moldado no terreno com revestimento perdido ou não ou ser constituído por um elemento pré-moldado.
b) Tipo de fundação profunda constituída por concreto, moldada in loco e executada por meio de trado
contínuo e injeção de concreto pela própria haste do trado.
c) Tipo de fundação profunda em que a própria estaca ou molde é introduzido no terreno por golpes de
martelo (por exemplo: de gravidade, de explosão, de vapor, de diesel, de ar comprimido, vibratório). Em
certos casos, esta cravação pode ser precedida por escavação ou lançagem.
d) Elemento de fundação profunda, cilíndrico, em que, pelo menos na sua etapa final, há descida de
operário. Pode ser feito a céu aberto ou sob ar comprimido (pneumático) e ter ou não base alargada. Pode
ser executado com ou sem revestimento, podendo este ser de aço ou de concreto. No caso de
revestimento de aço (camisa metálica), este poderá ser perdido ou recuperado.
e) Tipo de fundação profunda executada por escavação mecânica, cuja base do fuste é alargada por meio
de jatos de água sob pressão, fazendo uso de lama bentonítica antes, durante e depois da cravação, como
técnica de contenção e cura do concreto, que é lançado dentro do revestimento da escavação.
Comentário:
A letra A está errada. A fundação que apresenta base alargada, com uma bucha (material granular)
introduzida por g0lpes de um pilão é a estaca Franki.
A letra B está correta. A hélice contínua é uma escada moldada in loco e executada com um trado
contínuo. A injeção de concreto acontece pela própria haste do trado.
A letra C está errada. As estacas cravadas por percussão são introduzidas por golpes de um martelo.
A letra D está errada. O tubulão é uma fundação profunda em que pelo menos na fase final da escavação
há a descida de um funcionário para o alargamento da base ou limpeza do fundo.
A letra E está errada. A estaca escavada com fluido estabilizante é uma fundação moldada in loco e a
perfuração é estabilizada com lama bentonítica.
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48. (Metrô-SP, 2014) As fases de execução da estaca Hélice Contínua são perfuração, concretagem
simultânea à extração da hélice do terreno e colocação da armação. Na fase de perfuração,
a) para garantir que haja alívio de tensões no terreno, opera-se de forma contínua.
b) a entrada de solo no tubo central, durante a perfuração, é facilitada por uma válvula de proteção
colocada na sua extremidade e recuperável no início da concretagem.
c) o avanço da hélice pode ser superior a um passo por volta.
d) a rotação da hélice aumenta, ao aumentarem as características mecânicas do terreno.
e) há a cravação da hélice até a profundidade determinada em projeto, por meio de uma mesa rotativa
que aplica um torque apropriado para vencer a resistência do terreno.
Comentário:
A letra A está errada. A perfuração acontece de forma contínua para evitar que haja o alívio de tensões no
terreno.
A letra B está errada. Não há entrada de solo no tubo central. Esse tubo central é utilizado para injetar
concreto.
A letra C está errada. O avanço da hélice é sempre inferior a um passo por volta.
A letra D está errada. A rotação da hélice diminui quando as características do terreno aumentam.
A letra E está correta. O trado será cravado até a profundidade de projeto, por meio de um trado
helicoidal (mesa rotativa), que aplica um torque apropriado para vencer a resistência do terreno.
49. (EBSERH, 2015) O tipo de fundação profunda executada por perfuração com trado e posterior
concretagem é
a) o radier.
b) a estaca tipo broca.
c) o tubulão.
d) a estaca tipo Strauss.
e) a estaca tipo Franki.
Comentário:
A letra A está errada. O Radier é uma fundação rasa e não uma fundação profunda.
A letra B está correta. A estaca tipo broca é uma fundação executada por perfuração com um trado,
seguida pela concretagem.
A letra C está errada. O tubulão é uma fundação profunda em que, pelo menos na etapa final da
escavação, é necessária a descida de um operador para a execução de trabalho no fundo da escavação.
A letra D está errada. A estaca Strauss é realizada com uma piteira ou sonda. A escavação é feita com a
cravação dos revestimentos com os golpes de sonda.
A letra E está errada. A estaca Franki não é escavada com um trado. Ela é executa por meio da cravação
de um tubo dotado de uma bucha seca de areia e pedra.
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( ) A estaca broca é uma fundação profunda, é executada manualmente e pode ser executada abaixo
do nível de água.
( ) A sapata isolada é usada quando as cargas transmitidas pela superestrutura são pontuais, como as
cargas de pilares.
( ) O radier é uma fundação direta e pode ser aplicado tanto a solos muito resistentes como aos muito
frágeis.
( ) As estacas pré-moldadas de concreto não podem ser emendadas no canteiro de obras e podem ser
utilizadas abaixo do nível de água.
I. As estacas Franki são executadas através da cravação de um tubo por meio de golpes de um pilão
sobre uma bucha seca de pedra e areia aderida ao tubo, posteriormente recuperado, durante a
concretagem. Possuem base alargada;
II. As estacas escavadas com o uso de fluido estabilizante, que pode ser lama bentonítica ou polímero
sintético, podem ter seções circulares ou retangulares e sua concretagem é submersa;
III. A estaca hélice contínua é uma estaca moldada in loco, executada pela introdução no terreno, por
rotação de um trado helicoidal contínuo. O concreto é injetado pela haste central do trado,
simultaneamente à sua retirada e à colocação da armação.
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Comentário:
A afirmativa I é verdadeira. A estaca Franki é formada por base alargada e é integralmente armada. Para
a sua execução, é feita a cravação de um tubo metálico que apresenta uma bucha seca na sua extremidade
inferior.
A afirmativa II é verdadeira. As estacas escavadas com fluido estabilizante (lama bentonítica ou polímero
sintético) podem apresentar seções circulares ou retangulares. Além disso, a sua concretagem é submersa
e contínua.
A afirmativa III é falsa. A estaca hélice contínua é executada pela perfuração do terreno com um trado
contínuo. A perfuração será preenchida com concreto, simultaneamente a retirada do trado.
Posteriormente, é colocada a armadura. O erro dessa afirmativa está na colocação simultânea da
armadura.
52. (SEMAE, 2020, VUNESP) Quando, no projeto de fundações para pequenas construções, for
especificada broca perfurada com trado manual preenchida com concreto, o seu comprimento
mínimo e sua carga máxima deverão ser, correta e respectivamente,
a) 2,0 m e 50 kN.
b) 2,5 m e 75 kN.
c) 3,0 m e 100 kN.
d) 4,0 m e 150 kN.
e) 6,0 m e 200 kN.
Comentário:
A letra A está errada. O comprimento mínimo da broca é de 3,0 m. Além disso, a carga máxima para a
utilização desse tipo de fundação é de 100 kN.
A letra B está errada. O comprimento mínimo da broca é de 3,0 m. Além disso, a carga máxima para a
utilização desse tipo de fundação é de 100 kN.
A letra C está correta. O comprimento mínimo da broca é de 3,0 m. Além disso, a carga máxima para a
utilização desse tipo de fundação é de 100 kN.
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A letra D está errada. O comprimento mínimo da broca é de 3,0 m. Além disso, a carga máxima para a
utilização desse tipo de fundação é de 100 kN.
A letra E está errada. O comprimento mínimo da broca é de 3,0 m. Além disso, a carga máxima para a
utilização desse tipo de fundação é de 100 kN.
I. Os topos das estacas devem ser convenientemente protegidos para não sofrerem danos durante a
cravação; entretanto, quando, durante a cravação, ocorrer algum dano na cabeça da estaca, a parte
afetada deve ser cortada.
II. A madeira que está em contato com o oxigênio do ar tende à oxidação, a presença de fungos e
bactérias no ar úmido, também interferem na deterioração do material. Quanto mais variável o ciclo
de secagem e umidade no material menor o tempo de durabilidade do mesmo.
IV. As estacas de madeira podem ser emendadas, desde que estas emendas resistam a todas as
solicitações que possam ocorrer durante o manuseio, cravação e trabalho da estaca. As emendas
podem ser feitas por sambladuras, por anel metálico, por talas de junção ou qualquer outro processo
que garanta a integridade da estaca.
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da estaca. Contudo, essa emenda só é permitida se essas emendas conseguirem resistir ao transporte,
manuseio, cravação e utilização das estacas.
55. (TRT 1ª Região RJ, 2018) As estacas pré-moldadas podem ser de concreto armado ou
protendido, vibrado ou centrifugado, com qualquer forma geométrica da seção transversal, devendo
apresentar resistência compatível com os esforços de projeto e decorrentes do transporte, manuseio,
cravação e eventuais solos agressivos. Em relação aos procedimentos executivos das estacas pré-
moldadas de concreto, assinale a alternativa correta.
a) A cravação de estacas pode ser feita por percussão, prensagem ou vibração. A escolha do equipamento
deve ser feita exclusivamente de acordo com o tipo da estaca e com as características do solo.
b) A fim de evitar quaisquer danos às estacas durante a cravação, o uso de martelos mais leves e com
maior altura de queda é mais eficiente do que o uso de martelos mais pesados e com pequena altura de
queda.
c) No caso em que a cota de arrasamento estiver abaixo da cota do plano de cravação, pode-se utilizar um
elemento suplementar denominado ”prolonga” ou “suplemento”. Tal dispositivo pode ser fabricado de
aço ou de concreto, e sua utilização deve garantir o bom posicionamento da estaca no final da cravação e
a minimização da perda de eficiência do sistema de cravação até que esta seja concluída.
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d) Para cravação de estacas através de terrenos pouco resistentes, podem ser empregadas pré-
perfurações (sustentadas ou não) ou auxiliadas por jato d’água. Nesse caso, o eventual desconfinamento
deve ser considerado no projeto.
e) As estacas pré-moldadas de concreto não podem ser emendadas.
Comentário:
A letra A está errada. A escolha do equipamento de cravação das estacas pré-moldadas deve ser feita
considerando o tipo de estaca, suas dimensões, características do solo, condições da vizinha,
características do projeto e peculiaridades do local.
A letra B está errada. A utilização de martelos mais pesados e com menor altura de queda é mais
eficiente do que a utilização de martelos leves caindo de uma altura maior.
A letra C está correta. Na maioria dos casos (casos correntes), não é permitida a utilização da prolonga ou
do suplemento. Contudo, em casos excepcionais, estes podem ser utilizados. Para isso, o suplemento
deve ter comprimento de no máximo 2,5 m e com as necessárias alterações de nega e repique. Note que,
esse suplemento pode ser feito tanto de aço como de concreto e ele deve permitir um bom
posicionamento da estaca no final da cravação.
A letra D está errada. A pré-perfuração é realizada em terrenos muito resistentes.
A letra E está errada. As estacas pré-moldadas de concreto podem ser emendas com anéis soldados ou
outros dispositivos que permitam a transferência dos esforços (compressão, tração e flexão).
56. (DPE-RJ, 2019) No que diz respeito aos procedimentos executivos estabelecidos na NBR
6120:2010 – Projeto e execução de fundações, relacionados ao uso de estacas pré-moldadas de
concreto, é correto afirmar que:
a) se forem utilizadas para obras permanentes, devem ser protegidas contra o ataque de fungos;
b) as tensões na cravação devem ser limitadas a 80% da tensão de escoamento do aço;
c) podem ser emendadas através de anéis soldados;
d) a concretagem deve ser feita no mesmo dia da perfuração através de um funil;
e) não devem ser utilizadas em areias submersas.
Comentário:
A letra A está errada. As estacas de madeira, quando utilizadas em obras permanentes, devem ser
protegidas contra o ataque de fungos.
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A letra B está errada. As tensões na cravação devem ser limitadas a 85% da tensão de ruptura do
concreto.
A letra C está correta. As estacas pré-moldadas de concreto podem ser emendas com anéis soldados ou
outros dispositivos que permitam a transferência dos esforços (compressão, tração e flexão).
A letra D está errada. As estacas pré-moldadas não são concretadas na perfuração. Pelo contrário, elas já
estão prontas e são cravadas no terreno.
A letra E está errada. As estacas de concreto podem ser utilizadas submersas.
57. (TRE-RR, 2015) O dimensionamento das estacas metálicas deve ser realizado considerando-se
a seção reduzida da estaca. As estacas de aço que estiverem total e permanentemente enterradas em
aterros não controlados, independente da situação do lençol d’água, dispensam tratamento especial,
desde que seja descontado o valor da espessura mínima de sacrifício (espessura de compensação de
corrosão), em mm, de
a) 2,0.
b) 1,5.
c) 1,0.
d) 3,0.
e) 3,2.
Comentário:
A letra A está correta. As estacas de aço dispensam tratamento especial quando for descontado o valor
da espessura de sacrifício, em no mínimo 2,0 mm.
A letra B está errada. As estacas de aço dispensam tratamento especial quando for descontado o valor da
espessura de sacrifício, em no mínimo 2,0 mm.
A letra C está errada. As estacas de aço dispensam tratamento especial quando for descontado o valor da
espessura de sacrifício, em no mínimo 2,0 mm.
A letra D está errada. As estacas de aço dispensam tratamento especial quando for descontado o valor da
espessura de sacrifício, em no mínimo 2,0 mm.
A letra E está errada. As estacas de aço dispensam tratamento especial quando for descontado o valor da
espessura de sacrifício, em no mínimo 2,0 mm.
58. (Prefeitura de Cuiabá/MT, 2018) As estacas prensadas possuem como característica principal a
cravação no terreno de elementos pré-moldados, um após o outro, justapostos, até se conseguir o
comprimento desejado, utilizando para isso macaco hidráulico, encontrando reação no peso da
própria estrutura a reforçar ou então em sobrecargas adicionais convenientes.
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c) Mega
d) Strauss
Comentário:
A letra A está errada. A estaca escavada pode ser de dois tipos: estacas escadas com fluido estabilizante e
estacas escavadas mecanicamente. Contudo, em nenhum dos dois casos é utilizado macaco hidráulico,
uma vez que, elas são moldadas in loco.
A letra B está errada. A estaca raiz é executada pela escavação rotativa ou rotopercuriva. Ela é um tipo de
estaca moldada in loco.
A letra C está correta. A estaca Mega é uma estaca introduzida no terreno através de um macaco
hidráulico reagindo contra uma estrutura já existente ou criada especificamente para isso.
A letra D está errada. A estaca Strauss é uma estaca executada pela perfuração do solo com uma piteira
ou sonda. Além disso, ela é totalmente revestida com uma camisa metálica.
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