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Autor:
Jonas Vale Lara, Equipe Jonas
Vale
30 de Junho de 2022
Fiscalização de obras............................................................................................................................. 27
Medição............................................................................................................................................................ 55
Recebimento de obra...........................................................................................................................177
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GABARITO ...........................................................................................................................................230
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É um prazer iniciar essa jornada com você nesse curso de Engenharia Civil focado em concursos de
alto nível do país. Faremos uma breve apresentação de nossas origens:
-Jonas Vale Lara: Sou engenheiro do Tribunal de Contas do estado de Minas Gerais, tendo
sido aprovado em 1º lugar no concurso de 2018. Tenho formação em engenharia civil na
UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e fiz mestrado em Saneamento. Atuei em
obras no Brasil e no exterior e sou um apaixonado por esportes e natureza.
-Lineker Max Goulart Coelho: Sou Professor do CEFET-MG, fui aprovado em 4 concursos na
área de engenharia e em 4 concursos para professor em instituições superiores federais.
Formei em engenharia civil na UFMG, e fui agraciado com a medalha de ouro dos formandos
de 2011. Além disso, atuei em obras de grande porte na parte de projetos, tendo
especialização em engenharia de estruturas e fiz mestrado e doutorado em Saneamento,
Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
Buscamos fazer um material objetivo e fácil de ler, para que você não só aprenda o que tem em cada
apostila, mas também para que goste de ler todas as páginas. Afinal, o estudo é um parceiro seu, e
não um inimigo. Queremos que qualquer pessoa possa ser um grande engenheiro dos concursos, de
forma que esse curso seja um trampolim para uma vida muito melhor.
A sociedade espera muito de você! Sabia que o conhecimento que passamos é muito melhor do que
você viu na universidade e, no final, você vai concluir que fez uma pós-graduação de altíssimo nível.
Você estará acima de outros engenheiros que não fizeram esse curso, pois o diploma não significa
nada na hora da prova. O que conta é a preparação para o concurso; é cada página que você terá
lido e entendido que resultará no resultado final em um concurso.
Quando a matéria parecer cansativa, dê um tempo ao seu cérebro, tente andar um pouco no local
onde você está, pense em outras coisas, fazendo uma pausa de uns 5 minutos. Depois retorne para
os estudos, que já estará com a cabeça mais fresca.
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Um grande abraço,
Jonas e Lineker
Para tirar dúvidas, não perca tempo, acesse nosso fórum de dúvidas! Buscaremos
responder com o máximo de clareza e rapidez!
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Assim, temos documentos escritos e gráficos em qualquer projeto, desde o projeto de um canteiro
provisório até o projeto de uma edificação de grande porte. Perceba também que em sentido amplo,
projeto inclui não somente desenhos, como custos (orçamento), prazos (cronograma) e
regulamentações a se observar (contrato).
A fim de evitar problemas de interferências entre projetos, é comum a adoção de algumas práticas
para aumentar a comunicação entre os projetistas, como, por exemplo, o envio de prévias de
dimensionamento de um projetista para outro de uma área com a qual possa haver interferências.
Um exemplo seria o projetista hidrossanitário enviar sua prévia de dimensionamento ao arquiteto,
para este antever os possíveis locais de abertura de vãos e espessura de paredes.
A execução de cada uma dessas etapas requer a aprovação prévia do órgão contratante. Perceba
que o projeto executivo é mais completo do que o projeto básico, sendo o executivo entendido como
o total de informações necessárias para a execução completa da obra contratada. Além disso, veja
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que somente se pode executar um serviço da obra quando houver projeto básico e executivo
prontos e aprovados.
Um ponto importante previsto na lei 8.666/93 é que uma obra pode ser contratada pela
administração pública com base apenas no projeto básico, sendo o projeto executivo desenvolvido
concomitantemente com a obra ou serviço de engenharia.
A doutrina já previa uma outra fase de projeto, denominada anteprojeto, que é a primeira etapa no
estudo de uma obra. Essa fase define com pouco detalhamento e em escala reduzida a obra ou
serviço estudado.
Outra etapa é o projeto as built (como construído), pois a natureza complexa da engenharia faz com
que muitas vezes a obra executada seja diferente do que foi previsto no projeto executivo, por
fatores como falta de espaço para acesso às equipes ou aos equipamentos, insalubridade para a mão
de obra, alteração da legislação no momento de execução da obra, etc. Neste caso, utiliza-se o
projeto como construído para registro dos aspectos relevantes da fase de execução da obra, a fim
de que o proprietário saiba de fato como foram executados cada componente da sua obra.
Quer um exemplo prático de necessidade do as-built? Imagine uma viga sendo instalada encima da
subestrutura de uma ponte. Suponha que a cota de instalação da viga seja 4,00 metros acima do
solo. Você acredita que esta viga será instalada precisamente a 4,00 metros acima do solo? Com
certeza não, pois haverá alguns centímetros para mais ou para menos. Por isso, neste caso, é
necessário que a equipe de topografia vá medir a cota real da viga e que esta cota real (suponha
4,07 metros) seja mostrada no as-built, enquanto no projeto executivo continuará constando a cota
de 4,00 metros.
Figura 1: o as-built permite que as modificações sofridas pela obra no momento de sua execução sejam
registradas.
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Quanto mais definido está um projeto, mais preciso será o cálculo do custo da obra correspondente.
Quanto mais definido o custo de um projeto, mais caro é alterar este projeto, pois provavelmente
já se terá avançado no dimensionamento, definições de materiais, serviços, bem como no início dos
trabalhos no campo. A fase inicial do projeto fornece o maior incremento para essa definição dos
custos, sendo, por isso, a fase ideal para se fazer mudanças no objeto a ser contratado.
Em geral, quanto mais definido estiver o projeto, maior é o custo de se alterá-lo, visto que em fases
adiantadas haverá retrabalho e muitas vezes necessidade de correções em algumas atividades já
executadas no campo. Basta imaginar o que seria mais barato: alterar a quantidade de garagens de
um edifício ainda em fase de anteprojeto, ou quando se está no projeto executivo, já tendo
executado os 4 primeiros andares? Nesse segundo caso, poderá ainda haver necessidade de
demolição de algumas paredes e reforço de pilares.
A doutrina conceitua uma série de outros tipos de projetos e, dependendo da banca, ela vai te
apresentar esses outros projetos para tentar lhe confundir. Veja alguns exemplos:
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Não decore essas definições, pois variam entre as referências bibliográficas. O importante é dominar
o conceito de projeto básico e executivo.
Na fase de planejamento de uma obra há vários estudos a se realizar, como por exemplo a
definição dos objetivos, confecção de anteprojeto, além dos projetos necessários para o
entendimento do edifício. O projeto que é fruto da análise das alternativas para o projeto de
tamanho, localização, calendário, sistema e métodos construtivos denomina-se:
a) Projeto conceitual.
b) Projeto básico.
c) Projeto definitivo.
d) Projeto de execução.
Gabarito: “b”.
PROJETO BÁSICO
O projeto básico da obra vai definir todo o empreendimento, seus materiais, características e
dimensões, sendo um documento que sempre precederá uma licitação de obra ou serviço de
engenharia. A lei 8.666/93 conceitua projeto básico como o conjunto de elementos necessários e
suficientes, assegurando a viabilidade técnica e o tratamento ambiental do empreendimento,
possibilitando:
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Viabilidade
Viabilidade
ambiental
técnica
•"Adequado tratamento
•Método de execução do impacto ambiental
•Prazo, custo do empreendimento"
•Dimensões do objeto (Art. 6º, IX da lei
8.666/93)
Figura 2: o projeto básico tem que apresentar aquela tradicional visão de viabilidade técnica e ambiental,
isso definindo já lá em 1993!
Para tanto, a lei 8.666/93 exige que o projeto básico deva conter:
• Descrição da solução global escolhida, com visão clara da obra como um todo;
• Apresentação das soluções globais e localizadas detalhadas, buscando minimizar a
necessidade de alteração da solução proposta ao longo da execução da obra ou serviço;
• Identificação dos tipos de:
o Serviços a se executar;
o Materiais e equipamentos a se incorporar na obra;
• Informações suficientes para definição dos métodos construtivos a se empregar e instalações
provisórias a se executar (canteiro);
• Orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em:
o Quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;
O projeto básico e seus componentes são anexos do edital, conforme trecho a seguir da lei 8.666/93:
I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificações e
outros complementos;
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A elaboração de projetos de obras deve prezar por práticas sustentáveis, abrangendo o uso da
edificação no longo prazo. A lei 8.666/93 diz que são critérios a serem incorporados no projeto
básico:
• Segurança;
• Funcionalidade e adequação ao interesse público;
• Economia na execução, conservação e operação;
• Emprego de insumos locais (mão de obra, materiais e equipamentos);
✓ Ex: ao se priorizar a compra de produtos próximos ao local da obra, economiza-se em
frete e combustível, integrando a comunidade local à obra e gerando empregos;
• Facilidade de execução, conservação e operação, sem prejudicar a durabilidade do
empreendimento;
• Respeito às normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho;
✓ Ex: ABNT, NR 18, INMETRO;
• Impacto ambiental, tais como:
✓ Baixo consumo de energia e água;
✓ Tecnologias e materiais que reduzam o impacto ambiental
Quem faz o projeto básico estuda tão a fundo uma obra que não pode participar de uma licitação,
sob pena de ferir a isonomia que deve reger entre os concorrentes. O autor do projeto básico possui
mais informações que os demais, bem como sabe o motivo de cada decisão que sustentou a
definição do objeto a ser licitado.
A lei avança mais ainda, dizendo que é proibido que a empresa ou profissional autor do projeto
básico ou executivo participe da licitação, bem como servidor dirigente do órgão contratante,
exceto no caso de exercer a função de fiscalização, supervisão ou gerenciamento a serviço da
administração pública. Assim, permite-se apenas que o autor do projeto básico seja contratado
para dar seguimento à gestão da obra apoiando à Administração Pública, atuando em sua
fiscalização, supervisão ou gerenciamento.
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Art. 40, § 2º da Lei 8.666/93
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A exceção do projeto básico servindo de pré-requisito para licitações está em apenas alguns casos
particulares de regimes de contratação, como:
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Para você não ficar confuso, saiba que uma concessão é uma forma de prestação de serviço público
por uma pessoa privada em que o risco de prestação do serviço está com essa pessoa (empresa
privada), por isso, não se necessita de um projeto básico para se licitar. Assim, ocorrendo erro de
projeto, a correção será custeada pela própria empresa contratada, cabendo a ela também as
otimizações de projeto.
No caso da PPP, há a prestação de um serviço público com compartilhamento dos riscos entre a
administração pública e a empresa contratada, porém a forma de se pagar a empresa contratada é
pelo desempenho desta empresa, independentemente dela ter gasto muito ou pouco dinheiro na
construção ou execução do serviço. Assim, não há necessidade de se contratar com base em projeto
básico, podendo ser um anteprojeto, desde que os parâmetros de desempenho em que se baseará
a remuneração estejam claros no edital.
Imagine que uma concessionária ganhe uma licitação de uma PPP por 30 anos para a duplicação de
uma estrada. Caso a concessionária faça um projeto executivo mal feito, as patologias que surgirão
no pavimento custarão mais caro à própria concessionária, já que esta administrará a rodovia por
30 anos.
Além disso, um indicador de desempenho bem elaborado pelo edital pode prever penalizações à
remuneração da concessionária no caso da ocorrência frequente de patologias na rodovia. Portanto,
perceba que a lógica de funcionamento de uma PPP é bem diferente daquela que vemos na lei
8.666/93, cuja construtora executa a obra, realiza seu recebimento definitivo junto ao governo e
dificilmente pode vir a arcar com alguma patologia.
Na PPP, não somente o usuário do serviço paga pelo seu uso, como também a administração pública
ajuda no custeio da parceria, fazendo um pagamento chamado de “contraprestação” à empresa
prestadora do serviço, chamada concessionária. Atenção, não vamos aqui exaurir a contratação de
PPPs, por não ser este o foco desta aula.
Por fim, ao se definir menos o objeto no caso de concessões e PPPs, permite-se que a administração
pública capte sinergias de mercado do setor privado que se refletem no projeto a ser desenvolvido
pelo ganhador e em um serviço de maior qualidade e menor preço. Caso se fixasse todos os
parâmetros do objeto em um projeto básico feito pela administração pública, haveria o risco de se
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inviabilizar otimizações que muitas vezes o Poder Público tem dificuldades de enxergar na etapa do
projeto básico.
Quando o Governo estuda obras principalmente de grande vulto como as de transporte, sendo um
exemplo uma linha de metrô, deve-se realizar um estudo mais abrangente, chamado Estudo de
viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA). Trata-se de um conjunto de estudos que
buscam avaliar os benefícios diretos e indiretos dos investimentos em implantação de novas
infraestruturas ou melhoramentos das já existentes, confrontando-os com os custos dos projetos e
sua execução. O DNIT define precisamente EVTEA como:
Avançar para as demais fases da obra sem a sinalização positiva da sua viabilidade pode trazer
riscos e complicações para sua execução e conclusão.4
2
(DNIT, [201-])
3
Instituto Serzedello Corrêa. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Orientações para Elaboração de
Planilhas Orçamentárias de Obras Públicas. Brasília: TCU, 2014. 145 p
4
Instituto Serzedello Corrêa. Tribunal de Contas da União. OBRAS PÚBLICAS DE EDIFICAÇÃO E DE
SANEAMENTO: módulo i. Brasília: Tcu, 2014. 52 p.
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Importante saber que, no caso de projetos ou obras potencialmente poluidores, ou que possam
causar algum tipo de degradação ambiental, é necessário prévio licenciamento ambiental, conforme
lei 6.938/1981, que define a Política Nacional do Meio Ambiente. Consequentemente, o TCU decidiu
que, antes da licitação de uma obra, é necessário que o empreendimento possua, no mínimo, licença
prévia:
A realização de certame licitatório com base em projeto básico elaborado sem a existência
de licença ambiental prévia configura, em avaliação preliminar, afronta aos comandos
contidos no art. 10 da Lei 6.938/1981, no art. 6º, inciso IX, c/c o art. 12, inciso VII, da Lei
8.666/1993 e no art. 8º, inciso I, da Resolução/Conama 237/19975
Emissão
Certame
de Licensa
licitatório
Prévia (LP)
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Comunicação de Cautelar, TC 017.008/2012-3, rel. Min. Ana Arraes, 20.6.2012
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Segurança
Funcionalildade Execução
Critérios utilizados no
Operação
projeto básico
Respeito às normas
ABNT, NR 18, INMETRO
vigentes:
Insumos locais
Impacto ambiental
Exceção: apoio à
Projeto Básico administração pública
na fiscalização
Autor de
Não pode particpar de Exceção: apoio à
licitação pela lei Projeto executivo administração pública
8.666/93 na fiscalização
Servidor dirigente do
órgão contratante
RDC
Exceções à necessidade
Concessões
de projeto básico
PPPs
Estudo de viabilidade
EVTEA de obras de grande
porte
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Considerando que o governo federal pretenda adquirir material escolar para distribuição a
estudantes de todas as escolas públicas do território nacional, julgue o item a seguir.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: o erro está ao se dizer que o projeto é básico é um “documento não integrante
do edital”, pois o art. 40 da lei 8.666/93 diz claramente que o projeto básico, bem como
orçamento e especificações complementares referentes à licitação são Anexos do Edital.
Gabarito: “Errado”.
Para proporcionar obras públicas sustentáveis, na elaboração dos seus projetos, deve-se
priorizar o emprego de matérias-primas locais.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: o projeto de uma obra pública deve se ater a práticas de longo prazo e que sejam
sustentáveis, sendo um exemplo a priorização de compra de recursos locais, economizando-se
em frete e combustível, integrando a comunidade local à obra e gerando empregos.
Gabarito: “Certo”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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Comentários: projeto em sentido amplo é composto por documentos gráficos e textuais, que
descreve o objeto para fins de contratação ou execução.
Gabarito: “Certo”.
Considerada elemento fundamental para definição do projeto básico, das medidas mitigadoras
e, consequentemente, do custo do empreendimento, a licença ambiental exigida como
requisito para licitação é a licença
a) De operação;
b) De instalação;
c) Prévia;
d) De funcionamento;
e) De projeto.
Gabarito: “c”.
RESPONSABILIZAÇÃO NA ENGENHARIA
Essa regulamentação de serviços e obras de engenharia foi dada pela Lei 6.496/1977, que criou o
documento chamado Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), registrado juntamente ao
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), que vincula cada
empreendimento de engenharia a seu responsável técnico. Observe o que diz a lei 6.496/1977
sobre ART:
Art 2º - A ART define para os efeitos legais os responsáveis técnicos pelo empreendimento
de engenharia, arquitetura e agronomia.6
6
Lei 6.496 de 1977.
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A ART funciona como uma garantia ao contratante de que aquele profissional possui as qualificações
para executar aquele serviço demandado. Assim, qualquer problema técnico que ocorrer com
aquele empreendimento, a sociedade ou o Poder Público devem cobrar resposta e responsabilizar
aquela pessoa que assinou a ART. No caso de profissionais de arquitetura, a regulamentação da
profissão é feita por outro conselho, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), que confere
nome próprio à ART: Registro da Responsabilidade Técnica (RRT).
Mas essa anotação aplica-se somente a serviços ou obras de grande porte? Não, ela se aplica a todas
as obras e serviços de engenharia, independentemente do lugar de execução, sejam eles
executados no canteiro de obras ou não, lá poderá estar o fiscal verificando as ARTs. Observe a
abrangência da ART conforme trecho da lei 6.496/1977:
Art 1º - Todo contrato, escrito ou verbal, para a execução de obras ou prestação de quaisquer
serviços profissionais referentes à Engenharia, à Arquitetura e à Agronomia fica sujeito à
"Anotação de Responsabilidade Técnica" (ART).7
Não basta o profissional ter a ART, as atividades técnicas de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
desempenhadas também devem estar registradas junto ao conselho profissional correspondente.
Assim, trabalha-se com 2 tipos de ART:
• ART de cargo ou função mostrando que o funcionário faz parte da equipe técnica de uma
dada empresa;
• ART dos serviços prestados em um empreendimento.
Trata-se de registro de tanta importância que sua falta leva à aplicação de multas ao executor da
obra ou serviço de engenharia:
Art 3º - A falta da ART sujeitará o profissional ou a empresa à multa prevista na alínea " a "
do art. 73 da Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, e demais cominações legais. 8
Para completar a abrangência da ART, veja o que diz o Decreto Federal 7.893/2013 sobre obras
públicas:
7
Lei 6.496 de 1977.
8
Lei 6.496 de 1977.
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Art. 10. A anotação de responsabilidade técnica (ART) pelas planilhas orçamentárias deverá
constar do projeto que integrar o edital de licitação, inclusive de suas eventuais alterações.
Como se não bastasse a ART, no caso de uma obra pública, a lei 8.666/93 diz ainda que:
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da obra
ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.
Como é inviável que o responsável pela empresa esteja presente durante toda a execução da obra,
ele deve nomear um preposto que irá representar a empresa contratada durante toda a execução
do contrato, devendo ser aprovado pelo órgão contratante, conforme previsto no art. 68 da lei
8.666/93. O preposto deve permanecer no local da obra ou da prestação do serviço de engenharia,
sendo geralmente o engenheiro responsável técnico pela obra, no caso dele atuar como engenheiro
residente na obra.
A expressão “deverá manter” no art. 68 da Lei 8.666/93 possui sentido de permanência, não
podendo o preposto se ausentar da obra, uma vez que sua função é justamente representar o dono
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Súmula 260 do TCU
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da construtora que não pode ficar na obra durante todo o tempo de tralho, agilizando a comunicação
e a execução contratual. Contrariamente ao preposto, o responsável técnico pela construção não
necessita de lá estar em tempo integral.
É bom saber as justificativas para a necessidade de um preposto na obra, para ficar mais
familiarizado com o tema, melhorando sua compreensão e memorização deste assunto. Marçal10
diz que a obrigação do preposto é para evitar tumultos com a incerteza ou multiplicidade de
representantes que uma empresa poderia ter, levando à ocorrência de contradições nas
informações prestadas e decisões tomadas por cada um desses representantes.
10
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos: Lei 8.666/1993.
16. ed. Brasília: Thomson Reuters Revista dos Tribunais, 2014. 1233 p.
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Responsável
Preposto
técnico
• Precisa
• Não precisa permanecer na
ficar o tempo obra
todo na obra
ART ou RRT
Falta de ART
•Multa
Obras públicas
•ART para
•Planilhas orçamentárias do
•Edital e suas alterações
•Projeto
•Execução
•Supervisão e fiscalização de obras
•Plantas, orçamentos, conograma físico-financeiro
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Em um órgão da administração pública, foi criada uma equipe de auditoria para analisar a
condução do processo de construção de um edifício que constava do plano de obras idealizado
pelo órgão. Os trabalhos de auditoria focavam a elaboração do estudo de viabilidade técnica,
econômica e ambiental (EVTEA.), a confecção dos projetos — básico e executivo —, as
licitações e os contratos, e a concessão de termos aditivos, além dos requisitos técnicos das
planilhas de orçamento. Na análise da documentação, foram constatados os seguintes fatos.
I Na elaboração do EVTEA, para estimar o valor da construção do prédio em questão, havia sido
utilizado o custo unitário básico por metro quadrado (CUB/m2).
III O processo licitatório havia utilizado o regime de licitação classificado como empreitada por
preço unitário.
V A obra havia sofrido um aditivo contratual no valor de R$ 500 mil após 6 meses da assinatura
do contrato.
VII O contrato havia sido assinado em 1.º/4/2016; o valor total da obra, orçado em R$ 2
milhões; e o prazo definido para a execução da obra, de 24 meses.
VIII No projeto básico de licitação, não havia sido registrada anotação de responsabilidade
técnica (ART) do orçamentista.
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A ausência de ART no projeto básico está em conformidade com as normas pertinentes, já que
a apresentação desse documento é obrigatória somente na etapa de elaboração do projeto
executivo.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Errado”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
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O engenheiro responsável pela construção deveria estar presente em tempo integral na obra,
independentemente de previsão contratual.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: o engenheiro responsável pela construção não necessita estar na obra em tempo
integral, ao contrário do preposto, que tem a função de responder pela construtora. Portanto,
item errado.
Gabarito: “Errado”.
andamento da obra (40% concluída.) Após visitar o canteiro e conversar com o mestre de obras,
o engenheiro constatou que:
• não havia livro de ordem no local; o mestre de obra informou que esse livro era eletrônico e
estava disponível na página da Internet da empresa;
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos legais e técnicos a ela relacionados, julgue
o item a seguir.
A ART registrada apenas no nome do proprietário da empresa e a quantidade de vezes que ele
compareceu à obra são suficientes para representar a contratada perante ao órgão contrante.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Errado”.
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FISCALIZAÇÃO DE OBRAS
Uma obra requer uma fiscalização permanente, pois há uma séries de riscos envolvidos que devem
ser geridos, além dos variados requisitos técnicos exigidos para seu acompanhamento. Por causa
dessa variedade de restrições, as leis que regulam as profissões de engenheiro e arquiteto estipulam
a fiscalização como uma atribuição técnica do profissional. A fiscalização pelo arquiteto é prevista
na Lei 12.378/2010, que regulamenta o exercício da profissão:
(...)
(...)
Por ser uma atividade técnica, a fiscalização de obras necessita de emissão de Assinatura de
Responsabilidade Técnica (ART).
Porém, a fiscalização de um contrato não é uma tarefa apenas técnica, mas também de
gerenciamento, com uma componente administrativa. Assim, é necessário não somente a
designação de um fiscal técnico, mas também de um fiscal administrativo, a quem cabe fiscalizar o
cumprimento das exigências legais, previdenciárias e trabalhistas pela contratada (construtora),
segundo Reis (2018).
A Lei 8.666/93 diz que a execução do contrato com a Adminsitração Pública será acompanhada e
fiscalizada por um representante da Administração, podendo ainda ser acompanhado por outras
11
Art. 2º da Lei 12.378/2010
12
Art. 7º da Lei 5.194/1966
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pessoas ou empresas para auxiliá-lo, sobretudo quando se trata de objetos (ou obras)
complexos(as). Veja o que diz a lei:
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante
da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para
assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.13
Perceba que o fiscal é um representante da Administração Pública, ou seja, ele representa o Estado.
Perceba ainda que o fiscal deve ser designado pela Administração, ou seja, em toda licitação deve
haver um responsável apontado pela administração para fiscalizar aquele contrato.
Os fiscais são subordinados a um gestor do contrato, incumbido de tomar decisões de gestão, como
aprovar termos aditivos, reequilíbrio econômico-financeiro, pagamentos, aplicação de multas, etc.
Esse é o dever do Poder Público de fiscalizar a execução do contrato, para garantir que aquela
vantagem que se obteve na contratação com ampla concorrência por meio da licitação seja
implementada ao longo da vida do contrato. Assim, o fiscal deve zelar para a manutenção da
vantagem obtida na licitação em termos de preço, qualidade e aspectos técnicos, até o
recebimento final do objeto ou serviço contratado.
A fiscalização impõe uma grande responsabilidade ao profissional, uma vez que todos os atos do
fiscal e suas instruções devem ser considerados como se fosse o próprio órgão contratante
praticando-os. Podemos dividir um contrato de uma obra ou serviço de engenharia em algumas
fases, conforme Figura 3. Como o contrato com a administração em geral resulta de uma licitação,
a qualidade do procedimento licitatório é essencial para a seleção da melhor proposta para a
administração. Assim, na licitação o órgão contratante deve prezar pela isonomia do processo e
ampla concorrência entre os licitantes, em busca da seleção da proposta mais vantajosa para o órgão
e o interesse público.
13
Art. 67, Lei 8.666/93
28
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Recebimento
Assinatura do Execução do
Lictação Resultado do objeto
contrato contrato
contratado
Entre a assinatura do contrato e a sua execução temos a assinatura da ordem de serviço, que é um
ato de comando exercido pelo órgão contratante sobre a empresa contratada para que ela inicie a
realização da obra ou serviço para o qual foi contratada. Dizemos que a fase contratual se inicia com
a assinatura do contrato e emissão de ordem de serviço, indo até o recebimento da obra. É essa
fase contratual que o fiscal acompanhará, buscando garantir a fiel execução do que diz o contrato.
O fiscal deve zelar também pela execução do contrato quanto ao atendimento de todas suas
cláusulas e também observando todos os aspectos administrativos, não se limitando apenas aos
critérios técnicos.
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Ao longo da evolução de uma obra, essas tarefas vão se alternando sua frequência de realização em
função dos trabalhos executados pela construtora. Por exemplo, no início da obra, o fiscal deve
analisar o plano de execução da obra e o cronograma bem detalhado que a construtora deve
apresentar. Esse plano e cronograma devem estar em pleno acordo com o cronograma geral que faz
parte do contrato.
Como o fiscal é o responsável pelas interfaces dos projetos com a obra, ele deve garantir que tudo
que conste no projeto seja seguido. Para tanto, o fiscal desempenhará algumas tarefas especiais,
como:
Afim de garantir a fiel execução do contrato, o fiscal deve se precaver, por meio de:
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A comunicação entre o fiscal e a Contratada deve se pautar pelo envio de correspondência oficial,
além de anotações formalizando suas diretrizes em relatórios de serviços. Da mesma forma, as
reuniões serão todas formalizadas em Atas de Reunião, contendo:
• Data;
• Participantes e suas assinaturas;
• Decisões tomadas;
• Responsáveis pelas implementações das decisões.
A medição é o documento que vai descrever os serviços executados em um dado período e o valor
correspondente a cada um, permitindo à empresa contratada receber por eles. Essa medição é
geralmente feita na foram de uma planilha que lista a estrutura analítica de projeto resumida com
todas as tarefas feitas desde o início da obra, devendo ser acompanhada por um relatório periódico
de execução dos serviços elaborado pela própria empresa contratada. Esse relatório comprova
todas as quantidades da medição, por meio de laudos de especialistas, fotos, medições
topográficas, etc.
Como uma medição atinge muitas vezes valores de milhões de reais e ela se embasa no relatório
periódico de serviços executados, esse relatório deve ser verificado e aprovado pelo Fiscal da obra,
bem como estar em conformidade com os documentos que compõem o contrato, tais como o
Caderno de Encargos, o projeto básico e executivo, os requisitos de qualidade, etc.
O relatório de serviços executados terá escopo que dependerá do que se prevê no edital e contrato,
contudo é importante a verificação do fiscal em cada medição sobre a quantidade de cada recurso
mobilizado pela construtora, abrangendo os insumos de:
• Mão de obra;
• Materiais;
• Equipamentos.
Uma vez que a mobilização desses recursos no campo é cara e pode demandar tempo para sua
completa execução, o atraso na mobilização é um forte indicativo de atraso na obra. O edital e o
contrato muitas vezes também fixam parâmetros mínimos de exigência para os equipamentos a
serem utilizados pela empresa, como por exemplo, a idade da frota. Nesse caso, é imprescindível
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que o fiscal compare os equipamentos presentes no campo com aqueles exigidos no edital ou
contrato, a fim de se verificar o atendimento ou não aos critérios estipulados.
Além disso, as condições de segurança dos equipamentos e das instalações são decisivas para a
prevenção de acidentes e, no caso de sua ocorrência, amenização dos danos. Por isso, a verificação
do ambiente de trabalho, o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva (EPC)
correspondem a medidas preventivas a serem verificadas pelo fiscal por garantirem maior segurança
nos trabalhos.
O auxílio prestado pela fiscalização na condução dos trabalhos ou na interpretação dos documentos
da obra, ou mesmo a eventual omissão da Fiscalização não poderá ser invocada para eximir a
Contratada da responsabilidade pela execução dos serviços, inclusive auxílios na interpretação de
projetos. O motivo é que a responsabilidade pelo cumprimento do contrato é da contratada,
estando o fiscal apenas ajudando a administração pública a verificar se o contrato está sendo bem
executado ou não.
Dada a importância do fiscal, as questões vão muitas vezes tentar confundir o aluno. Veja esta:
A resposta é não, pois a fiscalização pode também ser exercida com o auxílio de pessoas contratadas
mediante procedimento licitatório. Há várias empresas especializadas em controle e
acompanhamento de obras.
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Saiba que o fiscal deve começar junto com o início dos trabalhos da obra e terminar somente quando
houver o seu recebimento definitivo.
Vimos várias tarefas do fiscal, mas quais são as responsabilidades da contratada, ou seja, da
empreiteira? Seria simplesmente a execução contratual?
Não, a empreiteira deve pagar todos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais que
provêm da execução do contraio. Além disso, qualquer dano causado diretamente à administração
ou a terceiros, produzido por culpa ou dolo na execução do contrato, também são de
responsabilidade da contratada.
Ao final da obra é importante que a fiscalização exija a documentação chamada as built, que
significa em inglês “como construído”. Esse documento corresponde aos projetos, memoriais e
especificações que retratam 100% do que realmente foi executado, incluindo levantamentos
topográficos mostrando as posições reais e os pequenos erros de posicionamento verificados
quando se compara o projeto com a obra realmente feita. Por tratar-se de uma atividade técnica, a
elaboração de as built também requer emissão de ART.
Muitas vezes o que foi executado é diferente do que foi previsto no projeto executivo, devido a
interferências não previstas na obra. São os documentos de as built que vão registrar essas
diferenças, detalhando inclusive os insumos utilizados na obra no caso de haver alguma diferença
entre o que foi preconizado no projeto executivo e de fato aplicado. Essa exigência de entrega do as
built deve estar claramente expressa no edital.
14
BRASIL. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. OBRAS PÚBLICAS DE EDIFICAÇÃO E DE SANEAMENTO.
Brasília, 2015. 46 p.
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Pense por exemplo, na instalação de uma rede urbana de água. Por mais que o projeto original esteja
prevendo a localização e profundidade da rede em cada via, é fundamental que se saiba a real
localização e profundidade da rede em toda a cidade, auxiliando futuras intervenções da
administração pública nas vias, evitando, por exemplo, que se danifique redes existentes.
É muito raro, mas caso não ocorram alterações na obra, o as built será o próprio projeto executivo,
que deverá, neste caso, possuir identificação como, por exemplo, um carimbo dizendo “como
construído”. Esse documento é de tão grande importância que se exige ART para sua elaboração,
devendo também o edital e contrato exigirem sua entrega, além do orçamento prever um valor a
ser pago para essa atividade.
Embora o fiscal seja responsável por verificar o cumprimento do contrato, quem deve garantir esse
cumprimento não é o fiscal, mas sim a Construtora. Portanto, as responsabilidades, por exemplo,
por garantir que os recursos como máquinas e materiais estarão na obra no momento certo não é
do fiscal, mas da construtora. Você pode achar isso óbvio, mas quando cai numa questão, nós
erramos facilmente esse tipo de constatação, pois as questões dizem que se trata de
responsabilidade do fiscal. Veremos isso em algumas questões a seguir.
De forma análoga, quem é o responsável por realizar os testes e ensaios de controle de qualidade
na obra não é o fiscal, mas a construtora que executa a obra, que arcará com todos os ensaios e
submeterá os relatórios ao fiscal. Caso a empresa tente fraudar ensaios, o que de fato poder
acontecer, ela estará sujeita a uma série de punições. Eventualmente, a fiscalização pode também
contratar uma empresa para auxiliá-la no acompanhamento da obra, porém a realização de ensaios
é uma obrigação da construtora.
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Penalidades, aprovação
Gestor do contrato Decisões de gestão
de termos aditivos
Projeto, ABNT,
INMETRO
Controle do Acessibilidade
crongorama físico-
financeiro
Não exime a empresa de
responsabilidade sobre erros
Esclarecimento de cometidos
dúvidas/falhas/omiss
ões de projeto
Fiscal pode ser
penalizado
Medições
Aprovação de
Atividades do fiscal
Substitiução de
materiais
Solictar testes
Paralisar frentes de
obra
Promover presença de
autores dos projetos
Verificar segurança
dos trabalhos
Exigir as built
Correspondência
Comunicação do fiscal
oficial
Relatório periódico
Medição
Planilha que lista a estrutura
analítica de projeto resumida
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Um servidor com formação em arquitetura foi nomeado fiscal técnico de uma obra de
construção de determinado prédio público. No relatório de acompanhamento da execução da
obra, ele informou que o prédio estava 90% concluído e que, embora os valores pagos até
aquele momento correspondessem ao valor total previsto no cronograma financeiro para o
período em análise, a obra encontrava-se atrasada.
Fiscalização de obra de edificação é uma atividade técnica que pode ser exercida por
engenheiro civil, de fortificação e construção ou arquiteto.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
A equipe de fiscalização deve garantir que, no local dos serviços e das obras, as instalações, os
funcionários e os equipamentos sejam mantidos em número, qualificação e especificação
adequados ao cumprimento do contrato.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: Atenção, quem garante que na obra os recursos estarão presentes não é o fiscal,
mas sim a empresa que gasta dinheiro mobilizando os insumos necessários à execução da obra.
Portanto, trata-se de uma responsabilidade da construtora, e não do fiscal! Não se esqueça de
pegadinhas assim.
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Gabarito: “Errado”.
Em caso de a administração pública firmar contrato de execução de obra pública, caberá a ela,
como contratante, e a seus prepostos realizar a atividade de fiscalização. Considerando esse
assunto, julgue o item que se segue, relativo à execução de obras e serviços de engenharia.
A fiscalização deverá observar se a execução dos serviços e obras atende às normas da ABNT e
do INMETRO.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
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1. O fiscal deve zelar pela execução contratual, abordando não somente aspectos técnicos de
engenharia, mas também contratuais e administrativos. Certo.
2. A fiscalização se inicia com o início dos serviços, que ocorre geralmente com a ordem de
início, e termina com o recebimento definitivo da obra pelo órgão contratante. Certo.
Gabarito: “b”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Errado”
( ) CERTO ( ) ERRADO
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Comentários: uma das tarefas iniciais do fiscal é a aprovação do plano de execução da obra,
detalhando as atividades a serem executadas, permitindo-lhe uma detalhada visão dos planos
da contratada, o que muitas vezes não está tão claro no cronograma geral da obra.
Gabarito: “Certo”.
O apoio prestado pela fiscalização na condução dos trabalhos da contratada não pode ser
utilizado como justificativa de falhas de execução de serviços.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
Com relação à documentação técnica, à sua análise e interpretação, julgue o próximo item.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: não há justificativa para um erro da contratada apenas com base no auxílio
prestado pelo fiscal, mesmo que haja formalização do auxílio no diário de obras. Quem assinou
o contrato assumindo a responsabilidade pela execução da obra foi a construtora, devendo ela
possuir todo o conhecimento e a experiência necessários para compreender a obra como um
todo e atuar respeitando todos os critérios técnicos e de qualidade combinados no contrato.
O fiscal está na obra para zelar pela sua fiel execução por parte da administração, anotando
qualquer desconformidade observada. Porém, não é o fiscal quem faz a obra.
Gabarito: “Certo”.
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Em caso de a administração pública firmar contrato de execução de obra pública, caberá a ela,
como contratante, e a seus prepostos realizar a atividade de fiscalização. Considerando esse
assunto, julgue o item que se segue, relativo à execução de obras e serviços de engenharia.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Errado”.
Em caso de a administração pública firmar contrato de execução de obra pública, caberá a ela,
como contratante, e a seus prepostos realizar a atividade de fiscalização. Considerando esse
assunto, julgue o item que se segue, relativo à execução de obras e serviços de engenharia.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
CADERNO DE ENCARGOS
Se planejar uma obra já é difícil, complexo, imagine fiscalizar essa obra, descobrir onde a construtora
está trabalhando bem e onde não está cumprindo tudo que foi combinado no contrato. Pior ainda
é se a responsabilidade por qualquer atraso e defeito for também sua, que está fiscalizando a obra.
Por causa dessa complexidade e riscos envolvidos que necessitam de ser geridos ao longo do
contrato, a fiscalização é considerada uma atividade do ramo da auditoria, com uma série de
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métodos e critérios a se aplicar, envolvendo técnicas de coleta de amostras, uso de estatística para
análise de dados, cruzamento de dados, análise comparativa de evidências, etc.
A fiscalização de uma obra se inicia pela análise do contrato daquele empreendimento, bem como
dos documentos que embasaram todo o procedimento licitatório que levou à assinatura do
contrato. Há um documento que consolida as informações do edital, sendo muito utilizado em
fiscalizações, é o chamado:
• Caderno de encargos: parte do edital de licitação e do projeto básico, devendo não somente
definir o objeto da licitação e do contrato, como também estabelecer todos os critérios
técnicos (requisitos de normas, diretrizes técnicas) e diretrizes administrativas para sua
execução. Assim, são informações importantes em um caderno de encargos:
✓ Limites e localização do objeto contratado;
✓ Prazo e cronograma de execução, com todas as metas estabelecidas pelo contratante
(administração pública);
✓ Memorial descritivo: descrição detalhada do objeto projetado, na forma de texto, em
que são apresentadas informações necessárias ao pleno entendimento do projeto,
complementando as informações contidas nos desenhos15, tais como:
▪ Soluções técnicas adotadas;
▪ Justificativas para as soluções adotadas.
✓ Especificações técnicas: texto no qual se fixam todas as regras e condições que se deve
seguir para a execução da obra ou serviço de engenharia, caracterizando
individualmente:
▪ Materiais, equipamentos, elementos componentes, sistemas construtivos a
serem aplicados;
▪ Modo como serão executados cada um dos serviços apontados;
▪ Critérios para a medição dos serviços;
▪ Unidades de medida que embasarão os critérios para medição e
acompanhamento de cada serviço;
✓ Projetos e desenhos;
✓ Planilhas analíticas de orçamento;
✓ Regulamentação dos preços praticados;
✓ Definição da forma da administração pública medir os trabalhos executados, que
resulta em valores incorporados no documento chamado de medição;
✓ Informações e instruções complementares necessárias à execução dos serviços e
obras;
✓ Critérios de qualidade a serem obedecidos durante a execução da obra;
✓ Relação das melhores práticas a se aplicar durante a fase de projeto, construção e
manutenção do empreendimento.
15
Orientação Técnica IBRAOP OT IBR 001/2006
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Há uma outra definição um pouco mais ampla para caderno de encargos na NBR 12219 (Elaboração
de caderno de encargos para execução de edificações - Procedimento), que o considera esse
documento como o conjunto de discriminações técnicas, critérios, condições e procedimentos
estabelecidos pelo contratante para a contratação, execução, fiscalização e controle de serviços
e/ou obras". Lei mais uma vez essa definição:
Trata-se de uma definição um pouco mais ampla do que a que vimos, apresentando também
critérios que devem reger não só a contratação da obra, mas também sua execução desde o estudo
preliminar até o projeto executivo (feito pela administração pública ou pela construtora), devendo
ser acompanhado pela fiscalização.
Olhe agora o que diz o Livro de Recomendações Básicas para a Contratação e Fiscalização de Obras
de Edificações Públicas do TCU:
Parte integrante do projeto básico que tem por objetivo definir detalhadamente o objeto da
licitação e do correspondente contrato, bem como estabelecer requisitos, condições e
diretrizes técnicas e administrativas para sua execução. Em linhas gerais, o caderno de
encargos contém o detalhamento do método executivo de cada serviço, para vincular o
16
BRASIL. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Orientações para Elaboração de Planilhas
Orçamentárias de Obras Públicas. Brasília: TCU, 2014. 145 p.
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As questões muitas vezes vão tentar confundir a definição de caderno de encargos com a de outros
conceitos técnicos, sobretudo alguns da NBR 12219. Vejamos alguns conceitos básicos desta norma:
• Assistência técnica: Serviços técnicos variados, sendo citados na NBR 12219 4 grandes
grupos de atividades:
✓ Acompanhamento da execução da obra;
✓ Fabricação e montagem de equipamentos e elementos construtivos;
✓ Interpretação de levantamentos, de resultados de ensaios e de análise necessários à
verificação da conformidade da execução e fabricação com os projetos;
✓ Elaboração de pareceres, cálculos, perícias, vistorias, avaliações, orçamentos e
apropriações, e organização e racionalização do trabalho, da produção e da operação
de equipamento e instalações.
• Projeto: Definição qualitativa e quantitativa das características técnicas, econômicas e
financeiras de um serviço ou obra de engenharia e arquitetura. Perceba que projeto não
envolve apenas o aspecto técnico, avançando sobre suas características financeiras e
econômicas de valor. Um projeto, para descrever seu objeto, baseia-se em:
✓ dados, elementos, informações, estudos, discriminações técnicas, cálculos, desenhos,
normas, projeções e disposições especiais";
• Especificações: norma que fixar as características, condições ou requisitos de um objeto,
incluindo suas matérias-primas, produtos semifabricados, elementos de construção,
materiais ou produtos industriais semiacabados.
✓ Perceba que se trata de um conceito bem próximo do de Especificações técnicas que
vimos anteriormente.
17
BRASIL. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Recomendações Básicas para a Contratação e
Fiscalização de Obras de Edificações Públicas. 4. ed. Brasília: TCU, 2014. 100 p.
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Atenção, não precisa decorar esses conceitos, tente apenas diferenciá-los e entender sua essência,
mostrada pelas expressões grifadas.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: o erro está na questão utilizar a expressão única finalidade, pois caderno de
encargos ultrapassa a fixação das formas de pagamento e a orientação sobre o procedimento
licitatório, avançando sobre o detalhamento do objeto, em termos de dimensões (projetos),
prazos, custos, critérios de qualidade, materiais a serem empregados, diretrizes de execução
do objeto, etc.
Gabarito: “Errado”.
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c) Essa é a definição exata que consta na NBR 12219 para caderno de encargos: “é o conjunto
das discriminações técnicas, critérios, condições e procedimentos estabelecidos pelo
contratante para a contratação, execução, fiscalização e controle de serviços e/ou obras.”
Certo.
e) A fixação das exigências para objetos, sejam eles matérias-primas ou produtos acabados, é
feita pela Especificação. Errado.
Gabarito: “c”.
Com relação a documentos elaborados pela área técnica que fazem parte do processo
licitatório de obras e serviços de engenharia, julgue o item subsequente.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
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( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
O caderno de encargos é parte integrante do edital de licitação e tem por finalidade definir o
objeto da licitação bem como estabelecer as diretrizes técnicas e administrativas para a sua
execução.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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Gabarito: “Certo”.
O prazo e o cronograma da execução dos serviços são itens que podem estar ausentes do
caderno de encargos.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Errado”.
O registro dos acontecimentos que impactam o andamento da obra é uma obrigação do fiscal,
conforme a própria lei 8.666/93:
Esses registros são feitos no livro de ocorrências (ou Diário de Obras), que são semelhante ao diário
em que uma pessoa relata tudo que fez ao longo do dia. Pode-se ainda haver o envio de
correspondência oficial à contratada no caso de registros de fatos de maior gravidade, ou que
demandem urgência em sua correção. No caso da obra, são registradas no livro de ocorrência todas
as informações relativas ao dia-a-dia, como:
18
Art. 67, §1º da Lei 8.666/1993
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O fiscal não deve anotar somente irregularidades no livro de ocorrências, mas também fatos que
afetem o andamento dos trabalhos, como uma greve, um acidente, uma enchente, etc. O motivo é
que todos esses fatos podem afetar não somente o custo da obra, como também o seu prazo de
execução, sendo necessária uma ampla gama de documentos que posteriormente justifiquem uma
eventual alteração contratual, seja uma alteração qualitativa, quantitativa ou uma extensão de
prazo de execução de obra.
Esse mesmo diário de obras ou livro de ocorrências é chamado pelo CONFEA de Livro de Ordem,
sendo regulamentado pela Resolução nº 1.094/2017, que revogou a anterior 1.024/2009, obrigando
a adoção do livro de ordem em obras e serviços de engenharia, servindo de memória escrita para as
atividades desempenhadas.
Embora seja uma memória escrita, a Resolução do CONFEA nº 1.094/2017 diz que esse Livro de
Ordem será preferencialmente eletrônico e estará vinculado à respectiva anotação de
responsabilidade técnica (ART), o que permite apuração de responsabilidades no caso de qualquer
inverdade que se constatar registrada nesse documento. Portanto, o engenheiro que fizer anotações
no Livro de Ordem responde pessoalmente por qualquer inverdade que lá se comprovar.
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Aqui há um ponto importante, pois a antiga Resolução do Confea para o diário de obras e o Manual
da Secretaria de Estado da Administração e Patrimônio (SEAP) previa que o Diário de Obras deveria
se apresentar em sua versão física, devendo o fiscal exigir todos os dias esse diário com páginas
numeradas em 3 vias, com os registros do andamento dos serviços, incluindo visitas de pessoal e
quantidades de recursos (principalmente mão de obra e equipamentos). As 3 vias se justificam, pois
a primeira fica com o fiscal, a segunda fica com o Responsável Técnico da obra a terceira, com o
proprietário do empreendimento. Como a nova regulação do Confea é de 2017 e mesmo já
transcorridos vários anos, há risco de algumas questões cobrarem informações não totalmente
compatibilizadas com essa regulação de 2017. Assim, esteja preparado caso a banca venha com essa
referência antiga da SEAP.
Mesmo havendo ainda muitos diários de obras em modelo físico, estes poderão ser admitidos como
Livro de Ordem, desde que atendam aos requisitos da resolução do nº 1.094/2017 Confea, devendo
incluir as seguintes informações:
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• não havia livro de ordem no local; o mestre de obra informou que esse livro era eletrônico e
estava disponível na página da Internet da empresa;
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos legais e técnicos a ela relacionados, julgue
o item a seguir.
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( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Errado”.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos legais e técnicos a ela relacionados, julgue
o item a seguir.
Mesmo que o engenheiro em questão tivesse acesso aos diários de obras, estes não são
considerados livros de ordem.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Errado”.
Essa questão a seguir pode estar ultrapassada, mas em uma preparação de alto nível você
deve esperar por tudo.
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No diário de obras devem ser registradas todas as ocorrências relacionadas à execução da obra,
devendo todas as vias ficar com o fiscal do empreendimento até a entrega do as built.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: essa é uma questão referente ao manual da SEAP e também à antiga resolução
do Confea, que preveem a existência de 3 vias para o diário de obra, devendo ficar uma com o
fiscal, a outra com o responsável técnico da obra e a terceira, com o proprietário do
empreendimento, ao contrário do que diz a afirmativa.
Gabarito: “Errado”.
-as pontas verticais dos vergalhões já posicionados para concretagem estavam desprotegidas.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
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APLICAÇÃO DE PENALIDADES
O fiscal, embora seja responsável por apontar todos os descumprimentos do contrato pela empresa
contratada, não pode aplicar penalidades, como, por exemplo, multas. Afinal, nenhuma penalidade
pode ser imposta senão em virtude da lei. No caso de contratos com a Administração pública, há 4
punições previstas na lei 8.666/93, veja a seguir:
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a
prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
I - advertência;
✓ Pode ser aplicada junto com a advertência (dizemos “pode ser aplicada
cumulativamente com a advertência”)
Não vamos entrar aqui no detalhe das punições, porém perceba que a lei 8.666/93 exige defesa
prévia na aplicação das penalidades previstas. Portanto, a aplicação de sanções em licitações e
contratos regidos por esta Lei deve sempre se pautar pela abertura de um processo administrativo,
a ser conduzido com imparcialidade. É o processo administrativo que julgará se a conduta observada
da empresa é correta ou não, determinando a penalidade caso aplicável;
Portanto, não faz sentido no âmbito do fiscal a aplicação de penalidades, uma vez que essa decisão
cabe ao processo administrativo. Caso contrário, teríamos o fiscal aplicando as penas, com a
posterior abertura de processo administrativo, sendo uma decisão condenatória antecedente à
instauração do processo para a investigação dos fatos.
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A aplicação de penalidades é um poder-dever do Estado, não podendo se omitir, nem sendo uma
mera opção o seu exercício, ou seja, não é um mero poder discricionário. Veja o que diz a lei
8.666/1993:
Portanto, não há desculpa para omissão do fiscal, podendo também ser penalizado por atrasos na
comunicação de irregularidades a seus superiores.
Além disso, no caso de aplicação de multas, a administração pública tem muita dificuldade em cobrá-
las, gerando muitas vezes a prescrição destas. Por isso, deve-se evitar o caráter coercitivo ao
máximo, prezando-se pela conscientização e parceria na execução contratual.
Ao fiscalizar uma obra pública, o engenheiro exigiu do construtor, como condição de liberação
do boletim de medição, a apropriação dos serviços executados no período. Tendo o
responsável pela execução informado que a empresa havia executado apropriação apenas dos
19
Art. 67, § 2º da Lei 8.666/1993, com adição da palavra “fiscal”.
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( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: o fiscal não pode aplicar penalidades, devendo registrar as infrações observadas
e comunicar seus superiores. O fiscal não é um juiz, mas sim um auditor.
Gabarito: “Certo”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: a fiscalização deve se pautar pelo caráter pedagógico, por garantir de forma mais
eficiente o cumprimento do contrato do que a mera aplicação de sanções, que levariam à
rescisão contratual, atrasando a resolução da demanda que justificou aquela contratação e
mais custos para a administração e a sociedade.
Gabarito: “Errado”.
MEDIÇÃO
O documento chamado medição contém a quantidade dos serviços executados para possibilitar o
pagamento à empresa contratada, sendo geralmente feita uma medição a cada mês. A medição
abrange não somente a quantidade como a qualidade dos serviços feitos, devendo ser acompanhada
de memórias de cálculo e outras evidências da fiel execução dos serviços como relatórios
fotográficos. Todos os serviços que constam neste documento devem estar de acordo com o
orçamento que faz parte da obra contratada, não se podendo, por exemplo, medir mais serviço que
do que foi previsto no orçamento.
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É somente após a liquidação que a administração pública pode fazer o pagamento pelo serviço
executado. A realização da liquidação é uma exigência da Lei 4.320/1964:
Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular
liquidação.20
Para se garantir a liquidação de uma despesa, deve-se apresentar uma série de documentos que
comprovem a execução dos serviços, como:
Um dos documentos que suportam a medição é o relatório periódico elaborado pela construtora,
que demonstra tudo que foi executado. Afinal, ela é quem tem maior interesse em justificar todos
os serviços feitos para se ter o maior valor possível nos serviços aprovados na medição. Nesse
relatório constam quantidades, valores, recursos empregados, datas de mobilização, fotografias,
laudos, etc.
Na verificação dos serviços a se medir, o fiscal deve aprovar somente os serviços executados, sem
antecipar nada, em rigoroso respeito ao que foi previsto no contrato, seus termos aditivos, no
caderno de encargos, estudo preliminar, projeto básico e executivo. Saiba que antecipações de
pagamento são vedadas (proibidas) e que a obra executada no campo não pode ter modificações
(qualitativas ou quantitativas) que não tenham sido autorizadas formalmente pelo Poder Público
antes da execução. Essas autorizações de modificação de serviço ou objeto são feitas nos termos
aditivos.
20
Art. 62, Lei 4.320/1964
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Saiba que além do “relatório periódico elaborado pela construtora” para justificar cada serviço
executado, a medição também é composta pelos “laudos de medição”, que são documentos
(também chamados “boletins”) elaborados pelo fiscal em que se descreve o valor a ser pago naquele
período para cada serviço ou etapa e eventuais reajustes pela inflação. Esses laudos é que são
acompanhados pela memória da medição, constituída por documentos como o relatório periódico
elaborado pela construtora.
Veja que a simples aprovação da medição não confere por si o direito de pagamento ao contratado
(construtora). Liquidar uma despesa é muito mais do que simplesmente emitir uma fatura, conforme
diz a lei 4.320/1964:
Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular
liquidação.
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Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor
tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.
§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:
II - a nota de empenho;
Você não precisa entender cada palavra dessa lei, pois trata-se de área estudada pela contabilidade
pública, não sendo cobrada em questões específicas de engenharia civil. Veja apenas que a
liquidação de despesa é um procedimento amplo de aferição do direito ao pagamento que uma
empresa teria por ter prestado um serviço à Administração Pública.
21
Art. 62 e 63 da Lei 4.320/1964
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Liquidação da
despesa
Termos
Medição Contrato
aditivos
Além dessas verificações, a empresa ou construtora poder receber o valor dos serviços executados
apenas no caso de se encontrar em regularidade fiscal e todas as condições de habilitação e
qualificação exigidas para a licitação ao longo da vigência do contrato, como previsto na lei 8.666/93:
(...)
Outra verificação que ainda deve constar antes de se fazer o pagamento à empresa é se há existência
de multa que ultrapasse o valor da garantia prestada pela construtora. Olhe o que diz a lei 8.666/93:
“§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta,
responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos
eventualmente devidos pela Administração ou cobrada judicialmente.”22
22
Art. 87, § 1º da Lei 8.666/93
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Regularidade fiscal
O pagamento dos serviços executados, entre os quais se incluem aqueles realizados no regime
de empreitada por preço unitário, só pode ser feito após a emissão de laudos de medição
realizados pela fiscalização do objeto do contrato.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
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À luz da legislação vigente e da boa técnica relativas à auditoria de obras civis, julgue o próximo
item.
Após o fiscal de obra atestar que os serviços foram realizados, não há impedimentos a serem
verificados para que a contratada receba o que foi medido.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Errado”.
CESPE – Ana. do Ministério Público da União - Perícia - Eng. Sanitária – Questão de fixação
A medição dos serviços é realizada por meio de relatórios periódicos elaborados pela
contratada, em que são registrados os elementos afetos à discriminação e determinação das
quantidades dos serviços efetivamente executados.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
As planilhas de medição
A medição apresentará sempre os valores medidos de forma cumulativa, ou seja, abrangendo todos
os trabalhos desde o início da obra ou serviço. A planilha de medição conterá, assim, uma coluna
com as quantidades acumuladas já realizadas de cada serviço e outra coluna com as quantidades
executadas nequele período específico da medição. A elaboração da medição dessa forma permite
que um eventual erro cometido no passado possa ser facilmente percebido e corrigido na medição
seguinte, evitando-se o acúmulo de erros ao longo do tempo.
Os serviços são dispostos na medição de acordo com uma estrutura analítica de projeto (EAP) que
facilite o entendimento das tarefas representadas, mostrando de forma clara, por exemplo, a qual
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local da obra se refere cada serviço, com o seu valor medido. Todos os trabalhos que constam nessa
EAP deverão estar em rigoroso acordo com as planilhas de orçamento da obra ou serviço que
compõem o contrato (o orçamento é um anexo do contrato), bem como os critérios de medição
para cada serviço e a forma e prazo de pagamento.
• Folhas de medição: contém cálculos detalhados, com memória suporte. Deve respeitar ao
seguinte requisito:
✓ Trabalhos que já tiveram algum pagamento anteriormente mas que não foram objeto
de pagamento na medição atual devem constar apenas com seus valores globais;
• Resumo: sintetiza as quantidades globais de cada serviço, que provêm das folhas de
medição.
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Folha de Medição
medição Resumo
Quantidades
Cálculos detalhados globais de
•Com memória cada serviço
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As questões vão tentar te confundir com alguns conceitos de contabilidade, pois a operação de
liquidação vem da Contabilidade Pública. A banca vai dizer que a medição gera o empenho de uma
despesa, o que é errado, pois o empenho é o ato que criar a despesa, vindo antes da medição, já
que a medição atesta a execução daquela despesa contratada (Figura 5).
Uma das principais atividades da fiscalização está relacionada à realização das medições dos
quantitativos dos serviços executados, logo, para reduzir os riscos de futuros problemas, é
recomendável que as planilhas de medição demonstrem os serviços executados no mês e os
serviços acumulados desde o início da obra
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: Trata-se de uma boa prática, sendo inclusive parte do roteiro de auditoria do
TCU e de exigência de vários órgãos contratantes, a verificação dos serviços medidos no
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Gabarito: “Certo”.
Como extensões de prazos de obra são muito comuns e há obras com valores que atingem
montantes significativos, as empresas estavam sendo pagas independentemente de gastarem
proporcionalmente ao valor recebido. Afinal, muitas vezes a prorrogação de obra não inclui a
mobilização da mesma força de trabalho e quantidade de equipamentos planejada para a obra, mas
sim serviços de menor porte, ou menos intensivos em recursos, como acabamento. O efeito era que
o serviço de administração local assumia contornos de direito a receber já garantido à construtora,
independente quanto de fato ela gastasse com administração local. Bastava o transcurso do tempo
para o seu recebimento no valor cheio do orçamento.
Diante disso, o TCU tomou uma decisão importante no famoso Acórdão 2.622/2013 do Plenário,
orientando os órgãos e entidades da Administração Pública Federal a:
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( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
Com relação à documentação técnica, à sua análise e interpretação, julgue o próximo item.
A medição poderá seguir um critério diferente do estipulado no contrato, desde que isso seja
aprovado pela fiscalização no diário de obras e que não gere aumento de custos do
empreendimento.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: a medição deve apenas seguir os critérios estipulados no contrato, não podendo
inovar criando novos acordos, nem mediante notação no diário de obras. Todos os acordos
feitos na obra devem estar no contrato ou nos seus termos aditivos.
Gabarito: “Errado”.
Com relação à documentação técnica, à sua análise e interpretação, julgue o próximo item.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: somente podem ser aprovados pela fiscalização os serviços executados nas
quantidades e valores acordados no contrato ou termo aditivo, não sendo permitido
compensar eventual acréscimo com uma supressão em outro item. Esse tipo de combinação
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informal é chamada de contrato verbal, sendo proibido pelo art. 60, parágrafo único da lei
8.666/9323, salvo algumas exceções de rara aplicação em medições de obra.
Gabarito: “Errado”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: a tabela do enunciado não nos informa sobre o que a questão nos solicita. O
enunciado afirma que a medição do item administração local é feita proporcionalmente aos
serviços executados e a afirmativa a se julgar diz que essa prática é inadequada, por onerar
indevidamente a construtora. A jurisprudência do TCU diz que os pagamentos para
administração local devem ser proporcionais à execução financeira da obra. Como a execução
financeira da obra reflete a quantidade de atividades feitas no período de medição, concluímos
que a forma de pagamento do enunciado relacionada aos serviços executados está correta.
Como a afirmativa diz que essa prática é inadequada, a afirmativa está errada.
23
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de
pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco
por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de
adiantamento.
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Gabarito: “Errado”.
As medições têm caráter cumulativo, ou seja, devem abranger todos os serviços executados
desde o início dos trabalhos, objeto do contrato em causa.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
O valor do contrato de construção de determinado edifício público fora fixado em dez milhões
de reais. Na última medição, o engenheiro responsável pela fiscalização da obra constatou que,
embora algumas atividades estivessem atrasadas, a construtora já havia executado cinco
milhões de reais em serviços, valor que estava em conformidade com o previsto para ser
executado até aquele momento.
Com base nessa situação hipotética, julgue o seguinte item de acordo com a legislação vigente.
Como o valor da medição coincidiu com a previsão contratual, a constatação de atraso na obra
foi equivocada.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: o fato do valor serviço medido coincidir com o valor planejado (VP) (conceito da
aula de planejamento) não garante que a obra esteja no prazo planejado. A constatação do
atraso ou não da obra é feita com base na análise do caminho crítico, que considera a inter-
relação entre todas as tarefas previstas. No caso dessa questão, pode ter havido atraso de
algumas atividades e antecipação de outras que resultaram na compensação de valores,
gerando a aparente ideia de não se ter tido atrasos.
Vamos agora à interpretação do enunciado, em que se disse bem no início que o engenheiro
havia constatado uma atraso na obra. O que podemos dizer sobre essa constatação do
engenheiro? Nada, pois sabemos simplesmente que, em termos de medição, a obra estaria em
dia, com o valor planejado igual ao valor medido, que é também o valor agregado. Porém, não
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temos certeza de que houve antecipação de alguns serviços compensando outros que tiveram
atrasos.
Dessa forma, não podemos afirmar que a constatação do engenheiro está equivocada, já que
não se mencionou antecipação ou atrasos de serviços, exceto o atraso constatado pelo
engenheiro. Como é essa constatação do engenheiro que foi sujeita ao julgamento da
afirmativa da questão, não há evidência no enunciado que permita analisar a veracidade da
conclusão do engenheiro.
Gabarito: “Errado”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: o TCU decidiu no Acórdão 2.622/2013 do Plenário que a administração local não
pode ser paga por valor mensal fixo, mas sim com base em pagamento proporcional à execução
financeira da obra no período de medição.
Gabarito: “Certo”.
Por outro lado, a apropriação dos serviços é a verificação dos trabalhos executados para aferição
das quantidades reais despendidas de todos insumos relacionados (mão de obra, equipamentos e
materiais). Os dados da apropriação são comparados com os quantitativos do orçamento e
planejamento originais, para se verificar a adequação das composições unitárias de serviços, o
cumprimento das produtividades consideradas, o controle de custos da obra, de desperdícios e
eventuais ajustes no cronograma para as tarefas apropriadas.
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pelo valor previsto no orçamento contratado para aqueles serviços correspondentes. Cabe ao fiscal
definir a forma de se verificar a execução dos serviços, sempre acordo com o previsto no contrato e
edital, devendo-se ater à verificação da:
Em geral, quanto maior o valor e mais complexo é o objeto ou a obra, maior grau de detalhamento
e transparência serão demandados do fiscal na verificação dos serviços. Frente a qualquer problema
de descumprimento contratual, o fiscal terá sua responsabilidade apurada.
Á𝑟𝑒𝑎 1 + Á𝑟𝑒𝑎 2
Á𝑟𝑒𝑎 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 =
2
Essa fórmula é aplicada quando as geratrizes (linhas que unem as áreas extremas do volume pela
sua superfície externa) do corte são paralelas entre si. Observe na figura a seguir as geratrizes em
vermelho paralelas de um volume padrão de corte.
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Portanto, a aplicação dessa fórmula é uma aproximação, uma vez que no campo os volumes
escavados vão ter uma multiplicidade de formas muito grande. O segredo está em se trabalhar com
volumes bem pequenos, de forma que a aproximação pela área média reflita com boa aproximação
a foram real do corte.
Vamos agora considerar esse mesmo volume de corte padrão com as dimensões mostradas na
Figura 7.
Á𝑟𝑒𝑎 1+Á𝑟𝑒𝑎 2 𝑑
𝑉 = Á𝑟𝑒𝑎 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 . 𝑑 = . 𝑑 = (Á𝑟𝑒𝑎 1 + Á𝑟𝑒𝑎 2) .
2 2
Quando se atesta expressamente o direito do credor ao pagamento, tendo por base a medição
da obra e dos serviços executados, a documentação fiscal apresentada, inclusive certidões e
memória de cálculo de eventual reajuste de preços, a despesa correspondente foi:
a) apropriada;
b) liquidada;
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c) empenhada;
d) creditada;
e) vencida.
b) Exato, a medição e documentos que comprovam que um serviço foi executado atestam que
uma despesa foi liquidada, resultando para a empresa no direito de receber o pagamento e,
para a administração, no dever de pagar pelo serviço executado. Correto.
d) A medição não atribui crédito, mas apenas verifica a execução de um serviço no campo, com
base nos demais documentos comprobatórios de serviços executados. Errado.
e) Uma despesa vencida seria uma despesa que não teve o pagamento por parte do cliente no
prazo combinado originalmente. Errado.
Gabarito: “b”.
Ao fiscalizar uma obra pública, o engenheiro exigiu do construtor, como condição de liberação
do boletim de medição, a apropriação dos serviços executados no período. Tendo o
responsável pela execução informado que a empresa havia executado apropriação apenas dos
serviços significativos, e não de todos, o fiscal notificou a empresa e encaminhou o problema
para o gestor do contrato, para que se iniciasse um processo de aplicação de penalidade.
Sendo a apropriação de serviços uma informação técnica, a ausência desta é motivo para a
retenção da liberação do boletim de medição para fins de pagamento.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: apropriação não se confunde com a medição. A primeira afere os índices reais
da empresa durante a execução dos serviços no campo, com base nos custos reais incorridos
e quantidades gastas, incluindo os desperdícios. Por outro lado, a medição corresponde à
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aferição pelo fiscal da obra dos serviços executados pela empresa, multiplicando as
quantidades executadas pelos valores acordados em contrato, independentemente dos custos
reais praticados.
Gabarito: “Errado”.
Você voltará a ver essa matéria de escavação em detalhes mais à frente, não se preocupe.
A execução de uma obra ou serviço de engenharia pode também ocorrer sob regime de execução
indireta, cuja responsabilidade é de um terceiro, feita sob o regime de empreitada.
Você com certeza já ouviu falar dessa palavra, empreitada, mas você sabe exatamente qual a
definição do termo?
Trata-se da contratação que o indivíduo faz de uma empresa que será responsável pela execução
especificamente de obra ou serviço de engenharia, mediante uma remuneração previamente
acordada, sendo a execução dessa obra feita sem relação de subordinação por conta e risco da
contratada, chamada de empreiteira. Esse contrato de empreitada também existe no setor público,
sendo o proprietário da obra o Estado, que atua por meio de suas várias esferas e órgãos.
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Figura 8: uma obra pode ser executada de forma direta pelo Poder Público ou de forma direta, sendo que
esta última ocorre pela contratação de um terceiro por meio de um contrato de empreitada
Você pode achar estranho que a relação entre a construtora e a administração pública seja sem
subordinação, mas isso é verdade. O fato dos maiores poderes que se observa nessa relação estarem
concentrados no lado da administração pública justifica-se no contrato administrativo permitir
alguns privilégios ao governo nesses tipos de serviços e obras. Esses privilégios são chamados de
cláusulas exorbitantes, como, por exemplo, a possibilidade de rescisão contratual. Da mesma forma,
o fato da administração pública ser a contratante lhe impõe o dever de fazer a gestão contratual.
Contudo, esses poderes da administração Pública não se confundem com uma relação de
subordinação do contratado, pois a construtora não é uma empregada do Estado.
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A fiscalização do contrato pelo órgão contratante e a aplicação de sanções (chamado neste caso pela
doutrina de Poder Disciplinar) é o exercício de uma cláusula exorbitante, prevista na lei 8.666/93.
Você sabe quais são esses poderes especiais da administração previstos nessa lei? Vejamos:
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à
Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e
serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração
administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do
contrato administrativo.
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Por mais que tenhamos visto uma série de nuances de cada um desses 2 regimes, a diferença entre
eles deve estar apenas na forma da precificação, uma vez que o contratado assume a obrigação de
24
Art. 6º, VIII, a) da Lei 8.6666/93
25
Art 6º, VIII, b) da Lei 8.666/93
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executar a obra em sua integralidade nos 2 regimes de contratação. O julgamento também é todo
feito com base no valor total da obra, que é a soma de todos os custos unitários ponderados pelas
quantidades de serviço. Portanto, perceba que, mesmo a empreitada por preço unitário, baseando-
se na precificação de 1 unidade de serviço, dando ideia de fracionamento do objeto, terá o seu
julgamento feito com base no preço de toda a obra ou de todo o serviço contratado.
Tanto no regime de preço unitário quanto de preço global, deve-se exigir que o particular apresente
a planilha demonstrativa de preços unitários. Porém, como a lei descreve pouco esses regimes, o
aprofundamento da compreensão deles se dá com base na doutrina e no avanço da jurisprudência.
Na prática, utilizamos o regime de preço global quando os quantitativos dos serviços são definidos
com precisão, com base em um projeto básico bem detalhado. Afinal de contas, a construtora
conseguirá obter as quantidades bem exatas da obra a se executar utilizando o projeto básico,
resultando na apresentação de uma proposta para a licitação que vai refletir com alto grau de
certeza a futura obra a se executar.
Em contraponto, nas situações em que há risco intrínseco de variação nas quantidades pela própria
natureza do serviço, como é o caso de obras de terraplanagem de rodovias e barragens, deve-se
optar pelo regime de execução por preço unitário, em que a construtora assume o compromisso
com o custo unitário, resultando em uma ligeira menor rigidez na quantidade, embora, como vimos,
há ainda o compromisso com a execução de toda a obra.
Caso você não entenda por que alguns serviços possuem maior grau de incerteza, olhe o que diz o
TCU sobre esses serviços:
De fato, existem certos tipos de obras e sistemas construtivos que, por suas características,
não possibilitam uma quantificação absolutamente acurada dos exatos volumes a executar.
Há uma imprecisão nata nesses afazeres. São os casos, por exemplo, da execução de grandes
volumes de terraplenagem. Quando se compacta um material, o volume in natura é reduzido;
e cada solo, em razão de suas características geotécnicas, possui um comportamento
diferenciado para essa retração. Tal medida pode ser traduzida por um índice, chamado "fator
de contração" ou "fator de homogeneização". Quanto maior esse índice, mais escavações
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devem ser feitas para viabilizar a construção dos respectivos aterros. O valor da obra,
portanto, é altamente impactado em decorrência dessa particularidade.
Em uma jazida de solos é comum existirem vários extratos de material com "fatores de
contração" distintos. Quer dizer que, não obstante a realização prévia de ensaios
geotécnicos, é inviável oferecer uma acurácia absoluta no projeto. Até porque existe,
também, um fator perdas nas operações de transporte (dos cortes para os aterros). Essas
perdas, claro, também são relevantemente imprecisas. Sem contar a existência de uma capa
orgânica nos cortes (de espessura irregular) imprestável para servir de suporte nos aterros.
Quanto maior essa capa, mais escavações serão necessárias. Outra camada superficial no
leito dos aterros (mais uma vez de medida indeterminada, a priori) também deve ser retirada,
o que ocasionará mais ou menos volumes de material aterrado para atender as cotas de
projeto.26
Mas por que a empreitada por preço unitário é mais adequada no caso de se contratar serviços
com maior grau de incerteza? Como esse tipo de empreitada afeta o preço final da obra?
A resposta é dada pelo próprio TCU, que primeiro imagina uma licitação em que serviços com
quantidades incertas fossem contratados através de empreitada por preço global:
Caso utilizada uma empreitada por preço global nesses tipos de objetos, as medições serão
realizadas por etapas; não por quantitativos medidos. Resultado: os construtores irão alocar
uma parcela muito alta de risco para adimplir, com segurança, o objeto licitado. Na verdade,
essa segurança não existirá, porque o imponderável é muito alto. A melhor proposta para a
administração mais se voltará para a aleatoriedade que propriamente a uma boa oferta
licitatória.
A lei 13.303/2016, posterior ao avanço da jurisprudência, comprova a aplicação dos 2 regimes para
empresas públicas:
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Acórdão 1.978/2013 – Plenário do TCU
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Acórdão 1.978/2013 – Plenário do TCU
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I - empreitada por preço unitário, nos casos em que os objetos, por sua natureza, possuam
imprecisão inerente de quantitativos em seus itens orçamentários;
II - empreitada por preço global, quando for possível definir previamente no projeto básico,
com boa margem de precisão, as quantidades dos serviços a serem posteriormente
executados na fase contratual;
Porém, saiba que, em ambos os regimes, o projeto básico possui o mesmo conceito,
devendo descrever o objeto de forma suficiente, permitindo sua adequada avaliação de
custos e definição do método e prazo de execução. Portanto, não é porque o regime é de
empreitada por preço unitário que se admite um projeto básico pior, sem descrever o
objeto licitado suficientemente para a sua precificação.
O que aconteceria, então, se uma obra de terraplanagem de uma rodovia ou barragem, com alto
risco intrínseco de variação nas quantidades de movimentação de terra ou alto risco geológico, fosse
licitada com base em regime de preço global? As construtoras apresentariam propostas muito altas
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Acórdão 1.978/2013 – Plenário do TCU
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(caras), pois as quantidades do projeto básico dificilmente refletiriam a variabilidade intrínseca que
há nas movimentações de terra quando a construtora fosse no campo trabalhar.
A quantidade real de terraplanagem nessa rodovia ou barragem poderia ser menor ou maior do que
a contratada, representando um risco de quantidade significativo. A simples mudança para o regime
de preço unitário nesse caso resultaria em propostas mais baratas apresentadas pelas construtoras,
podendo gerar economia significativa para o poder público.
Na empreitada por preço global, a remuneração da contratada é sempre depois de se ter execução
completa de etapas previamente estipuladas no cronograma físico-financeiro ou mediante outro
referencial definido no edital e contrato. Assim, as medições de campo das quantidades realizadas
têm precisão limitada à definição do percentual executado do projeto para cada etapa acordada no
edital ou contrato. Como por exemplo, concluída a fundação, paga-se o valor de 100% da fundação,
concluída a estrutura, paga-se e valor desta etapa, e assim por diante.
Essa maior flexibilidade no controle torna a fiscalização da empreitada por preço global mais fácil,
não se necessitando do levantamento completo de todas as quantidades executadas. Por outro
lado, caso o contrato fosse no regime de empreitada por preço unitário, executada a fundação no
período da primeira medição, teria que ir o fiscal ao campo medir todo o aço montado, toda a forma
executada e o concreto lançado, além da quantidade de juntas aplicadas e demais itens que seriam
necessários. Imagine o trabalho que é fiscalizar uma obra a preço unitário!
Um relatório do TCU que compõe o acórdão 1977/2013 do Plenário resumiu algumas vantagens que
serão aqui apresentadas para comparação desses 2 regimes de execução indireta. Você não tem que
decorar essas tabelas, mas tentar entende-las. Você verá nos exercícios que faremos juntos a
aplicação desse conhecimento, o que o ajudará a entender em maior profundidade essas tabelas.
Observe as constatações da unidade técnica do TCU:
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exigido para uma empreitada quantitativos que podem variar - Implantação, pavimentação,
por preço global ou integral. durante a execução da obra; duplicação e restauração de
• Exige que as partes renegociem rodovias;
preços unitários quando ocorrem - Canais, barragens, adutoras,
alterações relevantes dos perímetros de irrigação, obras de
quantitativos contratados; e saneamento;
• Não incentiva o cumprimento de - Infraestrutura urbana;
prazos, pois o contratado recebe - Obras portuárias, dragagem e
por tudo o que fez, mesmo derrocamento;
atrasado. - Reforma de edificações;
- Poço artesiano.
Mesmo a empreitada global prevendo que os erros de quantidades sejam arcados pela construtora,
há um limite para isso, que é a razoabilidade. Não faz sentido, por exemplo, que a construtora refaça
todo o projeto básico procurando erros no momento de apresentar sua proposta em uma licitação.
Caso isso ocorresse, casa licitante teria que gastar rios de dinheiro refazendo o projeto básico, uma
vez que todos os riscos de quantitativos é dela e que alguns erros são de difícil e cara detecção. O
resultado disso seria que as propostas apresentadas pelas licitantes seriam mais altas, porque
embutiriam altos custos de análise do projeto básico, que seria praticamente refeito por cada uma
delas, o que é antieconômico, desperdiça riqueza, já que um projetista já foi pago pela
Administração Pública para elaborar bem aquele projeto básico.
Caso se trate de um erro relevante, mas de detecção que não seja tão difícil e cara, mesmo assim
pode haver o “enriquecimento sem causa” da administração pública, o que também é proibido.
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Por causa disso, o TCU recomendou 29 à administração federal que, no caso de obras com
empreitada por preço global, adote um percentual para os itens que compõem o orçamento que
separe o que são erros de difícil e cara detecção (chamados de erros relevantes) de erros que
poderiam ser facilmente detectáveis pela construtora ao analisar minimamente o projeto básico de
uma licitação de empreitada por preço global. Esse percentual representa, pois, uma tolerância
quantitativa de erros que será arcada pela construtora e, quando ultrapassado o percentual, o
excedente será pago pela Administração Pública.
Portanto, não é todo erro de quantidades que deve ser suportado pela construtora em
uma empreitada por preço global, mas sim os erros de detecção viável na hora de se
estudar e elaborar uma proposta em uma licitação.
(...) à jurisdicionada, para que, doravante, inclua nos editais cláusula a estabelecer, de forma
objetiva, o que será objeto de aditamentos durante a execução da avença, bem como a definição do
que venha a ser "subestimativas ou superestimativas relevantes" , a que se refere o subitem 9.1.8
supra, como, por exemplo, o estabelecimento de percentuais de tolerância quantitativa admitida
em cada item do orçamento que torne descabida a celebração de aditivo, como, ainda, a necessidade
de que a imprecisão se refira a serviço materialmente relevante do empreendimento (avaliado de
acordo com a metodologia ABC), em prestígio ao princípio da segurança jurídica, como ainda do art.
6º, inciso VIII, alínea "a" c/c art. 47, art. 49 e art. 65, inciso II, alínea "d", todos da Lei 8.666/93;30
Figura 9: estabelecimento de percentual pela administração para separar erros de fácil constatação de
erros de difícil e cara detecção
29
Acórdão 1977/2013 –Plenário do TCU
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Acórdão 1977/2013 –Plenário do TCU
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A lei 8.666/93 inovou ainda ao trazer uma terceira figura para a empreitada, chamada:
• Empreitada integral: similar à empreitada por preço global, mas com uma abordagem mais
ampla, pois a empreitada integral impõe ao contratado o dever de implantação de uma
unidade operacional, não apenas a construção de uma estrutura física. O contratado deve
entregar o objeto em sua integralidade, com a execução de serviço auxiliar, não bastando a
execução de uma obra física. O empreendimento é integralmente contratado, incluindo a sua
obra, instalações, licenças, alvarás, treinamento de equipe e demais ações necessárias a sua
entrada em operação.
o Quer um exemplo? No caso de uma hidrelétrica, pode-se desejar que não somente o
particular construa a usina, mas também que realize a usa operação, gerando energia.
O contrato não estará cumprido com a usina pronta, mas somente com ela pronta e
também operando de acordo com os indicadores definidos no edital e no contrato.
o Em geral, o projeto básico da empreitada integral é mais genérico, para permitir ao
contratado otimizações de projeto, com a identificação da tecnologia mais apropriada
em busca de sinergias que resultem em um menor preço para o Poder Público.
o É também conhecida no mercado pelo nome “turn key” (em tradução livre, chave na
mão).
o É geralmente utilizado quando o objeto contratado é complexo, ou necessita que sua
entrega ocorra com equipamentos específicos instalados e em funcionamento, tais
como laboratórios e hospitais.
A lei 13.303 definiu a aplicação desse regime na engenharia no caso de empreendimentos de alta
complexidade, que necessitem de operação imediata.
(...)
Para entender a aplicação prevista na lei 13.303, imagine uma Empresa pública que trate esgoto. Em
vez dela fazer o projeto básico detalhado de uma estação de tratamento de esgoto (ETE), ela pode
simplesmente fazer um projeto mais genérico, mas fixando as características em termos de
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• Tarefa: muito pouco utilizado, é apropriado quando se trata de prestação de serviço de mão
de obra para pequenos trabalhos, com preço global definido, podendo incluir ou não
fornecimento de materiais. Um exemplo de tarefa seria serviços de manutenção predial ou
de limpeza de um terreno.
✓ Como geralmente a tarefa é utilizada para trabalhos de pequeno valor, sua
contratação é feita por dispensa de licitação.
A lei 13.303/2016 formalizou a aplicação da tarefa para serviços técnicos comuns e de curta duração,
geralmente desempenhados por pequenas empresas ou profissionais autônomos:
Agora que você entende esses conceitos, é bom que veja como eles aparecem na lei 8.666/93, pois
são utilizadas algumas palavras que não são tão claras. Vamos lá:
(...)
II - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios
meios;
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob qualquer dos
seguintes regimes:
a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por
preço certo e total;
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b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por
preço certo de unidades determinadas;
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou
sem fornecimento de materiais.
Embora não seja Súmula, o Plenário do TCU proferiu o acórdão 534/2011, que depois gerou um
Informativo de Jurisprudência com a seguinte frase: “O regime de empreitada por preço global é
compatível com a realização de medições mensais, para o pagamento de serviços executados”. O
motivo é a interpretação que o TCU faz do art. 6º, inciso VIII, alínea ‘a’, da Lei nº 8.666/93, a qual
considera que os contratos por preço global devem ter a remuneração baseada na execução de
etapas pré-definidas no memorial descritivo ou cronograma da obra.
Considerando a interpretação do TCU, os pagamentos por preço global somente seriam autorizados
em medições quando se atingisse 100% de conclusão em uma etapa pré-definida no contrato (que
inclui seu cronograma e memorial descritivo), fato que não ocorre todo mês. Contudo, houve
contratos de preço global que estabeleciam medições mensais, independentemente de etapas.
Face a esses contratos a princípio irregulares, o TCU, então, decidiu nesse acórdão que o regime de
empreitada por preço global é compatível com a realização de medições mensais para o pagamento
de serviços executados, desde que haja cronograma físico-financeiro detalhado ou memorial
descritivo, em que são apresentadas as etapas da obra de forma prévia e objetiva, que serão
justamente as etapas a serem verificadas em cada medição mensal.
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Regimes de
execução
Direta Indireta
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( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: a empretiada por preços unitários precifica o custo de cada unidade de serviço,
que será multiplicado pela quantidade todal executada do item correspondente ou etapa de
trabalho. Isso resulta em um trabalho muito grande para o fiscal de obra, que tem que
acompanhar praticamente todas as quantidades de serviços executadas em obra e sujeitas a
medição.
Gabarito: “Certo”.
Com relação aos regimes de empreitada adotados em obras públicas, julgue o item seguinte.
Na empreitada por preço global, a remuneração da contratada é feita após a execução das
etapas definidas no cronograma físico-financeiro, de modo que as medições de campo das
quantidades realizadas devem ser precisas para que seja definida a exatidão do serviço
executado do projeto.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: o erro desta afirmativa está apenas no último trecho: “as medições de campo das
quantidades realizadas devem ser precisas para que seja definida a exatidão do serviço
executado do projeto”. A empreitada por preço global se baseia em medições por etapas, por
exemplo, 100% da execução da fundação dá direito à construtora a receber pelo serviço,
enquanto 70% da execução não lhe dá direito a receber nada.
Por quê isso? Porque na empreitada por preço global, a medição ocorre somente após a
execução das etapas previstas no contrato de obra ou no cronograma físico-financeiro que
compõe este contrato. Assim, se no contrato disser que a construtora receberá por 50% da
fundação executada e depois por 100% dela, somente haverá 2 medições da fundação, que
ocorrerá nestes 2 momentos. Qual o resultado disso? A fiscalização será mais simples, pois
necessitará apenas de confirmar se metade, por exemplo, de todas as estacas previstas já foi
feita, conferindo direito à construtora de receber por este serviço.
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Gabarito: “Errado”.
Concluída a fase licitatória, com a seleção da melhor proposta para a administração, surge a
etapa de contratação, que começa com a assinatura do contrato e termina com o termo de
recebimento definitivo da obra. A respeito dessa etapa, julgue a afirmativa a seguir.
O regime de empreitada por preço unitário é compatível com a realização de medições mensais
para o pagamento de serviços executados, visto que o propósito da medição ultrapassa a
simples aferição de quantidades.
Comentário: por mais que seja correta que se diga que contratos de empreitada por preço
unitário são compatíveis com medições mensais, essa verificação não é a intenção da banca.
Ela quer testar se você conhece o informe jurisprudencial do TCU que julgou a possibilidade de
se ter medições mensais em contratos de obras por preço global. É o acórdão 534/2011 do
Plenário, em que se decidiu: “O regime de empreitada por preço global é compatível com a
realização de medições mensais, para o pagamento de serviços executados”. A afirmativa
trocou a expressão “preço global” por “preço unitário”, tornando errada a afirmativa.
Gabarito: “Errado”.
Um prédio está sendo construído para suprir as necessidades de um órgão público. O projeto
executivo completo de arquitetura e engenharia foi desenvolvido por uma empresa projetista,
cujo contrato encerrou-se antes do início da construção, e a obra foi contratada por
empreitada por preço global. Depois de iniciada a obra, a construtora informou à contratante
a existência de erros de projeto, causadores de significativas mudanças de quantidades e de
troca de serviços.
Acerca dessa situação hipotética, julgue o próximo item de acordo com a legislação vigente.
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Por se tratar de empreitada por preço global, a construtora, ao aceitar todas as condições
contratuais na fase licitatória, somente terá direito a acréscimo de valores de serviços novos,
devendo o impacto financeiro da alteração de quantitativos ser absorvido pela contratada.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: a palavra “somente” indica que a construtora nunca terá direito ao ressarcimento
por alteração de quantitativos por erros de projeto, o que está errado, pois erros de difícil e
cara detecção não são de responsabilidade das licitantes. Caso fossem, para a verificação de
alguns erros seria necessário que se refizesse o projeto básico, o que aumentaria sobremaneira
as propostas das empresas.
Gabarito: “Errado”.
Você ainda não estudou RDC, nem contratação integrada. Porém, isso não impede a
resolução da questão a seguir.
c) Menor risco para o construtor, na medida em que ele não assume risco quanto aos
quantitativos de serviços.
d) A obra pode ser licitada com um projeto com grau de detalhamento inferior ao exigido para
uma empreitada por preço integral.
a) Os riscos geológicos do construtor são reduzidos no caso da empreitada por preço unitário,
já que o construtor não assume quantitativo fixo de serviços, apenas o custo unitário de sua
execução, recebendo proporcionalmente à quantidade executada. Não se trata, pois, de
empreitada por preço global como requisita a questão, mas sim por preço unitário. Errado.
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b) A empreitada por preço global requer menor acompanhamento das quantidades unitárias
executadas, apenas em um nível suficiente para o cálculo do percentual executado do projeto,
que embasará a medição junto à fiscalização. Correto.
c) Na empreitada por preço unitário o construtor não assume risco de quantitativo, tendo
fixado apenas o custo unitário. Diferentemente, na empreitada por preço global o construtor
tem acesso prévio a projeto básico com alto grau de detalhamento, devendo a construtora
estar atenta a eventuais erros de projeto, a não ser que se trate de erro oculto que dificlmente
seria perceptível em um estudo de projetos. Diante disso, dizemos que na empreitada por
preço global o risco de quantidades está com a construtora, contrariando a afirmativa. Errado.
d) O maior risco de quantidides que o construtor assume na empreitada global se justifica por
haver um projeto básico mais confiável, com maior grau de detalhamento. Se não houvesse
um projeto básico bem detalhado, o construtor não aceitaria assumir esse risco. Assim, não se
pode neste tipo de empreitada se trabalhar com projeto básico genérico.
A alternativa compara o projeto básico do regime por preço global com a empreitada integral,
contudo, nesta última, é permitido um projeto básico com grau de detalhamento inferior, pois
a solução técnica do projeto e sua operação são concebidas pelo próprio contratado. Devido
ao foco em operação, na empreitada integral há uma priorização nos parâmetros de operação,
em detrimento do detalhamento do projeto, permitindo otimizações por parte da construtora.
Essa maior flexibilidade para otimização da empreitada integral resulta em um projeto básico
menos detalhado do que na empreitada por preço global, ao contrário do que diz a questão. O
certo seria: “A obra pode ser licitada com um projeto com grau de detalhamento superior ao
exigido para uma empreitada por preço integral”. Errado.
Gabarito: “b”.
REAJUSTE CONTRATUAL
A inflação é um fenômeno que ocorre independentemente da vontade da construtora ou do órgão
contratante. Logo, a solução utilizada em contratos públicos para que o custo do produto ou serviço
contratado reflita o custo real é justamente atualizar o valor do contrato a cada ano, acompanhando
as mudanças no poder de compra da moeda naquele ano.
Por causa disso, a lei 8.666/93 exige que, para os contratos que tiverem duração prevista superior
a 1 ano, o Edital da licitação e logicamente o próprio contrato estabeleçam uma cláusula de reajuste,
que é simplesmente um parágrafo que explicará como o valor do contrato será alterado com a
variação do valor da moeda, que é a inflação. Observe o que diz a lei:
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Como a economia é muito complexa, o estudo da inflação é feito por meio de índices que vão
retratar os custos dos produtos de cada setor. O índice de reajuste é escolhido no momento da
elaboração do edital, devendo refletir ao máximo possível a realidade de custos daquele setor
específico do objeto do contrato.
A inflação é conhecida de todos e já é esperada; logo não se necessita de assinatura de termo aditivo
para a alteração do valor do contrato a fim de cobrir os efeitos inflacionários. Assim, basta apenas
simples apostilamento, que é um mero registro formal de que se está cumprindo uma condição já
prevista no contrato, que não altera sua essência.
Figura 10: a inflação é um fenômeno conhecido de todos e, por isso, basta simples apostilamento para a
alteração do valor do contrato devido à variação do poder de compra da moeda
Essa consideração é tão importante em contrato, que a lei 8.666 prevê sua obrigatoriedade:
(...)
31
Art. 2º da Lei 10.192/2001
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XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida
a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da
proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de
cada parcela;
Percebemos da Lei 10.192/2001 no Art. 2º, §1º, que a periodicidade para a concessão de reajustes
é de, no mínimo, 1 ano. O marco para a contagem desse prazo de 1 ano está na lei 8.666,
estabelecendo que se pode proceder ao reajuste de um contrato a partir de 2 datas:
Quem vai definir a qual data se aplicará o reajuste de uma obra? O edital decidirá qual das 2 datas
valerá para o contrato. Chamamos a essa data que irá reger o reajuste de data-base de reajuste.
O reajuste contratual é uma cláusula obrigatória não só no edital, mas também no contrato da obra:
(...)
Uma importante forma de se auditar o valor reajustado em obras, bem como do cliente de uma obra
checar se o seu valor está correta é analisando a variação de seu custo apenas pela faixa A da curva
ABC. Como a faixa A contém os principais insumos de uma obra, variações no custo da faixa A serão
os principais responsáveis pela variação do custo total de uma obra.
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Em um órgão da administração pública, foi criada uma equipe de auditoria para analisar a
condução do processo de construção de um edifício que constava do plano de obras idealizado
pelo órgão. Os trabalhos de auditoria focavam a elaboração do estudo de viabilidade técnica,
econômica e ambiental (EVTEA.), a confecção dos projetos — básico e executivo —, as
licitações e os contratos, e a concessão de termos aditivos, além dos requisitos técnicos das
planilhas de orçamento. Na análise da documentação, foram constatados os seguintes fatos.
I Na elaboração do EVTEA, para estimar o valor da construção do prédio em questão, havia sido
utilizado o custo unitário básico por metro quadrado (CUB/m2).
III O processo licitatório havia utilizado o regime de licitação classificado como empreitada por
preço unitário.
V A obra havia sofrido um aditivo contratual no valor de R$ 500 mil após 6 meses da assinatura
do contrato.
VII O contrato havia sido assinado em 1.º/4/2016; o valor total da obra, orçado em R$ 2
milhões; e o prazo definido para a execução da obra, de 24 meses.
VIII No projeto básico de licitação, não havia sido registrada anotação de responsabilidade
técnica (ART) do orçamentista.
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( ) CERTO ( ) ERRADO
2- VII O contrato havia sido assinado em 1.º/4/2016; o valor total da obra, orçado em R$ 2
milhões; e o prazo definido para a execução da obra, de 24 meses.
De fato, em contratos públicos com duração igual ou superior a 1 ano, o reajuste pode ser
aplicado a partir da data da proposta ou do orçamento, devendo ser definido pelo edital. Neste
caso, o edital é claro em dizer para se aplicar a data de apresentação da proposta, que é
1º/1/2016. Logo, a contagem de 1 ano se dará a partir de 1º/1/2016, resultando no direito a
pagamento à construtora a partir de 1º/1/2017, e não 1º/4/2017, como diz a afirmativa.
Gabarito: “Errado”.
CESPE - CGM João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno - Infraestrutura – 2018
Uma das tarefas do controle interno, no que diz respeito às obras públicas, é a avaliação da
correta aplicação dos recursos públicos. Para isso, são considerados objetos de análise, entre
outros, os editais, os contratos, os termos aditivos, os projetos de engenharia, as medições e
os diários de obra. A respeito da fiscalização de obras civis, julgue o item subsecutivo.
No valor dos contratos, o prazo estipulado para correção monetária ou reajuste por índices de
preços gerais, setoriais ou que reflitam a variação dos custos de produção ou dos insumos
utilizados é de, no máximo, um ano, sempre em relação à data de apresentação da proposta.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: o prazo para reajuste de contratos é de no mínimo 1 ano, e não no máximo 1 ano,
conforme art.2º, §1º da Lei 10.192/2001. A data de referência também não é sempre a da
apresentação da proposta, podendo também ser a do orçamento a que a proposta se referir.
A definição dete ponto referencial para a contagem da periodicidade de 1 ano estará no edital
da licitação.
Gabarito: “Errado”.
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É muito comum em obras utilizar a palavra “pleito”, que significa nesse caso específico um
pedido formal feito à administração para a garantia de algum reequilíbrio contratual, ou
seja, algum direito à empresa contratada. Falando mais especificamente de obras, trata-se
geralmente de um pedido da construtora para a administração pública pagar alguma
despesa, por se considerar não ser de obrigação da construtora arcar com aquele custo.
A empresa XXX, contratada para a construção de um edifício público apresentou um pleito para
receber reajuste relativo à parcela de medição de R$ 1.000.000,00, referente ao mês de
novembro/2017.
a) R$ 333.333,33.
b) R$ 200.000,00.
c) R$ 111.111,00.
d) R$ 100.000,00.
e) R$ 0,00.
-O enunciado diz que a empresa está cobrando reajuste na data de: novembro/2017 = 11/2017
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Não tem como a empresa solicitar pagamento por aditivo, uma vez que ainda não se passou 1
ano desde a data-base do reajuste. Portanto, o valor a se pagar é nulo.
Gabarito: “e”.
Por diversos motivos, pode haver variações nos preços de insumos necessários para uma obra,
o que pode ocasionar mudanças significativas no custo total do empreendimento. No caso de
aumento do preço de determinado insumo durante a realização da obra, a construtora pode
requerer um reajuste contratual para realinhar os preços. Nesse contexto, a curva ABC de
insumos permite que o cliente avalie se o valor do reajuste solicitado está de acordo com o
aumento no insumo em questão.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: a afirmativa está correta, pois a curva ABC é uma importante ferramente que
permite que o auditor ou cliente de uma obra foque nos insumos ou serviços que mais
impactam o custo da obra, que são aqueles da faixa A da curva ABC. Comparando-se os preços
desses insumos ao longo do tempo, consegue-se ter uma boa estimativa da variação do custo
da obra.
Gabarito: “Certo”.
Há um regulamento federal (Decreto 1.054/1994) que define como deverá ser alterada a
remuneração para serviços executados em datas diferentes das datas previstas no cronograma
acordado.
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✓ Deverá ser pago o valor originalmente previsto para execução do serviço, sem
incorporar essa variação da inflação.
• Se os índices de reajuste diminuíram (ou seja, se a inflação reduziu), em relação ao valor
previsto originalmente:
✓ Deverá ser pago o valor da nova data de execução daquele serviço, não importando a
data de planejamento.
✓ Deverá ser pago o valor da nova data em que o serviço for executado.
o É muito lógico esse raciocínio, pois o valor de reajuste não é para ninguém lucrar
sobre ele, mas sim para recompor as perdas da moeda. Se a empresa, por sua
própria vontade, decide antecipar os serviços, não deve lucrar sobre o ganho
de inflação, recebendo o valor do reajuste futuro.
✓ Deverá ser pago o valor das novas datas para os serviços replanejados.
Veja que no caso de atraso por culpa da construtora (“caso de atraso na execução de um serviço
pela construtora”), o índice de reajuste que pagará pelo serviço atrasado é sempre o pior para a
empresa. Assim, se a culpa é da empresa, ela perde razão, e quem ganha com a inflação é a
administração. Logo, se a inflação sobe, a administração paga o índice antigo, aquele da data
originalmente planejada. Já, se a inflação cai, a administração paga o valor da nova data, quando o
poder da moeda é menor. Esse último caso ocorre quando o índice de reajuste reflete alguns poucos
produtos que apresentam volatilidade, podendo ter grandes quedas e altas de preço no mercado,
como o petróleo.
Você tem que se preparar para todo tipo de pegadinha. Considere a afirmativa a seguir:
“É legalmente possível haver reajustamentos de contratos em obras com apenas seis meses de
execução.”
A princípio diríamos que está errada. Porém, a periodicidade exigida de 1 ano para o reajustamento
de contratos é contada a partir da data da apresentação das propostas ou do orçamento a que as
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propostas se referirem, de acordo com a Lei 10.192/2001 (Lei do Plano Real). Portanto, seria possível
uma situação em que seja assinado o contrato apenas 6 meses após à data base do orçamento a que
as propostas se refiram.
Em outras palavras, imagine uma licitação de uma obra com orçamento das propostas referente a 5
de janeiro, mas com contrato assinado apenas 5 meses depois, ou seja, em 5 de junho. Quando se
chegar a 5 de janeiro do próximo ano, o contratado (empreiteira) teria direito a reajuste contratual,
nos termos do que for estabelecido no edital, mesmo que o contrato tenha vigência inferior a 1 ano.
𝑅 = 𝑀 . 𝐼𝑟
Assim, caso se aprove uma medição de 100 mil reais e se tenha um índice de reajustamento
aprovado de 5%, além dos 100 mil reais, a construtora receberá 5 mil reais a título de reajustamento,
uma vez que a moeda nacional se desvalorizou no período.
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Nessa situação hipotética, caso a empresa contratada para executar a obra atrase,
injustificadamente, a atividade B, em um mês, e adiante a atividade C, em um mês, caberá à
fiscalização
Comentário: Primeiro vamos entender quais serviços necessitam de reajuste e quais não fazem
jus a esta atualização. Basicamente, as alternativas vão falar da possibilidade de reajuste sobre
as atividades B, C e D. Vamos analisar cada uma:
A questão diz que a data (chamada data-base) para reajustamento é maio. Vamos agora
analisar o reajuste para cada atividade:
-B: se ocorre atraso na atividade por culpa da empresa, o poder público vai aplicar o critério
que resulte em um menor valor a pagar. Como o índice de reajuste é positivo (10%), é muito
ruim para a administração pagar o valor reajustado, pois o que custava R$ 1,00, agora custa R$
1,10. Por isso, nesse caso, deve-se optar pelo pagamento de menor valor, ou seja, pagar pela
atividade B o valor previsto em abril, sem reajuste.
-C: a antecipação de C foi por escolha da empresa, sendo executada em abril, antes da
incidência do reajuste. Assim, deve-se pagar o valor correspondente à data de execução do
serviço com antecipação, que é o valor para abril, mês que não sofre aplicação do reajuste.
-D: a atividade D é realizada na data prevista, em junho, 1 mês após a incidência do reajuste.
Portanto, a data de execução é igual à data planejada, devendo-se pagar o valor neste mês,
junho, que incluirá o reajuste de 10%. Pelo cronograma, percebe-se que o valor a medir em
junho é R$ 500.000,00 e que somente há essa atividade D a se executar. Portanto, o valor
inteiro de R$ 500.000,00 incluirá um reajuste de 10%:
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Assim, em junho serão pagos à empresa R$ 500.000,00 pela atividade D, mais R$ 50.000,00 de
reajuste, correspondente recomposição da perda de valor do dinheiro, totalizando R$
550.000,00.
b) A atividade C não deve ser paga sem reajuste, pois foi antecipada para antes de maio, ou
seja, para antes da incidência de reajuste. Somente a referência ao pagamento da tarefa D com
reajuste está correta. Errado.
c) A tarefa B atrasou por culpa da empresa, não devendo a Administração Pública pagar
reajuste, sendo que ela havia acordado no contrato que a execução seria anterior a essa data.
Apenas a parte referente à atividade D com reajustamento está correta. Portanto, a afirmativa
está errada.
e) As tarefas B e C não devem ser pagas sem reajuste, pois, ou foram executadas antes da data
de aplicação do reajuste (C), ou atrasaram por culpa da própria construtora (B). A afirmativa
erra ao incluir o reajuste para (B) e (C) e acerta ao prever o reajuste na atividade (D). Errado.
Gabarito: “d”.
Seis meses depois de emitida a ordem de serviço para a execução de uma obra pública, a
construtora pleiteou possível reajustamento no contrato. A fiscalização negou o requerimento
sob as seguintes alegações: pouco tempo de execução em andamento (seis meses); existência
de serviços atrasados em relação ao cronograma contratual; falta de notas fiscais e cotações
de preços que comprovem aumento nos preços de insumos.
É legalmente possível haver reajustamentos de contratos em obras com apenas seis meses de
execução.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: a anualidade necessária a se respeitar para que se reajuste um contrato inicia sua
contagem na data de apresentação das propostas ou na data a que o orçamento se referir.
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Portanto, seria possível uma execução contratual com 6 meses seguida da concessão de
reajuste, desde que a apresentação das propostas tenha ocorrido 6 meses antes do início da
execução contratual.
Gabarito: “Certo”.
ADITIVOS CONTRATUAIS
Viemos mencionando várias vezes a expressão “aditivo contratual” ao longo de nossas aulas, pois
trata-se de um instrumento muito útil na gestão de obras, permitindo alterações de escopo que
busquem adequar o contrato aos interesses da sociedade (representada pela Administração Pública)
e da empresa contratada.
Como obras duram muito tempo e são muitas vezes complexas, é comum a necessidade de se alterar
o que foi combinado originalmente no contrato para se adaptar à realidade dinâmica dos fatos que
acontecem após a assinatura do contrato. A partir do momento em que a empresa inicia os
trabalhos, muitas vezes são descobertos fatos novos no terreno, que até então eram desconhecidos.
Por isso, os contratos podem ser alterados (ou aditados) em alguns casos específicos em lei, sendo
essas alterações formalizadas por meio de um documento chamado termo aditivo. Esse termo
assinado passa a compor o contrato, regendo o relacionamento entre a construtora, o órgão
contratante e a fiscalização.
Mas quando se pode alterar o contrato? Há apenas 2 formas de se fazer um termo aditivo:
101
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o Ex: caso se altere o tipo de concreto de uma estrutura, o seu fck, ou o método
de execução de uma tarefa, como a mudança de uma forma de compactação
de proctor normal para proctor intermediário, que envolve uma carga
diferente para a compactação, teremos uma alteração qualitativa, sendo
necessário assinatura de termo aditivo, mesmo que o custo se mantenha
igual.
b. Alteração do valor contratual devido a acréscimo ou diminuição quantitativa do objeto
(ex: obra);
✓ Dizemos que esta alteração é quantitativa, pois se mantém o objeto, apenas
alterando sua quantidade.
2. Por acordo entre a administração e a empresa contratada (dizemos “por acordo entre as
Partes), podendo ocorrer em 4 casos, que são quando:
a. Conveniente para as partes (administração pública e o contratado) a substituição da
garantia de execução. Ocorre em 2 casos práticos:
✓ O valor do contrato pode se alterar ao longo de sua execução, sendo que a garantia
é dada como percentual do valor do contrato. Nesse caso, deve-se alterar o valor
garantido, para se manter o mesmo percentual em relação ao novo valor total do
contrato.
✓ Ocorre insolvência do banco prestador da garantia, devendo a construtora
procurar outro agente garantidor.
b. Necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do
modo de fornecimento (do serviço ou produto contratado;
c. Necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias
supervenientes (circunstância nova, imprevisível), mantido o valor inicial atualizado.
Porém, são vedados:
✓ Antecipação de pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a
correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou
serviço;
✓ Ex: solo diferente do previsto nas sondagens, alterando a fundação, resultando em
projeto com quantidades de difícil estimativa.
d. Para restabelecer a relação que as partes combinaram, que se baseou em um
equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato que deve ser mantido até o final.
✓ Se acontecer um fator novo imprevisível que aumente o custo inicial da
construtora, por exemplo, um novo imposto não previsto originalmente mas que
foi aprovado na Câmara de Vereadores, o equilíbrio econômico-financeiro será
desrespeitado, pois haverá mais custo do que receita. Então, a empresa terá direito
a um aditivo contratual para aumentar o valor a receber do Estado, uma vez que
não era possível se prever na época da licitação aquele novo imposto, que
aumentou o custo.
Tente se familiarizar com a forma com que a lei aborda esses temas, conforme grifado:
“unilateralmente pela administração”, “por acordo entre as partes”, “circunstância superveniente”
etc. Muitas questões podem simplesmente trazer a expressão da forma que aparece na lei, devendo
você já estar um pouco familiarizado, evitando surpresas, OK?
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Em todos esses termos aditivos, a administração deve escrever claramente o motivo da alteração
(dizemos motivar o ato), pois trata-se de uma decisão que impacta diretamente a saúde financeira
do órgão contratante, bem como modifica o contrato originalmente pactuado.
Perceba que sempre que o contrato sofrer algum acréscimo de serviço, deverá ter seu valor
aumentado proporcionalmente. A administração não pode ficar barganhando para que a empresa
aceite executar uma obra maior, pressionando a construtora para executar de graça eventuais
acréscimos. A razão está na lei 8.666/93:
Para evitar problemas como esses, um termo aditivo é aprovado não somente pelo fiscal da obra
(por meio de parecer técnico), mas também pelo gestor do contrato, que geralmente é a mesma
pessoa que assinou o contrato inicial ou que possui procuração com delegação por quem o assinou.
Trata-se de documento com tanta importância que sua aprovação deve ser também precedida de
parecer jurídico do órgão contratante.
32
Art. 65, §6 da Lei 8.666/93
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Qualitativa e
quantitativa
Unilateralmente
pela
administração
Alteração Subsituir
garantia de
de execução
contratos
Modificar
Reestabelecer forma de
o equilíbrio pagamento
econômico- por fato
financeiro
inicial do supervenient
contrato e
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Custos do Remuneração
orçamento combinada no
• Obrigações da contrato
construtora
Essa equação de equilíbrio econômico-financeiro deve ser mantida ao longo de toda a vigência do
contrato, denominando o que chamamos de princípio da Intangibilidade do equilíbrio econômico-
financeiro, que não pode ser alterado por bel prazer do governo. Assim, qualquer aumento no lado
esquerdo da equação anterior, ou seja, nos custos, deve ser acompanhado pelo mesmo aumento no
lado direito, na remuneração da construtora.
Obrigações da Remuneração da
construtora construtora
Execução da
Medição Final
obra
Compra de
materiais ...
Contratação de
Medição 1 até
funcionários
Figura 12: o equilíbrio econômico de um contrato é a equação que tem de um lado os obrigações da
construtora e de outro, os pagamentos que ela receberá pela cumprimento do contrato
Logo, caso se aumente os serviços de uma obra contratada, inserindo uma nova ponte, haverá
rompimento do equilíbrio econômico-financeiro inicial. Assim, deverá também haver o aumento
proporcional do valor a ser pago à construtora, para se manter a mesma relação entre obrigações e
remuneração, sempre respeitados os limites para termos aditivos em contratos.
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Você está percebendo que quem manda mais nessa relação é a administração pública? Está certo,
pois o Poder Público representa toda a sociedade, devendo se impor algumas vezes sobre o agente
privado, nos termos da lei. Contudo, o poder da Administração Pública para alterar unilateralmente
um contrato deve possuir limites. A lei 8.666/93 é bem clara nesse sentido:
I – (vetado);
Perceba que os limites de aumento do valor do contrato são sempre de 25% e 50% do valor original
do contrato, a depender de se tratar, respectivamente, de uma obra, ou de uma reforma. Por outro
lado, as supressões somente podem ultrapassar o limite de 25% em obras e em reformas se for por
meio de acordo do órgão contratante e da construtora. Dessa forma, há um teto fixo para o aumento
do valor de um contrato, que não pode ser alterado nem por mútuo acordo entre as partes,
diferentemente das supressões.
Veja que a lei admite um limite maior de alteração contratual para reformas, pois esses trabalhos
embutem um risco oculto, já que não se sabe de antemão a qualidade, quantidade e características
técnicas dos materiais que estão dentro das estruturas. Por isso, em reformas a probabilidade de se
encontrar materiais com defeitos que não estavam previstos é muito grande. Imagine então a
restauração de um prédio histórico, quanto surpresa a construtora e o órgão contratante não devem
ter durante os trabalhos!
Observe o que diz o TCU sobre reformas, dizendo que sempre haverá uma boa margem de
indeterminação, pois:
“Não há como prever o exato estado das tubulações no interior dos pisos e paredes, sem
antes demoli-las. Em restaurações de prédios históricos, igualmente tortuoso identificar, com
antecedência¸ a perfeita quantidade de pisos, portas, esquadrias e janelas a serem
33
Art. 65, inciso II, § 1º da Lei 8.666/93
106
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totalmente substituídos e quais serão recuperados. Obras urbanas, que intuam interferências
diversas, possuirão mesma peculiaridade. Alguns tipos de fundações, principalmente as
cravadas, também. Recuperações estruturais e manutenção rodoviária são outro exemplo.
Existe uma gama de outras situações.”34
Observe também que os limites de 25% e 50% são calculados com base no valor do contrato
atualizado, que é o valor incorporando os efeitos da inflação. Esse quesito é de grande importância,
senão os limites para aditivos iriam se reduzindo para obras de longa duração, pois temos o
fenômeno da redução do valor da moeda ao longo do tempo. Portanto, no caso de uma questão
mencionar a seguinte frase, você saberá que está correta:
Esses percentuais que limitam os termos aditivos vão gerar uma série de dúvidas que a
jurisprudência dos tribunais irá esclarecer como se proceder em cada caso.
Há um problema clássico em obras chamado compensação de serviços, que ocorre, por exemplo,
quando se tem um acréscimo de R$ 1 milhão no valor da fundação e uma redução de R$ 900 mil na
estrutura em concreto armado da mesma obra, compensando-se um com o outro em termos de
valor, resultando em um valor final de contrato quase que inalterado. Neste caso, o contrato
aparentemente teria sido aumentado em apenas R$ 100.000,00 (R$ 1 milhão menos R$ 900 mil),
enquanto na essência a sua fundação foi bastante alterada e também a estrutura em concreto
armado. Sobre esse assunto, veja o que decidiu o TCU:
34
Acórdão 1978/2013 – Plenário do TCU
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1 𝑚𝑖𝑙ℎã𝑜
𝐴𝑐𝑟é𝑠𝑐𝑖𝑚𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 = = 0,29 = 29% > 25% 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎𝑐𝑟é𝑠𝑐𝑖𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑏𝑟𝑎𝑠
3,5 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠
Como 29% é superior a 25%, estaria sendo desrespeitado o limite de 25% permitido na lei 8.666/93
para acréscimos de valor contratual. Mesmo que se reduzisse no mesmo momento o valor da
estrutura em concreto armado em R$ 900 mil, haveria ainda a supressão de:
900 𝑚𝑖𝑙
𝑆𝑢𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 = = 25,71% > 25,00% 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑏𝑟𝑎𝑠
3,5 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠
Da mesma forma, haveria infração ao limite de 25% de reduções do escopo contratual da lei
8.666/93. Perceba, que haveria infração dupla, tanto no acréscimo como na supressão contratual.
O termo aditivo deve ser utilizado sempre que houver alguma alteração na obra ou serviço
contratado. Não pode, por exemplo, o fiscal simplesmente combinar com a construtora uma
alteração de projeto e assim a obra ser executada, sem nenhuma formalização. Acordos verbais (ou
seja, acordos orais, “de boca”) são proibidos, devendo todas alterações serem formalizadas por
escrito por meio de termo aditivo. Não basta ainda que o termo aditivo seja assinado, simplesmente
dizendo-se que o valor da obra foi aumentado em 5%, por exemplo. Deve-se ir além, devendo cada
termo aditivo ser fundamentado e acompanhado de justificativa técnica de cada alteração.
A única exceção ao termo aditivo seria no caso de compras pequenas com pagamento à vista ou do
reajustamento para cobrir os efeitos da inflação, uma vez que se trata de um fenômeno de
ocorrência certa (todo mundo sabe que existe inflação), embora de magnitude desconhecida.
Veja o que diz a lei sobre a necessidade de formalização de tudo que for combinado na obra:
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal (ou seja, acordo verbal) com a
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas
35
Acórdão 749/2010 - Plenário - TCU
108
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aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso
II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.36
Quando se faz um termo aditivo, qual será o preço unitário de referência para o serviço?
O preço unitário será o mesmo do existente para o mesmo serviço no contrato original. Caso se trate
de um serviço novo, o preço unitário será negociado com a administração pública, mas devendo
refletir o preço de mercado, conforme já decidido pelo TCU. Veja, a princípio, o que diz a lei
8.666/93:
§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou serviços,
esses serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no
§ 1º deste artigo.
Embora a lei fale em acordo entre as partes para se decidir o preço unitário de serviços novos, como
estudamos na aula de orçamentos, o Decreto 7.983/2013 e a jurisprudência do TCU37 consideram
que o preço unitário deverá ter como referência as composições do SINAPI para edificações e do
SICRO para obras de infraestrutura de transportes na mesma data em que o orçamento da obra foi
elaborado, pois esses bancos de preços refletem o valor de mercado.
Mas o orçamento que vai embasar um termo aditivo será feito pela própria construtora? A resposta
é não, o termo aditivo terá seu custo calculado pelo próprio órgão contratante por meio de
orçamento específico detalhado. Olhe como essa informação aparece no Decreto 7.983/2013:
Art. 15. A formação do preço dos aditivos contratuais contará com orçamento específico
detalhado em planilhas elaboradas pelo órgão ou entidade responsável pela licitação, na
36
Art. 60, Parágrafo único da lei 8.666/93
37
Acórdão 1.637/2016 do Plenário do TCU
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Então o valor do termo aditivo será 100% do valor definido no orçamento feito pelo órgão
contratante? Não, pois a vantagem obtida na licitação em relação ao preço orçado deve ser
mantida ao longo de toda a execução do contrato, incluindo seus termos aditivos. Assim, caso a
construtora tenha oferecido uma proposta que equivale a um desconto de 3% no orçamento do
órgão contratante durante a licitação, esse mesmo desconto de 3% deve estar em todos os termos
aditivos orçados pelo poder público durante toda a execução da obra (chamamos essa fase de
execução contratual). Veja o que diz o Decreto 7.983/2013, alterado com comentários em itálico:
Art. 14. A diferença percentual (“ou seja, a vantagem obtida na licitação”) entre o valor global
do contrato e o preço global de referência não poderá ser reduzida em favor do contratado
em decorrência de aditamentos (“ou seja, termos aditivos”) que modifiquem a planilha
orçamentária.
Parágrafo único. Em caso de adoção dos regimes de empreitada por preço unitário e tarefa,
a diferença (“ou seja, a vantagem obtida na licitação”) a que se refere o caput poderá ser
reduzida para a preservação do equilíbrio econômico-financeiro do contrato em casos
excepcionais e justificados, desde que os custos unitários dos aditivos contratuais não
excedam os custos unitários do sistema de referência utilizado na forma deste Decreto,
assegurada a manutenção da vantagem da proposta vencedora ante a da segunda colocada
na licitação.39
Perceba que, no caso de empreitada por preço unitário, excepcionalmente é admitida redução da
vantagem obtida na licitação em relação ao preço orçado. Lembre-se que esses 2 regimes admitem
certa flexibilidade nas quantidades medidas em relação às originalmente contratadas. Contudo, para
se ter uma redução da vantagem inicialmente obtida pela administração com a licitação, deve-se
justificar essa redução e ainda atender ao menor preço das 2 condições:
1. Os custos unitários dos aditivos devem ser inferiores aos do sistema de referência (SINAPI e
SICRO);
38
Art. 15 do Decreto 7.983/2013
39
Art. 14, Parágrafo único do Decreto 7.983/2013
110
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2. Os preços da proposta vencedora devem ser inferiores aos preços da 2ª colocada na licitação.
85. Sem embargo, a jurisprudência deste Tribunal está consolidada no sentido de que itens
novos incluídos ou serviços cujos quantitativos foram acrescidos em contratos de obra
pública devem se limitar aos preços unitários dos sistemas de referência, in casu o Sicro,
mantida ainda a incidência do percentual de desconto ofertado na licitação. Nesse sentido,
também está positivada a legislação atual sobre o assunto, em particular os arts. 14 e 17, §1º,
do Decreto 7.983/2013.
86. Ademais, ainda que o art. 37, inciso XXI, da Constituição confira ao particular o direito à
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro, para que esse direito possa ser exercido, é
preciso que os preços ofertados estejam de acordo com os parâmetros de mercado. Não há
como conceber que o particular possa ser beneficiário desse direito subjetivo, tendo
oferecido valores em desacordo com o critério da economicidade. Entender de forma
contrária é admitir, de maneira implícita, a existência de um direito adquirido ao
superfaturamento, o que, sem maiores digressões, soa despropositado.40
40
Acórdão 1.637/2016 do Plenário do TCU
111
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Elaborado
pela Adm.
Pública
SINAPI e SICRO Exceção:
Empreitada por
Tarefa
preço unitário
Há ainda um outro limite para termos aditivos no caso de se alegar imprecisões, falhas ou omissões
do orçamento, plantas e especificações do projeto básico da licitação de obras ou serviços de
engenharia com base em regimes de preço global ou empreitada integral, incluindo licitações por
meio do regime diferenciado de contratações (RDC), que será de 10% do valor total do contrato.
Portanto, sejam alterações decorrentes de subestimativas ou superestimavas do projeto básico, o
limite para os termos aditivos em licitações com base em regime de preço global ou integral será de
10%.41
O motivo para essa permissão de correção de até 10% por eventuais falhas de orçamento ou
especificações no projeto básico é que nenhum orçamento e planejamento são absolutamente
certos, havendo sempre uma margem de erro.
41
Art. 42, § 4º, inciso III, do Decreto 7.581/2011 e Art. 13, inciso II, do Decreto 7.983/2013.
112
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Além disso, esse limite de 10% já é computando dentro do limite de 25% para obras e 50% para
reformas, dado pelo art. 65 da lei 8.666/1993. Logo, em uma obra hipotética, caso se atinja o limite
de 10% para correções de quantitativos devido a imprecisões no projeto básico, restará apenas 15%
para outras alterações que não decorrentes de erros do projeto básico, como eventuais pedidos de
acréscimo de escopo pelo órgão contratante.
Limite de
10% para
termos
aditivos
Variações da engenharia:
•Imprecisões Nenhum orçamento
•Falhas é 100% certo
•Omissões
Da mesma forma que uma alteração do contrato exige assinatura de termo aditivo, não se pode
alterar a forma de medição de nenhum item, nem a quantidade medida sem formalização por meio
de termo aditivo, muito menos medir um serviço que chegou a 100% em outra atividade que ainda
possui saldo contratual a se medir. Trata-se da mesma aplicação da vedação de contrato verbal do
Art. 60, Parágrafo único da lei 8.666/93.
Há obras em que se constatam tantas alterações informais sem acordo por escrito em termos
aditivos, que se denomina “química contratual”, em referência à elaboração e um novo contrato
informal que é de conhecimento somente de algumas pessoas, desrespeitando frontalmente os
princípios legais, sendo uma prática vedada pela lei 8.666/93 e pelo TCU.
113
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CESPE – Ana. do Ministério Público da União - Perícia - Eng. Sanitária – Questão de fixação
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: a fiscalização deve sim participar da aprovação do termo aditivo, geralmente por
meio de emissão de parecer técnico.
Gabarito: “Errado”.
Durante a medição de uma obra pública, o fiscal da obra, com base no regime de execução
empreitada por preço global, constatou que o serviço de assentamento de piso cerâmico
estava parcialmente concluído, visto que faltava a aplicação do rejunte em 50% da área
prevista para o referido serviço. Além disso, a quantidade executada de piso superava em 20%
a quantidade prevista no orçamento da obra, anexo ao contrato.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Errado”.
114
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d) O fiscal, a fim de ajudar uma empresa com problemas financeiros, pode autorizar o
pagamento de serviços que estejam em fase de finalização, para que a obra não seja
abandonada.
a) Sabemos que o fiscal não pode aplicar multas, pois cabe ao gestor contratual. Entretanto, a
banca pode ter falado genericamente de “fiscalização”, incluindo o gestor contratual. Contudo,
mesmo nesse caso, a aplicação de penalidades (multas) é um poder-dever, não se tratando de
um escolha da administração pública. Frente a qualquer erro, o gestor contratual tem que
aplicar a penalidade correspondente, não podendo simplesmente optar por não fazer nada.
Errado.
b) A fiscalização de qualquer obra é uma atividade técnica, com atribuição legal para
engenheiros e arquitetos, devendo sim ser objeto de emissão de ART, contrariamento ao que
diz a afirmativa. Errado.
c) O registro próprio deve ser feito no livro de ocorrências, ou Diário de Obras, ou livro de
ordem, que são nomes equivalentes para um mesmo documento. O diário de obras não pode
ser subsituído por laudos ou relatórios de fiscalização para fins de comunicação com a empresa
contratada, não havendo essa permissão em nenhuma das regulamentações sobre o tema.
Errado.
d) Se o fiscal autorizar pagamentos para serviços não feitos na data da medição, estará
infringindo o contrato, praticando contratação verbal, o que é vedado pela lei 8.666/93 e ainda
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Gabarito: “e”.
Com relação a gestão contratual e fiscalização de obras públicas, julgue a opção a seguir.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Errado”.
Um terminal portuário construído no século XIX por ingleses em um município brasileiro será
adaptado gradualmente, respeitando-se a disponibilidade orçamentária. De acordo com a
ordem de relevância cultural e com o fluxo de visitantes, foram estabelecidas, para o primeiro
ciclo de intervenções, medidas para garantir a acessibilidade, além da instalação de sistema de
ar condicionado do tipo água gelada, de elevadores e de sistema de combate a incêndio, com
instalação de dispositivos detectores de fumaça do tipo óptico. As figuras a seguir mostram
detalhes de uma das principais intervenções: a instalação de uma rampa para vencer um
desnível de seis metros e dar acesso às pessoas com mobilidade reduzida ao piso superior,
onde haverá uma varanda de contemplação. A rampa, observada na figura referente à vista
lateral, tem inclinação transversal de 2%. As obras de adaptação foram contratadas, mediante
licitação, por R$ 41 milhões. Do montante inicialmente contratado pela administração, no
primeiro termo aditivo foram excluídos R$ 25 milhões em serviços; posteriormente, no
segundo termo aditivo, foram acrescidos R$ 33 milhões em serviços necessários, conforme
manifestação da equipe de fiscalização.
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A administração não cometeu irregularidade ao assinar os termos aditivos, uma vez que
observou o limite legal em relação ao valor original do contrato.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: vamos analisar os valores para verificar o respeito ou não aos limites legais:
−25
= −61% > 25%: 𝑢𝑙𝑡𝑟𝑎𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜𝑢 𝑜 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑙𝑒𝑔𝑎𝑙 𝑑𝑒 25% 𝑑𝑎 𝑙𝑒𝑖 8.666/93
41
+33
= +81% > 25%: 𝑖𝑛𝑓𝑟𝑖𝑔𝑖𝑢 𝑜 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑙𝑒𝑔𝑎𝑙 𝑑𝑒 25% 𝑑𝑎 𝑙𝑒𝑖 8.666/93
41
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Valor original
• +41.000.000
• 100% do valor do contrato
1º Termo aditivo
• -25.000.000
• -25/41 = -61%: redução no valor do contrato > 25%
• Infração à lei 8.666/93
2º Termo aditivo
• +33.000.000
• +33 / 41 = +81%: aumento no valor do contrato
• Infração à lei 8.666/93
Gabarito: “Errado”.
Julgue o item a seguir, relativo a orçamento de referência para licitação e a contratos e aditivos.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: não é a empresa contratada (construtora) que calcula o custo do termo aditivo,
mas sim o órgão contratante por meio de orçamento específico detalhado.
Gabarito: “Errado”.
Em um órgão da administração pública, foi criada uma equipe de auditoria para analisar a
condução do processo de construção de um edifício que constava do plano de obras idealizado
pelo órgão. Os trabalhos de auditoria focavam a elaboração do estudo de viabilidade técnica,
econômica e ambiental (EVTEA.), a confecção dos projetos — básico e executivo —, as
licitações e os contratos, e a concessão de termos aditivos, além dos requisitos técnicos das
planilhas de orçamento. Na análise da documentação, foram constatados os seguintes fatos.
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I Na elaboração do EVTEA, para estimar o valor da construção do prédio em questão, havia sido
utilizado o custo unitário básico por metro quadrado (CUB/m2).
III O processo licitatório havia utilizado o regime de licitação classificado como empreitada por
preço unitário.
V A obra havia sofrido um aditivo contratual no valor de R$ 500 mil após 6 meses da assinatura
do contrato.
VII O contrato havia sido assinado em 1.º/4/2016; o valor total da obra, orçado em R$ 2
milhões; e o prazo definido para a execução da obra, de 24 meses.
VIII No projeto básico de licitação, não havia sido registrada anotação de responsabilidade
técnica (ART) do orçamentista.
O valor do termo aditivo do referido contrato ultrapassou o percentual máximo permitido pela
lei de licitações e contratos.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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Como o limite estabelecido na lei 8.666/93 é de até 25%, percebe-se que não se infringiu o
limite legal, ao contrário do que diz a afirmativa.
Gabarito: “Errado”.
A partir dessas informações e da tabela precedente, que mostra as energias que podem ser
utilizadas nos ensaios de compactação, de acordo com as normas técnicas vigentes, julgue o
item a seguir.
Apenas se houver impacto financeiro significativo será necessário realizar aditivo contratual
para incluir na planilha orçamentária a quantidade e o valor referentes ao serviço de
terraplenagem com grau de compactação executado com proctor intermediário, não sendo
necessária nenhuma alteração relativa ao proctor normal.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Errado”.
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( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
c) Em relação aos aditivos contratuais, nos regimes de execução por empreitada global ou por
empreitada integral, as alterações contratuais sob alegação de falhas ou omissões em
quaisquer das peças, orçamentos, plantas, especificações, memoriais ou estudos técnicos
preliminares do projeto básico não terão limitações em relação ao valor total do contrato.
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pertinentes a essa atribuição.” Além disso, a fiscalização do contrato não é feita por um
representante do contratado, mas sim do contratante (Administração Pública). Errado.
c) Nos regimes de execução por empreitada global ou por empreitada integral, as alterações
contratuais sob alegação de falhas ou omissões em quaisquer das peças do projeto básico
devem ser limitadas a 10% do valor total do contrato, ao contrário do que diz a afirmativa.
Errado.
Gabarito: “b”.
O que acontece quando se aumenta o escopo de uma obra, ou seja, as tarefas compreendidas na
construção? Primeiro impacto lógico, ela fica mais cara, pois haverá mais serviços a se executar ou
de maior valor. Além disso, o aumento do escopo implica também maior prazo de execução, a não
ser que o preço seja aumentado também para compensar um acréscimo na mobilização de recursos
e no capital de giro da empresa. Portanto, perceba que preço e prazo de uma obra estão
intimamente ligados.
Como o prazo da obra afeta o custo de sua execução, a lei 8.666/93 proíbe contratos sem prazo de
vigência determinado e exige a justificativa prévia por escrito da administração pública para toda
prorrogação concedida:
§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada
pela autoridade competente para celebrar o contrato.42
42
Art. 57, §2º da Lei 8.666/93
122
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Não fique decorando essas hipóteses, foque nas questões que faremos juntos e tente
utilizar o bom senso, pensando se a culpa do atraso é da construtora ou não.
Caso a culpa não seja da construtora, ela terá direito à prorrogação do contrato sem nenhuma
penalidade.
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Um caso clássico de atraso injustificado, ou seja, que não permite a prorrogação de obra, é a
solicitação de maior prazo de execução pela empresa com base em informação que já estava
presente no projeto básico. Nesse caso específico, o erro foi da construtora não ter considerado na
época da proposta aquela informação no cálculo da duração da tarefa correspondente, aumentando
a duração do cronograma da obra proporcionalmente.
Atraso de obra é um problema tão sério, que a administração deve aplicar multa no caso de atraso
injustificado, ou mesmo rescindir unilateralmente o contrato, conforme a lei 8.666/93:
§ 1º A multa a que alude este artigo não impede que a Administração rescinda
unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas nesta Lei.
§ 3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta,
responderá o contratado pela sua diferença, a qual será descontada dos pagamentos
eventualmente devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada
judicialmente.
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Mas qual seria o problema de se antecipar, por exemplo, uma data do cronograma? Por que
seria necessário autorização do fiscal?
Uma antecipação de data pode prejudicar uma tarefa antecessora que precisa de algum prazo para
se completar, como por exemplo a cura do concreto ou a drenagem de água de uma área aterrada
sobre geotêxteis drenantes. Por isso, o manual do TCU diz que:
Pode haver prorrogação de obra pelo clássico motivo de chuva em excesso? A resposta é sim, mas
deve-se provar que choveu mais do que o normal naquela região, evento chamado de chuva
extraordinária. Mas o que é a chuva normal? É a aquela dentro da média histórica pluvial da região
da obra, devendo ser considerada no planejamento e no preço dado pela construtora na
apresentação de sua proposta para a licitação.
Logo, a chuva normal é de prévio conhecimento de todos os licitantes, não dando direito algum a
prorrogação de contrato de obra. A única chuva que gera direito a extensão de prazo é aquela
imprevisível, pois supera o histórico da região, sendo chamada de chuva extraordinária.
43
Manual do TCU, Obras Públicas - Recomendações Básicas para a contratação e Fiscalização de Obras
de Edificações Públicas
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Figura 13: não é qualquer chuva que justifica a prorrogação de uma obra, mas sim uma chuva
extraordinária, acima do normal esperado para aquela região.
Contudo, para se comprovar um atraso em obra por chuvas, não basta que se apresente o diário de
obras com as quantidades pluviométricas por dia, pois o diário pode ser eventualmente adulterado.
Por isso, o TCU exige laudo meteorológico para comprovação de índice pluviométrico acima do
normal. Japur (2013) resume os acórdãos do TCU sobre esse tema:
Há casos em que o “fator chuva” ensejará a extensão do prazo de execução da obra por meio
de aditivo contratual. Assim ocorre quando o índice pluviométrico ocorrido durante a
execução da obra é de intensidade superior ao índice pluviométrico histórico e
estatisticamente considerado normal para o mesmo período e região. Todavia, a
excepcionalidade do índice pluviométrico deverá ser demonstrada por meio de laudo
meteorológico que comprove a anormalidade de chuvas no período do contrato, tal qual
converge o posicionamento do Tribunal de Contas da União.
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externo, como a escavação ou a terraplanagem. Além disso, deve-se considerar o impacto do atraso
pelo método do caminho crítico, já que várias atividades possuem folgas, podendo ser impactadas
pela chuva sem alterar o prazo de execução da a obra como um todo. Com base no cronograma
físico-financeiro e no caminho crítico, tem-se o progresso esperado da obra e os desembolsos a
serem realizados em cada data.
Perceba que, após todas essas comprovações, se a construtora não tivesse direito ao equilíbrio
econômico-financeiro, entre os prejudicados, ao final, estaria o próprio órgão contratante (o
governo), pois se as construtoras tivessem que arcar com todos esses eventos extremos em suas
propostas durante a licitação, como a previsão do risco de uma chuva anormalmente alta, esses
custos seriam incluídos no valor das propostas de todos os licitantes, aumentando o preço cobrado
ao Poder Público. Assim,
... assegura-se ao particular que, se vier a ocorrer o infortúnio, o acréscimo de encargos será
arcado pela Administração. Em vez de arcar sempre com o custo de eventos meramente
potenciais, a Administração apenas responderá por eles se e quando efetivamente
ocorrerem.44
44
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 11ª Edição. São
Paulo: Dialética, 2005.
127
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Dados meteorológicos
Deve ser previamente Chuva extraordinária
justificada deve ser comprovada por:
Toda prorrogação de Análise do caminho
contrato crítico
Prezar pela Manutenção
Aumento de custos como
do equilíbrio econômico-
de Adm. Local
financeiro inicial
Multa de mora
Atraso injustificado
Pode rescindir contrato
Órgão contratante
unilateralmente
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Caso haja atraso da fiscalização em emitir a ordem de serviço, o prazo de execução da obra
poderá ser afetado diretamente, o que justificaria uma possível dilação de cronograma.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: é um clássico caso de atraso por parte da administração pública, pois é de sua
inteira responsabildiade emitir a ordem de comando para o ínicio da obra pela construtora. Se
a administração atrasar na emissão dessa ordem, deve-se conceder à contratada uma
prorrogação proporcional ao conograma contratado, ou seja, uma dilação do cronograma,
assim como diz a afirmativa.
Gabarito: “Certo”.
Durante a construção de um prédio público, a execução das escavações das fundações foi
prejudicada por chuvas de verão, cujo índice pluviométrico foi muito acima da média histórica,
o que causou retrabalhos e atraso na execução da obra. O contratado registrou o fato no diário
de obras e pleiteou um aditivo contratual de dilação de prazo e aumento de custos, pois o
serviço compunha o caminho crítico da programação da obra.
O registro no diário de obras será suficiente para garantir ao contratado a dilação de prazo de
execução, dispensando-se a apresentação de boletins meteorológicos e a análise de
cronograma.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: o diário de obras não atesta condição meteorológica, embora seja uma
importante fonte de informações sobre o contexto da obra, fornecendo inclusive informações
sobre as condições de tempo. Não pode a administração confiar simplesmente em um diário
de obras para atestar a pluviometria em uma região, havendo fontes muito mais seguras para
a obtenção dessa informação. Assim, deve a administração se basear em boletins oficiais de
condições meteorológicas para se decidir com base fática sobre a condição da precipitação
verificada em uma obra, decidindo se a intensidade verificada é normal ou extraordinária.
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Portanto, não se dispensam boletins metorológicos, nem o impacto da chuva em cada tarefa
do cronograma, visto que o impacto sobre atividades em ambientes cobertos ou com pouca
interferência com o meio externo é menor.
Gabarito: “Errado”.
Durante a construção de um prédio público, a execução das escavações das fundações foi
prejudicada por chuvas de verão, cujo índice pluviométrico foi muito acima da média histórica,
o que causou retrabalhos e atraso na execução da obra. O contratado registrou o fato no diário
de obras e pleiteou um aditivo contratual de dilação de prazo e aumento de custos, pois o
serviço compunha o caminho crítico da programação da obra.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: Se foi comprovado que choveu mais do que a média histórica, tem-se uma chuva
extraordinária naquela região. É ainda dito que o serviço estava no caminho crítico, ou seja,
com folga nula, e que se tratava de escavação, que sabemos ser uma atividade muito
impactada pela chuva. Logo, não há dúvida que trata-se de um atraso que não depende da
construtora, mas causado por força maior, resultado de índices pluviométricos anormais. Logo,
há plenas justificativas técnicas para o retrabalho, ao contrário do que diz a afirmativa.
Gabarito: “Errado”.
A questão a seguir contém uma redação que pode te confundir, infelizmente estamos
sujeitos a esse tipo de problema nos concursos. Portanto, se você errar, não foque no erro,
mas tente aprender com ele.
Uma empresa, contratada pela administração pública para construir uma edificação, deparou-
se com problemas relacionados à altura do lençol freático — informação que já constava do
boletim de sondagem do projeto básico. Como esses problemas estavam causando atrasos
significativos na fase de execução do subsolo e, por conseguinte, no cronograma de execução
da obra, a empresa contratada solicitou um aditivo contratual de reequilíbrio econômico-
financeiro bem como a prorrogação do prazo de execução para compensar o prejuízo causado
pelo problema em questão.
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Nessa situação, considerando que os prejuízos e os atrasos previstos no projeto básico estejam
corretamente calculados, caberá à fiscalização, ao analisar as solicitações,
a) negar o pedido para a dilação do prazo, mas permitir a inclusão de aditivo contratual.
b) negar os dois pedidos, mas não aplicar penalidade em razão do atraso na execução da obra.
d) aceitar tanto o pedido para a dilação do prazo quanto para a inclusão de aditivo contratual.
e) aceitar o pedido para a dilação do prazo, mas negar o pedido para inclusão de aditivo
contratual.
Comentário: o enunciado disse que a informação alegada pela empresa para pleitear
prorrogação do prazo da obra, que é a altura do lençol freático, já estava disponível no projeto
básico da licitiação. Portanto, a construtora deveria ter considerado essa informação no
momento de se planejar os serviços de fundação da edificação, estipulando um prazo maior
para sua execução. Trata-se, pois, de erro de planejamento da construtora. Perceba que o
pedido de reequilíbrio econômico-financeiro foi causado pelo mesmo erro (problemas
relacionados à altura do lençol freático), de culpa da própria construtora. Portanto, não faz
nenhum sentido postergar a obra, nem se aumentar a remuneração da empresa, uma vez que
não houve nenhuma erro da administração pública ou fato extraordinário.
As únicas alternativas que apresntam a possibildiade de negar os 2 pedidos são a “b” e a “c”.
Vamos então analisar essas alternativas:
b) Como a questão foi clara em mostrar que houve apenas erro da contratada, deve-se aplicar
penalidade à construtora, ao contrário do que diz a alternativa. Errado.
Gabarito: “c”.
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Para concluir essa obra antes do prazo, a contratada poderia antecipar o cronograma de
execução sem autorização da fiscalização.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Errado”.
Cuidado, essa questão a seguir apresenta uma redação confusa. Você ainda não estudou
recebimento definitivo, porém esse conceito não prejudica a possibilidade de resolução da
questão.
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b) Os boletins de medição devem ser suportados por memórias de cálculo, podendo, para o
cálculo dos volumes no caso dos cortes, ser aplicado o método das áreas, fazendo-se o
levantamento topográfico das seções transversais finais de forma solidária com as referências
de nível que referenciam as seções primitivas, com as quais as seções transversais finais serão
comparadas.
a) o aumento do insumo em uma obra reajustada por um índice setorial deverá ser reposto
por meio de reajuste contratual feito por apostilamento, e não por termo aditivo, pois o
aumento do custo do insumo reflete o custo dos produtos na economia, cujo indicador é a
inflação, seja setorial ou de toda a economia. Dessa forma, o índice de reajuste da obra irá
também aumentar com a variação do preço do insumo, gerando o direito de uma maior
remuneração para os serviços executados.
Um termo aditivo se justificaria caso houvesse aumento do objeto contratado, seja por
alteração qualitativa ou quantitativa. A afirmativa ainda menciona a necessidade de alteração
do preço do insumo asfáltico em todas as composições de custo unitário, o que não é verdade,
133
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c) O recebimento da obra pela administração não significa nenhuma quitação plena. Caso se
descubram defeitos na edificação causados por má execução da obra, a construtora é
responsável por sanar cada um dos defeitos. Não é sem motivo que o CREA exige ARTs em uma
obra, sendo justamente para se ter rastreabilidade dos responsáveis de cada atividade da obra.
Errado.
d) O Art. 2º da Lei 10.192/2001 diz que são admitidos pagamentos de reajuste para contratos
com duração igual ou superior a 1 ano. Contudo, a Lei 8.666/93 estipula que o índice de
reajuste deve incidir desde a data da apresentação da proposta ou do orçamento a que a
proposta referir. Contudo, o enunciado menciona apenas a data do orçamento de referência
(março de 2014), sem explicitar se o edital definiu essa data ou a da proposta como sendo o
início da contagem do transcurso de 1 ano para o reajuste.
Lendo agora a afirmativa, devemos lembrar que a lei 8.666/93 não diz que a data de assinatura
do contrato é referência para a consideração de 1 ano para o pagamento de reajuste, não
havendo essa necessidade de se respeitar o prazo de 1 ano da assinatura do contrato, mas
sim 1 ano da data da proposta ou do orçamento a que ela se referir. Por isso, a afirmativa está
errada.
Gabarito: “b”.
Durante a construção de um prédio público, a execução das escavações das fundações foi
prejudicada por chuvas de verão, cujo índice pluviométrico foi muito acima da média histórica,
o que causou retrabalhos e atraso na execução da obra. O contratado registrou o fato no diário
de obras e pleiteou um aditivo contratual de dilação de prazo e aumento de custos, pois o
serviço compunha o caminho crítico da programação da obra.
134
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( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
Além do reajuste, há um outro instrumento para recompor o valor do contrato por causa do efeito
da inflação, que é a repactuação de preços, sendo didaticamente explicado pelo TCU no acórdão a
seguir:
19. Tanto o reajustamento de preços quanto a repactuação dos preços visam a recompor a
corrosão do valor contratado pelos efeitos inflacionários. A diferença entre o reajustamento
de preços até então utilizado e a repactuação reside no critério empregado para a sua
consecução, pois na primeira opção vincula-se a um índice estabelecido contratualmente e
na segunda, à demonstração analítica da variação dos componentes dos custos.45
A diferença entre esses 2 conceitos também está presente nos contratos a que eles se aplicam:
...o reajuste de preços é a reposição da perda do poder aquisitivo da moeda por meio do
emprego de índices de preços prefixados no contrato administrativo. Por sua vez, a
repactuação, referente a contratos de serviços contínuos, ocorre a partir da variação dos
componentes dos custos do contrato, devendo ser demonstrada analiticamente, de acordo
com a Planilha de Custos e Formação de Preços46
Como os índices de inflação englobam muitas vezes um conjunto muito amplo de produtos e
serviços, mesmo os índices setoriais, eles não refletem exatamente a realidade de custos de um
contrato específico. Esse é particularmente o caso dos chamados contratos de prestação
continuada, que são aqueles com duração superior a 1 ano e que apresentam demanda permanente
para sua execução.
45
Acórdão 1.563/2004 do Plenário do TCU
46
Acórdão 1.827/2008-Plenário do TCU
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Quer um exemplo de serviço de prestação continuada? A atividade de limpeza, pois sempre será
necessário limpar os edifícios públicos. Outros exemplos são vigilância, segurança, informática,
recepção, reprografia e telecomunicações. Quer um exemplo típico da engenharia? Manutenção
predial (como, por exemplo, troca de lâmpadas e consertos hidráulicos), manutenção de rodovias,
manutenção de postes de iluminação, etc.
Em geral, os contratos de prestação continuada possuem a maior parte do seu custo atrelada à mão
de obra, gastando-se pouco com materiais. O intuito de se criar a repactuação foi o de evitar que o
reajuste por um índice inflacionário como, por exemplo, o IPCA, levasse a um percentual de reajuste
superior àquele real que ocorreu no contrato ao ser reajustado. O motivo para essa diferença é que
os custos dos contratos nem sempre são os mesmos custos analisados em um dado indicador da
inflação, como o IPCA. Em contratos de prestação continuada, em que há geralmente predominância
de custos de mão de obra, a distorção se acentua.
Imagine um contrato de limpeza em um prédio público de grande porte. Pelo objeto deste contrato,
sabemos que seu principal custo será a mão de obra. Contudo, vamos supor que não se observou a
136
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decisão do TCU para se recompor o valor do contrato por repactuação, tendo sido acordada a prática
de reajustamento com base no índice de inflação chamado IGPM (Índice Geral de Preços do
Mercado), que mede os custos de uma cesta de produtos que representa simplificadamente a
economia.
Caso haja uma alta súbita no salário mínimo, o IGPM aumentará um pouco, mas não na mesma
intensidade que o custo dessa empresa de limpeza que depende muito de mão de obra. O motivo
da disparidade é que o índice (IGPM) inclui uma série de outros itens além do salário para se fazer a
média ponderada que resulta no IGPM final. Esses outros itens diluem o efeito da mão de obra no
indicador.
Nesse caso, a repactuação de preços é uma solução para repor os efeitos do aumento do salário
mínimo, pois serão analisados os principais custos daquele contrato, incluindo logicamente o custo
de mão de obra. Na prática, quando se analisa a repactuação, é comum limitar os custos do contrato
à faixa A da curva ABC, correspondendo a 80% do custo total. Analisa-se o que aconteceu com a
soma de custos da faixa A, verificando se de fato ocorreu acréscimo ou não de custos acima da
inflação. Em geral, enquanto alguns custos aumentam, outros diminuem, sendo um fenômeno
normal da economia, pois reflete o dinâmico equilíbrio entre demanda e oferta.
Você sabia que o conceito de repactuação não deriva da lei? Procure pela palavra
repactuação na lei 8.666/93 e você não encontrará nada. Trata-se de uma forma de
reajustamento criada pelos atos normativos do Poder Executivo. Devido à falta de lei para
definir a repactuação, utiliza-se como um balizador para a sua aplicação a jurisprudência
do Tribunal de Contas da União.
Um exemplo de fator que pode prejudicar o equilíbrio entre custos e receitas de um contrato de
prestação continuada seria um substancial aumento do salário de apenas uma categoria de
funcionários, acima do aumento do poder de compra da sociedade naquele período. Nesse caso,
seria necessário um reequilíbrio econômico-financeiro por meio da repactuação quando decorrer o
prazo mínimo de 12 meses, pois haveria aumento de custos da empresa com uma alta súbita nos
salários de parte de seus funcionários, como, por exemplo, um aumento muito grande para as
categorias do pessoal da limpeza.
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O motivo da repactuação se basear na análise dos custos que formam o preço do serviço contratado
é que, em alguns contratos, pode-se comprovar que reajustes salarias aumentaram os custos para
a empresa, sem esse aumento ter sido considerado no índice de inflação. Contudo, essa efetiva
comprovação deve considerar todos os componentes do custo, pois frequentemente alguns custos
decrescem, enquanto outros aumentam.
Se houver comprovação do aumento de custos sem reposição pela fórmula de reajuste do contrato,
haveria sim prejuízo para a empresa, devendo, depois de decorrido o prazo de 1 ano do último
reajuste do contrato, proceder-se ao reequilíbrio econômico-financeiro do contrato. Veja o que diz
o TCU sobre esse prazo mínimo:
8.1 - os preços contratados não poderão sofrer reajustes por incremento dos custos de mão-
de-obra decorrentes da data base de cada categoria, ou de qualquer outra razão, por força
do disposto no art. 28 e seus parágrafos da Lei nº 9.069/95, antes de decorrido o prazo de
um ano, contado na forma expressa na própria legislação;
Esse item 8.1 aborda a necessidade de respeito ao princípio da anualidade para se reajustar
contratos, ou seja, ao prazo mínimo de 1 ano, que a lei 8.666/93 define ser a partir da data da
proposta ou do orçamento a que a proposta se refere.
(...)
9.1.6. nas hipóteses previstas nos itens 9.1.3 e 9.1.4 deste Acórdão, a repactuação poderá
contemplar todos os componentes de custo do contrato que tenham sofrido variação,
desde que haja demonstração analítica dessa variação devidamente justificada, conforme
preceitua o art. 5° do Decreto 2.271/97;
O que o TCU disse é que o simples aumento dos salários dos funcionários em contratos de prestação
de serviços de natureza contínua não garante por si só o direto ao reequilíbrio econômico-financeiro
47
Acórdão 1.563/2004 do Plenário do TCU
138
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O Decreto 2.271/97 citado pelo TCU foi revogado, dando lugar ao decreto 9.507/2018, que definiu,
para contratos de prestação de serviço de natureza continuada, as seguintes formas de
recomposição de valor:
Perceba que a palavra “reajuste” é utilizada genericamente para designar repactuação e também o
reajuste por índices, algumas vezes chamado só de “reajuste”. Assim, pode haver confusão na hora
de se mencionar reajuste, por não se detalhar ser o reajuste por índices ou o reajuste pelo método
da repactuação (Figura 15).
Reajuste
Reajuste por
índices
Repactuação
(também chamado
reajuste)
Ao contratar um produto ou serviço que terá prestação de mais de 1 ano, é dever da administração
prever, no edital da licitação e no contrato, os critérios de reajuste ou repactuação do valor do
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contrato, pois a recomposição do valor da inflação é um direito de ambas as partes, já que os preços
na economia podem aumentar ou reduzir. O TCU já decidiu nesse sentido:
...o estabelecimento dos critérios de reajuste dos preços, tanto no edital quanto no
instrumento contratual, não constitui discricionariedade conferida ao gestor, mas sim
verdadeira imposição, ante o disposto nos arts. 40, inciso XI, e 55, inciso III, da Lei 8.666/93,
ainda que a vigência prevista para o contrato não supere doze meses.48
A recomposição é mais ampla do que reajuste em sentido geral, pois ela corresponde à alteração do
valor do contrato, refletindo não somente o poder de compra, mas também os encargos
(obrigações) da empresa, ou seja, a obra ou serviço a serem executados. A recomposição é também
chamada de reequilíbrio econômico-financeiro em sentido amplo.
Além do reajuste, há um outro tipo de recomposição chamado revisão, que se destina aos casos de
ocorrência de fatos extraordinários e extracontratuais, bem como o fato do príncipe. Logo, um
exemplo de revisão seria quando há aumento de impostos que não era possível de se prever na
época de assinatura do contrato, mas com consequências diretas sobre os custos da empresa
contratada. A revisão aparece na lei 8.666/93 no seguinte trecho:
Na revisão, deve-se calcular o impacto de um evento nos custos da empresa envolvendo todos os
custos do contrato, da mesma forma que na repactuação. Logo, analisam-se todas as componentes
48
Acórdão nº 2.205/2016 do Plenário do TCU
49
Art. 65, II, d) da Lei 8.666/93
140
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Reajuste e repactuação são utilizados para cobrir os mesmos riscos, porém através de métodos
diferentes. Ambos cobrem o “risco relativo à possível ocorrência de um evento futuro desfavorável,
mas previsível ou suportável, por ser usual no negócio efetivado” (DINIZ, 1998), sendo a inflação o
grande exemplo deste risco. Dessa forma, se a construtora não consegue suportar os impactos
inflacionários durante 1 ano, até conseguir o reajuste de seu contrato, ela não possuirá condições
financeiras suficientes para participar de uma licitação de uma obra com duração superior a 1 ano.
Por outro lado, a revisão busca proteger o contrato de fatores anormais da economia, da sociedade
e do ambiente, causados por eventos posteriores à apresentação das propostas na licitação, ou seja,
fato novo que não era previsível no momento da precificação do objeto licitado. Em alguns casos
excepcionais, a revisão pode se aplicar a fatores previsíveis com consequências incalculáveis, porém
não iremos neste grau de detalhe, por não ser cobrado em concursos de engenharia na parte de
50
Art. 65, § 6º da Lei 8.666/93
141
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conhecimentos específicos. Importante ainda saber que, geralmente quando uma questão
menciona o reequilíbrio econômico-financeiro sem especificar se é em sentido amplo ou restrito,
refere-se geralmente à revisão.
Essas 3 ferramentas (reajuste por índices, repactuação e revisão), que no meio jurídico chamamos
pelo jargão de institutos, buscam, em sentido amplo, manter o equilíbrio econômico-financeiro do
contrato, ou seja, recompor o valor do contrato, perante a multiplicidade de riscos que uma
empresa assume quando é contratada pela Administração Pública. Tomando por base a doutrina e
o acórdão do 1563/2004 do Plenário do TCU, podemos elaborar o esquema que se segue:
142
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Índices
Reajuste
Análise do contrato
com um todo
Efeitos da inflação
Só é possível para
serviços contínuos com
Repactuação
dedicação exclusiva de
mão de obra
143
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CESPE - CGM João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno - Infraestrutura – 2018
Uma das tarefas do controle interno, no que diz respeito às obras públicas, é a avaliação da
correta aplicação dos recursos públicos. Para isso, são considerados objetos de análise, entre
outros, os editais, os contratos, os termos aditivos, os projetos de engenharia, as medições e
os diários de obra. A respeito da fiscalização de obras civis, julgue o item subsecutivo.
Os incrementos de mão de obra ocasionados pela data-base de cada categoria profissional não
constituem fundamento para a alegação de desequilíbrio econômico-financeiro.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: o acórdão do TCU que vimos diz que o incremento do custo de mão de obra não
é justificativa para alegação de desequilíbrio econômico-financeiro, pois é necessário
repactuação com base nas várias componentes do custo do objeto contratado. A afirmativa
lida isoladamento pode parecer confusa, por isso, você deve lembrar dessa frase do acórdão
do TCU para guiar sua interpretação sobre a intenção da banca nessa questão.
Gabarito: “Certo”.
Essa questão tem 2 alternativas corretas e foi anulada por esse motivo. Vamos tentar fazê-
la?
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O termo “compulsória” utilizado, a princípio, está correto, pois, no caso de se provar ser a
revisão necessária, a administração tem que rever o contrato, já que trata-se de um direito das
Partes que perante o contrato. Errado.
d) O reajuste é feito por simples apostilamento, não precisando de termo aditivo, visto que não
se altera o contrato subtancialmente. Pelo contrário, trata-se de um risco previsível no
momento da contratação, afinal, a inflação sempre existiu. Errado.
e) O art. 65, § 1º da Lei 8.666/93 prevê que os limites de 25% para obras e 50% para reformas
aplicam-se sobre o valor do contrato atualizado, que é o valor corrijido pela inflação. Portanto,
o valor do reajuste interfe sim no cálculo do limite de 25% de aditivo. Certo.
Gabarito: “c”,“e”.
CESPE - Pref João Pessoa – Auditor Municipal de Controle Interno - Infraestrutura - 2018
Uma das tarefas do controle interno, no que diz respeito às obras públicas, é a avaliação da
correta aplicação dos recursos públicos. Para isso, são considerados objetos de análise, entre
outros, os editais, os contratos, os termos aditivos, os projetos de engenharia, as medições e
os diários de obra. A respeito da fiscalização de obras civis, julgue o item subsecutivo.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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Comentário: a revisão deve ser feita com base em todas as componentes de custo possível,
pois a consideração individualizada de um custo pode não representar bem a realidade do
contrato, uma vez que os custos na economia flutam, refletindo o equilíbrio de oferta e
demanda. Assim, alguns custos aumentam, enquanto outros reduzem. Uma prática corrente é
fazer a revisão contratual com base na faixa A da curva ABC, por representar 80% dos custos
do objeto contratado. Portanto, a alterantiva está errada em prever a revisão com base em um
só insumo.
Gabarito: “Errado”.
Uma ferramenta de auditoria que vimos na aula de planejamento é a curva ABC, que classifica os
insumos ou serviços da obra em ordem decrescente de representatividade quanto ao valor orçado
da obra. O trabalho de auditoria nessa curva pauta-se pelo princípio de Pareto ao se selecionar
apenas para fiscalização os itens da curva A, que representam 80% do valor, enquanto sua
quantidade limita-se a 20% do total de insumos ou serviços. Com isso, o auditor poupa recursos para
concentrar em um exame detalhado daquilo que mais importa.
Em obras é também comum a existência de serviços não previstos no SINAPI, que podem ser
considerados no orçamento, desde que sujeitos a pesquisa de preços com no mínimo 3 propostas
completamente detalhadas pelo fornecedor. Logicamente, esse também deve ser um dos focos do
fiscal em uma auditoria, já que se concede maior liberdade ao orçamentista permitindo a fixação de
preços com base apenas em 3 cotações. O importante nesse caso é que o auditor verifique se o valor
do orçamento que provém dos fornecedores foi de fato o valor contratado na obra.
Nesse caso de acréscimo de insumos não previstos no SINAPI, o auditor deve solicitar todas as
cotações desses insumos e que foram adotados pelo orçamentista. Dessa forma, permite-se à
fiscalização checar a conformidade da precificação em uma área vulnerável da orçamentação, já que
nem SINAPI nem outros sistemas de preços públicos conseguem prever e balizar todos os insumos
existentes em uma obra.
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na obra em uma mesma base. Imagine a confusão que seria para o auditor comparar um custo de
aço do orçamento, já incluídos impostos, mas sem frete, com o custo do mesmo aço no contrato
firmado pela obra, com impostos e frete juntos, sem discriminação do preço de cada item.
A respeito dos procedimentos adotados nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: questão bem didática, pois mostra a cautela e capacidade de priorização que
deve ter o auditor em uma obra. Deve-se atentar aos detalhes do contrato, quantidade e forma
de fornecimento, bem como impostos, seguro, para se comparar os custos orçamentários e
reais em uma mesma base. Além disso, muitas vezes o desvio observado está no pagamento
de uma quantidade de material superior à necessária no projeto.
Gabarito: “Certo”.
SOBREPREÇO E SUPERFATURAMENTO
Você sabe o que é o famoso sobrepreço? Em geral, os preços praticados em um orçamento de uma
obra devem refletir o custo unitário de referência do SINAPI, seguindo a conhecida regra que vimos
na aula de orçamentos do Decreto Presidencial 7.983/2013 que diz, resumidamente: os preços de
referência de obras, exceto as de transporte, devem ser menores ou iguais às medianas dos seus
equivalentes no SINAPI.
147
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A lei 13.303 de 2016 diz que o sobrepreço ocorre quando o preço orçado para uma licitação ou o
preço contratado pelo governo após a licitação é superior ao preço de mercado. Esse sobrepreço
pode incidir sobre 2 componentes diferentes da obra ou atividade fiscalizada:
✓ Valor unitário da obra ou serviço, no caso de licitação ou contratação por preço unitário;
✓ Valor global da obra ou serviço, no caso de licitação ou contratação por preço global.
Em contrato a preços unitários, não há fixação rígida de quantidades, sendo o parâmetro regulador
de preço o seu valor unitário. Em contraponto, em contratos por preço global, a administração
contrata o objeto como um todo, independentemente da forma que a construtora fará sua
execução, desde que respeite a legislação vigente.
Logo, no caso do contrato a preço global, em que não se analisa custo para cada serviço,
bastará que se encontre uma diferença de custo como o valor de mercado para se atestar um
“sobrepreço”?
Não, pois é natural haver diferenças entre os custos unitários, já que as empresas que vão participar
da licitação vão planejar a obra de forma diferente, inclusive as compras de materiais. Porém, ao se
orçar a mesma obra contratada com os custos unitários do SINAPI, o preço global resultante (o preço
total ao final), que é o preço de referência, deverá estar próximo do preço contratado.
A premissa básica por trás dessa consideração é que o preço global pelo SINAPI reflete o preço de
mercado. Caso o preço contratado esteja injustificadamente acima do orçado pelo SINAPI, haverá
sim sobrepreço.
Como essas definições constam da lei 13.303/2016, que se aplica somente a empresa pública,
sociedade de economia mista e suas subsidiárias, não podemos aplicar diretamente esses conceitos
a qualquer caso. Por isso, temos que lançar mão da jurisprudência existente, que por sorte nossa,
caminha em sentido próximo do conceito presente na lei 13.303/2016. Vamos ver a decisão do TCU
que embasa essa constatação?
“A jurisprudência deste Tribunal tem considerado que os preços medianos constantes do Sistema
Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi) são indicativos dos valores
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A expressão “injustificadamente” faz todo sentido nessa decisão, pois o orçamentista do contrato
ganhador da licitação tem todo o direito de justificar a diferença de preço, uma vez que a obra
precificada possui várias particularidades, bem como o preço reflete uma série de atributos da
negociação, incluindo a capacidade de pagamento da empresa que solicita a cotação ao fornecedor.
Afinal de contas, um fornecedor irá orçar bem alto um produto para uma construtora em
recuperação judicial, já que esse fornecedor pode eventualmente considerar arriscado o
recebimento do pagamento.
• Pagamento pelo valor corretamente contratado, mas tendo sido executada uma quantidade
física menor do que a aprovada na medição.
✓ Ex: paga-se por 100% do serviço, mas é entregue apenas 80% do serviço pela
construtora;
• Pagamento pelo valor superior ao contratado, mas tendo sido executada a mesma
quantidade física prevista no contrato.
51
TCU. Acórdão nº 618/06, Plenário. Rel. Min. Marcos Bemquerer Costa. DOU, 02 maio 2006
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✓ Ex: paga-se por 120% do preço global de referência do governo (ex: SINAPI), sendo
entregue 100% do serviço contratado.
Essa lista de tipos de superfaturamentos não acaba aqui, pois a possibilidade de se ter
pagamentos ao contratado a mais do que o valor devido pode estar relacionada a uma variedade
muito grande de causas. Portanto, com o tempo vão surgindo novos conceitos, bem como
questões que trazem superfaturamentos que podem não se encaixar 100% em um dos tipos
listados acima.
150
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Imagine por exemplo um serviço de aterro feito sobre um terreno que se imaginava em um nível
X, mas depois se descobre, ao chegar ao campo, que o terreno está em um nível 1 metro acima
de X. Nesse caso, o aterro necessário se reduz, pois a sua altura será cerca de 1 metro menor do
que a prevista. Veremos em detalhe esse exemplo em uma das questões.
Medição de Qtds
> executadas no
campo
Serviços pagos,
Dano ao mas com BAIXA
patrimônio qualdiade
causado por
Desequilíbrio
Alterações no
econômico-
orçamento ou
financeiro do
serviços de
contrato em
engenharia que
favor do
provoquem
contratado.
Valoers Serviços
Maiores: iniciais
Superfatura- Jogo de
mento cronograma
Valores
Serviços finais
Menores
Medição de Qtd
Quantidade
> contratada
Falta
Alteração de
reequilíbrio
Principais tipos metodologia
econômico-
executiva
financeiro
Gera
Obra com
medições de
Por preços sobrepreço tem
preços > do
excessivos contrato
valor de
assinado e
mercado
Distorção de
quantidades em
Jogo de planilha
favor do
contratado
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Há uma outra prática chamada de subfaturamento, que pode consistir em uma infração tributária,
em que se registram faturas com preço abaixo do real, buscando-se o pagamento de menos
impostos. Em obras, pode-se ter o subfaturamento com preços unitários muito abaixo dos preços
de mercado ou no registro de quantidades medidas abaixo das contratadas. Um exemplo seria a não
execução de todas as quantidades previstas para um serviço pela construtora, por esse serviço não
fornecer lucratividade.
Contudo, saiba que não se comprova subfaturamento simplesmente dizendo-se que um valor de
uma proposta está abaixo do praticado no mercado. É necessário ir além, comprovar que o custo
incorrido ou a quantidade executada foi de fato superior ao registrado. Afinal, a proposta de baixo
valor de uma construtora pode refletir ociosidade de equipamentos em seu pátio, busca estratégica
por adentrar em um novo setor da construção, ou mesmo otimizações de métodos construtivos que
ela visualiza no momento da elaboração da sua proposta.
Existe ainda o chamado jogo de planilha, prática vedada, consistindo em 2 atividades executadas ao
mesmo tempo pela construtora em sua proposta na licitação, atribuindo:
• Preços muito baixos para serviços que a empresa já sabe no momento da licitação que serão
executados em quantidades insignificantes;
• Preços muito altos para serviços que são contratados em quantidades inferiores à necessária,
mas que serão posteriormente acrescidos via termo aditivo.
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Preço alto
• Serviços em pequena
Jogo de planilha
quantidade
• Serão aumentados depois de
contratada a obra
Preço baixo
• Serviços em grande quantidade
• Precisarão ser executados em
quantidade bem inferior à
prevista
O MERGULHO DE PREÇOS
Há uma prática comum em empresas de oferecer preços muito baixos e apostar que, depois de
contratadas, terão condições de renegociarem o contrato por meio de termos aditivos, aumentando
o preço contratado e melhorando a lucratividade do empreendimento. Essa estratégia é chamada
na doutrina de mergulho de preços, sendo denominada pela lei 8.666/93 de proposta inexequível,
ocorrendo quando a licitante apresenta preços muito abaixo dos custos orçados pela administração
pública. O valor proposto chega a ser inferior ao valor de mercado, muito vezes sendo praticado por
empresas que são novas no mercado ou que, no caso de critério técnica e preço, não apresentam
boa pontuação técnica.
A lei 8.666/93 define que a proposta que será considerada inexequível será desclassificada na
licitação. É ainda definido que a proposta inexequível devido a preços abaixo do custo orçado será
aquela inferior a 70% do menor dos seguintes valores:
• Média das propostas acima de 50% do valor orçado pelo órgão contratante;
• Custo orçado pela administração.
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Para você ter mais sensibilidade sobre essa definição de uma proposta inexequível em relação ao
preço abaixo do valor orçado, imagine que 4 construtoras tenham oferecido as seguintes propostas
para uma obra orçada pelo Governo em R$ 100 milhões: R$40, R$ 60, R$ 70 e R$ 80 milhões de reais.
Vamos aplicar as 2 condições previstas na lei 8.666/93:
• Média das propostas acima de 50% do valor orçado pelo órgão contratante;
✓ 50% do valor orçado corresponde a R$ 50 milhões. Uma das propostas é inferior a esse
valor, não podendo ser utilizada no cálculo da média, enquanto as demais são todas
superiores a 50 milhões. Logo, a média dessas propostas será:
60 + 70 + 80
𝑀é𝑑𝑖𝑎 = = 70 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠
3
• Custo orçado pela administração: R$ 100 milhões
O menor das 2 condições é R$ 70 milhões. A proposta será inexequível se houver algum valor inferior
a 70% de R$ 70 milhões, ou seja:
Como uma proposta é menor do que R$ 49 milhões, haverá uma desclassificação por
inexequibilidade neste certame, correspondendo à proposta de R$ 40 milhões. Quanto às outras
três propostas, deverão ser classificadas (aceitas) quanto a esse critério.
b) quantidade.
d) jogo de planilha.
e) preços excessivos.
154
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-Alteração de metodologia executiva é a execução da obra por método mais barato sem o
devido reequilíbrio econômicof financeiro do contrato.
-A prática de preços excessivos é o sobrepreço em obra contratada, que gera medições com
serviços sendo pagos em valores acima do de mercado.
Gabarito: “d”.
Em uma licitação, quando todos os preços unitários propostos por uma empresa encontram-
se abaixo dos previstos pela Administração, e os preços dos serviços do final da obra são
cotados com reduções expressivas de valores em relação ao orçamento base, diz-se que a
proposta de preços pode estar com:
a) “jogo de cronograma”, pois após realizar os serviços iniciais com preços melhores, o
contratado pode pedir para aumentar os preços dos serviços restantes ou abandonar a obra;
b) “jogo de planilha”, pois a licitação da obra foi realizada a partir de projeto básico deficiente;
e) “mergulho de preços”, pois a legislação não permite que todos os custos unitários propostos
por uma empresa encontrem-se abaixo dos previstos pela Administração.
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a) o jogo de cronograma pressupõe serviços executados no início com maior margem de lucro
para a construtora e serviços sem execução ao final da obra, sendo esses de baixa margem de
lucro para a empresa. O enunciado mencionou que “todos os preços unitários propostos por
uma empresa encontram-se abaixo do previsto pela Administração”, o que é comum em
licitações e não indica um tipo de superfaturamento.
Contudo, o enunciado avança dizendo que “os serviços do final da obra são cotados com
reduções expressivas de valores em relação ao orçamento base”. A expressão serviços do final
da obra é uma referência clara ao jogo de cronograma, em que os serviços iniciais são
executados, deixando-se aqueles de baixa lucratividade para o fim, sem nunca se executar.
Trata-se de um referência direta ao jogo de cronograma, pois está se formando um passivo de
serviços de baixa lucratividade que ninguém aceitaria executar ao final da obra por aquele
preço, obrigando a adminitração a futuramente ter que conceder um termo aditivo para a
construtora ganhadora, uma vez que rescindir o contrato e fazer nova licitação somente para
um remancesente de obra implica grandes custos e prazos. Correto.
b) Não foi mencionado na questão que houve projeto básico deficiente, nem distorção nas
quantidades, que é um pressuposto para a existência do jogo de planilhas. Errado.
c) De fato pode ter ocorrido superfaturamento (do tipo por jogo de cronograma), mas não foi
devido a “custos unitários médios” “acima do valor de mercado”, e sim abaixo do valor de
mercado. Errado.
d) De acordo com o enunciado, os preços unitários não estão muito abaixo dos preços de
mercado ou da administração. O fato de todos os perços estarem abaixo do preço da
administração não indica subfaturamento, pois a licitação visa justamente à busca da solução
mais vantajosa para o Poder Público, incluindo aquela de menor custo. Da mesma forma, como
poderia a contratada paralisar uma obra por causa de um preço que ela mesma ofertou?
Portanto, a afirmativa está errada.
• Média das propostas acima de 50% do valor orçado pelo órgão contratante;
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Gabarito: “a”.
A respeito dos procedimentos adotados nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: essa questão do CESPE é bem clara em mostrar como o sobrepreço, a partir do
momento em que gera pagamento efetivo à construtora, acarreta danos ao patrimônio da
administração, que pagou um preço alto para ter poucos serviços ou produtos entregues. Desta
forma, tem-se a ocorrência de um subfaturamento seguido de pagamentos que geram um
superfaturamento.
Gabarito: “Certo”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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Comentário: se não foi corrigido o erro no nível do terreno, será medido um aterro muito maior
do que o necessário, pois o terreno foi considerado 2 m abaixo (nível previsto em projeto) de
sua posição real (primitiva). Veja a figura a seguir:
Perceba que a quantidade de serviço que se mediria sem a correção a ser feita pelo fiscal seria
superior à quantidade correta, ou seja, com a correção topográfica. Logo, haveria um dano à
administração, que pagaria por um serviço que não seria necessário, representando um
superfaturamento por se medir mais serviços do que o necessário.
Gabarito: “Certo”.
O valor do contrato de construção de determinado edifício público fora fixado em dez milhões
de reais. Na última medição, o engenheiro responsável pela fiscalização da obra constatou que,
embora algumas atividades estivessem atrasadas, a construtora já havia executado cinco
milhões de reais em serviços, valor que estava em conformidade com o previsto para ser
executado até aquele momento.
Com base nessa situação hipotética, julgue o seguinte item de acordo com a legislação vigente.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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informação alguma indicando que o preço orçado ou planejado está superior ao preço de
mercado, portanto, não podemos concluir que haja nem que não haja sobrepreço.
Gabarito: “Errado”.
Determinada licitante saiu-se vencedora de uma licitação com 20% de desconto em relação ao
orçamento-base da Administração, e com todos os preços unitários inferiores aos previstos
pela Administração. Numa análise mais aprofundada, observou-se que a proposta da licitante
adotou preços dos serviços da primeira metade da obra sem nenhum desconto em relação ao
orçamento-base, enquanto os serviços da segunda metade da obra foram cotados com 40% de
desconto. Dessa forma, é correto afirmar que:
c) mesmo que a construtora abandone a obra depois de executar a parte que lhe é
interessante, não há ocorrência de “jogo de planilha”, pois os valores pagos pelos serviços
executados estão todos com desconto em relação ao orçamento-base;
a) O fato de uma proposta estar com valor abaixo do preço de referência da licitação não
significa que se trata de uma solução mais vantajosa para o Estado, pois muitas há empresas
“aventureiras” que oferecem preços inexequíveis, ou que propõem preços apostando que a
administração pública terá que alterar o contrato no futuro. Pelos dados apresentados,
depreende-se o contrário, que há intenção clara de se antecipar valores, uma vez que os
serviços do início da obra estão com custo maior do que os do final. Errado.
159
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c) Essa alternativa está errada, pois não são todos os valores pagos pelos serviços executados
que estão com desconto, mas apenas aqueles da segunda metade da obra. Outro erro é o uso
do conectivo "pois", dando ideia de que esse desconto em todos os itens do orçamento é um
dos requisitos para se ter o jogo de planilha, já que o jogo de planilha pressupõe que haja
preços altos para uma parte pequena dos serviços, que serão posteriormente aumentados por
aditivo contratual.
d) Uma das evidências para se comprovar o jogo de cronograma é a verificação dos serviços a
preços significativos no início da obra e a preços abaixo de mercado ao seu final. Comprovar
preços abaixo do valor de mercado pode ser feito pela verificação dos serviços da metade final
serem inexequíveis ou não, nos termos da lei 8.666/93. Correto.
e) Há indícios de jogo de planilha, uma vez que se verifica maior peso do custo do projeto em
seu início, levando-se à possível formação de um passivo na segunda metade da obra, quando
grande parte do valor do contrato já terá sido pago. Portanto, não há que se falar que se trate
de um resultado regular. Errado.
Gabarito: “d”.
160
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objeto contratado. Nesse caso, a eventual publicidade prévia do valor estimado pela
administração pública prejudicaria a negociação com a empresa, pois esta saberia de
antemão o que o Poder Público considera como razoável para o orçamento da obra.
✓ Olhe o que diz a lei 12.462/2011 do RDC:
▪ Art. 6º Observado o disposto no § 3º, o orçamento previamente estimado para
a contratação será tornado público apenas e imediatamente após o
encerramento da licitação, sem prejuízo da divulgação do detalhamento dos
quantitativos e das demais informações necessárias para a elaboração das
propostas.
• Possibilidade de remuneração variada à contratada de acordo com seu desempenho, com
base em:
✓ Metas, padrões de qualidade, critérios de sustentabilidade ambiental e prazo de
entrega;
• Novos critérios de julgamento, como do maior retorno econômico.
Foi criado também com a lei do RDC um novo regime de execução indireta de obra:
A contratação integrada não é de livre escolha do administrador, devendo ser justificada técnica e
economicamente, demonstrando-se o atendimento a 1 dos seguintes requisitos:
161
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Podemos resumir esses 3 requisitos anteriores à inovação tecnológica (item I), técnica ou
metodológica (item II) e tecnológica de domínio restrito (item III). Portanto, a contratação integrada
é adequada quando se exige na obra certo grau de inovação em alguma componente desta obra.
Figura 16: grandes obras como de pontes podem ser construídas por diferentes metodologias construtivas,
cabendo ao licitante esta escolha na contratação integrada
Assim, a contratação com maior leque de opções de execução para o gestor público é o RDC, que
permite os seguintes regimes:
IV - empreitada integral; ou
162
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V - contratação integrada.
O impacto direto dessa exigência é que, quando o administrador optar pela empreitada por preço
unitário ou por tarefa no RDC, deverá justificar a inviabilidade da utilização dos 3 demais regimes. O
motivo é que a contratação nesses 2 regimes permite à administração licitar com base em projetos
básicos menos detalhados, uma vez que se aceitam eventuais pequenas variações nas quantidades
finais executadas. Com isso, a lei tentou reduzir o uso do regime de preços unitários e tarefa pela
administração pública, forçando a elaboração de projetos básicos os mais completos e detalhados
possível.
A licitação de uma obra que requer certo grau de inovação impõe à administração pública que
conceda às construtoras maior liberdade para poderem propor soluções que apresentem melhorias
de prazo, custo, manutenção, durabilidade, consumo energético, etc. Nesse caso, não haveria
sentido em se fixar todas as características da obra no projeto básico, sob pena de não se poder
inovar em nada, já estando a obra toda definida. Por isso, a contratação integrada deve ser licitada
com base em anteprojeto de engenharia, devendo o projeto básico ser desenvolvido pela futura
ganhadora da licitação.
O requisito de inovação relacionado à contratação integrada está presente na lei 13.303, que fez
questão de deixa-lo bem claro:
(...)
Contudo, essa maior liberdade para proposição de soluções, quando relacionada a metodologias
diferenciadas de execução, deve estar prevista no edital por critérios objetivos, conforme atesta a
lei 12.462/2011:
163
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Uma vez que a contratação integrada baseia-se em anteprojeto de engenharia, tem-se uma maior
imprecisão no objeto licitado por essa forma de contratação, sendo o orçamento calculado por uma
das 2 formas a seguir:
Quer saber por que o método de precificação com base no anteprojeto é tão pouco preciso? Olhe o
que disse o TCU:
“Em um projeto básico, tendo em vista o seu detalhamento, é viável a orçamentação com
base em todas as composições de custo unitário. Em um anteprojeto, por outro lado, existem
lacunas de dimensionamento de partes do projeto ainda não elaboradas – cada qual com o
seu preço. Costuma-se, então, utilizar procedimentos expeditos e paramétricos para o
balizamento preliminar de custos.”53
Mas o que seria um anteprojeto de engenharia? É um projeto que define com menos detalhes o
objeto a ser licitado, mas devendo incluir:
52
Art. 9º, § 3º da Lei 12462/2011
53
Acórdão nº 1.510/2013-Plenário do TCU
164
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Art. 36. É vedada a participação direta ou indireta nas licitações de que trata esta Lei:
I - da pessoa física ou jurídica que elaborar o projeto básico ou executivo correspondente;
II - da pessoa jurídica que participar de consórcio responsável pela elaboração do projeto
básico ou executivo correspondente;
III - da pessoa jurídica da qual o autor do projeto básico ou executivo seja administrador,
sócio com mais de 5% (cinco por cento) do capital votante, controlador, gerente, responsável
técnico ou subcontratado; ou
IV - do servidor, empregado ou ocupante de cargo em comissão do órgão ou entidade
contratante ou responsável pela licitação.
§ 1º Não se aplica o disposto nos incisos I, II e III do caput deste artigo no caso das
contratações integradas.
Embora a lei do RDC não proíba a participação de autor de anteprojeto em licitação por contratação
integrada, o Decreto nº 7.581/2011 proibiu essa possibilidade:
III - da pessoa jurídica na qual o autor do projeto básico ou executivo seja administrador, sócio
com mais de cinco por cento do capital votante, controlador, gerente, responsável técnico ou
subcontratado; ou
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II - é vedada a participação direta ou indireta nas licitações da pessoa física ou jurídica que
elaborar o anteprojeto de engenharia.54
Um ponto importante da contratação integrada é que são vedados termos aditivos, inclusive por
erros ou omissões por parte do contratado, já que o projeto básico é desenvolvido pela própria
empresa. As exceções são nas situações de:
Figura 17: A contratação integrada permitiu a contratação de obras complexas, como as de mobilidade
urbana, por meio de anteprojetos, transferindo vários riscos para a construtora.
54
Decreto nº 7.581/2011
166
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Como a contratada é responsável pelo projeto básico e executivo, qualquer erro nesses projetos
será de responsabilidade da empresa, não podendo ser objeto de termo aditivo.
No caso de contratação integrada com termos aditivos celebrados devido a alteração de projeto
solicitada pela administração, continua valendo o limite da lei 8.666/93 de 25% para obras e 50%
para reformas, conforme art. 9º, § 4º, II da Lei 12.462/2011 que remete ao trecho a seguir da lei
8.666/93:
A fim de se evitar problemas de mitigação ambientais não previstos em contrato, a lei do RDC
(12.462/2011) prevê que:
Algumas questões tentarão confundir o conceito de anteprojeto com o de projeto básico. A lei
12462/2011 diz que projeto básico deverá assegurar a viabilidade técnica e o adequado tratamento
do impacto ambiental do empreendimento. Assim, perceba que a viabilidade de todas as soluções
técnicas e ambientais de uma obra não será analisada na licitação por contratação integrada, pois
esta se baseia no anteprojeto, que traz menos informações do que o projeto básico. A viabilidade
técnica e ambiental do empreendimento é avaliada posteriormente pelo projeto básico a ser
desenvolvido pela construtora ganhadora da licitação.
55
Art. 65, § 1º da Lei 8.666/93
167
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Saiba ainda que a escolha entre qual regime de execução contratual seguir não é uma mera decisão
da administração, uma livre escolha. Ao contrário, a decisão deve se basear no interesse público e
ser motivada, uma vez que o tipo de regime de execução adotado altera a minuta do contrato, a
forma de medição, de elaboração de termos aditivos, etc. Saiba que não existe um regime de
empreitada melhor do que outro, havendo sim situações particulares em que um tipo revela-se
mais apropriado, mas sempre trazendo também riscos a seu cumprimento.
Foi ainda criado com a lei 13.303/2016 um outro regime de execução de obra chamado contratação
semi-integrada, que é um estágio intermediário entre o preço global e a contratação integrada, pois
é possível se definir as quantidades do objeto a partir de um projeto básico completo e detalhado,
porém existem diferentes metodologias e tecnologias de execução que podem ser aplicadas,
sendo, por isso, permitido à construtora modificar o projeto básico após a licitação, depois de
contratada.
Nesse caso, deve-se demonstrar a superioridade de eventual solução inovadora proposta, que
deverá ser previamente autorizada pela administração. A superioridade poderá se basear em menor
custo, menor prazo de execução, maior durabilidade, menor consumo energético, etc.
(...)
56
Art. 42, V da lei 13.303/2016
168
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Não confunda quando é mais adequado utilizar o regime de contratação semi-integrada e o regime
de empreitada por preço global, pois esta tem uma aplicação mais genérica do que a outra, que
necessita da existência de diferentes metodologias ou tecnologias para execução do objeto. Observe
o que diz a lei 13.303 sobre a aplicação desses 2 regimes:
(...)
II - empreitada por preço global, quando for possível definir previamente no projeto básico,
com boa margem de precisão, as quantidades dos serviços a serem posteriormente
executados na fase contratual;
169
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Figura 18: Comparação entre Contratação semi-integrada e Empreitada por preço global
As questões podem criar algumas exceções para tentar te confundir. Nesse caso, utilize o bom senso
e seu conhecimento. Olhe um exemplo:
Um dos requisitos para se utilizar a contratação integrada é a inovação. Como pode se aplicar um
regime voltado para a tecnologia em casos de urgência? O trabalho intelectual necessário a uma
inovação demanda tempo, ao contrário de uma situação de emergência como a da questão.
Portanto, não faz sentido a lei do RDC (Lei 12.462) e também a de empresa pública, da sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias (lei 13.303) prever uma situação de emergência para a
contratação integrada. Essas 2 leis possuem alternativas para situações de emergência e de
calamidade pública que não são nem por licitação, mas por contratação direta, como se estuda na
disciplina de Direito Administrativo. Portanto, a afirmativa dessa questão estaria errada.
170
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Restrião à
Aplica-se a algumas
publicidade do
obras de grande
orçamento
vulto
estimado
Aproxima práticas
Remuneração
da adm. privada á
variada
pública
Novos critérios de
julgamento
RDC
Necessita de
inovação
Contratação inclui a
elaboração do
projeto básico
Licitada com base Orçamento
em anteprojeto estimado
Criou a Contratação
integrada
Vedados por
Caso fortuito ou
omissão ou erros
força maior
do contratado
Termo aditivos
Solicitação pela
Permitidos para:
administração
Necessita de
projeto básico
completo e
detalhado
Criou a contratação Mesmos limites da
Lei 13.303/16 pois existem
semi-integrada 8.666/93
diferentes
Permite alteração metodologias e
do projeto básico tecnologias de
execução
Casos de Contratação
Contratação
emergência ou
direta, ou seja: sem licitação
calamidade
171
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c) empreitada integral.
d) contratação semi-integrada.
e) contratação integrada.
Comentário: vamos analisar cada alternativa sob o ponto de vista da aplicação de cada regime
de execução, conforme solicitado no enunciado:
a) A empreitada por preço global é adequada quando for possível definir com bom grau de
precisão as quantidades do objeto a ser contratado, confirmando o enunciado. Correto.
Gabarito: “a”.
172
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( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: toda obra é realizada com projeto executivo, pois sempre são necessárias
informações para a execução completa de qualquer obra. Seria a mesma coisa que dizer que
se pode executar obra sem projeto. No regime de contratação integrada é permitida a
contratação sem projeto executivo, mas a execução da obra, que ocorre posteriormente, é
sempre acompanhada de projeto executivo.
Gabarito: “Errado”.
Um dos objetivos da Lei n.º 12.462/2011, que trata do regime diferenciado de contratações
públicas (RDC), é assegurar o tratamento isonômico aos licitantes e a seleção da proposta mais
vantajosa para a administração pública. Com relação ao RDC, é correto afirmar que a
contratação integrada
b) exige a apresentação do projeto básico, que deve ser aprovado por autoridade competente
e ficar disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório.
173
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a) Não há essa exigência na lei, pois a contratação integrada demanda tempo para
planejamento e elaboração da proposta, por requisitar inovação, que é um trabalho com
grande demanda intelectual. Em caso de emergência, não se faz nem licitação, havendo
mecanismos de contratação prevsitos na lei 8.666/93. Errado.
b) A contratação integrada não exige projeto básico na licitação, mas apenas anteprojeto, pois
é necessário certo grau de flexibilidade às construtora para otimizarem as soluções de forma a
se buscar a solução mais vantajosa para o Poder Público. Errado.
Gabarito: “c”.
Para a contratação de uma obra pública cujo objeto era a duplicação de rodovia, o edital previa
a adoção do regime diferenciado de contratações públicas (RDC). O regime de execução
previsto foi a contratação integrada e, durante a sua execução, a construtora apresentou o
projeto executivo com mudanças na metodologia prevista no anteprojeto, mas com melhoras
nas características da pista e aumento da vida útil inicialmente definida. Nesse caso, o fiscal da
obra poderá aceitar a alteração, desde que o
174
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Comentários: qualquer alteração de prazo de uma obra impacta no seu custo. Logo, assim
como qualquer mudança no custo requer assinatura de termo aditivo, prorrogação de obra
também exige formalização por termo aditivo, sob pena de se ter um acordo verbal, prática
vedada na administração pública.
A lei do RDC (lei 12.462) é clara ao permitir assinatura de termos aditivos somente no caso de
força maior e solicitação de mudança do objeto a partir da administração. Como a solicitação
de alteração não vêm do poder público, presume-se que não interessa ao fiscal as modificações
propostas. Logo, não caberia nenhum termo aditivo, a não ser que a questão mencionasse que
o fiscal queria fazer alterações no contrato, ou que se trata-se de motivo de força maior.
a) Acrescer o prazo da obra impacta indiretamente no aumento de seu custo, o que requer
termo aditivo, sendo que se presumiu que o fiscal não deseja alterar o objeto contratado.
Errado.
b) Qualquer alteração do objeto feito pela contratada será de sua responsabilidade, pois o
projeto básico e executivo são elaborados por ela, devendo, no entanto, estarem em acordo
com o anteprojeto. Portanto, as melhorais na pista e na sua vida útil não alterarão em nada no
valor do contrato. Correto.
c) O contrato pactuou um prazo e custo, que devem ser rigorosamente seguidos, sem
prejudicar a administração pública nem a construtora. Portanto, não se pode impor à
construtora uma condição para se aceitar um termo aditivo apresentado por ela, não sendo
um instrumento de barganha entre as partes, como dá a entender a alternativa ao mencionar
“desde que o prazo de execução seja reduzido com a mudança de solução”. Caso não se
entenda a alternativa com a ideia de uma barganha, mesmo assim a lei do RDC não cita esse
pré-requisito. Errado.
d) O limite de 10% para alterações de quantidade por omissões de projeto não se aplica a
contratação integrada, pois o projeto básico e o executivo são de responsabilidade da
contratada, ou seja, as quantidades deverão ser aferidas por ela, e não pela administração
pública. Assim, o limite para alterações de quantidade por omissões de projeto na
contratação integrada seria de 0%.Errado.
e) O limite de 25% para termos aditivos é válido apenas no caso de termos aditivos de
alterações na obra solictadas pela administração, sendo que a informação fornecida no
encunciado mencionou o interesse apenas da construtora. Assim, no caso de interesse em
termo aditivo por parte apenas da construtora, o limite é 0%, ou seja, não se pode celebrar
termo aditivo, cabendo a ela as otimizações de projeto. Errado.
175
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Gabarito: “b”.
a) o aditivo contratual por erro de quantidades fica limitado a 10% do valor do contrato.
d) A urgência não é uma condição para adoção da contratação integrada, sendo previstas
outras formas simplificadas de contratação para casos de calamidade na lei 8.666/93. A
contratação integrada requer inovação. Errado.
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Gabarito: “c”.
Com relação a gestão contratual e fiscalização de obras públicas, julgue a opção a seguir.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: a lei não prevê termos aditivos para cobrir custos de compensações ambientais,
apenas no caso de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato ou de solicitações de
alterações de projeto pela administração pública.
Gabarito: “Errado”.
RECEBIMENTO DE OBRA
O entrega de uma obra pública ao órgão contratante é um procedimento que exige cautela para se
evitar o recebimento do empreendimento com defeitos. Esse procedimento ocorre em 2 etapas na
lei 8.666/93:
✓ Provisório;
✓ Definitivo.
RECEBIMENTO PROVISÓRIO
Trata-se de uma simples transferência de posse ou resultados do serviço para a administração, não
atestando que o objeto está em conformidade ou que o serviço foi prestado perfeitamente.
Portanto, não representa uma quitação de responsabilidade para a construtora, exceto aquela
relacionada à transferência de posse. Assim, no caso de ocorrer degradação por fatores externos na
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Nesta fase, verifica-se o que foi cumprindo e o que resta pendente, de acordo com a legislação, as
normas técnicas, padrões de qualidade e o contrato. O recebimento provisório é solicitado pelo
próprio contratado, sendo que, no caso de atraso em relação ao prazo de execução do contrato
previsto no cronograma, será configurado atraso na obra, sendo o atraso em uma obrigação
chamado no jargão jurídico de “mora”, ou seja, a contratada incorrerá em mora.
O recebimento deve ser do objeto como um todo, ou seja, de toda a obra. A entrega de apenas parte
da obra implica atraso do contratado, com penalidade para a construtora! Portanto, o recebimento
da obra ou serviço deve se dar em sua integralidade, após toda sua conclusão.
Feita a solicitação para o recebimento provisório, possuirá a administração no máximo 15 dias para
proceder ao recebimento, que é feito pelo próprio fiscal da obra ou serviço. Com isso, deve o fiscal
proceder à vistoria no local da obra ou da prestação do serviço para verificar se o objeto que está
sendo entregue atende a todos os requisitos de projeto. Esse recebimento deve ser formalizado na
forma de um termo circunstanciado, que tem esse nome por detalhar oficialmente todos os itens
recebidos pela administração e seu estado.
RECEBIMENTO DEFINITIVO
Realizado por servidor ou comissão especialmente designada, por meio de nova vistoria que
concederá o recebimento definitivo, comprovando a adequação do objeto (obra ou serviço de
engenharia) aos termos contratuais.
Uma obra é complexa por envolver vários serviços que devem atender a diferentes especificações
técnicas e a critérios de qualidade, sendo natural e muito provável que haja ao seu final serviços com
pendência de atendimento a alguma especificação, muitas vezes por culpa da própria construtora.
Por outro lado, a administração pública, por vezes, coage a empresa, não lhe concedendo o termo
de recebimento definitivo, muitas vezes devido ao próprio atrito que se cria durante a execução
contratual entre o fiscal e a construtora.
Para se evitar essa disputa que muitas vezes termina na justiça, a lei 8.666/93 estabelece que deve
ser realizado o recebimento definitivo em no máximo em 90 dias da emissão do termo de
recebimento provisório.
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houver defeitos, o produto ou serviço será rejeitado e devolvido ao contratado, que terá livre acesso
a todos os ensaios e relatórios produzidos pela administração. Poderá ainda solicitar repetição dos
ensaios. No caso de rejeição, a contratada deverá providenciar os reparos ou substituir as partes
com defeito.
A partir do momento em que se concede o recebimento definitivo, deve ser liberado o saldo
contratual (medições que não foram pagas) devido à empresa, bem como liberada a sua garantia
contratual, como atesta a lei 8.666/93:
§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contrato
e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.57
Perceba a importância do recebimento definitivo, sendo necessário sua ocorrência para que, então,
seja liberada (ou seja, devolvida) a garantia ofertada pela construtora ao Poder Público no início da
obra.
Cuidado com pegadinhas que dizem que, durante vistoria ao final de uma obra com irregularidades,
o gestor poderá autorizar a emissão da última fatura, desde que a construtora assine um termo de
responsabilização para corrigir as falhas. Se a construtora não cumpriu o prometido no contrato,
como poderia a administração aceitar um outro termo de compromisso da mesma construtora? A
construtora errou, estando inadimplente. Não existe liberação da última medição da obra mediante
um termo de compromisso assinado pela construtora, pois é necessário o recebimento provisório e
definitivo do objeto contratado pela administração para o seu integral pagamento.
57
Art. 56, § 4º da Lei 8.666/93
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Observe como a lei 8.666/93 descreve o procedimento de recebimento de uma obra ou serviço:
(...)
§ 3º O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I deste artigo não poderá ser superior a 90
(noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e previstos no edital.
Perceba do trecho anterior da lei 8.666/93 (§ 2º do art. 73) que a responsabilidade da construtora
não é eliminada com a concessão do recebimento definitivo. Afinal de contas, nem todos os
defeitos são de possível observação durante a vistoria para o recebimento provisório, existindo, por
exemplo, os denominados vícios ocultos, que não são de fácil constatação. Não se preocupe,
estudaremos em um tópico a parte a responsabilidade das construtoras.
180
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Como o recebimento se refere ao ato de entrega da obra, antes de sua realização, deve a
construtora providenciar58:
• Ligações definitivas das utilidades previstas, como água, esgoto, gás, energia elétrica,
telefone;
• Agendar junto aos órgãos públicos vistorias para obtenção de licenças e aprovações dos
serviços executados, tais como solicitação de Habite-se, Licença Ambiental de Operação,
laudo de vistoria do corpo de bombeiros aprovando a obra, etc.
✓ Perceba que algumas licenças concedidas pelo poder público necessitam de vista em
campo pelo órgão público competente para a verifica se o que de fato se construiu é
o que foi previsto, como é o caso do habite-se e licenças ambientais.
• Entregar os projetos “as built” (“como construído”), que indicam as dimensões e posições
reais dos elementos da obra, sendo importante documento para futuras manutenções e
reformas.
• Certidão negativa de débitos previdenciários específica para o registro da obra junto ao
Cartório de Registro de Imóveis;
58
Acórdão 853/2013 – Plenário do TCU
59
Art. 71 da Lei 8.666/93
181
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Licenças
ambientais, Demais taxas,
Débitos
Habite-se, alvará FGTS impostos e
previdenciários
do Corpo de encargos
Bombeiros
Perceba que a lei 8.666/93 não diz nada sobre a elaboração de uma lista de defeitos (chamada
informalmente de checklist da obra) pelo fiscal logo após o recebimento provisório, com a
concessão de um novo prazo para a empresa reparar os defeitos. A doutrina tem várias versões
sobre a forma de agir da administração nesse caso, sendo que na prática o fiscal concede um
novo prazo para correção dentro dos 90 dias que é o intervalo máximo entre a concessão do
recebimento provisório e o definitivo.
182
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Considere que uma obra para determinado órgão da administração pública será executada
por empresa contratada para esse fim. A respeito do serviço de fiscalização dessa obra
pública e da relação entre o contratante e a contratada, julgue o item que se segue.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: todas as ligações definitvas devem ser providenciadas pela construtora antes
do recebimento definitivo, como esgoto, água, gás, energia elétrica.
Gabarito: “Certo”.
CESPE – Polícia Cientítifca de Pernambuco - Perito Criminal - Área 3 – Eng. Elétrica – 2016
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d) Não se pode receber obra parcelada, pois o contrato possui somente uma data de
entrega, devendo ser cumprida em sua integralidade! Errado.
Gabarito: “a”.
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( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Errado”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
Caso sejam constatadas irregularidades em vistoria realizada na fase final de uma obra, o
gestor não precisará suspender a autorização para a emissão de fatura, desde que o
responsável pela obra assine termo se responsabilizando pela correção das falhas.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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Já que a questão diz que há irregularidade, como poderia o gestor aprovar pagamento para
um serviço deficiente? Proceder a esse recebimento irregular causaria prejuízos ao
patrimônio público.
Gabarito: “Errado”.
b) O reajustamento tem como principal objetivo assegurar que os preços contratuais sejam
compensados em função de variações dos preços dos insumos (matérias, mão de obra e
equipamentos) que ocorrem em determinado período, ou seja, nada mais é do que a
atualização do poder aquisitivo da moeda em face da inflação setorial.
a) Serviços não podem ser pagos antes da liquidação, pois é justamente esta etapa da
liquidação que visa a verificar o direito da empresa (chamada de credora) em receber pelo
serviço executado. Imagine pagar por um serviço que não se sabe se é de fato devido ou
não. Errado.
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d) Só podem ser pagos os serviços executados que forem aprovados pela fiscalização, pois
cabe ao fiscal aferir tecnica e contratualmente todos os serviços executados. Serviços
exectuados, mas com problemas, por exemplo, de qualidade, não devem ser aprovados.
Portanto, contrariamente à afirmativa, são considerados irregulares pagamentos de
serviços executados que não tenham sido aprovados pela fiscalização. Errado.
Gabarito: “b”.
Um servidor com formação em arquitetura foi nomeado fiscal técnico de uma obra de
construção de determinado prédio público. No relatório de acompanhamento da execução
da obra, ele informou que o prédio estava 90% concluído e que, embora os valores pagos
até aquele momento correspondessem ao valor total previsto no cronograma financeiro
para o período em análise, a obra encontrava-se atrasada.
Pelo fato de a obra estar 90% concluída, a edificação pode ser parcialmente ocupada pelos
servidores que trabalharão no prédio.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: O recebimento da obra ou serviço deve se dar em sua integralidade, após sua
conclusão. Não se pode fracionar a entrega do contrato, subdividindo-o em minicontratos.
Gabarito: “Errado”.
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( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Errado”.
Em uma cidade, um galpão do século XIX foi restaurado para abrigar o arquivo público, que
ocupará dois pavimentos da edificação. Para manter a fachada do galpão preservada, foi
construída uma estrutura de concreto e aço independente no interior do prédio. Os
pórticos da estrutura são compostos de vigas de concreto armado biapoiadas e isostáticas.
Uma nova cobertura foi projetada com tesouras de madeira no corpo de prédio e uma
treliça espacial metálica no vão central, que é circular.
Para movimentar o acervo do arquivo, foi prevista uma ponte rolante apoiada em duas
vigas metálicas de perfil I, assentadas sobre consolos curtos localizados no bordo inferior
das travessas de apoio no topo dos pilares do pórtico. As vigas são apoiadas por aparelhos
de neoprene fretado. Os pilares apresentam seção retangular vazada, com dimensões
externas de 2,0 m × 1,50 m.
Três meses após a obra definitivamente recebida, foi realizada uma vistoria, em que se
constataram fissuras nas travessas de apoio no topo dos pilares e na ligação dos consolos
com a alma das travessas, prolongando-se para baixo dos consolos, conforme
representado na figura a seguir. A administração do órgão público responsável pela obra
exigiu da construtora o reforço da estrutura. A construtora alegou que a obra já havia sido
definitivamente recebida e, por isso, não caberia mais nenhum reparo.
188
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( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Errado”.
Não importa se o contrato já foi encerrado com a construtora ou com o projetista para essa
responsabilização, pois o objeto foi contratado originalmente completo, sem nenhum defeito. Se
ocorrer algum vício, cabe àquele antigo responsável a sua correção. Da mesma forma, se a obra já
teve seu recebimento definitivo pelo órgão público, caso se verifique uma falha da obra, a
responsabilidade pela correção é da construtora.
A responsabilidade por defeitos na obra pode ainda chegar ao fiscal que reconheceu aquele serviço
como executado na medição, ao atestá-la por meio de sua assinatura.
Em sentido mais amplo, se um pedestre passa por um local de uma obra pública onde ocorre
subitamente um desmoronamento e o pedestre se acidenta, a construtora é a primeira responsável
por pagar todos os cuidados necessários à recuperação do indivíduo acidentado. Contudo, a
responsabilidade poderá ainda avançar sobre o fiscal, pois sua função é zelar pela correta execução
da obra, evitando o descumprimento das normas que regem o contrato.
60
Art. 73, § 2º da lei 8.666/93
189
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Além dessas responsabilidades, como vimos, o contratado também é responsável pelos encargos
trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais relacionados à execução do contrato com a
administração.
Um prédio está sendo construído para suprir as necessidades de um órgão público. O projeto
executivo completo de arquitetura e engenharia foi desenvolvido por uma empresa projetista,
cujo contrato encerrou-se antes do início da construção, e a obra foi contratada por
empreitada por preço global. Depois de iniciada a obra, a construtora informou à contratante
a existência de erros de projeto, causadores de significativas mudanças de quantidades e de
troca de serviços.
Acerca dessa situação hipotética, julgue o próximo item de acordo com a legislação vigente.
Mesmo com o contrato encerrado, a projetista tem a obrigação de corrigir os erros de projeto,
devendo, ainda, ser sancionada e arcar com todos os possíveis custos oriundos dos referidos
erros.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
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LISTA DE QUESTÕES
1. IBFC – MGS - Técnico Superior Profissional - Eng. Civil - 2015
Na fase de planejamento de uma obra há vários estudos a se realizar, como por exemplo a
definição dos objetivos, confecção de anteprojeto, além dos projetos necessários para o
entendimento do edifício. O projeto que é fruto da análise das alternativas para o projeto de
tamanho, localização, calendário, sistema e métodos construtivos denomina-se:
a) Projeto conceitual.
b) Projeto básico.
c) Projeto definitivo.
d) Projeto de execução.
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VIII No projeto básico de licitação, não havia sido registrada anotação de responsabilidade
técnica (ART) do orçamentista.
Considerando a situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir de acordo com a
legislação e com as normas técnicas relativas a obras e serviços de engenharia.
A ausência de ART no projeto básico está em conformidade com as normas pertinentes, já que
a apresentação desse documento é obrigatória somente na etapa de elaboração do projeto
executivo.
( ) CERTO ( ) ERRADO
193
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andamento da obra (40% concluída.) Após visitar o canteiro e conversar com o mestre de obras,
o engenheiro constatou que:
• não havia livro de ordem no local; o mestre de obra informou que esse livro era eletrônico e
estava disponível na página da Internet da empresa;
• a anotação de responsabilidade técnica (ART) de execução da obra estava registrada apenas
no nome do proprietário da empresa, que esteve presente na obra apenas três vezes até o
momento da visita.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos legais e técnicos a ela relacionados, julgue
o item a seguir.
A ART registrada apenas no nome do proprietário da empresa e a quantidade de vezes que ele
compareceu à obra são suficientes para representar a contratada perante ao órgão contrante.
( ) CERTO ( ) ERRADO
194
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15. CESPE - TCE-RO - Auditor de Controle Externo Eng. Civil – Questão de fixação
Julgue o item, relativo à fiscalização, ao acompanhamento da aplicação de recursos, ao
controle de materiais e à execução de obras e serviços da construção civil.
À fiscalização da obra incumbe a responsabilidade de analisar e aprovar o plano de execução
dos serviços a ser apresentado pela contratada no início dos trabalhos.
( ) CERTO ( ) ERRADO
196
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197
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25. CESPE – TCE-RO - Auditor de Controle Externo – Eng. Civil – Questão de fixação
Acerca de especificação de materiais e serviços e do caderno de encargos para as obras da
construção civil, julgue o próximo item.
O caderno de encargos tem como objetivo estabelecer requisitos, condições e diretrizes
técnicas para a execução dos serviços.
( ) CERTO ( ) ERRADO
198
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26. CESPE – TCE-RO - Auditor de Controle Externo – Eng. Civil – Questão de fixação
Acerca de especificação de materiais e serviços e do caderno de encargos para as obras da
construção civil, julgue o próximo item.
O prazo e o cronograma da execução dos serviços são itens que podem estar ausentes do
caderno de encargos.
( ) CERTO ( ) ERRADO
199
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200
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35. CESPE – Ana. do Ministério Público da União - Perícia - Eng. Sanitária – Questão de fixação
O manual de obras públicas da Secretaria de Estado e Administração do Patrimônio (SEAP)
estabelece diretrizes gerais para a execução de serviços de fiscalização, especificação e
controle de materiais, orçamento, medição e recebimento. Com relação aos aspectos
relacionados a obras mencionados no referido manual, julgue o item subsequente.
A medição dos serviços é realizada por meio de relatórios periódicos elaborados pela
contratada, em que são registrados os elementos afetos à discriminação e determinação das
quantidades dos serviços efetivamente executados.
( ) CERTO ( ) ERRADO
201
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Uma das principais atividades da fiscalização está relacionada à realização das medições dos
quantitativos dos serviços executados, logo, para reduzir os riscos de futuros problemas, é
recomendável que as planilhas de medição demonstrem os serviços executados no mês e os
serviços acumulados desde o início da obra
( ) CERTO ( ) ERRADO
202
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42. CESPE - TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – Eng. Civil – 2016
O valor do contrato de construção de determinado edifício público fora fixado em dez milhões
de reais. Na última medição, o engenheiro responsável pela fiscalização da obra constatou que,
embora algumas atividades estivessem atrasadas, a construtora já havia executado cinco
milhões de reais em serviços, valor que estava em conformidade com o previsto para ser
executado até aquele momento.
Com base nessa situação hipotética, julgue o seguinte item de acordo com a legislação vigente.
Como o valor da medição coincidiu com a previsão contratual, a constatação de atraso na obra
foi equivocada.
203
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( ) CERTO ( ) ERRADO
204
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48. CESPE - TCE-RO - Auditor de Controle Externo - Eng. Civil/2019 – Adaptado para V ou F
Concluída a fase licitatória, com a seleção da melhor proposta para a administração, surge a
etapa de contratação, que começa com a assinatura do contrato e termina com o termo de
recebimento definitivo da obra. A respeito dessa etapa, julgue a afirmativa a seguir.
O regime de empreitada por preço unitário é compatível com a realização de medições mensais
para o pagamento de serviços executados, visto que o propósito da medição ultrapassa a
simples aferição de quantidades.
( ) CERTO ( ) ERRADO
205
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Acerca dessa situação hipotética, julgue o próximo item de acordo com a legislação vigente.
Por se tratar de empreitada por preço global, a construtora, ao aceitar todas as condições
contratuais na fase licitatória, somente terá direito a acréscimo de valores de serviços novos,
devendo o impacto financeiro da alteração de quantitativos ser absorvido pela contratada.
( ) CERTO ( ) ERRADO
51. CESPE - TCE-PE - Auditor de Controle Externo - Auditoria de Obras públicas - 2017
Em um órgão da administração pública, foi criada uma equipe de auditoria para analisar a
condução do processo de construção de um edifício que constava do plano de obras idealizado
pelo órgão. Os trabalhos de auditoria focavam a elaboração do estudo de viabilidade técnica,
econômica e ambiental (EVTEA.), a confecção dos projetos — básico e executivo —, as
licitações e os contratos, e a concessão de termos aditivos, além dos requisitos técnicos das
planilhas de orçamento. Na análise da documentação, foram constatados os seguintes fatos.
I Na elaboração do EVTEA, para estimar o valor da construção do prédio em questão, havia sido
utilizado o custo unitário básico por metro quadrado (CUB/m2).
II Na planilha de orçamento, alguns serviços apresentavam custos unitários superiores aos
custos unitários de referência estabelecidos no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e
Índices da Construção Civil (SINAPI).
III O processo licitatório havia utilizado o regime de licitação classificado como empreitada por
preço unitário.
206
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52. CESPE - CGM João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno - Infraestrutura – 2018
Uma das tarefas do controle interno, no que diz respeito às obras públicas, é a avaliação da
correta aplicação dos recursos públicos. Para isso, são considerados objetos de análise, entre
outros, os editais, os contratos, os termos aditivos, os projetos de engenharia, as medições e
os diários de obra. A respeito da fiscalização de obras civis, julgue o item subsecutivo.
No valor dos contratos, o prazo estipulado para correção monetária ou reajuste por índices de
preços gerais, setoriais ou que reflitam a variação dos custos de produção ou dos insumos
utilizados é de, no máximo, um ano, sempre em relação à data de apresentação da proposta.
( ) CERTO ( ) ERRADO
207
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Nessa situação hipotética, caso a empresa contratada para executar a obra atrase,
injustificadamente, a atividade B, em um mês, e adiante a atividade C, em um mês, caberá à
fiscalização
208
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57. CESPE – Ana. do Ministério Público da União - Perícia - Eng. Sanitária – Questão de fixação
O manual de obras públicas da Secretaria de Estado e Administração do Patrimônio (SEAP)
estabelece diretrizes gerais para a execução de serviços de fiscalização, especificação e
controle de materiais, orçamento, medição e recebimento. Com relação aos aspectos
relacionados a obras mencionados no referido manual, julgue o item subsequente.
Não cabe à fiscalização examinar e aprovar eventuais acréscimos de serviços indispensáveis
para o perfeito atendimento do objeto do contrato.
( ) CERTO ( ) ERRADO
209
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60. CESPE - TCM-BA - Auditor Estadual – 2018 – Adaptado para Certo e Errado
Com relação a gestão contratual e fiscalização de obras públicas, julgue a opção a seguir.
Reajustamentos contratuais, comuns em contratos de obras rodoviárias, devido,
principalmente, a dinâmica de seu objeto, devem ser realizados por meio de termos aditivos,
mesmo que haja previsão contratual.
( ) CERTO ( ) ERRADO
210
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211
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63. CESPE - TCE-PE - Auditor de Controle Externo - Auditoria de Obras públicas – 2017
Em um órgão da administração pública, foi criada uma equipe de auditoria para analisar a
condução do processo de construção de um edifício que constava do plano de obras idealizado
pelo órgão. Os trabalhos de auditoria focavam a elaboração do estudo de viabilidade técnica,
econômica e ambiental (EVTEA.), a confecção dos projetos — básico e executivo —, as
licitações e os contratos, e a concessão de termos aditivos, além dos requisitos técnicos das
planilhas de orçamento. Na análise da documentação, foram constatados os seguintes fatos.
I Na elaboração do EVTEA, para estimar o valor da construção do prédio em questão, havia sido
utilizado o custo unitário básico por metro quadrado (CUB/m2).
II Na planilha de orçamento, alguns serviços apresentavam custos unitários superiores aos
custos unitários de referência estabelecidos no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e
Índices da Construção Civil (SINAPI).
III O processo licitatório havia utilizado o regime de licitação classificado como empreitada por
preço unitário.
IV A ficha de composição de preço do serviço de fornecimento de grupo gerador de energia
apresentava um valor relativo a benefícios e despesas indiretas (BDI) inferior àqueles
referentes aos demais serviços.
V A obra havia sofrido um aditivo contratual no valor de R$ 500 mil após 6 meses da assinatura
do contrato.
VI No edital de licitação, o órgão havia estabelecido que, para efeito de reajustamento do
contrato, seria utilizada a data de apresentação da proposta de preço da empresa vencedora,
1.º/1/2016.
VII O contrato havia sido assinado em 1.º/4/2016; o valor total da obra, orçado em R$ 2
milhões; e o prazo definido para a execução da obra, de 24 meses.
VIII No projeto básico de licitação, não havia sido registrada anotação de responsabilidade
técnica (ART) do orçamentista.
Considerando a situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir de acordo com a
legislação e com as normas técnicas relativas a obras e serviços de engenharia.
O valor do termo aditivo do referido contrato ultrapassou o percentual máximo permitido pela
lei de licitações e contratos.
( ) CERTO ( ) ERRADO
212
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213
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214
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o que causou retrabalhos e atraso na execução da obra. O contratado registrou o fato no diário
de obras e pleiteou um aditivo contratual de dilação de prazo e aumento de custos, pois o
serviço compunha o caminho crítico da programação da obra.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o seguinte item.
O registro no diário de obras será suficiente para garantir ao contratado a dilação de prazo de
execução, dispensando-se a apresentação de boletins meteorológicos e a análise de
cronograma.
( ) CERTO ( ) ERRADO
215
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e) aceitar o pedido para a dilação do prazo, mas negar o pedido para inclusão de aditivo
contratual.
216
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74. CESPE - CGM João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno - Infraestrutura – 2018
Uma das tarefas do controle interno, no que diz respeito às obras públicas, é a avaliação da
correta aplicação dos recursos públicos. Para isso, são considerados objetos de análise, entre
outros, os editais, os contratos, os termos aditivos, os projetos de engenharia, as medições e
os diários de obra. A respeito da fiscalização de obras civis, julgue o item subsecutivo.
Os incrementos de mão de obra ocasionados pela data-base de cada categoria profissional não
constituem fundamento para a alegação de desequilíbrio econômico-financeiro.
217
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( ) CERTO ( ) ERRADO
76. CESPE - Pref João Pessoa – Auditor Municipal de Controle Interno - Infraestrutura - 2018
Uma das tarefas do controle interno, no que diz respeito às obras públicas, é a avaliação da
correta aplicação dos recursos públicos. Para isso, são considerados objetos de análise, entre
outros, os editais, os contratos, os termos aditivos, os projetos de engenharia, as medições e
os diários de obra. A respeito da fiscalização de obras civis, julgue o item subsecutivo.
Em face do crescimento anormal de insumo integrante da faixa A da curva ABC acima do
esperado e de maneira superior ao crescimento histórico do produto, terá agido corretamente
a administração que avaliar isoladamente apenas esse insumo e revisar seu preço para os
quantitativos não medidos com a finalidade de restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro
da avença.
( ) CERTO ( ) ERRADO
218
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219
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82. CESPE - TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – Eng. Civil - 2016
O valor do contrato de construção de determinado edifício público fora fixado em dez milhões
de reais. Na última medição, o engenheiro responsável pela fiscalização da obra constatou que,
embora algumas atividades estivessem atrasadas, a construtora já havia executado cinco
milhões de reais em serviços, valor que estava em conformidade com o previsto para ser
executado até aquele momento.
Com base nessa situação hipotética, julgue o seguinte item de acordo com a legislação vigente.
O pagamento da última medição implicou sobrepreço no contrato.
( ) CERTO ( ) ERRADO
220
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221
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89. CESPE - TCM-BA - Auditor Estadual – 2018 – Adaptado para Certo e Errado
Com relação a gestão contratual e fiscalização de obras públicas, julgue a opção a seguir.
Em se tratando de obras contratadas por meio do regime diferenciado de contratação
integrada (RDCi) a partir de um anteprojeto de engenharia, podem ser realizados aditivos para
cobrir custos advindos das compensações ambientais até o limite de 5% do valor total do
contrato.
( ) CERTO ( ) ERRADO
91. CESPE – Polícia Cientítifca de Pernambuco - Perito Criminal - Área 3 – Eng. Elétrica – 2016
223
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Caso sejam constatadas irregularidades em vistoria realizada na fase final de uma obra, o
gestor não precisará suspender a autorização para a emissão de fatura, desde que o
responsável pela obra assine termo se responsabilizando pela correção das falhas.
( ) CERTO ( ) ERRADO
97. CESPE - CGM João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno - 2018
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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REIS, Paulo SÉrgio de Monteiro. Obras públicas: Manual de Planejamento, Contratação e
Fiscalização. Belo Horizonte: Fórum Ltda., 2018. 187 p.
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Esse é nosso diferencial, cobrir nas aulas tudo que pode cair na prova, ensinar de forma fácil, sem
perder tempo, mas de maneira clara, para não ficar nenhuma dúvida. Mas se você ainda tem alguma
pergunta, por favor, entre em contato com nosso time no fórum de dúvidas. Será um prazer
responder a qualquer pergunta!
Você tem noção da quantidade enorme de conhecimento que aprendeu? Vimos a aplicação de
várias leis à fiscalização de obras, os documentos utilizados para o controle da obra, bem como a
gestão contratual de uma obra pública. Com esse conhecimento e a experiência na resolução das
várias questões que apresentamos, você se torna um candidato com chances muito altas de
sucesso. Não esqueça de descansar, pois não é fácil ler todas essas páginas, pensar nessas
questões cheias de pegadinhas, muitas vezes com enunciados que têm problemas de redação.
Lembre-se que esses momentos de relaxamento auxiliam na fixação do conteúdo.
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GABARITO
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