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5ª EDIÇÃO - N.

º 9
O ALMOUROL ÓRGÃO CULTURAL E RECREATIVO DO RE1 JULHO 2021

O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.
(adaptado de Fernando Pessoa)
EDITORIAL
CORONEL DE ENGENHARIA
RAUL FERNANDO R. CABRAL GOMES
COMANDANTE DO RE1

Neste número da Revista O Almourol damos particular rele-


vância: aos Elementos da Componente Operacional da Arma
de Engenharia no Sistema de Forças do Exército, porque
constituem a essência da nossa Engenharia Militar; aos pro-
jetos dos programas de investimento da LPM e do PIDDAC
para reequipamento e desenvolvimento, porque materializam
a edificação e manutenção das nossas Capacidades; e aos mi-
litares de Engenharia que desempenham cargos de relevo na
estrutura das Forças Armadas, porque exemplificam a versa-
tilidade e ubiquidade do Soldado de Engenharia, assente num
conhecimento científico de base técnica e tecnológica, alicer-
çado numa formação intelectual e comportamental, com sóli-
da educação militar, moral e cívica.
O Regimento de Engenharia N.º 1 (RE1) tem por missão ge-
nérica aprontar sete (dos dez) ECOSF de Engenharia, e cons-
tituir-se como polo de formação com a responsabilidade de ministrar quinze cursos anuais e várias
ações de formação de curta duração, particularmente nas áreas do saber adstritas ao seu Centro
de Excelência NBQR e C-IED. É, também, a Unidade de Apoio Geral de Engenharia do Exército
estando, neste contexto, sob o comando direto do Comandante das Forças Terrestres.
Embora de cariz matricial simples, a missão que é atribuída ao RE1 é complexa e desenvolve-se
em áreas dispares, mas congruentes para a missão do Exército, enquadradas nas suas componentes
operacional e de formação. Os meios humanos e materiais colocados à disposição do RE1 unificam
Capacidades de Apoio de Combate, mas podem também ser empregues em missões de Apoio Civil
devido, essencialmente, às suas características e especificidade. Algumas destas Capacidades são
exclusivas nas Forças Armadas, mas também dentro do Exército evidenciando-se, ainda, a concen-
tração, no RE1, de um considerável número de militares com conhecimentos científicos e técnicos
que podem potenciar o emprego do Exército em missões de Apoio Civil, independentemente do
respetivo âmbito.
É com esta matriz, que reúne conhecimento, arte e engenho, que o RE1 responde de forma con-
sistente, atempada, precisa e oportuna às inúmeras solicitações que lhe são colocadas de norte
a sul de Portugal continental e insular, exigindo-lhe uma organização proativa e oportunamente
responsiva, perante a velocidade com que os cenários e os desafios técnicos e tecnológicos atuais se
alteram e desenvolvem.
A materialização das relevantes atribuições cometidas ao RE1 tem potenciado o desenvolvimento
e o progresso, com sucesso, dos objetivos que lhe são atribuídos. Sucesso, que assenta na qualidade
dos recursos humanos de que dispõe incluindo, neste particular, todos os militares e civis que direta-
mente, ou indiretamente, aqui prestam serviço, cumprindo a nobre tarefa de enaltecer todos os que
nos antecederam. É com essa qualidade, exponenciada pela sincronia da aplicação da competência
intelectual e emocional de todos os militares e civis do RE1, em todas as missões e tarefas, permanen-
tes ou conjunturais, e apoiada na melhoria dos processos de apoio à decisão e de articulação com as
restantes entidades do Exército, que reside a garantia desse sucesso.
Apesar de profundamente marcado pelo contexto pandémico, o último ano foi intenso e o RE1 não
parou. Desenvolveu um vasto conjunto de atividades em todas as suas áreas do saber, descriminadas
nas páginas deste número d´O Almourol. Neste alinhamento, o culto da excelência, a par da compe-
tência profissional e da prática de elevados padrões de qualidade concorrerão, seguramente, para a
continuada evolução da Engenharia Militar, coerente e sustentada, em prol dos seus valores seculares,
garantindo a oportuna flexibilidade para fazer face aos níveis de incerteza e imprevisibilidade, carac-
terizadores do presente, e para a consolidação de um Exército credível, moderno, atrativo, de elevada
prontidão e competência. O nosso trabalho consubstancia a nossa convicção de que o RE1 é uma
Unidade potenciadora das Capacidades do Exército, integrando Competências únicas e agregando
Soldados com Aptidões Específicas, que sabem fazer e que fazem com elevada prontidão e competên-
cia, e que têm orgulho em afirmar que pertencem ao Exército Português, contribuindo como parte de
um todo, de forma credível e atrativa, para o cumprimento da missão do Exército.
SUMÁRIO

O ALMOUROL
ÓRGÃO CULTURAL E RECREATIVO DO RE1
5
MENSAGEM DO DIRETOR
HONORÁRIO DA ARMA
6
EM MEMÓRIA
GRANDE AUDITÓRIO
8
BREVES
DESPEDIDAS
PUBLICAÇÃO ANUAL DE ENGENHARIA ‘EDIFÍCIO DO CINEMA’ APRESENTAÇÕES
DO REGIMENTO DE ENGENHARIA N.º 1 SOLDADOS
5ª EDIÇÃO - N.º 9 - JULHO 2021 DE ENGENHARIA PROMOÇÕES
CONDECORAÇÕES
DIREÇÃO DO PROJETO
Cor Eng Raul Gomes

10 12 32
COORDENAÇÃO DO PROJETO
Cap Eng Valter Henriques
Cap Eng Bruno Poça
EQUIPA EDITORIAL
Alf RC Frederico Santos
RETRATO OS ENCARGOS A ENGENHARIA ‘FORA
PROJETO GRÁFICO ORIGINAL
LUÍS ALVES OPERACIONAIS DE PORTAS’
Designer Margarida Basto DA ENGENHARIA A UBIQUIDADE DA
COLABORADORES NESTE PROJETO COMANDO AGENDA MULHERES,
Cor Eng Carlos Afonso DO BATALHÃO PAZ E SEGURANÇA
DE ENGENHARIA UM OFICIAL DE
TCor Eng José Ramalho
COMPANHIA DE PONTES ENGENHARIA COMO
TCor Eng Artur Caracho
COMPANHIA PORTA-VOZ DO CHEFE
TCor Eng João Correia DO ESTADO-MAIOR
DE DESFESA NBQR
TCor Eng Ana Silva DO EXÉRCITO
GRUPO DE EQUIPAS EOD
TCor Eng Diana Morais UM OFICIAL
Maj Eng Ricardo Pereira
COMPANHIA DE ENGENHARIA
DE ENGENHARIA NO ESTADO-MAIOR
Maj Eng João Marques DE COMBATE LIGEIRA PESSOAL DO
Cap Eng Valter Henriques
COMPANHIA COMANDANTE
Cap Eng Ricardo Figueiredo DE ENGENHARIA DO EXÉRCITO
Cap Eng Mário Vicente DE COMBATE MÉDIA PORTUGUÊS
Cap Eng Alberto Santos COMPANHIA A REPARTIÇÃO
Cap Eng Pedro Lopes DE ENGENHARIA DE ENGENHARIA
DE COMBATE PESADA DO COMANDO DAS
Cap Eng Sérgio Correia
1.ª COMPANHIA FORÇAS TERRESTRES
Cap Eng Bruno Poça
DE ENGENHARIA
Ten Eng Vítor Pereira
DE APOIO GERAL
Ten Eng André Gomes
2.ª COMPANHIA
SMor Eng Manuel Rolhas DE ENGENHARIA
DE APOIO GERAL
Fonte COMPANHIA
DIN, Minion Pro, Book Antiqua DE ENGENHARIA
DE APOIO MILITAR
Capa
DE EMERGÊNCIA
O engenho e a arte da Engenharia Militar

36 38 40
Contracapa
Elementos da Componente Operacional
do Sistema de Forças (ECOSF)

Impressão
Gráfica Almondina - Torres Novas PROJETOS DIREÇÃO DE EM SÍNTESE
Tiragem DE ENGENHARIA INFRAESTRUTURAS CERIMÓNIAS
250 exemplares (LPM E PIDDAC) DO EXÉRCITO APOIOS
VISITAS
Redação e Administração CURSOS
Regimento de Engenharia N.º 1 EXERCÍCIOS
Polígono Militar de Tancos

41 42 43
2260-263 Praia do Ribatejo

À Equipa Redatorial d’O Almourol reserva-se


o direito de fazer alterações gramaticais UM ANO EM IMAGENS BOOK REVIEW RECORDAR
aos textos sem prejuízo do seu conteúdo.
SETE PILARES COMO SERÁ?
DA SABEDORIA

:: 4 ::
O ALMOUROL MENSAGEM DO DIRETOR HONORÁRIO DA ARMA DE ENGENHARIA

MENSAGEM
DO DIRETOR HONORÁRIO
DA ARMA DE ENGENHARIA
SOLDADOS DE ENGENHARIA

Assinalamos hoje o 374º Aniversário da Mas hoje também queremos saudar todos os Militares e Civis que atualmente ser-
Arma de Engenharia Militar cuja cria- vem Portugal no Exército e fora dele, designadamente em outros organismos das
ção remonta a 13 de julho de 1647, data Forças Armadas, da Defesa Nacional, da Segurança Interna, da Proteção Civil, de
do início da Aula de Fortificação e Ar- Organizações Internacionais, em Missões de Cooperação Técnico-Militar e nas For-
quitetura Militar. ças Nacionais Destacadas.
Neste dia lembramos e homenageamos Se relativamente ao passado o papel desempenhado pela Engenharia Militar foi mui-
todos os Militares e Civis da Engenharia to relevante, podemos dizer que a sua relevância no presente não diminuiu, pelo
Militar que nos antecederam, que servi- contrário até aumentou, podendo e devendo ser salientadas, entre outras, tarefas
ram devotadamente o Exército e Portu- desenvolvidas no último ano, nos seguintes âmbitos:
gal, e que com o seu esforço e dedicação • Infraestruturas;
contribuíram decisivamente para o nos- •  Apoio Geral de Engenharia;
so passado glorioso enquanto Nação. •  Apoio ao Desenvolvimento e Bem-Estar e Apoio Militar de Emergência;
Esse passado glorioso que os nossos an- • Formação;
tecessores nos legaram teve início em •  Exercícios, Atividade e Emprego Operacional;
1647 com a criação, por decreto do Rei •  Compromissos internacionais assumidos por Portugal;
D. João IV, do Corpo de Obreiros Sapa- •  Apoio à COVID-19 através de múltiplas e diversificadas atividades de apoio a
dores, Corpo este que, em 1793, deu ori- Entidades Civis e Militares.
gem ao Real Corpo de Engenheiros do Hoje, e para além de todos os desafios provocados pela COVID-19, o Exército em
Exército Português, e teve continuação geral, e a Engenharia em particular, é confrontada com significativas limitações, no-
na forma como as Companhias de Sa- meadamente no âmbito dos recursos humanos, especialmente em Praças, e também
padores Mineiros e o Batalhão de Sapa- no âmbito dos equipamentos e armamentos.
dores de Caminhos de Ferro se bateram
na Grande Guerra, no desempenho das O Comando do Exército tem feito, e continuará a fazer, todos os possíveis para mi-
nimizar essas limitações, tendo, relativamente aos Praças, e para além de outras ini-
Unidades de Engenharia no ex-Ultra-
ciativas, apresentado junto da Tutela um conjunto de propostas legislativas nomea-
mar Português, nas décadas de 60 e 70
damente a criação do Quadro Permanente de Praças.
do século passado e, mais recentemente,
na participação em missões de coopera- Ao nível do reequipamento, através da aquisição de novas viaturas e equipamentos,
ção técnico-militar em vários países de está a ser dada prioridade ao aumento da capacidade da Engenharia de Apoio Geral
língua oficial portuguesa (PALOP) e em e da Engenharia de Combate, sem esquecer as outras áreas tão importantes como o
Forças Nacionais Destacadas, nomeada- Explosive Ordnance Disposal (EOD), a Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radio-
mente na Bósnia, no Kosovo, em Timor lógica (DefNBQR), e as Pontes.
e no Líbano. Enquanto Diretor Honorário da Arma de Engenharia, quero dar público testemu-
nho do empenho e do esforço dos Militares e Civis da Arma que, pese embora os
constrangimentos existentes, dia após dia, nas mais diversas circunstâncias, nas mais
diversas tarefas, e nos mais diversos locais, individualmente, através das Unidades de
Engenharia Militar, ou através da sua Direção de Infraestruturas, honram o passado
vivendo o presente com os olhos postos no futuro.
A Engenharia Militar, como sempre aconteceu, ultrapassando todas as dificuldades
e adversidades, com dedicação, empenho e a generosidade do SOLDADO DE EN-
GENHARIA, continuará a servir o Exército Português, isto é, continuará a servir
Portugal.
13 de julho de 2021

O Diretor Honorário da Arma de Engenharia


Aníbal Alves Flambó
Major-General

JUL’21 :: Nº09 :: 5 ::
GRANDE AUDITÓRIO
‘EDIFÍCIO DO CINEMA’

Construção do Edifício do Grande Auditório (década de 1950)


Bilhete de entrada no Cine-Teatro
da Escola Prática de Engenharia (EPE)

O ‘Edifício do Cinema’, hoje denominado grande auditó-


rio, foi inaugurado em 1957.
Aqui chegou a realizar-se uma sessão diária de projeção
de filmes, durante os dias da semana, pelas 21h00 e, duas
sessões durante o fim de semana pelas 15h00 e 21h00,
para cerca de 1000 pessoas por sessão.
Eram presença habitual os militares, familiares e funcio-
nários civis da Escola Prática de Engenharia (atual Regi-
mento de Engenharia N.º 1), da Escola de Tropas Para-
quedistas (atual Regimento de Paraquedistas) e da Base
Aérea nº 3 (atual Comando da Brigada Reação Rápida).
O gabinete de projeção de filmes era guarnecido por dois
projecionistas. No início existia um equipamento que
projetava as imagens produzidas por luz de carvão; mais
tarde, com a introdução da eletricidade, o equipamento
foi substituído e passou a ter projeção de imagens produ-
zidas por luz elétrica.
O palco do Edifício do Grande Auditório foi utilizado
não só para a visualização de filmes, mas também para
sessões de teatro, concertos e Festas de Natal destinadas
aos mais novos. Nas décadas de 60 a 80, chegaram a atuar
grupos musicais de destaque, como o Conjunto Acadé-
mico João Paulo e as Doce.
Atualmente, neste Edifício ocorrem sessões solenes, e ce-
rimoniais, enquadradas no Dia da Arma de Engenharia,
assim como sessões de apoio à formação, a audiências
mais numerosas.
BREVES O ALMOUROL

BREVES
2Cb RC João Benício Mendes »» RAAA1
2Cb RC Flávio Marcelo S. Ferreira »» RE3
2Cb RC Alexandre David Sousa Viana »» ES
2Cb RC Fernando António V. Aguiar »» RE3
2Cb RC Fábio Miguel da Silva Carvalho »» RE3
Sold RC Diogo Francisco P. Cruz Vitó »» RE3
Sold RC André Filipe Pires Santos »» RAME
Sold RC Rafael Rito da Silva »» RI15
Sold RC João Miguel Teixeira Gomes »» ES
Sold RC João Pedro Mota Ferreira »» RAAA1
Sold RC Pedro Miguel M. F. Pereira »» RTransp
Sold RC Marco Alexandre M. Mateus »» RE3
Sold RC João C. N. Coelho »» UnAp/CmdPess APRESENTAÇÕES
Sold RC Ana Rita C. S. Madurago »» RTm
Cor Eng Raul Fernando R. Cabral Gomes
DESPEDIDAS POR PASSAGEM À DISPONIBILIDADE Ten Eng Filipe Silva Rocha
Ten Eng Ricardo José Coelho Barbosa
Furr RC Sandra Marisa Carvalho Barbosa Ten Eng Mariana Cardoso Marques
POR TRANSFERÊNCIA
Furr RC Miguel Ângelo Costa Antunes SCh Eng Miguel Lopes Ascensão
Furr RC André Filipe Ramos Martins SCh Eng José Carlos Amador Condesso
Cor Eng Leonel José M. Martins »» UnAp/EME
Furr RC Luís Filipe Oliveira Carvalho 1Sarg Tm Júlio Ricardo Moreira Sebastião
TCor Eng José António F. Amaral »» RE3
1Cb RC Hugo Daniel Simões Garrido 1Sarg Eng Rafael Bernardo Fernandes Pinto
Maj Eng José Basto » » UnAp/EME
1Cb RC Tiago Miguel André de Almeida 2Sarg RC Ana Margarida Oliveira dos Santos
Ten Eng Paulo Renato C. Barbosa »» RE3
2Cb RC Dany Esteves Lourenço 2Sarg Eng Luís Miguel Bagueixe Carvalho
Alf RC Christian Guiomar da Silva »» CM
Sold RC Luís Paulo Silva Matos 2Sarg Eng Carlos Miguel Gonçalves Silva
SCh Eng José A. Dias Lourenço »» LMPQF
Sold RC Fábio Daniel Gonçalves Henriques 2Sarg Eng João Pedro Quintela Valverde
SAj Eng Paulo Jorge Serras Soares »» EME
Sold RC André Matos Domingues 2Sarg Tm Francisco Manuel Ramalho Luzio
SAj Eng Ricardo Gabriel R. Courinha »» CAVE
Sold RC Ana Cristina da Silva Ferreira Dias Sold RC Leonardo José Lopes A. Magalhães
SAj Eng Manuel L. Morais »» UnAp/CmdPess
Sold RC Pedro Miguel Rocha Barros Sold RC Bruno Miguel Lérias Garcia
1Sarg Eng Luís G. A. Morte »» DIE/DelegIEN
Sold RC João Pedro Campos Gonçalves Sold RC Pedro Miguel Marchante Pereira
1Sarg Tm Hélder Filipe F. Monteiro »» RTm
Sold RC Luís Miguel Martins Magalhães Sold RC Rafaela Carlos Lopes
1Sarg Tm João André F. C. T. Carvalho »» RTm
Sold RC Tiago Miguel Campos Teixeira Sold RC João Alexandre Faria C. Silva Neves
2Sarg Eng Pedro Miguel M. Eusébio »» DIE
Sold RC João Manuel Baptista
2Sarg Eng Rúben Franco Lopes »» RE3
Sold RC Miguel Lucas Martins
2Sarg Eng Luís Alexandre S. Vazquez »» RE3
Sold RC Afonso Fernando Pereira Moleiro
Furr RC Rúben Daniel Jordão Soares »» RE3 Sold RC Diamantino da Luz Cabral de Melo
Furr RC Rosa M. C. Gomes »» UnAp/CmdPess Sold RC Eduardo Barbosa R. C. Fernandes
Furr RC Tiago Luís S. Neto Arcipreste »» RE3 Sold RC Rafael Dias Alegria Alves
2Furr RC João Pedro S. Carvalhais »» BAPSvc Sold RC Carlos André Luchate Rodrigues
2Furr RC Anthony Marc C. Alves »» RC3 Sold RC Tiago Miguel Alves da Silva
2Furr RC Ana Rita B. Azevedo »» GAC/BrigMec Sold RC Luis Nunes A. Almeida Lemos
1Cb RC David Farinha da Silva »» RI15 Sold RC Márcio Fernandes Coronel Dias
1Cb RC Luís Carlos C. Mar Tavares »» RTm Sold RC Alexandre Ferreira Ribeiro
1Cb RC Tiago Miguel Ribeiro Basto »» RE3 Sold RC Marcos Franscisco O. Prazeres Ferreira
1Cb RC Bruna Catarina Neves Senra »» RTm POR PASSAGEM À RESERVA Sold RC Luis Filipe Martins Almeida
2Cb RC João Lourenço F. Pereira »» RTm Sold RC Miguel Ângelo Almeida Ferreira
SCh Eng Mário Oliveira Gomes Ribeiro Sold RC Tomás Filipe Ramos Peres Ferreira
Sold RC Diogo Rodrigues Silva
POR PASSAGEM À REFORMA Sold RC David Antunes Afonso
Sold RC Francisco Martins Brandão
Ass Op Maria Virgínia Pereira Bernardino Sold RC Rubén Moreira Pinto
Sold RC Rodrigo Manuel Gameiro Victorino
Sold RC Rui Filipe Várzea Gomes Martins
Sold RC Pedro Gonçalo da Cunha Patrão
Sold RC Henrique Miguel Rocha Ferreira
Sold RC Ana Clara de Oliveira Bóina
Sold RC André Filipe Pires Santos

:: 8 :: Nº09 :: JUL’21
O ALMOUROL BREVES

2Cb RC Dany Esteves Lourenço Cap Eng Mário Jorge Moreira Vicente
2Cb RC Jorge Eduardo Sales Gomes Nunes Passadeira com a legenda “Somália 2019”
2Cb RC Pedro Filipe Rodrigues Marques SAj Eng Rui Miguel Lopes Pissarreira
2Cb RC Micael Ferreira Faustino Medalha com a legenda “RCA 2018-19”
1Sarg Eng Miguel Alexandre Cortes Costa
SAj Mat Nuno José Pinheiro Ferreira
Passadeira com a legenda “RCA 2018
Medalha com a legenda “RCA 2018-19”
1Sarg Eng Roberto Carlos C. Vasconcelos
Medalha com a legenda “RCA 2018-19”
1Sarg Eng Francisco Alexandre Coelho Inácio
PROMOÇÕES Medalha com a legenda “RCA 2018-19”
1Sarg Eng João Ricardo da Silva Sousa
Medalha com a legenda “EUA 2019”
Maj Eng Sérgio Rodrigo da Silva Santos 1Sarg Eng António Daniel Ferreira Soares
Maj Eng Bruno Miguel Ribeiro Martins
Passadeira com a legenda “RCA 2019-20”
Ten TS Carina da Costa Valente
1Sarg Eng Diogo Ferreira Rodrigues
Alf RC Andreia Filipa Esteves Ribeiro Capela
Passadeira com a legenda “RCA 2019-20”
Alf RC Vitor Hugo Monteiro Carvalho CONDECORAÇÕES 1Sarg Eng André Simão Firmino Costa
SAj Eng Sérgio Alexandre Ventura Lopes
Medalha com a legenda “EUA 2019”
2Sarg RC Ana Margarida Oliveira dos Santos MCE – GRAU OURO CbAdj RC Rafael Filipe Lopes
CAdj RC Rafael Filipe Lopes SAj Eng Rui Manuel Silva Romão Passadeira com a legenda “RCA 2018
CAdj RC Nélson Oliveira Furtado SAj Mat Ricardo Manuel da Costa Silvério 1Cb RC Nelson Oliveira Furtado
CAdj RC Fábio Luis Dias Coelho
Passadeira com a legenda “RCA 2019-20”
CAdj RC Marco Rodrigues Lopes
MCE – GRAU PRATA 1Cb RC Fábio Luís Dias Coelho
1Cb RC João Carlos Gomes Oliveira
Cap Eng André Henrique P. Valcarcel Botica Medalha com a legenda “RCA 2018-19”
1Cb RC Bruna Catarina Neves Senra
Cap Eng Valter António M. Alves Henriques 1Cb RC Marco Rodrigues Lopes
1Cb RC Paulo Sérgio Ferreira Pires
Cap Eng Ricardo Abreu Figueiredo Medalha com a legenda “RCA 2018-19”
1Cb RC Maria João Pereira Carneiro Dias
1Sarg Eng Pedro Miguel Morais Rodrigues 1Cb RC Luís Miguel Nunes Martins
1Cb RC Pedro Miguel Antunes Patrício
1Sarg Eng Maria Teresa Almeida E Silva Medalha com a legenda “RCA 2018-19”
1Cb RC Rafael Antunes Carvalho
Sold RC Nuno Carlos Lopes Pinto
1Cb RC Vasco André Recto Mataloto
MCE – GRAU COBRE Passadeira com a legenda “RCA 2019-20”
1Cb RC Tiago Miguel André de Almeida
Ten Eng José André Ricardo Pinto Sold RC Rafael Rito da Silva
1Cb RC João Santos Moreira
Ten Eng Álvaro Teixeira Rodrigues Passadeira com a legenda “RCA 2019-20”
1Cb RC André Filipe Sousa Almeida
Ten Eng Paulo Renato Carvalho Barbosa Sold RC Jorge Eduardo Sales Gomes Nunes
2Cb RC Pedro Francisco Monteiro da Silva
Ten Eng Romeu da Costa Carvalho Passadeira com a legenda “RCA 2019-20”
2Cb RC Francisco Alberto Rocha Teles
Ten Eng Filipe Silva Rocha
2Cb RC Diogo Filipe Vieira Silva
Ten Eng Ricardo José Coelho Barbosa MCSJ – 4ª CLASSE
2Cb RC Paulo César Mendes de Oliveira
Ten Eng Mariana Cardoso Marques 1Sarg Eng Roberto Carlos C. Vasconcelos
2Cb RC Damião Cunha e Silva
2Sarg Eng Iúri Miguel Pinto Gonçalves 1Sarg Eng Pedro Miguel Morais Rodrigues
2Cb RC Carlos Alberto Morais de Magalhães
2Sarg Eng Pedro Miguel Marques Eusébio
2Cb RC Tiago André Francisco Martins
2Sarg Eng Rúben Franco Lopes
2Cb RC Marco António Oliveira Pereira
2Sarg Eng Carlos João Ribeiro de Sousa
2Cb RC Carlos José Alves Novo Pereira
2Sarg Eng João Pedro Ribeiro Rocha
2Cb RC Juan Eduardo Guerrero Amorim
CbAdj RC Luís Filipe Esteves Espadinha
2Cb RC João José Coelho dos Santos
CbAdj RC Rafael Filipe Lopes
2Cb RC Iuri Filipe Branco Martinho
CbAdj RC Marco Rodrigues Lopes
2Cb RC Ruben Daniel Horta Martins
1Cb RC Ari Joel Ferreira Guilherme
1Cb RC Bruno Filipe Caeiro Ribeiro
1Cb RC João Pedro Ferreira Da Silva
Sold RC Carlos Alexandre Aguiar Bento
Sold RC Luís Paulo da Silva De Matos
Sold RC Igor Cristiano Rosa Pataquinho
Sold RC Cassiano Borges Barbosa Pereira

MCCSE
Cap Eng Valter António M. Alves Henriques
Medalha com a legenda “Afeganistão 2019”

JUL’21 :: Nº09 :: 9 ::
RETRATO O ALMOUROL

LUÍS ALVES
ASSISTENTE OPERACIONAL APOSENTADO
POR TEN ENG ANDRÉ GOMES

O Sr. Luís Alves teve o início de uma longa carreira a servir nas Forças Armadas em 1984, quando
prestou o serviço militar obrigatório no então Agrupamento Base de Santa Margarida. Na sequência
surgiu a oportunidade de concorrer para os Quadros de Pessoal Civil do Exército, em 1987, tendo
então 23 anos de idade. Iniciou assim a sua carreira como funcionário civil nos Quadros do Exército,
desempenhando as funções de operário de 3ªclasse pintor, nas Pequenas Reparações da Escola
Prática de Engenharia (EPE).
Em março de 2020 passou à situação de aposentado, findos 40 anos de serviço, dos quais, 3 anos
em Santa Margarida, e 37 na Escola Prática de Engenharia e no Regimento de Engenharia N.º 1.
Mesmo tendo desempenhado funções exclusivamente na Secção de Conservação e Obras, todos
os militares que o conheciam, recordam com muito gosto as oportunidades que tiveram de privar
com o Sr. Alves. É divorciado e tem dois filhos.

COMO FOI O SEU PERCURSO AQUI NA UNIDADE? litares com quem trabalhava, quase todos, se não todos, já
Foi relativamente simples. Sempre trabalhei nas ‘pequenas tinham estado nas obras ou em “biscates” com os pais, pelo
reparações’ desde o tempo da EPE que inicialmente estavam que sabiam trabalhar. Ultimamente, tal já não se verificava,
nas antigas cavalariças mas, com a edificação do espaço mu- pelo que tinha de ter uma grande paciência para lhes ensi-
seológico, mudámo-nos para junto da carpintaria. Cheguei nar quase tudo do zero.
a ter na oficina meia dezena de miúdos, raparigas e rapazes,
a trabalhar comigo e admito que não era fácil lidar com to- SENDO UMA PESSOA QUE TANTO ENSINOU OS MAIS
dos eles e manter a harmonia para se trabalhar. JOVENS AO LONGO DA SUA CARREIRA, QUER DEIXAR
ALGUM CONSELHO PARA AS NOVAS GERAÇÕES?
DO QUE TEM MAIS SAUDADES DO SEU TEMPO NESTA O conselho que eu quero deixar é que se saibam adaptar
CASA? aos tempos, e que façam na vida o melhor que consegui-
Recordo toda a minha experiência na Escola com saudades, rem, e aqui no Regimento, que sejam felizes. Peço também
porque dava-me bem com tudo e com todos. Porém recor- que preservem este espaço a que tanto me dediquei ao longo
do com especial carinho os convívios da hora de almoço deste tempo.
nas oficinas das pequenas reparações, onde frequentemente
partilhávamos a refeição com os militares da Companhia de
PASSATEMPOS
Comando e Serviços (CCS) e até por vezes com alguns co-
Bricolage em casa e ler o jornal.
mandantes que nos iam lá visitar.
CLUBE
COMO SE SENTE AGORA QUE ESTÁ REFORMADO?
Admito que foi difícil ao início adaptar-me a esta nova rea- O grande, Sport Lisboa e Benfica.
lidade, pois perde-se a noção do tempo; uma pessoa nunca
sabe se é segunda, sábado ou domingo. Eu nunca fui uma MÚSICA
pessoa de estar muito parada e, dado que, desde 2016 que Gosto muito de música portuguesa, mas também dos clás-
estou divorciado, escolhi vir viver para junto do meu filho e sicos do rock, desde Elvis Presley a The Rolling Stones.
sempre me vou entretendo e ajudando nas tarefas lá de casa.
NOME DE UM SOLDADO A RECORDAR
QUAIS AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS QUE ENCONTRA EN- Recordo-me de umas militares que trabalharam comigo, a
TRE O SEU INÍCIO DE CARREIRA NA UNIDADE E OS ÚLTI- Sold Araújo e a Sold Ana Mourão.
MOS ANOS EM QUE ESTEVE NO ATIVO?
As grandes diferenças que notei foram a nível das compe- COMO É QUE GOSTAVA DE SER RECORDADO?
tências base dos militares, do saber-fazer que traziam “lá de Gostava de ser recordado apenas e só como eu era, nada
fora”. Digo isto, porque no início da minha carreira os mi- mais.

:: 10 :: Nº09 :: JUL’21
COMANDO DO BATALHÃO
DE ENGENHARIA (RE1)
POR TCOR ENG JOSÉ RAMALHO

O ano de 2020 ficará, inevitavelmente, assinalado pela pandemia da COVID-19,


que despertou a imponderabilidade das catástrofes naturais. Para o seu com-
bate, o Comando do Batalhão de Engenharia (BEng), encargo operacional do
Regimento de Engenharia N.º 1 (RE1), deu o seu contributo, mas não deixou de
cumprir a sua missão de garantir, planear, organizar, comandar e controlar ope-
rações na área da Engenharia Militar em apoio do Exército e da população civil.
O ano de 2019 culminou com a participação do Comandante do Comando do
BEng no Higher Control (HICON) do Exercício ORION19, onde colaborou na
elaboração dos incidentes [Main Events List / Main Incidents List (MEL/MIL)],
no planeamento tático e na condução do Exercício, através das coordenações
efetuadas no decurso dos incidentes (reais e de treino) entre o escalão superior
e as forças subordinadas no terreno, designadamente a Companhia de Pon-
tes (CPontes), a Companhia de Defesa Nuclear Biológica Química e Radioló-
gica (NBQR), os pelotões atribuídos às Forças de Manobra e a Equipa Explosive
Ordnance Disposal (EOD).
O grande desafio em 2020 foi a articulação dos seis encargos operacionais do
RE1 sob o Comando do BEng, para o cumprimento das missões atribuídas ao
Regimento, nomeadamente no âmbito do:
•  Aprontamento de Elementos Nacionais Destacados (END) e Forças Nacio-
nais Destacadas (FND), para missões no exterior do Território Nacional;
•  Plano de Atividade Operacional Militar (PAOM) e dos apoios inopinados a
diversas U/E/O do Exército;
•  Plano de Atividade Operacional Civil (PAOC);
•  Protocolo entre Exército e o Instituto da Conservação da Natureza e das Flo-
restas (ICNF), para ações de vigilância e dissuasão;
•  Apoio logístico solicitado pela Autoridade Nacional de Emergência e Prote-
ção Civil (ANEPC), designadamente através da cedência de camas e tendas
para diversas entidades;
•  Apoio ao: Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social
(MTSSS) Ministério da Justiça e Ministério da Educação, através de ações
presenciais de sensibilização e de demonstração de boas práticas de higieni-
zação em Estruturas Residenciais para Idosos;
•  Emprego de Destacamentos de Engenharia no combate e rescaldo de incên-
dios em apoio à ANEPC;
•  Emprego em Operações de Apoio Civil, como seja o apoio na satisfação das
necessidades básicas e melhoria da qualidade de vida das populações.
Conferência de imprensa no âmbito da montagem da ponte militar
em apoio à Câmara Municipal de Torres Vedras

Brífingue a S. Exa. o Gen CEME referente à montagem da ponte


militar em apoio à Câmara Municipal de Torres Vedras

Paralelamente às missões operacionais, o Comando do BEng garantiu igualmente o apoio à forma-


ção, não apenas no RE1, como é exemplo o Curso de Explosivos, Destruições, Minas e Armadilhas
(CEDMA), mas também em outras Unidades do Exército, como é exemplo a formação ministrada aos
cursos de Formação inicial dos Oficiais, Sargentos e Praças do Exército, no âmbito da desinfeção de
infraestruturas.
No último ano merece particular destaque a operação de montagem de duas pontes militars. Uma em
A-dos-Cunhados, sobre o Rio Alcabrichel, em apoio à Câmara Municipal de Torres Vedras e a outra
em apoio à Câmara Municipal de Montemor-o-Velho. Não obstante terem sido missões executadas
pela CPontes, as mesmas implicaram a mobilização de pessoal e equipamentos de outras companhias,
e contaram com a presença em permanência do Comandante do BEng, responsável por garantir a
ligação com os Órgãos de Comunicação Social, com a Câmara Municipal e com as altas entidades que
estiveram no local, relevando a visita de Sua Excelência o General Chefe do Estado-Maior do Exército
e do Excelentíssimo Comandante das Forças Terrestres.

Montagem da Ponte Militar em apoio à Câmara Municipal Participação do Cmd do BEng no HICON do Exercício ORION 19
de Montemor-o-Velho
COMPANHIA DE PONTES (RE1)
POR TEN ENG VÍTOR PEREIRA

O primeiro registo de uma unidade constituída de Engenha-


ria data de 1705, quando um oficial holandês foi encarregue
de levantar uma Companhia de Pontoneiros. Seguir-se-ia uma
série de acontecimentos históricos relevantes, tais como a in-
tegração das unidades de Pontoneiros na Arma de Engenharia
e a transferência do Batalhão de Pontoneiros de Lisboa para
Tancos, por força das necessidades específicas do treino ope-
racional.
Volvidos cerca de 316 anos, em 2021, a Companhia de Pontes
(CPontes) continua a ser a orgulhosa herdeira da Companhia
de Pontoneiros, representando a primeira e única especialida-
de no seio da Arma de Engenharia presente desde a sua génese
e sem hiatos até aos nossos dias, afirmando-se como fiel depo-
sitária das suas tradições.
Desde março de 2020, a Companhia vive desafios acrescidos,
fruto das contingências impostas pela COVID-19, mas, ainda
assim, foi possível cumprir inúmeras missões e atividades, tan-
to na Unidade como no exterior, de forma lustrosa, briosa e
audaz.
Nos domínios do treino e das operações, tanto no âmbito das
missões de apoio a outras Unidades, Estabelecimentos e Ór-
gãos (UEO) como no apoio ao desenvolvimento e bem-estar
das populações, a CPontes:
•  Em junho de 2020, procedeu à desmontagem de uma ponte
Treadway com um comprimento de 12,5 m, instalada no Par-
que das Nações, em Lisboa, destinada a proteger um coletor
de águas pluviais da circulação de viaturas pesadas afetas a
uma obra;
•  Em outubro e dezembro de 2020, apoiou o Regimento de
Comandos em exercícios de navegação aquática, no âmbito
do 134.º Curso de Comandos, com recurso a embarcações
de reconhecimento e assalto Sintex, ímpares no Exército;
•  Em novembro de 2020, instalou uma ponte Mabey Compact
200 DS com um comprimento de 27 m, sobre o Rio Alca-
brichel, na localidade de A-dos-Cunhados, em resultado de
uma solicitação do Município de Torres Vedras com vista
a constituir uma alternativa temporária à circulação rodo-
viária até à construção de uma nova ponte no mesmo local;
•  Realizou inúmeras manobras de lançamento e recolha de
embarcações e trens de navegação da tipologia Ribbon, na
área de instrução de Pontoneiros de Almourol, com o intui-
to de garantir a operacionalidade dos meios e validar o ciclo
de treino e as Táticas, Técnicas e Procedimentos (TTPs) da
Companhia.
Formação MTTCA com ponte RIBBON Treino operacional com Passadiço Flutuante

No âmbito da Formação, a CPontes elaborou os referenciais dos cursos de


Sapador Pontoneiro (CSP), Operador de Pontes (COP) e Operador de Em-
barcações (COE) e ministrou o módulo de Materiais e Técnicas de Transpo-
sição de Cursos de Água (MTTCA) e o Estágio em Contexto Operacional
(ECO) ao Tirocínio para Oficial de Engenharia (TPOE) e o Curso de Sapa-
dor Pontoneiro (CSP) ao 48.º Curso de Formação de Sargentos (CFS).
Paralelamente, do portefólio de Projetos do Exército, contribui para a
edificação de capacidades dos ECOSF de Engenharia o Projeto Pontes
Militares, que o RE1 tem por missão gerir e para o qual os Quadros da
CPontes têm desenvolvido um trabalho de vital relevância.
Cabe ainda uma especial referência ao contributo para o esforço do
Exército no combate à pandemia, designadamente, através do apoio de
Pontoneiros nas ações de sensibilização a Estruturas Residenciais para
Pessoas Idosas (ERPI) e nas Equipas de Desinfeção do Elemento de
Defesa BQR.
É digno de relevo, também, o esforço hercúleo empenhado, por todos
quantos servem na CPontes, na manutenção, renovação e melhoria das
suas infraestruturas, equipamentos, condições de trabalho, moral e bem-
-estar.
Por tudo o dito e por todo o feito que aqui não vai escrito, deixo patente
que estes em muito somam ao orgulho do estandarte da CPontes e fazem
jus ao seu lema: “Pontoneiro não desiste!”

Desmontagem ponte Treadway


no Parque das Nações

Montagem ponte Mabey em Torres Vedras


COMPANHIA DE DEFESA
NUCLEAR, BIOLÓGICA,
QUÍMICA E RADIOLÓGICA (RE1)
POR CAP ENG SÉRGIO CORREIA

O ano de 2020 revelou-se um ano intenso para os militares que servem na Companhia de Defesa Nuclear,
Biológica, Química e Radiológica (CDefNBQR); constituiu-se, no entanto, como um ano atípico devido à
pandemia da COVID-19.
A área de atuação da CDefNBQR, durante o ano de 2020, percorreu um vasto espectro no que diz respeito à
tipologia das ações desenvolvidas, destacando-se o apoio prestado a entidades civis, no âmbito do combate
à pandemia, os exercícios estritamente militares, e formação de militares, através da formação NBQR no
âmbito de aprontamento de Elementos Nacionais Destacados (END) e Forças Nacionais Destacadas (FND).
Em março de 2020, aquando da chegada da pandemia do vírus SARS-CoV-2 a Portugal, a CDefNBQR,
através do Destacamento Biológico, Químico e Radiológico (DestBQR), do Elemento de Defesa Biológica,
Química e Radiológica (ElDefBQR), realizou o exercício ARFA 201, o qual assumiu um papel de extrema
importância na aferição e treino de Táticas Técnicas e Procedimentos (TTPs) a usar em ações de desconta-
minação de infraestruturas, no âmbito do combate à pandemia. Apesar dos exercícios da série ARFA serem
exclusivamente para treino de TTPs ao nível de pelotão, no ano de 2020 foi convertido num exercício do
Elemento Defesa (ElDefBQR), envolvendo não só o Destacamento (DestBQR) mas também elementos da
Unidade Militar Laboratorial de Defesa Biológica.
Para fazer face à pandemia, a CDefNBQR através do DestBQR, realizou ações de descontaminação em
infraestruturas, em apoio a entidades civis, pela necessidade de manterem a sua função na manutenção do
bem-estar dos utentes. Estas ações de descontaminação foram realizadas através de um processo de atomiza-
ção, por um nebulizador, de um descontaminante criado e testado pelo Exército, criando assim uma nuvem
de descontaminante com um resultado muito eficaz. Esta nuvem, devido à ínfima espessura das suas par-
tículas, consegue penetrar no mais pequeno espaço, cobrindo todas as superfícies, garantindo deste modo
uma descontaminação ou destruição do agente de uma forma mais eficiente e destruindo microorganismos
mais resistentes. Durante o ano de 2020 e até a presente data, a CDefNBQR esteve presente na realização das
ações de descontaminação que se apresentam na tabela abaixo, totalizando aproximadamente 40.000m2 de
área descontaminada.
ENTIDADE APOIADA LOCAL ÁREA (m2)
Lar da Santa Casa da Misericórdia Resende 800
Lar de Nossa Senhora das Dores Vila Real 2700
Centro de Saúde de Melgaço Melgaço 500
Unidade de Cuidados Continuados Torre de Moncorvo 1100
Comando Conjunto para Operações Militares (CCOM) Oeiras 100
INEM (Linha de Descontaminação de Viaturas de Emergência) Coimbra –
Creche da Santa Casa da Misericórdia Gavião 500
Lar do Comércio Matosinhos 18000
Centro Social e Paroquial de Alfena – 1ª Fase Alfena 2000
Brigada Mecanizada Santa Margarida 2820
HFAR Porto 900
Centro Social e Paroquial de Alfena – 2ª Fase Alfena 2000
Lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva Reguengos de Monsaraz 1200
Centro de Saúde de Estremoz Estremoz 800
Lar da Santa Casa da Misericórdia – Fase I Paços de Ferreira 900
Lar da Santa Casa da Misericórdia – Fase II Paços de Ferreira 1600
Lar da Associação para o Desenvolvimento de Cabeça Gorda Lourinhã 500
Ainda em reforço ao combate à pandemia da COVID-19, a CDefNBQR, apoiou o
Exército, através da coordenação e formação de Equipas de Desinfeção de Infraestru-
turas, aumentando a sua capacidade de resposta a apoios, que venham a ser solicitados.
Em paralelo à formação das equipas de desinfeção, a CDefNBQR manteve o seu apoio
a FND e END, que integram o treino NBQR nos seus aprontamentos. A generalidade
destes militares descolou-se às instalações do Regimento de Engenharia N.º1 no senti-
do de assistir a palestras sobre a ameaça NBQR, fazer treino de TTPs NBQR e efetuar
o teste de confiança, na máscara na câmara de gás.
Também em 2020, a CDefNBQR participou no exercício ORION20, em formato
Command Post Exercise (CPX), no sentido de avaliar o estado de prontidão e apronta-
mento do Modúlo NBQR Multifuncional (ModNBQR MF), que enquadra o Catálogo
de Forças da Componente Terrestre da Força de Reação Imediata (FRI).

Descontaminação do Lar de Resende

Descontaminação
do Lar do Comercio

Modulo NBQR descontaminação de viaturas blindadas Pandur


GRUPO DE EQUIPAS
DE INATIVAÇÃO DE ENGENHOS
EXPLOSIVOS (RE1)
POR CAP ENG RICARDO FIGUEIREDO

O conhecimento técnico dos operadores Explosi-
ve  Ordnance Disposal (EOD) sobre o uso e funcionamento
de explosivos e diversos engenhos é essencial para a loca-
lização, identificação, criação de acessos e diagnóstico re-
lativo ao estado dos mesmos, permitindo, posteriormente
uma execução segura das medidas de contenção necessárias
e das operações de inativação subsequentes. Porém, cum-
prindo o inestimável princípio da preservação da vida, es-
tas operações, são efetuadas sob a prioridade de emprego
de meios remotos, semi-remotos e manuais pela respetiva
ordem, sendo estes meios os que ditam de forma estrita a
capacidade operacional do Grupo de Equipas (GrEqEOD).
O elevado risco inerente às diversas tarefas executadas pelas
unidades EOD, consubstancia forte fundamento para que as
mesmas sejam providas com os melhores e mais modernos
equipamentos dedicados à derrota das emergentes ameaças
explosivas, capacitando desta forma, a proteção da força e a
liberdade de movimentos nas operações em ambientes ope-
racionais desta natureza. Estes equipamentos podem ser tão
variados como Robots Unmanned Ground Vehicle (UGV),
canhões disruptores/ despoletadores, fatos de proteção,
jammers Electronic Countermeasures (ECM) entre muitos
outros.
Desde o aparecimento de um carrinho de mão motoriza-
do controlado por cordas, usado pelos EOD britânicos na
inativação de Improvised Explosive Devices (IED) fabricados
pelo Irish Republican Army (IRA), que o mundo viu uma
grande evolução tecnológica na área dos equipamentos de
atuação remota. Enquanto em 1970 estes equipamentos
eram controlados em linha de vista utilizando cordas, hoje
em dia podem ser controlados a grandes distâncias utili-
zando câmaras de alta definição e potentes transmissores de
rádio/vídeo.
Nesta área tecnológica, desde 2004 que o GrEqEOD possui
um robot pesado capaz de desempenhar diversas tarefas de
reconhecimento e inativação com um elevado grau de pre-
cisão e segurança, o telerob Explosive Ordnance Disposal
and observation robot (tEODor) da empresa alemã telerob.
No entanto, devido à exigência e necessidade de mobilida-
de das equipas EOD em contextos operacionais cuja proje-
tabilidade é fator condicionante, foram concluídos em 2019
e 2020 os processos de adquisição de novos equipamentos
remotos, designadamente o DragonRunner 20 (DR-20) da
QuinetiQ USA e o Nerva XX da Francesa Nexter Robotics,
consubstanciando um valoroso incremento na capacidade
de atuação remota desta subunidade.
O DR-20 adquirido em 2019 é um robot ligeiro (Small Unmanned Ground Robot) de reconhecimento, manipulação e ina-
tivação através de canhão disruptor próprio. Possui capacidade para levantar objetos até 5kg, consegue deslocar-se a uma
velocidade máxima de 6km/h, dispõe de uma autonomia de operação entre 3 a 4 horas e apresenta como pontos fortes o
seu “reduzido” peso (aprox. 20Kg) proporcionando facilidade de transporte em versão manpack por uma equipa EOD que
esteja em apoio a uma unidade de manobra, na qual dos seus procedimentos tenha de resultar uma ação célere e eficaz de
avaliação da ameaça.
O Nerva XX adquirido em 2020, devido à vasta panóplia de payloads e capacidades que os mesmos lhe conferem, pode ser
considerado como um Medium Unmanned Ground Robot. Apresenta-se como um robot ágil, preciso e com sistemas de
observação e controlo que permitem inspeção visual com ampliação até 36 vezes, navegação por georreferenciação e repe-
tição de sinal entre robots (emparelhamento) para alargamento de distância de operabilidade e ganho em áreas edificadas.
Com estas recentes adições está atualmente o GrEqEOD, equipado para apoiar qualquer força terrestre independentemen-
te da sua tipologia, no campo da atuação remota sobre engenhos explosivos improvisados.

Robots Nerva XX emparelhados


em ação remota

Complementaridade de robots tEODor e DR-20


COMPANHIA DE ENGENHARIA
DE COMBATE LIGEIRA (RE1)
POR CAP ENG MÁRIO VICENTE

A Companhia de Engenharia de Combate Ligeira (CEngCombLig)


é uma unidade de engenharia vocacionada para apoiar as operações
de combate da Brigada de Reação Rápida (BrigRR), de acordo com
o seu espetro de possibilidades. A sua rápida capacidade de proje-
ção, potenciada pelos meios ligeiros de que dispõe, conferem-lhe
mobilidade e adaptabilidade, características únicas, que a distin-
guem das restantes Unidade de Engenharia de Apoio de Combate.
A CEngCombLig dedicou-se, ao longo do último ano, à realização
de várias tarefas ligadas à Engenharia de Apoio de Combate tendo
iniciado o planeamento de várias atividades e exercícios conjuntos
com outras unidades da BrigRR, muito embora o nível de ambição
tenha sofrido um forte impacto fruto da pandemia que todos vive-
mos. Ao nível do treino operacional decorreu o exercício Apolo 20,
que teve como finalidade analisar o emprego operacional da BrigRR
e das suas Subunidades, nomeadamente as suas capacidades e limi-
tações, procurando retirar ilações sobre a forma como estão organi-
zadas e como é efetuado o planeamento do treino operacional a fim
de potenciar as suas competências.
No âmbito da formação foi realizado um relevante trabalho na atua-
lização e elaboração de novos referenciais de curso, com particular
destaque para o do Curso Geral de Sapador e o do Curso de Sapador
de Engenharia. Nestes dois cursos foram complementadas e reor-
ganizadas algumas matérias de forma a dar ao Sapador de Enge-
nharia as ferramentas necessárias ao desempenho das missões que
são características das Unidades a que irá pertencer na sua carreira
militar. Também no tema da instrução, devemos salientar a reali-
zação de dois cursos de formação: o Curso Geral de Sapadores e o
Curso de Sapador de Engenharia (interrompido durante a quaren-
tena) nos novos moldes, onde os alunos foram instruídos nos temas
de explosivos, contra mobilidade, mobilidade e proteção, pelos gra-
duados da Companhia.
No contexto da entrada do Módulo de Engenharia de Combate Ligeiro na Força de
Reação Imediata (FRI), desenvolveu-se um relevante trabalho na criação de toda a
parte documental necessária à certificação e operacionalização do referido módulo.
Ainda de salientar, por fim, o trabalho desenvolvido, nesta quarentena, na atualiza-
ção dos registos dos materiais à carga e Normas de Execução Permanente (NEP) da
CEngCombLig. A Companhia tem ainda desenvolvido trabalhos diários no âmbito da
manutenção das suas infraestruturas e equipamentos, bem como da manutenção das
áreas de instrução do campo de sapadores.

Curso geral de sapador, instrução de explosivos

Equipamento de terraplanagem da CEngCombLig


Curso geral de sapador,
transposição de cursos de água
COMPANHIA DE ENGENHARIA
DE COMBATE MÉDIA (RE3)
POR CAP ENG ALBERTO SANTOS

A Companhia de Engenharia de Combate Média (CEngCombMed),
cuja estrutura orgânica assenta em 4 unidades de escalão pelotão (UEP): 3
Pelotões de Engenharia (PelEng) e 1 Pelotão de Equipamento (PelEq); tem
por finalidade primeira planear, organizar e executar trabalhos de apoio à
mobilidade, contra-mobilidade e proteção, bem como limitado apoio geral
de engenharia, em apoio da Brigada de Intervenção (BrigInt), de acordo
com a sua tipologia de Força Blindada de Rodas.
Outras missões atribuíveis à CEngCombMed são claramente definidas nas
possibilidades enumeradas em Quadro Orgânico (QO); destas, pela relevân-
cia que tem no emprego recente da CEngCombMed, destaca-se a “colabo-
ração em ações de apoio ao desenvolvimento, bem-estar e apoio militar de
emergência, conforme lhe for determinado”
Pela natureza dos meios orgânicos e capacidades do PelEq verifica-se, nes-
te caso e na máxima extensão possível, a aplicação do princípio do duplo
uso, sendo disso maior exemplo a recente beneficiação de 86 km de cami-
nhos florestais no Parque Natural da Serra da Estrela. Mais recentemente,
em apoio às demais unidades do Exército, realizou trabalhos de limpeza
e desmatação no antigo Batalhão de Serviços de Saúde e no Convento de
Santa Clara, em Coimbra, e ainda a expurga e reconstituição do espaldão
principal da carreira de tiro de 100 metros do Centro de Tropas Operações
Especiais (CTOE) em Penude.
Para além da satisfação do interesse público, o empenhamento continuo
da CEngCombMed nestas missões constitui-se como uma excelente forma
de treino para o seu PelEq que, desta forma, mantem os seus recursos hu-
manos qualificados, atualizados e capazes para desempenhar a sua missão,
requerendo apenas aprimoramento tático pontual.
Já nos PelEng, pela sua maior especificidade e orientação para o apoio de
combate, existe maior dificuldade em dar um duplo uso aos meios, motivo
pelo qual, salvo pontuais exceções, como é o caso do emprego de Sapa-
dores com formação de motosserrista, o seu treino visa, essencialmente,
a preparação e cumprimento do Plano Integrado de Treino Operacional
(PITOP).
Para a CEngCombMed, relativamente a treino, o ano está a ser marca-
do pelo aprontamento do Módulo de Engenharia de Combate Média
(ModEngCombMed/VJTF22/eNRF), cujo objetivo principal passa por
incrementar as capacidades do Agrupamento Mecanizado, em exercí-
cios no Território Nacional, mas também constituir-se como agente po-
tenciador do processo de edificação da Engenharia de Combate Média.
Trator de lagartas na beneficiação
de caminho florestal na Serra da Estrela
Com esse fim, foi elaborado um Programa Integrado de Apron-
tamento que, muito embora as restrições pandémicas que se fa-
zem sentir, tem vindo a ser seguido da forma mais rigorosa pos-
sível. Este programa é marcado por um calendário de exercícios
ambicioso, dos quais se destacam: o Exercício BARROTE, que
tem por finalidade fazer a avaliação e validação da proficiên-
cia técnica do ModEngCombMed ao nível das suas Unidades
Escalão Secção; o Exercício VÉNUS 21, a desenvolver em simul-
taneidade com o Exercício JÚPITER 21, visando a finalidade de
obter sinergias e interoperabilidade entre a CEngCombMed e o
1º Batalhão de Infantaria Mecanizado de Rodas (1BIMecRodas);
o Exercício ORION 21/LA LYS 212, com vista à certificação
do ArgMec/VJTF22/eNRF; e o Exercício VULCANO 21, mo-
mento em que a CEngCombMed tem oportunidade de execu-
Abertura de brecha em obstáculo de proteção tar treino prático de explosivos.
Apesar das dificuldades várias vividas ao longo do último ano,
da continuada falta de recursos humanos, em número e qua-
lificação, da falta de materiais e equipamentos essenciais, a
CEngCombMed tem cumprido a sua missão, procurando
adaptar-se, tornando-se mais eficiente, gerindo os seus meios e
esforço de forma eficaz e pragmática.
Com engenho e arte, na impossibilidade de fazer mais, fazer
melhor.

Abertura de brecha coberta


no aprontamento do ModEngCombMed/VJTF22

Reação a emboscada no aprontamento


do ModEngCombMed/VJTF22
COMPANHIA DE ENGENHARIA
DE COMBATE PESADA (BrigMec)
POR MAJ ENG JOÃO MARQUES

A Companhia de Engenharia de Combate Pesada


(CEngCombPes) é uma Unidade de Engenharia de
apoio de combate, com possibilidade de planear, or-
ganizar e executar trabalhos de apoio à mobilidade,
contramobilidade e sobrevivência, bem como limita-
do apoio geral de engenharia. Trata-se de uma força
forjada pela história ditada desde 15 de abril de 1977,
pioneira na capacidade de combate mecanizado da
engenharia militar portuguesa, e orgulhosa pelos fei- M113 Viatura Blindada
tos da sua gente nos teatros de operações da Bósnia de Transporte de Pessoal (VBTP)
Herzegovina, Kosovo, Timor-Leste e Líbano.
Na atualidade (jun20 a jul21), a Companhia viven-
cia tempos ímpares, fruto dos desafios da pandemia
COVID-19. A capacidade de adaptação, flexibilidade
e resiliência, tornaram-se as palavras de ordem; e a
disciplina, disponibilidade e prontidão ora requeri-
das, evidenciam os alicerces sólidos construídos em
distinto passado. Os factos provam que apesar das
delimitações da época vivida, foi possível manter, ou
mesmo incrementar, as atividades até então realiza-
das. Como? Revisitando metodologias e procurando
novas soluções, fomentando a conversão do treino
presencial em “teletreino”; através da participação
virtual em vários seminários; e a simplificação dos
procedimentos administrativos, através do uso (qua-
se exclusivo) de instrumentos tecnológicos.
Paralelamente e tratando-se de uma Casa de labo-
ra, foi executado um vasto conjunto de atividades
presenciais, tanto no interior como no exterior do
Campo Militar de Santa Margarida. Enquanto Pólo
de Formação da Escola das Armas (EA), destaca-
-se o ministrar do Curso Viatura Blindada Lança
Pontes (VBLP) e o Estágio em Contexto Operacio-
nal (ECO) ao tirocínio para Oficial de Engenharia,
bem como o apoio ao 5º Curso de Formação Geral
Comum de Praças (CFGCP) nos módulos de Sa-
padores e de NBQR e a formação de várias equipas
de desinfeção COVID-19 da BrigMec. Já nos desíg-
nios do treino, contou-se a participação nos exer-
cícios LEOPARDO 202 e 203, HAKEA 201 e 202,
ALERTA 20, e KABUL START 202, e com a realiza-
ção de sessões de tiro de adaptação ao novo arma-
mento do Exército e, de treino técnico de sapadores.

Planeamento de engenharia (Exercício LEOPARDO 202)


No que concerne a trabalhos de apoio geral de engenha-
ria, refira-se a reparação da pista de aviação improvisada de
Santa Margarida, a construção de um parque de estacionamen-
to para a Polícia do Exército (PE), a construção de uma passa-
gem hidráulica, a apropriação de itinerários para a construção
da vedação do polígono urbano da BrigMec, a demolição de
vários edifícios, a asfaltagem localizada (massas frias) no Bair-
ro de Sargentos e nos arruamentos principais da BrigMec, as
múltiplas desmatações e apoios a reparações de roturas em
adutoras, entre outros. Por sua vez, enquadrado pelo Plano de
Apoio Militar de Emergência do Exército, destaca-se a projeção
do Destacamento de Engenharia (DestEng) para Viseu, Olivei-
ra de Frades, Castelo Branco e Proença-a-Nova. Paralelamente,
refira-se ainda dezenas de ações de sensibilização COVID-19
ministradas em estabelecimentos de ensino, em residenciais
para idosos e no seio da BrigMec. Por fim, recorde-se o papel
ativo dos Quadros da CEngCombPes no desenvolvimento do
Projeto de Engenharia das Forças Pesadas – Route Clearance.
Face ao exposto, constata-se que o Soldado de Engenharia tem
sido posto à prova, mas que tem superado e provado a “Cora-
gem, Engenho e Arte”.

Construção de passagem hidráulica


1ª COMPANHIA DE ENGENHARIA
DE APOIO GERAL (RE1)
POR CAP ENG PEDRO LOPES

Esterilização de edifícios
– Trabalhos em altura

A 1ª Companhia de Engenharia de Apoio Geral (1CEng A/G), através das suas subunidades, executa tarefas de Apoio Geral
de Engenharia em todo o espetro das operações militares, desde as construções horizontais e verticais, apoiando o Exército e
a População Civil através dos Planos de Atividades Operacionais, do apoio às tarefas de mobilidade, contra mobilidade e de
sobrevivência, colaborando ainda em ações de apoio ao desenvolvimento, bem-estar e Apoio Militar de Emergência AME.
Todas as missões atribuídas pelo Comando das Forças Terrestre ao Regimento de Engenharia N.º 1 (RE1), requerem um crite-
rioso reconhecimento e planeamento operacional, desenvolvido pelo Comando da Companhia e pelo Sargento de Operações
e Reconhecimentos, de forma a que, no terreno, tudo o resto se desenvolva de acordo com a intenção do Comando.
Nas tarefas de construções horizontais, que se constituem como um dos pilares da 1CEng A/G e da Engenharia Militar, in-
cluem-se a beneficiação e melhoramento de caminhos, como foi efetuado ao abrigo do Protocolo com o Instituto da Conser-
vação da Natureza e das Florestas (ICNF) na Serra de Montejunto e nos trabalhos de reabilitação e melhoria da rede estradal
da Tapada Militar na Escola das Armas (EA) em Mafra. Efetuou-se também a desmatação, terraplanagem, regularização e ni-
velamento de plataforma para a construção de parque de Estacionamento no Regimento de Transportes (RTransp), em Lisboa
e no Estabelecimento Prisional Militar (EPM), em Tomar. Outra das capacidades, é a limpeza e o desassoreamento de linhas
de água, tipologia de trabalho protocolado durante 2020 com a Câmara Municipal de Odivelas, e também realizado em apoio
à Unidade de Apoio da Brigada de Reação Rápida. Por último, o desmonte e regularização de taludes, executado durante o ano
de 2020 em apoio à Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha e na Estrada Militar do Campo Militar de Santa Margarida.
Separação de resíduos de construções
e demolições no RMan

Crivagem de material
proveniente de demolições

Tendo cada vez mais ênfase na 1CEng A/G, estão os trabalhos de construções verticais, que mantêm o empenhamento na
Messe Militar de Lagos, onde se efetuam anualmente trabalhos de reparações diversas, nomeadamente reabilitação das ins-
talações e edifícios, bem como o melhoramento dos espaços exteriores. Em 2020 iniciaram-se trabalhos de esterilização e
demolição de edifícios, no Regimento de Manutenção, vertente esta cada vez mais solicitada pelo Exército, na qual a 1CEng
A/G tem investido mais conhecimento, de forma a aumentar os seus rendimentos, reaproveitando o material proveniente
da demolição. Em tempo de pandemia, para além dos inúmeros apoios a diversas entidades civis, a 1CEng A/G também
efetuou a reparação da rede periférica do Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos (LMPQF) em Lisboa,
de forma a aumentar a segurança das suas instalações.
Em ambas as subunidades as equipas de frente de trabalho são geralmente constituídas por um sargento e três praças, adaptável
consoante a missão e os meios empregues. Todos os apoios externos são acompanhados a partir do RE1, pelos respetivos Co-
mandantes de Pelotão, que apoiam as missões exteriores, através de pareceres técnicos acompanhando os trabalhos no terre-
no, contribuindo assim para a realização das suas missões de forma briosa e competente. Em apoio constante, existe a Secção
de Equipamento que, com a interligação e apoio da Secção de Manutenção, através dos Parques de Equipamento e Oficinas
de Equipamento Pesado de Engenharia, mantêm o constante fluxo de transportes, manutenções e reparações dos diversos
EqPesEng para as frentes de trabalho.
Assim se cumpre com proficiência e brio, a missão da 1CEng A/G.
2ª COMPANHIA DE ENGENHARIA
DE APOIO GERAL (RE3)
POR CAP ENG ALBERTO SANTOS

A 2ª Companhia de Engenharia de Apoio Geral (2CEng A/G), mais habituada a operar fora de portas, teve, por força da
situação pandémica, um ano atípico e desafiante.
No que diz respeito aos trabalhos de construções horizontais, muito embora a repetida paragem para confinamento, e
demais restrições, não deixaram de ser consideráveis os apoios prestados pela 2CEng A/G durante o período em análise.
No âmbito das missões de apoio ao desenvolvimento e bem-estar da população, apoiaram-se os Município de Espinho e
de Mira, nos meses de maio e junho de 2020, na regularização das areias das suas principais praias, de forma a criar perfis
de praia que otimizem a sua utilização durante a época balnear.
No âmbito das mesmas missões, apoiou-se a Associação Desportiva de Nogueira da Regedoura, em julho e agosto de 2020,
na estabilização de uma encosta que sofrera um desabamento para o interior do Campo de Futebol de Pousadela; assim
como a Associação Desportiva Relâmpago União Futebol Clube Nogueirense, nos meses de setembro e outubro, na me-
lhoria do seu campo de futebol, através de trabalhos de nivelamento do terreno, execução de valas para o sistema de rega
e drenagem e colocação da camada de acabamento.
Apoiou ainda, em outubro, a Santa Casa da Misericórdia de Espinho, através da construção de uma plataforma com aca-
bamento em tout-venant, atualmente coberta em pavé e em uso como parque de estacionamento.
Sem deixar de referir que, durante o ano, sempre que a situação pandémica o permitiu, deu-se continuidade aos trabalhos
de construção de uma plataforma para via de comunicação, iniciada em 2019, em prol do Município de Montalegre.
Reparação da fachada do edifício oficinal do RE3 Construção de um pano de parede

Apoio ao Município de Montalegre


na execução de plataforma

Também no âmbito das missões de apoio às outras Unidades, Estabelecimentos e Órgãos (UEO) do Exército conseguiu a
2CEng A/G prestar o seu apoio, nomeadamente ao Regimento de Infantaria N.º 13 (RI13), entre julho e agosto, na demolição
de vários edifícios da antiga secção de obras e na estabilização de um talude da carreira de tiro; e à Academia Militar (AM), no
Aquartelamento da Amadora, onde se executou a demolição de dois edifícios e a beneficiação de zonas e caminhos.
Quanto ao Pelotão de Engenharia de Construções Verticais (PelEngConstVert), por dispor de menor efetivo, a sua intervenção
restringiu-se às instalações do Regimento de Engenharia N.º 3 (RE3), não deixando, por isso, de ser merecedor de ver o seu
trabalho publicamente reconhecido.
Ao longo do ano, em prol do RE3, o PelEngConstVert executou um total de 138 Ordens de Trabalho, de que se destacam, pela
sua maior dimensão, morosidade e impacto na melhoria das condições oferecidas aos militares do RE3: a beneficiação dos
blocos militares, a remodelação do sistema elétrico das casernas das Companhias, a reparação de diversos equipamentos e me-
lhoria das condições de trabalho no rancho geral, e a reabilitação da fachada do edifício das oficinas e parque de equipamentos.
Para além destes apoios, é também merecedor de especial destaque o contributo da 2CEng A/G para o esforço do Exército
no combate à pandemia, nomeadamente, contribuindo para as ações de sensibilização em estabelecimentos residenciais para
idosos, assim como para as ações de sensibilização aos Cursos de Formação Geral Comum de Praças do Exército, e integrando
a equipa de Operadores da Plataforma Trace COVID-19 em apoio da Administração Regional de Saúde do Norte.
Este foi de facto um ano que deu trabalho e luta, a que a 2CEng A/G soube responder com coragem e distinção, não fosse o seu
lema “Laborare Pugnare Parati Sumus”.
COMPANHIA DE ENGENHARIA
DE APOIO MILITAR
DE EMERGÊNCIA (RE1)
POR CAP ENG BRUNO POÇA

Colocação de barreiras de contenção


de massas de água

Construções de uma plataforma emergência


Redução de combustível Operação do módulo inundações

O apoio imediato e próximo da população em resposta às situações de emergência é uma prioridade e, nesse sentido,
surge a capacidade do Apoio Militar de Emergência do Exército.
A Companhia de Engenharia de Apoio Militar de Emergência tem como princípios orientadores a concentração numa
só unidade, de um leque alargado de valências no âmbito da Engenharia, com o objetivo de permitir uma resposta
célere aquando da colaboração do Exército com a Proteção Civil, em situações de acidentes graves e catástrofes e, si-
multaneamente, a sua empregabilidade na execução de tarefas de Apoio Geral de Engenharia.
Elemento da Componente Operacional do Sistema de Forças, a CEngAME é constituída por um Pelotão de Enge-
nharia de Construções de Emergência (PelEngConstrEmerg) e por um Pelotão de Sapadores de Assistência e Socorro
(PelSapAssistSoc).
O PelEngConstrEmerg possui valências no âmbito das construções verticais e horizontais, podendo ainda vir a de-
sempenhar outras, tais como a limpeza de itinerários e desobstrução de vias, construção de diques/dispositivos de
emergência para a limitação de “zonas secas” em situações de cheias, ou ainda o combate indireto a incêndios, através
da construção de faixas de gestão de combustível com recurso a equipamento pesado de engenharia.
O PelSapAssistSoc possui capacidade no âmbito da prestação de socorro a pessoas e bens em cenários de acidentes
graves e catástrofes. As suas principais áreas de atuação são: o auxílio a incêndios, auxílio a inundações/cheias, con-
tenção de massas de água, busca e resgate em estruturas colapsadas, avaliação da estabilidade de infraestruturas e
escoramentos de emergência.
Por este motivo, a CEngAME torna-se uma capacidade única do Exército no seio das Forças Armadas, com a possibi-
lidade de prestar o apoio imediato e próximo da população em resposta às situações de emergência.
A UBIQUIDADE DA AGENDA
MULHERES, PAZ E SEGURANÇA
POR TCOR ENG DIANA MORAIS

Seminário organizado pela NATO, intitulado “Gender: May the Force Be With You:
A Critical Analysis of Implementing Gender in NATO Operations and Missions”

A Resolução do Conselho de Segurança nacional de ação para a implementação estes princípios na nossa ação no terre-
das Nações Unidas 1325 (RCSNU 1325), da RCSNU 1325. Aquela nomeação re- no. Nesse sentido, o nosso país integrou,
aprovada em 2000, apresenta-se como presentou o início do meu percurso li- desde o início da década de noventa, o
um marco muito importante na agen- gado à integração da perspetiva de géne- Comité para a integração da perspetiva
da “Mulheres, Paz e Segurança (MPS) ro e à agenda MPS, um “duplo chapéu”, de género da NATO (NATO Committee
que procurou aumentar a visibilidade sempre a par com a Engenharia Militar. on Gender Perspectives (NCGP)), que
e aprofundar o papel das mulheres na Durante a frequência do Curso de Esta- tem como objetivo transformar a dimen-
prevenção e resolução de conflitos e na do-Maior, em 2015, aprofundei o meu são de género em parte integrante dos
construção da paz. Esta agenda foi de- conhecimento teórico sobre esta temáti- objetivos e tarefas principais da Aliança.
senvolvida, ao longo das duas últimas ca, no âmbito do trabalho de investiga- Este compromisso foi fortalecido pelo
décadas, com a participação empenhada ção em que me propus compreender de Exército, quando em 2017, apresentou
de Portugal, que foi, aliás, um dos paí- que forma a integração da perspetiva de a minha candidatura à vice-presidência
ses que mais cedo desenvolveu um plano género nas operações militares contribui desse Comité e, dois anos mais tarde, à
nacional de ação para a implementação para a eficácia operacional, avaliando presidência, tendo sido, nas duas oca-
da Resolução, logo em 2009. as vantagens advenientes e os desafios a siões, eleita por unanimidade.
Só em 2010, dez anos depois da sua vencer. Este ano assumo formalmente a pre-
aprovação, ouvi falar, pela primeira vez, Esta é, de facto, a questão central, quan- sidência do NCGP. O conhecimento e
desta Resolução. Na altura, integrava a do falamos de género e da agenda MPS a experiência têm-me mostrado que o
Unidade de Engenharia Nº 7 (UnEng7), nas Forças Armadas e, em particular, na grande desafio à integração da perspeti-
na Força Interina das Nações Unidas no sua componente terrestre, o Exército. va de género é o da mudança organiza-
Líbano (UNIFIL), como oficial Curso de A integração de mulheres nas fileiras e cional e, ao mesmo tempo, da aceitação
Cooperação Civil-Militar (CIMIC), e foi nas missões internacionais em que par- da possibilidade de haver resistência a
a minha homóloga belga que me ques- ticipamos, reflete importantes princípios ela. Assim, para que esta iniciativa te-
tionou sobre quem, a nível nacional, tra- de equidade mas responde, sobretudo, a nha sucesso, é fundamental a questão da
tava desta agenda. Não soube responder uma exigência operacional. responsabilidade das lideranças, dando-
mas recordo-me que fui prontamente A integração da perspetiva de género no -lhes o conhecimento e a compreensão
averiguar do que se tratava, tendo a mi- trabalho dos militares deve ser construí- necessários, para garantir que esta nova
nha curiosidade ficado por aí. da sobre o entendimento de que os ho- maneira de pensar, tanto dos homens
Mais tarde, em 2013, estando então co- mens e as mulheres têm diferentes per- como das mulheres, seja transformado-
locada na Direção de Infraestruturas do ceções de segurança, exigindo medidas ra e possa moldar um novo modelo de
Exército, é que voltei a ter contacto com adequadas, que incluam a assimilação segurança.
esta temática, quando fui nomeada Re- tanto da perspetiva masculina como da A RCSNU 1325 invoca um novo para-
presentante do Exército na Equipa Inter- perspetiva feminina. O reconhecimento digma qualitativo no pensamento estra-
departamental do Ministério da Defesa das necessidades específicas dos homens tégico. Mais importante que aumentar
Nacional (MDN) para a Igualdade. Esta e das mulheres e a resposta adequada a a participação das mulheres nas forças
Equipa integra representantes das várias elas influenciam positivamente o am- armadas, é a consciência de haver uma
entidades da Defesa, que colaboraram biente operacional. perspetiva diferente, dos homens e das
na concretização das medidas que com- A postura nacional tem sido de vanguar- mulheres, suscetível de gerar a mudança
prometem o MDN no âmbito da estraté- da, traduzindo-se na adoção de com- e permitir a construção desta nova capa-
gia nacional para a igualdade e do plano promissos e medidas com vista a verter cidade.

:: 32 :: Nº09 :: JUL’21
O ALMOUROL A ENGENHARIA ‘FORA DE PORTAS’

UM OFICIAL DE ENGENHARIA
COMO PORTA-VOZ DO CHEFE
DO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
POR TCOR ENG ANA SILVA

carado este desafio de forma dinâmica, em cada contexto e as linhas editoriais


estabelecendo objetivos e metas que per- de cada órgão de comunicação social.
mitem avaliar a forma como o processo Todo este trabalho recorda a apropria-
decorre, garantindo a gestão estratégica ção de um itinerário que poderá ter de
da sua imagem institucional, a par de ser percorrido em condições adversas,
uma execução descentralizada para a devendo o porta-voz privilegiar os pas-
qual todos os militares e funcionários sos dados em terrenos firmes, ou mes-
civis do Exército contribuem. mo, a construção de barragens que im-
O porta-voz de uma instituição é o pro- peçam a desinformação.
fissional que fala oficialmente em nome Não só em tempo de crise existem os
da organização. No Exército, a desig- obstáculos. Por vezes, a forma como as
nação correta é porta-voz do Chefe do questões são dirigidas ao Exército ca-
Estado-Maior do Exército (CEME). A naliza as respostas para uma tendência
função de porta-voz do CEME acarreta predeterminada! Estando alerta para es-
responsabilidade, requer disponibili- tes ardis, devem-se aplicar os princípios
dade e um conhecimento profundo do da descontaminação NBQR: “prioriza-
Exército. Não estando atribuída a uma ção” e “rapidez”. Ou seja, há que atribuir
arma ou a um serviço, pode dizer-se a adequada importância a cada assunto,
que, do ponto de vista da formação mi- recolhendo toda a informação necessá-
litar, a função é generalista. Do ponto ria e informar atempadamente o público
de vista institucional, a função exige um da melhor forma.
conhecimento detalhado do Exército, do Importa ainda referir a importância das
seu passado, das suas opções do presente “forças amigas” do porta-voz, desig-
e das suas orientações sobre o futuro. nadamente os congéneres dos ramos,
A faceta mais desafiante da comunicação do Estado-Maior-General das Forças
institucional, para o porta-voz, é a comu- Armadas e do Ministério da Defesa.
nicação de crise. Durante uma crise, a Estes profissionais são elementos faci-
pressão mediática, os prazos de resposta,
litadores de um trabalho de equipa dos
a obtenção de informação, a segurança
militares da Repartição de Comunica-
das informações, a gestão da exposição
e o acompanhamento da situação são ção do Exército, do qual o porta-voz do
verdadeiros obstáculos a contornar ou CEME é, apenas, a face visível.
mesmo a reduzir. Eis a ligação encontra- Como Oficial de Engenharia, com um
da para a abordagem à função do porta- percurso profissional onde a comuni-
-voz, feita por um Oficial de Engenharia. cação sempre havia sido secundária, a
Para enfrentar um campo de obstáculos, minha nomeação para a desafiante e
as noções de organização do terreno são honrosa função de porta-voz do CEME,
fundamentais. Esta preparação é feita fez com que frequentasse formação es-
Um dos desafios contemporâneos que diariamente, estabelecendo contactos e pecífica para complementar o conheci-
marcam as instituições é a comunicação. ligações com os jornalistas, comunican- mento e a experiência adquiridos desde
Este desafio tem várias facetas que o tor- do com eles e mostrando interesse pelo a frequência do curso de Engenharia
nam particularmente complexo. Veja-se trabalho que desenvolvem. Todas estas Militar da Academia Militar. Destaco a
a velocidade a que circula atualmente pontes serão importantes para minimi- importância da aplicação dos conceitos
a comunicação, quase instantânea em zar impactos de crises que surjam. Re- de identidade e de reputação: conhecer a
tantas situações ou na sua abordagem cordando as noções do estudo do campo identidade do Exército Português – va-
global! Estas caraterísticas são expo- de batalha pelas informações, impõe-se lores, tradições, cultura, doutrina, his-
nenciadas pela evolução da tecnologia, o conhecimento do ambiente comuni- tória e o instrumento militar terrestre,
facilmente acessível a todos os cidadãos, cacional, onde se movem os media: co- como o capital diferenciador e que me-
o que faz com que sintamos um acon- nhecer o código deontológico dos jor- lhor permite ajudar a proteger e reforçar
tecimento no Afeganistão como uma nalistas, os grupos de comunicação, os a boa reputação do Exército.
realidade tão próxima, ou que algumas tempos mediáticos das redações, os tem- Esta função é amplamente facilitada pela
notícias nos cheguem pelas redes sociais, pos das televisões e a forma como gerem enorme satisfação pessoal em ser militar
quase em tempo real. O Exército tem en- os “diretos”, os objetivos dos jornalistas e de servir Portugal no Exército.

JUL’21 :: Nº09 :: 33 ::
A ENGENHARIA ‘FORA DE PORTAS’ O ALMOUROL

UM OFICIAL DE ENGENHARIA
NO ESTADO-MAIOR PESSOAL
DO COMANDANTE DO EXÉRCITO PORTUGUÊS
POR TCOR ENG JOÃO CORREIA

se pretende sempre superior à soma das mente, quase dois anos volvidos como
partes. Adjunto do General CEME, permitem-
Neste âmbito, ao engenheiro compe- -me caracterizar esta experiência, de
te acompanhar, de forma estreita, um forma tridimensional, recorrendo a três
conjunto de áreas que, no quadro de palavras: desafio, crescimento e gratidão.
um princípio de associação normal, se Desafio, pela intensidade e amplitude
enquadram nas três engenharias tradi- de tarefas a que, diariamente, um Ad-
cionais do Exército (Engenharia Militar, junto está exposto, e que lhe exigem
Transmissões e Serviço de Material), o uma Postura de Prontidão Orientada
que comporta, genericamente, as suas para Missão, frequentemente de nível 4
Unidades, Estabelecimentos e Órgãos; (o máximo). Desafio, pela faculdade de
e, particularmente, as infraestruturas, as que se está tacitamente investido para
comunicações e sistemas de informação, defender em profundidade, protegen-
e a manutenção. Por razões óbvias, existe do, simultaneamente, os flancos e a área
também uma ligação umbilical às pontes da retaguarda, deliberada ou expedita-
e construções, aos explosivos e demoli- mente. Desafio, porquanto um Adjunto é
ções, à defesa nuclear, biológica, quími- um elemento de charneira, bidirecional,
Em julho de 2019, tive o imenso privi- ca e radiológica, e à ciberdefesa e guerra no tratamento de assuntos, que impelem
légio, e destacada honra, de ser nomea- eletrónica, entre outras inerências. à pesquisa e partilha de informação,
do para servir nas funções de Adjunto Como Engenheiro Militar, a minha for- bem como à criação e reforço de pon-
de Sua Excelência o General Chefe do mação de base, complementada pelos tes, nunca descurando a possibilidade de
Estado-Maior do Exército (CEME). cursos de carreira, pelo Curso de Esta- reduzir ou contornar obstáculos, mor-
Iniciou-se, assim, um desafio de eleva- do-Maior e pela experiência profissional mente táticos, para melhor acesso às
da responsabilidade, que tem resultado adquirida, constituiu um alicerce firme margens, ou para prosseguir, apoiando o
num conhecimento mais consistente, para o cumprimento desta missão. Na esforço principal em direção ao objetivo
abrangente e aprofundado do Exército, Engenharia Militar, servi oito anos na de cumprir Portugal! Um Adjunto atua
enquanto Instituição secular ao serviço extinta Escola Prática de Engenharia, como redundância e é, frequentemente,
dos portugueses. onde aprendi o valor do trabalho e a um elemento deixado em contacto. Por
Compete a um Adjunto assessorar e singularidade do artífice. Seguiram-se: o vezes está em apoio geral, muitas vezes
coadjuvar o Comandante do Exército no teatro de operações do Líbano e uma ex-
está em apoio direto, quase sempre está
cumprimento da sua nobre missão. Isso periência expedicionária inesquecível; a
em reforço. Nunca está em reserva.
implica: lidar com múltiplos assuntos, Direção de Infraestruturas, onde “criar”,
Crescimento, pelo processo de enrique-
também sensíveis; executar inúmeras foi a palavra-chave; e o Regimento de
cimento contínuo, onde cada dia é irre-
tarefas, por vezes urgentes; e acompa- Engenharia N.º 1 (Pontinha), no qual o
petível e o fator surpresa uma constante.
nhar variadas áreas, algumas específicas. peso da história me contagiou com va-
lores ímpares, e que norteiam a minha Crescimento, ante as oportunidades e a
Entre outros atributos, impõem-se a um
Adjunto, dinamismo, dever de reserva, ação. A divisa “UBIQUE”, que, orgulho- diversidade de opções disponíveis, com
discrição, foco na missão, solicitude e samente, entoamos na Engenharia Mili- que, quotidianamente, se lida e que tor-
extrema lealdade. tar, é uma marca indelével da versatilida- nam a função aliciante. Crescimento, pe-
Presentemente, são quatro os Adjuntos de que nos enriquece e estimula a cada las experiências resultantes das situações
do General CEME, um infante, um ca- dia. Finalmente, a passagem de cinco não-lineares e complexas, com que lida-
valeiro, um artilheiro e um engenheiro, anos pelo Instituto Universitário Militar, mos. Crescimento, pelo contacto próxi-
podendo este último ser proveniente da transmitiu-me o poder do conhecimen- mo com o exemplo!
Engenharia Militar ou das Transmis- to e da ciência, enquanto último reduto Gratidão, como consequência do desafio
sões. É uma regra consuetudinária que que permite superar a ausência de recur- e do inestimável retorno de crescimen-
configura uma equipa de armas combi- sos mais tangíveis. to. Sendo “o Homem ele próprio e a sua
nadas, preparada para conduzir opera- Os “carimbos” do meu itinerário mili- circunstância”, como defendem Orte-
ções em todo o espetro, e onde nunca tar trouxeram-me até aqui e têm sido os ga & Gasset, estou imensamente grato
escasseiam o movimento e manobra, o meus apoios, com mais ou menos graus porque as circunstâncias ditaram que
poder de fogo e o apoio de combate. Da de liberdade. Por vezes, são apoios sim- me fosse conferida esta oportunidade de
simbiose destes elementos, emana uma ples, e algumas vezes encastramentos, servir no Estado-Maior Pessoal do Co-
equação de apoio mútuo, em que o todo mas nunca me faltaram! Consequente- mandante do Exército Português!

:: 34 :: Nº09 :: JUL’21
A REPARTIÇÃO DE ENGENHARIA
DO COMANDO DAS FORÇAS
TERRESTRES
POR TCOR ENG ARTUR CARACHO

O Comando das Forças Terrestres (CFT) da população, atividade que muito diz truturas do Exército (DIE), para que os
constitui o comando da componente respeito à Engenharia Militar. trabalhos possam vir a ser incluídos no
terrestre do Exército, sendo responsável As principais áreas de atividade desta Plano de Anual de Obras ou no Plano de
pelo treino operacional, o aprontamen- repartição são o estudo, planeamento e Atividade Operacional Militar.
to e a sustentação das forças e meios coordenação das atividades na área das Compete também à Repartição de En-
da componente operacional do sistema missões de apoio ao desenvolvimento, genharia acompanhar a evolução das
de forças. Para além disso, comanda as relacionadas com a satisfação das neces- obras, sob responsabilidade da DIE, rea-
Unidades, Estabelecimentos e Órgãos sidades básicas e a melhoria da qualida- lizadas nas unidades na dependência do
(UEO) da Componente Fixa, colocadas de de vida das populações, e do empre- CFT, mantendo atualizado o ponto de
na sua dependência. Significa isto que go da Engenharia Militar em apoio das situação de cada uma delas. Da mesma
todas as unidades de Engenharia Militar (UEO) do Exército. Significa isto que forma, acompanha a situação das in-
se encontram na sua dependência, seja algumas das principais áreas de emprego fraestruturas ocupadas pelas Forças Na-
ela direta, como é o caso do Regimento da Engenharia Militar constituem uma cionais Destacadas (FND), intervindo
de Engenharia N.º 1, ou indireta, como responsabilidade desta repartição. sempre que é necessário resolver algum
Todos os pedidos de apoio da Engenha- problema que constitua uma responsa-
é o caso do Regimento de Engenharia
ria Militar feitos ao Exército, por entida- bilidade nacional.
N.º 3 ou da Companhia de Engenharia
des civis ou militares de outros Ramos, Embora aparente ser uma área de res-
de Combate Pesada (a única que não
são encaminhados ao CFT, cabendo a ponsabilidade reduzida, a verdade é que
está fisicamente localizada num dos re- esta repartição analisar e propor a atri- o apoio da Repartição de Engenharia é
gimentos de Engenharia). buição dos trabalhos a um dos regimen- frequentemente solicitado para colabo-
Ao CFT compete, entre outras, planear, tos de Engenharia. Uma vez realizado o rar na tomada de decisão sobre outras
coordenar e supervisionar o emprego reconhecimento, é feita uma análise e, áreas que possam envolver a Engenharia
dos Elementos da Componente Opera- caso se considere que há condições téc- Militar, no território nacional ou em tea-
cional do Sistema de Forças (ECOSF), nicas e legais para que o trabalho seja tros de operações no estrangeiro.
quer em missões operacionais, quer em realizado, propõe ao Comandante das Condição para se ser chefe desta reparti-
outras tarefas que lhe sejam atribuídas, Forças Terrestres que autorize a sua rea- ção: ser oficial de Engenharia. É impor-
bem como colaborar em ações de coope- lização. tante conhecer a organização, os meios,
ração militar, na sua área de responsabi- Procedimento idêntico é adotado quan- capacidades, as limitações e dificuldades
lidade. Ao seu Quartel General, onde se do se tratam de pedidos de apoio de com que se deparam as nossas unidades,
inclui a Repartição de Engenharia, com- unidades do Exército. Porém, em mui- para as poder apoiar e empregar da me-
pete, entre outras colaborar em ações de tos destes casos, a situação tem de ser lhor forma ao serviço do Exército e de
apoio ao desenvolvimento e bem-estar encaminhada para a Direção de Infraes- Portugal!

JUL’21 :: Nº09 :: 35 ::
PROJETOS DE ENGENHARIA (LPM e PIDDAC) O ALMOUROL

PROJETOS DE ENGENHARIA (LPM e


EXPLOSIVE ORDNANCE DISPOSAL (EOD)
O seu Estado Final visa a manutenção e consolidação de capaci- assim como para cooperar com as estruturas civis de segurança
dades do Exército nas áreas EOD, através da aquisição de meios no combate ao terrorismo, através da partilha de informações,
e equipamentos táticos e técnicos, que cumpram os requisitos técnicas e procedimentos.
mínimos de proficiência requeridos no âmbito dos diversos en- Esta capacidade foi gradualmente implementada, desde o ini-
cargos operacionais do Grupo de Equipas EOD (GrEqEOD), cio de 2015, através dos seus Vetores de Desenvolvimento (VD)
proporcionando um forte contributo para a Mobilidade e Prote- permitindo, atualmente uma elevada capacidade e prontidão
ção da Força, para o esforço de informações do sistema C-IED, operacional.

DEFESA NUCLEAR, BIOLÓGICA, QUÍMICA E RADIOLÓGICA (NBQR)


O Projeto de Defesa NBQR visa dotar a Companhia de Defesa A CDefNBQR, adquiriu recentemente através de verbas
NBQR (CDefNBQR) com equipamentos de defesa NBQR, ga- PIDDAC e LPM, 38 novas máscaras de proteção NBQR,
rantindo a capacidade de sobrevivência da Força em ambiente AVON C-50, 1 maca de transporte de baixas contaminadas
operacional. (BioBag), 2 detetores de agentes químicos CHEMPROX e
As aquisições no âmbito do projeto de defesa NBQR assentam, 1 detetor e identificador de agentes radiológicos PM1401K e
fundamentalmente, em 3 áreas distintas: 1 contentor de descontaminação para montagem de uma linha
•  Equipamentos de Proteção Individual (EPI); de descontaminação de viaturas.
•  Equipamentos de deteção e monitorização (NBQR);
•  Equipamentos de descontaminação.

ENGENHARIA DE COMBATE FORÇAS LIGEIRAS


A Engenharia de Combate Ligeira, através da CEngCombLig, ção. Quanto ao vetor equipamento, pretende-se a aquisição de
deve estar preparada para apoiar a BrigRR em todo o espetro de sistemas de abertura de brechas (tipo APOBS), pontes móveis
operações militares, através de trabalhos de apoio à mobilidade, de assalto para vãos até 20m, kits de destruição (para iniciação
contramobilidade, proteção e, quando reforçada, de apoio ge- remota de cargas explosivas), kits de ferramentas de sapador e
ral de engenharia, integrando operações aerotransportadas e/ ainda minas off-route e sistemas de dispersão de minas (tipo
ou aeromóveis. Para estes objetivos, contribuem vários vetores, MOPMS).
considerando-se útil destacar os vetores equipamento e forma-

ENGENHARIA DE COMBATE FORÇAS MÉDIAS


O projeto de Engenharia de Combate Média compreende dois tipologia semelhante às das unidades de manobra orgânicas da
vetores principais: BrigInt; dotar a força com meios de abertura de brechas; assim
•  Aquisição de materiais, equipamentos e viaturas; como de sistemas de lançamento de minas dispersáveis. A es-
•  Formação de pessoal, ao nível das várias classes e funções. pectativa é que este reequipamento se possa iniciar em 2023,
No que ao primeiro ponto diz respeito, importa destacar a ano a partir do qual se prevê financiamento no âmbito da LPM.
necessidade de equipar a CEngCombMed com viaturas de

ENGENHARIA DE COMBATE FORÇAS PESADAS


A limpeza de itinerários (i.e. Route Clearance – RC) pode ser 2020 concluiu-se a receção dos equipamentos da componente
definida como a capacidade de deteção, confirmação, identi- apeada de RC na CEngCombPes. Atualmente, está em estu-
ficação, marcação e neutralização de obstáculos (explosivos e do o Vetor de Desenvolvimento Material para a componente
não explosivos), por forma a potenciar a liberdade de movi- montada da RC, a adquirir via NATO Support and Procu-
mento da Força. rement Agency (NSPA), sendo a análise balanceada entre
O Exército tem vindo a edificar a capacidade de RC em sede soluções “off the shelf ” e soluções obtidas da reconversão de
da Lei de Programação Militar e através do projeto em assun- viaturas existentes no Exército.
to, em linha com os requisitos operacionais aprovados. Em
O ALMOUROL PROJETOS DE ENGENHARIA (LPM e PIDDAC)

PIDDAC)
ENGENHARIA DE APOIO GERAL
O projeto de Engenharia de Apoio Geral tem por objetivo a Desde a génese do projeto em 2015, foi possível traduzir a
regeneração das Companhias de Engenharia de Apoio Geral, execução orçamental na aquisição de 5 tratores de lagartas,
pela substituição de equipamentos de engenharia, viaturas de 3 retroescavadoras, 3 mini retroescavadoras 2 autodumper,
diversas tipologias e outros meios de apoio. 1 niveladora, 1 cilindro, 1 escavadora hidráulica, 2 camiões tra-
Este projeto possui duas fontes de financiamento (LPM tor com atrelados de transporte, 1 viatura basculante e 8 viatu-
e PIDDAC), sendo que desde a sua génese, já executou ras administrativas, para além de diversos EPI.
2,75 Milhões de Euros no âmbito da LPM e 1,65 Milhões de
Euros no âmbito do PIDDAC.

PONTES MILITARES
O projeto pontes militares visa dotar a CPontes com meios que dispensáveis à utilização de software avançado e à qualidade
possibilitem a condução de operações de transposição de vãos da formação;
e cursos de água, edificando, essencialmente, as capacidades de •  1 lote de EPI, empregue na melhoria das condições de segu-
reconhecimento de pontes e locais de transposição, incluindo rança dos operadores de pontes.
reconhecimento subaquático e, de montagem e operação de Em 2021, decorre a revisão do Plano de Implementação do
meios de apoios flutuantes e fixos. Projeto com particular incidência nos VD:
Em 2020, através de verbas do PIDDAC, a CPontes promoveu •  Material, com enfoque na capacidade de apoios flutuantes;
a aquisição de diversos equipamentos: •  Formação e treino, com a reformulação dos referenciais dos
•  1 empilhador de mastro TT, para movimentação de cargas cursos incluídos nesta capacidade, incluindo formações fora
pesadas, munido de tração integral e adaptado para trans- do ramo, de mergulho, mecânico de motores náuticos fora-
porte em contentor marítimo; -de-borda e nadador-salvador, e, no estrangeiro, com o BAC
•  1 computador portátil robustecido e 1 projetor de vídeo, in- do MILENG COE.

COMPANHIA DE ENGENHARIA DE APOIO MILITAR DE EMERGÊNCIA


O estado final do projeto da CEngAME visa a aquisição de incêndios e de construções horizontais foram reforçadas com
meios para garantir o apoio imediato e próximo à população 2 tratores plataforma..
em resposta a acidentes graves, catástrofes naturais e aconteci- Em simultâneo, está em curso um estudo que visa dotar esta
mentos catastróficos. subunidade com a capacidade de busca e resgate em estruturas
Em 2020, a capacidade de auxilio a cheias/inundações, foi re- colapsadas. Trata-se de uma capacidade distinta e diferencia-
forçada com 1 módulo constituído por barreiras de contenção dora no Exército, contribuindo decisivamente para umas das
de massas de água, 1 eletrobomba capaz de operar quer à su- principais prioridades nos últimos anos, nomeadamente no
perfície, quer em submersão, e ainda um conjunto de equipa- seu emprego em missões de Apoio Civil, com particular des-
mentos de iluminação. Este ano as capacidades de auxilio a taque no AME.

CENTRO DE EXCELÊNCIA C-IED NBQR


O Centro de Excelência C-IED NBQR tem como missão pro- Atualmente, a aplicação das verbas do Projeto disponibilizadas
mover a atualização contínua do conhecimento relativo às através da LPM, permitirão consolidar, entre outras, as capaci-
capacidades C-IED e NBQR, constituindo-se como Entidade dades do VD Infraestruturas, encontrando-se prevista a con-
Técnica ao dispor do Exército, atuando nas seguintes áreas téc- clusão da:
nicas: •  Área de treino C-IED – Pista VCR2: permitirá a operação
• C-IED; dos VCR em diferentes cenários/ obstáculos, que possibilita-
•  Explosivos e sapadores (incluindo busca militar de engenhos rá treinar os vários enablers ao C-IED, com destaque para as
explosivos); capacidades de IEDD3, e de busca militar intermédia;
•  Explosive Ordnance Disposal (EOD); •  Área de treino HAZMAT4, que visa o apoio à formação e
•  Exploração técnica de IED;
treino na área da defesa NBQR, em particular no âmbito da
•  Demolições por métodos explosivos e proteção de infraes-
resposta à ameaça por TIMs.
truturas contra explosões;
•  Defesa NBQR.
DIREÇÃO DE INFRAESTRUTURAS DO EXÉRCITO O ALMOUROL

DIREÇÃO DE INFRAESTRUTURAS
DO EXÉRCITO
POR COR ENG CARLOS AFONSO

À Direção de Infraestruturas compete ção das EOP contratadas, garantindo o seguinte, plano este que será aprovado
assegurar a direção, a coordenação, o cumprimento do contrato celebrado, de- por despacho de Sua Excelência o Gene-
controlo administrativo e a execução signadamente no que diz respeito à boa ral Chefe de Estado-Maior do Exército
técnica das atividades de conceção, execução dos trabalhos, da aplicação dos (CEME).
construção, remodelação, manutenção, materiais e equipamentos especifica- O financiamento das obras incluídas
conservação e demolição referentes a dos e no cumprimento do seu prazo de no PAO poderá ser garantido através
instalações do Exército, incluindo os execução; e por último, mas não menos do Orçamento do Ministério da Defesa
respetivos equipamentos e redes, bem importante, o apoio prestado às (UEO) afeto ao Exército (OMDN-E), da Lei de
como verificar a qualidade dos serviços do Exército nas avaliações técnicas so- Infraestruturas Militares (LIM), da Lei
prestados e a segurança dos mesmos.1 licitadas e na orientação das atividades de Programação Militar (LPM) ou de
de manutenção das Infraestruturas à sua outras fontes de financiamento extraor-
Para cumprir a missão atribuída, a Dire-
responsabilidade, podendo estas ser exe- dinárias a identificar.
ção de Infraestruturas (DIE) articula-se
cutadas com recurso a meios próprios
nas seguintes quatro Repartições e Gabi- O PAO integra EOP que se enquadram
ou através de contratação externa.
nete: Repartição de Gestão do Patrimó- nos seguintes cinco programas:
nio (RGP), Repartição de Planeamento Por ser a área de atividade com maior
impacto na vivência e nas diversas ati- •  Segurança militar;
e Controlo de Programas (RPCP), Re-
partição Técnica de Engenharia (RTE), vidades desenvolvidas pelas (UEO), a •  Habitabilidade nas (UEO);
Repartição de Obras (RO) e Gabinete de execução de EOP assume um eleva-
•  Apoio ao dispositivo;
Estudos Arqueológicos da Engenharia do grau de importância. Cumprindo o
Militar (GEAEM). previsto no Regulamento Geral de In- •  Sistemas de alimentação;
fraestruturas do Exército (RGIE), docu-
As competências atribuídas incidem •  Sustentabilidade ambiental.
mento enquadrador em fase de revisão,
essencialmente nas áreas da gestão do o procedimento iniciador com vista à Durante o ano de 2020 foram executa-
património imóvel à guarda do Exér- execução de uma EOP é, em regra geral, das 123 EOP, no valor global de cerca de
cito; da elaboração de planos diretores da responsabilidade da (UEO) interes- 10,5 M€, com fontes de financiamento
das Unidades, Estabelecimentos e Ór- sada, através da elaboração do seu Pla- do OMDN-E20, LIM2019 e LIM2020 e
gãos (UEO), dos planos anuais de obras no de Necessidades onde hierarquiza as DCCR de UEO.
e de atividade operacional militar, bem obras que considera prioritárias na área
como dos respetivos planos orçamentais da manutenção e que estão para lá das
associados; da elaboração de estudos e suas capacidades técnicas e financeiras.
pareceres, de projetos técnicos e das pe- A DIE avalia-as, incluindo as prioritárias
ças processuais relativas às Empreitadas validadas na proposta de Plano Anual 1
Missão da DIE, Decreto Regulamentar n.º 11/2015, de
de Obras Públicas (EOP); da fiscaliza- de Obras (PAO) do Exército para o ano 31jul

Construção de arrecadação de material de guerra Construção de vedação periférica

:: 38 :: Nº09 :: JUL’21
O ALMOUROL DIREÇÃO DE INFRAESTRUTURAS DO EXÉRCITO

Construção de caserna feminina Remodelação de caserna

Reabilitação de instalações para produção de desinfetante Reabilitação e pintura das fachadas do edifício de comando

Reabilitação da cozinha Substituição do sistema de ventilação da cozinha

Instalação de sistema solar fotovoltaico Demolição de edifícios

JUL’21 :: Nº09 :: 39 ::
EM SÍNTESE O ALMOUROL

EM SÍNTESE
08-09 a 27-10-20 16 a 20-11-20
À Escola das Armas: beneficiação CoE Espanha: participação de formador
de itinerários no interior da Tapada Weapons Intelligence Team-Train The Trainers
de Mafra, remoção do piso no picadeiro (WIT T3) Course
Hebraico e desmatações 24-11-20
12 a 18-11-20 Ao Grupo de Artilharia de Campanha: apoio
À Câmara Municipal de Torres Vedras: Operacional ao GAC no CMSM
montagem de Ponte Militar Mabey 10-12-20
Compact 200 ML 80, na freguesia À Brigada de Intervenção: emprego operacional
A-dos-Cunhados em apoio ao Exercício VULCANO no CMSM
05-04 a 28-05-21 15-02 a 16-12-20
À Escola das Armas: reabilitação À Escola das Armas: emprego operacional em
da carreira de tiro e beneficiação apoio ao TPO/CFS/CFS RVRC ART no RA5
de itinerários no interior
da Tapada de Mafra 15-02 a 16-12-20
À Academia Militar (Amadora): formadores
em apoio ao projeto CCPI
PAMEEX-FAUNOS
10 a 11-02-21
26 a 29-07-20 Ao Regimento de Infantaria N.º 15: apoio

CERIMÓNIAS
À ANEPC: apoio no combate ao incêndio Operacional a sessão de fogos reais do RI15
em Oleiros com Destacamentos de Engenharia 08-04-21
08 a 11-09-20 Ao Regimento de Cavalaria N.º 6:
25-09-2020 À ANEPC: apoio no combate ao incêndio emprego Operacional no CMSM
Cessação de funções de Comandante do RE1 em Oliveira de Frades com Destacamentos
do Exmo. Cor Eng Leonel José Mendes Martins de Engenharia
28-09-2020
Tomada de Posse como Comandante
14 a 16-09-20
À ANEPC: apoio no combate ao incêndio VISITAS
do RE1 do Exmo. Cor Eng Raul Fernando em Proença-a-Nova com Destacamentos
Rodrigues Cabral Gomes de Engenharia 28-09-2020
23-10-2020 Do Exmo TGen Martins Pereira,
COVID-19 Comandante das Forças Terrestres
Cerimónia Evocativa
do Dia do Regimento de Engenharia N.º 1 10-06-20 13 a 14-10-20
Ao Hospital das Forças Armadas: Do Exmo Cor Tir João Manuel Pires,
polo Porto, Descontaminação Diretor de Infraestruturas do Exército
de infraestruturas
APOIOS 16 a 17-06-20
Ao Centro Social e Paroquial
de Alfena (Valongo): descontaminação
CURSOS
PAOM & PAOC de infraestruturas (Fase II)
08-06 a 17-07-20 08-07-20 22-06 a 21-07-20
Ao Estabelecimento Prisional Militar: Ao Lar da Fundação Maria Inácia Curso de Sapador Pontoneiro 2020
regularização de terreno para construção Vogado Perdigão Silva em Reguengos 07 a 25-09-20
de parque de estacionamento de Monsaraz: descontaminação 2º Curso SIBCRA
de infraestruturas 06 a 19-10-20
15 a 25-06-20
Ao Regimento de Transportes: 19 a 20-10-20 Curso Geral de Sapadores
nivelamento de terreno para construção Ao Centro de Saúde de Estremoz: 26 a 30-10-20
de parque de estacionamento descontaminação de infraestruturas Curso Tático C-IED 2020
29-06 a 17-07-20 21 a 22-10-20 12-04 a 18-06-21
À Base Naval do Alfeite: desmatação Ao Lar da Santa Casa da Misericórdia Curso de Explosivos, Destruições, Minas e
e terraplanagem de plataforma de Paços de Ferreira: descontaminação Armadilhas (CEDMA) 2020/21
de infraestruturas
17-09-19 a 18-12-20
À Câmara Municipal de Odivelas: EOD
limpeza e desassoreamento de ribeiras
04-02 a 28-08-20 04-06-20
À Câmara Municipal de Vila Nova Ao Regimento de Paraquedistas:
da Barquinha: desmonte, regularização apoio na sessão de tiro curso PREC’s
e nivelamento de talude na zona industrial 23-06-20
08-07 a 18-12-20 À Academia Militar: apoio no CCPI
À Brigada de Reação Rápida: beneficiação no CMSM
de caminho de ronda, melhoramento 23-06-20
da pista de 400m e da limpeza da linha de água Ao Regimento de Artilharia nº 4: apoio
à inativação projéteis 105MM
29-06-20 a 28-05-21
Ao Regimento de Manutenção: esterilização 02-07-20
e demolição de edifícios PM003 - PM009 À Unidade de Apoio Geral Material
de Exército: processo
EXERCÍCIOS
08-09 a 16-10-20 de aceitação de meios remotos
À Escola das Armas: beneficiação
07 a 10-07-20 26 a 29-10-20
de itinerários no interior da Tapada de Mafra APOLO
Ao Regimento de Comandos: nivelamento de
29-09-20 a 02-10-20 operadores EOD 8FND/MINUSCA em Tancos 16 a 27-11-20
Ao Campo Militar de Santa Margarida: ORION 2020
05-11-20
desmatação da linha de água na Estrada Ao Regimento de Paraquedistas:
Militar de acesso ao CMSM 17 a 26-11-20
formadores em apoio ao Centro ALERTA
26-10-20 a 28-05-21 de Excelência C-IED NBQR, Módulo 06 a 08-04-21
À Messe Militar de Lagos: Reabilitação de Busca e Deteção de Explosivos JUPITER 211
e pintura de muros e fachadas do Curso de Treinador de Cães Militares

:: 40 :: Nº09 :: JUL’21
Montagem ponte Mabey Torres Vedras

UM ANO EM IMAGENS
Frente de trabalho
em Vila Nova da Barquinha

Treino da CPontes Tomada de Posse do atual Cmdt do RE1

Apoio à vacinação no RE1

Aprontamento a END e FND Curso SIBCRA


Destruição de detonadores – ORICA

Visita do Exmo DIE Celebração do dia da mulher


Ponto de vacinação no RE1

Formação desinfeção COVID-19 Tirocínio para Oficial de Engenharia 2019-20 Treino da CEngComLig
BOOK REVIEW O ALMOUROL

BOOK REVIEW
SETE PILARES DA SABEDORIA
POR ALF RC FREDERICO SANTOS

No decurso da Primeira Guerra Mun- Tal como nos afirmou Winston Chur-
dial, o conflito do Império Britânico chill, Os Sete Pilares da Sabedoria é
contra os turcos começou com um teste “um dos maiores livros já escritos na
de resistência e de engenharia militar no língua inglesa”. Publicado integralmente
deserto do Sinai. Tendo em conta a im- em 1926, trata-se de uma autobiografia
portância estratégica do Canal de Suez, do mítico Oficial do Exército Britânico
ainda hoje patente, toda a sua extensão T. E. Lawrence, mais tarde conhecido
foi fortificada e entrincheirada. como Lawrence of Arabia. Este livro,
Os feitos da Engenharia Militar de então, para além de ser conotado como um ro-
continuam bem presentes na memó- mance de aventura, é também um retra-
ria da nossa Engenharia Militar, a qual to filosófico do desenrolar da Primeira
tem também testemunhos de inegável Guerra Mundial.
dimensão e importância vincados no li- Depois de o Reino Unido ter declarado
vro da História de Portugal. Foi no con- Lawrence tornou-se num conselheiro
guerra ao Império Otomano, Lawrence próximo do líder da guerrilha contra os
texto de resiliência dos Aliados, no Ca- foi enviado em 1914 para o Cairo. Inte-
nal do Suez, que surge Thomas Edward turcos, o Emir Faiçal, e mostrou-se em-
grado no Departamento de Inteligência penhado na criação de um Estado árabe
Lawrence (1888 - 1935), autor da obra Militar, devido ao seu conhecimento da
que apresentamos como sugestão de independente. Ficou ainda patente que
língua e dos povos do deserto, foi envia- em dois anos, entre 1916 e 1918, a guer-
leitura. Pois, tal como hoje, a Engenha-
do ao Xerife de Meca com o interesse de rilha dos beduínos enfraqueceu o domí-
ria Militar associa a arte e o engenho de
estabelecer uma aliança entre a revol- nio turco no Médio Oriente. Lawrence,
fazer à necessidade do conhecimento,
ta árabe e os ingleses, também eles em sobretudo nesse período, mostra-nos a
características enraizadas na mais no-
bre sabedoria, alicerçada em pilares que guerra com o Império Otomano, que já descoberta de uma consciência global,
constituem os valores e as virtudes mili- conquistara parte do norte de África e onde tentou honrar as suas convicções,
tares que sustentam a Engenharia Militar se precipitava na conquista da península num contexto tão distante do ocidental.
Portuguesa. arábica. Por outro lado, as exigências da respon-
sabilidade do comando, que sempre pre-
miaram o sacrifício pessoal, provaram
um homem racional que almejou uma
vitória que não era sua, mas significava o
futuro de um povo, que até aqui enfren-
tara a tecnologia da guerra com escassos
meios e recursos.
Afinal, era a autodeterminação e o ca-
rácter que tinham vertido a inércia em
coragem coletiva, e transformado as
contrariedades em vantagem, numa
guerra europeia tornada mundial. Nes-
tes territórios extensos e inóspitos, que
contrastavam com a imaginação dos
europeus, observamos uma derradeira
noção romântica e aventureira da guer-
ra, que rompe com a carnificina que se
viveu na frente europeia.
Com o culminar da guerra em 1918,
Lawrence regressa ao Reino Unido e
torna-se num almejado herói nacio-
nal. Embora continue a ser uma figura
controversa, na qual nos precipitamos a
confundir crueldade com astúcia mili-
tar, ou loucura com estratégia, podemos
afirmar que ousou romper um Império
com táticas de guerrilha, cruzar o deser-
to para a História despedir-se dos épicos
e, sob o alento do keffieyeh, impulsionar
a fundação do moderno Médio Oriente,
que surgiu com a Primeira Guerra Mun-
dial.

:: 42 :: Nº09 :: JUL’21
O ALMOUROL RECORDAR

COMO SERÁ?
POR SMOR ENG MANUEL ROLHAS

Foi-me dado o privilégio de, mais sejada denominada de “COVID-19”, meçar de novo. Momentos bons e
uma vez, escrever um artigo na re- nada melhor do que por vezes ser- ruins fazem parte da vida e a diferen-
vista “O Almourol”. Confesso que, mos submetidos à escuta de alguns ça de ambos, é que um marca e outro
de facto, não foi fácil pensar e redi- momentos de conforto, ânimo e es- ensina, e certamente só vencemos
gir um tema relevante para a nossa perança, para que tenhamos uma luz amanhã se não desistirmos hoje.
revista. para orientação dos nossos trajetos O vencedor é todo aquele que tentou
Contudo, optei por algo diferente do que diariamente calcorreamos. mais uma vez.
que é habitual e do que escrevi no Assim sendo, permitam-me que vos As mudanças são sempre bem-vin-
número anterior. diga que as coisas boas da vida não das e o recomeçar é necessário.
Pois bem, ora vejamos. são aquelas que duram para sempre, Certamente que tudo vai ficar bem.
Com as alterações significativas a que mas aquelas que nos deixam recor- Se não pudermos fazer tudo, faça-
estamos a ser submetidos nas nossas dações, que apesar de serem menos mos tudo o que pudermos.
vidas, devido a esta inquilina inde- agradáveis são um sinal para reco- Bem hajam para todos vós.
Elementos da Componente Operacional do Sistema de Forças

Companhia de Defesa Nuclear, Biológica,Química e Radiológica

Comando do Batalhão de Engenharia

Companhia de Engenharia de Apoio Militar de Emergência

Companhia de Pontes

1.ª Companhia de Engenharia de Apoio Geral

2.ª Companhia de Engenharia de Apoio Geral

Companhia de Engenharia de Combate Ligeira

Grupo de Equipas EOD

Companhia de Engenharia de Combate Pesada

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Companhia de Engenharia de Combate Média

Ao serviço dos Portugueses

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