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Aula 02

DNIT (Analista em Infraestrutura - Área


Engenharia Civil) Conhecimentos
Específicos - 2022 (Pré-Edital)

Autor:
Jonas Vale Lara, Equipe Jonas
Vale

30 de Junho de 2022

03055297490 - Thais Amanda Vitorino da Silva Oliveira


Jonas Vale Lara, Equipe Jonas Vale
Aula 02

APRESENTAÇÃO E CRONOGRAMA DO CURSO ......................................................................................... 4

As fases e os projetos que compõem uma obra ....................................................................................... 7

Projeto básico ................................................................................................................................................... 10

Responsabilização na engenharia .................................................................................................................... 19

Fiscalização de obras............................................................................................................................. 27

Caderno de encargos ........................................................................................................................................ 40

O registro das ocorrências de obra .................................................................................................................. 47

Aplicação de penalidades ................................................................................................................................. 53

Medição............................................................................................................................................................ 55

As planilhas de medição ............................................................................................................................................. 61

Medindo administração local ..................................................................................................................................... 65

Apropriação versus Medição ...................................................................................................................................... 69

Regimes de execução de obra ............................................................................................................... 73

Reajuste contratual .............................................................................................................................. 90

Reajuste de serviços antecipados e atrasados ................................................................................................. 96

Aditivos contratuais .............................................................................................................................101

O equilíbrio econômico-financeiro e os limites aos termos aditivos .............................................................. 104

Alteração de prazo de obra ............................................................................................................................ 122

Formas de Recomposição do valor de contratos administrativos ................................................................. 135

Algumas estratégias de fiscalização de obras........................................................................................146

Sobrepreço e Superfaturamento .................................................................................................................... 147

Superfaturamento por jogo de planilha ................................................................................................................... 152

O mergulho de preços .................................................................................................................................... 153

O regime diferenciado de contratação (RDC) ........................................................................................160

Recebimento de obra...........................................................................................................................177

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Recebimento provisório.................................................................................................................................. 177

Recebimento definitivo .................................................................................................................................. 178

A responsabilidade do contratado perante a obra executada ...................................................................... 189

Lista de questões .................................................................................................................................191

Referências bibliográficas ....................................................................................................................228

Considerações Finais das Aulas ............................................................................................................229

GABARITO ...........................................................................................................................................230

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APRESENTAÇÃO E CRONOGRAMA DO CURSO


Olá, amigo do Estratégia Concursos, tudo bem?

É um prazer iniciar essa jornada com você nesse curso de Engenharia Civil focado em concursos de
alto nível do país. Faremos uma breve apresentação de nossas origens:

-Jonas Vale Lara: Sou engenheiro do Tribunal de Contas do estado de Minas Gerais, tendo
sido aprovado em 1º lugar no concurso de 2018. Tenho formação em engenharia civil na
UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e fiz mestrado em Saneamento. Atuei em
obras no Brasil e no exterior e sou um apaixonado por esportes e natureza.

-Lineker Max Goulart Coelho: Sou Professor do CEFET-MG, fui aprovado em 4 concursos na
área de engenharia e em 4 concursos para professor em instituições superiores federais.
Formei em engenharia civil na UFMG, e fui agraciado com a medalha de ouro dos formandos
de 2011. Além disso, atuei em obras de grande porte na parte de projetos, tendo
especialização em engenharia de estruturas e fiz mestrado e doutorado em Saneamento,
Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

Buscamos fazer um material objetivo e fácil de ler, para que você não só aprenda o que tem em cada
apostila, mas também para que goste de ler todas as páginas. Afinal, o estudo é um parceiro seu, e
não um inimigo. Queremos que qualquer pessoa possa ser um grande engenheiro dos concursos, de
forma que esse curso seja um trampolim para uma vida muito melhor.

A sociedade espera muito de você! Sabia que o conhecimento que passamos é muito melhor do que
você viu na universidade e, no final, você vai concluir que fez uma pós-graduação de altíssimo nível.
Você estará acima de outros engenheiros que não fizeram esse curso, pois o diploma não significa
nada na hora da prova. O que conta é a preparação para o concurso; é cada página que você terá
lido e entendido que resultará no resultado final em um concurso.

Lembre-se: não há conhecimento já produzido que seja impossível de entender!

Quando a matéria parecer cansativa, dê um tempo ao seu cérebro, tente andar um pouco no local
onde você está, pense em outras coisas, fazendo uma pausa de uns 5 minutos. Depois retorne para
os estudos, que já estará com a cabeça mais fresca.

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O nosso curso será dividido nas seguintes aulas:

AULAS TÓPICOS ABORDADOS


00 Fundações - Parte I
01 Fundações - Parte II
02 Fundações - Parte III
03 Concreto – Parte I
04 Concreto – Parte II
05 Concreto – Parte III
06 Concreto armado - Parte I
07 Concreto armado - Parte II
08 Construção: organização do canteiro de obras - NR18
09 Orçamento de obras
10 Estruturas metálicas
11 Planejamento de Obras
12 Instalações Elétricas
13 Instalações Hidrossanitárias
14 Fiscalização de obras
15 Obras hídricas 1 - Hidrologia e drenagem pluvial
16 Obras hídricas 2 - Abastecimento de Água
17 Obras hídricas 3 - Tratamento de água
18 Obras hídricas 4 - Coleta de esgoto
19 Obras hídricas 5 - Tratamento de esgoto

Mãos à obra rumo ao sucesso?

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Um grande abraço,

Jonas e Lineker

Para tirar dúvidas, não perca tempo, acesse nosso fórum de dúvidas! Buscaremos
responder com o máximo de clareza e rapidez!

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AS FASES E OS PROJETOS QUE COMPÕEM UMA OBRA


Conceituamos projeto em sentido amplo como o conjunto de documentos, desenhos e textos que
descreve uma obra, a fim de permitir sua contratação ou execução. Como o projeto envolve uma
série de informações e definições, dividimos os seus documentos de projeto em 2 tipos:

• Gráficos: projetos arquitetônicos, estruturais, elétricos, hidráulicos, etc;


• Escritos: memoriais descritivos, orçamentos, especificações técnicas, cronogramas,
contratos, etc.

Assim, temos documentos escritos e gráficos em qualquer projeto, desde o projeto de um canteiro
provisório até o projeto de uma edificação de grande porte. Perceba também que em sentido amplo,
projeto inclui não somente desenhos, como custos (orçamento), prazos (cronograma) e
regulamentações a se observar (contrato).

Como na elaboração de um projeto há várias disciplinas diferentes sendo aplicadas em um mesmo


espaço por diferentes pessoas, é necessária uma coordenação na elaboração de todos os projetos
de uma obra, para se reduzir ao máximo as interferências de um projeto sobre o outro. Chamamos
essa coordenação de compatibilização, sendo geralmente uma atribuição do planejamento, que
busca reduzir o retrabalho na elaboração de projetos ao se ter uma abordagem integral da obra.

A fim de evitar problemas de interferências entre projetos, é comum a adoção de algumas práticas
para aumentar a comunicação entre os projetistas, como, por exemplo, o envio de prévias de
dimensionamento de um projetista para outro de uma área com a qual possa haver interferências.
Um exemplo seria o projetista hidrossanitário enviar sua prévia de dimensionamento ao arquiteto,
para este antever os possíveis locais de abertura de vãos e espessura de paredes.

A lei de licitações 8.666/93 divide uma obra em 3 fases:

1. Projeto básico: fornece informações suficientes para caracterizar a obra ou serviço


contratado. Com o projeto básico, são analisadas alternativas como o tamanho do projeto,
localização, sistema executivo, cronograma, método de construção e orçamentos. Assim, o
projeto básico permite:
o Avaliação de custos;
o Definição dos métodos de execução;
o Definição do prazo de execução.
2. Projeto executivo: conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa
da obra, de acordo com as normas pertinentes da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas);
3. Execução das obras e serviços.

A execução de cada uma dessas etapas requer a aprovação prévia do órgão contratante. Perceba
que o projeto executivo é mais completo do que o projeto básico, sendo o executivo entendido como
o total de informações necessárias para a execução completa da obra contratada. Além disso, veja

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que somente se pode executar um serviço da obra quando houver projeto básico e executivo
prontos e aprovados.

Um ponto importante previsto na lei 8.666/93 é que uma obra pode ser contratada pela
administração pública com base apenas no projeto básico, sendo o projeto executivo desenvolvido
concomitantemente com a obra ou serviço de engenharia.

A doutrina já previa uma outra fase de projeto, denominada anteprojeto, que é a primeira etapa no
estudo de uma obra. Essa fase define com pouco detalhamento e em escala reduzida a obra ou
serviço estudado.

Outra etapa é o projeto as built (como construído), pois a natureza complexa da engenharia faz com
que muitas vezes a obra executada seja diferente do que foi previsto no projeto executivo, por
fatores como falta de espaço para acesso às equipes ou aos equipamentos, insalubridade para a mão
de obra, alteração da legislação no momento de execução da obra, etc. Neste caso, utiliza-se o
projeto como construído para registro dos aspectos relevantes da fase de execução da obra, a fim
de que o proprietário saiba de fato como foram executados cada componente da sua obra.

Quer um exemplo prático de necessidade do as-built? Imagine uma viga sendo instalada encima da
subestrutura de uma ponte. Suponha que a cota de instalação da viga seja 4,00 metros acima do
solo. Você acredita que esta viga será instalada precisamente a 4,00 metros acima do solo? Com
certeza não, pois haverá alguns centímetros para mais ou para menos. Por isso, neste caso, é
necessário que a equipe de topografia vá medir a cota real da viga e que esta cota real (suponha
4,07 metros) seja mostrada no as-built, enquanto no projeto executivo continuará constando a cota
de 4,00 metros.

Figura 1: o as-built permite que as modificações sofridas pela obra no momento de sua execução sejam
registradas.

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Anteprojeto Projeto básico Projeto executivo


•1ª etapa da elaboração do •Informações suficientes para •Informações necessárias à
projeto •Definir métodos de execução execução COMPLETA da obra
•Pouco detalhamento •Avaliar o custo
•Definir prazo de execução

Execução das obras e As built


serviços •Registro da construção real,
•Necessita de aprovação prévia materializada no campo
de projeto executivo

Quanto mais definido está um projeto, mais preciso será o cálculo do custo da obra correspondente.
Quanto mais definido o custo de um projeto, mais caro é alterar este projeto, pois provavelmente
já se terá avançado no dimensionamento, definições de materiais, serviços, bem como no início dos
trabalhos no campo. A fase inicial do projeto fornece o maior incremento para essa definição dos
custos, sendo, por isso, a fase ideal para se fazer mudanças no objeto a ser contratado.

Em geral, quanto mais definido estiver o projeto, maior é o custo de se alterá-lo, visto que em fases
adiantadas haverá retrabalho e muitas vezes necessidade de correções em algumas atividades já
executadas no campo. Basta imaginar o que seria mais barato: alterar a quantidade de garagens de
um edifício ainda em fase de anteprojeto, ou quando se está no projeto executivo, já tendo
executado os 4 primeiros andares? Nesse segundo caso, poderá ainda haver necessidade de
demolição de algumas paredes e reforço de pilares.

A doutrina conceitua uma série de outros tipos de projetos e, dependendo da banca, ela vai te
apresentar esses outros projetos para tentar lhe confundir. Veja alguns exemplos:

• Projeto conceitual: trata-se de etapa embrionária de um projeto, quando busca-se avaliar as


possibilidades de se atingir o objetivo de um projeto. Nesse caso, são feitos estudos
genéricos, análise de base de dados, pesquisa de mercado e estudo de legislações.

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• Projeto definitivo: é uma outra referência ao detalhamento da alternativa definida no projeto


conceitual, trazendo cortes, plantas, soluções adotadas com maiores especificações, etc.
• Projeto de execução: geralmente é mais detalhado do que o projeto definitivo, porque
incorpora parâmetros de execução, inclusive modulação das peças, posicionamento do
revestimento, das instalações, etc.

Não decore essas definições, pois variam entre as referências bibliográficas. O importante é dominar
o conceito de projeto básico e executivo.

IBFC – MGS - Técnico Superior Profissional - Eng. Civil - 2015

Na fase de planejamento de uma obra há vários estudos a se realizar, como por exemplo a
definição dos objetivos, confecção de anteprojeto, além dos projetos necessários para o
entendimento do edifício. O projeto que é fruto da análise das alternativas para o projeto de
tamanho, localização, calendário, sistema e métodos construtivos denomina-se:

a) Projeto conceitual.

b) Projeto básico.

c) Projeto definitivo.

d) Projeto de execução.

Comentários: o projeto que avalia as alternativas de projeto, em termos de tamanho,


cronograma, localização, cronograma, sistema construtivo e métodos de execução é o projeto
básico.

Gabarito: “b”.

PROJETO BÁSICO

O projeto básico da obra vai definir todo o empreendimento, seus materiais, características e
dimensões, sendo um documento que sempre precederá uma licitação de obra ou serviço de
engenharia. A lei 8.666/93 conceitua projeto básico como o conjunto de elementos necessários e
suficientes, assegurando a viabilidade técnica e o tratamento ambiental do empreendimento,
possibilitando:

• Avaliação dos custos;

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• Definição dos prazos de execução;


• Definição dos métodos de execução;

Viabilidade
Viabilidade
ambiental
técnica
•"Adequado tratamento
•Método de execução do impacto ambiental
•Prazo, custo do empreendimento"
•Dimensões do objeto (Art. 6º, IX da lei
8.666/93)

Figura 2: o projeto básico tem que apresentar aquela tradicional visão de viabilidade técnica e ambiental,
isso definindo já lá em 1993!

Para tanto, a lei 8.666/93 exige que o projeto básico deva conter:

• Descrição da solução global escolhida, com visão clara da obra como um todo;
• Apresentação das soluções globais e localizadas detalhadas, buscando minimizar a
necessidade de alteração da solução proposta ao longo da execução da obra ou serviço;
• Identificação dos tipos de:
o Serviços a se executar;
o Materiais e equipamentos a se incorporar na obra;
• Informações suficientes para definição dos métodos construtivos a se empregar e instalações
provisórias a se executar (canteiro);
• Orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em:
o Quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;

O projeto básico e seus componentes são anexos do edital, conforme trecho a seguir da lei 8.666/93:

§ 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:

I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificações e
outros complementos;

II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários;

III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante vencedor;

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IV - as especificações complementares e as normas de execução pertinentes à licitação.1

A elaboração de projetos de obras deve prezar por práticas sustentáveis, abrangendo o uso da
edificação no longo prazo. A lei 8.666/93 diz que são critérios a serem incorporados no projeto
básico:

• Segurança;
• Funcionalidade e adequação ao interesse público;
• Economia na execução, conservação e operação;
• Emprego de insumos locais (mão de obra, materiais e equipamentos);
✓ Ex: ao se priorizar a compra de produtos próximos ao local da obra, economiza-se em
frete e combustível, integrando a comunidade local à obra e gerando empregos;
• Facilidade de execução, conservação e operação, sem prejudicar a durabilidade do
empreendimento;
• Respeito às normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho;
✓ Ex: ABNT, NR 18, INMETRO;
• Impacto ambiental, tais como:
✓ Baixo consumo de energia e água;
✓ Tecnologias e materiais que reduzam o impacto ambiental

Quem faz o projeto básico estuda tão a fundo uma obra que não pode participar de uma licitação,
sob pena de ferir a isonomia que deve reger entre os concorrentes. O autor do projeto básico possui
mais informações que os demais, bem como sabe o motivo de cada decisão que sustentou a
definição do objeto a ser licitado.

A lei avança mais ainda, dizendo que é proibido que a empresa ou profissional autor do projeto
básico ou executivo participe da licitação, bem como servidor dirigente do órgão contratante,
exceto no caso de exercer a função de fiscalização, supervisão ou gerenciamento a serviço da
administração pública. Assim, permite-se apenas que o autor do projeto básico seja contratado
para dar seguimento à gestão da obra apoiando à Administração Pública, atuando em sua
fiscalização, supervisão ou gerenciamento.

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Art. 40, § 2º da Lei 8.666/93

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Veja como aparece na lei 8.666/93 essa vedação:

Art. 9º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra


ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:

I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;

II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico


ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de
mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, responsável técnico
ou subcontratado;

III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação.

§ 1º É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que se refere o inciso II


deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas
funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da
Administração interessada.

A exceção do projeto básico servindo de pré-requisito para licitações está em apenas alguns casos
particulares de regimes de contratação, como:

• Regime Diferenciado de Contratações (RDC), em alguns casos específicos, como veremos


mais à frente nessa aula;
✓ Definido pela lei 12.462/2011;
• Parcerias público-privadas (PPPs), por se basearem em anteprojetos, permitindo
otimizações de projeto aos licitantes, o que possibilita ganhos para a administração pública;
✓ Lei 11.079/2004;
• Concessões, que se baseiam em “elementos de projeto básico”, que são ligeiramente
diferentes de “Projeto básico”.
✓ Regulada pela Lei 8.987/95;
✓ A definição de elementos de projeto básico é controversa, pois a lei não detalhou o
seu conceito, contudo comumente adota-se o seguinte entendimento a partir da
doutrina e de alguns relatórios do TCU:

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▪ São as informações que “permitem a plena caracterização do objeto” (trecho


da lei 8.987/95), possuindo grau de detalhamento inferior ao do projeto básico,
sob pena de tolher os estudos de otimização que cada empresa faz para
participar de uma concessão.

Para você não ficar confuso, saiba que uma concessão é uma forma de prestação de serviço público
por uma pessoa privada em que o risco de prestação do serviço está com essa pessoa (empresa
privada), por isso, não se necessita de um projeto básico para se licitar. Assim, ocorrendo erro de
projeto, a correção será custeada pela própria empresa contratada, cabendo a ela também as
otimizações de projeto.

No caso da PPP, há a prestação de um serviço público com compartilhamento dos riscos entre a
administração pública e a empresa contratada, porém a forma de se pagar a empresa contratada é
pelo desempenho desta empresa, independentemente dela ter gasto muito ou pouco dinheiro na
construção ou execução do serviço. Assim, não há necessidade de se contratar com base em projeto
básico, podendo ser um anteprojeto, desde que os parâmetros de desempenho em que se baseará
a remuneração estejam claros no edital.

Imagine que uma concessionária ganhe uma licitação de uma PPP por 30 anos para a duplicação de
uma estrada. Caso a concessionária faça um projeto executivo mal feito, as patologias que surgirão
no pavimento custarão mais caro à própria concessionária, já que esta administrará a rodovia por
30 anos.

Além disso, um indicador de desempenho bem elaborado pelo edital pode prever penalizações à
remuneração da concessionária no caso da ocorrência frequente de patologias na rodovia. Portanto,
perceba que a lógica de funcionamento de uma PPP é bem diferente daquela que vemos na lei
8.666/93, cuja construtora executa a obra, realiza seu recebimento definitivo junto ao governo e
dificilmente pode vir a arcar com alguma patologia.

Na PPP, não somente o usuário do serviço paga pelo seu uso, como também a administração pública
ajuda no custeio da parceria, fazendo um pagamento chamado de “contraprestação” à empresa
prestadora do serviço, chamada concessionária. Atenção, não vamos aqui exaurir a contratação de
PPPs, por não ser este o foco desta aula.

Por fim, ao se definir menos o objeto no caso de concessões e PPPs, permite-se que a administração
pública capte sinergias de mercado do setor privado que se refletem no projeto a ser desenvolvido
pelo ganhador e em um serviço de maior qualidade e menor preço. Caso se fixasse todos os
parâmetros do objeto em um projeto básico feito pela administração pública, haveria o risco de se

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inviabilizar otimizações que muitas vezes o Poder Público tem dificuldades de enxergar na etapa do
projeto básico.

Quando o Governo estuda obras principalmente de grande vulto como as de transporte, sendo um
exemplo uma linha de metrô, deve-se realizar um estudo mais abrangente, chamado Estudo de
viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA). Trata-se de um conjunto de estudos que
buscam avaliar os benefícios diretos e indiretos dos investimentos em implantação de novas
infraestruturas ou melhoramentos das já existentes, confrontando-os com os custos dos projetos e
sua execução. O DNIT define precisamente EVTEA como:

(...) estudos necessários à verificação da existência de viabilidade técnica, econômica e


ambiental para a execução de uma determinada obra de infraestrutura de transportes, ou
conjunto delas, nos segmentos considerados, dentre as alternativas propostas,
consubstanciado, principalmente nos estudos de tráfego, capacidade da rodovia e seu nível
de serviço, aliados às pesquisas complementares e outras similares, bem como aos demais
trabalhos e estudos de engenharia, sócio-econômicos e ambientais necessários.2

Há um documento do TCU que define mais genericamente o EVTEA:

O estudo de viabilidade consiste em análises e avaliações de alternativas para a concepção


da obra e de seus componentes e instalações. Nessa etapa, urge analisar e escolher a melhor
solução que responda ao programa de necessidades sob o aspecto legal, técnico, econômico,
social e ambiental. Também devem ser definidos métodos, prazos de execução e analisada a
compatibilidade entre os recursos disponíveis e a necessidade a ser satisfeita. 3

A partir do EVTEA, elabora-se o anteprojeto de engenharia, ao qual se seguirá posteriormente o


projeto básico. O motivo do EVTEA anteceder a definição do anteprojeto e o projeto básico é dado
pelo TCU:

Avançar para as demais fases da obra sem a sinalização positiva da sua viabilidade pode trazer
riscos e complicações para sua execução e conclusão.4

2
(DNIT, [201-])

3
Instituto Serzedello Corrêa. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Orientações para Elaboração de
Planilhas Orçamentárias de Obras Públicas. Brasília: TCU, 2014. 145 p

4
Instituto Serzedello Corrêa. Tribunal de Contas da União. OBRAS PÚBLICAS DE EDIFICAÇÃO E DE
SANEAMENTO: módulo i. Brasília: Tcu, 2014. 52 p.

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Importante saber que, no caso de projetos ou obras potencialmente poluidores, ou que possam
causar algum tipo de degradação ambiental, é necessário prévio licenciamento ambiental, conforme
lei 6.938/1981, que define a Política Nacional do Meio Ambiente. Consequentemente, o TCU decidiu
que, antes da licitação de uma obra, é necessário que o empreendimento possua, no mínimo, licença
prévia:

A realização de certame licitatório com base em projeto básico elaborado sem a existência
de licença ambiental prévia configura, em avaliação preliminar, afronta aos comandos
contidos no art. 10 da Lei 6.938/1981, no art. 6º, inciso IX, c/c o art. 12, inciso VII, da Lei
8.666/1993 e no art. 8º, inciso I, da Resolução/Conama 237/19975

Emissão
Certame
de Licensa
licitatório
Prévia (LP)

5
Comunicação de Cautelar, TC 017.008/2012-3, rel. Min. Ana Arraes, 20.6.2012

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Segurança

Funcionalildade Execução

Economia na: Conservação

Critérios utilizados no
Operação
projeto básico

Respeito às normas
ABNT, NR 18, INMETRO
vigentes:

Insumos locais

Impacto ambiental
Exceção: apoio à
Projeto Básico administração pública
na fiscalização
Autor de
Não pode particpar de Exceção: apoio à
licitação pela lei Projeto executivo administração pública
8.666/93 na fiscalização
Servidor dirigente do
órgão contratante

RDC

Exceções à necessidade
Concessões
de projeto básico

PPPs

Estudo de viabilidade
EVTEA de obras de grande
porte

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CESPE - PGE PE - Assistente de Procuradoria – 2019

Considerando que o governo federal pretenda adquirir material escolar para distribuição a
estudantes de todas as escolas públicas do território nacional, julgue o item a seguir.

O conjunto de elementos necessários e suficientes para caracterizar o objeto de licitação deve


constar do projeto básico, que consiste de documento não integrante do edital.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: o erro está ao se dizer que o projeto é básico é um “documento não integrante
do edital”, pois o art. 40 da lei 8.666/93 diz claramente que o projeto básico, bem como
orçamento e especificações complementares referentes à licitação são Anexos do Edital.

Gabarito: “Errado”.

CESPE - IPHAN - Técnico I - Área 3 – 2018

A respeito de sustentabilidade na construção de obras públicas, julgue o item subsequente,


considerando a Instrução Normativa MPOG n.º 1/2010.

Para proporcionar obras públicas sustentáveis, na elaboração dos seus projetos, deve-se
priorizar o emprego de matérias-primas locais.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: o projeto de uma obra pública deve se ater a práticas de longo prazo e que sejam
sustentáveis, sendo um exemplo a priorização de compra de recursos locais, economizando-se
em frete e combustível, integrando a comunidade local à obra e gerando empregos.

Gabarito: “Certo”.

CESPE - SLU DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Arquitetura – 2019

Julgue o item a seguir, a respeito de obras e fiscalização.

O projeto do canteiro de obras é composto por um conjunto de documentos (gráficos e


textuais) que o descreve e que possibilita a sua contratação e a sua execução

( ) CERTO ( ) ERRADO

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Comentários: projeto em sentido amplo é composto por documentos gráficos e textuais, que
descreve o objeto para fins de contratação ou execução.

Gabarito: “Certo”.

CESPE – TCE-RO - Auditor de Controle Externo - 2019

Considerada elemento fundamental para definição do projeto básico, das medidas mitigadoras
e, consequentemente, do custo do empreendimento, a licença ambiental exigida como
requisito para licitação é a licença

a) De operação;
b) De instalação;
c) Prévia;
d) De funcionamento;
e) De projeto.

Comentários: como vimos, a licença ambiental necessária antes do procedimento licitatório de


obra com potencial poluidor ou de degradação ambiental é a licença prévia.

Gabarito: “c”.

RESPONSABILIZAÇÃO NA ENGENHARIA

A contratação de uma obra ou serviço de engenharia apresenta uma série de particularidades,


mesmo se for um negócio apenas entre empresas privadas. Afinal de contas, uma obra transforma
o espaço físico e impacta diretamente nos moradores daquele local. Por isso, a execução de qualquer
serviço de engenharia exige uma regulamentação própria, para que se evite que qualquer pessoa
sem preparo possa atuar no espaço urbano alterando-o a seu bel prazer e impactando toda a
comunidade indevidamente.

Essa regulamentação de serviços e obras de engenharia foi dada pela Lei 6.496/1977, que criou o
documento chamado Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), registrado juntamente ao
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), que vincula cada
empreendimento de engenharia a seu responsável técnico. Observe o que diz a lei 6.496/1977
sobre ART:

Art 2º - A ART define para os efeitos legais os responsáveis técnicos pelo empreendimento
de engenharia, arquitetura e agronomia.6

6
Lei 6.496 de 1977.

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A ART funciona como uma garantia ao contratante de que aquele profissional possui as qualificações
para executar aquele serviço demandado. Assim, qualquer problema técnico que ocorrer com
aquele empreendimento, a sociedade ou o Poder Público devem cobrar resposta e responsabilizar
aquela pessoa que assinou a ART. No caso de profissionais de arquitetura, a regulamentação da
profissão é feita por outro conselho, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), que confere
nome próprio à ART: Registro da Responsabilidade Técnica (RRT).

Mas essa anotação aplica-se somente a serviços ou obras de grande porte? Não, ela se aplica a todas
as obras e serviços de engenharia, independentemente do lugar de execução, sejam eles
executados no canteiro de obras ou não, lá poderá estar o fiscal verificando as ARTs. Observe a
abrangência da ART conforme trecho da lei 6.496/1977:

Art 1º - Todo contrato, escrito ou verbal, para a execução de obras ou prestação de quaisquer
serviços profissionais referentes à Engenharia, à Arquitetura e à Agronomia fica sujeito à
"Anotação de Responsabilidade Técnica" (ART).7

Não basta o profissional ter a ART, as atividades técnicas de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
desempenhadas também devem estar registradas junto ao conselho profissional correspondente.
Assim, trabalha-se com 2 tipos de ART:

• ART de cargo ou função mostrando que o funcionário faz parte da equipe técnica de uma
dada empresa;
• ART dos serviços prestados em um empreendimento.

Trata-se de registro de tanta importância que sua falta leva à aplicação de multas ao executor da
obra ou serviço de engenharia:

Art 3º - A falta da ART sujeitará o profissional ou a empresa à multa prevista na alínea " a "
do art. 73 da Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, e demais cominações legais. 8

Para completar a abrangência da ART, veja o que diz o Decreto Federal 7.893/2013 sobre obras
públicas:

7
Lei 6.496 de 1977.

8
Lei 6.496 de 1977.

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Art. 10. A anotação de responsabilidade técnica (ART) pelas planilhas orçamentárias deverá
constar do projeto que integrar o edital de licitação, inclusive de suas eventuais alterações.

O TCU possui até uma Súmula sobre a necessidade de ARTs em licitações:

É dever do gestor exigir apresentação de Anotação de Responsabilidade Técnica - ART


referente a projeto, execução, supervisão e fiscalização de obras e serviços de engenharia,
com indicação do responsável pela elaboração de plantas, orçamento-base, especificações
técnicas, composições de custos unitários, cronograma físico-financeiro e outras peças
técnicas.9

Perceba que a necessidade de ART ultrapassa a elaboração de projetos, atingindo a execução da


obra e a sua fiscalização.

Como se não bastasse a ART, no caso de uma obra pública, a lei 8.666/93 diz ainda que:

Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da obra
ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.

Como é inviável que o responsável pela empresa esteja presente durante toda a execução da obra,
ele deve nomear um preposto que irá representar a empresa contratada durante toda a execução
do contrato, devendo ser aprovado pelo órgão contratante, conforme previsto no art. 68 da lei
8.666/93. O preposto deve permanecer no local da obra ou da prestação do serviço de engenharia,
sendo geralmente o engenheiro responsável técnico pela obra, no caso dele atuar como engenheiro
residente na obra.

A expressão “deverá manter” no art. 68 da Lei 8.666/93 possui sentido de permanência, não
podendo o preposto se ausentar da obra, uma vez que sua função é justamente representar o dono

9
Súmula 260 do TCU

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da construtora que não pode ficar na obra durante todo o tempo de tralho, agilizando a comunicação
e a execução contratual. Contrariamente ao preposto, o responsável técnico pela construção não
necessita de lá estar em tempo integral.

É bom saber as justificativas para a necessidade de um preposto na obra, para ficar mais
familiarizado com o tema, melhorando sua compreensão e memorização deste assunto. Marçal10
diz que a obrigação do preposto é para evitar tumultos com a incerteza ou multiplicidade de
representantes que uma empresa poderia ter, levando à ocorrência de contradições nas
informações prestadas e decisões tomadas por cada um desses representantes.

Para se ter ideia da importância de se buscar a padronizar a comunicação entre a empresa


contratada e o governo, deve não somente haver um único preposto para a empresa, como também
toda comunicação oficial entre governo e empresa deve se dar por escrito. Como se não bastasse,
os atos do preposto perante à administração vinculam (obrigam) a empresa que ele representa.

10
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos: Lei 8.666/1993.
16. ed. Brasília: Thomson Reuters Revista dos Tribunais, 2014. 1233 p.

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Responsável
Preposto
técnico
• Precisa
• Não precisa permanecer na
ficar o tempo obra
todo na obra

ART ou RRT

•Define ligamente o responsável por um seviço técnico de engenharia, arquitetura ou Agronomia


•Aplica-se a todo contrato

Atividade executada também precisa ser

•Registrada junto ao Conselho Profissional

Falta de ART

•Multa

Obras públicas

•ART para
•Planilhas orçamentárias do
•Edital e suas alterações

Dever do Gestor exigir ART de

•Projeto
•Execução
•Supervisão e fiscalização de obras
•Plantas, orçamentos, conograma físico-financeiro

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CESPE – TCE-PE - Auditor de Controle Externo - 2017

Em um órgão da administração pública, foi criada uma equipe de auditoria para analisar a
condução do processo de construção de um edifício que constava do plano de obras idealizado
pelo órgão. Os trabalhos de auditoria focavam a elaboração do estudo de viabilidade técnica,
econômica e ambiental (EVTEA.), a confecção dos projetos — básico e executivo —, as
licitações e os contratos, e a concessão de termos aditivos, além dos requisitos técnicos das
planilhas de orçamento. Na análise da documentação, foram constatados os seguintes fatos.

I Na elaboração do EVTEA, para estimar o valor da construção do prédio em questão, havia sido
utilizado o custo unitário básico por metro quadrado (CUB/m2).

II Na planilha de orçamento, alguns serviços apresentavam custos unitários superiores aos


custos unitários de referência estabelecidos no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e
Índices da Construção Civil (SINAPI).

III O processo licitatório havia utilizado o regime de licitação classificado como empreitada por
preço unitário.

IV A ficha de composição de preço do serviço de fornecimento de grupo gerador de energia


apresentava um valor relativo a benefícios e despesas indiretas (BDI) inferior àqueles
referentes aos demais serviços.

V A obra havia sofrido um aditivo contratual no valor de R$ 500 mil após 6 meses da assinatura
do contrato.

VI No edital de licitação, o órgão havia estabelecido que, para efeito de reajustamento do


contrato, seria utilizada a data de apresentação da proposta de preço da empresa vencedora,
1.º/1/2016.

VII O contrato havia sido assinado em 1.º/4/2016; o valor total da obra, orçado em R$ 2
milhões; e o prazo definido para a execução da obra, de 24 meses.

VIII No projeto básico de licitação, não havia sido registrada anotação de responsabilidade
técnica (ART) do orçamentista.

Considerando a situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir de acordo com a


legislação e com as normas técnicas relativas a obras e serviços de engenharia.

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A ausência de ART no projeto básico está em conformidade com as normas pertinentes, já que
a apresentação desse documento é obrigatória somente na etapa de elaboração do projeto
executivo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: conforme Art. 10 do Decreto 7.983/2013, a ART das planilhas orçamentárias


(parte do projeto básico) deverá integrar o edital da licitação, que é geralmente antes da
elaboração do projeto executivo, uma vez que as licitações se procedem geralmente com base
no projeto básico. A Súmula 260 do TCU complementa esse requisito dizendo que é dever do
gestor público exigir ART de todos os projetos de engenharia, como plantas, orçamento-base,
especificações técnicas, composições de custos unitários, cronograma físico-financeiro e
outras peças técnicas. Portanto, o requisito de ART ultrapassa a elaboração do projeto
executivo, ao contrário do que diz a afirmativa.

Gabarito: “Errado”.

CESPE – SLU DF - Ana. de Gestão de Resíduos Sólidos – Arquitetura – 2019 - Adaptado

Julgue os próximos itens, relativos a acompanhamento e fiscalização de obras e serviços.

Em canteiros de obras onde se realizam atividades técnicas compartilhadas com outras


profissões regulamentadas, deve-se verificar se as atividades técnicas ali realizadas encontram-
se registradas e sob responsabilidade técnica de profissional habilitado e em situação regular
perante o CAU/CREA.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: o que define a necessidade ou não de ART é a realização de serviço técnico, de


engenharia, agronomia ou arquitetura. Além disso, todas atividades técnicas que forem
realizadas, devem estar registradas junto ao conselho profissional correspondente.

Gabarito: “Certo”.

CESPE – EBSERH - Eng. Civil – 2018

Em uma fiscalização realizada na construção de um edifício público, o fiscal observou que a


argamassa que seria usada para a colocação de placas de granito em fachada de concreto tinha
sido preparada com excesso de água, e que não havia nenhum elemento na contraface para
garantir melhor fixação. Como o engenheiro responsável pela obra não estava presente no
momento da fiscalização, o mestre de obras informou que a água em abundância facilitaria a
aderência, dispensando qualquer preocupação adicional.

Acerca dessa situação hipotética, julgue o item subsequente.

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O engenheiro responsável pela construção deveria estar presente em tempo integral na obra,
independentemente de previsão contratual.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: o engenheiro responsável pela construção não necessita estar na obra em tempo
integral, ao contrário do preposto, que tem a função de responder pela construtora. Portanto,
item errado.

Gabarito: “Errado”.

CESPE – STM – Eng. Civil – 2018 - Adaptado

Um engenheiro de um órgão da administração pública federal, responsável pela fiscalização da


construção do novo edifício sede desse órgão, realizou uma visita de rotina para verificar o
==1d70be==

andamento da obra (40% concluída.) Após visitar o canteiro e conversar com o mestre de obras,
o engenheiro constatou que:

• não havia livro de ordem no local; o mestre de obra informou que esse livro era eletrônico e
estava disponível na página da Internet da empresa;

• a anotação de responsabilidade técnica (ART) de execução da obra estava registrada apenas


no nome do proprietário da empresa, que esteve presente na obra apenas três vezes até o
momento da visita.

A respeito dessa situação hipotética e de aspectos legais e técnicos a ela relacionados, julgue
o item a seguir.

A ART registrada apenas no nome do proprietário da empresa e a quantidade de vezes que ele
compareceu à obra são suficientes para representar a contratada perante ao órgão contrante.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: é dever da empresa contratada nomear preposto para representá-la


permanentemente na obra, não podendo ser uma tarefa esporádica como diz a questão, pois
é uma afronta ao art. 68 da Lei 8.666/93. Atividades de engenharia possuem riscos intrínsecos
e altos custos envolvidos, não podendo a empresa contratada estar desprovida de
representante na obra, sob pena de acidentes ou de uma obra mal executada.

Gabarito: “Errado”.

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FISCALIZAÇÃO DE OBRAS
Uma obra requer uma fiscalização permanente, pois há uma séries de riscos envolvidos que devem
ser geridos, além dos variados requisitos técnicos exigidos para seu acompanhamento. Por causa
dessa variedade de restrições, as leis que regulam as profissões de engenheiro e arquiteto estipulam
a fiscalização como uma atribuição técnica do profissional. A fiscalização pelo arquiteto é prevista
na Lei 12.378/2010, que regulamenta o exercício da profissão:

Art. 2º As atividades e atribuições do arquiteto e urbanista consistem em:

(...)

XII - execução, fiscalização e condução de obra, instalação e serviço técnico.11

Já a atribuição do engenheiro está na lei 5.194/1966:

Art. 7º As atividades e atribuições profissionais do engenheiro, do arquiteto e do engenheiro-


agrônomo consistem em:

(...)

e) fiscalização de obras e serviços técnicos;12

Por ser uma atividade técnica, a fiscalização de obras necessita de emissão de Assinatura de
Responsabilidade Técnica (ART).

Porém, a fiscalização de um contrato não é uma tarefa apenas técnica, mas também de
gerenciamento, com uma componente administrativa. Assim, é necessário não somente a
designação de um fiscal técnico, mas também de um fiscal administrativo, a quem cabe fiscalizar o
cumprimento das exigências legais, previdenciárias e trabalhistas pela contratada (construtora),
segundo Reis (2018).

A Lei 8.666/93 diz que a execução do contrato com a Adminsitração Pública será acompanhada e
fiscalizada por um representante da Administração, podendo ainda ser acompanhado por outras

11
Art. 2º da Lei 12.378/2010

12
Art. 7º da Lei 5.194/1966

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pessoas ou empresas para auxiliá-lo, sobretudo quando se trata de objetos (ou obras)
complexos(as). Veja o que diz a lei:

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante
da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para
assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.13

Perceba que o fiscal é um representante da Administração Pública, ou seja, ele representa o Estado.
Perceba ainda que o fiscal deve ser designado pela Administração, ou seja, em toda licitação deve
haver um responsável apontado pela administração para fiscalizar aquele contrato.

Os fiscais são subordinados a um gestor do contrato, incumbido de tomar decisões de gestão, como
aprovar termos aditivos, reequilíbrio econômico-financeiro, pagamentos, aplicação de multas, etc.

Esse é o dever do Poder Público de fiscalizar a execução do contrato, para garantir que aquela
vantagem que se obteve na contratação com ampla concorrência por meio da licitação seja
implementada ao longo da vida do contrato. Assim, o fiscal deve zelar para a manutenção da
vantagem obtida na licitação em termos de preço, qualidade e aspectos técnicos, até o
recebimento final do objeto ou serviço contratado.

A fiscalização impõe uma grande responsabilidade ao profissional, uma vez que todos os atos do
fiscal e suas instruções devem ser considerados como se fosse o próprio órgão contratante
praticando-os. Podemos dividir um contrato de uma obra ou serviço de engenharia em algumas
fases, conforme Figura 3. Como o contrato com a administração em geral resulta de uma licitação,
a qualidade do procedimento licitatório é essencial para a seleção da melhor proposta para a
administração. Assim, na licitação o órgão contratante deve prezar pela isonomia do processo e
ampla concorrência entre os licitantes, em busca da seleção da proposta mais vantajosa para o órgão
e o interesse público.

13
Art. 67, Lei 8.666/93

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Recebimento
Assinatura do Execução do
Lictação Resultado do objeto
contrato contrato
contratado

•Ampla •Seleção da •Compromisso de •Fiscalização •Obra sem defeitos,


concorrência proposta mais entrega da obra •Zelar pela no custo e prazo
•Isonomia vantajosa no: manutenção da planejados
•Preço, qualidade vantagem obtida
e prazo da na licitação:
licitação •Preço
•Prazo
•Características
técncias exigidas
no edital e
contrato

Figura 3: Fases de um contrato administrativo de obra ou serviço de engenharia

Entre a assinatura do contrato e a sua execução temos a assinatura da ordem de serviço, que é um
ato de comando exercido pelo órgão contratante sobre a empresa contratada para que ela inicie a
realização da obra ou serviço para o qual foi contratada. Dizemos que a fase contratual se inicia com
a assinatura do contrato e emissão de ordem de serviço, indo até o recebimento da obra. É essa
fase contratual que o fiscal acompanhará, buscando garantir a fiel execução do que diz o contrato.

Podemos resumir as funções do fiscal nas seguintes tarefas:

• Garantir que a execução do contrato respeite todos parâmetros técnicos do edital e


contrato, incluindo projeto básico e executivo;
• Acompanhar o avanço do cronograma físico-financeiro, verificando a ocorrência de atrasos
e antecipações e registrando-as e comunicando o gestor do contrato;
• Verificação do respeito às normas vigentes, tais como normas da ABNT, INMETRO,
acessibilidade, normas das concessionárias de serviços públicos, legislação ambiental,
instruções e resoluções do Confea/CREA;
• Esclarecimento de dúvidas, falhas ou omissões dos projetos que regem a obra;
• Verificação e aprovação dos serviços executados, por meio da medição;

O fiscal deve zelar também pela execução do contrato quanto ao atendimento de todas suas
cláusulas e também observando todos os aspectos administrativos, não se limitando apenas aos
critérios técnicos.

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Ao longo da evolução de uma obra, essas tarefas vão se alternando sua frequência de realização em
função dos trabalhos executados pela construtora. Por exemplo, no início da obra, o fiscal deve
analisar o plano de execução da obra e o cronograma bem detalhado que a construtora deve
apresentar. Esse plano e cronograma devem estar em pleno acordo com o cronograma geral que faz
parte do contrato.

A partir do momento em que os trabalhos são executados, a fiscalização deve acompanhar no


canteiro e nas frentes de obra a sua execução, assegurando que sejam respeitados todos os critérios
de projeto e de qualidade.

Como o fiscal é o responsável pelas interfaces dos projetos com a obra, ele deve garantir que tudo
que conste no projeto seja seguido. Para tanto, o fiscal desempenhará algumas tarefas especiais,
como:

• Guarda de arquivo completo e atualizado sobre todos os trabalhos realizados na obra,


incluindo contrato, caderno de encargos, orçamentos, cronogramas, ofícios trocados entre as
Partes do contrato (que são o contratante e o contratado), relatórios de execução dos
trabalhos, etc.
✓ Esse arquivo é a memória da obra, devendo o fiscal saber de toda a vida do
empreendimento, da assinatura do contrato ao seu recebimento definitivo.
• Solicitar substituição de materiais que considerar defeituosos ou inadequados à obra, bem
como verificar e aprovar as substituições propostas pela Contratada
✓ Qualquer substituição de material pode afetar o custo da obra, a sua qualidade,
durabilidade e seu impacto na comunidade. Por isso, é de grande importância a
atuação do fiscal fazendo esse controle dos materiais empregados.
• Solicitar realização de testes e ensaios necessários para atestar a qualidade dos serviços;
• Paralisar qualquer atividade sendo executada em desconformidade com o projeto ou com as
normas técnicas, solicitando sua correção ou refazimento;
• Promover a presença dos autores dos projetos no canteiro de obras sempre que for
necessário.
✓ Uma obra envolve geralmente vários projetistas diferentes que muitas vezes não se
falam, nem conhecem muito bem a realidade enfrentada pela construtora no campo.
Como muitas soluções no campo têm que ser tomadas com urgência, essa atribuição
do fiscal é essencial para se evitar a ocorrência vícios (defeitos) construtivos futuros e
erros de compatibilização de projetos.

Afim de garantir a fiel execução do contrato, o fiscal deve se precaver, por meio de:

• Exigência do Manual de Qualidade da empresa contratada, zelando pelo seu cumprimento;


• Análise para aprovação ou não da indicação de escolha do coordenador dos trabalhos feita
pela empresa contratada;
• Solicitar substituição de qualquer profissional da empresa contratada que prejudique a ação
fiscalizatória;

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✓ Imagine que o fiscal descubra que um funcionário do laboratório da construtora está


fraudando os ensaios de qualidade de concreto ou de asfalto de uma obra. Ele pode
solicitar a imediata substituição do profissional, bem como levar à abertura de um
procedimento administrativo.

A comunicação entre o fiscal e a Contratada deve se pautar pelo envio de correspondência oficial,
além de anotações formalizando suas diretrizes em relatórios de serviços. Da mesma forma, as
reuniões serão todas formalizadas em Atas de Reunião, contendo:

• Data;
• Participantes e suas assinaturas;
• Decisões tomadas;
• Responsáveis pelas implementações das decisões.

A medição é o documento que vai descrever os serviços executados em um dado período e o valor
correspondente a cada um, permitindo à empresa contratada receber por eles. Essa medição é
geralmente feita na foram de uma planilha que lista a estrutura analítica de projeto resumida com
todas as tarefas feitas desde o início da obra, devendo ser acompanhada por um relatório periódico
de execução dos serviços elaborado pela própria empresa contratada. Esse relatório comprova
todas as quantidades da medição, por meio de laudos de especialistas, fotos, medições
topográficas, etc.

Como uma medição atinge muitas vezes valores de milhões de reais e ela se embasa no relatório
periódico de serviços executados, esse relatório deve ser verificado e aprovado pelo Fiscal da obra,
bem como estar em conformidade com os documentos que compõem o contrato, tais como o
Caderno de Encargos, o projeto básico e executivo, os requisitos de qualidade, etc.

O relatório de serviços executados terá escopo que dependerá do que se prevê no edital e contrato,
contudo é importante a verificação do fiscal em cada medição sobre a quantidade de cada recurso
mobilizado pela construtora, abrangendo os insumos de:

• Mão de obra;
• Materiais;
• Equipamentos.

Uma vez que a mobilização desses recursos no campo é cara e pode demandar tempo para sua
completa execução, o atraso na mobilização é um forte indicativo de atraso na obra. O edital e o
contrato muitas vezes também fixam parâmetros mínimos de exigência para os equipamentos a
serem utilizados pela empresa, como por exemplo, a idade da frota. Nesse caso, é imprescindível

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que o fiscal compare os equipamentos presentes no campo com aqueles exigidos no edital ou
contrato, a fim de se verificar o atendimento ou não aos critérios estipulados.

Além disso, as condições de segurança dos equipamentos e das instalações são decisivas para a
prevenção de acidentes e, no caso de sua ocorrência, amenização dos danos. Por isso, a verificação
do ambiente de trabalho, o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva (EPC)
correspondem a medidas preventivas a serem verificadas pelo fiscal por garantirem maior segurança
nos trabalhos.

O auxílio prestado pela fiscalização na condução dos trabalhos ou na interpretação dos documentos
da obra, ou mesmo a eventual omissão da Fiscalização não poderá ser invocada para eximir a
Contratada da responsabilidade pela execução dos serviços, inclusive auxílios na interpretação de
projetos. O motivo é que a responsabilidade pelo cumprimento do contrato é da contratada,
estando o fiscal apenas ajudando a administração pública a verificar se o contrato está sendo bem
executado ou não.

Contudo, na ocorrência de um erro na obra, não só a contratada será responsabilizada, como


também o fiscal, no caso de haver alguma falta cometida por este:

Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a


terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou
reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão
interessado.

Dada a importância do fiscal, as questões vão muitas vezes tentar confundir o aluno. Veja esta:

Deve o fiscal de uma obra pública ser obrigatoriamente um servidor do órgão?

A resposta é não, pois a fiscalização pode também ser exercida com o auxílio de pessoas contratadas
mediante procedimento licitatório. Há várias empresas especializadas em controle e
acompanhamento de obras.

Uma outra pergunta comum em concurso é:

Até quando deve trabalhar o fiscal de uma obra?

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Saiba que o fiscal deve começar junto com o início dos trabalhos da obra e terminar somente quando
houver o seu recebimento definitivo.

Vimos várias tarefas do fiscal, mas quais são as responsabilidades da contratada, ou seja, da
empreiteira? Seria simplesmente a execução contratual?

Não, a empreiteira deve pagar todos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais que
provêm da execução do contraio. Além disso, qualquer dano causado diretamente à administração
ou a terceiros, produzido por culpa ou dolo na execução do contrato, também são de
responsabilidade da contratada.

Ao final da obra é importante que a fiscalização exija a documentação chamada as built, que
significa em inglês “como construído”. Esse documento corresponde aos projetos, memoriais e
especificações que retratam 100% do que realmente foi executado, incluindo levantamentos
topográficos mostrando as posições reais e os pequenos erros de posicionamento verificados
quando se compara o projeto com a obra realmente feita. Por tratar-se de uma atividade técnica, a
elaboração de as built também requer emissão de ART.

Assim, podemos conceituar as built como:

O registro das alterações dos projetos, incorporando todas as adaptações feitas no


canteiro de obras, com a finalidade de espelhar fielmente o que foi efetivamente
construído, constitui a documentação As Built (“Como construído”).14

Muitas vezes o que foi executado é diferente do que foi previsto no projeto executivo, devido a
interferências não previstas na obra. São os documentos de as built que vão registrar essas
diferenças, detalhando inclusive os insumos utilizados na obra no caso de haver alguma diferença
entre o que foi preconizado no projeto executivo e de fato aplicado. Essa exigência de entrega do as
built deve estar claramente expressa no edital.

14
BRASIL. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. OBRAS PÚBLICAS DE EDIFICAÇÃO E DE SANEAMENTO.
Brasília, 2015. 46 p.

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Pense por exemplo, na instalação de uma rede urbana de água. Por mais que o projeto original esteja
prevendo a localização e profundidade da rede em cada via, é fundamental que se saiba a real
localização e profundidade da rede em toda a cidade, auxiliando futuras intervenções da
administração pública nas vias, evitando, por exemplo, que se danifique redes existentes.

É muito raro, mas caso não ocorram alterações na obra, o as built será o próprio projeto executivo,
que deverá, neste caso, possuir identificação como, por exemplo, um carimbo dizendo “como
construído”. Esse documento é de tão grande importância que se exige ART para sua elaboração,
devendo também o edital e contrato exigirem sua entrega, além do orçamento prever um valor a
ser pago para essa atividade.

Embora o fiscal seja responsável por verificar o cumprimento do contrato, quem deve garantir esse
cumprimento não é o fiscal, mas sim a Construtora. Portanto, as responsabilidades, por exemplo,
por garantir que os recursos como máquinas e materiais estarão na obra no momento certo não é
do fiscal, mas da construtora. Você pode achar isso óbvio, mas quando cai numa questão, nós
erramos facilmente esse tipo de constatação, pois as questões dizem que se trata de
responsabilidade do fiscal. Veremos isso em algumas questões a seguir.

De forma análoga, quem é o responsável por realizar os testes e ensaios de controle de qualidade
na obra não é o fiscal, mas a construtora que executa a obra, que arcará com todos os ensaios e
submeterá os relatórios ao fiscal. Caso a empresa tente fraudar ensaios, o que de fato poder
acontecer, ela estará sujeita a uma série de punições. Eventualmente, a fiscalização pode também
contratar uma empresa para auxiliá-la no acompanhamento da obra, porém a realização de ensaios
é uma obrigação da construtora.

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Fiscalização de obras Atividade técnica Exige ART ou RRT

Penalidades, aprovação
Gestor do contrato Decisões de gestão
de termos aditivos

Projeto, ABNT,
INMETRO

Garantir respeito aos


Qualidade
critérios de

Controle do Acessibilidade
crongorama físico-
financeiro
Não exime a empresa de
responsabilidade sobre erros
Esclarecimento de cometidos
dúvidas/falhas/omiss
ões de projeto
Fiscal pode ser
penalizado

Medições

Aprovação de
Atividades do fiscal
Substitiução de
materiais
Solictar testes

Paralisar frentes de
obra

Promover presença de
autores dos projetos

Verificar segurança
dos trabalhos

Exigir as built

Correspondência
Comunicação do fiscal
oficial

Relatório periódico

Medição
Planilha que lista a estrutura
analítica de projeto resumida

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CESPE – IPHAN - Tec I - Área 3 – 2018 - Adaptado

Um servidor com formação em arquitetura foi nomeado fiscal técnico de uma obra de
construção de determinado prédio público. No relatório de acompanhamento da execução da
obra, ele informou que o prédio estava 90% concluído e que, embora os valores pagos até
aquele momento correspondessem ao valor total previsto no cronograma financeiro para o
período em análise, a obra encontrava-se atrasada.

Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item subsequente.

Fiscalização de obra de edificação é uma atividade técnica que pode ser exercida por
engenheiro civil, de fortificação e construção ou arquiteto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: são atribuições do engenheiro, seja ele civil ou de fortificação, ou mesmo de


outro ramo da engenharia, e do arquiteto a fiscalização de obras.

Gabarito: “Certo”.

CESPE - CODESVASF – Eng. Civil – 2021

Sobre controle de contratos e sua fiscalização, julgue a afirmativa a seguir:

A equipe de fiscalização deve garantir que, no local dos serviços e das obras, as instalações, os
funcionários e os equipamentos sejam mantidos em número, qualificação e especificação
adequados ao cumprimento do contrato.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: Atenção, quem garante que na obra os recursos estarão presentes não é o fiscal,
mas sim a empresa que gasta dinheiro mobilizando os insumos necessários à execução da obra.
Portanto, trata-se de uma responsabilidade da construtora, e não do fiscal! Não se esqueça de
pegadinhas assim.

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Gabarito: “Errado”.

CESPE - TCE-PA - Aud CE - Eng. Elétrica - 2016

Em caso de a administração pública firmar contrato de execução de obra pública, caberá a ela,
como contratante, e a seus prepostos realizar a atividade de fiscalização. Considerando esse
assunto, julgue o item que se segue, relativo à execução de obras e serviços de engenharia.

A fiscalização deverá observar se a execução dos serviços e obras atende às normas da ABNT e
do INMETRO.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: é de grande importância a verificação da adequação da obra aos parâmetros


técnicos como da ABNT e INMETRO para se evitar defeitos futuros, bem como para resguardar
o próprio fiscal no caso de apuração futura de vícios construtivos, uma vez que ele é
responsável por zelar pela fiel execução contratual.

Gabarito: “Certo”.

FEPESE - DEINFRA SC - Eng. Civil – 2019

Analise as afirmativas abaixo em relação à fiscalização de obras públicas:

1. Tem finalidade de verificar o cumprimento das disposições contratuais, técnicas e


administrativas em todos os seus aspectos.

2. Deve ocorrer desde o início dos serviços até o recebimento definitivo.

3. Os fiscais obrigatoriamente devem ser servidores do órgão da Administração.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

a) É correta apenas a afirmativa 1.

b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.

c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.

d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.

e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.

Comentários: vamos analisar cada alternativa:

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1. O fiscal deve zelar pela execução contratual, abordando não somente aspectos técnicos de
engenharia, mas também contratuais e administrativos. Certo.

2. A fiscalização se inicia com o início dos serviços, que ocorre geralmente com a ordem de
início, e termina com o recebimento definitivo da obra pelo órgão contratante. Certo.

3. A fiscalização não é limitada a servidores, podendo ser desempenhada por pessoas


contratadas mediante licitação. Errado.

Gabarito: “b”.

CESPE - CODESVASF – Eng. Civil – 2021

Sobre controle de contratos e sua fiscalização, julgue a afirmativa a seguir:

Por intermédio de laboratórios credenciados, a equipe de fiscalização deve realizar testes,


ensaios, exames e provas necessários ao controle de qualidade dos materiais e equipamentos
aplicados nos serviços e nas obras que sejam objeto do contrato.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: Quem realiza o controle de qualidade é a construtora, e não a fiscalização.


Cuidado com essas pegadinhas. Os relatórios dos ensaios são submetidos à fiscalização para
sua verificação, contudo trata-se de responsabilidade de execução da construtora, geralmente
chamada de contratada.

Gabarito: “Errado”

CESPE - TCE-RO - Auditor de Controle Externo Eng. Civil – Questão de fixação

Julgue o item, relativo à fiscalização, ao acompanhamento da aplicação de recursos, ao


controle de materiais e à execução de obras e serviços da construção civil.

À fiscalização da obra incumbe a responsabilidade de analisar e aprovar o plano de execução


dos serviços a ser apresentado pela contratada no início dos trabalhos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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Comentários: uma das tarefas iniciais do fiscal é a aprovação do plano de execução da obra,
detalhando as atividades a serem executadas, permitindo-lhe uma detalhada visão dos planos
da contratada, o que muitas vezes não está tão claro no cronograma geral da obra.

Gabarito: “Certo”.

CESPE - Perito Criminal Federal - Área 7 – Questão de fixação

No que se refere à fiscalização de obras, julgue o item a seguir.

O apoio prestado pela fiscalização na condução dos trabalhos da contratada não pode ser
utilizado como justificativa de falhas de execução de serviços.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: a responsabilidade do cumprimento contratual é da contratada (construtora) e


não da fiscalização. A função do fiscal é zelar pelo cumprimento contratual e sua fiscalização,
mas sem assumir a responsabilidade de execução do contrato, que é da construtora.

Gabarito: “Certo”.

CESPE – TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Questão de fixação

Com relação à documentação técnica, à sua análise e interpretação, julgue o próximo item.

Um auxílio da fiscalização, em relação à interpretação das especificações técnicas de


determinado serviço, não é justificativa plenamente aceita para que a contratada se exima da
responsabilidade da realização desse serviço, mesmo que seja comprovado o auxílio mediante
registro no diário de obras ou em ata de reunião.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: não há justificativa para um erro da contratada apenas com base no auxílio
prestado pelo fiscal, mesmo que haja formalização do auxílio no diário de obras. Quem assinou
o contrato assumindo a responsabilidade pela execução da obra foi a construtora, devendo ela
possuir todo o conhecimento e a experiência necessários para compreender a obra como um
todo e atuar respeitando todos os critérios técnicos e de qualidade combinados no contrato.
O fiscal está na obra para zelar pela sua fiel execução por parte da administração, anotando
qualquer desconformidade observada. Porém, não é o fiscal quem faz a obra.

Gabarito: “Certo”.

CESPE - TCE-PA - Aud CE - Eng. Elétrica - 2016

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Em caso de a administração pública firmar contrato de execução de obra pública, caberá a ela,
como contratante, e a seus prepostos realizar a atividade de fiscalização. Considerando esse
assunto, julgue o item que se segue, relativo à execução de obras e serviços de engenharia.

O cronograma de execução dos serviços não é submetido a verificação durante a fase de


fiscalização, pois sua análise é uma atribuição dos auditores do tribunal de contas
correspondente.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: é uma das funções do fiscal acompanhar o avanço do cronograma físico-


financeiro, verificando a ocorrência de atrasos e antecipações e registrando-as. O cronograma
é uma das grandes ferramentas de controle do avanço da obra, não podendo o fiscal prescindir
(não utilizar) delas.

Gabarito: “Errado”.

CESPE - TCE-PA - Aud CE - Eng. Elétrica - 2016

Em caso de a administração pública firmar contrato de execução de obra pública, caberá a ela,
como contratante, e a seus prepostos realizar a atividade de fiscalização. Considerando esse
assunto, julgue o item que se segue, relativo à execução de obras e serviços de engenharia.

A atividade de fiscalização inclui verificar se as instalações, os equipamentos e a equipe técnica,


previstos na proposta e no contrato de execução de serviços, estão sendo colocados à
disposição dos trabalhos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: a verificação das instalações, equipamentos e equipe técnica fornecem


informação sobre condições de segurança da obra, atrasos no cronograma e ainda condições
técnicas de se atender aos critérios de projeto e qualidade. Todas essas observações são
funções de um fiscal.

Gabarito: “Certo”.

CADERNO DE ENCARGOS

Se planejar uma obra já é difícil, complexo, imagine fiscalizar essa obra, descobrir onde a construtora
está trabalhando bem e onde não está cumprindo tudo que foi combinado no contrato. Pior ainda
é se a responsabilidade por qualquer atraso e defeito for também sua, que está fiscalizando a obra.

Por causa dessa complexidade e riscos envolvidos que necessitam de ser geridos ao longo do
contrato, a fiscalização é considerada uma atividade do ramo da auditoria, com uma série de

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métodos e critérios a se aplicar, envolvendo técnicas de coleta de amostras, uso de estatística para
análise de dados, cruzamento de dados, análise comparativa de evidências, etc.

A fiscalização de uma obra se inicia pela análise do contrato daquele empreendimento, bem como
dos documentos que embasaram todo o procedimento licitatório que levou à assinatura do
contrato. Há um documento que consolida as informações do edital, sendo muito utilizado em
fiscalizações, é o chamado:

• Caderno de encargos: parte do edital de licitação e do projeto básico, devendo não somente
definir o objeto da licitação e do contrato, como também estabelecer todos os critérios
técnicos (requisitos de normas, diretrizes técnicas) e diretrizes administrativas para sua
execução. Assim, são informações importantes em um caderno de encargos:
✓ Limites e localização do objeto contratado;
✓ Prazo e cronograma de execução, com todas as metas estabelecidas pelo contratante
(administração pública);
✓ Memorial descritivo: descrição detalhada do objeto projetado, na forma de texto, em
que são apresentadas informações necessárias ao pleno entendimento do projeto,
complementando as informações contidas nos desenhos15, tais como:
▪ Soluções técnicas adotadas;
▪ Justificativas para as soluções adotadas.
✓ Especificações técnicas: texto no qual se fixam todas as regras e condições que se deve
seguir para a execução da obra ou serviço de engenharia, caracterizando
individualmente:
▪ Materiais, equipamentos, elementos componentes, sistemas construtivos a
serem aplicados;
▪ Modo como serão executados cada um dos serviços apontados;
▪ Critérios para a medição dos serviços;
▪ Unidades de medida que embasarão os critérios para medição e
acompanhamento de cada serviço;
✓ Projetos e desenhos;
✓ Planilhas analíticas de orçamento;
✓ Regulamentação dos preços praticados;
✓ Definição da forma da administração pública medir os trabalhos executados, que
resulta em valores incorporados no documento chamado de medição;
✓ Informações e instruções complementares necessárias à execução dos serviços e
obras;
✓ Critérios de qualidade a serem obedecidos durante a execução da obra;
✓ Relação das melhores práticas a se aplicar durante a fase de projeto, construção e
manutenção do empreendimento.

15
Orientação Técnica IBRAOP OT IBR 001/2006

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✓ Diretrizes de execução do objeto (ex: da obra), com detalhamento do método de


execução para se evitar que o contratado utilize um outro método mais barato, mas
de pior qualidade.

Há uma outra definição um pouco mais ampla para caderno de encargos na NBR 12219 (Elaboração
de caderno de encargos para execução de edificações - Procedimento), que o considera esse
documento como o conjunto de discriminações técnicas, critérios, condições e procedimentos
estabelecidos pelo contratante para a contratação, execução, fiscalização e controle de serviços
e/ou obras". Lei mais uma vez essa definição:

“Caderno de encargos é o conjunto discriminações técnicas, critérios, condições e procedimentos


estabelecidos pelo contratante para a contratação, execução, fiscalização e controle de serviços
e/ou obras”

Trata-se de uma definição um pouco mais ampla do que a que vimos, apresentando também
critérios que devem reger não só a contratação da obra, mas também sua execução desde o estudo
preliminar até o projeto executivo (feito pela administração pública ou pela construtora), devendo
ser acompanhado pela fiscalização.

Observe agora a definição dada pelo TCU:

É um conjunto de informações complementares ao projeto, definindo como deve ser


procedida a execução. Normalmente é fornecido pelo contratante, no qual estão
consolidados as especificações técnicas, o memorial descritivo e os critérios de medição e
pagamento de cada um dos serviços previstos para a obra.16

Olhe agora o que diz o Livro de Recomendações Básicas para a Contratação e Fiscalização de Obras
de Edificações Públicas do TCU:

Parte integrante do projeto básico que tem por objetivo definir detalhadamente o objeto da
licitação e do correspondente contrato, bem como estabelecer requisitos, condições e
diretrizes técnicas e administrativas para sua execução. Em linhas gerais, o caderno de
encargos contém o detalhamento do método executivo de cada serviço, para vincular o

16
BRASIL. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Orientações para Elaboração de Planilhas
Orçamentárias de Obras Públicas. Brasília: TCU, 2014. 145 p.

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contratado. Cabe à fiscalização acompanhar a execução dos serviços conforme descrito no


caderno de encargos.17

Perceba que o caderno de encargos é praticamente um compêndio de todos os documentos que


descrevem a obra a ser licitada. Porém falta ainda harmonização desse conceito, pois algumas fontes
indicam que esse caderno inclui, por exemplo, os projetos e desenhos, enquanto outras consideram
ser uma complementação das informações que constam no projeto. Há inclusive obras em que o
caderno de encargos é um dos menores documentos do contrato. Saiba que, para fins de concurso,
o caderno de encargos é formado por todas as informações do edital que definem o objeto licitado
e a execução contratual deste objeto.

As questões muitas vezes vão tentar confundir a definição de caderno de encargos com a de outros
conceitos técnicos, sobretudo alguns da NBR 12219. Vejamos alguns conceitos básicos desta norma:

• Assistência técnica: Serviços técnicos variados, sendo citados na NBR 12219 4 grandes
grupos de atividades:
✓ Acompanhamento da execução da obra;
✓ Fabricação e montagem de equipamentos e elementos construtivos;
✓ Interpretação de levantamentos, de resultados de ensaios e de análise necessários à
verificação da conformidade da execução e fabricação com os projetos;
✓ Elaboração de pareceres, cálculos, perícias, vistorias, avaliações, orçamentos e
apropriações, e organização e racionalização do trabalho, da produção e da operação
de equipamento e instalações.
• Projeto: Definição qualitativa e quantitativa das características técnicas, econômicas e
financeiras de um serviço ou obra de engenharia e arquitetura. Perceba que projeto não
envolve apenas o aspecto técnico, avançando sobre suas características financeiras e
econômicas de valor. Um projeto, para descrever seu objeto, baseia-se em:
✓ dados, elementos, informações, estudos, discriminações técnicas, cálculos, desenhos,
normas, projeções e disposições especiais";
• Especificações: norma que fixar as características, condições ou requisitos de um objeto,
incluindo suas matérias-primas, produtos semifabricados, elementos de construção,
materiais ou produtos industriais semiacabados.
✓ Perceba que se trata de um conceito bem próximo do de Especificações técnicas que
vimos anteriormente.

17
BRASIL. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Recomendações Básicas para a Contratação e
Fiscalização de Obras de Edificações Públicas. 4. ed. Brasília: TCU, 2014. 100 p.

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Atenção, não precisa decorar esses conceitos, tente apenas diferenciá-los e entender sua essência,
mostrada pelas expressões grifadas.

CESPE - SLU DF – Ana. de Gestão de Resíduos Sólidos – Arquitetura – 2019

Julgue o item, referente a aspectos de projeto de detalhamento de edifício.

A única finalidade do caderno de encargos é fixar as formas de pagamento a serem adotados


pela fiscalização e orientar a licitação na modalidade de preços unitários.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: o erro está na questão utilizar a expressão única finalidade, pois caderno de
encargos ultrapassa a fixação das formas de pagamento e a orientação sobre o procedimento
licitatório, avançando sobre o detalhamento do objeto, em termos de dimensões (projetos),
prazos, custos, critérios de qualidade, materiais a serem empregados, diretrizes de execução
do objeto, etc.

Gabarito: “Errado”.

Algumas questões se baseiam na literalidade da NBR 12219. Vamos lá:

FCC - TCE-GO - Analista de Controle Externo - Eng. – 2014

Para a execução de determinadas obras de edificações exige-se o caderno de encargos que é o


conjunto de

a) especificações necessárias à verificação da conformidade da execução da obra com os


projetos, cálculos, orçamentos e organização e racionalização do trabalho, da produção e da
operação de equipamento e instalações.

b) documentos necessários que definem o acompanhamento da execução da obra; da


fabricação e montagem de elementos construtivos e de interpretação de levantamentos e
resultados de ensaios.

c) discriminações técnicas, critérios, condições e procedimentos estabelecidos pelo


contratante para a contratação, execução, fiscalização e controle de serviços e/ou obras.

d) definições qualitativa e quantitativa dos atributos técnicos, econômicos e financeiros de


uma obra, com base em dados, elementos, informações, estudos, discriminações técnicas,
cálculos, desenhos e normas.

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e) documentos destinados a fixar as características, condições ou requisitos exigíveis para


matérias-primas, produtos semifabricados elementos de construção, materiais ou produtos
industriais semiacabados.

Comentários: vamos analisar cada alternativa:

a) A verificação de conformidade de serviços executados faz parte da assistência técnica, não


do caderno de encargos. Errado.

b) Os documentos que versam sobre acompanhamento da execução da obra, fabricação e


montagem de elementos construtivos e formas de interpretação de ensaios e levantamentos
provêm da Assistência Técnica, não do caderno de encargos. Errado.

c) Essa é a definição exata que consta na NBR 12219 para caderno de encargos: “é o conjunto
das discriminações técnicas, critérios, condições e procedimentos estabelecidos pelo
contratante para a contratação, execução, fiscalização e controle de serviços e/ou obras.”
Certo.

d) O documento que contém todos atributos técnicos, econômicos e financeiros, com


definições qualitativas e quantitativas é o projeto, não o caderno de encargos. Errado.

e) A fixação das exigências para objetos, sejam eles matérias-primas ou produtos acabados, é
feita pela Especificação. Errado.

Gabarito: “c”.

CESPE - EBSERH – Eng. Civil - 2018

Com relação a documentos elaborados pela área técnica que fazem parte do processo
licitatório de obras e serviços de engenharia, julgue o item subsequente.

O caderno de encargos contém informações complementares para a execução dos serviços


contratados e também estabelece diretrizes, requisitos técnicos e administrativos para a
execução do objeto nele definido.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: o caderno de encargos descreve a obra, que é o objeto contratado, abordando


seus aspectos técnicos e fornecendo diretrizes a se respeitar na sua execução, sejam elas de
cunho técnico, administrativo ou de qualidade. Portanto, está correto.

Gabarito: “Certo”.

CESPE - CGE PI - Eng. – 2015 - Adaptado

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De acordo com as normas e legislações referentes à fiscalização de obras de edificações


públicas, julgue o item subsequente.

Compete à fiscalização aprovar os serviços executados, em obediência ao previsto no caderno


de encargos, principalmente os serviços presentes nas etapas de estudo preliminar, projeto
básico e projeto executivo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: a fiscalização deve aprovar os serviços observando os critérios previstos no


caderno de encargos da obra. Os serviços devem estar em acordo com o escopo previsto nos
projetos, considerando-se em prioridade o projeto executivo, podendo-se recorrer em caráter
complementar ao projeto básico e estudos preliminares da obra.

Gabarito: “Certo”.

CESPE – Polícia Federal - Eng. Civil – 2014

Com relação às especificações de materiais e de serviços empregados na construção civil,


julgue o item subsecutivo.

O caderno de encargos é parte integrante do edital de licitação e tem por finalidade definir o
objeto da licitação bem como estabelecer as diretrizes técnicas e administrativas para a sua
execução.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: o caderno de encargos é parte do edital de licitação e contém uma série de


definições sobre os critérios técnicos e administrativos a se implementar e respeitar ao longo
da execução daquele contrato.

Gabarito: “Certo”.

CESPE – TCE-RO - Auditor de Controle Externo – Eng. Civil – Questão de fixação

Acerca de especificação de materiais e serviços e do caderno de encargos para as obras da


construção civil, julgue o próximo item.

O caderno de encargos tem como objetivo estabelecer requisitos, condições e diretrizes


técnicas para a execução dos serviços.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: o caderno de encargos busca definir os critérios técnicos e administrativos para


o objeto do contrato, abordando ainda métodos de execução dos serviços. Portanto, a
afirmativa coincide com a definição deste documento.

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Gabarito: “Certo”.

CESPE – TCE-RO - Auditor de Controle Externo – Eng. Civil – Questão de fixação

Acerca de especificação de materiais e serviços e do caderno de encargos para as obras da


construção civil, julgue o próximo item.

O prazo e o cronograma da execução dos serviços são itens que podem estar ausentes do
caderno de encargos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: o caderno de encargos define o objeto do contrato, o que pressupõe um prazo


para a sua execução, bem como preço, forma de executar, limites, dimensões, critérios
técnicos e de qualidade a se obedecer. Todas essas definições devem obrigatoriamente constar
no caderno de encargos, por delimitarem a essência do objeto do contrato, ao contrário do
que diz a afirmativa da questão.

Gabarito: “Errado”.

O REGISTRO DAS OCORRÊNCIAS DE OBRA

O registro dos acontecimentos que impactam o andamento da obra é uma obrigação do fiscal,
conforme a própria lei 8.666/93:

§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências


relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à
regularização das faltas ou defeitos observados.18

Esses registros são feitos no livro de ocorrências (ou Diário de Obras), que são semelhante ao diário
em que uma pessoa relata tudo que fez ao longo do dia. Pode-se ainda haver o envio de
correspondência oficial à contratada no caso de registros de fatos de maior gravidade, ou que
demandem urgência em sua correção. No caso da obra, são registradas no livro de ocorrência todas
as informações relativas ao dia-a-dia, como:

• Quantidade de equipamentos mobilizados (prontos para uso);


✓ Essa informação serve de elemento de prova no caso de um futuro atraso de obra ou
da construtora apresentar dificuldades financeiras, pois permite a comprovação da
capacidade ou não de cumprimento do cronograma, que geralmente prevê os
equipamentos necessários em cada data.
• As condições meteorológicas;

18
Art. 67, §1º da Lei 8.666/1993

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✓ Evidência utilizada no caso de pleitos (pedidos) da construtora para pagamentos


extras pela administração pública, alegando que choveu mais do que a média
histórica.
• Mão de obra disponível por categoria (carpinteiros, armadores, engenheiros, laboratoristas,
apontadores, etc.);
✓ Também permite analisar atrasos no cronograma;
• Subcontratados, como empresas que executam fundação em estaca hélice-contínua.
• Irregularidades constatadas pelo fiscal
Aqui que entra a fiscalização cumprindo o dever de anotar “em registro próprio todas
as ocorrências relacionadas com a execução do contrato”.

O fiscal não deve anotar somente irregularidades no livro de ocorrências, mas também fatos que
afetem o andamento dos trabalhos, como uma greve, um acidente, uma enchente, etc. O motivo é
que todos esses fatos podem afetar não somente o custo da obra, como também o seu prazo de
execução, sendo necessária uma ampla gama de documentos que posteriormente justifiquem uma
eventual alteração contratual, seja uma alteração qualitativa, quantitativa ou uma extensão de
prazo de execução de obra.

Esse mesmo diário de obras ou livro de ocorrências é chamado pelo CONFEA de Livro de Ordem,
sendo regulamentado pela Resolução nº 1.094/2017, que revogou a anterior 1.024/2009, obrigando
a adoção do livro de ordem em obras e serviços de engenharia, servindo de memória escrita para as
atividades desempenhadas.

Embora seja uma memória escrita, a Resolução do CONFEA nº 1.094/2017 diz que esse Livro de
Ordem será preferencialmente eletrônico e estará vinculado à respectiva anotação de
responsabilidade técnica (ART), o que permite apuração de responsabilidades no caso de qualquer
inverdade que se constatar registrada nesse documento. Portanto, o engenheiro que fizer anotações
no Livro de Ordem responde pessoalmente por qualquer inverdade que lá se comprovar.

Ademais, a vinculação à ART possibilita a comprovação de que o funcionário atuou naquele


empreendimento de acordo com as tarefas descritas, sendo utilizado para obtenção de Certificado
de Acerto Técnico (CAT). Esse certificado é importante em licitações que exijam experiência
comprovada por meio do CAT em áreas de especialização e de domínio restrito.

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Aqui há um ponto importante, pois a antiga Resolução do Confea para o diário de obras e o Manual
da Secretaria de Estado da Administração e Patrimônio (SEAP) previa que o Diário de Obras deveria
se apresentar em sua versão física, devendo o fiscal exigir todos os dias esse diário com páginas
numeradas em 3 vias, com os registros do andamento dos serviços, incluindo visitas de pessoal e
quantidades de recursos (principalmente mão de obra e equipamentos). As 3 vias se justificam, pois
a primeira fica com o fiscal, a segunda fica com o Responsável Técnico da obra a terceira, com o
proprietário do empreendimento. Como a nova regulação do Confea é de 2017 e mesmo já
transcorridos vários anos, há risco de algumas questões cobrarem informações não totalmente
compatibilizadas com essa regulação de 2017. Assim, esteja preparado caso a banca venha com essa
referência antiga da SEAP.

Mesmo havendo ainda muitos diários de obras em modelo físico, estes poderão ser admitidos como
Livro de Ordem, desde que atendam aos requisitos da resolução do nº 1.094/2017 Confea, devendo
incluir as seguintes informações:

• Acidentes e danos materiais ocorridos no empreendimento;


• Interrupções na obra e seus motivos;
o Ex: greves, protestos da comunidade local, falhas da concessionária de energia ou
água, chuva.
• Estágio atual de desenvolvimento do empreendimento;
• Relatos de visitas dos responsáveis técnicos;
• Nomes de empresas e prestadores de serviço contratados ou subcontratados, indicando suas
atividades, datas de início e término, bem como números das ARTs

O objetivo do livro de ordem é permitir:

✓ Comprovação de autoria de trabalhos;


o O CAT entra aqui.
✓ Cumprimento das instruções técnicas e administrativas;
o Exigência de ART possibilita maior controle para que somente pessoas qualificadas
tenham participação nas atividades de engenharia na obra;
✓ Avaliação de eventuais falhas técnicas que ocorram na obra;
o Apuração de responsabilidades.
✓ Formação de bancos de dados estatísticos das obras.

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Deve o fiscal registrar


Todas ocorrências que impactem a execução contratual

Livro de ocorrências ou diário de obras


Preferencialmente Apuração de
Obtenção do CAT
Eletrônico responsabilidades

Aceita-se diário de obras físico, desde que


Acidentes e danos Interrupções na Nomes dos
Estágio atual da obra
materiais obra e seus motivos subcontratados

CESPE – STM - Ana. Judiciário - Eng. Civil - 2018

Um engenheiro de um órgão da administração pública federal, responsável pela fiscalização da


construção do novo edifício sede desse órgão, realizou uma visita de rotina para verificar o
andamento da obra (40% concluída.) Após visitar o canteiro e conversar com o mestre de obras,
o engenheiro constatou que:

• não havia livro de ordem no local; o mestre de obra informou que esse livro era eletrônico e
estava disponível na página da Internet da empresa;

• a anotação de responsabilidade técnica (ART) de execução da obra estava registrada apenas


no nome do proprietário da empresa, que esteve presente na obra apenas três vezes até o
momento da visita.

A respeito dessa situação hipotética e de aspectos legais e técnicos a ela relacionados, julgue
o item a seguir.

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O livro de ordem deve ser um livro físico preenchido diariamente.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: o livro de ordem deve ser, preferencialmente, um livro eletrônico. Se a


afirmativa dissesse que o livro de ordem pode ser um livro físico, estaria correta, mas o verbo
“deve” confere sentido de obrigatoriedade, contrariando a resolução do nº 1.094/2017 do
Confea.

Gabarito: “Errado”.

O próximo exercício é uma continuação do enunciado da questão anterior

CESPE – STM - Ana. Judiciário - Eng. Civil - 2018

A respeito dessa situação hipotética e de aspectos legais e técnicos a ela relacionados, julgue
o item a seguir.

Mesmo que o engenheiro em questão tivesse acesso aos diários de obras, estes não são
considerados livros de ordem.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: ao contrário do que diz a afirmativa, os diários de obras continuam sendo


admitidos como Livro de Ordem, desde que se incluam algumas informações particulares, que
são:

• Acidentes e danos materiais ocorridos no empreendimento;

• Interrupções na obra e seus motivos;

• Estágio atual de desenvolvimento do empreendimento;

• Relatos de visitas dos responsáveis técnicos;

• Nomes de empresas e prestadores de serviço contratados ou subcontratados, indicando


suas atividades, datas de início e término, bem como números das ARTs

Gabarito: “Errado”.

Essa questão a seguir pode estar ultrapassada, mas em uma preparação de alto nível você
deve esperar por tudo.

CESPE - CGE PI - Auditor - Eng. – 2015

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A respeito de fiscalização de obras, ensaios de recebimento de obras e controle de execução


de serviços, julgue o próximo item.

No diário de obras devem ser registradas todas as ocorrências relacionadas à execução da obra,
devendo todas as vias ficar com o fiscal do empreendimento até a entrega do as built.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: essa é uma questão referente ao manual da SEAP e também à antiga resolução
do Confea, que preveem a existência de 3 vias para o diário de obra, devendo ficar uma com o
fiscal, a outra com o responsável técnico da obra e a terceira, com o proprietário do
empreendimento, ao contrário do que diz a afirmativa.

Gabarito: “Errado”.

CESPE – IPHAN - Tec I - Área 3 – 2018

Na visita à obra de construção de um prédio público, o fiscal observou os problemas a seguir,


que foram notificados à contratada em documento oficial, com a solicitação de justificativas e
providências:

-a área dentro do canteiro de obras, ao lado da área de armazenamento e onde ocorria a


descarga dos vergalhões de aço, não se encontrava isolada;

-o local de execução da dobra e montagem das armaduras possuía lâmpadas de iluminação


sem proteção contra impactos;

-as pontas verticais dos vergalhões já posicionados para concretagem estavam desprotegidas.

Considerando a situação hipotética apresentada, julgue o item que se segue.

O diário de obras é o documento oficial para o registro das solicitações da fiscalização à


construtora.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: entre os vários documentos para registro de solicitações da fiscalização à


construtora, tem-se o diário de obras, que permite a formalização de todas as observações do
fiscal.

Gabarito: “Certo”.

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APLICAÇÃO DE PENALIDADES

O fiscal, embora seja responsável por apontar todos os descumprimentos do contrato pela empresa
contratada, não pode aplicar penalidades, como, por exemplo, multas. Afinal, nenhuma penalidade
pode ser imposta senão em virtude da lei. No caso de contratos com a Administração pública, há 4
punições previstas na lei 8.666/93, veja a seguir:

Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a
prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:

I - advertência;

✓ Punição de menor gravidade;

II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;

✓ Pode ser aplicada junto com a advertência (dizemos “pode ser aplicada
cumulativamente com a advertência”)

III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a


Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;

IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública


enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a
reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida
sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após
decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.

✓ Os itens III e IV correspondem a penalidades muito severas, necessitando de vários


elementos comprobatórios para sua aplicação.

Não vamos entrar aqui no detalhe das punições, porém perceba que a lei 8.666/93 exige defesa
prévia na aplicação das penalidades previstas. Portanto, a aplicação de sanções em licitações e
contratos regidos por esta Lei deve sempre se pautar pela abertura de um processo administrativo,
a ser conduzido com imparcialidade. É o processo administrativo que julgará se a conduta observada
da empresa é correta ou não, determinando a penalidade caso aplicável;

Portanto, não faz sentido no âmbito do fiscal a aplicação de penalidades, uma vez que essa decisão
cabe ao processo administrativo. Caso contrário, teríamos o fiscal aplicando as penas, com a
posterior abertura de processo administrativo, sendo uma decisão condenatória antecedente à
instauração do processo para a investigação dos fatos.

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A aplicação de penalidades é um poder-dever do Estado, não podendo se omitir, nem sendo uma
mera opção o seu exercício, ou seja, não é um mero poder discricionário. Veja o que diz a lei
8.666/1993:

§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante (fiscal)


deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas
convenientes.19

Portanto, não há desculpa para omissão do fiscal, podendo também ser penalizado por atrasos na
comunicação de irregularidades a seus superiores.

É necessária ainda, na imposição de uma penalidade, a motivação do ato, ou seja, deve a


administração pública explicar claramente todos os elementos presentes do caso e o critério
aplicado no momento em que se toma essa decisão. Afinal, caso se prove na justiça que houve abuso
do fiscal, o juiz poderá decretar a nulidade da imposição da penalidade pela administração.

A fiscalização de contratos deve possuir um caráter educativo, e não coercitivo. A simples e


contínua penalização do contratado poderá simplesmente levá-lo a não ter condições financeiros de
arcar com a execução contratual, rescindindo o contrato e gerando muitos custos para a
administração. Afinal, nem sempre o segundo colocado e os demais aceitarão assumir o contrato
rescindido pelo baixo preço do vencedor, ao mesmo tempo em que a abertura de uma nova licitação
é um procedimento caro e moroso para a administração.

Além disso, no caso de aplicação de multas, a administração pública tem muita dificuldade em cobrá-
las, gerando muitas vezes a prescrição destas. Por isso, deve-se evitar o caráter coercitivo ao
máximo, prezando-se pela conscientização e parceria na execução contratual.

CESPE - TCE-PA – Auditor de Controle Externo – Eng. Civil – 2016

Ao fiscalizar uma obra pública, o engenheiro exigiu do construtor, como condição de liberação
do boletim de medição, a apropriação dos serviços executados no período. Tendo o
responsável pela execução informado que a empresa havia executado apropriação apenas dos

19
Art. 67, § 2º da Lei 8.666/1993, com adição da palavra “fiscal”.

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serviços significativos, e não de todos, o fiscal notificou a empresa e encaminhou o problema


para o gestor do contrato, para que se iniciasse um processo de aplicação de penalidade.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.

À fiscalização técnica da obra não compete a aplicação de penalidades.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: o fiscal não pode aplicar penalidades, devendo registrar as infrações observadas
e comunicar seus superiores. O fiscal não é um juiz, mas sim um auditor.

Gabarito: “Certo”.

CESPE – SLU DF - Ana. de Gestão de Resíduos Sólidos – Arquitetura – 2019

Julgue o próximo item, relativos a acompanhamento e fiscalização de obras e serviços.

Na fiscalização de obras, prevalecem as sanções e a coerção — recursos empregados diante


dos ordenamentos legais que normatizam a questão.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: a fiscalização deve se pautar pelo caráter pedagógico, por garantir de forma mais
eficiente o cumprimento do contrato do que a mera aplicação de sanções, que levariam à
rescisão contratual, atrasando a resolução da demanda que justificou aquela contratação e
mais custos para a administração e a sociedade.

Gabarito: “Errado”.

MEDIÇÃO

O documento chamado medição contém a quantidade dos serviços executados para possibilitar o
pagamento à empresa contratada, sendo geralmente feita uma medição a cada mês. A medição
abrange não somente a quantidade como a qualidade dos serviços feitos, devendo ser acompanhada
de memórias de cálculo e outras evidências da fiel execução dos serviços como relatórios
fotográficos. Todos os serviços que constam neste documento devem estar de acordo com o
orçamento que faz parte da obra contratada, não se podendo, por exemplo, medir mais serviço que
do que foi previsto no orçamento.

A medição é uma atestação muito útil em um procedimento contábil de reconhecimento de despesa


no setor público que recebe o nome de liquidação. Essa operação atesta (certifica) que um serviço
contratado foi executado e gerou direito à empresa de ser paga por esse trabalho, com base em
documentos que comprovem essa efetiva execução do serviço.

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É somente após a liquidação que a administração pública pode fazer o pagamento pelo serviço
executado. A realização da liquidação é uma exigência da Lei 4.320/1964:

Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular
liquidação.20

Para se garantir a liquidação de uma despesa, deve-se apresentar uma série de documentos que
comprovem a execução dos serviços, como:

✓ Medição (chamado boletim de medição);


✓ Memória de cálculo da medição;
o Ex: fotos, medições por meio de estações topográficas, níveis a laser, pesagens de
caminhões, laudos técnicos, croquis, cálculos, relatórios periódicos elaborados pela
contratada
✓ Certidões que atestem a qualidade:
o dos materiais aplicados;
o dos serviços executados.
✓ Memória de cálculo do reajuste sobre o valor pago, caso já se tenha mais de 1 ano passado
desde a data-base de reajuste.
o Não se preocupe, veremos isso em maiores detalhes mais à frente.

Um dos documentos que suportam a medição é o relatório periódico elaborado pela construtora,
que demonstra tudo que foi executado. Afinal, ela é quem tem maior interesse em justificar todos
os serviços feitos para se ter o maior valor possível nos serviços aprovados na medição. Nesse
relatório constam quantidades, valores, recursos empregados, datas de mobilização, fotografias,
laudos, etc.

Na verificação dos serviços a se medir, o fiscal deve aprovar somente os serviços executados, sem
antecipar nada, em rigoroso respeito ao que foi previsto no contrato, seus termos aditivos, no
caderno de encargos, estudo preliminar, projeto básico e executivo. Saiba que antecipações de
pagamento são vedadas (proibidas) e que a obra executada no campo não pode ter modificações
(qualitativas ou quantitativas) que não tenham sido autorizadas formalmente pelo Poder Público
antes da execução. Essas autorizações de modificação de serviço ou objeto são feitas nos termos
aditivos.

20
Art. 62, Lei 4.320/1964

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Saiba que além do “relatório periódico elaborado pela construtora” para justificar cada serviço
executado, a medição também é composta pelos “laudos de medição”, que são documentos
(também chamados “boletins”) elaborados pelo fiscal em que se descreve o valor a ser pago naquele
período para cada serviço ou etapa e eventuais reajustes pela inflação. Esses laudos é que são
acompanhados pela memória da medição, constituída por documentos como o relatório periódico
elaborado pela construtora.

Medição Termo aditivo


Fsical aprova somente serviços executados É um documento que altera o contrato

São proibidas antecipações de pagamentos Serviços executados que estiverem


•Ex: o serviço será exectuado no próximo mês, mas o fiscal diferentes do que foi previsto no contrato
já aceitou o medição com este serviço, a fim de ajduar a •Só podem ser medidos se
construtora e manter uma boa relação com ela.
•Houver termo aditivo permitindo esess novos serviços

Veja que a simples aprovação da medição não confere por si o direito de pagamento ao contratado
(construtora). Liquidar uma despesa é muito mais do que simplesmente emitir uma fatura, conforme
diz a lei 4.320/1964:

Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular
liquidação.

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Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor
tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.

§ 1° Essa verificação tem por fim apurar:

I - a origem e o objeto do que se deve pagar;

II - a importância exata a pagar;

III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:

I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;

II - a nota de empenho;

III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.21

Você não precisa entender cada palavra dessa lei, pois trata-se de área estudada pela contabilidade
pública, não sendo cobrada em questões específicas de engenharia civil. Veja apenas que a
liquidação de despesa é um procedimento amplo de aferição do direito ao pagamento que uma
empresa teria por ter prestado um serviço à Administração Pública.

21
Art. 62 e 63 da Lei 4.320/1964

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Liquidação da
despesa

Termos
Medição Contrato
aditivos

Figura 4: documentos a se verificar para a liquidação de despesas

Além dessas verificações, a empresa ou construtora poder receber o valor dos serviços executados
apenas no caso de se encontrar em regularidade fiscal e todas as condições de habilitação e
qualificação exigidas para a licitação ao longo da vigência do contrato, como previsto na lei 8.666/93:

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:

(...)

XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em


compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e
qualificação exigidas na licitação.”

Outra verificação que ainda deve constar antes de se fazer o pagamento à empresa é se há existência
de multa que ultrapasse o valor da garantia prestada pela construtora. Olhe o que diz a lei 8.666/93:

“§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta,
responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos
eventualmente devidos pela Administração ou cobrada judicialmente.”22

22
Art. 87, § 1º da Lei 8.666/93

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Regularidade fiscal

Contratado deve durante todo o


manter contrato:
Condições de
habilitação e
Antes do pagamento qualificação
da medição
Perda da garantia

Se multa > garantia


Diferença
descontada dos
pagamentos devidos
pela administração

CESPE - CGE PI – Auditor – Eng. – 2015

A respeito de fiscalização de obras, ensaios de recebimento de obras e controle de execução


de serviços, julgue o próximo item.

O pagamento dos serviços executados, entre os quais se incluem aqueles realizados no regime
de empreitada por preço unitário, só pode ser feito após a emissão de laudos de medição
realizados pela fiscalização do objeto do contrato.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: a medição atesta a execução do serviço, sendo um dos documentos essenciais à


fase de liquidação da despesa. É somente após essa fase que a administração pode pagar pelo
trabalho executado. Assim, é também somente após a realização do laudo de medição que se
pode pagar pelo objeto do contrato que foi executado. Nesse documento constam
quantidades, valores, recursos empregados, datas de mobilização, fotografias, laudos, etc.

Gabarito: “Certo”.

CESPE – TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Questão de fixação

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À luz da legislação vigente e da boa técnica relativas à auditoria de obras civis, julgue o próximo
item.

Após o fiscal de obra atestar que os serviços foram realizados, não há impedimentos a serem
verificados para que a contratada receba o que foi medido.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: há uma série de verificações adicionais a se fazer antes de se avançar com o


pagamento à contratada, pois o serviço executado deve estar de acordo com a documentação
suporte da medição, contrato e termos aditivos, bem como a empresa deve manter sua
regularidade fiscal, condições de habilitação e qualificação, além de não ter sido penalizada em
valor superior à garantia prestada.

Gabarito: “Errado”.

CESPE – Ana. do Ministério Público da União - Perícia - Eng. Sanitária – Questão de fixação

O manual de obras públicas da Secretaria de Estado e Administração do Patrimônio (SEAP)


estabelece diretrizes gerais para a execução de serviços de fiscalização, especificação e
controle de materiais, orçamento, medição e recebimento. Com relação aos aspectos
relacionados a obras mencionados no referido manual, julgue o item subsequente.

A medição dos serviços é realizada por meio de relatórios periódicos elaborados pela
contratada, em que são registrados os elementos afetos à discriminação e determinação das
quantidades dos serviços efetivamente executados.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: um dos documentos suporte da medição é o relatório de execução de serviços


feito pela construtora, que demonstra os quantitativos executados de cada atividade.

Gabarito: “Certo”.

As planilhas de medição

A medição apresentará sempre os valores medidos de forma cumulativa, ou seja, abrangendo todos
os trabalhos desde o início da obra ou serviço. A planilha de medição conterá, assim, uma coluna
com as quantidades acumuladas já realizadas de cada serviço e outra coluna com as quantidades
executadas nequele período específico da medição. A elaboração da medição dessa forma permite
que um eventual erro cometido no passado possa ser facilmente percebido e corrigido na medição
seguinte, evitando-se o acúmulo de erros ao longo do tempo.

Os serviços são dispostos na medição de acordo com uma estrutura analítica de projeto (EAP) que
facilite o entendimento das tarefas representadas, mostrando de forma clara, por exemplo, a qual

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local da obra se refere cada serviço, com o seu valor medido. Todos os trabalhos que constam nessa
EAP deverão estar em rigoroso acordo com as planilhas de orçamento da obra ou serviço que
compõem o contrato (o orçamento é um anexo do contrato), bem como os critérios de medição
para cada serviço e a forma e prazo de pagamento.

Dividimos geralmente a medição em 2 partes:

• Folhas de medição: contém cálculos detalhados, com memória suporte. Deve respeitar ao
seguinte requisito:
✓ Trabalhos que já tiveram algum pagamento anteriormente mas que não foram objeto
de pagamento na medição atual devem constar apenas com seus valores globais;
• Resumo: sintetiza as quantidades globais de cada serviço, que provêm das folhas de
medição.

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Trabalhos que não são


medidos
•Mostrados somente valores
globais

Folha de Medição
medição Resumo

Quantidades
Cálculos detalhados globais de
•Com memória cada serviço

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As questões vão tentar te confundir com alguns conceitos de contabilidade, pois a operação de
liquidação vem da Contabilidade Pública. A banca vai dizer que a medição gera o empenho de uma
despesa, o que é errado, pois o empenho é o ato que criar a despesa, vindo antes da medição, já
que a medição atesta a execução daquela despesa contratada (Figura 5).

Empenho Liquidação Pagamento

• Cria despesa: • Atesta execução do • Entrega do


• Governo reserva serviço que dinheiro ao
dinheiro para um corresponde à contratado
dado serviço ou empresa criada
consumo

Figura 5: fases da despesa pública

Outro conceito de contabilidade é o de apropriação de despesa, que consiste simplesmente no


registro de que uma despesa foi gerada. Há ainda conceitos como creditar uma despesa, que possui
vários sentidos no meio técnico. Basicamente, creditar significa dar direito a um terceiro mediante
o cumprimento de uma obrigação.

CESPE – CODEVASF – Eng. Civil - 2021

A respeito de fiscalização e controle, julgue o item que se segue.

Uma das principais atividades da fiscalização está relacionada à realização das medições dos
quantitativos dos serviços executados, logo, para reduzir os riscos de futuros problemas, é
recomendável que as planilhas de medição demonstrem os serviços executados no mês e os
serviços acumulados desde o início da obra

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: Trata-se de uma boa prática, sendo inclusive parte do roteiro de auditoria do
TCU e de exigência de vários órgãos contratantes, a verificação dos serviços medidos no

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respectiva data de referência da medição e a comparação da quantidade e valor desse serviços


com os valores constantes na coluna de acumulados, a fim se verificar a presença de algum
erro de medições passadas.

Gabarito: “Certo”.

Medindo administração local

Um problema comum em obras era a forma de controle de execução do serviço de Adminsitração


local, que corresponde aos gastos com equipe administrativa e de apoio da obra. Esse serviço era
medido considerando-se um valor constante por mês, gerando a expectativa de aumento do
faturamento de administração local pelo simples fato de prorrogação da obra.

Como extensões de prazos de obra são muito comuns e há obras com valores que atingem
montantes significativos, as empresas estavam sendo pagas independentemente de gastarem
proporcionalmente ao valor recebido. Afinal, muitas vezes a prorrogação de obra não inclui a
mobilização da mesma força de trabalho e quantidade de equipamentos planejada para a obra, mas
sim serviços de menor porte, ou menos intensivos em recursos, como acabamento. O efeito era que
o serviço de administração local assumia contornos de direito a receber já garantido à construtora,
independente quanto de fato ela gastasse com administração local. Bastava o transcurso do tempo
para o seu recebimento no valor cheio do orçamento.

Diante disso, o TCU tomou uma decisão importante no famoso Acórdão 2.622/2013 do Plenário,
orientando os órgãos e entidades da Administração Pública Federal a:

9.3.2.2. estabelecer, nos editais de licitação, critério objetivo de medição para a


administração local, estipulando pagamentos proporcionais à execução financeira da obra,
abstendo-se de utilizar critério de pagamento para esse item como um valor mensal fixo,
evitando-se, assim, desembolsos indevidos de administração local em virtude de atrasos ou
de prorrogações injustificadas do prazo de execução contratual, com fundamento no art. 37,
inciso XXI, da Constituição Federal e nos arts. 55, inciso III, e 92, da Lei n. 8.666/1993.

CESPE – TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Questão de fixação

A respeito de fiscalização e controle, julgue o item que se segue.

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As folhas de medição devem apresentar a memória de cálculo, com todos os esclarecimentos,


detalhes e parâmetros considerados. Nessas folhas, os serviços que já foram objeto de
pagamento em medições anteriores e que não sofreram alteração devem aparecer apenas com
os seus valores globais.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: em geral as medições dividem-se em 2 partes: folhas de medição, com descritivo


de todos os cálculos e premissas adotadas; resumo, com os valores globais de cada serviço. No
caso de serviços que não forem objeto de pagamento na medição atual, estes devem se
apresentar somente com valor global acumulado já medido.

Gabarito: “Certo”.

CESPE – TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Questão de fixação

Com relação à documentação técnica, à sua análise e interpretação, julgue o próximo item.

A medição poderá seguir um critério diferente do estipulado no contrato, desde que isso seja
aprovado pela fiscalização no diário de obras e que não gere aumento de custos do
empreendimento.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: a medição deve apenas seguir os critérios estipulados no contrato, não podendo
inovar criando novos acordos, nem mediante notação no diário de obras. Todos os acordos
feitos na obra devem estar no contrato ou nos seus termos aditivos.

Gabarito: “Errado”.

CESPE – TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Questão de fixação

Com relação à documentação técnica, à sua análise e interpretação, julgue o próximo item.

O boletim de medição poderá conter serviços com quantidades superiores ao previsto no


orçamento; entretanto, para que isso possa ocorrer, deverá haver uma compensação com
outros serviços que não serão executados, mas cujo valor seja correspondente ao do acréscimo
medido.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: somente podem ser aprovados pela fiscalização os serviços executados nas
quantidades e valores acordados no contrato ou termo aditivo, não sendo permitido
compensar eventual acréscimo com uma supressão em outro item. Esse tipo de combinação

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informal é chamada de contrato verbal, sendo proibido pelo art. 60, parágrafo único da lei
8.666/9323, salvo algumas exceções de rara aplicação em medições de obra.

Gabarito: “Errado”.

CESPE - MPOG – Eng. - Área 1 – 2015

A tabela mostra parte já executada de um cronograma físico-financeiro hipotético de uma obra


pública, previsto em contrato, cujos valores são medidos mensalmente, e no qual o pagamento
da administração local é feito proporcionalmente aos serviços executados. Com relação às
informações dessa tabela, julgue o item que se segue de acordo com boas práticas de controle
físico-financeiro.

A forma de pagamento da administração local é inadequada, pois onera indevidamente o


contratado no início da obra.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: a tabela do enunciado não nos informa sobre o que a questão nos solicita. O
enunciado afirma que a medição do item administração local é feita proporcionalmente aos
serviços executados e a afirmativa a se julgar diz que essa prática é inadequada, por onerar
indevidamente a construtora. A jurisprudência do TCU diz que os pagamentos para
administração local devem ser proporcionais à execução financeira da obra. Como a execução
financeira da obra reflete a quantidade de atividades feitas no período de medição, concluímos
que a forma de pagamento do enunciado relacionada aos serviços executados está correta.
Como a afirmativa diz que essa prática é inadequada, a afirmativa está errada.

23
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de
pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco
por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de
adiantamento.

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Gabarito: “Errado”.

CESPE - TCU – Auditor Federal de Controle Externo – Questão de fixação

A respeito de fiscalização e controle, julgue o item que se segue.

As medições têm caráter cumulativo, ou seja, devem abranger todos os serviços executados
desde o início dos trabalhos, objeto do contrato em causa.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: as medições devem apresentar os valores pagos para os serviços de forma


acumulada, somando-os desde o início da obra, para que se saiba se já foi exaurido o valor para
aquele item da estrutura analítica de projeto (EAP) de medição ou não, bem como se
identifique outros erros que se pode incorrer na aprovação de medições.

Gabarito: “Certo”.

CESPE - TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – Eng. Civil – 2016

O valor do contrato de construção de determinado edifício público fora fixado em dez milhões
de reais. Na última medição, o engenheiro responsável pela fiscalização da obra constatou que,
embora algumas atividades estivessem atrasadas, a construtora já havia executado cinco
milhões de reais em serviços, valor que estava em conformidade com o previsto para ser
executado até aquele momento.

Com base nessa situação hipotética, julgue o seguinte item de acordo com a legislação vigente.

Como o valor da medição coincidiu com a previsão contratual, a constatação de atraso na obra
foi equivocada.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: o fato do valor serviço medido coincidir com o valor planejado (VP) (conceito da
aula de planejamento) não garante que a obra esteja no prazo planejado. A constatação do
atraso ou não da obra é feita com base na análise do caminho crítico, que considera a inter-
relação entre todas as tarefas previstas. No caso dessa questão, pode ter havido atraso de
algumas atividades e antecipação de outras que resultaram na compensação de valores,
gerando a aparente ideia de não se ter tido atrasos.

Vamos agora à interpretação do enunciado, em que se disse bem no início que o engenheiro
havia constatado uma atraso na obra. O que podemos dizer sobre essa constatação do
engenheiro? Nada, pois sabemos simplesmente que, em termos de medição, a obra estaria em
dia, com o valor planejado igual ao valor medido, que é também o valor agregado. Porém, não

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temos certeza de que houve antecipação de alguns serviços compensando outros que tiveram
atrasos.

Dessa forma, não podemos afirmar que a constatação do engenheiro está equivocada, já que
não se mencionou antecipação ou atrasos de serviços, exceto o atraso constatado pelo
engenheiro. Como é essa constatação do engenheiro que foi sujeita ao julgamento da
afirmativa da questão, não há evidência no enunciado que permita analisar a veracidade da
conclusão do engenheiro.

Gabarito: “Errado”.

CESPE – STM - Ana. Judiciário – Eng. Civil – 2018

Considerando que, em uma obra contratada pela administração pública, o cronograma de


execução esteja atrasado, julgue o item subsequente, relativo ao pagamento de custos de
administração local.

A administração local deve ser paga proporcionalmente à execução financeira da obra, de


acordo com a medição.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: o TCU decidiu no Acórdão 2.622/2013 do Plenário que a administração local não
pode ser paga por valor mensal fixo, mas sim com base em pagamento proporcional à execução
financeira da obra no período de medição.

Gabarito: “Certo”.

Apropriação versus Medição

A verificação e aprovação da medição é uma responsabilidade da fiscalização da obra, que deverá


conferir e, no caso de aprovação dos serviços medidos, encaminhar a medição juntamente à fatura
para o gestor do contrato. Este analisará todos os documentos e os enviará ao setor financeiro do
órgão, autorizando o pagamento à empresa.

Por outro lado, a apropriação dos serviços é a verificação dos trabalhos executados para aferição
das quantidades reais despendidas de todos insumos relacionados (mão de obra, equipamentos e
materiais). Os dados da apropriação são comparados com os quantitativos do orçamento e
planejamento originais, para se verificar a adequação das composições unitárias de serviços, o
cumprimento das produtividades consideradas, o controle de custos da obra, de desperdícios e
eventuais ajustes no cronograma para as tarefas apropriadas.

Portanto, perceba que a apropriação é um procedimento interno à empresa, enquanto a atestação


e aprovação são feitas pelo fiscal, no procedimento da medição, sendo um procedimento externo
à empresa, em que se verifica a execução dos serviços, multiplicando-se as quantidades realizadas

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pelo valor previsto no orçamento contratado para aqueles serviços correspondentes. Cabe ao fiscal
definir a forma de se verificar a execução dos serviços, sempre acordo com o previsto no contrato e
edital, devendo-se ater à verificação da:

• Prestação efetiva dos serviços, na quantidade liquidada;


• Qualidade do serviço prestado;
• Adequação das características técnicas do material ou serviço às especificações técnicas
vigentes no contrato.

Em geral, quanto maior o valor e mais complexo é o objeto ou a obra, maior grau de detalhamento
e transparência serão demandados do fiscal na verificação dos serviços. Frente a qualquer problema
de descumprimento contratual, o fiscal terá sua responsabilidade apurada.

Um serviço de grande importância em medições é a execução de cortes ou escavações. Sabemos


que a medição deve ser acompanhada de documentação suporte para justificar todas as
quantidades e valores. Mas como seria o procedimento de justificativa no caso de um corte? Antes
de se executar um corte, é necessário o conhecimento do terreno, gerando curvas de nível das
chamadas seções primitivas do terreno. O volume de corte ou escavação de uma rodovia é
quantificado medindo-se pequenos volumes de corte com as áreas da seção transversal do volume
retirado conhecidas, comparando-se as seções transversais finais com as seções primitivas. Essas
áreas transversais são multiplicadas pelas distâncias que as separam. Esse método de quantificação
é chamado de Método da média das áreas, que calcula o volume escavado pela média das áreas
dos extremos:

Á𝑟𝑒𝑎 1 + Á𝑟𝑒𝑎 2
Á𝑟𝑒𝑎 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 =
2

Essa fórmula é aplicada quando as geratrizes (linhas que unem as áreas extremas do volume pela
sua superfície externa) do corte são paralelas entre si. Observe na figura a seguir as geratrizes em
vermelho paralelas de um volume padrão de corte.

Figura 6: geratrizes em paralelo de um volume de corte

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Portanto, a aplicação dessa fórmula é uma aproximação, uma vez que no campo os volumes
escavados vão ter uma multiplicidade de formas muito grande. O segredo está em se trabalhar com
volumes bem pequenos, de forma que a aproximação pela área média reflita com boa aproximação
a foram real do corte.

Vamos agora considerar esse mesmo volume de corte padrão com as dimensões mostradas na
Figura 7.

Figura 7: volume de corte calculado pelo método das áreas

Nesse caso, o volume de corte (V) será:

Á𝑟𝑒𝑎 1+Á𝑟𝑒𝑎 2 𝑑
𝑉 = Á𝑟𝑒𝑎 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 . 𝑑 = . 𝑑 = (Á𝑟𝑒𝑎 1 + Á𝑟𝑒𝑎 2) .
2 2

FGV – IBGE - Ana. Eng. Civil - 2016

Quando se atesta expressamente o direito do credor ao pagamento, tendo por base a medição
da obra e dos serviços executados, a documentação fiscal apresentada, inclusive certidões e
memória de cálculo de eventual reajuste de preços, a despesa correspondente foi:

a) apropriada;

b) liquidada;

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c) empenhada;

d) creditada;

e) vencida.

Comentários: vamos analisar cada alternativa:

a) A medição e demais documentos que comprovam a execução de um serviço contêm muito


mais informação do que a apropriação da despesa. São detalhados gastos com insumos,
desperdícios, tempos de ciclos, etc. Errado.

b) Exato, a medição e documentos que comprovam que um serviço foi executado atestam que
uma despesa foi liquidada, resultando para a empresa no direito de receber o pagamento e,
para a administração, no dever de pagar pelo serviço executado. Correto.

c) A despesa empenhada é a despesa em sua origem, ao ser criada, momento anterior à


execução do serviço no campo. É quando o órgão contratante reserva o dinheiro para um gasto
futuro. Errado.

d) A medição não atribui crédito, mas apenas verifica a execução de um serviço no campo, com
base nos demais documentos comprobatórios de serviços executados. Errado.

e) Uma despesa vencida seria uma despesa que não teve o pagamento por parte do cliente no
prazo combinado originalmente. Errado.

Gabarito: “b”.

CESPE – TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Eng. Civil - 2016

Ao fiscalizar uma obra pública, o engenheiro exigiu do construtor, como condição de liberação
do boletim de medição, a apropriação dos serviços executados no período. Tendo o
responsável pela execução informado que a empresa havia executado apropriação apenas dos
serviços significativos, e não de todos, o fiscal notificou a empresa e encaminhou o problema
para o gestor do contrato, para que se iniciasse um processo de aplicação de penalidade.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.

Sendo a apropriação de serviços uma informação técnica, a ausência desta é motivo para a
retenção da liberação do boletim de medição para fins de pagamento.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: apropriação não se confunde com a medição. A primeira afere os índices reais
da empresa durante a execução dos serviços no campo, com base nos custos reais incorridos
e quantidades gastas, incluindo os desperdícios. Por outro lado, a medição corresponde à

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aferição pelo fiscal da obra dos serviços executados pela empresa, multiplicando as
quantidades executadas pelos valores acordados em contrato, independentemente dos custos
reais praticados.

Gabarito: “Errado”.

Você voltará a ver essa matéria de escavação em detalhes mais à frente, não se preocupe.

REGIMES DE EXECUÇÃO DE OBRA


Uma das formas do Governo realizar uma obra ou executar um serviço é por meio da chamada
execução direta, cuja efetivação utiliza somente recursos públicos, não necessitando de licitação
para sua implementação, nem de terceiros para sua execução. É dito que a administração realiza as
atividades por seus próprios meios.

A execução de uma obra ou serviço de engenharia pode também ocorrer sob regime de execução
indireta, cuja responsabilidade é de um terceiro, feita sob o regime de empreitada.

Você com certeza já ouviu falar dessa palavra, empreitada, mas você sabe exatamente qual a
definição do termo?

Trata-se da contratação que o indivíduo faz de uma empresa que será responsável pela execução
especificamente de obra ou serviço de engenharia, mediante uma remuneração previamente
acordada, sendo a execução dessa obra feita sem relação de subordinação por conta e risco da
contratada, chamada de empreiteira. Esse contrato de empreitada também existe no setor público,
sendo o proprietário da obra o Estado, que atua por meio de suas várias esferas e órgãos.

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Figura 8: uma obra pode ser executada de forma direta pelo Poder Público ou de forma direta, sendo que
esta última ocorre pela contratação de um terceiro por meio de um contrato de empreitada

Você pode achar estranho que a relação entre a construtora e a administração pública seja sem
subordinação, mas isso é verdade. O fato dos maiores poderes que se observa nessa relação estarem
concentrados no lado da administração pública justifica-se no contrato administrativo permitir
alguns privilégios ao governo nesses tipos de serviços e obras. Esses privilégios são chamados de
cláusulas exorbitantes, como, por exemplo, a possibilidade de rescisão contratual. Da mesma forma,
o fato da administração pública ser a contratante lhe impõe o dever de fazer a gestão contratual.
Contudo, esses poderes da administração Pública não se confundem com uma relação de
subordinação do contratado, pois a construtora não é uma empregada do Estado.

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A fiscalização do contrato pelo órgão contratante e a aplicação de sanções (chamado neste caso pela
doutrina de Poder Disciplinar) é o exercício de uma cláusula exorbitante, prevista na lei 8.666/93.
Você sabe quais são esses poderes especiais da administração previstos nessa lei? Vejamos:

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à
Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público,


respeitados os direitos do contratado;

✓ A administração pode modificar as características da obra ou serviço de acordo


com seus interesses, que teoricamente representam o interesse público. Lógico
que há um limite a esse poder, como veremos mais adiante.

II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;

✓ Os casos de rescisão são descritos no art. 79;


✓ Saiba apenas que é uma prerrogativa (“um poder especial”) da administração a
capacidade de rescindir o contrato.

III - fiscalizar-lhes a execução;

✓ Veja que a fiscalização do contrato que estudamos é uma prerrogativa da


administração pública.

IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;

V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e
serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração
administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do
contrato administrativo.

✓ É a ocupação de bens privados no caso de necessidade de prestação de serviços


essenciais à comunidade, sob risco de não se atender ao interesse público.

Originalmente na doutrina há 2 tipos de empreitadas, chamados de regimes de execução indireta


de obra:

• Por preço global: o pagamento é para a execução da obra como um todo;


✓ Nessa contratação, a construtora vencedora da licitação aceita a obrigação de executar
a obra pelo preço total apresentado na proposta da construtora.

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✓ Definição dada pela lei 8.666/93: “quando se contrata a execução da obra ou do


serviço por preço certo e total”24.
▪ A palavra “certo” no texto da lei indica que não serão aceitos pedidos (termos
aditivos) para alteração de quantidades por divergência entre as informações
apresentadas no edital, pois o contratado obriga-se a executar o objeto como
um todo.
▪ Por isso, deve a administração elaborar com muitos detalhes o projeto básico e
a construtora analisar com bastante cautela a proposta de preços que
apresentará na licitação. A fim de se prover a maior quantidade possível de
informações aos licitantes (participantes da licitação), diz a lei 8.666/93 que a
Administração pública em contratações por preço global deverá disponibilizar
todas informações que tiver disponíveis sobre o objeto contratado:
“Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, quando for
adotada a modalidade de execução de empreitada por preço global, a
Administração deverá fornecer obrigatoriamente, junto com o edital,
todos os elementos e informações necessários para que os licitantes
possam elaborar suas propostas de preços com total e completo
conhecimento do objeto da licitação.”
• Por preço unitário: o pagamento ocorre para cada unidade de serviço executado.
✓ Nesse regime, o valor total do objeto é fruto de uma estimativa, não havendo muita
certeza sobre todo o escopo. Assim, a precificação é feita com base no custo de cada
unidade de serviço.
✓ Uma definição equivalente utilizada pela Doutrina para essa empreitada é que a
remuneração é definida pela quantidade executada em cada item de serviço ou
etapa de trabalho.
✓ Definição dada pela lei 8.666/93: “quando se contrata a execução da obra ou do
serviço por preço certo de unidades determinadas”25. Observe que nesse caso não
existe preço global certo, mas apenas preços unitários certos, como diz Reis (2018).
Trata-se de modalidade adequada a serviços de engenharia que tenham certa
imprecisão que impossibilite a fixação de um preço global para o contrato, como é o
caso de serviços de reforma.

Por mais que tenhamos visto uma série de nuances de cada um desses 2 regimes, a diferença entre
eles deve estar apenas na forma da precificação, uma vez que o contratado assume a obrigação de

24
Art. 6º, VIII, a) da Lei 8.6666/93

25
Art 6º, VIII, b) da Lei 8.666/93

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executar a obra em sua integralidade nos 2 regimes de contratação. O julgamento também é todo
feito com base no valor total da obra, que é a soma de todos os custos unitários ponderados pelas
quantidades de serviço. Portanto, perceba que, mesmo a empreitada por preço unitário, baseando-
se na precificação de 1 unidade de serviço, dando ideia de fracionamento do objeto, terá o seu
julgamento feito com base no preço de toda a obra ou de todo o serviço contratado.

Tanto no regime de preço unitário quanto de preço global, deve-se exigir que o particular apresente
a planilha demonstrativa de preços unitários. Porém, como a lei descreve pouco esses regimes, o
aprofundamento da compreensão deles se dá com base na doutrina e no avanço da jurisprudência.

Na prática, utilizamos o regime de preço global quando os quantitativos dos serviços são definidos
com precisão, com base em um projeto básico bem detalhado. Afinal de contas, a construtora
conseguirá obter as quantidades bem exatas da obra a se executar utilizando o projeto básico,
resultando na apresentação de uma proposta para a licitação que vai refletir com alto grau de
certeza a futura obra a se executar.

Em contraponto, nas situações em que há risco intrínseco de variação nas quantidades pela própria
natureza do serviço, como é o caso de obras de terraplanagem de rodovias e barragens, deve-se
optar pelo regime de execução por preço unitário, em que a construtora assume o compromisso
com o custo unitário, resultando em uma ligeira menor rigidez na quantidade, embora, como vimos,
há ainda o compromisso com a execução de toda a obra.

Caso você não entenda por que alguns serviços possuem maior grau de incerteza, olhe o que diz o
TCU sobre esses serviços:

.. existem situações em que, pelas características do empreendimento, se faz mais


vantajosa a utilização do regime de empreitada por preço unitário, no que propõe, após
abalizada exposição, notificação à Infraero sobre tal inadequação.

De fato, existem certos tipos de obras e sistemas construtivos que, por suas características,
não possibilitam uma quantificação absolutamente acurada dos exatos volumes a executar.
Há uma imprecisão nata nesses afazeres. São os casos, por exemplo, da execução de grandes
volumes de terraplenagem. Quando se compacta um material, o volume in natura é reduzido;
e cada solo, em razão de suas características geotécnicas, possui um comportamento
diferenciado para essa retração. Tal medida pode ser traduzida por um índice, chamado "fator
de contração" ou "fator de homogeneização". Quanto maior esse índice, mais escavações

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devem ser feitas para viabilizar a construção dos respectivos aterros. O valor da obra,
portanto, é altamente impactado em decorrência dessa particularidade.

Em uma jazida de solos é comum existirem vários extratos de material com "fatores de
contração" distintos. Quer dizer que, não obstante a realização prévia de ensaios
geotécnicos, é inviável oferecer uma acurácia absoluta no projeto. Até porque existe,
também, um fator perdas nas operações de transporte (dos cortes para os aterros). Essas
perdas, claro, também são relevantemente imprecisas. Sem contar a existência de uma capa
orgânica nos cortes (de espessura irregular) imprestável para servir de suporte nos aterros.
Quanto maior essa capa, mais escavações serão necessárias. Outra camada superficial no
leito dos aterros (mais uma vez de medida indeterminada, a priori) também deve ser retirada,
o que ocasionará mais ou menos volumes de material aterrado para atender as cotas de
projeto.26

Mas por que a empreitada por preço unitário é mais adequada no caso de se contratar serviços
com maior grau de incerteza? Como esse tipo de empreitada afeta o preço final da obra?

A resposta é dada pelo próprio TCU, que primeiro imagina uma licitação em que serviços com
quantidades incertas fossem contratados através de empreitada por preço global:

Caso utilizada uma empreitada por preço global nesses tipos de objetos, as medições serão
realizadas por etapas; não por quantitativos medidos. Resultado: os construtores irão alocar
uma parcela muito alta de risco para adimplir, com segurança, o objeto licitado. Na verdade,
essa segurança não existirá, porque o imponderável é muito alto. A melhor proposta para a
administração mais se voltará para a aleatoriedade que propriamente a uma boa oferta
licitatória.

Por esse motivo, nesses empreendimentos eivados de imprecisão congênita, é preferível a


utilização de empreitadas por preço unitário, pelas características próprias do sistema de
medição. Nisso, concordo inteiramente com as conclusões tomadas pela unidade instrutiva.27

A lei 13.303/2016, posterior ao avanço da jurisprudência, comprova a aplicação dos 2 regimes para
empresas públicas:

26
Acórdão 1.978/2013 – Plenário do TCU

27
Acórdão 1.978/2013 – Plenário do TCU

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Art. 43. Os contratos destinados à execução de obras e serviços de engenharia admitirão os


seguintes regimes:

I - empreitada por preço unitário, nos casos em que os objetos, por sua natureza, possuam
imprecisão inerente de quantitativos em seus itens orçamentários;

II - empreitada por preço global, quando for possível definir previamente no projeto básico,
com boa margem de precisão, as quantidades dos serviços a serem posteriormente
executados na fase contratual;

De tudo isso, guarde que:

A definição dos regimes de execução de obras e serviços de engenharia deve ocorrer de


acordo com o objeto a ser contratado.28

Porém, saiba que, em ambos os regimes, o projeto básico possui o mesmo conceito,
devendo descrever o objeto de forma suficiente, permitindo sua adequada avaliação de
custos e definição do método e prazo de execução. Portanto, não é porque o regime é de
empreitada por preço unitário que se admite um projeto básico pior, sem descrever o
objeto licitado suficientemente para a sua precificação.

O que aconteceria, então, se uma obra de terraplanagem de uma rodovia ou barragem, com alto
risco intrínseco de variação nas quantidades de movimentação de terra ou alto risco geológico, fosse
licitada com base em regime de preço global? As construtoras apresentariam propostas muito altas

28
Acórdão 1.978/2013 – Plenário do TCU

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(caras), pois as quantidades do projeto básico dificilmente refletiriam a variabilidade intrínseca que
há nas movimentações de terra quando a construtora fosse no campo trabalhar.

A quantidade real de terraplanagem nessa rodovia ou barragem poderia ser menor ou maior do que
a contratada, representando um risco de quantidade significativo. A simples mudança para o regime
de preço unitário nesse caso resultaria em propostas mais baratas apresentadas pelas construtoras,
podendo gerar economia significativa para o poder público.

Na empreitada por preço global, a remuneração da contratada é sempre depois de se ter execução
completa de etapas previamente estipuladas no cronograma físico-financeiro ou mediante outro
referencial definido no edital e contrato. Assim, as medições de campo das quantidades realizadas
têm precisão limitada à definição do percentual executado do projeto para cada etapa acordada no
edital ou contrato. Como por exemplo, concluída a fundação, paga-se o valor de 100% da fundação,
concluída a estrutura, paga-se e valor desta etapa, e assim por diante.

Essa maior flexibilidade no controle torna a fiscalização da empreitada por preço global mais fácil,
não se necessitando do levantamento completo de todas as quantidades executadas. Por outro
lado, caso o contrato fosse no regime de empreitada por preço unitário, executada a fundação no
período da primeira medição, teria que ir o fiscal ao campo medir todo o aço montado, toda a forma
executada e o concreto lançado, além da quantidade de juntas aplicadas e demais itens que seriam
necessários. Imagine o trabalho que é fiscalizar uma obra a preço unitário!

Um relatório do TCU que compõe o acórdão 1977/2013 do Plenário resumiu algumas vantagens que
serão aqui apresentadas para comparação desses 2 regimes de execução indireta. Você não tem que
decorar essas tabelas, mas tentar entende-las. Você verá nos exercícios que faremos juntos a
aplicação desse conhecimento, o que o ajudará a entender em maior profundidade essas tabelas.
Observe as constatações da unidade técnica do TCU:

Tabela 1: principais características da empreitada por preço unitário

VANTAGENS DESVANTAGENS INDICADA PARA:


• Pagamento apenas pelos • Exige rigor nas medições dos • Contratação de serviços de
serviços efetivamente serviços; gerenciamento e supervisão de
executados; • Maior custo da Administração obras;
• Apresenta menor risco para para acompanhamento da obra; • Obras executadas "abaixo da
o construtor, na medida em • Favorece o jogo de planilha; terra" ou que apresentam
que ele não assume risco -Veremos esse conceito mais incertezas intrínsecas nas
quanto aos quantitativos de adiante estimativas de quantitativos, a
serviços (riscos geológicos do • Necessidade frequente de aditivos, exemplo de:
construtor são minimizados); para inclusão de novos serviços ou - Execução de fundações, serviços de
e alteração dos quantitativos dos terraplanagem, desmontes de
• A obra pode ser licitada com serviços contratuais; rocha, etc.;
um projeto com grau de • O preço final do contrato é incerto,
detalhamento inferior ao pois é baseado em estimativa de

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exigido para uma empreitada quantitativos que podem variar - Implantação, pavimentação,
por preço global ou integral. durante a execução da obra; duplicação e restauração de
• Exige que as partes renegociem rodovias;
preços unitários quando ocorrem - Canais, barragens, adutoras,
alterações relevantes dos perímetros de irrigação, obras de
quantitativos contratados; e saneamento;
• Não incentiva o cumprimento de - Infraestrutura urbana;
prazos, pois o contratado recebe - Obras portuárias, dragagem e
por tudo o que fez, mesmo derrocamento;
atrasado. - Reforma de edificações;
- Poço artesiano.

Tabela 2: principais características da empreitada por preço global

VANTAGENS DESVANTAGENS INDICADA PARA:


• Simplicidade nas medições • Como o construtor assume os • Contratação de estudos e
(medições por etapa riscos associados aos quantitativos projetos;
concluída); de serviços, o valor global da • Elaboração de pareceres e
• Menor custo para a proposta tende a ser superior se laudos técnicos;
Administração Pública na comparado com o regime de • Obras e serviços executados
fiscalização da obra; preços unitários; "acima da terra" que
• Valor final do contrato é, em • Tendência de haver maior apresentam boa precisão na
princípio, fixo; percentual de riscos e imprevistos estimativa de quantitativos, a
• Restringe os pleitos do no BDI do construtor; e exemplo de:
construtor e a assinatura de • A licitação e contratação exige - Construção de edificações; e
aditivos; projeto básico com elevado grau
• Dificulta o jogo de planilha; e de detalhamento dos serviços (art. - Linhas de Transmissão.
• Incentiva o cumprimento de 47 da Lei 8.666/1993).
prazo, pois o contratado só
recebe quando conclui uma
etapa.

Mesmo a empreitada global prevendo que os erros de quantidades sejam arcados pela construtora,
há um limite para isso, que é a razoabilidade. Não faz sentido, por exemplo, que a construtora refaça
todo o projeto básico procurando erros no momento de apresentar sua proposta em uma licitação.

Caso isso ocorresse, casa licitante teria que gastar rios de dinheiro refazendo o projeto básico, uma
vez que todos os riscos de quantitativos é dela e que alguns erros são de difícil e cara detecção. O
resultado disso seria que as propostas apresentadas pelas licitantes seriam mais altas, porque
embutiriam altos custos de análise do projeto básico, que seria praticamente refeito por cada uma
delas, o que é antieconômico, desperdiça riqueza, já que um projetista já foi pago pela
Administração Pública para elaborar bem aquele projeto básico.

Caso se trate de um erro relevante, mas de detecção que não seja tão difícil e cara, mesmo assim
pode haver o “enriquecimento sem causa” da administração pública, o que também é proibido.

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Por causa disso, o TCU recomendou 29 à administração federal que, no caso de obras com
empreitada por preço global, adote um percentual para os itens que compõem o orçamento que
separe o que são erros de difícil e cara detecção (chamados de erros relevantes) de erros que
poderiam ser facilmente detectáveis pela construtora ao analisar minimamente o projeto básico de
uma licitação de empreitada por preço global. Esse percentual representa, pois, uma tolerância
quantitativa de erros que será arcada pela construtora e, quando ultrapassado o percentual, o
excedente será pago pela Administração Pública.

Portanto, não é todo erro de quantidades que deve ser suportado pela construtora em
uma empreitada por preço global, mas sim os erros de detecção viável na hora de se
estudar e elaborar uma proposta em uma licitação.

Veja o que diz o acórdão:

(...) à jurisdicionada, para que, doravante, inclua nos editais cláusula a estabelecer, de forma
objetiva, o que será objeto de aditamentos durante a execução da avença, bem como a definição do
que venha a ser "subestimativas ou superestimativas relevantes" , a que se refere o subitem 9.1.8
supra, como, por exemplo, o estabelecimento de percentuais de tolerância quantitativa admitida
em cada item do orçamento que torne descabida a celebração de aditivo, como, ainda, a necessidade
de que a imprecisão se refira a serviço materialmente relevante do empreendimento (avaliado de
acordo com a metodologia ABC), em prestígio ao princípio da segurança jurídica, como ainda do art.
6º, inciso VIII, alínea "a" c/c art. 47, art. 49 e art. 65, inciso II, alínea "d", todos da Lei 8.666/93;30

Figura 9: estabelecimento de percentual pela administração para separar erros de fácil constatação de
erros de difícil e cara detecção

29
Acórdão 1977/2013 –Plenário do TCU

30
Acórdão 1977/2013 –Plenário do TCU

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A lei 8.666/93 inovou ainda ao trazer uma terceira figura para a empreitada, chamada:

• Empreitada integral: similar à empreitada por preço global, mas com uma abordagem mais
ampla, pois a empreitada integral impõe ao contratado o dever de implantação de uma
unidade operacional, não apenas a construção de uma estrutura física. O contratado deve
entregar o objeto em sua integralidade, com a execução de serviço auxiliar, não bastando a
execução de uma obra física. O empreendimento é integralmente contratado, incluindo a sua
obra, instalações, licenças, alvarás, treinamento de equipe e demais ações necessárias a sua
entrada em operação.
o Quer um exemplo? No caso de uma hidrelétrica, pode-se desejar que não somente o
particular construa a usina, mas também que realize a usa operação, gerando energia.
O contrato não estará cumprido com a usina pronta, mas somente com ela pronta e
também operando de acordo com os indicadores definidos no edital e no contrato.
o Em geral, o projeto básico da empreitada integral é mais genérico, para permitir ao
contratado otimizações de projeto, com a identificação da tecnologia mais apropriada
em busca de sinergias que resultem em um menor preço para o Poder Público.
o É também conhecida no mercado pelo nome “turn key” (em tradução livre, chave na
mão).
o É geralmente utilizado quando o objeto contratado é complexo, ou necessita que sua
entrega ocorra com equipamentos específicos instalados e em funcionamento, tais
como laboratórios e hospitais.

A lei 13.303 definiu a aplicação desse regime na engenharia no caso de empreendimentos de alta
complexidade, que necessitem de operação imediata.

Art. 43. Os contratos destinados à execução de obras e serviços de engenharia admitirão os


seguintes regimes:

(...)

IV - empreitada integral, nos casos em que o contratante necessite receber o


empreendimento, normalmente de alta complexidade, em condição de operação imediata;

Para entender a aplicação prevista na lei 13.303, imagine uma Empresa pública que trate esgoto. Em
vez dela fazer o projeto básico detalhado de uma estação de tratamento de esgoto (ETE), ela pode
simplesmente fazer um projeto mais genérico, mas fixando as características em termos de

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contaminantes do esgoto na saída da ETE (chamamos de efluente), no ponto de lançamento no rio.


Dessa forma, caberia às construtoras projetarem para a licitação uma ETE que atendesse aos
padrões de lançamento desejados pela empresa pública e precificarem essa ETE. A solução mais
vantajosa seria a vencedora do certame.

Há ainda um regime de execução denominado:

• Tarefa: muito pouco utilizado, é apropriado quando se trata de prestação de serviço de mão
de obra para pequenos trabalhos, com preço global definido, podendo incluir ou não
fornecimento de materiais. Um exemplo de tarefa seria serviços de manutenção predial ou
de limpeza de um terreno.
✓ Como geralmente a tarefa é utilizada para trabalhos de pequeno valor, sua
contratação é feita por dispensa de licitação.

A lei 13.303/2016 formalizou a aplicação da tarefa para serviços técnicos comuns e de curta duração,
geralmente desempenhados por pequenas empresas ou profissionais autônomos:

Art. 43. Os contratos destinados à execução de obras e serviços de engenharia admitirão os


seguintes regimes:
(...)
III - contratação por tarefa, em contratações de profissionais autônomos ou de pequenas
empresas para realização de serviços técnicos comuns e de curta duração;

Agora que você entende esses conceitos, é bom que veja como eles aparecem na lei 8.666/93, pois
são utilizadas algumas palavras que não são tão claras. Vamos lá:

Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:

(...)

II - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios
meios;

VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob qualquer dos
seguintes regimes:

a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por
preço certo e total;

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b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por
preço certo de unidades determinadas;

d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou
sem fornecimento de materiais.

e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua integralidade,


compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira
responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada
em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de
segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para que
foi contratada;

Embora não seja Súmula, o Plenário do TCU proferiu o acórdão 534/2011, que depois gerou um
Informativo de Jurisprudência com a seguinte frase: “O regime de empreitada por preço global é
compatível com a realização de medições mensais, para o pagamento de serviços executados”. O
motivo é a interpretação que o TCU faz do art. 6º, inciso VIII, alínea ‘a’, da Lei nº 8.666/93, a qual
considera que os contratos por preço global devem ter a remuneração baseada na execução de
etapas pré-definidas no memorial descritivo ou cronograma da obra.

Considerando a interpretação do TCU, os pagamentos por preço global somente seriam autorizados
em medições quando se atingisse 100% de conclusão em uma etapa pré-definida no contrato (que
inclui seu cronograma e memorial descritivo), fato que não ocorre todo mês. Contudo, houve
contratos de preço global que estabeleciam medições mensais, independentemente de etapas.

Face a esses contratos a princípio irregulares, o TCU, então, decidiu nesse acórdão que o regime de
empreitada por preço global é compatível com a realização de medições mensais para o pagamento
de serviços executados, desde que haja cronograma físico-financeiro detalhado ou memorial
descritivo, em que são apresentadas as etapas da obra de forma prévia e objetiva, que serão
justamente as etapas a serem verificadas em cada medição mensal.

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Regimes de
execução

Direta Indireta

Adm. Púb. por


seus próprios 4 tipos:
meios

Empreitada por Empreitada por Empreitada


Tarefa
Preço global Preço unitário Integral

Pagamento é para Atividades com Entrega de


a execução da risco intrínseco unidade Serviços de mão
obra como um de operacional de obra para
todo pequenos
trabalhos
(pequeno valor)
variação nas Obra física +
Necessita de Operação inicial
projeto básico bem quantidades
detalhado
Ex: manutenção
predial
Pagamento Projeto básico
ocorre para cada pode ser menos
unidade de detalhado para
serviço permitir Profissionais
executado otimizações pela autônomos ou
construtora pequenas
empresas

CESPE - TRE RJ - Analista Judiciário - Eng. Civil – Questão de fixação

Julgue o item subsecutivo, referente à fiscalização de obras.

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Na empreitada por preços unitários, a remuneração é definida pela quantidade executada em


cada item de serviço ou etapa de trabalho.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: a empretiada por preços unitários precifica o custo de cada unidade de serviço,
que será multiplicado pela quantidade todal executada do item correspondente ou etapa de
trabalho. Isso resulta em um trabalho muito grande para o fiscal de obra, que tem que
acompanhar praticamente todas as quantidades de serviços executadas em obra e sujeitas a
medição.

Gabarito: “Certo”.

CESPE – Min. Plan. Des. e Gestão – Arquiteto – Cargo 7 - 2015

Com relação aos regimes de empreitada adotados em obras públicas, julgue o item seguinte.

Na empreitada por preço global, a remuneração da contratada é feita após a execução das
etapas definidas no cronograma físico-financeiro, de modo que as medições de campo das
quantidades realizadas devem ser precisas para que seja definida a exatidão do serviço
executado do projeto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: o erro desta afirmativa está apenas no último trecho: “as medições de campo das
quantidades realizadas devem ser precisas para que seja definida a exatidão do serviço
executado do projeto”. A empreitada por preço global se baseia em medições por etapas, por
exemplo, 100% da execução da fundação dá direito à construtora a receber pelo serviço,
enquanto 70% da execução não lhe dá direito a receber nada.

Por quê isso? Porque na empreitada por preço global, a medição ocorre somente após a
execução das etapas previstas no contrato de obra ou no cronograma físico-financeiro que
compõe este contrato. Assim, se no contrato disser que a construtora receberá por 50% da
fundação executada e depois por 100% dela, somente haverá 2 medições da fundação, que
ocorrerá nestes 2 momentos. Qual o resultado disso? A fiscalização será mais simples, pois
necessitará apenas de confirmar se metade, por exemplo, de todas as estacas previstas já foi
feita, conferindo direito à construtora de receber por este serviço.

Assim, não há necessidade de um acompanhamento minuncioso das quantidades duranta a


execução contratual de uma empreitada por preço global, visto que os pagamentos ocorrem
com base em etapas apenas. Portanto, está errado dizer que as medições de campo das
quantidades devem ser precisas, bem como está errado dizer que se deve buscar o
acompanhamento exato da execução dos serviços, já que este acompanhamento é geralmente
simplificado por etapas gerais de obra. Vimos esses conceitos quando abordamos as vantagens

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e desvantagens de cada regime de contratação resumidas no acórdão 1977/2013 do Plenário


do TCU.

Gabarito: “Errado”.

CESPE - TCE-RO - Auditor de Controle Externo - Eng. Civil/2019 – Adaptado para V ou F

Concluída a fase licitatória, com a seleção da melhor proposta para a administração, surge a
etapa de contratação, que começa com a assinatura do contrato e termina com o termo de
recebimento definitivo da obra. A respeito dessa etapa, julgue a afirmativa a seguir.

O regime de empreitada por preço unitário é compatível com a realização de medições mensais
para o pagamento de serviços executados, visto que o propósito da medição ultrapassa a
simples aferição de quantidades.

Comentário: por mais que seja correta que se diga que contratos de empreitada por preço
unitário são compatíveis com medições mensais, essa verificação não é a intenção da banca.
Ela quer testar se você conhece o informe jurisprudencial do TCU que julgou a possibilidade de
se ter medições mensais em contratos de obras por preço global. É o acórdão 534/2011 do
Plenário, em que se decidiu: “O regime de empreitada por preço global é compatível com a
realização de medições mensais, para o pagamento de serviços executados”. A afirmativa
trocou a expressão “preço global” por “preço unitário”, tornando errada a afirmativa.

Gabarito: “Errado”.

(CESPE - EBSERH – Eng. Civil – 2018)

Um prédio está sendo construído para suprir as necessidades de um órgão público. O projeto
executivo completo de arquitetura e engenharia foi desenvolvido por uma empresa projetista,
cujo contrato encerrou-se antes do início da construção, e a obra foi contratada por
empreitada por preço global. Depois de iniciada a obra, a construtora informou à contratante
a existência de erros de projeto, causadores de significativas mudanças de quantidades e de
troca de serviços.

Acerca dessa situação hipotética, julgue o próximo item de acordo com a legislação vigente.

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Por se tratar de empreitada por preço global, a construtora, ao aceitar todas as condições
contratuais na fase licitatória, somente terá direito a acréscimo de valores de serviços novos,
devendo o impacto financeiro da alteração de quantitativos ser absorvido pela contratada.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: a palavra “somente” indica que a construtora nunca terá direito ao ressarcimento
por alteração de quantitativos por erros de projeto, o que está errado, pois erros de difícil e
cara detecção não são de responsabilidade das licitantes. Caso fossem, para a verificação de
alguns erros seria necessário que se refizesse o projeto básico, o que aumentaria sobremaneira
as propostas das empresas.

Gabarito: “Errado”.

Você ainda não estudou RDC, nem contratação integrada. Porém, isso não impede a
resolução da questão a seguir.

CONSULPLAN – TRF 2ª Região - Ana. Judiciário – Eng. Elétrica - 2017

Na execução indireta de obras e serviços de engenharia, são admitidos os seguintes regimes:


empreitada por preço unitário, empreitada por preço global, contratação por tarefa,
empreitada integral ou contratação integrada. Dados extraídos e adaptados do roteiro de
auditoria de obras públicas do TCU, aprovado pela Portaria SEGECEX nº 38, de 08/11/2011,
demonstram resumidamente, vantagens de utilização do regime de empreitada por preço
global e de empreitada por preço unitário. Das alternativas a seguir, qual indica uma vantagem
de empreitada por preço global?

a) Riscos geológicos do construtor são minimizados.

b) Menor custo para a Administração Pública na fiscalização da obra.

c) Menor risco para o construtor, na medida em que ele não assume risco quanto aos
quantitativos de serviços.

d) A obra pode ser licitada com um projeto com grau de detalhamento inferior ao exigido para
uma empreitada por preço integral.

Comentário: vamos analisar cada alternativa:

a) Os riscos geológicos do construtor são reduzidos no caso da empreitada por preço unitário,
já que o construtor não assume quantitativo fixo de serviços, apenas o custo unitário de sua
execução, recebendo proporcionalmente à quantidade executada. Não se trata, pois, de
empreitada por preço global como requisita a questão, mas sim por preço unitário. Errado.

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b) A empreitada por preço global requer menor acompanhamento das quantidades unitárias
executadas, apenas em um nível suficiente para o cálculo do percentual executado do projeto,
que embasará a medição junto à fiscalização. Correto.

c) Na empreitada por preço unitário o construtor não assume risco de quantitativo, tendo
fixado apenas o custo unitário. Diferentemente, na empreitada por preço global o construtor
tem acesso prévio a projeto básico com alto grau de detalhamento, devendo a construtora
estar atenta a eventuais erros de projeto, a não ser que se trate de erro oculto que dificlmente
seria perceptível em um estudo de projetos. Diante disso, dizemos que na empreitada por
preço global o risco de quantidades está com a construtora, contrariando a afirmativa. Errado.

d) O maior risco de quantidides que o construtor assume na empreitada global se justifica por
haver um projeto básico mais confiável, com maior grau de detalhamento. Se não houvesse
um projeto básico bem detalhado, o construtor não aceitaria assumir esse risco. Assim, não se
pode neste tipo de empreitada se trabalhar com projeto básico genérico.

A alternativa compara o projeto básico do regime por preço global com a empreitada integral,
contudo, nesta última, é permitido um projeto básico com grau de detalhamento inferior, pois
a solução técnica do projeto e sua operação são concebidas pelo próprio contratado. Devido
ao foco em operação, na empreitada integral há uma priorização nos parâmetros de operação,
em detrimento do detalhamento do projeto, permitindo otimizações por parte da construtora.

Essa maior flexibilidade para otimização da empreitada integral resulta em um projeto básico
menos detalhado do que na empreitada por preço global, ao contrário do que diz a questão. O
certo seria: “A obra pode ser licitada com um projeto com grau de detalhamento superior ao
exigido para uma empreitada por preço integral”. Errado.

Gabarito: “b”.

REAJUSTE CONTRATUAL
A inflação é um fenômeno que ocorre independentemente da vontade da construtora ou do órgão
contratante. Logo, a solução utilizada em contratos públicos para que o custo do produto ou serviço
contratado reflita o custo real é justamente atualizar o valor do contrato a cada ano, acompanhando
as mudanças no poder de compra da moeda naquele ano.

Por causa disso, a lei 8.666/93 exige que, para os contratos que tiverem duração prevista superior
a 1 ano, o Edital da licitação e logicamente o próprio contrato estabeleçam uma cláusula de reajuste,
que é simplesmente um parágrafo que explicará como o valor do contrato será alterado com a
variação do valor da moeda, que é a inflação. Observe o que diz a lei:

Art. 2º É admitida estipulação de correção monetária ou de reajuste por índices de preços


gerais, setoriais ou que reflitam a variação dos custos de produção ou dos insumos utilizados
nos contratos de prazo de duração igual ou superior a um ano.

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§1º É nula de pleno direito qualquer estipulação de reajuste ou correção monetária de


periodicidade inferior a um ano.31

Como a economia é muito complexa, o estudo da inflação é feito por meio de índices que vão
retratar os custos dos produtos de cada setor. O índice de reajuste é escolhido no momento da
elaboração do edital, devendo refletir ao máximo possível a realidade de custos daquele setor
específico do objeto do contrato.

A inflação é conhecida de todos e já é esperada; logo não se necessita de assinatura de termo aditivo
para a alteração do valor do contrato a fim de cobrir os efeitos inflacionários. Assim, basta apenas
simples apostilamento, que é um mero registro formal de que se está cumprindo uma condição já
prevista no contrato, que não altera sua essência.

Figura 10: a inflação é um fenômeno conhecido de todos e, por isso, basta simples apostilamento para a
alteração do valor do contrato devido à variação do poder de compra da moeda

Essa consideração é tão importante em contrato, que a lei 8.666 prevê sua obrigatoriedade:

Art. 40. O edital...indicará, obrigatoriamente, o seguinte:

(...)

31
Art. 2º da Lei 10.192/2001

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XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida
a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da
proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de
cada parcela;

Percebemos da Lei 10.192/2001 no Art. 2º, §1º, que a periodicidade para a concessão de reajustes
é de, no mínimo, 1 ano. O marco para a contagem desse prazo de 1 ano está na lei 8.666,
estabelecendo que se pode proceder ao reajuste de um contrato a partir de 2 datas:

1. Apresentação da proposta pela empresa durante a licitação;


2. Orçamento a que se refere a proposta apresentada durante a licitação.
✓ Geralmente a data do orçamento a que a proposta se refere é a mesma data do
orçamento de referência, que é o orçamento do Poder Público. Esse orçamento serve
de base para a comparação dos valores dos orçamentos a serem apresentados pelas
construtoras, constatando o órgão licitante se a proposta está mais barata ou cara do
que o preço de referência, o qual reflete o preço de mercado.

Quem vai definir a qual data se aplicará o reajuste de uma obra? O edital decidirá qual das 2 datas
valerá para o contrato. Chamamos a essa data que irá reger o reajuste de data-base de reajuste.

O reajuste contratual é uma cláusula obrigatória não só no edital, mas também no contrato da obra:

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:

(...)

III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do


reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;

Uma importante forma de se auditar o valor reajustado em obras, bem como do cliente de uma obra
checar se o seu valor está correta é analisando a variação de seu custo apenas pela faixa A da curva
ABC. Como a faixa A contém os principais insumos de uma obra, variações no custo da faixa A serão
os principais responsáveis pela variação do custo total de uma obra.

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CESPE - TCE-PE - Auditor de Controle Externo - Auditoria de Obras públicas - 2017

Em um órgão da administração pública, foi criada uma equipe de auditoria para analisar a
condução do processo de construção de um edifício que constava do plano de obras idealizado
pelo órgão. Os trabalhos de auditoria focavam a elaboração do estudo de viabilidade técnica,
econômica e ambiental (EVTEA.), a confecção dos projetos — básico e executivo —, as
licitações e os contratos, e a concessão de termos aditivos, além dos requisitos técnicos das
planilhas de orçamento. Na análise da documentação, foram constatados os seguintes fatos.

I Na elaboração do EVTEA, para estimar o valor da construção do prédio em questão, havia sido
utilizado o custo unitário básico por metro quadrado (CUB/m2).

II Na planilha de orçamento, alguns serviços apresentavam custos unitários superiores aos


custos unitários de referência estabelecidos no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e
Índices da Construção Civil (SINAPI).

III O processo licitatório havia utilizado o regime de licitação classificado como empreitada por
preço unitário.

IV A ficha de composição de preço do serviço de fornecimento de grupo gerador de energia


apresentava um valor relativo a benefícios e despesas indiretas (BDI) inferior àqueles
referentes aos demais serviços.

V A obra havia sofrido um aditivo contratual no valor de R$ 500 mil após 6 meses da assinatura
do contrato.

VI No edital de licitação, o órgão havia estabelecido que, para efeito de reajustamento do


contrato, seria utilizada a data de apresentação da proposta de preço da empresa vencedora,
1.º/1/2016.

VII O contrato havia sido assinado em 1.º/4/2016; o valor total da obra, orçado em R$ 2
milhões; e o prazo definido para a execução da obra, de 24 meses.

VIII No projeto básico de licitação, não havia sido registrada anotação de responsabilidade
técnica (ART) do orçamentista.

Considerando a situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir de acordo com a


legislação e com as normas técnicas relativas a obras e serviços de engenharia.

A empresa vencedora do certame licitatório teve direito ao reajustamento do contrato a partir


do dia 1º/4/2017.

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( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: Há 2 frases importantes no enunciado que podem se referir ao reajustamento,


são elas:

1- VI No edital de licitação, o órgão havia estabelecido que, para efeito de reajustamento do


contrato, seria utilizada a data de apresentação da proposta de preço da empresa vencedora,
1º/1/2016.

2- VII O contrato havia sido assinado em 1.º/4/2016; o valor total da obra, orçado em R$ 2
milhões; e o prazo definido para a execução da obra, de 24 meses.

De fato, em contratos públicos com duração igual ou superior a 1 ano, o reajuste pode ser
aplicado a partir da data da proposta ou do orçamento, devendo ser definido pelo edital. Neste
caso, o edital é claro em dizer para se aplicar a data de apresentação da proposta, que é
1º/1/2016. Logo, a contagem de 1 ano se dará a partir de 1º/1/2016, resultando no direito a
pagamento à construtora a partir de 1º/1/2017, e não 1º/4/2017, como diz a afirmativa.

Gabarito: “Errado”.

CESPE - CGM João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno - Infraestrutura – 2018

Uma das tarefas do controle interno, no que diz respeito às obras públicas, é a avaliação da
correta aplicação dos recursos públicos. Para isso, são considerados objetos de análise, entre
outros, os editais, os contratos, os termos aditivos, os projetos de engenharia, as medições e
os diários de obra. A respeito da fiscalização de obras civis, julgue o item subsecutivo.

No valor dos contratos, o prazo estipulado para correção monetária ou reajuste por índices de
preços gerais, setoriais ou que reflitam a variação dos custos de produção ou dos insumos
utilizados é de, no máximo, um ano, sempre em relação à data de apresentação da proposta.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: o prazo para reajuste de contratos é de no mínimo 1 ano, e não no máximo 1 ano,
conforme art.2º, §1º da Lei 10.192/2001. A data de referência também não é sempre a da
apresentação da proposta, podendo também ser a do orçamento a que a proposta se referir.
A definição dete ponto referencial para a contagem da periodicidade de 1 ano estará no edital
da licitação.

Gabarito: “Errado”.

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É muito comum em obras utilizar a palavra “pleito”, que significa nesse caso específico um
pedido formal feito à administração para a garantia de algum reequilíbrio contratual, ou
seja, algum direito à empresa contratada. Falando mais especificamente de obras, trata-se
geralmente de um pedido da construtora para a administração pública pagar alguma
despesa, por se considerar não ser de obrigação da construtora arcar com aquele custo.

CESPE - TCM-BA - Aud Est – 2018

A empresa XXX, contratada para a construção de um edifício público apresentou um pleito para
receber reajuste relativo à parcela de medição de R$ 1.000.000,00, referente ao mês de
novembro/2017.

Considere os seguintes indicadores econômicos adotados no contrato: INCC janeiro/2017:


90,00; INCC março/2017: 100,00; INCC novembro/2017: 120,00.

Levando em consideração que o contrato administrativo tenha sido assinado em março/2017


e que a data-base de reajuste (referência do orçamento) tenha se dado em janeiro/2017, o
valor do reajuste devido à empresa será igual a

a) R$ 333.333,33.

b) R$ 200.000,00.

c) R$ 111.111,00.

d) R$ 100.000,00.

e) R$ 0,00.

Comentário: vamos checar as datas:

-Assinatura do contrato: março/2017 = 03/2017

-Data-base do reajuste (referência do orçamento): janeiro/2017 = 01/2017

-O enunciado diz que a empresa está cobrando reajuste na data de: novembro/2017 = 11/2017

Somente é permitido o pagamento de reajuste para contratos com periodicidade igual ou


superior a 1 ano. Vamos checar a periodicidade desse nosso caso, que é simplesmente o tempo

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transcorrido entre a data-base do reajuste e o mês de referência (mês atual, ou mês de


cobrança):

Periodicidade = data de referência – data-base do reajuste = 11/2017 – 01/2017 = 10 meses

10 meses < 12 meses

Não tem como a empresa solicitar pagamento por aditivo, uma vez que ainda não se passou 1
ano desde a data-base do reajuste. Portanto, o valor a se pagar é nulo.

Gabarito: “e”.

CESPE – MPE CE - Ana. Min. – Eng. Civil – 2020

A respeito da análise orçamentária de uma obra, julgue o item subsecutivo.

Por diversos motivos, pode haver variações nos preços de insumos necessários para uma obra,
o que pode ocasionar mudanças significativas no custo total do empreendimento. No caso de
aumento do preço de determinado insumo durante a realização da obra, a construtora pode
requerer um reajuste contratual para realinhar os preços. Nesse contexto, a curva ABC de
insumos permite que o cliente avalie se o valor do reajuste solicitado está de acordo com o
aumento no insumo em questão.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: a afirmativa está correta, pois a curva ABC é uma importante ferramente que
permite que o auditor ou cliente de uma obra foque nos insumos ou serviços que mais
impactam o custo da obra, que são aqueles da faixa A da curva ABC. Comparando-se os preços
desses insumos ao longo do tempo, consegue-se ter uma boa estimativa da variação do custo
da obra.

Gabarito: “Certo”.

REAJUSTE DE SERVIÇOS ANTECIPADOS E ATRASADOS

Há um regulamento federal (Decreto 1.054/1994) que define como deverá ser alterada a
remuneração para serviços executados em datas diferentes das datas previstas no cronograma
acordado.

No caso de atraso na execução de um serviço pela construtora, teremos 2 situações:

• Se os índices de reajuste aumentaram (ou seja, se a inflação aumentou) em relação ao valor


previsto originalmente:

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✓ Deverá ser pago o valor originalmente previsto para execução do serviço, sem
incorporar essa variação da inflação.
• Se os índices de reajuste diminuíram (ou seja, se a inflação reduziu), em relação ao valor
previsto originalmente:
✓ Deverá ser pago o valor da nova data de execução daquele serviço, não importando a
data de planejamento.

Se ocorrer antecipação de obra:

✓ Deverá ser pago o valor da nova data em que o serviço for executado.
o É muito lógico esse raciocínio, pois o valor de reajuste não é para ninguém lucrar
sobre ele, mas sim para recompor as perdas da moeda. Se a empresa, por sua
própria vontade, decide antecipar os serviços, não deve lucrar sobre o ganho
de inflação, recebendo o valor do reajuste futuro.

Se ocorrer prorrogação regular da obra:

✓ Deverá ser pago o valor das novas datas para os serviços replanejados.

Veja que no caso de atraso por culpa da construtora (“caso de atraso na execução de um serviço
pela construtora”), o índice de reajuste que pagará pelo serviço atrasado é sempre o pior para a
empresa. Assim, se a culpa é da empresa, ela perde razão, e quem ganha com a inflação é a
administração. Logo, se a inflação sobe, a administração paga o índice antigo, aquele da data
originalmente planejada. Já, se a inflação cai, a administração paga o valor da nova data, quando o
poder da moeda é menor. Esse último caso ocorre quando o índice de reajuste reflete alguns poucos
produtos que apresentam volatilidade, podendo ter grandes quedas e altas de preço no mercado,
como o petróleo.

Você tem que se preparar para todo tipo de pegadinha. Considere a afirmativa a seguir:

“É legalmente possível haver reajustamentos de contratos em obras com apenas seis meses de
execução.”

A princípio diríamos que está errada. Porém, a periodicidade exigida de 1 ano para o reajustamento
de contratos é contada a partir da data da apresentação das propostas ou do orçamento a que as

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propostas se referirem, de acordo com a Lei 10.192/2001 (Lei do Plano Real). Portanto, seria possível
uma situação em que seja assinado o contrato apenas 6 meses após à data base do orçamento a que
as propostas se refiram.

Em outras palavras, imagine uma licitação de uma obra com orçamento das propostas referente a 5
de janeiro, mas com contrato assinado apenas 5 meses depois, ou seja, em 5 de junho. Quando se
chegar a 5 de janeiro do próximo ano, o contratado (empreiteira) teria direito a reajuste contratual,
nos termos do que for estabelecido no edital, mesmo que o contrato tenha vigência inferior a 1 ano.

Calculamos o reajustamento R de uma medição pela seguinte fórmula:

𝑅 = 𝑀 . 𝐼𝑟

M: O valor aprovado na medição

Ir: Índice de reajustamento pactuado no edital e contrato.

Assim, caso se aprove uma medição de 100 mil reais e se tenha um índice de reajustamento
aprovado de 5%, além dos 100 mil reais, a construtora receberá 5 mil reais a título de reajustamento,
uma vez que a moeda nacional se desvalorizou no período.

CESPE - TRE-BR - Ana Judiciário – Eng. Civil - 2017

Considere que a tabela a seguir represente um cronograma físico-financeiro de uma obra


pública, cuja data base de reajuste contratual — percentual de 10 % — tenha sido definida para
o mês de maio. Considere, ainda, que os serviços devam ser medidos e pagos de acordo com a
sua execução.

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Nessa situação hipotética, caso a empresa contratada para executar a obra atrase,
injustificadamente, a atividade B, em um mês, e adiante a atividade C, em um mês, caberá à
fiscalização

a) vedar o pagamento de qualquer reajuste.

b) recomendar o pagamento de reajuste de R$ 100.000 relativo às atividades C e D.

c) solicitar o pagamento de reajuste de R$ 100.000 relativo às atividades B e D.

d) determinar o pagamento de reajuste de R$ 50.000 relativo à atividade D.

e) definir o reajuste de R$ 150.000 relativo às atividades B, C e D.

Comentário: Primeiro vamos entender quais serviços necessitam de reajuste e quais não fazem
jus a esta atualização. Basicamente, as alternativas vão falar da possibilidade de reajuste sobre
as atividades B, C e D. Vamos analisar cada uma:

B: atraso de 1 mês – Nova data: maio;

C: adiantamento de 1 mês: Nova data: abril;

D: Mantida a data: junho;

A questão diz que a data (chamada data-base) para reajustamento é maio. Vamos agora
analisar o reajuste para cada atividade:

-B: se ocorre atraso na atividade por culpa da empresa, o poder público vai aplicar o critério
que resulte em um menor valor a pagar. Como o índice de reajuste é positivo (10%), é muito
ruim para a administração pagar o valor reajustado, pois o que custava R$ 1,00, agora custa R$
1,10. Por isso, nesse caso, deve-se optar pelo pagamento de menor valor, ou seja, pagar pela
atividade B o valor previsto em abril, sem reajuste.

-C: a antecipação de C foi por escolha da empresa, sendo executada em abril, antes da
incidência do reajuste. Assim, deve-se pagar o valor correspondente à data de execução do
serviço com antecipação, que é o valor para abril, mês que não sofre aplicação do reajuste.

-D: a atividade D é realizada na data prevista, em junho, 1 mês após a incidência do reajuste.
Portanto, a data de execução é igual à data planejada, devendo-se pagar o valor neste mês,
junho, que incluirá o reajuste de 10%. Pelo cronograma, percebe-se que o valor a medir em
junho é R$ 500.000,00 e que somente há essa atividade D a se executar. Portanto, o valor
inteiro de R$ 500.000,00 incluirá um reajuste de 10%:

500.000,00 . 10% = R$ 50.000,00

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Assim, em junho serão pagos à empresa R$ 500.000,00 pela atividade D, mais R$ 50.000,00 de
reajuste, correspondente recomposição da perda de valor do dinheiro, totalizando R$
550.000,00.

Vamos analisar cada alternativa:

a) Não se pode vedar o pagamento do reajuste da atividade D, pois se trata de um direito da


construtora. Afinal de contas, não é permitido que a construtora lucre sobre o reajustamento,
nem ao Poder Público que economize nesse tipo de pagamento. Errado.

b) A atividade C não deve ser paga sem reajuste, pois foi antecipada para antes de maio, ou
seja, para antes da incidência de reajuste. Somente a referência ao pagamento da tarefa D com
reajuste está correta. Errado.

c) A tarefa B atrasou por culpa da empresa, não devendo a Administração Pública pagar
reajuste, sendo que ela havia acordado no contrato que a execução seria anterior a essa data.
Apenas a parte referente à atividade D com reajustamento está correta. Portanto, a afirmativa
está errada.

d) Como vimos, a execução da atividade D será medida no valor de R$ 500.000,00 previsto no


contrato, mais o valor de R$ 50.000,00 de reajuste. Logo, a alternativa está correta.

e) As tarefas B e C não devem ser pagas sem reajuste, pois, ou foram executadas antes da data
de aplicação do reajuste (C), ou atrasaram por culpa da própria construtora (B). A afirmativa
erra ao incluir o reajuste para (B) e (C) e acerta ao prever o reajuste na atividade (D). Errado.

Gabarito: “d”.

CESPE - PGE PE – Ana. Administrativo de Procuradoria – Eng. – 2019

Seis meses depois de emitida a ordem de serviço para a execução de uma obra pública, a
construtora pleiteou possível reajustamento no contrato. A fiscalização negou o requerimento
sob as seguintes alegações: pouco tempo de execução em andamento (seis meses); existência
de serviços atrasados em relação ao cronograma contratual; falta de notas fiscais e cotações
de preços que comprovem aumento nos preços de insumos.

Com referência a essa situação, julgue o item seguinte.

É legalmente possível haver reajustamentos de contratos em obras com apenas seis meses de
execução.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: a anualidade necessária a se respeitar para que se reajuste um contrato inicia sua
contagem na data de apresentação das propostas ou na data a que o orçamento se referir.

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Portanto, seria possível uma execução contratual com 6 meses seguida da concessão de
reajuste, desde que a apresentação das propostas tenha ocorrido 6 meses antes do início da
execução contratual.

Gabarito: “Certo”.

ADITIVOS CONTRATUAIS
Viemos mencionando várias vezes a expressão “aditivo contratual” ao longo de nossas aulas, pois
trata-se de um instrumento muito útil na gestão de obras, permitindo alterações de escopo que
busquem adequar o contrato aos interesses da sociedade (representada pela Administração Pública)
e da empresa contratada.

Basicamente após uma licitação, temos a homologação do procedimento licitatório e depois, a


assinatura do contrato. Com o contrato assinado, a administração emitirá então ordem de início,
atestando que não há obstáculos ao início da obra, marcando o começo da execução contratual.

Certame Homologação Assinatura do Ordem de Termos


Licitatório da licitação contrato serviço aditivos

•Verifica se houve •Vencedor da •Obra pode ser


algum vício ou licitação assina iniciada
infração legal contrato com
durante a licitação Poder Público

Figura 11: fases de uma licitação

Como obras duram muito tempo e são muitas vezes complexas, é comum a necessidade de se alterar
o que foi combinado originalmente no contrato para se adaptar à realidade dinâmica dos fatos que
acontecem após a assinatura do contrato. A partir do momento em que a empresa inicia os
trabalhos, muitas vezes são descobertos fatos novos no terreno, que até então eram desconhecidos.

Por isso, os contratos podem ser alterados (ou aditados) em alguns casos específicos em lei, sendo
essas alterações formalizadas por meio de um documento chamado termo aditivo. Esse termo
assinado passa a compor o contrato, regendo o relacionamento entre a construtora, o órgão
contratante e a fiscalização.

Mas quando se pode alterar o contrato? Há apenas 2 formas de se fazer um termo aditivo:

1. Por vontade da administração pública (dizemos “unilateralmente pela Administração”),


devendo se tratar de:
a. Alteração de projeto ou das especificações da obra, para melhor adequação técnica
aos objetivos da administração;
✓ Dizemos que esta alteração é qualitativa, pois altera-se o projeto, o objeto do
contrato;

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o Ex: caso se altere o tipo de concreto de uma estrutura, o seu fck, ou o método
de execução de uma tarefa, como a mudança de uma forma de compactação
de proctor normal para proctor intermediário, que envolve uma carga
diferente para a compactação, teremos uma alteração qualitativa, sendo
necessário assinatura de termo aditivo, mesmo que o custo se mantenha
igual.
b. Alteração do valor contratual devido a acréscimo ou diminuição quantitativa do objeto
(ex: obra);
✓ Dizemos que esta alteração é quantitativa, pois se mantém o objeto, apenas
alterando sua quantidade.
2. Por acordo entre a administração e a empresa contratada (dizemos “por acordo entre as
Partes), podendo ocorrer em 4 casos, que são quando:
a. Conveniente para as partes (administração pública e o contratado) a substituição da
garantia de execução. Ocorre em 2 casos práticos:
✓ O valor do contrato pode se alterar ao longo de sua execução, sendo que a garantia
é dada como percentual do valor do contrato. Nesse caso, deve-se alterar o valor
garantido, para se manter o mesmo percentual em relação ao novo valor total do
contrato.
✓ Ocorre insolvência do banco prestador da garantia, devendo a construtora
procurar outro agente garantidor.
b. Necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do
modo de fornecimento (do serviço ou produto contratado;
c. Necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias
supervenientes (circunstância nova, imprevisível), mantido o valor inicial atualizado.
Porém, são vedados:
✓ Antecipação de pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a
correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou
serviço;
✓ Ex: solo diferente do previsto nas sondagens, alterando a fundação, resultando em
projeto com quantidades de difícil estimativa.
d. Para restabelecer a relação que as partes combinaram, que se baseou em um
equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato que deve ser mantido até o final.
✓ Se acontecer um fator novo imprevisível que aumente o custo inicial da
construtora, por exemplo, um novo imposto não previsto originalmente mas que
foi aprovado na Câmara de Vereadores, o equilíbrio econômico-financeiro será
desrespeitado, pois haverá mais custo do que receita. Então, a empresa terá direito
a um aditivo contratual para aumentar o valor a receber do Estado, uma vez que
não era possível se prever na época da licitação aquele novo imposto, que
aumentou o custo.

Tente se familiarizar com a forma com que a lei aborda esses temas, conforme grifado:
“unilateralmente pela administração”, “por acordo entre as partes”, “circunstância superveniente”
etc. Muitas questões podem simplesmente trazer a expressão da forma que aparece na lei, devendo
você já estar um pouco familiarizado, evitando surpresas, OK?

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Em todos esses termos aditivos, a administração deve escrever claramente o motivo da alteração
(dizemos motivar o ato), pois trata-se de uma decisão que impacta diretamente a saúde financeira
do órgão contratante, bem como modifica o contrato originalmente pactuado.

Perceba que sempre que o contrato sofrer algum acréscimo de serviço, deverá ter seu valor
aumentado proporcionalmente. A administração não pode ficar barganhando para que a empresa
aceite executar uma obra maior, pressionando a construtora para executar de graça eventuais
acréscimos. A razão está na lei 8.666/93:

§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a


Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro
inicial. 32

Para evitar problemas como esses, um termo aditivo é aprovado não somente pelo fiscal da obra
(por meio de parecer técnico), mas também pelo gestor do contrato, que geralmente é a mesma
pessoa que assinou o contrato inicial ou que possui procuração com delegação por quem o assinou.
Trata-se de documento com tanta importância que sua aprovação deve ser também precedida de
parecer jurídico do órgão contratante.

32
Art. 65, §6 da Lei 8.666/93

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Qualitativa e
quantitativa

Unilateralmente
pela
administração

Alteração Subsituir
garantia de
de execução
contratos

Por acordo Modificar


Sempre
entre as Regime de
motivada
Partes: execução

Modificar
Reestabelecer forma de
o equilíbrio pagamento
econômico- por fato
financeiro
inicial do supervenient
contrato e

O EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO E OS LIMITES AOS TERMOS ADITIVOS

Quando um contrato é assinado, é acordado um equilíbrio econômico-financeiro, que é


simplesmente a relação entre as obrigações assumidas pelo contratado e o valor que será

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remunerado para o cumprimento daquelas obrigações (Figura 12), também demonstrado na


equação a seguir:

Equação 1: equilíbrio econômico-financeiro a ser mantido até o fim do contrato

Custos do Remuneração
orçamento combinada no
• Obrigações da contrato
construtora

Essa equação de equilíbrio econômico-financeiro deve ser mantida ao longo de toda a vigência do
contrato, denominando o que chamamos de princípio da Intangibilidade do equilíbrio econômico-
financeiro, que não pode ser alterado por bel prazer do governo. Assim, qualquer aumento no lado
esquerdo da equação anterior, ou seja, nos custos, deve ser acompanhado pelo mesmo aumento no
lado direito, na remuneração da construtora.

Obrigações da Remuneração da
construtora construtora

Execução da
Medição Final
obra

Compra de
materiais ...

Contratação de
Medição 1 até
funcionários

Figura 12: o equilíbrio econômico de um contrato é a equação que tem de um lado os obrigações da
construtora e de outro, os pagamentos que ela receberá pela cumprimento do contrato

Logo, caso se aumente os serviços de uma obra contratada, inserindo uma nova ponte, haverá
rompimento do equilíbrio econômico-financeiro inicial. Assim, deverá também haver o aumento
proporcional do valor a ser pago à construtora, para se manter a mesma relação entre obrigações e
remuneração, sempre respeitados os limites para termos aditivos em contratos.

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Você está percebendo que quem manda mais nessa relação é a administração pública? Está certo,
pois o Poder Público representa toda a sociedade, devendo se impor algumas vezes sobre o agente
privado, nos termos da lei. Contudo, o poder da Administração Pública para alterar unilateralmente
um contrato deve possuir limites. A lei 8.666/93 é bem clara nesse sentido:

O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou


supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento)
do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de
equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.

§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo


anterior, salvo:

I – (vetado);

II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. 33

Perceba que os limites de aumento do valor do contrato são sempre de 25% e 50% do valor original
do contrato, a depender de se tratar, respectivamente, de uma obra, ou de uma reforma. Por outro
lado, as supressões somente podem ultrapassar o limite de 25% em obras e em reformas se for por
meio de acordo do órgão contratante e da construtora. Dessa forma, há um teto fixo para o aumento
do valor de um contrato, que não pode ser alterado nem por mútuo acordo entre as partes,
diferentemente das supressões.

Veja que a lei admite um limite maior de alteração contratual para reformas, pois esses trabalhos
embutem um risco oculto, já que não se sabe de antemão a qualidade, quantidade e características
técnicas dos materiais que estão dentro das estruturas. Por isso, em reformas a probabilidade de se
encontrar materiais com defeitos que não estavam previstos é muito grande. Imagine então a
restauração de um prédio histórico, quanto surpresa a construtora e o órgão contratante não devem
ter durante os trabalhos!

Observe o que diz o TCU sobre reformas, dizendo que sempre haverá uma boa margem de
indeterminação, pois:

“Não há como prever o exato estado das tubulações no interior dos pisos e paredes, sem
antes demoli-las. Em restaurações de prédios históricos, igualmente tortuoso identificar, com
antecedência¸ a perfeita quantidade de pisos, portas, esquadrias e janelas a serem

33
Art. 65, inciso II, § 1º da Lei 8.666/93

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totalmente substituídos e quais serão recuperados. Obras urbanas, que intuam interferências
diversas, possuirão mesma peculiaridade. Alguns tipos de fundações, principalmente as
cravadas, também. Recuperações estruturais e manutenção rodoviária são outro exemplo.
Existe uma gama de outras situações.”34

Observe também que os limites de 25% e 50% são calculados com base no valor do contrato
atualizado, que é o valor incorporando os efeitos da inflação. Esse quesito é de grande importância,
senão os limites para aditivos iriam se reduzindo para obras de longa duração, pois temos o
fenômeno da redução do valor da moeda ao longo do tempo. Portanto, no caso de uma questão
mencionar a seguinte frase, você saberá que está correta:

“O valor do reajuste interfere no cálculo para o limite de 25% de aditivo.”

Esses percentuais que limitam os termos aditivos vão gerar uma série de dúvidas que a
jurisprudência dos tribunais irá esclarecer como se proceder em cada caso.

Há um problema clássico em obras chamado compensação de serviços, que ocorre, por exemplo,
quando se tem um acréscimo de R$ 1 milhão no valor da fundação e uma redução de R$ 900 mil na
estrutura em concreto armado da mesma obra, compensando-se um com o outro em termos de
valor, resultando em um valor final de contrato quase que inalterado. Neste caso, o contrato
aparentemente teria sido aumentado em apenas R$ 100.000,00 (R$ 1 milhão menos R$ 900 mil),
enquanto na essência a sua fundação foi bastante alterada e também a estrutura em concreto
armado. Sobre esse assunto, veja o que decidiu o TCU:

“Determinar ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes que, em futuras


contratações, para efeito de observância dos limites de alterações contratuais previstos no art. 65
da Lei nº 8.666/1993, passe a considerar as reduções ou supressões de quantitativos de forma
isolada, ou seja, o conjunto de reduções e o conjunto de acréscimos devem ser sempre calculados
sobre o valor original do contrato, aplicando-se a cada um desses conjuntos, individualmente e sem

34
Acórdão 1978/2013 – Plenário do TCU

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nenhum tipo de compensação entre eles, os limites de alteração estabelecidos no dispositivo


legal.”35

Portanto, um acréscimo ao valor contratual não pode se compensar com um decréscimo de


contrato. Assim, no nosso caso do aumento de R$ 1 milhão na fundação, caso o contrato original
tenha um valor de R$ 3,5 milhões, o aumento representaria:

1 𝑚𝑖𝑙ℎã𝑜
𝐴𝑐𝑟é𝑠𝑐𝑖𝑚𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 = = 0,29 = 29% > 25% 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎𝑐𝑟é𝑠𝑐𝑖𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑏𝑟𝑎𝑠
3,5 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠

Como 29% é superior a 25%, estaria sendo desrespeitado o limite de 25% permitido na lei 8.666/93
para acréscimos de valor contratual. Mesmo que se reduzisse no mesmo momento o valor da
estrutura em concreto armado em R$ 900 mil, haveria ainda a supressão de:

900 𝑚𝑖𝑙
𝑆𝑢𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 = = 25,71% > 25,00% 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑏𝑟𝑎𝑠
3,5 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠

Da mesma forma, haveria infração ao limite de 25% de reduções do escopo contratual da lei
8.666/93. Perceba, que haveria infração dupla, tanto no acréscimo como na supressão contratual.

O termo aditivo deve ser utilizado sempre que houver alguma alteração na obra ou serviço
contratado. Não pode, por exemplo, o fiscal simplesmente combinar com a construtora uma
alteração de projeto e assim a obra ser executada, sem nenhuma formalização. Acordos verbais (ou
seja, acordos orais, “de boca”) são proibidos, devendo todas alterações serem formalizadas por
escrito por meio de termo aditivo. Não basta ainda que o termo aditivo seja assinado, simplesmente
dizendo-se que o valor da obra foi aumentado em 5%, por exemplo. Deve-se ir além, devendo cada
termo aditivo ser fundamentado e acompanhado de justificativa técnica de cada alteração.

A única exceção ao termo aditivo seria no caso de compras pequenas com pagamento à vista ou do
reajustamento para cobrir os efeitos da inflação, uma vez que se trata de um fenômeno de
ocorrência certa (todo mundo sabe que existe inflação), embora de magnitude desconhecida.

Veja o que diz a lei sobre a necessidade de formalização de tudo que for combinado na obra:

Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal (ou seja, acordo verbal) com a
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas

35
Acórdão 749/2010 - Plenário - TCU

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aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso
II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.36

Devido à importância da formalização de todas aquisições pela Administração, conceituamos


contrato como o instrumento hábil e necessário para dirimir quaisquer dúvidas, elencar direitos,
atribuir responsabilidades e firmar cláusulas necessárias ao bom andamento da obra, tais como:
garantias, seguros, prazos de execução, critérios de reajustamento e de recebimento.

Quando se faz um termo aditivo, qual será o preço unitário de referência para o serviço?

O preço unitário será o mesmo do existente para o mesmo serviço no contrato original. Caso se trate
de um serviço novo, o preço unitário será negociado com a administração pública, mas devendo
refletir o preço de mercado, conforme já decidido pelo TCU. Veja, a princípio, o que diz a lei
8.666/93:

§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou serviços,
esses serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no
§ 1º deste artigo.

Embora a lei fale em acordo entre as partes para se decidir o preço unitário de serviços novos, como
estudamos na aula de orçamentos, o Decreto 7.983/2013 e a jurisprudência do TCU37 consideram
que o preço unitário deverá ter como referência as composições do SINAPI para edificações e do
SICRO para obras de infraestrutura de transportes na mesma data em que o orçamento da obra foi
elaborado, pois esses bancos de preços refletem o valor de mercado.

Mas o orçamento que vai embasar um termo aditivo será feito pela própria construtora? A resposta
é não, o termo aditivo terá seu custo calculado pelo próprio órgão contratante por meio de
orçamento específico detalhado. Olhe como essa informação aparece no Decreto 7.983/2013:

Art. 15. A formação do preço dos aditivos contratuais contará com orçamento específico
detalhado em planilhas elaboradas pelo órgão ou entidade responsável pela licitação, na

36
Art. 60, Parágrafo único da lei 8.666/93

37
Acórdão 1.637/2016 do Plenário do TCU

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forma prevista no Capítulo II, observado o disposto no art. 14 e mantidos os limites do


previsto no § 1º do art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.38

Então o valor do termo aditivo será 100% do valor definido no orçamento feito pelo órgão
contratante? Não, pois a vantagem obtida na licitação em relação ao preço orçado deve ser
mantida ao longo de toda a execução do contrato, incluindo seus termos aditivos. Assim, caso a
construtora tenha oferecido uma proposta que equivale a um desconto de 3% no orçamento do
órgão contratante durante a licitação, esse mesmo desconto de 3% deve estar em todos os termos
aditivos orçados pelo poder público durante toda a execução da obra (chamamos essa fase de
execução contratual). Veja o que diz o Decreto 7.983/2013, alterado com comentários em itálico:

Art. 14. A diferença percentual (“ou seja, a vantagem obtida na licitação”) entre o valor global
do contrato e o preço global de referência não poderá ser reduzida em favor do contratado
em decorrência de aditamentos (“ou seja, termos aditivos”) que modifiquem a planilha
orçamentária.

O mesmo decreto avança mais:

Parágrafo único. Em caso de adoção dos regimes de empreitada por preço unitário e tarefa,
a diferença (“ou seja, a vantagem obtida na licitação”) a que se refere o caput poderá ser
reduzida para a preservação do equilíbrio econômico-financeiro do contrato em casos
excepcionais e justificados, desde que os custos unitários dos aditivos contratuais não
excedam os custos unitários do sistema de referência utilizado na forma deste Decreto,
assegurada a manutenção da vantagem da proposta vencedora ante a da segunda colocada
na licitação.39

Perceba que, no caso de empreitada por preço unitário, excepcionalmente é admitida redução da
vantagem obtida na licitação em relação ao preço orçado. Lembre-se que esses 2 regimes admitem
certa flexibilidade nas quantidades medidas em relação às originalmente contratadas. Contudo, para
se ter uma redução da vantagem inicialmente obtida pela administração com a licitação, deve-se
justificar essa redução e ainda atender ao menor preço das 2 condições:

1. Os custos unitários dos aditivos devem ser inferiores aos do sistema de referência (SINAPI e
SICRO);

38
Art. 15 do Decreto 7.983/2013

39
Art. 14, Parágrafo único do Decreto 7.983/2013

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2. Os preços da proposta vencedora devem ser inferiores aos preços da 2ª colocada na licitação.

85. Sem embargo, a jurisprudência deste Tribunal está consolidada no sentido de que itens
novos incluídos ou serviços cujos quantitativos foram acrescidos em contratos de obra
pública devem se limitar aos preços unitários dos sistemas de referência, in casu o Sicro,
mantida ainda a incidência do percentual de desconto ofertado na licitação. Nesse sentido,
também está positivada a legislação atual sobre o assunto, em particular os arts. 14 e 17, §1º,
do Decreto 7.983/2013.

86. Ademais, ainda que o art. 37, inciso XXI, da Constituição confira ao particular o direito à
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro, para que esse direito possa ser exercido, é
preciso que os preços ofertados estejam de acordo com os parâmetros de mercado. Não há
como conceber que o particular possa ser beneficiário desse direito subjetivo, tendo
oferecido valores em desacordo com o critério da economicidade. Entender de forma
contrária é admitir, de maneira implícita, a existência de um direito adquirido ao
superfaturamento, o que, sem maiores digressões, soa despropositado.40

40
Acórdão 1.637/2016 do Plenário do TCU

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Orçamento do Termo Valor do termo


aditivo aditivo
CPU de
Serviços % de Desconto da proposta inicial =
novos desconto no termo aditivo

Elaborado
pela Adm.
Pública
SINAPI e SICRO Exceção:

Empreitada por
Tarefa
preço unitário

Há ainda um outro limite para termos aditivos no caso de se alegar imprecisões, falhas ou omissões
do orçamento, plantas e especificações do projeto básico da licitação de obras ou serviços de
engenharia com base em regimes de preço global ou empreitada integral, incluindo licitações por
meio do regime diferenciado de contratações (RDC), que será de 10% do valor total do contrato.
Portanto, sejam alterações decorrentes de subestimativas ou superestimavas do projeto básico, o
limite para os termos aditivos em licitações com base em regime de preço global ou integral será de
10%.41

O motivo para essa permissão de correção de até 10% por eventuais falhas de orçamento ou
especificações no projeto básico é que nenhum orçamento e planejamento são absolutamente
certos, havendo sempre uma margem de erro.

41
Art. 42, § 4º, inciso III, do Decreto 7.581/2011 e Art. 13, inciso II, do Decreto 7.983/2013.

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Além disso, esse limite de 10% já é computando dentro do limite de 25% para obras e 50% para
reformas, dado pelo art. 65 da lei 8.666/1993. Logo, em uma obra hipotética, caso se atinja o limite
de 10% para correções de quantitativos devido a imprecisões no projeto básico, restará apenas 15%
para outras alterações que não decorrentes de erros do projeto básico, como eventuais pedidos de
acréscimo de escopo pelo órgão contratante.

Limite de
10% para
termos
aditivos

Variações da engenharia:
•Imprecisões Nenhum orçamento
•Falhas é 100% certo
•Omissões

Da mesma forma que uma alteração do contrato exige assinatura de termo aditivo, não se pode
alterar a forma de medição de nenhum item, nem a quantidade medida sem formalização por meio
de termo aditivo, muito menos medir um serviço que chegou a 100% em outra atividade que ainda
possui saldo contratual a se medir. Trata-se da mesma aplicação da vedação de contrato verbal do
Art. 60, Parágrafo único da lei 8.666/93.

Há obras em que se constatam tantas alterações informais sem acordo por escrito em termos
aditivos, que se denomina “química contratual”, em referência à elaboração e um novo contrato
informal que é de conhecimento somente de algumas pessoas, desrespeitando frontalmente os
princípios legais, sendo uma prática vedada pela lei 8.666/93 e pelo TCU.

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CESPE – Ana. do Ministério Público da União - Perícia - Eng. Sanitária – Questão de fixação

O manual de obras públicas da Secretaria de Estado e Administração do Patrimônio (SEAP)


estabelece diretrizes gerais para a execução de serviços de fiscalização, especificação e
controle de materiais, orçamento, medição e recebimento. Com relação aos aspectos
relacionados a obras mencionados no referido manual, julgue o item subsequente.

Não cabe à fiscalização examinar e aprovar eventuais acréscimos de serviços indispensáveis


para o perfeito atendimento do objeto do contrato.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: a fiscalização deve sim participar da aprovação do termo aditivo, geralmente por
meio de emissão de parecer técnico.

Gabarito: “Errado”.

CESPE - 2016 - TCE-PA - Auditor de Controle Externo – Eng. Civil

Durante a medição de uma obra pública, o fiscal da obra, com base no regime de execução
empreitada por preço global, constatou que o serviço de assentamento de piso cerâmico
estava parcialmente concluído, visto que faltava a aplicação do rejunte em 50% da área
prevista para o referido serviço. Além disso, a quantidade executada de piso superava em 20%
a quantidade prevista no orçamento da obra, anexo ao contrato.

Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.

Para pagamento do excedente de piso, o fiscal poderá compensar na medição a inserção de


outros serviços não executados no período, desde que não haja desequilíbrio financeiro no
contrato.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: medição não é documento para repactuação de responsabilidades, muito menos


de reequilíbrio econômico-financeiro de um contrato. Não se pode compensar um serviço
medindo-se outro, ou inserindo outros serviços não executados no período, sem a devida
formalização contratual. Essa é a química contratual, vedada pela lei 8.666/93 e pelo TCU! O
instrumento correto para qualquer alteração de responsabilidades ou encargos, reequilíbrio
econômico-financeiro, ou ainda de medição de quantidades é o termo aditivo!

Gabarito: “Errado”.

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Essa questão a seguir cobra um pouco de tudo que vimos.

CESPE – TRT 8ª Região - Ana. Judiciário - Eng. Elétrica – 2016

Acerca da fiscalização de obras públicas, assinale a opção correta.

a) A aplicação de multas e penalidades por descumprimento de cláusula contratual é, em geral,


discricionária por parte da fiscalização.

b) Por estar cumprindo uma atribuição da administração pública, o analista engenheiro do


tribunal não necessita emitir anotação de responsabilidade técnica (ART) para fiscalizar uma
obra pública.

c) Em virtude dos laudos e dos relatórios de fiscalização de obras públicas, é desnecessário


que o analista engenheiro do tribunal utilize diário de obras para comunicar informações à
empresa contratada para execução da obra.

d) O fiscal, a fim de ajudar uma empresa com problemas financeiros, pode autorizar o
pagamento de serviços que estejam em fase de finalização, para que a obra não seja
abandonada.

e) Os cálculos de atraso são baseados no cronograma físico-financeiro da obra, o qual expressa


o progresso esperado da obra e os desembolsos a serem realizados pela administração.

Comentários: vamos verificar juntos cada alternativa:

a) Sabemos que o fiscal não pode aplicar multas, pois cabe ao gestor contratual. Entretanto, a
banca pode ter falado genericamente de “fiscalização”, incluindo o gestor contratual. Contudo,
mesmo nesse caso, a aplicação de penalidades (multas) é um poder-dever, não se tratando de
um escolha da administração pública. Frente a qualquer erro, o gestor contratual tem que
aplicar a penalidade correspondente, não podendo simplesmente optar por não fazer nada.
Errado.

b) A fiscalização de qualquer obra é uma atividade técnica, com atribuição legal para
engenheiros e arquitetos, devendo sim ser objeto de emissão de ART, contrariamento ao que
diz a afirmativa. Errado.

c) O registro próprio deve ser feito no livro de ocorrências, ou Diário de Obras, ou livro de
ordem, que são nomes equivalentes para um mesmo documento. O diário de obras não pode
ser subsituído por laudos ou relatórios de fiscalização para fins de comunicação com a empresa
contratada, não havendo essa permissão em nenhuma das regulamentações sobre o tema.
Errado.

d) Se o fiscal autorizar pagamentos para serviços não feitos na data da medição, estará
infringindo o contrato, praticando contratação verbal, o que é vedado pela lei 8.666/93 e ainda

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podendo efetuar prática de química contratual, no caso de se acordar informalmente várias


práticas com a construtora fora do contrato. Errado.

e) Calcula-se o atraso de uma obra considerando-se o cronograma físico-financeiro contratado


originalmente, que conterá quantitativos de serviços físicos e os correspondentes valores, que
fornecerão estimativa da magnitude do atraso em termos temporais e monetários. Embora a
alternativa não tenha mencionado claramente o método do caminho crítico, esta opção é a
mais certa de todas. Além disso, o fato de se utilizar o cronograma físico-financeiro da obra já
pressupõe a comparação com todos os prazos acordados, incluindo a análise do caminho
crítico. Correto.

Gabarito: “e”.

CESPE - TCM-BA - Auditor Estadual – 2018 – Adaptado para Certo e Errado

Com relação a gestão contratual e fiscalização de obras públicas, julgue a opção a seguir.

Reajustamentos contratuais, comuns em contratos de obras rodoviárias, devido,


principalmente, a dinâmica de seu objeto, devem ser realizados por meio de termos aditivos,
mesmo que haja previsão contratual.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: reajustes contratuais, devido justamente a sua dinâmica e ao fato de ser um


direito da contratada à atualização do valor contratado, são concedidos por simples
apostilamento, sem mais formalizações.

Gabarito: “Errado”.

CESPE - IPHAN - Técnico I - Área 9 - 2018

Um terminal portuário construído no século XIX por ingleses em um município brasileiro será
adaptado gradualmente, respeitando-se a disponibilidade orçamentária. De acordo com a
ordem de relevância cultural e com o fluxo de visitantes, foram estabelecidas, para o primeiro
ciclo de intervenções, medidas para garantir a acessibilidade, além da instalação de sistema de
ar condicionado do tipo água gelada, de elevadores e de sistema de combate a incêndio, com
instalação de dispositivos detectores de fumaça do tipo óptico. As figuras a seguir mostram
detalhes de uma das principais intervenções: a instalação de uma rampa para vencer um
desnível de seis metros e dar acesso às pessoas com mobilidade reduzida ao piso superior,
onde haverá uma varanda de contemplação. A rampa, observada na figura referente à vista
lateral, tem inclinação transversal de 2%. As obras de adaptação foram contratadas, mediante
licitação, por R$ 41 milhões. Do montante inicialmente contratado pela administração, no
primeiro termo aditivo foram excluídos R$ 25 milhões em serviços; posteriormente, no
segundo termo aditivo, foram acrescidos R$ 33 milhões em serviços necessários, conforme
manifestação da equipe de fiscalização.

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Considerando a situação hipotética apresentada e as figuras a ela relacionadas, julgue o item


que se segue.

A administração não cometeu irregularidade ao assinar os termos aditivos, uma vez que
observou o limite legal em relação ao valor original do contrato.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: vamos analisar os valores para verificar o respeito ou não aos limites legais:

O contrato valia originalmente R$ 41 milhões, sendo excluídos R$ 25 milhões. Como a próxima


alteração contratual foi de acréscimo de escopo, temos que analisar os acréscimos e reduções
de valor de forma isolada, sem um compensar o outro. Vamos então analisar a redução do
valor contratual:

−25
= −61% > 25%: 𝑢𝑙𝑡𝑟𝑎𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜𝑢 𝑜 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑙𝑒𝑔𝑎𝑙 𝑑𝑒 25% 𝑑𝑎 𝑙𝑒𝑖 8.666/93
41

Vamos agora analisar o impacto do acréscimo de valor contratual:

+33
= +81% > 25%: 𝑖𝑛𝑓𝑟𝑖𝑔𝑖𝑢 𝑜 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑙𝑒𝑔𝑎𝑙 𝑑𝑒 25% 𝑑𝑎 𝑙𝑒𝑖 8.666/93
41

Podemos resumir nossos cálculos na tabela seguinte:

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Valor original
• +41.000.000
• 100% do valor do contrato

1º Termo aditivo
• -25.000.000
• -25/41 = -61%: redução no valor do contrato > 25%
• Infração à lei 8.666/93

2º Termo aditivo
• +33.000.000
• +33 / 41 = +81%: aumento no valor do contrato
• Infração à lei 8.666/93

Ao contrário do que diz a afirmativa, a administração cometeu irregularidade ao assinar os


termos aditivos, uma vez que ambos os documentos alteraram o contrato em mais de 25% do
valor original, desrespeitando à lei 8.666/93.

Gabarito: “Errado”.

CESPE – CEF - Eng. Agronômica – 2014

Julgue o item a seguir, relativo a orçamento de referência para licitação e a contratos e aditivos.

Na contratação de obras e serviços de engenharia, a formação do preço dos aditivos


contratuais deverá conter orçamento específico e detalhado em planilhas elaboradas pela
equipe técnica da empresa contratada.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: não é a empresa contratada (construtora) que calcula o custo do termo aditivo,
mas sim o órgão contratante por meio de orçamento específico detalhado.

Gabarito: “Errado”.

CESPE - TCE-PE - Auditor de Controle Externo - Auditoria de Obras públicas – 2017

Em um órgão da administração pública, foi criada uma equipe de auditoria para analisar a
condução do processo de construção de um edifício que constava do plano de obras idealizado
pelo órgão. Os trabalhos de auditoria focavam a elaboração do estudo de viabilidade técnica,
econômica e ambiental (EVTEA.), a confecção dos projetos — básico e executivo —, as
licitações e os contratos, e a concessão de termos aditivos, além dos requisitos técnicos das
planilhas de orçamento. Na análise da documentação, foram constatados os seguintes fatos.

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I Na elaboração do EVTEA, para estimar o valor da construção do prédio em questão, havia sido
utilizado o custo unitário básico por metro quadrado (CUB/m2).

II Na planilha de orçamento, alguns serviços apresentavam custos unitários superiores aos


custos unitários de referência estabelecidos no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e
Índices da Construção Civil (SINAPI).

III O processo licitatório havia utilizado o regime de licitação classificado como empreitada por
preço unitário.

IV A ficha de composição de preço do serviço de fornecimento de grupo gerador de energia


apresentava um valor relativo a benefícios e despesas indiretas (BDI) inferior àqueles
referentes aos demais serviços.

V A obra havia sofrido um aditivo contratual no valor de R$ 500 mil após 6 meses da assinatura
do contrato.

VI No edital de licitação, o órgão havia estabelecido que, para efeito de reajustamento do


contrato, seria utilizada a data de apresentação da proposta de preço da empresa vencedora,
1.º/1/2016.

VII O contrato havia sido assinado em 1.º/4/2016; o valor total da obra, orçado em R$ 2
milhões; e o prazo definido para a execução da obra, de 24 meses.

VIII No projeto básico de licitação, não havia sido registrada anotação de responsabilidade
técnica (ART) do orçamentista.

Considerando a situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir de acordo com a


legislação e com as normas técnicas relativas a obras e serviços de engenharia.

O valor do termo aditivo do referido contrato ultrapassou o percentual máximo permitido pela
lei de licitações e contratos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: o limite para alterações unilaterias em obras (construção de edifício, conforme


enunciado) é de 25%. Pelo enunicado, percebemos que o contrato original possui valor de R$
2 milhões, tendo sofrido um aditivo contratual de R$ 500 mil. A questão não menciona
supressão, nesse caso entendemos se tratar de acréscimo de obra, por ser um tipo de alteração
contratual muito mais frequente do que a supressão de obra. Dessa forma, o contrato teria
passado a valer R$ 2,5 milhões. O acréscimo contratual foi de:

% de acréscimo = 500.000 / 2.000.000 = 0,25 = 25%

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Como o limite estabelecido na lei 8.666/93 é de até 25%, percebe-se que não se infringiu o
limite legal, ao contrário do que diz a afirmativa.

Gabarito: “Errado”.

CESPE - TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Eng. Civil – 2016

Na planilha orçamentária de determinada obra rodoviária, elaborada de acordo com o sistema


de custos rodoviários do DNIT (SICRO), está previsto, no item de serviço de terraplenagem, que
a execução de todas as camadas necessárias seria feita com grau de compactação igual a 100%
do proctor normal. Durante a execução da obra, a fiscalização exigiu que algumas camadas
fossem executadas com grau de compactação igual a 100% do proctor intermediário, para
atender determinadas normas.

A partir dessas informações e da tabela precedente, que mostra as energias que podem ser
utilizadas nos ensaios de compactação, de acordo com as normas técnicas vigentes, julgue o
item a seguir.

Apenas se houver impacto financeiro significativo será necessário realizar aditivo contratual
para incluir na planilha orçamentária a quantidade e o valor referentes ao serviço de
terraplenagem com grau de compactação executado com proctor intermediário, não sendo
necessária nenhuma alteração relativa ao proctor normal.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: sempre que houver alteração do objeto contratado, deve-se proceder à


formalização de termo aditivo, pois são nulos todos contratos verbais, exceto no caso de
pequenas compras com pronto pagamento, ou ainda de reajustamento para cobrir efeitos da
inflação. Como a questão menciona alteração da forma de execução da terraplanagem, essa
situação não se encaixa nas exceções apresentadas, sendo necessário a formalização por termo
aditivo.

Gabarito: “Errado”.

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Julgue o próximo item, relativo a questões ambientais em obras rodoviárias.

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Os órgãos de controle ambiental podem exigir a compactação do material de bota-fora para


evitar futuras erosões. Se esse serviço não constar da planilha orçamentária da licitação da
obra, deve-se realizar aditivo contratual utilizando-se o SICRO como referência.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: se houver um acréscimo de escopo da obra, deve-se manter o equilíbrio


econômico-financeiro inicial do contrato, aumentando-se o valor do contrato. O novo valor
deverá se pautar por um preço de mercado, sendo o SICRO uma referência para obras de
infraestrutura de transporte, como é o caso da obra rodoviária mencionada no enunciado.

Gabarito: “Certo”.

Essa questão a seguir aborda um pouco de tudo que já vimos.

AOCP – TRE AC - Ana. Judiciário – Eng. – 2015

Referente à documentação técnica de obras, assinale a alternativa correta.

a) A execução do contrato de obras públicas deve ser fiscalizada por um representante do


contratado, devidamente qualificado, designado para verificar o desenvolvimento das
atividades. É dispensada a fiscalização por um representante da Administração.

b) O contrato é o instrumento hábil e necessário para dirimir quaisquer dúvidas, elencar


direitos, atribuir responsabilidades e firmar demais cláusulas necessárias ao bom andamento
da obra, tais como: garantias, seguros, prazos de execução, critérios de reajustamento e de
recebimento.

c) Em relação aos aditivos contratuais, nos regimes de execução por empreitada global ou por
empreitada integral, as alterações contratuais sob alegação de falhas ou omissões em
quaisquer das peças, orçamentos, plantas, especificações, memoriais ou estudos técnicos
preliminares do projeto básico não terão limitações em relação ao valor total do contrato.

d) As alterações contratuais são possibilidades admitidas para situações eventuais (imprevistas


ou imprevisíveis), não sendo necessária a justificativa técnica de tais alterações.

e) O contratado não é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e


comerciais resultantes da execução do contrato.

Comentários: Vamos analisar cada alternativa:

a) Não é dispensada a fiscalização por um representante da Administração, tratando-se de uma


exigência expressa do art. 67 da Lei 8.666/93: “A execução do contrato deverá ser
acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente
designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações

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pertinentes a essa atribuição.” Além disso, a fiscalização do contrato não é feita por um
representante do contratado, mas sim do contratante (Administração Pública). Errado.

b) O contrato é o documento adequado para se pactuar direitos e deveres entre as partes,


atribuindo responsabilidades para o bom andamento da obra. O contrato pode versar sobre
garantias, seguros, prazos de execução, critérios de reajustamento e de recebimento. Correto.

c) Nos regimes de execução por empreitada global ou por empreitada integral, as alterações
contratuais sob alegação de falhas ou omissões em quaisquer das peças do projeto básico
devem ser limitadas a 10% do valor total do contrato, ao contrário do que diz a afirmativa.
Errado.

d) A formalização de termos aditivos requer motivação e justificativa técnica, não bastando um


simples acordo entre as partes para a sua validade. Errado.

e) Além da responsabilidade pela execução contratual, a empresa contratada é também


responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da
execução do contrato.

Gabarito: “b”.

ALTERAÇÃO DE PRAZO DE OBRA

O que acontece quando se aumenta o escopo de uma obra, ou seja, as tarefas compreendidas na
construção? Primeiro impacto lógico, ela fica mais cara, pois haverá mais serviços a se executar ou
de maior valor. Além disso, o aumento do escopo implica também maior prazo de execução, a não
ser que o preço seja aumentado também para compensar um acréscimo na mobilização de recursos
e no capital de giro da empresa. Portanto, perceba que preço e prazo de uma obra estão
intimamente ligados.

Como o prazo da obra afeta o custo de sua execução, a lei 8.666/93 proíbe contratos sem prazo de
vigência determinado e exige a justificativa prévia por escrito da administração pública para toda
prorrogação concedida:

§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada
pela autoridade competente para celebrar o contrato.42

A lei 8.666/93 descreve claramente os casos em que é permitida a prorrogação de um contrato de


obra:

• Alteração do projeto ou especificações, pela Administração;

42
Art. 57, §2º da Lei 8.666/93

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✓ Se o projeto é alterado, a construtora necessitará de mais tempo para mudar também


o projeto executivo, bem como replanejar a obra e executar os novos serviços.
• Superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que
altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;
✓ A descoberta de uma falha geológica profunda no terreno da obra após seu início, por
exemplo, no local de uma futura hidrelétrica, alterará o prazo de execução, pois será
necessário revisão nos projetos de fundação.
• Interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no
interesse da Administração;
✓ A administração pública pode solicitar redução do ritmo dos trabalhos para se reduzir
o impacto no trânsito local, por exemplo, ou mesmo o impacto ambiental das
máquinas em algum horário específico.
• Aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos por esta
Lei;
✓ Se a obra aumenta de tamanho, logicamente será necessário maior prazo para a sua
execução.
• Impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela
Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;
✓ Caso ocorra um protesto da comunidade local contra a realização da obra, por
exemplo, em uma área de proteção ambiental, os trabalhos serão interrompidos. Esse
período sem progresso físico deve ser reposta no cronograma da obra.
• Omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos
pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na
execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.
✓ Um atraso na desapropriação de um terreno pelo Poder Público onde será executada
a obra concede à construtora maior prazo para a realização das tarefas impactadas,
devendo o novo prazo ser proporcional ao atraso.
✓ Outro exemplo seria o atraso da administração em emitir a ordem de serviço para uma
construtora iniciar a obra. Eventual a atraso deve sim ser compensado com o mesmo
aumento de prazo no cronograma pactuado no contrato, uma vez que a construtora
está impedida de iniciar a obra antes da emissão da ordem de serviço, não sendo, pois,
de culpa da empresa o atraso.

Não fique decorando essas hipóteses, foque nas questões que faremos juntos e tente
utilizar o bom senso, pensando se a culpa do atraso é da construtora ou não.

Caso a culpa não seja da construtora, ela terá direito à prorrogação do contrato sem nenhuma
penalidade.

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Um caso clássico de atraso injustificado, ou seja, que não permite a prorrogação de obra, é a
solicitação de maior prazo de execução pela empresa com base em informação que já estava
presente no projeto básico. Nesse caso específico, o erro foi da construtora não ter considerado na
época da proposta aquela informação no cálculo da duração da tarefa correspondente, aumentando
a duração do cronograma da obra proporcionalmente.

Quanto há necessidade de prorrogação de prazo, tem-se também impactos no equilíbrio econômico-


financeiro do contrato, pois há custos que possuem uma rigidez proporcional à duração da obra,
como conta de luz, gastos com vigilância e manutenção dos equipamentos. Dessa forma, a
prorrogação de prazo deve sempre prezar pela manutenção do equilíbrio econômico-financeiro
inicial do contrato, ressarcindo a construtora por todos os custos extras que um atraso de obra
acarreta, como por exemplo, gastos com administração local.

Atraso de obra é um problema tão sério, que a administração deve aplicar multa no caso de atraso
injustificado, ou mesmo rescindir unilateralmente o contrato, conforme a lei 8.666/93:

Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o contratado à multa de


mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato.

§ 1º A multa a que alude este artigo não impede que a Administração rescinda
unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas nesta Lei.

§ 2º A multa, aplicada após regular processo administrativo, será descontada da garantia do


respectivo contratado.

§ 3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta,
responderá o contratado pela sua diferença, a qual será descontada dos pagamentos
eventualmente devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada
judicialmente.

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Qualquer alteração do cronograma de uma obra necessita de aprovação do órgão contratante,


mesmo uma antecipação de serviço. Como o fiscal tem responsabilidade sobre a fiel execução de
um contrato, qualquer defeito que ocorrer na obra poderá ser imputado também a uma falha do
fiscal.

Mas qual seria o problema de se antecipar, por exemplo, uma data do cronograma? Por que
seria necessário autorização do fiscal?

Uma antecipação de data pode prejudicar uma tarefa antecessora que precisa de algum prazo para
se completar, como por exemplo a cura do concreto ou a drenagem de água de uma área aterrada
sobre geotêxteis drenantes. Por isso, o manual do TCU diz que:

"Alterações de projeto, especificações técnicas, cronograma físico-financeiro e planilhas


orçamentárias deverão ser justificadas por escrito e previamente autorizadas pela
autoridade competente para celebrar o contrato."43

Pode haver prorrogação de obra pelo clássico motivo de chuva em excesso? A resposta é sim, mas
deve-se provar que choveu mais do que o normal naquela região, evento chamado de chuva
extraordinária. Mas o que é a chuva normal? É a aquela dentro da média histórica pluvial da região
da obra, devendo ser considerada no planejamento e no preço dado pela construtora na
apresentação de sua proposta para a licitação.

Logo, a chuva normal é de prévio conhecimento de todos os licitantes, não dando direito algum a
prorrogação de contrato de obra. A única chuva que gera direito a extensão de prazo é aquela
imprevisível, pois supera o histórico da região, sendo chamada de chuva extraordinária.

43
Manual do TCU, Obras Públicas - Recomendações Básicas para a contratação e Fiscalização de Obras
de Edificações Públicas

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Figura 13: não é qualquer chuva que justifica a prorrogação de uma obra, mas sim uma chuva
extraordinária, acima do normal esperado para aquela região.

Contudo, para se comprovar um atraso em obra por chuvas, não basta que se apresente o diário de
obras com as quantidades pluviométricas por dia, pois o diário pode ser eventualmente adulterado.
Por isso, o TCU exige laudo meteorológico para comprovação de índice pluviométrico acima do
normal. Japur (2013) resume os acórdãos do TCU sobre esse tema:

Há casos em que o “fator chuva” ensejará a extensão do prazo de execução da obra por meio
de aditivo contratual. Assim ocorre quando o índice pluviométrico ocorrido durante a
execução da obra é de intensidade superior ao índice pluviométrico histórico e
estatisticamente considerado normal para o mesmo período e região. Todavia, a
excepcionalidade do índice pluviométrico deverá ser demonstrada por meio de laudo
meteorológico que comprove a anormalidade de chuvas no período do contrato, tal qual
converge o posicionamento do Tribunal de Contas da União.

Além da necessidade de comprovação da pluviometria extraordinária em uma obra, deve-se analisar


o impacto da chuva em cada atividade prevista no cronograma, uma vez que o impacto é
diferenciado. Atividades realizadas em ambientes cobertos, como armação de uma viga dentro de
um galpão coberto, por exemplo, serão bem menos afetadas do que aquelas em contato com o meio

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externo, como a escavação ou a terraplanagem. Além disso, deve-se considerar o impacto do atraso
pelo método do caminho crítico, já que várias atividades possuem folgas, podendo ser impactadas
pela chuva sem alterar o prazo de execução da a obra como um todo. Com base no cronograma
físico-financeiro e no caminho crítico, tem-se o progresso esperado da obra e os desembolsos a
serem realizados em cada data.

Perceba que, após todas essas comprovações, se a construtora não tivesse direito ao equilíbrio
econômico-financeiro, entre os prejudicados, ao final, estaria o próprio órgão contratante (o
governo), pois se as construtoras tivessem que arcar com todos esses eventos extremos em suas
propostas durante a licitação, como a previsão do risco de uma chuva anormalmente alta, esses
custos seriam incluídos no valor das propostas de todos os licitantes, aumentando o preço cobrado
ao Poder Público. Assim,

... assegura-se ao particular que, se vier a ocorrer o infortúnio, o acréscimo de encargos será
arcado pela Administração. Em vez de arcar sempre com o custo de eventos meramente
potenciais, a Administração apenas responderá por eles se e quando efetivamente
ocorrerem.44

44
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 11ª Edição. São
Paulo: Dialética, 2005.

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Todo contrato tb deve ter


Assim como todo
duração (chamamos
contrato deve ter valor
"vigência")
Preço afeta prazo e vice-
versa
Qualquer alteração de Autorização da Adm. Inclusive p/ antecipação
cronograma precisa de Pública de serviço

Dados meteorológicos
Deve ser previamente Chuva extraordinária
justificada deve ser comprovada por:
Toda prorrogação de Análise do caminho
contrato crítico
Prezar pela Manutenção
Aumento de custos como
do equilíbrio econômico-
de Adm. Local
financeiro inicial

Multa de mora

Atraso injustificado
Pode rescindir contrato
Órgão contratante
unilateralmente

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Na tabela mostrada, que representa um cronograma físico-financeiro anexado ao contrato de


uma obra pública, cuja previsão de execução era de quatro meses, os valores estão em reais,
e as atividades indicam serviços que deveriam ser executados. No início do quarto mês de
execução, as atividades D e E haviam sido antecipadas e o boletim de medição registrava uma
medição acumulada de R$ 800.000. Os três primeiros meses haviam sido medidos.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente, a respeito de cronograma


de execução de obras públicas.

Caso haja atraso da fiscalização em emitir a ordem de serviço, o prazo de execução da obra
poderá ser afetado diretamente, o que justificaria uma possível dilação de cronograma.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: é um clássico caso de atraso por parte da administração pública, pois é de sua
inteira responsabildiade emitir a ordem de comando para o ínicio da obra pela construtora. Se
a administração atrasar na emissão dessa ordem, deve-se conceder à contratada uma
prorrogação proporcional ao conograma contratado, ou seja, uma dilação do cronograma,
assim como diz a afirmativa.

Gabarito: “Certo”.

CESPE - TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Eng. Civil – 2016

Durante a construção de um prédio público, a execução das escavações das fundações foi
prejudicada por chuvas de verão, cujo índice pluviométrico foi muito acima da média histórica,
o que causou retrabalhos e atraso na execução da obra. O contratado registrou o fato no diário
de obras e pleiteou um aditivo contratual de dilação de prazo e aumento de custos, pois o
serviço compunha o caminho crítico da programação da obra.

Com referência a essa situação hipotética, julgue o seguinte item.

O registro no diário de obras será suficiente para garantir ao contratado a dilação de prazo de
execução, dispensando-se a apresentação de boletins meteorológicos e a análise de
cronograma.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: o diário de obras não atesta condição meteorológica, embora seja uma
importante fonte de informações sobre o contexto da obra, fornecendo inclusive informações
sobre as condições de tempo. Não pode a administração confiar simplesmente em um diário
de obras para atestar a pluviometria em uma região, havendo fontes muito mais seguras para
a obtenção dessa informação. Assim, deve a administração se basear em boletins oficiais de
condições meteorológicas para se decidir com base fática sobre a condição da precipitação
verificada em uma obra, decidindo se a intensidade verificada é normal ou extraordinária.

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Portanto, não se dispensam boletins metorológicos, nem o impacto da chuva em cada tarefa
do cronograma, visto que o impacto sobre atividades em ambientes cobertos ou com pouca
interferência com o meio externo é menor.

Gabarito: “Errado”.

CESPE - TCE-PA - Aud CE – Eng. Civil – 2016

Durante a construção de um prédio público, a execução das escavações das fundações foi
prejudicada por chuvas de verão, cujo índice pluviométrico foi muito acima da média histórica,
o que causou retrabalhos e atraso na execução da obra. O contratado registrou o fato no diário
de obras e pleiteou um aditivo contratual de dilação de prazo e aumento de custos, pois o
serviço compunha o caminho crítico da programação da obra.

Com referência a essa situação hipotética, julgue o seguinte item.

Por se tratar apenas de escavação, não se justificariam tecnicamente custos de retrabalhos na


situação apresentada.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: Se foi comprovado que choveu mais do que a média histórica, tem-se uma chuva
extraordinária naquela região. É ainda dito que o serviço estava no caminho crítico, ou seja,
com folga nula, e que se tratava de escavação, que sabemos ser uma atividade muito
impactada pela chuva. Logo, não há dúvida que trata-se de um atraso que não depende da
construtora, mas causado por força maior, resultado de índices pluviométricos anormais. Logo,
há plenas justificativas técnicas para o retrabalho, ao contrário do que diz a afirmativa.

Gabarito: “Errado”.

A questão a seguir contém uma redação que pode te confundir, infelizmente estamos
sujeitos a esse tipo de problema nos concursos. Portanto, se você errar, não foque no erro,
mas tente aprender com ele.

CESPE – TRE BA - Ana. Judiciário - Eng. Civil – 2017

Uma empresa, contratada pela administração pública para construir uma edificação, deparou-
se com problemas relacionados à altura do lençol freático — informação que já constava do
boletim de sondagem do projeto básico. Como esses problemas estavam causando atrasos
significativos na fase de execução do subsolo e, por conseguinte, no cronograma de execução
da obra, a empresa contratada solicitou um aditivo contratual de reequilíbrio econômico-
financeiro bem como a prorrogação do prazo de execução para compensar o prejuízo causado
pelo problema em questão.

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Nessa situação, considerando que os prejuízos e os atrasos previstos no projeto básico estejam
corretamente calculados, caberá à fiscalização, ao analisar as solicitações,

a) negar o pedido para a dilação do prazo, mas permitir a inclusão de aditivo contratual.

b) negar os dois pedidos, mas não aplicar penalidade em razão do atraso na execução da obra.

c) negar os dois pedidos e aplicar penalidade em razão do atraso na execução da obra.

d) aceitar tanto o pedido para a dilação do prazo quanto para a inclusão de aditivo contratual.

e) aceitar o pedido para a dilação do prazo, mas negar o pedido para inclusão de aditivo
contratual.

Comentário: o enunciado disse que a informação alegada pela empresa para pleitear
prorrogação do prazo da obra, que é a altura do lençol freático, já estava disponível no projeto
básico da licitiação. Portanto, a construtora deveria ter considerado essa informação no
momento de se planejar os serviços de fundação da edificação, estipulando um prazo maior
para sua execução. Trata-se, pois, de erro de planejamento da construtora. Perceba que o
pedido de reequilíbrio econômico-financeiro foi causado pelo mesmo erro (problemas
relacionados à altura do lençol freático), de culpa da própria construtora. Portanto, não faz
nenhum sentido postergar a obra, nem se aumentar a remuneração da empresa, uma vez que
não houve nenhuma erro da administração pública ou fato extraordinário.

As únicas alternativas que apresntam a possibildiade de negar os 2 pedidos são a “b” e a “c”.
Vamos então analisar essas alternativas:

b) Como a questão foi clara em mostrar que houve apenas erro da contratada, deve-se aplicar
penalidade à construtora, ao contrário do que diz a alternativa. Errado.

c) A alternativa menciona a necessidade de penalização da construtora, o que é um dever da


administração, uma vez que o poder disciplinar é um dever do estado e a construtora possui
uma obrigação a cumprir por meio de um contrato. Certo.

Gabarito: “c”.

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Na tabela mostrada, que representa um cronograma físico-financeiro anexado ao contrato de


uma obra pública, cuja previsão de execução era de quatro meses, os valores estão em reais,
e as atividades indicam serviços que deveriam ser executados. No início do quarto mês de
execução, as atividades D e E haviam sido antecipadas e o boletim de medição registrava uma
medição acumulada de R$ 800.000. Os três primeiros meses haviam sido medidos.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente, a respeito de cronograma


de execução de obras públicas.

Para concluir essa obra antes do prazo, a contratada poderia antecipar o cronograma de
execução sem autorização da fiscalização.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: é essencial autorização do órgão contratante sobre qualquer alteração de


cronograma, projeto ou especificação técnica. Lembre-se que o fiscal também é responsável
pela qualidade da obra e que mesmo uma antecipação de obra pode gerar alguns riscos, cujo
conhecimento prévio é necessário.

Gabarito: “Errado”.

Cuidado, essa questão a seguir apresenta uma redação confusa. Você ainda não estudou
recebimento definitivo, porém esse conceito não prejudica a possibilidade de resolução da
questão.

CESPE - TCE-PR – Ana. de Controle – Eng. Civil - 2016

O orçamento de referência de determinada obra de restauração rodoviária, que está sendo


auditada, data de março de 2014. O contrato da obra, assinado em janeiro de 2015, previa
cláusula de reajuste vinculada à variação de índices de preços setoriais. Em março de 2015, a
construtora requereu o reajuste com base na variação dos preços — que foi concedido pela

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administração em janeiro de 2016, um ano após a assinatura do contrato. Em junho de 2015,


os órgãos de pesquisa oficiais mostraram aumento de 60% no preço dos insumos asfálticos,
que estão na faixa A da curva ABC. Durante a obra, a construtora, autorizada pela
administração, subcontratou os serviços de drenagem e recuperação de obras de arte
especiais. A obra foi entregue em junho de 2016 a uma comissão de servidores que lavrou o
termo de recebimento definitivo. Em agosto de 2016, foram detectadas fissuras nos
acostamentos, nos consolos de sustentação das pontes e afundamentos de trilhas de rodas.

A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta.

a) O aumento dos insumos asfálticos justifica o reequilíbrio econômico-financeiro, situação em


que a administração deve, para o cálculo do valor do aditivo, substituir, em todas as fichas de
composição de custos da obra, o valor anterior do insumo pelo novo valor de mercado.

b) Os boletins de medição devem ser suportados por memórias de cálculo, podendo, para o
cálculo dos volumes no caso dos cortes, ser aplicado o método das áreas, fazendo-se o
levantamento topográfico das seções transversais finais de forma solidária com as referências
de nível que referenciam as seções primitivas, com as quais as seções transversais finais serão
comparadas.

c) Apesar da responsabilidade objetiva do construtor, o direito da administração de acionar a


construtora para a correção das falhas detectadas na obra decaiu em decorrência da lavratura
do termo de recebimento definitivo, por meio do qual a administração dá quitação plena à
construtora.

d) A administração agiu corretamente ao admitir o reajuste por índices de preços setoriais um


ano após a data de assinatura do contrato.

e) Em caso de atraso justificado em uma obra, é possível a celebração de termo aditivo de


prazo, não cabendo, entretanto, o pagamento, pela administração, de itens como manutenção
do canteiro e administração local.

Comentários: vamos analisar cada alternativa:

a) o aumento do insumo em uma obra reajustada por um índice setorial deverá ser reposto
por meio de reajuste contratual feito por apostilamento, e não por termo aditivo, pois o
aumento do custo do insumo reflete o custo dos produtos na economia, cujo indicador é a
inflação, seja setorial ou de toda a economia. Dessa forma, o índice de reajuste da obra irá
também aumentar com a variação do preço do insumo, gerando o direito de uma maior
remuneração para os serviços executados.

Um termo aditivo se justificaria caso houvesse aumento do objeto contratado, seja por
alteração qualitativa ou quantitativa. A afirmativa ainda menciona a necessidade de alteração
do preço do insumo asfáltico em todas as composições de custo unitário, o que não é verdade,

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pois o reajuste só impactará as composições dos serviços executados a partir da data do


reajuste.

b) Os boletins de medição requerem documentos que comprovem as quantidades e valores lá


contidos, por isso, são necessários laudos, medições topográficas, fotos, etc. No caso de cortes,
aplica-se o método das áreas, que considera as seções transversais compreendidas entre o
nível do terreno antes da execução do corte (seção primitiva) e posteriormente à sua execução.
Correto.

c) O recebimento da obra pela administração não significa nenhuma quitação plena. Caso se
descubram defeitos na edificação causados por má execução da obra, a construtora é
responsável por sanar cada um dos defeitos. Não é sem motivo que o CREA exige ARTs em uma
obra, sendo justamente para se ter rastreabilidade dos responsáveis de cada atividade da obra.
Errado.

d) O Art. 2º da Lei 10.192/2001 diz que são admitidos pagamentos de reajuste para contratos
com duração igual ou superior a 1 ano. Contudo, a Lei 8.666/93 estipula que o índice de
reajuste deve incidir desde a data da apresentação da proposta ou do orçamento a que a
proposta referir. Contudo, o enunciado menciona apenas a data do orçamento de referência
(março de 2014), sem explicitar se o edital definiu essa data ou a da proposta como sendo o
início da contagem do transcurso de 1 ano para o reajuste.

Lendo agora a afirmativa, devemos lembrar que a lei 8.666/93 não diz que a data de assinatura
do contrato é referência para a consideração de 1 ano para o pagamento de reajuste, não
havendo essa necessidade de se respeitar o prazo de 1 ano da assinatura do contrato, mas
sim 1 ano da data da proposta ou do orçamento a que ela se referir. Por isso, a afirmativa está
errada.

e) Manutenção do canteiro e adminsitração local são custos que dependem diretamente do


prazo de execução da obra. Havendo atraso justificado, ou seja, que não se deve a uma falta
da construtora, é necessário o requilíbrio econômico-financeiro do contrato, com o pagamento
de todas os custos extras relacionados a esse atraso, ao contrário do que diz a afirmativa.
Errado.

Gabarito: “b”.

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Durante a construção de um prédio público, a execução das escavações das fundações foi
prejudicada por chuvas de verão, cujo índice pluviométrico foi muito acima da média histórica,
o que causou retrabalhos e atraso na execução da obra. O contratado registrou o fato no diário
de obras e pleiteou um aditivo contratual de dilação de prazo e aumento de custos, pois o
serviço compunha o caminho crítico da programação da obra.

Com referência a essa situação hipotética, julgue o seguinte item.

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O acréscimo de prazo de execução afeta os custos com administração local.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: a administração local corresponde às despesas com canteiro de obras, incluindo


custos fixos, como iluminação, água, vigilância do canteiro, etc. Se a obra é prorrogada, o
canteiro deverá ser mantido por mais tempo, devendo o custo com administração local ser
aumentado.

Gabarito: “Certo”.

FORMAS DE RECOMPOSIÇÃO DO VALOR DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Além do reajuste, há um outro instrumento para recompor o valor do contrato por causa do efeito
da inflação, que é a repactuação de preços, sendo didaticamente explicado pelo TCU no acórdão a
seguir:

19. Tanto o reajustamento de preços quanto a repactuação dos preços visam a recompor a
corrosão do valor contratado pelos efeitos inflacionários. A diferença entre o reajustamento
de preços até então utilizado e a repactuação reside no critério empregado para a sua
consecução, pois na primeira opção vincula-se a um índice estabelecido contratualmente e
na segunda, à demonstração analítica da variação dos componentes dos custos.45

A diferença entre esses 2 conceitos também está presente nos contratos a que eles se aplicam:

...o reajuste de preços é a reposição da perda do poder aquisitivo da moeda por meio do
emprego de índices de preços prefixados no contrato administrativo. Por sua vez, a
repactuação, referente a contratos de serviços contínuos, ocorre a partir da variação dos
componentes dos custos do contrato, devendo ser demonstrada analiticamente, de acordo
com a Planilha de Custos e Formação de Preços46

Como os índices de inflação englobam muitas vezes um conjunto muito amplo de produtos e
serviços, mesmo os índices setoriais, eles não refletem exatamente a realidade de custos de um
contrato específico. Esse é particularmente o caso dos chamados contratos de prestação
continuada, que são aqueles com duração superior a 1 ano e que apresentam demanda permanente
para sua execução.

45
Acórdão 1.563/2004 do Plenário do TCU

46
Acórdão 1.827/2008-Plenário do TCU

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Quer um exemplo de serviço de prestação continuada? A atividade de limpeza, pois sempre será
necessário limpar os edifícios públicos. Outros exemplos são vigilância, segurança, informática,
recepção, reprografia e telecomunicações. Quer um exemplo típico da engenharia? Manutenção
predial (como, por exemplo, troca de lâmpadas e consertos hidráulicos), manutenção de rodovias,
manutenção de postes de iluminação, etc.

Figura 14: exemplo de serviços de engenharia de natureza continuada

Em geral, os contratos de prestação continuada possuem a maior parte do seu custo atrelada à mão
de obra, gastando-se pouco com materiais. O intuito de se criar a repactuação foi o de evitar que o
reajuste por um índice inflacionário como, por exemplo, o IPCA, levasse a um percentual de reajuste
superior àquele real que ocorreu no contrato ao ser reajustado. O motivo para essa diferença é que
os custos dos contratos nem sempre são os mesmos custos analisados em um dado indicador da
inflação, como o IPCA. Em contratos de prestação continuada, em que há geralmente predominância
de custos de mão de obra, a distorção se acentua.

Imagine um contrato de limpeza em um prédio público de grande porte. Pelo objeto deste contrato,
sabemos que seu principal custo será a mão de obra. Contudo, vamos supor que não se observou a

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decisão do TCU para se recompor o valor do contrato por repactuação, tendo sido acordada a prática
de reajustamento com base no índice de inflação chamado IGPM (Índice Geral de Preços do
Mercado), que mede os custos de uma cesta de produtos que representa simplificadamente a
economia.

Caso haja uma alta súbita no salário mínimo, o IGPM aumentará um pouco, mas não na mesma
intensidade que o custo dessa empresa de limpeza que depende muito de mão de obra. O motivo
da disparidade é que o índice (IGPM) inclui uma série de outros itens além do salário para se fazer a
média ponderada que resulta no IGPM final. Esses outros itens diluem o efeito da mão de obra no
indicador.

Nesse caso, a repactuação de preços é uma solução para repor os efeitos do aumento do salário
mínimo, pois serão analisados os principais custos daquele contrato, incluindo logicamente o custo
de mão de obra. Na prática, quando se analisa a repactuação, é comum limitar os custos do contrato
à faixa A da curva ABC, correspondendo a 80% do custo total. Analisa-se o que aconteceu com a
soma de custos da faixa A, verificando se de fato ocorreu acréscimo ou não de custos acima da
inflação. Em geral, enquanto alguns custos aumentam, outros diminuem, sendo um fenômeno
normal da economia, pois reflete o dinâmico equilíbrio entre demanda e oferta.

Você sabia que o conceito de repactuação não deriva da lei? Procure pela palavra
repactuação na lei 8.666/93 e você não encontrará nada. Trata-se de uma forma de
reajustamento criada pelos atos normativos do Poder Executivo. Devido à falta de lei para
definir a repactuação, utiliza-se como um balizador para a sua aplicação a jurisprudência
do Tribunal de Contas da União.

Um exemplo de fator que pode prejudicar o equilíbrio entre custos e receitas de um contrato de
prestação continuada seria um substancial aumento do salário de apenas uma categoria de
funcionários, acima do aumento do poder de compra da sociedade naquele período. Nesse caso,
seria necessário um reequilíbrio econômico-financeiro por meio da repactuação quando decorrer o
prazo mínimo de 12 meses, pois haveria aumento de custos da empresa com uma alta súbita nos
salários de parte de seus funcionários, como, por exemplo, um aumento muito grande para as
categorias do pessoal da limpeza.

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O motivo da repactuação se basear na análise dos custos que formam o preço do serviço contratado
é que, em alguns contratos, pode-se comprovar que reajustes salarias aumentaram os custos para
a empresa, sem esse aumento ter sido considerado no índice de inflação. Contudo, essa efetiva
comprovação deve considerar todos os componentes do custo, pois frequentemente alguns custos
decrescem, enquanto outros aumentam.

Se houver comprovação do aumento de custos sem reposição pela fórmula de reajuste do contrato,
haveria sim prejuízo para a empresa, devendo, depois de decorrido o prazo de 1 ano do último
reajuste do contrato, proceder-se ao reequilíbrio econômico-financeiro do contrato. Veja o que diz
o TCU sobre esse prazo mínimo:

8.1 - os preços contratados não poderão sofrer reajustes por incremento dos custos de mão-
de-obra decorrentes da data base de cada categoria, ou de qualquer outra razão, por força
do disposto no art. 28 e seus parágrafos da Lei nº 9.069/95, antes de decorrido o prazo de
um ano, contado na forma expressa na própria legislação;

Esse item 8.1 aborda a necessidade de respeito ao princípio da anualidade para se reajustar
contratos, ou seja, ao prazo mínimo de 1 ano, que a lei 8.666/93 define ser a partir da data da
proposta ou do orçamento a que a proposta se refere.

Vamos continuar analisando este acórdão do TCU:

9.1.2. os incrementos dos custos de mão-de-obra ocasionados pela data-base de cada


categoria profissional nos contratos de prestação de serviços de natureza contínua não se
constituem em fundamento para a alegação de desequilíbrio econômico-financeiro;47

(...)

9.1.6. nas hipóteses previstas nos itens 9.1.3 e 9.1.4 deste Acórdão, a repactuação poderá
contemplar todos os componentes de custo do contrato que tenham sofrido variação,
desde que haja demonstração analítica dessa variação devidamente justificada, conforme
preceitua o art. 5° do Decreto 2.271/97;

O que o TCU disse é que o simples aumento dos salários dos funcionários em contratos de prestação
de serviços de natureza contínua não garante por si só o direto ao reequilíbrio econômico-financeiro

47
Acórdão 1.563/2004 do Plenário do TCU

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do contrato. Para se justificar o reequilíbrio econômico-financeiro, deve-se proceder à análise de


todos as componentes do custo do serviço, e não somente o custo dos funcionários.

O Decreto 2.271/97 citado pelo TCU foi revogado, dando lugar ao decreto 9.507/2018, que definiu,
para contratos de prestação de serviço de natureza continuada, as seguintes formas de
recomposição de valor:

• Repactuação: aplicável quando a mão de obra ocorre em dedicação exclusiva;


✓ A mão de obra é tão importante que o reajuste com base em índices não refletirá o
custo real da empresa.
• Reajuste: aplicável quando:
✓ A mão de obra não é em dedicação exclusiva;
✓ O valor do contrato é formado em sua maior parte por custos de insumos.

Perceba que a palavra “reajuste” é utilizada genericamente para designar repactuação e também o
reajuste por índices, algumas vezes chamado só de “reajuste”. Assim, pode haver confusão na hora
de se mencionar reajuste, por não se detalhar ser o reajuste por índices ou o reajuste pelo método
da repactuação (Figura 15).

Reajuste

Reajuste por
índices
Repactuação
(também chamado
reajuste)

Figura 15: divisão de reajuste em repactuação e reajuste por índices

Ao contratar um produto ou serviço que terá prestação de mais de 1 ano, é dever da administração
prever, no edital da licitação e no contrato, os critérios de reajuste ou repactuação do valor do

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contrato, pois a recomposição do valor da inflação é um direito de ambas as partes, já que os preços
na economia podem aumentar ou reduzir. O TCU já decidiu nesse sentido:

...o estabelecimento dos critérios de reajuste dos preços, tanto no edital quanto no
instrumento contratual, não constitui discricionariedade conferida ao gestor, mas sim
verdadeira imposição, ante o disposto nos arts. 40, inciso XI, e 55, inciso III, da Lei 8.666/93,
ainda que a vigência prevista para o contrato não supere doze meses.48

Repactuação e reajuste são considerados formas de recomposição do valor do contrato, pois


permitem a constante atualização do valor dos serviços que serão pagos à empresa contratada ao
longo dos anos. Assim, pode a inflação aumentar ou reduzir, que o valor a ser pago refletirá o poder
de compra da moeda.

A recomposição é mais ampla do que reajuste em sentido geral, pois ela corresponde à alteração do
valor do contrato, refletindo não somente o poder de compra, mas também os encargos
(obrigações) da empresa, ou seja, a obra ou serviço a serem executados. A recomposição é também
chamada de reequilíbrio econômico-financeiro em sentido amplo.

Além do reajuste, há um outro tipo de recomposição chamado revisão, que se destina aos casos de
ocorrência de fatos extraordinários e extracontratuais, bem como o fato do príncipe. Logo, um
exemplo de revisão seria quando há aumento de impostos que não era possível de se prever na
época de assinatura do contrato, mas com consequências diretas sobre os custos da empresa
contratada. A revisão aparece na lei 8.666/93 no seguinte trecho:

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do


contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou
fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do
contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de
consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda,
em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica
extraordinária e extracontratual. 49

Na revisão, deve-se calcular o impacto de um evento nos custos da empresa envolvendo todos os
custos do contrato, da mesma forma que na repactuação. Logo, analisam-se todas as componentes

48
Acórdão nº 2.205/2016 do Plenário do TCU

49
Art. 65, II, d) da Lei 8.666/93

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do custo no momento atual e no momento da assinatura do contrato, comparando os totais para


verificar se houve variação ou não.

A revisão é por alguns doutrinadores chamada de reequilíbrio econômico-financeiro em sentido


estrito (ou stricto sensu) do contrato, não dependendo de previsão no edital para ser feita, mas
devendo ser formalizada por meio de termo aditivo. Trata-se de um tipo de recomposição que pode
ser concedido a qualquer tempo ao longo do contrato, desde que haja um dos pressupostos para
sua ocorrência, como o reconhecimento de um fato do príncipe, a ocorrência de ume evento
extracontratual ou extraordinário.

A manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato visa não só a proteger o contratado


(empresa), como também a administração, sendo um exemplo favorável à administração o da
redução de impostos pelo Governo que pode incidir sobre um contrato de uma obra pública. Nesse
caso, a obra ficaria mais barata, beneficiando a contratante.

A fim de proteger o contratado (empresa), a lei 8.666/93 previu claramente a obrigação da


administração pública conceder reequilíbrio econômico-financeiro do contrato nos casos da
contratante utilizar as cláusulas exorbitantes que possui para aumentar, por sua livre vontade, as
obrigações do contratado. Um exemplo seria o aumento do tamanho do objeto contratado a pedido
do órgão contratante. Veja o diz a lei 8.666/93:

§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a


Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro
inicial50

Reajuste e repactuação são utilizados para cobrir os mesmos riscos, porém através de métodos
diferentes. Ambos cobrem o “risco relativo à possível ocorrência de um evento futuro desfavorável,
mas previsível ou suportável, por ser usual no negócio efetivado” (DINIZ, 1998), sendo a inflação o
grande exemplo deste risco. Dessa forma, se a construtora não consegue suportar os impactos
inflacionários durante 1 ano, até conseguir o reajuste de seu contrato, ela não possuirá condições
financeiras suficientes para participar de uma licitação de uma obra com duração superior a 1 ano.

Por outro lado, a revisão busca proteger o contrato de fatores anormais da economia, da sociedade
e do ambiente, causados por eventos posteriores à apresentação das propostas na licitação, ou seja,
fato novo que não era previsível no momento da precificação do objeto licitado. Em alguns casos
excepcionais, a revisão pode se aplicar a fatores previsíveis com consequências incalculáveis, porém
não iremos neste grau de detalhe, por não ser cobrado em concursos de engenharia na parte de

50
Art. 65, § 6º da Lei 8.666/93

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conhecimentos específicos. Importante ainda saber que, geralmente quando uma questão
menciona o reequilíbrio econômico-financeiro sem especificar se é em sentido amplo ou restrito,
refere-se geralmente à revisão.

Essas 3 ferramentas (reajuste por índices, repactuação e revisão), que no meio jurídico chamamos
pelo jargão de institutos, buscam, em sentido amplo, manter o equilíbrio econômico-financeiro do
contrato, ou seja, recompor o valor do contrato, perante a multiplicidade de riscos que uma
empresa assume quando é contratada pela Administração Pública. Tomando por base a doutrina e
o acórdão do 1563/2004 do Plenário do TCU, podemos elaborar o esquema que se segue:

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Índices

Reajuste

Ex: IGPM, INCC

Análise do contrato
com um todo
Efeitos da inflação

Só é possível para
serviços contínuos com
Repactuação
dedicação exclusiva de
mão de obra

Ex: manutenção predial,


Mínimo de 1 limpeza, vigilância
Mecanismos de ano para sua
recomposição do aplicação
equilíbrio econômico-
financeiro
Tb chamada
reequilíbrio
econômico-financeiro
em sentido estrito

Análise do contrato com


um todo
Fatos extraordinários
ou extracontratuais ou Revisão
fato do príncipe
Dispensa previsão no
edital

Ex: Greve, enchente,


aumento de impostos

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Algumas questões são cópias de acórdãos do TCU. Olhe esta:

CESPE - CGM João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno - Infraestrutura – 2018

Uma das tarefas do controle interno, no que diz respeito às obras públicas, é a avaliação da
correta aplicação dos recursos públicos. Para isso, são considerados objetos de análise, entre
outros, os editais, os contratos, os termos aditivos, os projetos de engenharia, as medições e
os diários de obra. A respeito da fiscalização de obras civis, julgue o item subsecutivo.

Os incrementos de mão de obra ocasionados pela data-base de cada categoria profissional não
constituem fundamento para a alegação de desequilíbrio econômico-financeiro.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: o acórdão do TCU que vimos diz que o incremento do custo de mão de obra não
é justificativa para alegação de desequilíbrio econômico-financeiro, pois é necessário
repactuação com base nas várias componentes do custo do objeto contratado. A afirmativa
lida isoladamento pode parecer confusa, por isso, você deve lembrar dessa frase do acórdão
do TCU para guiar sua interpretação sobre a intenção da banca nessa questão.

Gabarito: “Certo”.

Essa questão tem 2 alternativas corretas e foi anulada por esse motivo. Vamos tentar fazê-
la?

CESPE - TCM-BA - Auditor Estadual - Infraestrutura - 2018

Considerando que, na análise econômico-financeira dos contratos administrativos vigentes,


cujo objeto sejam obras de engenharia, é importante que se avalie o impacto causado pelos
possíveis reajustes e reequilíbrios econômico-financeiros adotados, assinale a opção correta.

a) A aplicação do reequilíbrio econômico-financeiro é compulsória, desde que conste nas


cláusulas contratuais.

b) O reajuste visa restaurar as condições econômicas pactuadas na assinatura do contrato que


forem alteradas por motivos injustificados ou imprevistos.

c) A aplicação do reequilíbrio econômico-financeiro não possui nenhuma restrição quanto ao


prazo contratual ou de aplicação.

d) O reajuste precisa ser realizado mediante aditivo ao contrato.

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e) O valor do reajuste interfere no cálculo para o limite de 25% de aditivo.

Comentário: Analisemos cada alternativa:

a) A aplicação do reequilíbrio econômico-financeiro sem mencionar o seu tipo corresponde à


revisão que, independente de previsão em cláusulas contratuais, é um direito das Partes.
Portanto, a alternativa erra ao fixar o pré-requisito de previsão em edital para a aplicação da
revisão.

O termo “compulsória” utilizado, a princípio, está correto, pois, no caso de se provar ser a
revisão necessária, a administração tem que rever o contrato, já que trata-se de um direito das
Partes que perante o contrato. Errado.

b) Ao contrário do que diz a alternativa, o reajuste visa a restautaurar as condições econômicas


do contrato que forem previsíveis, mas suportáveis, como é a inflação. Errado.

c) O reequilíbrio econômico-financeiro representa uma garantia para todas as Partes do


contrato contra os diversos riscos ao seu cumprimento. Como os problemas podem ocorrer a
qualquer momento e nunca se sabe sua magnitude, não há limites de datas nem de
abrangência na aplicação do reequilíbrio econômico-financeiro. Certo.

d) O reajuste é feito por simples apostilamento, não precisando de termo aditivo, visto que não
se altera o contrato subtancialmente. Pelo contrário, trata-se de um risco previsível no
momento da contratação, afinal, a inflação sempre existiu. Errado.

e) O art. 65, § 1º da Lei 8.666/93 prevê que os limites de 25% para obras e 50% para reformas
aplicam-se sobre o valor do contrato atualizado, que é o valor corrijido pela inflação. Portanto,
o valor do reajuste interfe sim no cálculo do limite de 25% de aditivo. Certo.

Gabarito: “c”,“e”.

CESPE - Pref João Pessoa – Auditor Municipal de Controle Interno - Infraestrutura - 2018

Uma das tarefas do controle interno, no que diz respeito às obras públicas, é a avaliação da
correta aplicação dos recursos públicos. Para isso, são considerados objetos de análise, entre
outros, os editais, os contratos, os termos aditivos, os projetos de engenharia, as medições e
os diários de obra. A respeito da fiscalização de obras civis, julgue o item subsecutivo.

Em face do crescimento anormal de insumo integrante da faixa A da curva ABC acima do


esperado e de maneira superior ao crescimento histórico do produto, terá agido corretamente
a administração que avaliar isoladamente apenas esse insumo e revisar seu preço para os
quantitativos não medidos com a finalidade de restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro
da avença.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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Comentário: a revisão deve ser feita com base em todas as componentes de custo possível,
pois a consideração individualizada de um custo pode não representar bem a realidade do
contrato, uma vez que os custos na economia flutam, refletindo o equilíbrio de oferta e
demanda. Assim, alguns custos aumentam, enquanto outros reduzem. Uma prática corrente é
fazer a revisão contratual com base na faixa A da curva ABC, por representar 80% dos custos
do objeto contratado. Portanto, a alterantiva está errada em prever a revisão com base em um
só insumo.

Gabarito: “Errado”.

ALGUMAS ESTRATÉGIAS DE FISCALIZAÇÃO DE OBRAS


A fiscalização de uma obra deve se pautar por critérios de relevância e materialidade, uma vez que
de nada adianta fiscalizar valores de baixo montante, nem com poucos indícios de inadimplemento
contratual (indícios de desrespeito ao contrato). Afinal de contas, os recursos para auditoria são
limitados, enquanto a quantidade de informações de uma obra é muito ampla. Portanto, o auditor
trabalha tendo que equilibrar demandas e seu tempo disponível, devendo estabelecer prioridades.

Uma ferramenta de auditoria que vimos na aula de planejamento é a curva ABC, que classifica os
insumos ou serviços da obra em ordem decrescente de representatividade quanto ao valor orçado
da obra. O trabalho de auditoria nessa curva pauta-se pelo princípio de Pareto ao se selecionar
apenas para fiscalização os itens da curva A, que representam 80% do valor, enquanto sua
quantidade limita-se a 20% do total de insumos ou serviços. Com isso, o auditor poupa recursos para
concentrar em um exame detalhado daquilo que mais importa.

Em obras é também comum a existência de serviços não previstos no SINAPI, que podem ser
considerados no orçamento, desde que sujeitos a pesquisa de preços com no mínimo 3 propostas
completamente detalhadas pelo fornecedor. Logicamente, esse também deve ser um dos focos do
fiscal em uma auditoria, já que se concede maior liberdade ao orçamentista permitindo a fixação de
preços com base apenas em 3 cotações. O importante nesse caso é que o auditor verifique se o valor
do orçamento que provém dos fornecedores foi de fato o valor contratado na obra.

Nesse caso de acréscimo de insumos não previstos no SINAPI, o auditor deve solicitar todas as
cotações desses insumos e que foram adotados pelo orçamentista. Dessa forma, permite-se à
fiscalização checar a conformidade da precificação em uma área vulnerável da orçamentação, já que
nem SINAPI nem outros sistemas de preços públicos conseguem prever e balizar todos os insumos
existentes em uma obra.

O acompanhamento do fiscal em uma auditoria não se resume a comparar valores gerais do


contrato, devendo ainda fazer análise detalhada das propostas e contratos de fornecedores. É nos
detalhes do contrato do fornecedor que se constatará a quantidade contratada, a forma de
fornecimento do material, se inclui impostos, seguro, transporte até a obra, ou não. Ao se checar
esses detalhes, consegue-se comparar os custos previstos no orçamento com os custos praticados

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na obra em uma mesma base. Imagine a confusão que seria para o auditor comparar um custo de
aço do orçamento, já incluídos impostos, mas sem frete, com o custo do mesmo aço no contrato
firmado pela obra, com impostos e frete juntos, sem discriminação do preço de cada item.

CESPE - PF – Perito Criminal - Eng. Civil - 2018

Um engenheiro recebeu um orçamento da obra de construção de um prédio público para


analisar se havia sobrepreço em algum serviço. Com pouco tempo disponível para análise, ele
adotou o princípio de Pareto na escolha dos serviços que teriam suas composições examinadas
com maior rigor e, além disso, solicitou a cotação de preços de insumos de serviços não
previstos no SINAPI adotada pelo orçamentista, bem como as condições de fornecimento
constantes na consulta.

A respeito dos procedimentos adotados nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.

O engenheiro agiu de forma cuidadosa em suas solicitações, pois, na cotação de preços de


insumos para compor o preço de serviços a serem executados, a quantidade a ser adquirida e
a forma de fornecimento são condições que afetam o valor final da obra.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: questão bem didática, pois mostra a cautela e capacidade de priorização que
deve ter o auditor em uma obra. Deve-se atentar aos detalhes do contrato, quantidade e forma
de fornecimento, bem como impostos, seguro, para se comparar os custos orçamentários e
reais em uma mesma base. Além disso, muitas vezes o desvio observado está no pagamento
de uma quantidade de material superior à necessária no projeto.

Gabarito: “Certo”.

SOBREPREÇO E SUPERFATURAMENTO

Você sabe o que é o famoso sobrepreço? Em geral, os preços praticados em um orçamento de uma
obra devem refletir o custo unitário de referência do SINAPI, seguindo a conhecida regra que vimos
na aula de orçamentos do Decreto Presidencial 7.983/2013 que diz, resumidamente: os preços de
referência de obras, exceto as de transporte, devem ser menores ou iguais às medianas dos seus
equivalentes no SINAPI.

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A lei 13.303 de 2016 diz que o sobrepreço ocorre quando o preço orçado para uma licitação ou o
preço contratado pelo governo após a licitação é superior ao preço de mercado. Esse sobrepreço
pode incidir sobre 2 componentes diferentes da obra ou atividade fiscalizada:

✓ Valor unitário da obra ou serviço, no caso de licitação ou contratação por preço unitário;
✓ Valor global da obra ou serviço, no caso de licitação ou contratação por preço global.

Em contrato a preços unitários, não há fixação rígida de quantidades, sendo o parâmetro regulador
de preço o seu valor unitário. Em contraponto, em contratos por preço global, a administração
contrata o objeto como um todo, independentemente da forma que a construtora fará sua
execução, desde que respeite a legislação vigente.

Logo, no caso do contrato a preço global, em que não se analisa custo para cada serviço,
bastará que se encontre uma diferença de custo como o valor de mercado para se atestar um
“sobrepreço”?

Não, pois é natural haver diferenças entre os custos unitários, já que as empresas que vão participar
da licitação vão planejar a obra de forma diferente, inclusive as compras de materiais. Porém, ao se
orçar a mesma obra contratada com os custos unitários do SINAPI, o preço global resultante (o preço
total ao final), que é o preço de referência, deverá estar próximo do preço contratado.

A premissa básica por trás dessa consideração é que o preço global pelo SINAPI reflete o preço de
mercado. Caso o preço contratado esteja injustificadamente acima do orçado pelo SINAPI, haverá
sim sobrepreço.

Como essas definições constam da lei 13.303/2016, que se aplica somente a empresa pública,
sociedade de economia mista e suas subsidiárias, não podemos aplicar diretamente esses conceitos
a qualquer caso. Por isso, temos que lançar mão da jurisprudência existente, que por sorte nossa,
caminha em sentido próximo do conceito presente na lei 13.303/2016. Vamos ver a decisão do TCU
que embasa essa constatação?

“A jurisprudência deste Tribunal tem considerado que os preços medianos constantes do Sistema
Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi) são indicativos dos valores

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praticados no mercado e, portanto, há sobrepreço quando o preço global está injustificadamente


acima do total previsto no Sinapi”51

A expressão “injustificadamente” faz todo sentido nessa decisão, pois o orçamentista do contrato
ganhador da licitação tem todo o direito de justificar a diferença de preço, uma vez que a obra
precificada possui várias particularidades, bem como o preço reflete uma série de atributos da
negociação, incluindo a capacidade de pagamento da empresa que solicita a cotação ao fornecedor.
Afinal de contas, um fornecedor irá orçar bem alto um produto para uma construtora em
recuperação judicial, já que esse fornecedor pode eventualmente considerar arriscado o
recebimento do pagamento.

Portanto, a constatação de sobrepreço não é um mero algoritmo ou regra de comparação de preços


com uma simples fórmula de diferença, comparando o custo global real da proposta vencedora com
o custo orçado pelo SINAPI. Deve-se analisar caso a caso, o que no meio jurídico dizemos “analisar
o caso concreto”, entendendo o contexto e as particularidades de cada obra, empresa e do órgão
público contratante.

Já o superfaturamento é o dano ao patrimônio público caracterizado por:

1. Medição (aprovação) de quantidades superiores às executadas no campo;


2. Obras ou serviços executados de forma que leve a uma diminuição de sua qualidade,
segurança ou vida útil;
3. Alterações de orçamento de obras ou serviços de engenharia que provoquem o desequilíbrio
econômico-financeiro do contrato em favor do contratado;
4. Outras alterações de cláusulas financeiras que gerem distorções como:
✓ Antecipação de valores financeiros;
✓ Distorção do cronograma físico-financeiro;
✓ Prorrogação injustificada do prazo contratual com custos adicionais para o órgão
contratante;
✓ Reajuste irregular de preços.

Em poucas palavras, o superfaturamento corresponde a qualquer pagamento a mais que o devido,


seja com base no contrato ou com base no preço de mercado, ou em comparação com o que foi
realizado no campo. Vejamos alguns exemplos de superfaturamento por 2 situações clássicas:

• Pagamento pelo valor corretamente contratado, mas tendo sido executada uma quantidade
física menor do que a aprovada na medição.
✓ Ex: paga-se por 100% do serviço, mas é entregue apenas 80% do serviço pela
construtora;
• Pagamento pelo valor superior ao contratado, mas tendo sido executada a mesma
quantidade física prevista no contrato.

51
TCU. Acórdão nº 618/06, Plenário. Rel. Min. Marcos Bemquerer Costa. DOU, 02 maio 2006

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✓ Ex: paga-se por 120% do preço global de referência do governo (ex: SINAPI), sendo
entregue 100% do serviço contratado.

Podemos dividir o superfaturamento de uma obra em algumas categorias:

• Jogo de cronograma: ocorre a distorção do cronograma físico-financeiro, com os valores dos


serviços iniciais sendo maiores e os valores dos serviços finais sendo menores, enquanto o
valor global da obra é menor do que o da administração. Assim, à primeira vista a obra parece
barata, induzindo a auditoria a considerar o procedimento licitatório como correto. O
objetivo é que grande parte do lucro de todo o empreendimento já seja auferido pela
construtora com pouco tempo de início da obra.
✓ Exemplo clássico de construtoras que fazem rodovias: colocar a maior parte do custo
da construção da rodovia na execução da terraplanagem, já que esta vem antes da
pavimentação, mesmo que o maior custo da obra esteja na pavimentação.
✓ Ao se deixar serviços de baixa lucratividade para o final da obra, permite-se a formação
de um passivo de serviços de baixa lucratividade que ninguém aceitaria executar ao
final por aquele preço da construtora ganhadora, nem ela mesma. Assim, obriga-se a
administração pública a futuramente ter que conceder um termo aditivo para a
construtora ganhadora, uma vez que rescindir o contrato e fazer nova licitação
somente para um remanescente de obra implica grandes custos para o Poder Público,
bem como tempo para elaborar novo edital, publicá-lo, receber propostas,
impugnações, etc. Perceba o quanto fazer um novo procedimento licitatório é caro e
moroso (demorado).
• Quantidade: fiscalização aprova medição de quantidade superior à executada no campo.
• Qualidade: fiscalização aprova medição de serviço feito com qualidade deficiente.
• Alteração de metodologia executiva: orçamento original da licitação prevê um método de
execução que não é econômico, a construtora ganhadora executa a obra com método mais
econômico e a Administração Pública não procede ao reequilíbrio econômico-financeiro do
contrato, aumentando o lucro da empresa.
• Por preços excessivos: é a clássica obra com sobrepreço que é contratada e gera medições
de serviços com preços acima do praticado no mercado.
• Jogo de planilha: dano ao erário por distorção nas quantidades contratadas e alteradas ao
longo da obra, como veremos mais à frente.

Essa lista de tipos de superfaturamentos não acaba aqui, pois a possibilidade de se ter
pagamentos ao contratado a mais do que o valor devido pode estar relacionada a uma variedade
muito grande de causas. Portanto, com o tempo vão surgindo novos conceitos, bem como
questões que trazem superfaturamentos que podem não se encaixar 100% em um dos tipos
listados acima.

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Imagine por exemplo um serviço de aterro feito sobre um terreno que se imaginava em um nível
X, mas depois se descobre, ao chegar ao campo, que o terreno está em um nível 1 metro acima
de X. Nesse caso, o aterro necessário se reduz, pois a sua altura será cerca de 1 metro menor do
que a prevista. Veremos em detalhe esse exemplo em uma das questões.

Medição de Qtds
> executadas no
campo

Serviços pagos,
Dano ao mas com BAIXA
patrimônio qualdiade
causado por
Desequilíbrio
Alterações no
econômico-
orçamento ou
financeiro do
serviços de
contrato em
engenharia que
favor do
provoquem
contratado.

Valoers Serviços
Maiores: iniciais
Superfatura- Jogo de
mento cronograma
Valores
Serviços finais
Menores

Medição de Qtd
Quantidade
> contratada

Falta
Alteração de
reequilíbrio
Principais tipos metodologia
econômico-
executiva
financeiro

Gera
Obra com
medições de
Por preços sobrepreço tem
preços > do
excessivos contrato
valor de
assinado e
mercado

Distorção de
quantidades em
Jogo de planilha
favor do
contratado

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Há uma outra prática chamada de subfaturamento, que pode consistir em uma infração tributária,
em que se registram faturas com preço abaixo do real, buscando-se o pagamento de menos
impostos. Em obras, pode-se ter o subfaturamento com preços unitários muito abaixo dos preços
de mercado ou no registro de quantidades medidas abaixo das contratadas. Um exemplo seria a não
execução de todas as quantidades previstas para um serviço pela construtora, por esse serviço não
fornecer lucratividade.

Contudo, saiba que não se comprova subfaturamento simplesmente dizendo-se que um valor de
uma proposta está abaixo do praticado no mercado. É necessário ir além, comprovar que o custo
incorrido ou a quantidade executada foi de fato superior ao registrado. Afinal, a proposta de baixo
valor de uma construtora pode refletir ociosidade de equipamentos em seu pátio, busca estratégica
por adentrar em um novo setor da construção, ou mesmo otimizações de métodos construtivos que
ela visualiza no momento da elaboração da sua proposta.

Superfaturamento por jogo de planilha

Existe ainda o chamado jogo de planilha, prática vedada, consistindo em 2 atividades executadas ao
mesmo tempo pela construtora em sua proposta na licitação, atribuindo:

• Preços muito baixos para serviços que a empresa já sabe no momento da licitação que serão
executados em quantidades insignificantes;
• Preços muito altos para serviços que são contratados em quantidades inferiores à necessária,
mas que serão posteriormente acrescidos via termo aditivo.

A prática do jogo de planilha resulta em ruptura do equilíbrio econômico-financeiro inicial do


contrato, por meio de alterações de quantitativos ou preços. Trata-se de um tipo de
superfaturamento por causar dano ao erário.

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Preço alto
• Serviços em pequena
Jogo de planilha

quantidade
• Serão aumentados depois de
contratada a obra

Preço baixo
• Serviços em grande quantidade
• Precisarão ser executados em
quantidade bem inferior à
prevista

O MERGULHO DE PREÇOS

Há uma prática comum em empresas de oferecer preços muito baixos e apostar que, depois de
contratadas, terão condições de renegociarem o contrato por meio de termos aditivos, aumentando
o preço contratado e melhorando a lucratividade do empreendimento. Essa estratégia é chamada
na doutrina de mergulho de preços, sendo denominada pela lei 8.666/93 de proposta inexequível,
ocorrendo quando a licitante apresenta preços muito abaixo dos custos orçados pela administração
pública. O valor proposto chega a ser inferior ao valor de mercado, muito vezes sendo praticado por
empresas que são novas no mercado ou que, no caso de critério técnica e preço, não apresentam
boa pontuação técnica.

A lei 8.666/93 define que a proposta que será considerada inexequível será desclassificada na
licitação. É ainda definido que a proposta inexequível devido a preços abaixo do custo orçado será
aquela inferior a 70% do menor dos seguintes valores:

• Média das propostas acima de 50% do valor orçado pelo órgão contratante;
• Custo orçado pela administração.

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Para você ter mais sensibilidade sobre essa definição de uma proposta inexequível em relação ao
preço abaixo do valor orçado, imagine que 4 construtoras tenham oferecido as seguintes propostas
para uma obra orçada pelo Governo em R$ 100 milhões: R$40, R$ 60, R$ 70 e R$ 80 milhões de reais.
Vamos aplicar as 2 condições previstas na lei 8.666/93:

• Média das propostas acima de 50% do valor orçado pelo órgão contratante;
✓ 50% do valor orçado corresponde a R$ 50 milhões. Uma das propostas é inferior a esse
valor, não podendo ser utilizada no cálculo da média, enquanto as demais são todas
superiores a 50 milhões. Logo, a média dessas propostas será:
60 + 70 + 80
𝑀é𝑑𝑖𝑎 = = 70 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠
3
• Custo orçado pela administração: R$ 100 milhões

O menor das 2 condições é R$ 70 milhões. A proposta será inexequível se houver algum valor inferior
a 70% de R$ 70 milhões, ou seja:

70% . 𝑅$ 70 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 = 𝑅$ 49 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠

Como uma proposta é menor do que R$ 49 milhões, haverá uma desclassificação por
inexequibilidade neste certame, correspondendo à proposta de R$ 40 milhões. Quanto às outras
três propostas, deverão ser classificadas (aceitas) quanto a esse critério.

FCC - TCE-RS - Auditor Público Externo – Arquitetura – 2014

A quebra do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, em desfavor da


Administração, por meio da alteração de quantitativos, caracteriza superfaturamento por

a) distorção do cronograma físico-financeiro.

b) quantidade.

c) alteração de metodologia executiva.

d) jogo de planilha.

e) preços excessivos.

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Comentários: ruptura do equilíbrio econômico-financeiro inicial por alteração de quantitativos


é o chamado jogo de planilhas, diminuindo-se serviços de baixa margem de lucro e
aumentando-se serviços de alta margem de lucro. Os outros superfaturamentos são:

-A alteração de cronograma físico-financeiro resulta na antecipação de serviços mais lucrativos;

-Superfaturamento por quantidade é quando se medem mais serviços do que os executados


no campo.

-Alteração de metodologia executiva é a execução da obra por método mais barato sem o
devido reequilíbrio econômicof financeiro do contrato.

-A prática de preços excessivos é o sobrepreço em obra contratada, que gera medições com
serviços sendo pagos em valores acima do de mercado.

Gabarito: “d”.

A questão a seguir utiliza expressões muito sutis para diferenciar um tipo de


superfaturamento do outro. É uma questão que não é bem clara, mas com a qual temos que
nos acostumar. A melhor forma de aprender a resolvê-las é treinando várias questões desse
tipo. Vamos lá!

FGV - TCM-SP - Ag Fisc - Eng. Civil – 2015

Em uma licitação, quando todos os preços unitários propostos por uma empresa encontram-
se abaixo dos previstos pela Administração, e os preços dos serviços do final da obra são
cotados com reduções expressivas de valores em relação ao orçamento base, diz-se que a
proposta de preços pode estar com:

a) “jogo de cronograma”, pois após realizar os serviços iniciais com preços melhores, o
contratado pode pedir para aumentar os preços dos serviços restantes ou abandonar a obra;

b) “jogo de planilha”, pois a licitação da obra foi realizada a partir de projeto básico deficiente;

c) “superfaturamento”, pois os custos unitários médios estão acima do valor de mercado;

d) “subfaturamento”, pois todos os custos unitários estão abaixo do valor de mercado, e a


contratada pode paralisar a obra e pedir termos aditivos;

e) “mergulho de preços”, pois a legislação não permite que todos os custos unitários propostos
por uma empresa encontrem-se abaixo dos previstos pela Administração.

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Comentário: vamos a cada alternativa:

a) o jogo de cronograma pressupõe serviços executados no início com maior margem de lucro
para a construtora e serviços sem execução ao final da obra, sendo esses de baixa margem de
lucro para a empresa. O enunciado mencionou que “todos os preços unitários propostos por
uma empresa encontram-se abaixo do previsto pela Administração”, o que é comum em
licitações e não indica um tipo de superfaturamento.

Contudo, o enunciado avança dizendo que “os serviços do final da obra são cotados com
reduções expressivas de valores em relação ao orçamento base”. A expressão serviços do final
da obra é uma referência clara ao jogo de cronograma, em que os serviços iniciais são
executados, deixando-se aqueles de baixa lucratividade para o fim, sem nunca se executar.
Trata-se de um referência direta ao jogo de cronograma, pois está se formando um passivo de
serviços de baixa lucratividade que ninguém aceitaria executar ao final da obra por aquele
preço, obrigando a adminitração a futuramente ter que conceder um termo aditivo para a
construtora ganhadora, uma vez que rescindir o contrato e fazer nova licitação somente para
um remancesente de obra implica grandes custos e prazos. Correto.

b) Não foi mencionado na questão que houve projeto básico deficiente, nem distorção nas
quantidades, que é um pressuposto para a existência do jogo de planilhas. Errado.

c) De fato pode ter ocorrido superfaturamento (do tipo por jogo de cronograma), mas não foi
devido a “custos unitários médios” “acima do valor de mercado”, e sim abaixo do valor de
mercado. Errado.

d) De acordo com o enunciado, os preços unitários não estão muito abaixo dos preços de
mercado ou da administração. O fato de todos os perços estarem abaixo do preço da
administração não indica subfaturamento, pois a licitação visa justamente à busca da solução
mais vantajosa para o Poder Público, incluindo aquela de menor custo. Da mesma forma, como
poderia a contratada paralisar uma obra por causa de um preço que ela mesma ofertou?
Portanto, a afirmativa está errada.

e) O mergulho de preços pressupões propostas inexequíveis, ou seja, cujo orçamento não


corresponde ao custo dos serviços. O fato dos “preços unitários propostos por uma empresa
encontrarem-se abaixo dos previstos pela Administração” não garante mergulho de preços,
pois seria necessário preços muito abaixo dos previstos pela administração. Como vimos, no
caso de licitação do tipo menor preço, para uma proposta ser inexequível, é necessário que ela
seja inferior a 70% do menor dos seguintes valores:

• Média das propostas acima de 50% do valor orçado pelo órgão contratante;

• Custo orçado pela administração.

Não há informação sobre essas 2 condições no enunciado da questão. Errado.

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Gabarito: “a”.

CESPE - PF – Perito Criminal - Eng. Civil - 2018

Um engenheiro recebeu um orçamento da obra de construção de um prédio público para


analisar se havia sobrepreço em algum serviço. Com pouco tempo disponível para análise, ele
adotou o princípio de Pareto na escolha dos serviços que teriam suas composições examinadas
com maior rigor e, além disso, solicitou a cotação de preços de insumos de serviços não
previstos no SINAPI adotada pelo orçamentista, bem como as condições de fornecimento
constantes na consulta.

A respeito dos procedimentos adotados nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.

O cuidado do engenheiro na análise de sobrepreço em obras públicas é importante, pois, caso


esses valores sejam pagos durante a execução da obra, ficará caracterizado o
superfaturamento.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: essa questão do CESPE é bem clara em mostrar como o sobrepreço, a partir do
momento em que gera pagamento efetivo à construtora, acarreta danos ao patrimônio da
administração, que pagou um preço alto para ter poucos serviços ou produtos entregues. Desta
forma, tem-se a ocorrência de um subfaturamento seguido de pagamentos que geram um
superfaturamento.

Gabarito: “Certo”.

CESPE – TELEBRAS – Eng. Civil – 2015

Antes do início da execução de um aterro, durante a construção de um complexo de edifícios


públicos, o fiscal da obra refez o levantamento topográfico e alguns ensaios no solo existente.
Após o trabalho de campo, o engenheiro fiscal constatou que o nível real do terreno primitivo
estava dois metros acima do previsto em projeto, e que a jazida de solo, prevista para fornecer
material de aterro, apesar de atender a todas as características exigidas no projeto, possuía um
teor de umidade bem abaixo do teor de umidade ótimo.

Com base nessas informações, julgue o item a seguir.

Se a execução do aterro ocorrer sem a correção do erro topográfico constatado pela


fiscalização, o erro na medição acarretará pagamento de serviço superfaturado.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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Comentário: se não foi corrigido o erro no nível do terreno, será medido um aterro muito maior
do que o necessário, pois o terreno foi considerado 2 m abaixo (nível previsto em projeto) de
sua posição real (primitiva). Veja a figura a seguir:

Perceba que a quantidade de serviço que se mediria sem a correção a ser feita pelo fiscal seria
superior à quantidade correta, ou seja, com a correção topográfica. Logo, haveria um dano à
administração, que pagaria por um serviço que não seria necessário, representando um
superfaturamento por se medir mais serviços do que o necessário.

Gabarito: “Certo”.

CESPE - TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – Eng. Civil - 2016

O valor do contrato de construção de determinado edifício público fora fixado em dez milhões
de reais. Na última medição, o engenheiro responsável pela fiscalização da obra constatou que,
embora algumas atividades estivessem atrasadas, a construtora já havia executado cinco
milhões de reais em serviços, valor que estava em conformidade com o previsto para ser
executado até aquele momento.

Com base nessa situação hipotética, julgue o seguinte item de acordo com a legislação vigente.

O pagamento da última medição implicou sobrepreço no contrato.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: a medição é dinâmica, pois reflete o que a construtora consegue executar no


campo, incluindo os serviços antecipados e aqueles apenas parcialmente executados. Nâo há

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informação alguma indicando que o preço orçado ou planejado está superior ao preço de
mercado, portanto, não podemos concluir que haja nem que não haja sobrepreço.

Gabarito: “Errado”.

FGV - TJ BA – Ana. Judiciário Eng. Civil – 2015

Determinada licitante saiu-se vencedora de uma licitação com 20% de desconto em relação ao
orçamento-base da Administração, e com todos os preços unitários inferiores aos previstos
pela Administração. Numa análise mais aprofundada, observou-se que a proposta da licitante
adotou preços dos serviços da primeira metade da obra sem nenhum desconto em relação ao
orçamento-base, enquanto os serviços da segunda metade da obra foram cotados com 40% de
desconto. Dessa forma, é correto afirmar que:

a) trata-se de um resultado vantajoso para a Administração Pública, devendo-se homologar o


certame sem restrições;

b) trata-se de um tipo de superfaturamento, pois os serviços a serem executados


posteriormente apresentam preços unitários superiores aos de mercado;

c) mesmo que a construtora abandone a obra depois de executar a parte que lhe é
interessante, não há ocorrência de “jogo de planilha”, pois os valores pagos pelos serviços
executados estão todos com desconto em relação ao orçamento-base;

d) ao se deparar com evidências de “jogo de cronograma”, pela adoção de descontos


excessivos nos serviços finais, a equipe deve verificar se os preços unitários dos serviços da
segunda metade da obra são inexequíveis;

e) trata-se de um resultado regular, devendo-se apenas verificar se o edital prevê corretamente


as condições de reajuste dos preços.

Comentários: vamos analisar cada alternativa:

a) O fato de uma proposta estar com valor abaixo do preço de referência da licitação não
significa que se trata de uma solução mais vantajosa para o Estado, pois muitas há empresas
“aventureiras” que oferecem preços inexequíveis, ou que propõem preços apostando que a
administração pública terá que alterar o contrato no futuro. Pelos dados apresentados,
depreende-se o contrário, que há intenção clara de se antecipar valores, uma vez que os
serviços do início da obra estão com custo maior do que os do final. Errado.

b) Os serviços a serem executados na segunda metade da obra possuem desconto de 40% em


relação ao orçamento base da administração. Portanto, deduz-se que os serviços a serem
executados posteriormente apresentem preços unitários inferiores aos de mercado, e não
superiores como é dito na afirmativa. Errado.

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c) Essa alternativa está errada, pois não são todos os valores pagos pelos serviços executados
que estão com desconto, mas apenas aqueles da segunda metade da obra. Outro erro é o uso
do conectivo "pois", dando ideia de que esse desconto em todos os itens do orçamento é um
dos requisitos para se ter o jogo de planilha, já que o jogo de planilha pressupõe que haja
preços altos para uma parte pequena dos serviços, que serão posteriormente aumentados por
aditivo contratual.

d) Uma das evidências para se comprovar o jogo de cronograma é a verificação dos serviços a
preços significativos no início da obra e a preços abaixo de mercado ao seu final. Comprovar
preços abaixo do valor de mercado pode ser feito pela verificação dos serviços da metade final
serem inexequíveis ou não, nos termos da lei 8.666/93. Correto.

e) Há indícios de jogo de planilha, uma vez que se verifica maior peso do custo do projeto em
seu início, levando-se à possível formação de um passivo na segunda metade da obra, quando
grande parte do valor do contrato já terá sido pago. Portanto, não há que se falar que se trate
de um resultado regular. Errado.

Gabarito: “d”.

O REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÃO (RDC)


Um outro regime de execução de obra foi criado com a Lei 12.462/2011 e regulamentado pelo
Decreto nº 7.581/2011, instituindo o Regime Diferenciado de Contratações (RDC), que é uma nova
forma de se licitar serviços aplicável a alguns tipos de obras, que são as referentes aos:

✓ Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016;


✓ Copa das Confederações e Copa do Mundo;
✓ Aeroportos das capitais dos Estados da Federação distantes até 350 km das sedes dos
campeonatos mundiais citados anteriormente;
✓ Ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC);
✓ Sistema Único de Saúde (SUS);
✓ Estabelecimentos penais e de unidades de atendimento socioeducativo;
✓ Segurança pública;
✓ Mobilidade urbana;
✓ Entidades dedicadas à ciência, à tecnologia e à inovação.

Essa lei do RDC aproximou as práticas da administração pública às da iniciativa privada em


contratações de obra, em vários aspectos, como:

• Restrição à publicidade do orçamento estimado, contrariamente à lei 8.666, que prevê a


divulgação do valor estimado de contratação, sendo parte do projeto básico, segundo o art.
40, § 2º, II da lei 8.666/93;
✓ O RDC permite que, ao final do procedimento licitatório, a comissão de licitação
negocie com o primeiro colocado melhores condições e preços para a execução do

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objeto contratado. Nesse caso, a eventual publicidade prévia do valor estimado pela
administração pública prejudicaria a negociação com a empresa, pois esta saberia de
antemão o que o Poder Público considera como razoável para o orçamento da obra.
✓ Olhe o que diz a lei 12.462/2011 do RDC:
▪ Art. 6º Observado o disposto no § 3º, o orçamento previamente estimado para
a contratação será tornado público apenas e imediatamente após o
encerramento da licitação, sem prejuízo da divulgação do detalhamento dos
quantitativos e das demais informações necessárias para a elaboração das
propostas.
• Possibilidade de remuneração variada à contratada de acordo com seu desempenho, com
base em:
✓ Metas, padrões de qualidade, critérios de sustentabilidade ambiental e prazo de
entrega;
• Novos critérios de julgamento, como do maior retorno econômico.

Foi criado também com a lei do RDC um novo regime de execução indireta de obra:

• Contratação integrada: contratação não somente da execução da obra e do projeto executivo


junto a um terceiro, mas também da elaboração do projeto básico, executando ainda a
montagem, testes, pré-operação e todas as operações necessárias à entrega final do objeto.
✓ Trata-se de uma contratação mais ampla do que a própria empreitada integral, pois se
inicia já na elaboração do projeto básico e termina na fase operacional.

A contratação integrada não é de livre escolha do administrador, devendo ser justificada técnica e
economicamente, demonstrando-se o atendimento a 1 dos seguintes requisitos:

I - Inovação tecnológica ou técnica;

✓ Permite a aplicação de técnicas e materiais no estado da arte nas edificações


públicas.

II - possibilidade de execução com diferentes metodologias;

✓ Dessa forma, as construtoras devem ter liberdade para otimizarem a


metodologia de execução da obra, sendo decidida aquela que se revelar a mais
viável por livre concorrência.

III - possibilidade de execução com tecnologias de domínio restrito no mercado. (Incluído


pela Lei nº 12.980, de 2014)

✓ Aplicável quando há poucos fornecedores ou executores de um dado serviço ou


técnica, sendo um exemplo a despoluição de uma lagoa contaminada com
substâncias tóxicas que requerem modernas técnicas e de domínio restrito para
descontaminação.

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Podemos resumir esses 3 requisitos anteriores à inovação tecnológica (item I), técnica ou
metodológica (item II) e tecnológica de domínio restrito (item III). Portanto, a contratação integrada
é adequada quando se exige na obra certo grau de inovação em alguma componente desta obra.

Figura 16: grandes obras como de pontes podem ser construídas por diferentes metodologias construtivas,
cabendo ao licitante esta escolha na contratação integrada

Assim, a contratação com maior leque de opções de execução para o gestor público é o RDC, que
permite os seguintes regimes:

I - empreitada por preço unitário;

II - empreitada por preço global;

III - contratação por tarefa;

IV - empreitada integral; ou

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V - contratação integrada.

No caso de obras e serviços de engenharia, deve-se optar preferencialmente pelos regimes


marcados em azul na listagem anterior, ou seja, os regimes de número II, IV e V, pois implicam
necessidade prévia de maior conhecimento pela administração sobre o objeto contratado.

O impacto direto dessa exigência é que, quando o administrador optar pela empreitada por preço
unitário ou por tarefa no RDC, deverá justificar a inviabilidade da utilização dos 3 demais regimes. O
motivo é que a contratação nesses 2 regimes permite à administração licitar com base em projetos
básicos menos detalhados, uma vez que se aceitam eventuais pequenas variações nas quantidades
finais executadas. Com isso, a lei tentou reduzir o uso do regime de preços unitários e tarefa pela
administração pública, forçando a elaboração de projetos básicos os mais completos e detalhados
possível.

A licitação de uma obra que requer certo grau de inovação impõe à administração pública que
conceda às construtoras maior liberdade para poderem propor soluções que apresentem melhorias
de prazo, custo, manutenção, durabilidade, consumo energético, etc. Nesse caso, não haveria
sentido em se fixar todas as características da obra no projeto básico, sob pena de não se poder
inovar em nada, já estando a obra toda definida. Por isso, a contratação integrada deve ser licitada
com base em anteprojeto de engenharia, devendo o projeto básico ser desenvolvido pela futura
ganhadora da licitação.

O requisito de inovação relacionado à contratação integrada está presente na lei 13.303, que fez
questão de deixa-lo bem claro:

Art. 43. Os contratos destinados à execução de obras e serviços de engenharia admitirão os


seguintes regimes:

(...)

VI - contratação integrada, quando a obra ou o serviço de engenharia for de natureza


predominantemente intelectual e de inovação tecnológica do objeto licitado ou puder ser
executado com diferentes metodologias ou tecnologias de domínio restrito no mercado.

Contudo, essa maior liberdade para proposição de soluções, quando relacionada a metodologias
diferenciadas de execução, deve estar prevista no edital por critérios objetivos, conforme atesta a
lei 12.462/2011:

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§ 3º Caso seja permitida no anteprojeto de engenharia a apresentação de projetos com


metodologias diferenciadas de execução, o instrumento convocatório estabelecerá critérios
objetivos para avaliação e julgamento das propostas.52

Uma vez que a contratação integrada baseia-se em anteprojeto de engenharia, tem-se uma maior
imprecisão no objeto licitado por essa forma de contratação, sendo o orçamento calculado por uma
das 2 formas a seguir:

• Com base nos valores pagos pela administração em projetos similares;


• Cálculo do custo global da obra por meio de:
✓ Orçamento sintético ou metodologia expedita ou análise paramétrica.

Quer saber por que o método de precificação com base no anteprojeto é tão pouco preciso? Olhe o
que disse o TCU:

“Em um projeto básico, tendo em vista o seu detalhamento, é viável a orçamentação com
base em todas as composições de custo unitário. Em um anteprojeto, por outro lado, existem
lacunas de dimensionamento de partes do projeto ainda não elaboradas – cada qual com o
seu preço. Costuma-se, então, utilizar procedimentos expeditos e paramétricos para o
balizamento preliminar de custos.”53

Mas o que seria um anteprojeto de engenharia? É um projeto que define com menos detalhes o
objeto a ser licitado, mas devendo incluir:

• Visão global dos investimentos;


• Condições de segurança, solidez e durabilidade;
• Prazo de entrega;
• Estética do projeto arquitetônico;
• Parâmetros de adequação:
o Ao interesse público (ex: importância social do projeto);
o À economia na utilização (ex: consumo de energia);
o À facilidade na execução (ex: métodos de simples execução);
o Aos impactos ambientais (ex: uso de materiais duráveis, com baixa geração de
resíduos);

52
Art. 9º, § 3º da Lei 12462/2011

53
Acórdão nº 1.510/2013-Plenário do TCU

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o À acessibilidade (previsão de múltiplos meios de acessibilidade e comunicação com o


usuário/cidadão).

Uma dedução lógica do fato da contratação integrada se basear apenas no anteprojeto é a


permissão da participação na licitação, de forma direta ou indireta, de pessoa física ou jurídica que
elaborou o projeto básico ou executivo correspondente. Não faz sentido a vedação do autor do
projeto básico ou executivo à participar de licitações que preveem regime de contratação integrada,
uma vez que responsabilidade desses projetos é da construtora que ganhar a licitação (contratada),
como afirma Reis (2018). Vejamos a lei 12.462 do RDC:

Art. 36. É vedada a participação direta ou indireta nas licitações de que trata esta Lei:
I - da pessoa física ou jurídica que elaborar o projeto básico ou executivo correspondente;
II - da pessoa jurídica que participar de consórcio responsável pela elaboração do projeto
básico ou executivo correspondente;
III - da pessoa jurídica da qual o autor do projeto básico ou executivo seja administrador,
sócio com mais de 5% (cinco por cento) do capital votante, controlador, gerente, responsável
técnico ou subcontratado; ou
IV - do servidor, empregado ou ocupante de cargo em comissão do órgão ou entidade
contratante ou responsável pela licitação.
§ 1º Não se aplica o disposto nos incisos I, II e III do caput deste artigo no caso das
contratações integradas.

Embora a lei do RDC não proíba a participação de autor de anteprojeto em licitação por contratação
integrada, o Decreto nº 7.581/2011 proibiu essa possibilidade:

Art. 3º É vedada a participação direta ou indireta nas licitações:

I - da pessoa física ou jurídica que elaborar o projeto básico ou executivo correspondente;

II - da pessoa jurídica que participar de consórcio responsável pela elaboração do projeto


básico ou executivo correspondente;

III - da pessoa jurídica na qual o autor do projeto básico ou executivo seja administrador, sócio
com mais de cinco por cento do capital votante, controlador, gerente, responsável técnico ou
subcontratado; ou

IV - do servidor, empregado ou ocupante de cargo em comissão do órgão ou entidade


contratante ou responsável pela licitação.

§ 1º Caso adotado o regime de contratação integrada:

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I - não se aplicam as vedações previstas nos incisos I, II e III do caput ; e

II - é vedada a participação direta ou indireta nas licitações da pessoa física ou jurídica que
elaborar o anteprojeto de engenharia.54

Um ponto importante da contratação integrada é que são vedados termos aditivos, inclusive por
erros ou omissões por parte do contratado, já que o projeto básico é desenvolvido pela própria
empresa. As exceções são nas situações de:

• Caso fortuito ou força maior;


o É necessário recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do contrato;
• Por alteração de projeto solicitada pela administração, desde que não decorrente de erro
ou omissão da contratada.

Figura 17: A contratação integrada permitiu a contratação de obras complexas, como as de mobilidade
urbana, por meio de anteprojetos, transferindo vários riscos para a construtora.

54
Decreto nº 7.581/2011

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Como a contratada é responsável pelo projeto básico e executivo, qualquer erro nesses projetos
será de responsabilidade da empresa, não podendo ser objeto de termo aditivo.

No caso de contratação integrada com termos aditivos celebrados devido a alteração de projeto
solicitada pela administração, continua valendo o limite da lei 8.666/93 de 25% para obras e 50%
para reformas, conforme art. 9º, § 4º, II da Lei 12.462/2011 que remete ao trecho a seguir da lei
8.666/93:

§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos


ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por
cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou
de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.55

A fim de se evitar problemas de mitigação ambientais não previstos em contrato, a lei do RDC
(12.462/2011) prevê que:

• O anteprojeto deve considerar parâmetros de adequação aos impactos ambientais do


empreendimento:
• As contratações deverão respeitar os critérios de mitigação por condicionantes e
compensação ambiental, que serão definidos no procedimento de licenciamento
ambiental;

Algumas questões tentarão confundir o conceito de anteprojeto com o de projeto básico. A lei
12462/2011 diz que projeto básico deverá assegurar a viabilidade técnica e o adequado tratamento
do impacto ambiental do empreendimento. Assim, perceba que a viabilidade de todas as soluções
técnicas e ambientais de uma obra não será analisada na licitação por contratação integrada, pois
esta se baseia no anteprojeto, que traz menos informações do que o projeto básico. A viabilidade
técnica e ambiental do empreendimento é avaliada posteriormente pelo projeto básico a ser
desenvolvido pela construtora ganhadora da licitação.

55
Art. 65, § 1º da Lei 8.666/93

167
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Saiba ainda que a escolha entre qual regime de execução contratual seguir não é uma mera decisão
da administração, uma livre escolha. Ao contrário, a decisão deve se basear no interesse público e
ser motivada, uma vez que o tipo de regime de execução adotado altera a minuta do contrato, a
forma de medição, de elaboração de termos aditivos, etc. Saiba que não existe um regime de
empreitada melhor do que outro, havendo sim situações particulares em que um tipo revela-se
mais apropriado, mas sempre trazendo também riscos a seu cumprimento.

Foi ainda criado com a lei 13.303/2016 um outro regime de execução de obra chamado contratação
semi-integrada, que é um estágio intermediário entre o preço global e a contratação integrada, pois
é possível se definir as quantidades do objeto a partir de um projeto básico completo e detalhado,
porém existem diferentes metodologias e tecnologias de execução que podem ser aplicadas,
sendo, por isso, permitido à construtora modificar o projeto básico após a licitação, depois de
contratada.

Nesse caso, deve-se demonstrar a superioridade de eventual solução inovadora proposta, que
deverá ser previamente autorizada pela administração. A superioridade poderá se basear em menor
custo, menor prazo de execução, maior durabilidade, menor consumo energético, etc.

A definição do regime de contratação semi-integrada obriga no mínimo a execução do projeto


executivo pela construtora, o que é bem lógico, pois é similar aos demais regimes:

V - contratação semi-integrada: contratação que envolve a elaboração e o desenvolvimento


do projeto executivo, a execução de obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização
de testes, a pré-operação e as demais operações necessárias e suficientes para a entrega final
do objeto, de acordo com o estabelecido nos §§ 1º e 3º deste artigo 56

A aplicação desse regime pela lei 13.303 só confirma seu conceito:

Art. 43. Os contratos destinados à execução de obras e serviços de engenharia admitirão os


seguintes regimes:

(...)

V - contratação semi-integrada, quando for possível definir previamente no projeto básico as


quantidades dos serviços a serem posteriormente executados na fase contratual, em obra ou

56
Art. 42, V da lei 13.303/2016

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serviço de engenharia que possa ser executado com diferentes metodologias ou


tecnologias.

Não confunda quando é mais adequado utilizar o regime de contratação semi-integrada e o regime
de empreitada por preço global, pois esta tem uma aplicação mais genérica do que a outra, que
necessita da existência de diferentes metodologias ou tecnologias para execução do objeto. Observe
o que diz a lei 13.303 sobre a aplicação desses 2 regimes:

Art. 43. Os contratos destinados à execução de obras e serviços de engenharia admitirão os


seguintes regimes:

(...)

II - empreitada por preço global, quando for possível definir previamente no projeto básico,
com boa margem de precisão, as quantidades dos serviços a serem posteriormente
executados na fase contratual;

V - contratação semi-integrada, quando for possível definir previamente no projeto básico as


quantidades dos serviços a serem posteriormente executados na fase contratual, em obra ou
serviço de engenharia que possa ser executado com diferentes metodologias ou tecnologias;

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Empreitada Quando possível


definir no projeto
por preço básico, com boa
margem de
as quantidades dos
serviços
global precisão

Contratação Quando possível


definir no projeto
que possam ser
executados com
semi- básico, com boa
margem de
as quantidades dos
serviços
diferentes
metodologias
integrada precisão ou tecnologias

Figura 18: Comparação entre Contratação semi-integrada e Empreitada por preço global

As questões podem criar algumas exceções para tentar te confundir. Nesse caso, utilize o bom senso
e seu conhecimento. Olhe um exemplo:

“Com relação ao RDC, é correto afirmar que a contratação integrada

a) dispensa projetos executivos para a assinatura dos contratos de obras e serviços de


engenharia, que exigem urgência e rapidez na execução.”

Um dos requisitos para se utilizar a contratação integrada é a inovação. Como pode se aplicar um
regime voltado para a tecnologia em casos de urgência? O trabalho intelectual necessário a uma
inovação demanda tempo, ao contrário de uma situação de emergência como a da questão.
Portanto, não faz sentido a lei do RDC (Lei 12.462) e também a de empresa pública, da sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias (lei 13.303) prever uma situação de emergência para a
contratação integrada. Essas 2 leis possuem alternativas para situações de emergência e de
calamidade pública que não são nem por licitação, mas por contratação direta, como se estuda na
disciplina de Direito Administrativo. Portanto, a afirmativa dessa questão estaria errada.

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Restrião à
Aplica-se a algumas
publicidade do
obras de grande
orçamento
vulto
estimado

Aproxima práticas
Remuneração
da adm. privada á
variada
pública

Novos critérios de
julgamento
RDC

Necessita de
inovação
Contratação inclui a
elaboração do
projeto básico
Licitada com base Orçamento
em anteprojeto estimado

Criou a Contratação
integrada
Vedados por
Caso fortuito ou
omissão ou erros
força maior
do contratado
Termo aditivos

Solicitação pela
Permitidos para:
administração
Necessita de
projeto básico
completo e
detalhado
Criou a contratação Mesmos limites da
Lei 13.303/16 pois existem
semi-integrada 8.666/93
diferentes
Permite alteração metodologias e
do projeto básico tecnologias de
execução

Casos de Contratação
Contratação
emergência ou
direta, ou seja: sem licitação
calamidade

FUNRIO - Assistente Pré-Sal - Licitações e Contratos II – 2017

A Lei nº 13.303/16 estabelece os regimes de contratação destinados à execução de obras e


serviços de engenharia. O regime aplicado, quando for possível definir previamente, no projeto
básico, com boa margem de precisão, as quantidades dos serviços a serem posteriormente
executados na fase contratual é conhecido como:

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a) empreitada por preço global.

b) contratação por tarefa.

c) empreitada integral.

d) contratação semi-integrada.

e) contratação integrada.

Comentário: vamos analisar cada alternativa sob o ponto de vista da aplicação de cada regime
de execução, conforme solicitado no enunciado:

a) A empreitada por preço global é adequada quando for possível definir com bom grau de
precisão as quantidades do objeto a ser contratado, confirmando o enunciado. Correto.

b) É adequado o regime por tarefa quando houver contratação de pequenas empresas ou


profissional autônomo para pequenos trabalhos, geralmente sem fornecimento de material,
como por exemplo serviços técnicos comuns de curta duração, como por exemplo uma
eventual manutenção predial. A definição de quantidades não é um imperativo para a
contratação por tarefa, tratando-se de aplicação bem diferente do enunciado. Afinal de contas,
não é possível prever, em uma manutenção predial, a quantidade de torneiras que deverão ser
trocadas por mês, por exemplo. Errado.

c) A empreitada integral é aplicada em empreendimentos com alta complexidade e que


necessitam de operação imediata, não correspondendo à descrição do enunciado. Errado.

d) Utilizamos a contratação semi-integrada quando é possível definir no projeto as


quantidades necessárias à execução do objeto, conforme diz o enunciado, porém há ainda o
requisito de existência de diferentes metodologias ou tecnologias para aplicação, o que não foi
mencionado no enunciado. Errado.

e) A contratação integrada não exige definições de quantidades, pois se baseia em anteprojeto.


O requisito da contratação integrada é a inovação a ser aplicada no objeto licitado, seja por
inovação do próprio objeto ou pela exitência de diferentes metodologias ou tecnologias de
domínio restrito no mercado. O encunciado não faz nenhuma menção a esses requisitos de
inovação.

Gabarito: “a”.

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Cespe – PF – Perito – Questão de fixação

Ao se adotar o regime de contratação integrada, é permitida a realização da obra ou do serviço


sem projeto executivo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: toda obra é realizada com projeto executivo, pois sempre são necessárias
informações para a execução completa de qualquer obra. Seria a mesma coisa que dizer que
se pode executar obra sem projeto. No regime de contratação integrada é permitida a
contratação sem projeto executivo, mas a execução da obra, que ocorre posteriormente, é
sempre acompanhada de projeto executivo.

Gabarito: “Errado”.

CESPE - MPC TCE-PA – Ana. Ministerial – Eng. Civil - 2019

Um dos objetivos da Lei n.º 12.462/2011, que trata do regime diferenciado de contratações
públicas (RDC), é assegurar o tratamento isonômico aos licitantes e a seleção da proposta mais
vantajosa para a administração pública. Com relação ao RDC, é correto afirmar que a
contratação integrada

a) dispensa projetos executivos para a assinatura dos contratos de obras e serviços de


engenharia, que exigem urgência e rapidez na execução.

b) exige a apresentação do projeto básico, que deve ser aprovado por autoridade competente
e ficar disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório.

c) permite a participação na licitação, de forma direta ou indireta, de pessoa física ou jurídica


que elaborou o projeto básico ou executivo correspondente.

d) poderá, em seu instrumento convocatório, dispensar a apresentação do anteprojeto de


engenharia.

e) compreende a elaboração e o desenvolvimento dos estudos de viabilidade técnica,


econômica e ambiental dos anteprojetos e dos projetos básicos e executivos.

Comentários: vamos analisar cada alternativa:

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a) Não há essa exigência na lei, pois a contratação integrada demanda tempo para
planejamento e elaboração da proposta, por requisitar inovação, que é um trabalho com
grande demanda intelectual. Em caso de emergência, não se faz nem licitação, havendo
mecanismos de contratação prevsitos na lei 8.666/93. Errado.

b) A contratação integrada não exige projeto básico na licitação, mas apenas anteprojeto, pois
é necessário certo grau de flexibilidade às construtora para otimizarem as soluções de forma a
se buscar a solução mais vantajosa para o Poder Público. Errado.

c) Como a licitação se baseia em anteprojeto, não há problema na participação do autor do


projeto básico ou executivo correspondente (pessoa física ou jurídica), pois não haverá
prejuízos à livre concorrência. O projeto básico e executivo, mesmo que já elaborados pelas
construtoras, será aquele da empresa ganhadora da licitação com base no anteprojeto.
Correto.

d) O anteprojeto é item obrigatório na contratação integrada, não podendo ser dispensado


em hipótese alguma, sob pena de impedir a inovação, desvirtuando o regime. Errado.

e) O documento que analisa a viabilidade técnica e ambiental do objeto a se contratar é o


projeto básico, que não faz parte da contratação integrada, por ser de responsabildiade do
contratado. Errado.

Gabarito: “c”.

A questão a seguir envolve presumir algumas informações sobre o contrato em análise, o


que dá margem a muitas considerações diferentes.

CESPE - TCE-MG - Analista de Controle Externo – Eng. - 2018

Para a contratação de uma obra pública cujo objeto era a duplicação de rodovia, o edital previa
a adoção do regime diferenciado de contratações públicas (RDC). O regime de execução
previsto foi a contratação integrada e, durante a sua execução, a construtora apresentou o
projeto executivo com mudanças na metodologia prevista no anteprojeto, mas com melhoras
nas características da pista e aumento da vida útil inicialmente definida. Nesse caso, o fiscal da
obra poderá aceitar a alteração, desde que o

a) prazo de execução seja acrescido proporcionalmente ao benefício gerado pelas alterações.

b) valor contratado não seja alterado.

c) prazo de execução seja reduzido com a mudança de solução.

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d) valor a ser aditivado seja inferior ou igual a 10% do valor contratado.

e) valor a ser aditivado seja inferior ou igual a 25% do valor contratado.

Comentários: qualquer alteração de prazo de uma obra impacta no seu custo. Logo, assim
como qualquer mudança no custo requer assinatura de termo aditivo, prorrogação de obra
também exige formalização por termo aditivo, sob pena de se ter um acordo verbal, prática
vedada na administração pública.

A lei do RDC (lei 12.462) é clara ao permitir assinatura de termos aditivos somente no caso de
força maior e solicitação de mudança do objeto a partir da administração. Como a solicitação
de alteração não vêm do poder público, presume-se que não interessa ao fiscal as modificações
propostas. Logo, não caberia nenhum termo aditivo, a não ser que a questão mencionasse que
o fiscal queria fazer alterações no contrato, ou que se trata-se de motivo de força maior.

Vamos analisar cada alternativa:

a) Acrescer o prazo da obra impacta indiretamente no aumento de seu custo, o que requer
termo aditivo, sendo que se presumiu que o fiscal não deseja alterar o objeto contratado.
Errado.

b) Qualquer alteração do objeto feito pela contratada será de sua responsabilidade, pois o
projeto básico e executivo são elaborados por ela, devendo, no entanto, estarem em acordo
com o anteprojeto. Portanto, as melhorais na pista e na sua vida útil não alterarão em nada no
valor do contrato. Correto.

c) O contrato pactuou um prazo e custo, que devem ser rigorosamente seguidos, sem
prejudicar a administração pública nem a construtora. Portanto, não se pode impor à
construtora uma condição para se aceitar um termo aditivo apresentado por ela, não sendo
um instrumento de barganha entre as partes, como dá a entender a alternativa ao mencionar
“desde que o prazo de execução seja reduzido com a mudança de solução”. Caso não se
entenda a alternativa com a ideia de uma barganha, mesmo assim a lei do RDC não cita esse
pré-requisito. Errado.

d) O limite de 10% para alterações de quantidade por omissões de projeto não se aplica a
contratação integrada, pois o projeto básico e o executivo são de responsabilidade da
contratada, ou seja, as quantidades deverão ser aferidas por ela, e não pela administração
pública. Assim, o limite para alterações de quantidade por omissões de projeto na
contratação integrada seria de 0%.Errado.

e) O limite de 25% para termos aditivos é válido apenas no caso de termos aditivos de
alterações na obra solictadas pela administração, sendo que a informação fornecida no
encunciado mencionou o interesse apenas da construtora. Assim, no caso de interesse em
termo aditivo por parte apenas da construtora, o limite é 0%, ou seja, não se pode celebrar
termo aditivo, cabendo a ela as otimizações de projeto. Errado.

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Gabarito: “b”.

CESPE - TCE-PR – Ana. de Controle Externo – Arquitetura - 2016

A construção de um prédio público foi licitada pelo regime diferenciado de contratações


públicas (RDC). Devido à urgência na contratação e à falta de projeto básico aprovado, a
administração decidiu adotar a contratação integrada. Durante a execução da obra, faltaram
informações precisas sobre os quantitativos de serviços no anteprojeto, e a contratada
protocolou um pleito de acréscimo de serviços.

A respeito dessa situação hipotética, é correto afirmar que

a) o aditivo contratual por erro de quantidades fica limitado a 10% do valor do contrato.

b) a falta de projeto básico aprovado é condição suficiente para adoção da contratação


integrada.

c) a falta de informação precisa no anteprojeto decorrente da omissão do contratado no que


se refere às quantidades previstas não justifica o aditivo contratual.

d) a urgência na contratação é condição suficiente para adoção da contratação integrada.

e) a legislação não prevê situações de aditivo contratual para a contratação integrada.

Comentários: vamos analisar cada alternativa:

a) qualquer erro de quantidades, por omissão ou falha no anteprojeto, é de responsabilidade


da contratada, pois o projeto básico que realmente definirá o objeto contratado será
executado pela contratada. Assim, o limite para aditivos por erro de quantidades na
contratação integrada é de 0%. Errado.

b) O que determina a realização da contratação integrada é a possibilidade de inovação na


execução contratual, e não a falta de projeto básico. Esta falta de projeto básico é apenas uma
ferramenta para se conceder maior liberdade às empresas para poderem inovar na sua
proposta, porém não é suficiente para se garantir inovação. O trabalho intelectual é muito mais
complexo e, por isso, exige muito mais do que a simples dispensa de projeto básico na licitação.
Errado.

c) Erros no anteprojeto da contratação integrada não permitem a assinatura de termos


aditivos, pois as quantidades nesse tipo de contratação são de responsabilidade da empresa, e
não do Poder Público, assim como diz a afirmativa. Correto.

d) A urgência não é uma condição para adoção da contratação integrada, sendo previstas
outras formas simplificadas de contratação para casos de calamidade na lei 8.666/93. A
contratação integrada requer inovação. Errado.

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e) São previstas situações de aditivos contratuais no caso de reequilíbrio econômico-financeiro


do contrato e no caso de solicitações de alteração do objeto por parte da administração.
Errado.

Gabarito: “c”.

CESPE - TCM-BA - Auditor Estadual – 2018 – Adaptado para Certo e Errado

Com relação a gestão contratual e fiscalização de obras públicas, julgue a opção a seguir.

Em se tratando de obras contratadas por meio do regime diferenciado de contratação


integrada (RDCi) a partir de um anteprojeto de engenharia, podem ser realizados aditivos para
cobrir custos advindos das compensações ambientais até o limite de 5% do valor total do
contrato.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: a lei não prevê termos aditivos para cobrir custos de compensações ambientais,
apenas no caso de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato ou de solicitações de
alterações de projeto pela administração pública.

Eventualmente, se a questão mencionasse que houve acréscimo desproporcional das


compensações ambientais solicitadas pelo órgão, demonstrando falha no anteprojeto da
licitação, poderia haver necessidade de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato,
contudo essa hipótese não foi mencionada no enunciado.

Gabarito: “Errado”.

RECEBIMENTO DE OBRA
O entrega de uma obra pública ao órgão contratante é um procedimento que exige cautela para se
evitar o recebimento do empreendimento com defeitos. Esse procedimento ocorre em 2 etapas na
lei 8.666/93:

✓ Provisório;
✓ Definitivo.

RECEBIMENTO PROVISÓRIO

Trata-se de uma simples transferência de posse ou resultados do serviço para a administração, não
atestando que o objeto está em conformidade ou que o serviço foi prestado perfeitamente.
Portanto, não representa uma quitação de responsabilidade para a construtora, exceto aquela
relacionada à transferência de posse. Assim, no caso de ocorrer degradação por fatores externos na

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obra já entregue provisoriamente, a responsabilidade será da administração pública, não mais da


construtora.

Nesta fase, verifica-se o que foi cumprindo e o que resta pendente, de acordo com a legislação, as
normas técnicas, padrões de qualidade e o contrato. O recebimento provisório é solicitado pelo
próprio contratado, sendo que, no caso de atraso em relação ao prazo de execução do contrato
previsto no cronograma, será configurado atraso na obra, sendo o atraso em uma obrigação
chamado no jargão jurídico de “mora”, ou seja, a contratada incorrerá em mora.

O recebimento deve ser do objeto como um todo, ou seja, de toda a obra. A entrega de apenas parte
da obra implica atraso do contratado, com penalidade para a construtora! Portanto, o recebimento
da obra ou serviço deve se dar em sua integralidade, após toda sua conclusão.

Feita a solicitação para o recebimento provisório, possuirá a administração no máximo 15 dias para
proceder ao recebimento, que é feito pelo próprio fiscal da obra ou serviço. Com isso, deve o fiscal
proceder à vistoria no local da obra ou da prestação do serviço para verificar se o objeto que está
sendo entregue atende a todos os requisitos de projeto. Esse recebimento deve ser formalizado na
forma de um termo circunstanciado, que tem esse nome por detalhar oficialmente todos os itens
recebidos pela administração e seu estado.

RECEBIMENTO DEFINITIVO

Realizado por servidor ou comissão especialmente designada, por meio de nova vistoria que
concederá o recebimento definitivo, comprovando a adequação do objeto (obra ou serviço de
engenharia) aos termos contratuais.

Uma obra é complexa por envolver vários serviços que devem atender a diferentes especificações
técnicas e a critérios de qualidade, sendo natural e muito provável que haja ao seu final serviços com
pendência de atendimento a alguma especificação, muitas vezes por culpa da própria construtora.
Por outro lado, a administração pública, por vezes, coage a empresa, não lhe concedendo o termo
de recebimento definitivo, muitas vezes devido ao próprio atrito que se cria durante a execução
contratual entre o fiscal e a construtora.

Para se evitar essa disputa que muitas vezes termina na justiça, a lei 8.666/93 estabelece que deve
ser realizado o recebimento definitivo em no máximo em 90 dias da emissão do termo de
recebimento provisório.

O contratado deve participar de todos os exames e verificações feitas no campo, podendo se


manifestar sempre que julgar necessário, em um claro exercício do Princípio do Contraditório. Se

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houver defeitos, o produto ou serviço será rejeitado e devolvido ao contratado, que terá livre acesso
a todos os ensaios e relatórios produzidos pela administração. Poderá ainda solicitar repetição dos
ensaios. No caso de rejeição, a contratada deverá providenciar os reparos ou substituir as partes
com defeito.

A partir do momento em que se concede o recebimento definitivo, deve ser liberado o saldo
contratual (medições que não foram pagas) devido à empresa, bem como liberada a sua garantia
contratual, como atesta a lei 8.666/93:

§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contrato
e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.57

Perceba a importância do recebimento definitivo, sendo necessário sua ocorrência para que, então,
seja liberada (ou seja, devolvida) a garantia ofertada pela construtora ao Poder Público no início da
obra.

Cuidado com pegadinhas que dizem que, durante vistoria ao final de uma obra com irregularidades,
o gestor poderá autorizar a emissão da última fatura, desde que a construtora assine um termo de
responsabilização para corrigir as falhas. Se a construtora não cumpriu o prometido no contrato,
como poderia a administração aceitar um outro termo de compromisso da mesma construtora? A
construtora errou, estando inadimplente. Não existe liberação da última medição da obra mediante
um termo de compromisso assinado pela construtora, pois é necessário o recebimento provisório e
definitivo do objeto contratado pela administração para o seu integral pagamento.

O recebimento definitivo tem como função justamente evitar a assinatura de termos de


compromisso que prolonguem a responsabilidade da construtora, resultando em contratos que
nunca chegam ao fim. Não é sem motivo que o recebimento definitivo deve ocorrer no máximo 90
dias após o provisório, justamente para haver terminalidade nos contratos de obras públicas. Assim,
a construtora possui também somente 90 dias para resolver toda a lista de pendências identificadas
na fase do recebimento provisório pela administração.

57
Art. 56, § 4º da Lei 8.666/93

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Observe como a lei 8.666/93 descreve o procedimento de recebimento de uma obra ou serviço:

Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:

I - em se tratando de obras e serviços:

a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante


termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita
do contratado;

b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente,


mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de
observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais,
observado o disposto no art. 69 desta Lei;

(...)

§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez


e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato,
dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.

§ 3º O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I deste artigo não poderá ser superior a 90
(noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e previstos no edital.

§ 4º Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se refere este artigo não


serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-ão
como realizados, desde que comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à
exaustão dos mesmos.

Perceba do trecho anterior da lei 8.666/93 (§ 2º do art. 73) que a responsabilidade da construtora
não é eliminada com a concessão do recebimento definitivo. Afinal de contas, nem todos os
defeitos são de possível observação durante a vistoria para o recebimento provisório, existindo, por
exemplo, os denominados vícios ocultos, que não são de fácil constatação. Não se preocupe,
estudaremos em um tópico a parte a responsabilidade das construtoras.

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Como o recebimento se refere ao ato de entrega da obra, antes de sua realização, deve a
construtora providenciar58:

• Ligações definitivas das utilidades previstas, como água, esgoto, gás, energia elétrica,
telefone;
• Agendar junto aos órgãos públicos vistorias para obtenção de licenças e aprovações dos
serviços executados, tais como solicitação de Habite-se, Licença Ambiental de Operação,
laudo de vistoria do corpo de bombeiros aprovando a obra, etc.
✓ Perceba que algumas licenças concedidas pelo poder público necessitam de vista em
campo pelo órgão público competente para a verifica se o que de fato se construiu é
o que foi previsto, como é o caso do habite-se e licenças ambientais.
• Entregar os projetos “as built” (“como construído”), que indicam as dimensões e posições
reais dos elementos da obra, sendo importante documento para futuras manutenções e
reformas.
• Certidão negativa de débitos previdenciários específica para o registro da obra junto ao
Cartório de Registro de Imóveis;

Além de comprovante de ausência de pendências previdenciárias, o Manual da SEAP também


prevê apresentação pela construtora dos seguintes documentos como pré-requisito do
recebimento definitivo:

• Certificado de Recolhimento de FGTS;


• Comprovação de pagamento das demais taxas, impostos e encargos incidentes sobre o
objeto do contrato.

Esses pré-requisitos de comprovação de quitação de taxas e encargos advêm de interpretação da lei


8.666/93:

Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e


comerciais resultantes da execução do contrato.59

58
Acórdão 853/2013 – Plenário do TCU

59
Art. 71 da Lei 8.666/93

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Antes do recebimento, construtora


deve providenciar
Agendar
Ligações
vistorias
definitivas Entregar "as
junto aos Certidão de quitação de
das built"
órgãos
utilidades
públicos para

Licenças
ambientais, Demais taxas,
Débitos
Habite-se, alvará FGTS impostos e
previdenciários
do Corpo de encargos
Bombeiros

Perceba que a lei 8.666/93 não diz nada sobre a elaboração de uma lista de defeitos (chamada
informalmente de checklist da obra) pelo fiscal logo após o recebimento provisório, com a
concessão de um novo prazo para a empresa reparar os defeitos. A doutrina tem várias versões
sobre a forma de agir da administração nesse caso, sendo que na prática o fiscal concede um
novo prazo para correção dentro dos 90 dias que é o intervalo máximo entre a concessão do
recebimento provisório e o definitivo.

O Manual de Obras Públicas da SEAP resume as etapas do recebimento de forma didática,


vejamos:

• Recebimento provisório: ocorre após a conclusão dos serviços, com a administração


realizando vistoria da obra e serviços e efetuando o recebimento.

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o A contratada entrega catálogos, manuais relacionados a partes ou equipamentos


ou ainda edificações que compõem o empreendimento;
• Após a vistoria do recebimento provisório:
o Fiscalização comunica oficialmente a contratada das correções e
complementações necessárias para se conseguir o recebimento definitivo,
estabelecendo ainda prazo para o seu cumprimento.
• Contratada solicita oficialmente a administração pública para que se realize o
recebimento definitivo.
o É agendada nova vistoria, sendo, desta vez, o recebimento feito por servidor ou
comissão especialmente designada para este fim.
• Recebimento definitivo
o Contratada deve apresentar: Certidão Negativa de Débito com o INSS,
comprovante de recolhimento do FGTS, comprovantes de pagamento das demais
taxas, impostos e encargos que incidem sobre a execução contratual.

CESPE - TCE-PA – Auditor de Controle Externo - Eng. Elétrica – 2016

Considere que uma obra para determinado órgão da administração pública será executada
por empresa contratada para esse fim. A respeito do serviço de fiscalização dessa obra
pública e da relação entre o contratante e a contratada, julgue o item que se segue.

Em momento anterior ao recebimento da obra, a empresa responsável por sua execução


deverá providenciar as ligações definitivas de água e esgoto, por exemplo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: todas as ligações definitvas devem ser providenciadas pela construtora antes
do recebimento definitivo, como esgoto, água, gás, energia elétrica.

Gabarito: “Certo”.

Atenção, a questão a seguir apresenta uma redação genérica, podendo te confundir.

CESPE – Polícia Cientítifca de Pernambuco - Perito Criminal - Área 3 – Eng. Elétrica – 2016

Um órgão da administração, seguindo procedimentos regulares, contratou uma empresa


para executar projeto para construção de uma edificação. Com relação à fiscalização, e aos
procedimentos envolvidos na entrega e no recebimento dessa obra, assinale a opção
correta.

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a) Previamente ao recebimento da obra, a empresa responsável por sua execução deverá


providenciar as ligações definitivas de energia elétrica.

b) Após receber a obra, o órgão contratante deverá tomar todas as providências


necessárias para a obtenção do habite-se.

c) No recebimento da obra, o órgão contratante deverá entregar o as built da obra à


empresa contratada, a fim de subsidiar futuras intervenções de manutenção ou reforma
na edificação.

d) O órgão contratante poderá receber a obra de forma temporária antes de a execução


do contrato ser finalizada, desde que justifique a necessidade de receber a obra
antecipadamente.

e) Correções em medições atestadas pela fiscalização para efeito de pagamento poderão


ser efetuadas após o recebimento da obra pelo órgão contratante.

Comentários: Inicialmente, perceba que o termo “recebimento” é utilizado de forma


genérica, ou seja, como o ato formal de se receber por completo uma obra sem pendência
alguma. Vamos agora analisar cada alternativa:

a) A conexão das ligações definitivas é um pré-requisito que a contratada deve cumprir


antes de solicitar o recebimento da obra. Correto.

b) O agendamento de vistorias visando à obtenção de licenças, incluindo o habite-se, deve


ser providenciado pela contratada, e não pela contratante como diz a alternativa. Errado.

c) É o contrário, no recebimento a empresa contratada deverá entregar o “as built” da


obra ao órgão contrante. Errado.

d) Não se pode receber obra parcelada, pois o contrato possui somente uma data de
entrega, devendo ser cumprida em sua integralidade! Errado.

e) Após o recebmento (definitivo), deve-se liberar todo o saldo contratual devido à


empresa contratada, inclusive a sua garantia contratual, pois tudo o que foi acordado no
contrato foi cumprido, não havendo mais mais risco de inadiplemento. Com o recebimento
da obra concluído, não há correções em medições a se fazer.

Gabarito: “a”.

CESPE - MPU – Perícia - Eng. Sanitária – Questão de fixação

O manual de obras públicas da Secretaria de Estado e Administração do Patrimônio (SEAP)


estabelece diretrizes gerais para a execução de serviços de fiscalização, especificação e

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controle de materiais, orçamento, medição e recebimento. Com relação aos aspectos


relacionados a obras mencionados no referido manual, julgue o item subsequente.

A comprovação pela contratada de pagamento de todos os impostos, taxas e demais


obrigações fiscais incidentes sobre o objeto do contrato pode ser efetuada após o
recebimento definitivo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: um dos pré-requisitos para a efetivação do recebimento definitivo, conforme


Manual de Obras da SEAP, é a apresentação de comprovantes de pagamento de todos os
encargos e impostos relativos á execução contratual pela empresa contratada. Portanto,
esses pagamentos devem ser feitos antes de efetuado o recebimento definitivo, e não
depois.

Gabarito: “Errado”.

CESPE – Câmara dos Deputados – Ana. Legislativo – Arquiteto – 2012

Julgue a afirmativa a seguir:

Constitui irregularidade no recebimento de obras públicas a emissão do habite-se sem a


realização de vistorias dos órgãos públicos competentes.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: licenças como a do habite-se necessitam de vistoria no local pelo agente


público para averiguação da situação real.

Gabarito: “Certo”.

CESPE – Câmara dos Deputados – Ana. Legislativo – Arquiteto – 2012

Acerca do acompanhamento de aplicação de recursos em obras da construção civil, julgue


o item seguinte.

Caso sejam constatadas irregularidades em vistoria realizada na fase final de uma obra, o
gestor não precisará suspender a autorização para a emissão de fatura, desde que o
responsável pela obra assine termo se responsabilizando pela correção das falhas.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: o recebimento definitivo visa justamente a evitar a assinatura de termos que


prolonguem a responsabildiade da construtora, resultando em contratos que nunca
chegam ao fim. Por isso, o recebimento definitivo deve ocorrer no máximo 90 dias após o
provisório, a fim de se ter terminalidade nos contratos de obras.

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Já que a questão diz que há irregularidade, como poderia o gestor aprovar pagamento para
um serviço deficiente? Proceder a esse recebimento irregular causaria prejuízos ao
patrimônio público.

Gabarito: “Errado”.

Essa questão a seguir junta vários conhecimentos que já vimos.

AOCP - TRE AC – Ana. Judiciário – Eng. – 2015

Em relação à fiscalização de obras, assinale a alternativa correta.

a) Os serviços executados devem ser pagos após a emissão de laudos de medição


realizados pela fiscalização, conforme o contrato, ou seja, antes da sua regular liquidação.

b) O reajustamento tem como principal objetivo assegurar que os preços contratuais sejam
compensados em função de variações dos preços dos insumos (matérias, mão de obra e
equipamentos) que ocorrem em determinado período, ou seja, nada mais é do que a
atualização do poder aquisitivo da moeda em face da inflação setorial.

c) O reajustamento é dado pela fórmula R = M / Ir , em que “R” é o reajustamento, “M” é


a medição do período e "Ir" é o índice de reajustamento do período.

d) Com relação às medições e pagamentos, são considerados regulares pagamentos de


serviços executados, porém não aprovados pela fiscalização.

e) Com relação ao recebimento da obra, é aceitável a emissão do "habite-se” sem a


realização de vistorias dos órgãos públicos competentes.

Comentário: Vamos verificar cada alternativa:

a) Serviços não podem ser pagos antes da liquidação, pois é justamente esta etapa da
liquidação que visa a verificar o direito da empresa (chamada de credora) em receber pelo
serviço executado. Imagine pagar por um serviço que não se sabe se é de fato devido ou
não. Errado.

b) O pagamento por reajustamento se justifica para cobrir os efeitos da desvalorização da


moeda sobre aquele contrato. Por isso, trata-se de uma atualização da moeda para cobrir
a sua desvalorização naquele setor da economia. Correto.

c) A fórmula do rajustamento (R) é diferente da mostrada, devendo ser dada por R = M .


Ir, em que M é uma medição aprovada e Ir é o índice de reajustamento aplicável a um dado
período.

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d) Só podem ser pagos os serviços executados que forem aprovados pela fiscalização, pois
cabe ao fiscal aferir tecnica e contratualmente todos os serviços executados. Serviços
exectuados, mas com problemas, por exemplo, de qualidade, não devem ser aprovados.
Portanto, contrariamente à afirmativa, são considerados irregulares pagamentos de
serviços executados que não tenham sido aprovados pela fiscalização. Errado.

e) Alguns documentos necessários à fase final de recebimento definitivo requerem sim


vistoria pelo órgão competente, como é o caso do habite-se e de licenças ambientais.
Errado.

Gabarito: “b”.

CESPE – IPHAN - Tec I - Área 3 – 2018

Um servidor com formação em arquitetura foi nomeado fiscal técnico de uma obra de
construção de determinado prédio público. No relatório de acompanhamento da execução
da obra, ele informou que o prédio estava 90% concluído e que, embora os valores pagos
até aquele momento correspondessem ao valor total previsto no cronograma financeiro
para o período em análise, a obra encontrava-se atrasada.

Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item subsequente.

Pelo fato de a obra estar 90% concluída, a edificação pode ser parcialmente ocupada pelos
servidores que trabalharão no prédio.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: O recebimento da obra ou serviço deve se dar em sua integralidade, após sua
conclusão. Não se pode fracionar a entrega do contrato, subdividindo-o em minicontratos.

Gabarito: “Errado”.

CESPE - CGM João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno - 2018

O diretor administrativo de um órgão público nomeou uma comissão de recebimento de


obra formada por servidores públicos, com o objetivo de verificar se a empresa contratada
cumpriu todas as obrigações previstas para a execução dos serviços constantes do contrato
assinado entre as partes.

Com relação a essa situação hipotética e ao recebimento provisório e definitivo, julgue o


item subsecutivo.

No recebimento definitivo, é encargo do contratante realizar o agendamento de vistoria


junto aos órgãos federais, estaduais e municipais e concessionárias de serviços públicos,
com vistas à obtenção do habite-se.

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( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: o agendamento de vistoria junto aos órgãos públicos e concessionárias de


serviços públicos para obtenção de licenças, incluindo o habite-se, é tarefa da
CONTRATADA, e não da CONTRATANTE.

Gabarito: “Errado”.

CESPE – IPHAN - Tec I - Área 3 – 2018

Em uma cidade, um galpão do século XIX foi restaurado para abrigar o arquivo público, que
ocupará dois pavimentos da edificação. Para manter a fachada do galpão preservada, foi
construída uma estrutura de concreto e aço independente no interior do prédio. Os
pórticos da estrutura são compostos de vigas de concreto armado biapoiadas e isostáticas.
Uma nova cobertura foi projetada com tesouras de madeira no corpo de prédio e uma
treliça espacial metálica no vão central, que é circular.

Para movimentar o acervo do arquivo, foi prevista uma ponte rolante apoiada em duas
vigas metálicas de perfil I, assentadas sobre consolos curtos localizados no bordo inferior
das travessas de apoio no topo dos pilares do pórtico. As vigas são apoiadas por aparelhos
de neoprene fretado. Os pilares apresentam seção retangular vazada, com dimensões
externas de 2,0 m × 1,50 m.

Três meses após a obra definitivamente recebida, foi realizada uma vistoria, em que se
constataram fissuras nas travessas de apoio no topo dos pilares e na ligação dos consolos
com a alma das travessas, prolongando-se para baixo dos consolos, conforme
representado na figura a seguir. A administração do órgão público responsável pela obra
exigiu da construtora o reforço da estrutura. A construtora alegou que a obra já havia sido
definitivamente recebida e, por isso, não caberia mais nenhum reparo.

Com relação à situação hipotética precedente, julgue o item.

Por ter lavrado o termo de recebimento definitivo, a administração agiu equivocadamente


ao acionar a construtora para a correção das falhas detectadas na obra.

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( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: a responsabilidade da construtora ultrapasssa o recebimento da obra, pois


nem todos os defeitos podem ser observados durante a vistoria realizada para o
recebimento definitivo. Um exemplo são as trincas, que não seriam de possível previsão
pela administração, pois não se faz um raio X da estrutura no momento de recebimento
atestando cada microtrinca que a estrutura possua. Portanto, a administração agiu
corretamente ao acionar a construtora para a correção das falhas detectadas, ao contrário
do que diz a afirmativa.

Gabarito: “Errado”.

A RESPONSABILIDADE DO CONTRATADO PERANTE A OBRA EXECUTADA

A lei 8.666/1993 nos artigos 69 e 70 define claramente a responsabilidade da construtora e empresa


projetista em reparar a obra executada, no caso de se verificarem defeitos (cujo nome técnico é
vícios), sejam eles causados pela execução ou pelos materiais empregados. O assunto é tão sério,
que a responsabilidade da empresa avança sobre os danos causados à Administração e também a
terceiros. Nesse caso, a lei é clara ao dizer que não importará se houve dolo ou culpa, ou seja, se
houve intenção ou não da empresa em executar daquela forma errada a obra.

Não importa se o contrato já foi encerrado com a construtora ou com o projetista para essa
responsabilização, pois o objeto foi contratado originalmente completo, sem nenhum defeito. Se
ocorrer algum vício, cabe àquele antigo responsável a sua correção. Da mesma forma, se a obra já
teve seu recebimento definitivo pelo órgão público, caso se verifique uma falha da obra, a
responsabilidade pela correção é da construtora.

§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez


e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato,
dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.60

A responsabilidade por defeitos na obra pode ainda chegar ao fiscal que reconheceu aquele serviço
como executado na medição, ao atestá-la por meio de sua assinatura.

Em sentido mais amplo, se um pedestre passa por um local de uma obra pública onde ocorre
subitamente um desmoronamento e o pedestre se acidenta, a construtora é a primeira responsável
por pagar todos os cuidados necessários à recuperação do indivíduo acidentado. Contudo, a
responsabilidade poderá ainda avançar sobre o fiscal, pois sua função é zelar pela correta execução
da obra, evitando o descumprimento das normas que regem o contrato.

60
Art. 73, § 2º da lei 8.666/93

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Além dessas responsabilidades, como vimos, o contratado também é responsável pelos encargos
trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais relacionados à execução do contrato com a
administração.

CESPE - EBSERH – Eng. Civil - 2018

Um prédio está sendo construído para suprir as necessidades de um órgão público. O projeto
executivo completo de arquitetura e engenharia foi desenvolvido por uma empresa projetista,
cujo contrato encerrou-se antes do início da construção, e a obra foi contratada por
empreitada por preço global. Depois de iniciada a obra, a construtora informou à contratante
a existência de erros de projeto, causadores de significativas mudanças de quantidades e de
troca de serviços.

Acerca dessa situação hipotética, julgue o próximo item de acordo com a legislação vigente.

Mesmo com o contrato encerrado, a projetista tem a obrigação de corrigir os erros de projeto,
devendo, ainda, ser sancionada e arcar com todos os possíveis custos oriundos dos referidos
erros.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários: a responsabilidade da contratada pela administração pública inclui a correção


dos defeitos que ocorrerem no serviço ou obra contratada, de acordo com a lei 8.666/93. A
responsabilidade não se limita à construtora, abarcando o projetista, não se limitando também
ao reparo, mas também os danos a terceiros, como um pedestre que passe pelo local e se
acidente.

Gabarito: “Certo”.

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LISTA DE QUESTÕES
1. IBFC – MGS - Técnico Superior Profissional - Eng. Civil - 2015
Na fase de planejamento de uma obra há vários estudos a se realizar, como por exemplo a
definição dos objetivos, confecção de anteprojeto, além dos projetos necessários para o
entendimento do edifício. O projeto que é fruto da análise das alternativas para o projeto de
tamanho, localização, calendário, sistema e métodos construtivos denomina-se:
a) Projeto conceitual.
b) Projeto básico.
c) Projeto definitivo.
d) Projeto de execução.

2. CESPE - PGE PE - Assistente de Procuradoria – 2019


Considerando que o governo federal pretenda adquirir material escolar para distribuição a
estudantes de todas as escolas públicas do território nacional, julgue o item a seguir.
O conjunto de elementos necessários e suficientes para caracterizar o objeto de licitação deve
constar do projeto básico, que consiste de documento não integrante do edital.
( ) CERTO ( ) ERRADO

3. CESPE - IPHAN - Técnico I - Área 3 – 2018


A respeito de sustentabilidade na construção de obras públicas, julgue o item subsequente,
considerando a Instrução Normativa MPOG n.º 1/2010.
Para proporcionar obras públicas sustentáveis, na elaboração dos seus projetos, deve-se
priorizar o emprego de matérias-primas locais.
( ) CERTO ( ) ERRADO

4. CESPE - SLU DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Arquitetura – 2019


Julgue o item a seguir, a respeito de obras e fiscalização.
O projeto do canteiro de obras é composto por um conjunto de documentos (gráficos e
textuais) que o descreve e que possibilita a sua contratação e a sua execução
( ) CERTO ( ) ERRADO

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5. CESPE – TCE-RO - Auditor de Controle Externo - 2019


Considerada elemento fundamental para definição do projeto básico, das medidas mitigadoras
e, consequentemente, do custo do empreendimento, a licença ambiental exigida como
requisito para licitação é a licença
a) De operação;
b) De instalação;
c) Prévia;
d) De funcionamento;
e) De projeto.

6. CESPE – TCE-PE - Auditor de Controle Externo - 2017


Em um órgão da administração pública, foi criada uma equipe de auditoria para analisar a
condução do processo de construção de um edifício que constava do plano de obras idealizado
pelo órgão. Os trabalhos de auditoria focavam a elaboração do estudo de viabilidade técnica,
econômica e ambiental (EVTEA.), a confecção dos projetos — básico e executivo —, as
licitações e os contratos, e a concessão de termos aditivos, além dos requisitos técnicos das
planilhas de orçamento. Na análise da documentação, foram constatados os seguintes fatos.
I Na elaboração do EVTEA, para estimar o valor da construção do prédio em questão, havia sido
utilizado o custo unitário básico por metro quadrado (CUB/m2).
II Na planilha de orçamento, alguns serviços apresentavam custos unitários superiores aos
custos unitários de referência estabelecidos no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e
Índices da Construção Civil (SINAPI).
III O processo licitatório havia utilizado o regime de licitação classificado como empreitada por
preço unitário.
IV A ficha de composição de preço do serviço de fornecimento de grupo gerador de energia
apresentava um valor relativo a benefícios e despesas indiretas (BDI) inferior àqueles
referentes aos demais serviços.
V A obra havia sofrido um aditivo contratual no valor de R$ 500 mil após 6 meses da assinatura
do contrato.
VI No edital de licitação, o órgão havia estabelecido que, para efeito de reajustamento do
contrato, seria utilizada a data de apresentação da proposta de preço da empresa vencedora,
1.º/1/2016.
VII O contrato havia sido assinado em 1.º/4/2016; o valor total da obra, orçado em R$ 2
milhões; e o prazo definido para a execução da obra, de 24 meses.

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VIII No projeto básico de licitação, não havia sido registrada anotação de responsabilidade
técnica (ART) do orçamentista.
Considerando a situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir de acordo com a
legislação e com as normas técnicas relativas a obras e serviços de engenharia.
A ausência de ART no projeto básico está em conformidade com as normas pertinentes, já que
a apresentação desse documento é obrigatória somente na etapa de elaboração do projeto
executivo.
( ) CERTO ( ) ERRADO

7. CESPE – SLU DF - Ana. de Gestão de Resíduos Sólidos – Arquitetura – 2019 - Adaptado


Julgue os próximos itens, relativos a acompanhamento e fiscalização de obras e serviços.
Em canteiros de obras onde se realizam atividades técnicas compartilhadas com outras
profissões regulamentadas, deve-se verificar se as atividades técnicas ali realizadas encontram-
se registradas e sob responsabilidade técnica de profissional habilitado e em situação regular
perante o CAU/CREA.
( ) CERTO ( ) ERRADO

8. CESPE – EBSERH - Eng. Civil – 2018


Em uma fiscalização realizada na construção de um edifício público, o fiscal observou que a
argamassa que seria usada para a colocação de placas de granito em fachada de concreto tinha
sido preparada com excesso de água, e que não havia nenhum elemento na contraface para
garantir melhor fixação. Como o engenheiro responsável pela obra não estava presente no
momento da fiscalização, o mestre de obras informou que a água em abundância facilitaria a
aderência, dispensando qualquer preocupação adicional.
Acerca dessa situação hipotética, julgue o item subsequente.
O engenheiro responsável pela construção deveria estar presente em tempo integral na obra,
independentemente de previsão contratual.
( ) CERTO ( ) ERRADO

9. CESPE – STM – Eng. Civil – 2018 - Adaptado


Um engenheiro de um órgão da administração pública federal, responsável pela fiscalização da
construção do novo edifício sede desse órgão, realizou uma visita de rotina para verificar o

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andamento da obra (40% concluída.) Após visitar o canteiro e conversar com o mestre de obras,
o engenheiro constatou que:
• não havia livro de ordem no local; o mestre de obra informou que esse livro era eletrônico e
estava disponível na página da Internet da empresa;
• a anotação de responsabilidade técnica (ART) de execução da obra estava registrada apenas
no nome do proprietário da empresa, que esteve presente na obra apenas três vezes até o
momento da visita.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos legais e técnicos a ela relacionados, julgue
o item a seguir.
A ART registrada apenas no nome do proprietário da empresa e a quantidade de vezes que ele
compareceu à obra são suficientes para representar a contratada perante ao órgão contrante.
( ) CERTO ( ) ERRADO

10. CESPE – IPHAN - Tec I - Área 3 – 2018 - Adaptado


Um servidor com formação em arquitetura foi nomeado fiscal técnico de uma obra de
construção de determinado prédio público. No relatório de acompanhamento da execução da
obra, ele informou que o prédio estava 90% concluído e que, embora os valores pagos até
aquele momento correspondessem ao valor total previsto no cronograma financeiro para o
período em análise, a obra encontrava-se atrasada.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Fiscalização de obra de edificação é uma atividade técnica que pode ser exercida por
engenheiro civil, de fortificação e construção ou arquiteto.
( ) CERTO ( ) ERRADO

11. CESPE - CODESVASF – Eng. Civil – 2021


Sobre controle de contratos e sua fiscalização, julgue a afirmativa a seguir:
A equipe de fiscalização deve garantir que, no local dos serviços e das obras, as instalações, os
funcionários e os equipamentos sejam mantidos em número, qualificação e especificação
adequados ao cumprimento do contrato.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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Aula 02

12. CESPE - TCE-PA - Aud CE - Eng. Elétrica - 2016


Em caso de a administração pública firmar contrato de execução de obra pública, caberá a ela,
como contratante, e a seus prepostos realizar a atividade de fiscalização. Considerando esse
assunto, julgue o item que se segue, relativo à execução de obras e serviços de engenharia.
A fiscalização deverá observar se a execução dos serviços e obras atende às normas da ABNT e
do INMETRO.
( ) CERTO ( ) ERRADO

13. FEPESE - DEINFRA SC - Eng. Civil – 2019


Analise as afirmativas abaixo em relação à fiscalização de obras públicas:
1. Tem finalidade de verificar o cumprimento das disposições contratuais, técnicas e
administrativas em todos os seus aspectos.
2. Deve ocorrer desde o início dos serviços até o recebimento definitivo.
3. Os fiscais obrigatoriamente devem ser servidores do órgão da Administração.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) É correta apenas a afirmativa 1.
b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.
c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.
d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.

14. CESPE - CODESVASF – Eng. Civil – 2021


Sobre controle de contratos e sua fiscalização, julgue a afirmativa a seguir:
Por intermédio de laboratórios credenciados, a equipe de fiscalização deve realizar testes,
ensaios, exames e provas necessários ao controle de qualidade dos materiais e equipamentos
aplicados nos serviços e nas obras que sejam objeto do contrato.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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15. CESPE - TCE-RO - Auditor de Controle Externo Eng. Civil – Questão de fixação
Julgue o item, relativo à fiscalização, ao acompanhamento da aplicação de recursos, ao
controle de materiais e à execução de obras e serviços da construção civil.
À fiscalização da obra incumbe a responsabilidade de analisar e aprovar o plano de execução
dos serviços a ser apresentado pela contratada no início dos trabalhos.
( ) CERTO ( ) ERRADO

16. CESPE - Perito Criminal Federal - Área 7 – Questão de fixação


No que se refere à fiscalização de obras, julgue o item a seguir.
O apoio prestado pela fiscalização na condução dos trabalhos da contratada não pode ser
utilizado como justificativa de falhas de execução de serviços.
( ) CERTO ( ) ERRADO

17. CESPE – TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Questão de fixação


Com relação à documentação técnica, à sua análise e interpretação, julgue o próximo item.
Um auxílio da fiscalização, em relação à interpretação das especificações técnicas de
determinado serviço, não é justificativa plenamente aceita para que a contratada se exima da
responsabilidade da realização desse serviço, mesmo que seja comprovado o auxílio mediante
registro no diário de obras ou em ata de reunião.
( ) CERTO ( ) ERRADO

18. CESPE - TCE-PA - Aud CE - Eng. Elétrica - 2016


Em caso de a administração pública firmar contrato de execução de obra pública, caberá a ela,
como contratante, e a seus prepostos realizar a atividade de fiscalização. Considerando esse
assunto, julgue o item que se segue, relativo à execução de obras e serviços de engenharia.
O cronograma de execução dos serviços não é submetido a verificação durante a fase de
fiscalização, pois sua análise é uma atribuição dos auditores do tribunal de contas
correspondente.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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19. CESPE - TCE-PA - Aud CE - Eng. Elétrica - 2016


Em caso de a administração pública firmar contrato de execução de obra pública, caberá a ela,
como contratante, e a seus prepostos realizar a atividade de fiscalização. Considerando esse
assunto, julgue o item que se segue, relativo à execução de obras e serviços de engenharia.
A atividade de fiscalização inclui verificar se as instalações, os equipamentos e a equipe técnica,
previstos na proposta e no contrato de execução de serviços, estão sendo colocados à
disposição dos trabalhos.
( ) CERTO ( ) ERRADO

20. CESPE - SLU DF – Ana. de Gestão de Resíduos Sólidos – Arquitetura – 2019


Julgue o item, referente a aspectos de projeto de detalhamento de edifício.
A única finalidade do caderno de encargos é fixar as formas de pagamento a serem adotados
pela fiscalização e orientar a licitação na modalidade de preços unitários.
( ) CERTO ( ) ERRADO

21. FCC - TCE-GO - Analista de Controle Externo - Eng. – 2014


Para a execução de determinadas obras de edificações exige-se o caderno de encargos que é o
conjunto de
a) especificações necessárias à verificação da conformidade da execução da obra com os
projetos, cálculos, orçamentos e organização e racionalização do trabalho, da produção e da
operação de equipamento e instalações.
b) documentos necessários que definem o acompanhamento da execução da obra; da
fabricação e montagem de elementos construtivos e de interpretação de levantamentos e
resultados de ensaios.
c) discriminações técnicas, critérios, condições e procedimentos estabelecidos pelo
contratante para a contratação, execução, fiscalização e controle de serviços e/ou obras.
d) definições qualitativa e quantitativa dos atributos técnicos, econômicos e financeiros de
uma obra, com base em dados, elementos, informações, estudos, discriminações técnicas,
cálculos, desenhos e normas.
e) documentos destinados a fixar as características, condições ou requisitos exigíveis para
matérias-primas, produtos semifabricados elementos de construção, materiais ou produtos
industriais semiacabados.

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22. CESPE - EBSERH – Eng. Civil - 2018


Com relação a documentos elaborados pela área técnica que fazem parte do processo
licitatório de obras e serviços de engenharia, julgue o item subsequente.
O caderno de encargos contém informações complementares para a execução dos serviços
contratados e também estabelece diretrizes, requisitos técnicos e administrativos para a
execução do objeto nele definido.
( ) CERTO ( ) ERRADO

23. CESPE - CGE PI - Eng. – 2015 – Adaptada


De acordo com as normas e legislações referentes à fiscalização de obras de edificações
públicas, julgue o item subsequente.
Compete à fiscalização aprovar os serviços executados, em obediência ao previsto no caderno
de encargos, principalmente os serviços presentes nas etapas de estudo preliminar, projeto
básico e projeto executivo.
( ) CERTO ( ) ERRADO

24. CESPE – Polícia Federal - Eng. Civil – 2014


Com relação às especificações de materiais e de serviços empregados na construção civil,
julgue o item subsecutivo.
O caderno de encargos é parte integrante do edital de licitação e tem por finalidade definir o
objeto da licitação bem como estabelecer as diretrizes técnicas e administrativas para a sua
execução.
( ) CERTO ( ) ERRADO

25. CESPE – TCE-RO - Auditor de Controle Externo – Eng. Civil – Questão de fixação
Acerca de especificação de materiais e serviços e do caderno de encargos para as obras da
construção civil, julgue o próximo item.
O caderno de encargos tem como objetivo estabelecer requisitos, condições e diretrizes
técnicas para a execução dos serviços.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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26. CESPE – TCE-RO - Auditor de Controle Externo – Eng. Civil – Questão de fixação
Acerca de especificação de materiais e serviços e do caderno de encargos para as obras da
construção civil, julgue o próximo item.
O prazo e o cronograma da execução dos serviços são itens que podem estar ausentes do
caderno de encargos.
( ) CERTO ( ) ERRADO

27. CESPE – STM - Ana. Judiciário - Eng. Civil - 2018


Um engenheiro de um órgão da administração pública federal, responsável pela fiscalização da
construção do novo edifício sede desse órgão, realizou uma visita de rotina para verificar o
andamento da obra (40% concluída.) Após visitar o canteiro e conversar com o mestre de obras,
o engenheiro constatou que:
• não havia livro de ordem no local; o mestre de obra informou que esse livro era eletrônico e
estava disponível na página da Internet da empresa;
• a anotação de responsabilidade técnica (ART) de execução da obra estava registrada apenas
no nome do proprietário da empresa, que esteve presente na obra apenas três vezes até o
momento da visita.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos legais e técnicos a ela relacionados, julgue
o item a seguir.
O livro de ordem deve ser um livro físico preenchido diariamente.
( ) CERTO ( ) ERRADO

O próximo exercício é uma continuação do enunciado da questão anterior


28. CESPE – STM - Ana. Judiciário - Eng. Civil - 2018
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos legais e técnicos a ela relacionados, julgue
o item a seguir.
Mesmo que o engenheiro em questão tivesse acesso aos diários de obras, estes não são
considerados livros de ordem.
( ) CERTO ( ) ERRADO

29. CESPE - CGE PI - Auditor - Eng. – 2015

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A respeito de fiscalização de obras, ensaios de recebimento de obras e controle de execução


de serviços, julgue o próximo item.
No diário de obras devem ser registradas todas as ocorrências relacionadas à execução da obra,
devendo todas as vias ficar com o fiscal do empreendimento até a entrega do as built.
( ) CERTO ( ) ERRADO

30. CESPE – IPHAN - Tec I - Área 3 – 2018


Na visita à obra de construção de um prédio público, o fiscal observou os problemas a seguir,
que foram notificados à contratada em documento oficial, com a solicitação de justificativas e
providências:
-a área dentro do canteiro de obras, ao lado da área de armazenamento e onde ocorria a
descarga dos vergalhões de aço, não se encontrava isolada;
-o local de execução da dobra e montagem das armaduras possuía lâmpadas de iluminação
sem proteção contra impactos;
-as pontas verticais dos vergalhões já posicionados para concretagem estavam desprotegidas.
Considerando a situação hipotética apresentada, julgue o item que se segue.
O diário de obras é o documento oficial para o registro das solicitações da fiscalização à
construtora.
( ) CERTO ( ) ERRADO

31. CESPE - TCE-PA – Auditor de Controle Externo – Eng. Civil – 2016


Ao fiscalizar uma obra pública, o engenheiro exigiu do construtor, como condição de liberação
do boletim de medição, a apropriação dos serviços executados no período. Tendo o
responsável pela execução informado que a empresa havia executado apropriação apenas dos
serviços significativos, e não de todos, o fiscal notificou a empresa e encaminhou o problema
para o gestor do contrato, para que se iniciasse um processo de aplicação de penalidade.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
À fiscalização técnica da obra não compete a aplicação de penalidades.
( ) CERTO ( ) ERRADO

32. CESPE – SLU DF - Ana. de Gestão de Resíduos Sólidos – Arquitetura – 2019


Julgue o próximo item, relativos a acompanhamento e fiscalização de obras e serviços.

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Na fiscalização de obras, prevalecem as sanções e a coerção — recursos empregados diante


dos ordenamentos legais que normatizam a questão.
( ) CERTO ( ) ERRADO

33. CESPE - CGE PI – Auditor – Eng. – 2015


A respeito de fiscalização de obras, ensaios de recebimento de obras e controle de execução
de serviços, julgue o próximo item.
O pagamento dos serviços executados, entre os quais se incluem aqueles realizados no regime
de empreitada por preço unitário, só pode ser feito após a emissão de laudos de medição
realizados pela fiscalização do objeto do contrato.
( ) CERTO ( ) ERRADO

34. CESPE – TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Questão de fixação


À luz da legislação vigente e da boa técnica relativas à auditoria de obras civis, julgue o próximo
item.
Após o fiscal de obra atestar que os serviços foram realizados, não há impedimentos a serem
verificados para que a contratada receba o que foi medido.
( ) CERTO ( ) ERRADO

35. CESPE – Ana. do Ministério Público da União - Perícia - Eng. Sanitária – Questão de fixação
O manual de obras públicas da Secretaria de Estado e Administração do Patrimônio (SEAP)
estabelece diretrizes gerais para a execução de serviços de fiscalização, especificação e
controle de materiais, orçamento, medição e recebimento. Com relação aos aspectos
relacionados a obras mencionados no referido manual, julgue o item subsequente.
A medição dos serviços é realizada por meio de relatórios periódicos elaborados pela
contratada, em que são registrados os elementos afetos à discriminação e determinação das
quantidades dos serviços efetivamente executados.
( ) CERTO ( ) ERRADO

36. CESPE – CODEVASF – Eng. Civil - 2021


A respeito de fiscalização e controle, julgue o item que se segue.

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Uma das principais atividades da fiscalização está relacionada à realização das medições dos
quantitativos dos serviços executados, logo, para reduzir os riscos de futuros problemas, é
recomendável que as planilhas de medição demonstrem os serviços executados no mês e os
serviços acumulados desde o início da obra
( ) CERTO ( ) ERRADO

37. CESPE – TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Questão de fixação


A respeito de fiscalização e controle, julgue o item que se segue.
As folhas de medição devem apresentar a memória de cálculo, com todos os esclarecimentos,
detalhes e parâmetros considerados. Nessas folhas, os serviços que já foram objeto de
pagamento em medições anteriores e que não sofreram alteração devem aparecer apenas com
os seus valores globais.
( ) CERTO ( ) ERRADO

38. CESPE – TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Questão de fixação


Com relação à documentação técnica, à sua análise e interpretação, julgue o próximo item.
A medição poderá seguir um critério diferente do estipulado no contrato, desde que isso seja
aprovado pela fiscalização no diário de obras e que não gere aumento de custos do
empreendimento.
( ) CERTO ( ) ERRADO

39. CESPE – TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Questão de fixação


Com relação à documentação técnica, à sua análise e interpretação, julgue o próximo item.
O boletim de medição poderá conter serviços com quantidades superiores ao previsto no
orçamento; entretanto, para que isso possa ocorrer, deverá haver uma compensação com
outros serviços que não serão executados, mas cujo valor seja correspondente ao do acréscimo
medido.
( ) CERTO ( ) ERRADO

40. CESPE - MPOG – Eng. - Área 1 – 2015

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A tabela mostra parte já executada de um cronograma físico-financeiro hipotético de uma obra


pública, previsto em contrato, cujos valores são medidos mensalmente, e no qual o pagamento
da administração local é feito proporcionalmente aos serviços executados. Com relação às
informações dessa tabela, julgue o item que se segue de acordo com boas práticas de controle
físico-financeiro.
A forma de pagamento da administração local é inadequada, pois onera indevidamente o
contratado no início da obra.
( ) CERTO ( ) ERRADO

41. CESPE - TCU – Auditor Federal de Controle Externo – Questão de fixação


A respeito de fiscalização e controle, julgue o item que se segue.
As medições têm caráter cumulativo, ou seja, devem abranger todos os serviços executados
desde o início dos trabalhos, objeto do contrato em causa.
( ) CERTO ( ) ERRADO

42. CESPE - TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – Eng. Civil – 2016
O valor do contrato de construção de determinado edifício público fora fixado em dez milhões
de reais. Na última medição, o engenheiro responsável pela fiscalização da obra constatou que,
embora algumas atividades estivessem atrasadas, a construtora já havia executado cinco
milhões de reais em serviços, valor que estava em conformidade com o previsto para ser
executado até aquele momento.
Com base nessa situação hipotética, julgue o seguinte item de acordo com a legislação vigente.
Como o valor da medição coincidiu com a previsão contratual, a constatação de atraso na obra
foi equivocada.

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( ) CERTO ( ) ERRADO

43. CESPE – STM - Ana. Judiciário – Eng. Civil – 2018


Considerando que, em uma obra contratada pela administração pública, o cronograma de
execução esteja atrasado, julgue o item subsequente, relativo ao pagamento de custos de
administração local.
A administração local deve ser paga proporcionalmente à execução financeira da obra, de
acordo com a medição.
( ) CERTO ( ) ERRADO

44. FGV – IBGE - Ana. Eng. Civil – 2016


Quando se atesta expressamente o direito do credor ao pagamento, tendo por base a medição
da obra e dos serviços executados, a documentação fiscal apresentada, inclusive certidões e
memória de cálculo de eventual reajuste de preços, a despesa correspondente foi:
a) apropriada;
b) liquidada;
c) empenhada;
d) creditada;
e) vencida.

45. CESPE – TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Eng. Civil - 2016


Ao fiscalizar uma obra pública, o engenheiro exigiu do construtor, como condição de liberação
do boletim de medição, a apropriação dos serviços executados no período. Tendo o
responsável pela execução informado que a empresa havia executado apropriação apenas dos
serviços significativos, e não de todos, o fiscal notificou a empresa e encaminhou o problema
para o gestor do contrato, para que se iniciasse um processo de aplicação de penalidade.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Sendo a apropriação de serviços uma informação técnica, a ausência desta é motivo para a
retenção da liberação do boletim de medição para fins de pagamento.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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46. CESPE - TRE RJ - Analista Judiciário - Eng. Civil – 2012


Julgue o item subsecutivo, referente à fiscalização de obras.
Na empreitada por preços unitários, a remuneração é definida pela quantidade executada em
cada item de serviço ou etapa de trabalho.
( ) CERTO ( ) ERRADO

47. CESPE – Min. Plan. Des. e Gestão – Arquiteto – Cargo 7 - 2015


Com relação aos regimes de empreitada adotados em obras públicas, julgue o item seguinte.
Na empreitada por preço global, a remuneração da contratada é feita após a execução das
etapas definidas no cronograma físico-financeiro, de modo que as medições de campo das
quantidades realizadas devem ser precisas para que seja definida a exatidão do serviço
executado do projeto.
( ) CERTO ( ) ERRADO

48. CESPE - TCE-RO - Auditor de Controle Externo - Eng. Civil/2019 – Adaptado para V ou F
Concluída a fase licitatória, com a seleção da melhor proposta para a administração, surge a
etapa de contratação, que começa com a assinatura do contrato e termina com o termo de
recebimento definitivo da obra. A respeito dessa etapa, julgue a afirmativa a seguir.
O regime de empreitada por preço unitário é compatível com a realização de medições mensais
para o pagamento de serviços executados, visto que o propósito da medição ultrapassa a
simples aferição de quantidades.
( ) CERTO ( ) ERRADO

49. CESPE - EBSERH – Eng. Civil – 2018


Um prédio está sendo construído para suprir as necessidades de um órgão público. O projeto
executivo completo de arquitetura e engenharia foi desenvolvido por uma empresa projetista,
cujo contrato encerrou-se antes do início da construção, e a obra foi contratada por
empreitada por preço global. Depois de iniciada a obra, a construtora informou à contratante
a existência de erros de projeto, causadores de significativas mudanças de quantidades e de
troca de serviços.

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Acerca dessa situação hipotética, julgue o próximo item de acordo com a legislação vigente.
Por se tratar de empreitada por preço global, a construtora, ao aceitar todas as condições
contratuais na fase licitatória, somente terá direito a acréscimo de valores de serviços novos,
devendo o impacto financeiro da alteração de quantitativos ser absorvido pela contratada.
( ) CERTO ( ) ERRADO

50. CONSULPLAN – TRF 2ª Região - Ana. Judiciário – Eng. Elétrica - 2017


Na execução indireta de obras e serviços de engenharia, são admitidos os seguintes regimes:
empreitada por preço unitário, empreitada por preço global, contratação por tarefa,
empreitada integral ou contratação integrada. Dados extraídos e adaptados do roteiro de
auditoria de obras públicas do TCU, aprovado pela Portaria SEGECEX nº 38, de 08/11/2011,
demonstram resumidamente, vantagens de utilização do regime de empreitada por preço
global e de empreitada por preço unitário. Das alternativas a seguir, qual indica uma vantagem
de empreitada por preço global?
a) Riscos geológicos do construtor são minimizados.
b) Menor custo para a Administração Pública na fiscalização da obra.
c) Menor risco para o construtor, na medida em que ele não assume risco quanto aos
quantitativos de serviços.
d) A obra pode ser licitada com um projeto com grau de detalhamento inferior ao exigido para
uma empreitada por preço integral.

51. CESPE - TCE-PE - Auditor de Controle Externo - Auditoria de Obras públicas - 2017
Em um órgão da administração pública, foi criada uma equipe de auditoria para analisar a
condução do processo de construção de um edifício que constava do plano de obras idealizado
pelo órgão. Os trabalhos de auditoria focavam a elaboração do estudo de viabilidade técnica,
econômica e ambiental (EVTEA.), a confecção dos projetos — básico e executivo —, as
licitações e os contratos, e a concessão de termos aditivos, além dos requisitos técnicos das
planilhas de orçamento. Na análise da documentação, foram constatados os seguintes fatos.
I Na elaboração do EVTEA, para estimar o valor da construção do prédio em questão, havia sido
utilizado o custo unitário básico por metro quadrado (CUB/m2).
II Na planilha de orçamento, alguns serviços apresentavam custos unitários superiores aos
custos unitários de referência estabelecidos no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e
Índices da Construção Civil (SINAPI).
III O processo licitatório havia utilizado o regime de licitação classificado como empreitada por
preço unitário.

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IV A ficha de composição de preço do serviço de fornecimento de grupo gerador de energia


apresentava um valor relativo a benefícios e despesas indiretas (BDI) inferior àqueles
referentes aos demais serviços.
V A obra havia sofrido um aditivo contratual no valor de R$ 500 mil após 6 meses da assinatura
do contrato.
VI No edital de licitação, o órgão havia estabelecido que, para efeito de reajustamento do
contrato, seria utilizada a data de apresentação da proposta de preço da empresa vencedora,
1.º/1/2016.
VII O contrato havia sido assinado em 1.º/4/2016; o valor total da obra, orçado em R$ 2
milhões; e o prazo definido para a execução da obra, de 24 meses.
VIII No projeto básico de licitação, não havia sido registrada anotação de responsabilidade
técnica (ART) do orçamentista.
Considerando a situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir de acordo com a
legislação e com as normas técnicas relativas a obras e serviços de engenharia.
A empresa vencedora do certame licitatório teve direito ao reajustamento do contrato a partir
do dia 1º/4/2017.
( ) CERTO ( ) ERRADO

52. CESPE - CGM João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno - Infraestrutura – 2018
Uma das tarefas do controle interno, no que diz respeito às obras públicas, é a avaliação da
correta aplicação dos recursos públicos. Para isso, são considerados objetos de análise, entre
outros, os editais, os contratos, os termos aditivos, os projetos de engenharia, as medições e
os diários de obra. A respeito da fiscalização de obras civis, julgue o item subsecutivo.
No valor dos contratos, o prazo estipulado para correção monetária ou reajuste por índices de
preços gerais, setoriais ou que reflitam a variação dos custos de produção ou dos insumos
utilizados é de, no máximo, um ano, sempre em relação à data de apresentação da proposta.
( ) CERTO ( ) ERRADO

53. CESPE - TCM-BA - Aud Est – 2018


A empresa XXX, contratada para a construção de um edifício público apresentou um pleito para
receber reajuste relativo à parcela de medição de R$ 1.000.000,00, referente ao mês de
novembro/2017.
Considere os seguintes indicadores econômicos adotados no contrato: INCC janeiro/2017:
90,00; INCC março/2017: 100,00; INCC novembro/2017: 120,00.

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Levando em consideração que o contrato administrativo tenha sido assinado em março/2017


e que a data-base de reajuste (referência do orçamento) tenha se dado em janeiro/2017, o
valor do reajuste devido à empresa será igual a
a) R$ 333.333,33.
b) R$ 200.000,00.
c) R$ 111.111,00.
d) R$ 100.000,00.
e) R$ 0,00.

54. CESPE – MPE CE - Ana. Min. – Eng. Civil – 2020


A respeito da análise orçamentária de uma obra, julgue o item subsecutivo.
Por diversos motivos, pode haver variações nos preços de insumos necessários para uma obra,
o que pode ocasionar mudanças significativas no custo total do empreendimento. No caso de
aumento do preço de determinado insumo durante a realização da obra, a construtora pode
requerer um reajuste contratual para realinhar os preços. Nesse contexto, a curva ABC de
insumos permite que o cliente avalie se o valor do reajuste solicitado está de acordo com o
aumento no insumo em questão.
( ) CERTO ( ) ERRADO

55. CESPE - TRE-BR - Ana Judiciário – Eng. Civil - 2017


Considere que a tabela a seguir represente um cronograma físico-financeiro de uma obra
pública, cuja data base de reajuste contratual — percentual de 10 % — tenha sido definida para
o mês de maio. Considere, ainda, que os serviços devam ser medidos e pagos de acordo com a
sua execução.

Nessa situação hipotética, caso a empresa contratada para executar a obra atrase,
injustificadamente, a atividade B, em um mês, e adiante a atividade C, em um mês, caberá à
fiscalização

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a) vedar o pagamento de qualquer reajuste.


b) recomendar o pagamento de reajuste de R$ 100.000 relativo às atividades C e D.
c) solicitar o pagamento de reajuste de R$ 100.000 relativo às atividades B e D.
d) determinar o pagamento de reajuste de R$ 50.000 relativo à atividade D.
e) definir o reajuste de R$ 150.000 relativo às atividades B, C e D.

56. CESPE - PGE PE – Ana. Administrativo de Procuradoria – Eng. – 2019


Seis meses depois de emitida a ordem de serviço para a execução de uma obra pública, a
construtora pleiteou possível reajustamento no contrato. A fiscalização negou o requerimento
sob as seguintes alegações: pouco tempo de execução em andamento (seis meses); existência
de serviços atrasados em relação ao cronograma contratual; falta de notas fiscais e cotações
de preços que comprovem aumento nos preços de insumos.
Com referência a essa situação, julgue o item seguinte.
É legalmente possível haver reajustamentos de contratos em obras com apenas seis meses de
execução.
( ) CERTO ( ) ERRADO

57. CESPE – Ana. do Ministério Público da União - Perícia - Eng. Sanitária – Questão de fixação
O manual de obras públicas da Secretaria de Estado e Administração do Patrimônio (SEAP)
estabelece diretrizes gerais para a execução de serviços de fiscalização, especificação e
controle de materiais, orçamento, medição e recebimento. Com relação aos aspectos
relacionados a obras mencionados no referido manual, julgue o item subsequente.
Não cabe à fiscalização examinar e aprovar eventuais acréscimos de serviços indispensáveis
para o perfeito atendimento do objeto do contrato.
( ) CERTO ( ) ERRADO

58. CESPE - 2016 - TCE-PA - Auditor de Controle Externo – Eng. Civil


Durante a medição de uma obra pública, o fiscal da obra, com base no regime de execução
empreitada por preço global, constatou que o serviço de assentamento de piso cerâmico
estava parcialmente concluído, visto que faltava a aplicação do rejunte em 50% da área
prevista para o referido serviço. Além disso, a quantidade executada de piso superava em 20%
a quantidade prevista no orçamento da obra, anexo ao contrato.

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Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.


Para pagamento do excedente de piso, o fiscal poderá compensar na medição a inserção de
outros serviços não executados no período, desde que não haja desequilíbrio financeiro no
contrato.
( ) CERTO ( ) ERRADO

59. CESPE – TRT 8ª Região - Ana. Judiciário - Eng. Elétrica – 2016


Acerca da fiscalização de obras públicas, assinale a opção correta.
a) A aplicação de multas e penalidades por descumprimento de cláusula contratual é, em geral,
discricionária por parte da fiscalização.
b) Por estar cumprindo uma atribuição da administração pública, o analista engenheiro do
tribunal não necessita emitir anotação de responsabilidade técnica (ART) para fiscalizar uma
obra pública.
c) Em virtude dos laudos e dos relatórios de fiscalização de obras públicas, é desnecessário
que o analista engenheiro do tribunal utilize diário de obras para comunicar informações à
empresa contratada para execução da obra.
d) O fiscal, a fim de ajudar uma empresa com problemas financeiros, pode autorizar o
pagamento de serviços que estejam em fase de finalização, para que a obra não seja
abandonada.
e) Os cálculos de atraso são baseados no cronograma físico-financeiro da obra, o qual expressa
o progresso esperado da obra e os desembolsos a serem realizados pela administração.

60. CESPE - TCM-BA - Auditor Estadual – 2018 – Adaptado para Certo e Errado
Com relação a gestão contratual e fiscalização de obras públicas, julgue a opção a seguir.
Reajustamentos contratuais, comuns em contratos de obras rodoviárias, devido,
principalmente, a dinâmica de seu objeto, devem ser realizados por meio de termos aditivos,
mesmo que haja previsão contratual.
( ) CERTO ( ) ERRADO

61. CESPE - IPHAN - Técnico I - Área 9 - 2018


Um terminal portuário construído no século XIX por ingleses em um município brasileiro será
adaptado gradualmente, respeitando-se a disponibilidade orçamentária. De acordo com a
ordem de relevância cultural e com o fluxo de visitantes, foram estabelecidas, para o primeiro

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ciclo de intervenções, medidas para garantir a acessibilidade, além da instalação de sistema de


ar condicionado do tipo água gelada, de elevadores e de sistema de combate a incêndio, com
instalação de dispositivos detectores de fumaça do tipo óptico. As figuras a seguir mostram
detalhes de uma das principais intervenções: a instalação de uma rampa para vencer um
desnível de seis metros e dar acesso às pessoas com mobilidade reduzida ao piso superior,
onde haverá uma varanda de contemplação. A rampa, observada na figura referente à vista
lateral, tem inclinação transversal de 2%. As obras de adaptação foram contratadas, mediante
licitação, por R$ 41 milhões. Do montante inicialmente contratado pela administração, no
primeiro termo aditivo foram excluídos R$ 25 milhões em serviços; posteriormente, no
segundo termo aditivo, foram acrescidos R$ 33 milhões em serviços necessários, conforme
manifestação da equipe de fiscalização.

Considerando a situação hipotética apresentada e as figuras a ela relacionadas, julgue o item


que se segue.
A administração não cometeu irregularidade ao assinar os termos aditivos, uma vez que
observou o limite legal em relação ao valor original do contrato.
( ) CERTO ( ) ERRADO

62. CESPE – CEF - Eng. Agronômica – 2014


Julgue o item a seguir, relativo a orçamento de referência para licitação e a contratos e aditivos.
Na contratação de obras e serviços de engenharia, a formação do preço dos aditivos
contratuais deverá conter orçamento específico e detalhado em planilhas elaboradas pela
equipe técnica da empresa contratada.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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63. CESPE - TCE-PE - Auditor de Controle Externo - Auditoria de Obras públicas – 2017
Em um órgão da administração pública, foi criada uma equipe de auditoria para analisar a
condução do processo de construção de um edifício que constava do plano de obras idealizado
pelo órgão. Os trabalhos de auditoria focavam a elaboração do estudo de viabilidade técnica,
econômica e ambiental (EVTEA.), a confecção dos projetos — básico e executivo —, as
licitações e os contratos, e a concessão de termos aditivos, além dos requisitos técnicos das
planilhas de orçamento. Na análise da documentação, foram constatados os seguintes fatos.
I Na elaboração do EVTEA, para estimar o valor da construção do prédio em questão, havia sido
utilizado o custo unitário básico por metro quadrado (CUB/m2).
II Na planilha de orçamento, alguns serviços apresentavam custos unitários superiores aos
custos unitários de referência estabelecidos no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e
Índices da Construção Civil (SINAPI).
III O processo licitatório havia utilizado o regime de licitação classificado como empreitada por
preço unitário.
IV A ficha de composição de preço do serviço de fornecimento de grupo gerador de energia
apresentava um valor relativo a benefícios e despesas indiretas (BDI) inferior àqueles
referentes aos demais serviços.
V A obra havia sofrido um aditivo contratual no valor de R$ 500 mil após 6 meses da assinatura
do contrato.
VI No edital de licitação, o órgão havia estabelecido que, para efeito de reajustamento do
contrato, seria utilizada a data de apresentação da proposta de preço da empresa vencedora,
1.º/1/2016.
VII O contrato havia sido assinado em 1.º/4/2016; o valor total da obra, orçado em R$ 2
milhões; e o prazo definido para a execução da obra, de 24 meses.
VIII No projeto básico de licitação, não havia sido registrada anotação de responsabilidade
técnica (ART) do orçamentista.
Considerando a situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir de acordo com a
legislação e com as normas técnicas relativas a obras e serviços de engenharia.
O valor do termo aditivo do referido contrato ultrapassou o percentual máximo permitido pela
lei de licitações e contratos.
( ) CERTO ( ) ERRADO

64. CESPE - TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Eng. Civil – 2016

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Na planilha orçamentária de determinada obra rodoviária, elaborada de acordo com o sistema


de custos rodoviários do DNIT (SICRO), está previsto, no item de serviço de terraplenagem, que
a execução de todas as camadas necessárias seria feita com grau de compactação igual a 100%
do proctor normal. Durante a execução da obra, a fiscalização exigiu que algumas camadas
fossem executadas com grau de compactação igual a 100% do proctor intermediário, para
atender determinadas normas.
A partir dessas informações e da tabela precedente, que mostra as energias que podem ser
utilizadas nos ensaios de compactação, de acordo com as normas técnicas vigentes, julgue o
item a seguir.
Apenas se houver impacto financeiro significativo será necessário realizar aditivo contratual
para incluir na planilha orçamentária a quantidade e o valor referentes ao serviço de
terraplenagem com grau de compactação executado com proctor intermediário, não sendo
necessária nenhuma alteração relativa ao proctor normal.
( ) CERTO ( ) ERRADO

65. CESPE - TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Eng. Civil – 2016


Julgue o próximo item, relativo a questões ambientais em obras rodoviárias.
Os órgãos de controle ambiental podem exigir a compactação do material de bota-fora para
evitar futuras erosões. Se esse serviço não constar da planilha orçamentária da licitação da
obra, deve-se realizar aditivo contratual utilizando-se o SICRO como referência.
( ) CERTO ( ) ERRADO

66. AOCP – TRE AC - Ana. Judiciário – Eng. – 2015


Referente à documentação técnica de obras, assinale a alternativa correta.
a) A execução do contrato de obras públicas deve ser fiscalizada por um representante do
contratado, devidamente qualificado, designado para verificar o desenvolvimento das
atividades. É dispensada a fiscalização por um representante da Administração.
b) O contrato é o instrumento hábil e necessário para dirimir quaisquer dúvidas, elencar
direitos, atribuir responsabilidades e firmar demais cláusulas necessárias ao bom andamento

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da obra, tais como: garantias, seguros, prazos de execução, critérios de reajustamento e de


recebimento.
c) Em relação aos aditivos contratuais, nos regimes de execução por empreitada global ou por
empreitada integral, as alterações contratuais sob alegação de falhas ou omissões em
quaisquer das peças, orçamentos, plantas, especificações, memoriais ou estudos técnicos
preliminares do projeto básico não terão limitações em relação ao valor total do contrato.
d) As alterações contratuais são possibilidades admitidas para situações eventuais (imprevistas
ou imprevisíveis), não sendo necessária a justificativa técnica de tais alterações.
e) O contratado não é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e
comerciais resultantes da execução do contrato.

67. CESPE - TCE-RN - Inspetor de Controle Externo – Eng. Civil – 2015

Na tabela mostrada, que representa um cronograma físico-financeiro anexado ao contrato de


uma obra pública, cuja previsão de execução era de quatro meses, os valores estão em reais,
e as atividades indicam serviços que deveriam ser executados. No início do quarto mês de
execução, as atividades D e E haviam sido antecipadas e o boletim de medição registrava uma
medição acumulada de R$ 800.000. Os três primeiros meses haviam sido medidos.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente, a respeito de cronograma
de execução de obras públicas.
Caso haja atraso da fiscalização em emitir a ordem de serviço, o prazo de execução da obra
poderá ser afetado diretamente, o que justificaria uma possível dilação de cronograma.
( ) CERTO ( ) ERRADO

68. CESPE - TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Eng. Civil – 2016


Durante a construção de um prédio público, a execução das escavações das fundações foi
prejudicada por chuvas de verão, cujo índice pluviométrico foi muito acima da média histórica,

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o que causou retrabalhos e atraso na execução da obra. O contratado registrou o fato no diário
de obras e pleiteou um aditivo contratual de dilação de prazo e aumento de custos, pois o
serviço compunha o caminho crítico da programação da obra.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o seguinte item.
O registro no diário de obras será suficiente para garantir ao contratado a dilação de prazo de
execução, dispensando-se a apresentação de boletins meteorológicos e a análise de
cronograma.
( ) CERTO ( ) ERRADO

69. CESPE - TCE-PA - Aud CE – Eng. Civil – 2016


Durante a construção de um prédio público, a execução das escavações das fundações foi
prejudicada por chuvas de verão, cujo índice pluviométrico foi muito acima da média histórica,
o que causou retrabalhos e atraso na execução da obra. O contratado registrou o fato no diário
de obras e pleiteou um aditivo contratual de dilação de prazo e aumento de custos, pois o
serviço compunha o caminho crítico da programação da obra.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o seguinte item.
Por se tratar apenas de escavação, não se justificariam tecnicamente custos de retrabalhos na
situação apresentada.
( ) CERTO ( ) ERRADO

70. CESPE – TRE BA - Ana. Judiciário - Eng. Civil – 2017


Uma empresa, contratada pela administração pública para construir uma edificação, deparou-
se com problemas relacionados à altura do lençol freático — informação que já constava do
boletim de sondagem do projeto básico. Como esses problemas estavam causando atrasos
significativos na fase de execução do subsolo e, por conseguinte, no cronograma de execução
da obra, a empresa contratada solicitou um aditivo contratual de reequilíbrio econômico-
financeiro bem como a prorrogação do prazo de execução para compensar o prejuízo causado
pelo problema em questão.
Nessa situação, considerando que os prejuízos e os atrasos previstos no projeto básico estejam
corretamente calculados, caberá à fiscalização, ao analisar as solicitações,
a) negar o pedido para a dilação do prazo, mas permitir a inclusão de aditivo contratual.
b) negar os dois pedidos, mas não aplicar penalidade em razão do atraso na execução da obra.
c) negar os dois pedidos e aplicar penalidade em razão do atraso na execução da obra.
d) aceitar tanto o pedido para a dilação do prazo quanto para a inclusão de aditivo contratual.

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e) aceitar o pedido para a dilação do prazo, mas negar o pedido para inclusão de aditivo
contratual.

71. CESPE - TCE-RN - Inspetor de Controle Externo - Eng. Civil – 2015

Na tabela mostrada, que representa um cronograma físico-financeiro anexado ao contrato de


uma obra pública, cuja previsão de execução era de quatro meses, os valores estão em reais,
e as atividades indicam serviços que deveriam ser executados. No início do quarto mês de
execução, as atividades D e E haviam sido antecipadas e o boletim de medição registrava uma
medição acumulada de R$ 800.000. Os três primeiros meses haviam sido medidos.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente, a respeito de cronograma
de execução de obras públicas.
Para concluir essa obra antes do prazo, a contratada poderia antecipar o cronograma de
execução sem autorização da fiscalização.
( ) CERTO ( ) ERRADO

72. CESPE - TCE-PR – Ana. de Controle – Eng. Civil - 2016


O orçamento de referência de determinada obra de restauração rodoviária, que está sendo
auditada, data de março de 2014. O contrato da obra, assinado em janeiro de 2015, previa
cláusula de reajuste vinculada à variação de índices de preços setoriais. Em março de 2015, a
construtora requereu o reajuste com base na variação dos preços — que foi concedido pela
administração em janeiro de 2016, um ano após a assinatura do contrato. Em junho de 2015,
os órgãos de pesquisa oficiais mostraram aumento de 60% no preço dos insumos asfálticos,
que estão na faixa A da curva ABC. Durante a obra, a construtora, autorizada pela
administração, subcontratou os serviços de drenagem e recuperação de obras de arte
especiais. A obra foi entregue em junho de 2016 a uma comissão de servidores que lavrou o
termo de recebimento definitivo. Em agosto de 2016, foram detectadas fissuras nos
acostamentos, nos consolos de sustentação das pontes e afundamentos de trilhas de rodas.
A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta.

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a) O aumento dos insumos asfálticos justifica o reequilíbrio econômico-financeiro, situação em


que a administração deve, para o cálculo do valor do aditivo, substituir, em todas as fichas de
composição de custos da obra, o valor anterior do insumo pelo novo valor de mercado.
b) Os boletins de medição devem ser suportados por memórias de cálculo, podendo, para o
cálculo dos volumes no caso dos cortes, ser aplicado o método das áreas, fazendo-se o
levantamento topográfico das seções transversais finais de forma solidária com as referências
de nível que referenciam as seções primitivas, com as quais as seções transversais finais serão
comparadas.
c) Apesar da responsabilidade objetiva do construtor, o direito da administração de acionar a
construtora para a correção das falhas detectadas na obra decaiu em decorrência da lavratura
do termo de recebimento definitivo, por meio do qual a administração dá quitação plena à
construtora.
d) A administração agiu corretamente ao admitir o reajuste por índices de preços setoriais um
ano após a data de assinatura do contrato.
e) Em caso de atraso justificado em uma obra, é possível a celebração de termo aditivo de
prazo, não cabendo, entretanto, o pagamento, pela administração, de itens como manutenção
do canteiro e administração local.

73. CESPE - TCE-PA - Auditor de Controle Externo – Eng. Civil – 2016


Durante a construção de um prédio público, a execução das escavações das fundações foi
prejudicada por chuvas de verão, cujo índice pluviométrico foi muito acima da média histórica,
o que causou retrabalhos e atraso na execução da obra. O contratado registrou o fato no diário
de obras e pleiteou um aditivo contratual de dilação de prazo e aumento de custos, pois o
serviço compunha o caminho crítico da programação da obra.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o seguinte item.
O acréscimo de prazo de execução afeta os custos com administração local.
( ) CERTO ( ) ERRADO

74. CESPE - CGM João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno - Infraestrutura – 2018
Uma das tarefas do controle interno, no que diz respeito às obras públicas, é a avaliação da
correta aplicação dos recursos públicos. Para isso, são considerados objetos de análise, entre
outros, os editais, os contratos, os termos aditivos, os projetos de engenharia, as medições e
os diários de obra. A respeito da fiscalização de obras civis, julgue o item subsecutivo.
Os incrementos de mão de obra ocasionados pela data-base de cada categoria profissional não
constituem fundamento para a alegação de desequilíbrio econômico-financeiro.

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( ) CERTO ( ) ERRADO

Essa questão tem 2 alternativas corretas e foi anulada por isso.


75. CESPE - TCM-BA - Auditor Estadual - Infraestrutura - 2018
Considerando que, na análise econômico-financeira dos contratos administrativos vigentes,
cujo objeto sejam obras de engenharia, é importante que se avalie o impacto causado pelos
possíveis reajustes e reequilíbrios econômico-financeiros adotados, assinale a opção correta.
a) A aplicação do reequilíbrio econômico-financeiro é compulsória, desde que conste nas
cláusulas contratuais.
b) O reajuste visa restaurar as condições econômicas pactuadas na assinatura do contrato que
forem alteradas por motivos injustificados ou imprevistos.
c) A aplicação do reequilíbrio econômico-financeiro não possui nenhuma restrição quanto ao
prazo contratual ou de aplicação.
d) O reajuste precisa ser realizado mediante aditivo ao contrato.
e) O valor do reajuste interfere no cálculo para o limite de 25% de aditivo.

76. CESPE - Pref João Pessoa – Auditor Municipal de Controle Interno - Infraestrutura - 2018
Uma das tarefas do controle interno, no que diz respeito às obras públicas, é a avaliação da
correta aplicação dos recursos públicos. Para isso, são considerados objetos de análise, entre
outros, os editais, os contratos, os termos aditivos, os projetos de engenharia, as medições e
os diários de obra. A respeito da fiscalização de obras civis, julgue o item subsecutivo.
Em face do crescimento anormal de insumo integrante da faixa A da curva ABC acima do
esperado e de maneira superior ao crescimento histórico do produto, terá agido corretamente
a administração que avaliar isoladamente apenas esse insumo e revisar seu preço para os
quantitativos não medidos com a finalidade de restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro
da avença.
( ) CERTO ( ) ERRADO

77. CESPE - PF – Perito Criminal - Eng. Civil - 2018


Um engenheiro recebeu um orçamento da obra de construção de um prédio público para
analisar se havia sobrepreço em algum serviço. Com pouco tempo disponível para análise, ele
adotou o princípio de Pareto na escolha dos serviços que teriam suas composições examinadas
com maior rigor e, além disso, solicitou a cotação de preços de insumos de serviços não

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previstos no SINAPI adotada pelo orçamentista, bem como as condições de fornecimento


constantes na consulta.
A respeito dos procedimentos adotados nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
O engenheiro agiu de forma cuidadosa em suas solicitações, pois, na cotação de preços de
insumos para compor o preço de serviços a serem executados, a quantidade a ser adquirida e
a forma de fornecimento são condições que afetam o valor final da obra.
( ) CERTO ( ) ERRADO

78. FCC - TCE-RS - Auditor Público Externo – Arquitetura – 2014


A quebra do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, em desfavor da
Administração, por meio da alteração de quantitativos, caracteriza superfaturamento por
a) distorção do cronograma físico-financeiro.
b) quantidade.
c) alteração de metodologia executiva.
d) jogo de planilha.
e) preços excessivos.

79. FGV - TCM-SP - Ag Fisc - Eng. Civil – 2015


Em uma licitação, quando todos os preços unitários propostos por uma empresa encontram-
se abaixo dos previstos pela Administração, e os preços dos serviços do final da obra são
cotados com reduções expressivas de valores em relação ao orçamento base, diz-se que a
proposta de preços pode estar com:
a) “jogo de cronograma”, pois após realizar os serviços iniciais com preços melhores, o
contratado pode pedir para aumentar os preços dos serviços restantes ou abandonar a obra;
b) “jogo de planilha”, pois a licitação da obra foi realizada a partir de projeto básico deficiente;
c) “superfaturamento”, pois os custos unitários médios estão acima do valor de mercado;
d) “subfaturamento”, pois todos os custos unitários estão abaixo do valor de mercado, e a
contratada pode paralisar a obra e pedir termos aditivos;
e) “mergulho de preços”, pois a legislação não permite que todos os custos unitários propostos
por uma empresa encontrem-se abaixo dos previstos pela Administração.

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80. CESPE - PF – Perito Criminal - Eng. Civil - 2018


Um engenheiro recebeu um orçamento da obra de construção de um prédio público para
analisar se havia sobrepreço em algum serviço. Com pouco tempo disponível para análise, ele
adotou o princípio de Pareto na escolha dos serviços que teriam suas composições examinadas
com maior rigor e, além disso, solicitou a cotação de preços de insumos de serviços não
previstos no SINAPI adotada pelo orçamentista, bem como as condições de fornecimento
constantes na consulta.
A respeito dos procedimentos adotados nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
O cuidado do engenheiro na análise de sobrepreço em obras públicas é importante, pois, caso
esses valores sejam pagos durante a execução da obra, ficará caracterizado o
superfaturamento.
( ) CERTO ( ) ERRADO

81. CESPE – TELEBRAS – Eng. Civil – 2015


Antes do início da execução de um aterro, durante a construção de um complexo de edifícios
públicos, o fiscal da obra refez o levantamento topográfico e alguns ensaios no solo existente.
Após o trabalho de campo, o engenheiro fiscal constatou que o nível real do terreno primitivo
estava dois metros acima do previsto em projeto, e que a jazida de solo, prevista para fornecer
material de aterro, apesar de atender a todas as características exigidas no projeto, possuía um
teor de umidade bem abaixo do teor de umidade ótimo.
Com base nessas informações, julgue o item a seguir.
Se a execução do aterro ocorrer sem a correção do erro topográfico constatado pela
fiscalização, o erro na medição acarretará pagamento de serviço superfaturado.
( ) CERTO ( ) ERRADO

82. CESPE - TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – Eng. Civil - 2016
O valor do contrato de construção de determinado edifício público fora fixado em dez milhões
de reais. Na última medição, o engenheiro responsável pela fiscalização da obra constatou que,
embora algumas atividades estivessem atrasadas, a construtora já havia executado cinco
milhões de reais em serviços, valor que estava em conformidade com o previsto para ser
executado até aquele momento.
Com base nessa situação hipotética, julgue o seguinte item de acordo com a legislação vigente.
O pagamento da última medição implicou sobrepreço no contrato.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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83. FGV - TJ BA – Ana. Judiciário Eng. Civil – 2015


Determinada licitante saiu-se vencedora de uma licitação com 20% de desconto em relação ao
orçamento-base da Administração, e com todos os preços unitários inferiores aos previstos
pela Administração. Numa análise mais aprofundada, observou-se que a proposta da licitante
adotou preços dos serviços da primeira metade da obra sem nenhum desconto em relação ao
orçamento-base, enquanto os serviços da segunda metade da obra foram cotados com 40% de
desconto. Dessa forma, é correto afirmar que:
a) trata-se de um resultado vantajoso para a Administração Pública, devendo-se homologar o
certame sem restrições;
b) trata-se de um tipo de superfaturamento, pois os serviços a serem executados
posteriormente apresentam preços unitários superiores aos de mercado;
c) mesmo que a construtora abandone a obra depois de executar a parte que lhe é
interessante, não há ocorrência de “jogo de planilha”, pois os valores pagos pelos serviços
executados estão todos com desconto em relação ao orçamento-base;
d) ao se deparar com evidências de “jogo de cronograma”, pela adoção de descontos
excessivos nos serviços finais, a equipe deve verificar se os preços unitários dos serviços da
segunda metade da obra são inexequíveis;
e) trata-se de um resultado regular, devendo-se apenas verificar se o edital prevê corretamente
as condições de reajuste dos preços.

84. FUNRIO - Assistente Pré-Sal - Licitações e Contratos II – 2017


A Lei nº 13.303/16 estabelece os regimes de contratação destinados à execução de obras e
serviços de engenharia. O regime aplicado, quando for possível definir previamente, no projeto
básico, com boa margem de precisão, as quantidades dos serviços a serem posteriormente
executados na fase contratual é conhecido como:
a) empreitada por preço global.
b) contratação por tarefa.
c) empreitada integral.
d) contratação semi-integrada.
e) contratação integrada.

85. Cespe – PF – Perito - Questão de fixação

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Ao se adotar o regime de contratação integrada, é permitida a realização da obra ou do serviço


sem projeto executivo.
( ) CERTO ( ) ERRADO

86. CESPE - MPC TCE-PA – Ana. Ministerial – Eng. Civil - 2019


Um dos objetivos da Lei n.º 12.462/2011, que trata do regime diferenciado de contratações
públicas (RDC), é assegurar o tratamento isonômico aos licitantes e a seleção da proposta mais
vantajosa para a administração pública. Com relação ao RDC, é correto afirmar que a
contratação integrada
a) dispensa projetos executivos para a assinatura dos contratos de obras e serviços de
engenharia, que exigem urgência e rapidez na execução.
b) exige a apresentação do projeto básico, que deve ser aprovado por autoridade competente
e ficar disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório.
c) permite a participação na licitação, de forma direta ou indireta, de pessoa física ou jurídica
que elaborou o projeto básico ou executivo correspondente.
d) poderá, em seu instrumento convocatório, dispensar a apresentação do anteprojeto de
engenharia.
e) compreende a elaboração e o desenvolvimento dos estudos de viabilidade técnica,
econômica e ambiental dos anteprojetos e dos projetos básicos e executivos.

87. CESPE - TCE-MG - Analista de Controle Externo – Eng. - 2018


Para a contratação de uma obra pública cujo objeto era a duplicação de rodovia, o edital previa
a adoção do regime diferenciado de contratações públicas (RDC). O regime de execução
previsto foi a contratação integrada e, durante a sua execução, a construtora apresentou o
projeto executivo com mudanças na metodologia prevista no anteprojeto, mas com melhoras
nas características da pista e aumento da vida útil inicialmente definida. Nesse caso, o fiscal da
obra poderá aceitar a alteração, desde que o
a) prazo de execução seja acrescido proporcionalmente ao benefício gerado pelas alterações.
b) valor contratado não seja alterado.
c) prazo de execução seja reduzido com a mudança de solução.
d) valor a ser aditivado seja inferior ou igual a 10% do valor contratado.
e) valor a ser aditivado seja inferior ou igual a 25% do valor contratado.

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88. CESPE - TCE-PR – Ana. de Controle – Arquitetura - 2016


A construção de um prédio público foi licitada pelo regime diferenciado de contratações
públicas (RDC). Devido à urgência na contratação e à falta de projeto básico aprovado, a
administração decidiu adotar a contratação integrada. Durante a execução da obra, faltaram
informações precisas sobre os quantitativos de serviços no anteprojeto, e a contratada
protocolou um pleito de acréscimo de serviços.
A respeito dessa situação hipotética, é correto afirmar que
a) o aditivo contratual por erro de quantidades fica limitado a 10% do valor do contrato.
b) a falta de projeto básico aprovado é condição suficiente para adoção da contratação
integrada.
c) a falta de informação precisa no anteprojeto decorrente da omissão do contratado no que
se refere às quantidades previstas não justifica o aditivo contratual.
d) a urgência na contratação é condição suficiente para adoção da contratação integrada.
e) a legislação não prevê situações de aditivo contratual para a contratação integrada.

89. CESPE - TCM-BA - Auditor Estadual – 2018 – Adaptado para Certo e Errado
Com relação a gestão contratual e fiscalização de obras públicas, julgue a opção a seguir.
Em se tratando de obras contratadas por meio do regime diferenciado de contratação
integrada (RDCi) a partir de um anteprojeto de engenharia, podem ser realizados aditivos para
cobrir custos advindos das compensações ambientais até o limite de 5% do valor total do
contrato.
( ) CERTO ( ) ERRADO

90. CESPE - TCE-PA – Auditor de Controle Externo - Eng. Elétrica – 2016


Considere que uma obra para determinado órgão da administração pública será executada por
empresa contratada para esse fim. A respeito do serviço de fiscalização dessa obra pública e
da relação entre o contratante e a contratada, julgue o item que se segue.
Em momento anterior ao recebimento da obra, a empresa responsável por sua execução
deverá providenciar as ligações definitivas de água e esgoto, por exemplo.
( ) CERTO ( ) ERRADO

91. CESPE – Polícia Cientítifca de Pernambuco - Perito Criminal - Área 3 – Eng. Elétrica – 2016

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Um órgão da administração, seguindo procedimentos regulares, contratou uma empresa para


executar projeto para construção de uma edificação. Com relação à fiscalização, e aos
procedimentos envolvidos na entrega e no recebimento dessa obra, assinale a opção correta.
a) Previamente ao recebimento da obra, a empresa responsável por sua execução deverá
providenciar as ligações definitivas de energia elétrica.
b) Após receber a obra, o órgão contratante deverá tomar todas as providências necessárias
para a obtenção do habite-se.
c) No recebimento da obra, o órgão contratante deverá entregar o as built da obra à empresa
contratada, a fim de subsidiar futuras intervenções de manutenção ou reforma na edificação.
d) O órgão contratante poderá receber a obra de forma temporária antes de a execução do
contrato ser finalizada, desde que justifique a necessidade de receber a obra antecipadamente.
e) Correções em medições atestadas pela fiscalização para efeito de pagamento poderão ser
efetuadas após o recebimento da obra pelo órgão contratante.

92. CESPE - MPU – Perícia - Eng. Sanitária – Questão de fixação


O manual de obras públicas da Secretaria de Estado e Administração do Patrimônio (SEAP)
estabelece diretrizes gerais para a execução de serviços de fiscalização, especificação e
controle de materiais, orçamento, medição e recebimento. Com relação aos aspectos
relacionados a obras mencionados no referido manual, julgue o item subsequente.
A comprovação pela contratada de pagamento de todos os impostos, taxas e demais
obrigações fiscais incidentes sobre o objeto do contrato pode ser efetuada após o recebimento
definitivo.
( ) CERTO ( ) ERRADO

93. CESPE – Câmara dos Deputados – Ana. Legislativo – Arquiteto – 2012


Julgue a afirmativa a seguir:
Constitui irregularidade no recebimento de obras públicas a emissão do habite-se sem a
realização de vistorias dos órgãos públicos competentes.
( ) CERTO ( ) ERRADO

94. CESPE – Câmara dos Deputados – Ana. Legislativo – Arquiteto – 2012


Acerca do acompanhamento de aplicação de recursos em obras da construção civil, julgue o
item seguinte.

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Caso sejam constatadas irregularidades em vistoria realizada na fase final de uma obra, o
gestor não precisará suspender a autorização para a emissão de fatura, desde que o
responsável pela obra assine termo se responsabilizando pela correção das falhas.
( ) CERTO ( ) ERRADO

95. AOCP - TRE AC – Ana. Judiciário – Eng. – 2015


Em relação à fiscalização de obras, assinale a alternativa correta.
a) Os serviços executados devem ser pagos após a emissão de laudos de medição realizados
pela fiscalização, conforme o contrato, ou seja, antes da sua regular liquidação.
b) O reajustamento tem como principal objetivo assegurar que os preços contratuais sejam
compensados em função de variações dos preços dos insumos (matérias, mão de obra e
equipamentos) que ocorrem em determinado período, ou seja, nada mais é do que a
atualização do poder aquisitivo da moeda em face da inflação setorial.
c) O reajustamento é dado pela fórmula R = M / Ir , em que “R” é o reajustamento, “M” é a
medição do período e "Ir" é o índice de reajustamento do período.
d) Com relação às medições e pagamentos, são considerados regulares pagamentos de serviços
executados, porém não aprovados pela fiscalização.
e) Com relação ao recebimento da obra, é aceitável a emissão do "habite-se” sem a realização
de vistorias dos órgãos públicos competentes.

96. CESPE – IPHAN - Tec I - Área 3 – 2018


Um servidor com formação em arquitetura foi nomeado fiscal técnico de uma obra de
construção de determinado prédio público. No relatório de acompanhamento da execução da
obra, ele informou que o prédio estava 90% concluído e que, embora os valores pagos até
aquele momento correspondessem ao valor total previsto no cronograma financeiro para o
período em análise, a obra encontrava-se atrasada.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Pelo fato de a obra estar 90% concluída, a edificação pode ser parcialmente ocupada pelos
servidores que trabalharão no prédio.
( ) CERTO ( ) ERRADO

97. CESPE - CGM João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno - 2018

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O diretor administrativo de um órgão público nomeou uma comissão de recebimento de obra


formada por servidores públicos, com o objetivo de verificar se a empresa contratada cumpriu
todas as obrigações previstas para a execução dos serviços constantes do contrato assinado
entre as partes.
Com relação a essa situação hipotética e ao recebimento provisório e definitivo, julgue o item
subsecutivo.
No recebimento definitivo, é encargo do contratante realizar o agendamento de vistoria junto
aos órgãos federais, estaduais e municipais e concessionárias de serviços públicos, com vistas
à obtenção do habite-se.
( ) CERTO ( ) ERRADO

98. CESPE – IPHAN - Tec I - Área 3 – 2018


Em uma cidade, um galpão do século XIX foi restaurado para abrigar o arquivo público, que
ocupará dois pavimentos da edificação. Para manter a fachada do galpão preservada, foi
construída uma estrutura de concreto e aço independente no interior do prédio. Os pórticos
da estrutura são compostos de vigas de concreto armado biapoiadas e isostáticas. Uma nova
cobertura foi projetada com tesouras de madeira no corpo de prédio e uma treliça espacial
metálica no vão central, que é circular.
Para movimentar o acervo do arquivo, foi prevista uma ponte rolante apoiada em duas vigas
metálicas de perfil I, assentadas sobre consolos curtos localizados no bordo inferior das
travessas de apoio no topo dos pilares do pórtico. As vigas são apoiadas por aparelhos de
neoprene fretado. Os pilares apresentam seção retangular vazada, com dimensões externas
de 2,0 m × 1,50 m.
Três meses após a obra definitivamente recebida, foi realizada uma vistoria, em que se
constataram fissuras nas travessas de apoio no topo dos pilares e na ligação dos consolos com
a alma das travessas, prolongando-se para baixo dos consolos, conforme representado na
figura a seguir. A administração do órgão público responsável pela obra exigiu da construtora
o reforço da estrutura. A construtora alegou que a obra já havia sido definitivamente recebida
e, por isso, não caberia mais nenhum reparo.

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Com relação à situação hipotética precedente, julgue o item.


Por ter lavrado o termo de recebimento definitivo, a administração agiu equivocadamente ao
acionar a construtora para a correção das falhas detectadas na obra.
( ) CERTO ( ) ERRADO

99. CESPE - EBSERH – Eng. Civil - 2018


Um prédio está sendo construído para suprir as necessidades de um órgão público. O projeto
executivo completo de arquitetura e engenharia foi desenvolvido por uma empresa projetista,
cujo contrato encerrou-se antes do início da construção, e a obra foi contratada por
empreitada por preço global. Depois de iniciada a obra, a construtora informou à contratante
a existência de erros de projeto, causadores de significativas mudanças de quantidades e de
troca de serviços.
Acerca dessa situação hipotética, julgue o próximo item de acordo com a legislação vigente.
Mesmo com o contrato encerrado, a projetista tem a obrigação de corrigir os erros de projeto,
devendo, ainda, ser sancionada e arcar com todos os possíveis custos oriundos dos referidos
erros.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Orientações para Elaboração de Planilhas Orçamentárias
de Obras Públicas. Brasília: Tcu, 2014. 145 p.
BRASIL. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Recomendações Básicas para a Contratação e
Fiscalização de Obras de Edificações Públicas. 4. ed. Brasília: TCU, 2014. 100 p.
BRASIL. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Obras públicas de edificação e de saneamento. Brasília,
2015. 46 p.
DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. São Paulo: Saraiva, 1998.
DNIT. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes. Estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental: EVTEA.
Brasília, [201-]. 15 p.
JAPUR, José Paulo Dorneles. Extensão do prazo de execução de obras públicas por motivos alheios
ao contratado e o incremento de custos de “administração de obra”. Manutenção do equilíbrio
econômico-financeiro dos contratos. Fórum de Contratação e Gestão Pública – FCGP, Belo
Horizonte, n. 142, p.35-41, out. 2013.
REIS, Paulo SÉrgio de Monteiro. Obras públicas: Manual de Planejamento, Contratação e
Fiscalização. Belo Horizonte: Fórum Ltda., 2018. 187 p.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS DAS AULAS


Fiscalização de obras é uma assunto muito recorrente em concursos, por lidar com uma situação
muito comum à maioria dos servidores. O aprendizado dessa aula te ajudará não só na preparação
para o concurso, mas também na atuação como futuro servidor. Parabéns essa grande conquista!

Esse é nosso diferencial, cobrir nas aulas tudo que pode cair na prova, ensinar de forma fácil, sem
perder tempo, mas de maneira clara, para não ficar nenhuma dúvida. Mas se você ainda tem alguma
pergunta, por favor, entre em contato com nosso time no fórum de dúvidas. Será um prazer
responder a qualquer pergunta!

Você tem noção da quantidade enorme de conhecimento que aprendeu? Vimos a aplicação de
várias leis à fiscalização de obras, os documentos utilizados para o controle da obra, bem como a
gestão contratual de uma obra pública. Com esse conhecimento e a experiência na resolução das
várias questões que apresentamos, você se torna um candidato com chances muito altas de
sucesso. Não esqueça de descansar, pois não é fácil ler todas essas páginas, pensar nessas
questões cheias de pegadinhas, muitas vezes com enunciados que têm problemas de redação.
Lembre-se que esses momentos de relaxamento auxiliam na fixação do conteúdo.

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GABARITO

1. B 42. errado 83. D


2. errado 43. certo 84. A
3. certo 44. B 85. errado
4. certo 45. errado 86. C
5. C 46. certo 87. B
6. errado 47. Errado 88. C
7. certo 48. Errado 89. Errado
8. errado 49. Errado 90. certo
9. errado 50. B 91. A
10. certo 51. errado 92. errado
11. Errado 52. errado 93. certo
12. certo 53. E 94. errado
13. B 54. Certo 95. B
14. errado 55. D 96. errado
15. certo 56. certo 97. errado
16. certo 57. errado 98. errado
17. certo 58. errado 99. certo
18. errado 59. E
19. certo 60. errado
20. errado 61. errado
21. C 62. errado
22. certo 63. errado
23. certo 64. errado
24. certo 65. certo
25. certo 66. B
26. errado 67. certo
27. errado 68. errado
28. errado 69. errado
29. errado 70. C
30. certo 71. errado
31. certo 72. B
32. errado 73. certo
33. certo 74. certo
34. errado 75. C, E
35. certo 76. errado
36. certo 77. certo
37. certo 78. D
38. errado 79. A
39. errado 80. certo
40. errado 81. certo
41. certo 82. errado

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