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BEPA
15 anos
Editorial..................................................................................................................................................................................................... 1
Perfil epidemiológico dos casos de leptospirose na Região Metropolitana da Baixada Santista (SP), Brasil
Epidemiological profile of the leptospirosis cases in the Metropolitan Region of Baixada Santista (SP), Brazil................................... 3
Determinação da viabilidade de Trypanosoma cruzi em polpa de açaí e caldo de cana de açúcar experimentalmente contaminados
Determination of the viability of Trypanosoma cruzi in the experimentally contaminated açaí pulp and sugar cane juice................. 15
Saúde e inovação
Health and Innovation............................................................................................................................................................................ 31
Expediente
Alexandre Silva – CDC Atlanta
Editor Executivo: Clelia Aranda
Carlos M. C. Branco Fortaleza – FM/Unesp/Botucatu-SP
Editores Associados: Eliseu Alves Waldman – FSP/USP-SP
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145-146
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Volume 13 Número 145-146 janeiro/feverei
ro 2016
Editorial
Marcos Boulos
Editor
Editorial
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Volume 13 Número 145-146 janeiro/feverei
ro 2016
RESUMO
Objetivo: Diante da elevada taxa de letalidade e da ausência de pesquisas
que descrevam a leptospirose na Região Metropolitana da Baixada Santista
(RMBS), este estudo apresenta a distribuição e a análise epidemiológica
dos casos humanos autóctones confirmados na região, de 2010 a 2015.
Métodos: Estudo descritivo, de dados secundários, tendo como fontes:
Instituto Adolfo Lutz – Sistema Integrado de Gestão Hospitalar (SIGH),
Grupo de Vigilância Epidemiológica de Santos/GVE XXV – Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). A análise descritiva das principais
características dos casos e sua distribuição segundo as variáveis de
interesse foram feitas por meio de comparações de médias e proporções.
Resultados: No período foram confirmados 385 casos, correspondendo
à incidência média anual de 3,71/100.000 habitantes. Houve maior
ocorrência em homens (81,29%), na faixa etária de 20-40 anos (59,68%);
45,45% dos casos estavam concentrados nos municípios de Santos e São
Vicente. Em todas as cidades da RMBS, a zona urbana foi a de maior
ocorrência. Conclusão: Os resultados destacam incidência e letalidade
(19,22%) de casos superior às demais encontradas em todo o território
nacional. Associado a estes dados alarmantes, há consequências e
urgência de prevenção, não só na RMBS, mas também em todo o país,
que ressaltam a necessidade de pesquisas que possam contribuir às ações
de controle do agravo.
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ABSTRACT
Objective: In view of the high mortality rate and the lack of researches
on leptospirosis in the Metropolitan Area of Baixada Santista (RMBS),
this study presents the epidemiological distribution and the analysis of
autochthonous cases confirmed in the area from 2010 to 2015. Methods:
This is the descriptive study of the secondary data from the Integrated
Hospital Management System (SIGH), Instituto Adolfo Lutz, Information
System for Notifiable Diseases (Sinan)/Epidemiological Surveillance
Group (GVE)/XXV of Santos, and the Brazilian Institute of Geography
and Statistics (IBGE). The descriptive analysis of the main characteristics
of the cases and their distribution according to the variables of interest by
comparing the means and proportions were performed. Results: In the
studied period, 385 cases were confirmed, corresponding to an average
annual incidence of 3.71/100,000 population, with a highest occurrence
in the age group of 20-49 years old (59.68%), being 81.29 % in men;
and 45.45% of all cases were concentrated in Santos and São Vicente
cities. In all of RMBS cities, the urban area had the highest occurrence.
Conclusion: The results highlight the higher incidence and lethality
rates (19.22%) in the area than in the whole country. These alarming
data, associated with the consequences and the urgency of prevention,
emphasize the need for performing further studies for improving the
actions to control the disease not only in the RMBS, but also in the
whole country.
INTRODUÇÃO
A leptospirose é uma zoonose que afeta sendo a infecção possível pela pele com
grande variedade de animais selvagens e lesões, pele íntegra quando imersa em água
domésticos.1 Doença infectocontagiosa por longo tempo, ou pelas mucosas; com
de ocorrência mundial, caracterizada pela destaque às zonas urbanas.1,2
veiculação hídrica, muitas vezes potencializada O diagnóstico é feito por meio da avaliação
pela ocorrência de enchentes e inundações, e clínica e laboratorial.2 O primeiro destaca-se
vinculada indiretamente ao clima, uma vez que pela observação dos sintomas como: febre,
é transmitida ao ser humano principalmente cefaleia, dor na panturrilha, mialgia e icterícia;
por meio do contato da água contaminada o laboratorial pode ser por testes sorológicos,
com a urina de animais infectados. Seu agente moleculares e, também, pela cultura para
etiológico é a bactéria do gênero leptospira, isolamento da Leptospira.3,4
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A literatura destaca que, no país, alguns A área de estudo foi a RMBS, terceira
fatores ambientais e socioeconômicos maior região do estado de SP em termos
favorecem o aumento no número de casos populacionais, com 1.663.082 e 1.797.500
da doença nas áreas urbanas e periurbanas, milhões de moradores fixos em 2010 e 2015,
como o êxodo rural, a ocupação desordenada respectivamente. Nos períodos de férias,
das cidades (principalmente próximas a acolhe igual número de pessoas, que se
córregos e riachos) e a organização das instalam em seus municípios, sendo estes:
redes de saneamento básico, aliados a alta Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém,
aglomeração populacional de baixa renda e a Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e
altas infestações de roedores.8 São Vicente.10
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A TIM de leptospirose na RMBS foi de relação ao PIB municipal per capita e o percen-
3,71 casos/100.000 habitantes e letalidade de tual de pessoas com acesso a esgotamento
19,22%. Ao analisarmos a TIM e a letalidade, sanitário, nos nove municípios da RMBS. O
segundo o ano do caso, observamos que o ano município de Cubatão, quando comparado
de 2015 apresentou a maior TIM (4,68/100.000 aos demais, apesar de apresentar o maior
hab.) seguida por 2013 (4,33/100.000 hab.); PIB, caracteriza-se com precária condição de
e a letalidade foi maior nos anos de 2014 infraestrutura, com 62,7% da população com
(28,57%) e 2015 (23,45%) (Figura 2). acesso ao esgoto sanitário e a maior TIM da
Mongaguá, Guarujá e São Vicente são os doença (6,64 casos/100mil hab.) no período
municípios com maior letalidade da doença, de estudo.
sendo 33,33% (1/3), 25,67% (19/74) e 21,17%
Analisando os 385 casos, a doença
(18/85), respectivamente.
incidiu aproximadamente 4,3 vezes mais no
Com exceção dos municípios de Peruíbe e sexo masculino (81,29%) que no feminino
Mongaguá, que apresentaram uma quantidade (18,7%); 59,68% (229/385) dos casos na
considerável de casos na área rural, nos demais faixa etária dos 20 aos 49. Tendo como base
a área urbana mostra-se prevalente (Figura 3). os indicadores operacionais de vigilância,
Nas Figuras 4 e 5 observa-se, respectiva- pôde-se observar, dentre os casos com a
mente, o comportamento da leptospirose em informação, que 90,34% (346/383) foram
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diagnosticados por exames laboratoriais. 22,28% (74/385) e 2,41% (8/385) dos casos,
Dentre os ambientes prováveis de infecção, respectivamente (Tabela 1).
o domiciliar foi o que mais se destacou
Vale ressaltar que os principais sintomas
(55,83%); a presença de água e/ou lama foi
que ocorreram durante a manifestação da
relatada por 58,96% (227/385) dos casos,
seguida de local com sinal de roedores doença foram febre, cefaleia, icterícia, dor
(49,35% - 190/385). A informação sobre a na panturrilha, mialgia, vômito, prostração e
evolução foi possível em 86,23% (332/385) diarreia; destes, a febre (82,85% - 319/385)
dos casos; estando a cura, o óbito e óbito e a mialgia (71,94% - 277/385) foram os de
por outra causa em 75,30% (250/332), maior ocorrência no estudo.
5 30,00%
Incidência Letalidade
4,5
25,00%
4
Coeficiente de Incidência Leptospirose
3,5
20,00%
3
Letalidade
2,5 15,00%
2
10,00%
1,5
1
5,00%
0,5
0 0,00%
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Ano
TIM: taxa de incidência média
Figura 2. TIM e letalidade de leptospirose, segundo ano do caso. Região Metropolitana da
Baixada Santista, São Paulo, Brasil, 2010 - 2015
90%
Percentual de casos em cada área de infecção
80% 1,13
0,37
70%
4,16
60%
18,18 17,42
50% 17,04 21,21 10,98 3,03 0,75
40%
30%
0,37
20% 1,13
1,13
10%
0,75 0,37
0,37
0% 0,37 0,37 0,37 0,37
Santos São Vicente Guarujá Cubatão Praia Grande Itanhaém Beroga Peruíbe Mongaguá
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7 140.000,00
Coeficiente de Incidência Leptospirose Incidência PIB
6 120.000,00
5 100.000,00
4 80.000,00
PIB
3 60.000,00
2 40.000,00
1 20.000,00
0 0,00
Beroga Cubatão Guarujá Itanhaém Mongaguá Peruíbe Praia Grande Santos São Vicente
Figura 4. TIM de leptospirose em relação ao PIB municipal per capita em 2010. Região
Metropolitana da Baixada Santista, São Paulo, Brasil, 2010 - 2015
7 100,00%
Incidência Esgoto
90,00%
80,00%
Coeficientede Incidência Leptospirose
5
70,00%
60,00%
4
50,00%
3
40,00%
30,00%
2
20,00%
1
10,00%
0 0,00%
Beroga Cubatão Guarujá Itanhaém Mongaguá Peruíbe Praia Grande Santos São Vicente
DISCUSSÃO
Na RMBS, de 2010 a 2015, foram confir- e 0,95 casos/100 mil hab. – 2015) e para o
mados 385 casos de leptospirose, com uma Brasil (2,00 casos/100 mil hab. – 2010 e 1,59
incidência média anual de 3,71 casos/100 mil casos/100 mil hab. – 2015). 11 Os elevados
hab., com variação no período de 3,58 (2010) números encontrados no estudo podem ser
a 4,68 (2015) casos/100mil hab. Esses núme- justificados pelo fato da RMBS apresentar
ros mostraram-se maiores que os relatados ao alto índice pluviométrico, associado ao
estado de SP (2,16 casos/100 mil hab. – 2010 acúmulo de lixo e entulho em bueiros e
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esgotos, fatores estes que favorecem o apare- contato com a água da chuva contaminada
cimento de roedores, reservatórios do agente com a urina do rato correm risco de contraí-
Leptospira. Assim, as pessoas que entram em rem a doença. 12
Tabela 1. Descrição dos casos de Leptospirose, segundo sexo, idade, caracteres clínicos e tratamento. Região
Metropolitana da Baixada Santista, 2010 - 2015
Casos de Confirmados
Características
n (%)
Sexo
Feminino 72 18,70
Masculino 313 81,29
Idade*
Menor que 1 ano 02 0,51
5 a 19 anos 68 17,66
20 a 49 anos 229 59,68
50 anos ou + 86 22,33
Diagnóstico Laboratorial*
1ª MAT reagente 116 84,67
2ª MAT reagente 17 12,40
Isolamento 00 0
Imuno-histoquímica 04 2,91
Critério Confirmatório*
Clínico Laboratorial 346 90,33
Clínico Epidemiológico 37 9,66
Ambiente provável infecção*
Domiciliar 110 55,83
Trabalho 54 27,41
Lazer 06 3,04
Outros 27 13,70
Situação de Risco
Água e/ou lama 227 58,96
Local com sinal de roedores 190 49,35
Lixo/Entulho 138 35,80
Roedores diretamente 101 26,23
Evolução do caso*
Cura 250 75,30
Óbito 74 22,29
Óbito por outra causa 08 2,41
Quando a soma das categorias de cada variável for menor que o número de casos estudados, a diferença decorre da ausência
de informação.
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A literatura destaca que nas grandes São Vicente, 21,21% (56/247) dos casos
cidades o controle da doença é um desafio não concentraram-se nessa área, seguido do
só do setor saúde, mas também de gestores Guarujá com 18,18% (48/247); para a RMBS
responsáveis pelas políticas de ocupação do o percentual de 64,15% (247/385) corrobora
solo e habitação, de saneamento e coleta de com um estudo do perfil epidemiológico
lixo, de controle de roedores e, até mesmo, da realizado no estado de SP, onde a zona
educação.13 Assim, é possível associarmos a urbana mostrou-se como a área mais afetada
doença com o acesso da população ao esgoto (66,4%).15
sanitário e aos valores baixos do PIB per Como demonstrado nos resultados, os
capita, uma vez que pode indicar populações homens foram os mais acometidos pela
em precárias condições de vida, destacando doença (81,3% - 313/385). Segundo um
como tendência quanto maior o PIB e a estudo epidemiológico realizado no estado
cobertura de esgotamento sanitário, menores do Amazonas no período de 2000-2010, foi
serão as taxas de leptospirose.8 constatado que 85,8% dos indivíduos afetados
Com exceção do município de Cubatão, eram homens.16 Números semelhantes foram
os demais municípios da RMBS apresentam descritos para o estado de SP (82,52%) 15 e
valores altos do PIB, assim como a cobertura em estudo conduzido em área de favela em
de esgoto sanitário à população. Esses dados Salvador, 16 indicando que o sexo masculino
comprovam que outros fatores também devem apresenta maior propensão de ser acometido
ser considerados para predispor a ocorrência pela doença em função da exposição ao
da doença numa população, como o destino do agente.13
lixo, fatores ocupacionais e comportamentais, Com relação à faixa etária, 59,48%
sem esquecer-se da exposição maior ao agente (229/385) dos casos se apresentam entre 20
quando da ocorrência de enchentes ou de e 49 anos, valor próximo aos 60,3% descritos
desastres ambientais relacionados.7,13,14 pelo MS para o Brasil, entre 2004 a 2008.12
Em nosso estudo, o local provável de Diante dos dados analisados no presente
infecção de maior ocorrência foi o domiciliar estudo e em pesquisas anteriores, podemos
(55,83% - 110/197), esses números são considerar que a doença afeta principalmente
menores aos relatados para o estado de a faixa etária economicamente ativa da
SP (89,73%).15 Como o agravo acomete população.
populações de baixo poder sócio-econômico, a
Em nosso estudo identificamos a presença
maior frequência de infecção domiciliar pode
de alguns sintomas, dentre eles, a febre
indicar a precariedade do local de moradia
(82,85% - 319/385) e a mialgia (71,94% -
e a elevada vulnerabilidade às enchentes em
277/385) foram os mais frequentes, semelhante
períodos de chuva, contribuindo assim para o
ao relatado em outros estudos brasileiros.7,13,17
aumento das chances de infecção.15
Importante destacar a importância da
Com relação à área de contaminação, qualificação dos profissionais de saúde diante
analisando os municípios, observa-se que a de tais sintomas, para a suspeita e rápida
zona urbana foi a de maior ocorrência. Em investigação do agravo. O processo infeccioso
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agudo pode ser de difícil percepção clínica, dados não ocorre em tempo real. Importante
muitas vezes confundido com outras doenças, destacarmos que a notificação do agravo no
de diagnóstico nosológico similar, como país tem como origem principal os hospitais,
dengue, malária e influenza.5 restringindo-se às formas mais graves da
doença, podendo assim a morbidade relacio-
Quanto ao diagnóstico para a identificação
nada à doença estar subestimada e a letalidade
da doença, a confirmação do caso pelo teste
superestimada.
MAT na primeira triagem ocorreu em 84,67%
dos casos. Além disto, constatamos que
CONCLUSÃO
a RMBS teve 90,33% (346/383) de casos
confirmados por diagnóstico laboratorial, A elevada incidência e letalidade mostram
independentemente do método utilizado, e a necessidade de uma maior atenção ao agravo
9,66% (37/383) confirmados por critério na RMBS. Considerando a doença como um
clínico epidemiológico. Importante destacar problema socioecológico, ações de promoção
que a simples suspeita da doença e rápida da saúde e garantia de qualidade de vida que
intervenção, ou seja, tratamento com garantam condições ambientais favoráveis
antibióticos e ações de suporte aos demais são de relevância, com destaque às ações
órgãos, diminuem a letalidade e aumentam de educação em saúde, controle de roedores
a cura da doença, devendo ser considerados (antirratização e desratização), melhoria nas
mesmo antes dos resultados laboratoriais. condições higiênico-sanitárias da população,
limpeza e desinfecção das áreas domiciliares
Dentre os casos em que se foi possível
potencialmente contaminadas. Assim, deve-
a informação da evolução, a cura como
se incentivar a execução de serviços com
desfecho ocorreu em 75,30% deles e o óbito
enfoque na vigilância sanitária; sensibilização
em 22,28%. Esses números são maiores que
e capacitação dos profissionais de saúde
os relatados para o Brasil7 e para o estado de
em relação a investigação, notificação,
São Paulo.18
diagnóstico oportuno, ainda na fase aguda,
Diante dos significantes resultados obtidos, e a conclusão dos casos para que se obtenha
é importante salientar que o estudo utiliza da- adequado direcionamento e priorização do
dos secundários, possuindo assim limitações controle da doença. Os autores enfatizam ainda
como: o preenchimento incompleto da ficha a necessidade de pesquisas epidemiológicas
de notificação, que pode ocasionar na perda que possam servir de subsídios às ações de
de casos, e as dificuldades relacionadas com o controle do agravo, não apenas na RMBS, mas
sistema de notificação, pois a completude dos também em todo o país.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/
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Fernandes OCC. Cases distribution of transmissao-por-vetores-e-zoonoses/
leptospirosis in City of Manaus, State of dados/lepto/lepto9817_gve.pdf
Correspondência/Correspondence to:
Andréa Gobetti Vieira Coelho
Laboratório de Micobactérias, Núcleo de Ciências Biomédicas, Instituto Adolfo Lutz, Centro Laboratório Regional de Santos, São Paulo, Brasil.
Endereço: Rua Silva Jardim, 90, Vila Nova Santos – SP, CEP: 11021-015
Tel: (55-13) 3232-5112
E-mail: gobetti@ial.sp.gov.br
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Artigo especial
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(coquinho), caldo de cana de açúcar, vinho de algumas regiões como garapa de cana de
palma, suco de laranja, suco de goiaba.5 açúcar. Este alimento é geralmente consumido
imediatamente gelado ou a temperatura
Nos surtos relacionados a consumo de
ambiente, não podendo ser armazenado por
sucos de frutas sugeriu-se que os insetos
ser susceptível a alterações enzimáticas,
infectados, que habitam a copa das árvores,
que proporcionam alterações sensoriais
poderiam ser transportados da área de colheita
significativas e indesejáveis.
das frutas para as máquinas de extração de
suco. Os triatomíneos infectados seriam, A partir de 2000, o aumento do número de
então, esmagados nas máquinas de extração casos de doença aguda de Chagas, por provável
de suco, devido a uma falta de cuidados transmissão oral, gerou diversas legislações
sanitários durante a preparação, levando e documentos para o controle de qualidade
à contaminação e aos casos de doença de dos produtos de frutas. Vários documentos
Chagas aguda.6 Portanto, a contaminação de foram redigidos e visavam minimizar os
alimentos à base de vegetais in natura por riscos da ocorrência de doenças transmitidas
T. cruzi é acidental e pode ocorrer durante a por alimentos. Dentre eles, destaca-se a
colheita, armazenamento, transporte ou até norma RDC nº 218 de 29/07/2005, publicada
mesmo na etapa de preparação. pela Anvisa,7 que estabelece o regulamento
técnico de procedimentos higiênico-sanitários
No Brasil, os casos de doença de Chagas para manipulação de alimentos e bebidas
aguda causados por transmissão oral foram preparados com vegetais. Tal norma enfatiza
relacionados especialmente ao consumo diversas vezes a importância das boas práticas
de polpa de açaí e caldo de cana de açúcar, de produção como ferramenta para evitar a
possivelmente contaminados com T. cruzi, contaminação por insetos vetores.
com base no histórico das pessoas envolvidas.
Os laboratórios de saúde pública, em parceria
Ambos os alimentos são de grande produção e
com as vigilâncias sanitária e epidemiológica,
aceitação nacional.6
contribuem para o esclarecimento de surtos
Na região Norte do Brasil, o açaí é de doenças transmitidas por alimentos pelo
comercializado diariamente in natura, sem desenvolvimento e implantação de métodos
qualquer tratamento térmico. Nas demais laboratoriais de detecção de patógenos em
regiões, o açaí é comumente consumido na amostras alimentícias e água. Nos últimos anos,
forma de polpa pasteurizada e congelada, técnicas foram padronizadas em laboratórios
sobretudo por esportistas. Por ser considerada de referência para a pesquisa de parasitas
uma bebida energética, na maior parte das em alimentos, como Toxoplasma gondii em
vezes, é misturado ao xarope de guaraná e/ou produtos cárneos,8 T. cruzi em polpa de açaí e
frutas, cereais e carboidratos de assimilação caldo de cana de açúcar,9 dentre outros.
rápida para compensar sua deficiência em
Além da detecção de parasitas em alimentos,
açúcares simples.
a determinação da viabilidade dos mesmos é de
O caldo de cana de açúcar in natura é grande importância. A presença de T. cruzi ou
utilizado como refresco denominado em suas moléculas (DNA) e a determinação de sua
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4 Normal/ativos 96 Normal/lentos 95
8 Normal/ativos 95 Normal/ativos 91
24 Normal/ativos 95 Normal/ativos 58
4 Normal/ativos 93 Normal/lentos 54
8 Normal/lentos 58 Arredondados/lentos 20
24 Arredondados 0 Arredondados 0
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na amostra de caldo de cana de açúcar a 4°C e corados com o DAPI podem ser vistas na Figu-
por um período superior a 7 dias e até 48 horas ra 1. Os tripomastigotas ficam viáveis em caldo
a 26°C (dados não mostrados). de cana de açúcar até o final do experimento
(24 horas). Contudo, após 4 horas de incubação
Já na polpa de açaí, não houve detecção
com polpa de açaí, os parasitas apresentaram
de parasitas vivos na leitura de 24 horas, nas
alterações na forma. Embora os núcleos e
duas temperaturas testadas, sendo encerrado o
cinetoplastos se apresentassem com estrutura
teste para esse alimento nesse período.
típica, os parasitas ficaram arredondados. Estes
As análises microscópicas de fluorescência resultados corroboram com os obtidos na análi-
de tripomastigotas incubados com os alimentos se morfológica e de mobilidade.
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de açaí (Euterpe oleracea MART.) e
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bacaba (Oenocarpus bacaba MART.).
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da União, 1 ago 2005; Seção 1:119. e parasitológico das infecções pelo
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Correspondência/Correspondence to:
Elaine Cristina de Mattos
Centro de Laboratório Regional de Santo André, Instituto Adolfo Lutz
Av. Ramiro Colleoni, 240, Vila Dora, Santo André – SP, Brasil, CEP 09040-160
E-mail: nanimattos@hotmail.com
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Figura 1: Taxa de incidência de difteria (por 100.000 habitantes-ano), estado de São Paulo, 1979 a 20197
Características da Doença
A difteria é uma doença toxi-infecciosa do isolamento e identificação do agente
aguda, imunoprevenível, causada pela etiológico.1,12
bactéria Corynebacterium diphtheriae,
O êxito no isolamento da bactéria está
que frequentemente coloniza as amígdalas,
diretamente relacionado ao adequado
faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente,
processamento da amostra, que depende da
outras mucosas e a pele, e se caracteriza por
coleta, do transporte e do acondicionamento, e
placas pseudomembranosas típicas.8,9
deve ocorrer de acordo com os procedimentos
A transmissão ocorre pelo contato direto detalhados no protocolo laboratorial de
de indivíduos suscetíveis com os doentes coleta para casos suspeitos de difteria e
ou portadores assintomáticos, por meio de comunicantes, disponível no site do Centro de
gotículas do trato respiratório ou contato Vigilância Epidemiológica (CVE) do estado
direto com lesões cutâneas.10 A transmissão se de São Paulo. 13 Os resultados laboratoriais são
dá, em média, até duas semanas após o início imprescindíveis para a confirmação do caso e
dos sintomas.9 O tratamento com antibiótico para nortear a investigação epidemiológica.9
adequado elimina o bacilo diftérico da
orofaringe em 24 a 48 horas.9 A difteria é de notificação compulsória em
âmbito nacional, ou seja, todo caso suspeito
O período de incubação é, em geral, de dois
deve ser notificado imediatamente, para
a cinco dias, com variação de um a 10 dias.11
que possibilite a investigação adequada e a
O diagnóstico de difteria é estabelecido adoção oportuna das medidas de prevenção
pelo quadro clínico e confirmado por meio e controle. 9
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Caso suspeito de difteria é definido como uma dose extra de reforço contra difteria
toda pessoa que, independente da idade e aos indivíduos que se deslocam para áreas
estado vacinal, apresente quadro agudo de endêmicas ou com surtos.2,4
infecção de orofaringe, com a presença de
placas aderentes ocupando as amígdalas, com Recomendações
ou sem invasão de outras áreas da faringe
Mediante a heterogeneidade das coberturas
(palato e úvula) ou outras localizações (ocular,
vacinais e a presença de surtos em vários
nasal, vaginal, pele), com comprometimento
países, inclusive nas Américas, a Divisão
do estado geral e febre moderada.9
de Doenças de Transmissão Respiratória do
Frente a suspeita de um caso de difteria, CVE recomenda fortemente aos Grupos de
a utilização do soro antidiftérico (SAD) é Vigilância Epidemiológica e às Vigilâncias
a principal medida terapêutica.14 O SAD Epidemiológicas das Secretarias Municipais
não tem ação sobre a toxina impregnada de Saúde:
no tecido.15 O uso de antibioticoterapia é
●● notificar, investigar e registrar no
uma medida terapêutica auxiliar.8 Apesar da
Sinan todos os casos suspeitos,
adequada instituição do tratamento, podem
agregados de casos/óbitos e surtos
ocorrer complicações (miocardite, neurite e
de difteria;
nefropatia) e, aproximadamente, uma em cada
10 pessoas que adquirem difteria evoluem ●● manter vigilância ativa para
para óbito.9,15 A doença não confere imunidade detecção dos casos suspeitos de
permanente.11 difteria, no sentido de iniciar
tratamento oportuno (SAD e
A vacinação contra a difteria reduziu a
antibioticoterapia);
mortalidade e a morbidade da doença na
maior parte do mundo. No entanto, continua ●● realizar coleta de amostras biológicas
sendo um problema relevante em crianças nos (nasofaringe e/ou orofaringe e/ou lesão
países com baixas coberturas vacinais.8 cutânea) de todos os casos suspeitos
de difteria, inclusive de comunicantes
No Brasil, em 2018, todas as regiões
na busca por portadores, considerados
apresentaram diminuição da cobertura vacinal
transmissores do bacilo diftérico;
da pentavalente com percentuais abaixo da
meta de 95%, preconizada pelo Programa ●● identificar todos os comunicantes
Nacional de Imunizações (PNI).16 No estado de caso suspeito de difteria, com
de São Paulo, de acordo com os registros vistas a adotar as medidas de
parciais, a cobertura vacinal da pentavalente prevenção e controle (vacinação
foi de 72,5%.16 seletiva e quimioprofilaxia),
e evitar o surgimento de casos
A Organização Pan-Americana de Saúde
secundários;
(OPAS) e a OMS enfatizam que embora os
viajantes não tenham um risco especial de ●● divulgar amplamente as informações
infecção diftérica, é recomendada a atualização epidemiológicas à população e aos
da situação vacinal e a administração de serviços de saúde públicos e privados;
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Correspondência/Correspondence to:
Marcela Rodrigues Silva
Divisão de Doenças de Transmissão Respiratória do CVE/CCD/SES-SP
Av. Dr. Arnaldo, n° 351, 6° andar, sala 601
Cerqueira Cesar, São Paulo, SP, Brasil
CEP: 01246-902
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Volume 13 Número 145-146 janeiro/feverei
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Saúde e inovação
Health and Innovation
Olímpio JNV BittarI; José Dínio Vaz MendesII
Médico especialista em Saúde Pública, Gabinete do Secretário da Secretaria de Estado de Saúde de São
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Resumo
RESUMO
Os fungos e as plantas medicinais sempre participaram da história da humanidade,
por isso conhecer a produção científica sobre a contaminação fúngica de plantas
medicinais foi o objetivo deste estudo. Foram consultadas as fontes de informação
PubMed/MEDLINE, Portal BVS, Web of Science, Scopus e Embase utilizando os
termos “contaminação fúngica” e “plantas medicinais”, no período de 1960 a 2016.
Enquadraram-se nos critérios de inclusão 204 artigos. A fonte de informação que
apresentou mais publicações sobre o tema foi a Scopus com 29%. Dentre os países
mais produtivos encontrou-se a Índia, o Brasil, a China e os EUA. As Instituições
de Ensino e Institutos Públicos de Pesquisa foram os maiores produtores de artigos
sobre o tema. As instituições mais produtivas foram o Pasteur Institute of Iran, as
Universidades Tarbiat Modares, a Universidade de São Paulo e Universidade de
Belgrado. Dezessete autores foram responsáveis por 32,8% das publicações, sendo
Masoomeh Shams-Ghahfarokhi, Mehdi Razzaghi-Abyaneh e Mohammad-Bagher
Rezaee os mais produtivos. Foi encontrado um alto grau de colaboração/parceira
entre os autores. O sub tema de pesquisa mais estudado foi “Controle de qualidade
de plantas medicinais e fitoterápicos”. A Revista Food Additives & Contaminants
foi a que mais publicou artigos sobre o tema. Onze artigos podem ser considerados
como de referência ao tema pesquisado. Em relação à análise da vida média do
artigo, observou-se a existência de obras clássicas no tema “contaminação fúngica
de plantas medicinais”. A espécie de planta medicinal mais estudada foi o alcaçuz,
inclusive em relação à contaminação fúngica. O tomilho foi a planta medicinal que
teve o maior número de amostras pesquisadas quanto à sua atividade antifúngica. A
espécie de fungo mais estudada foi Aspergillus flavus. Em relação às micotoxinas,
as aflatoxinas foram as mais pesquisadas. Ao analisar a distribuição das publicações
por década, verificou-se um crescimento médio de 110 vezes no período, o que
mostra que a produção sobre o tema continua em evidência.
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Abstract
ABSTRACT
Fungi and medicinal plants have always participated in the history of mankind, so
knowing the scientific production on the fungal contamination of medicinal plants
was the objective of this study. The sources of information PubMed/MEDLINE, VHL
Portal, Web of Science, Scopus and Embase were consulted using the terms “fungi/
fungal contamination” and “medicinal plants”, from 1960 to 2016. Two hundred
and four articles were included in the inclusion criteria. The source of information
that presented more publications on the subject was Scopus with 29%. Among the
most productive countries were India, Brazil, China and USA. The Institutions of
Education and Public Institutes of Research were the major producers of articles
on the subject. The most productive institutions were the Pasteur Institute of Iran,
the Universities Tarbiat Modare, the University of São Paulo and the University of
Belgrade. Seventeen authors accounted for 32.8% of the publications, with Masoomeh
Shams-Ghahfarokhi, Mehdi Razzaghi-Abyaneh and Mohammad-Bagher Rezaee being
the most productive. A high degree of collaboration/partnership between the authors
was found. The most studied research sub-theme was “Quality control of medicinal
and phytotherapeutic plants”. The magazine Food Additives & Contaminants was
the most published articles on the subject. Eleven articles can be considered as
reference to the researched topic. In relation to the analysis of the average life of
the article, classic works on the theme “fungal contamination of medicinal plants”
were observed. The most studied species of medicinal plant was licorice, even in
relation to fungal contamination. Thyme was the medicinal plant that had the highest
number of samples researched for its antifungal activity. The most studied species of
fungus was Aspergillus flavus. In relation to mycotoxins, aflatoxins were the most
researched. When analyzing the distribution of publications per decade, there was an
average growth of 110 times in the period, which shows that the production on the
subject remains in evidence.
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Resumo
RESUMO
Caracterização de isolados de Micobactérias Não Tuberculosas por sequenciamento do gene hsp65 e pela técnica de MALDI-TOF/MS,
em isolados com perfis de PRA-hsp65 não descritos/Souza AR e Chimara E (orientadora)
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Abstract
ABSTRACT
Mycobacteria are present in nature and therefore in constant contact with
man and animals. They are present in soil, water and air, municipal water
distribution systems, residential water tanks and hospital reservoirs. Some
species of mycobacteria are pathogenic and cause serious problems to Public
Health, such as M. tuberculosis, M. leprae and M. ulcerans and others cause
disease mainly in children, elderly and immunosuppressed patients such as M.
avium, M. intracellulare, M. scrofulaceum, M. szulgai and other mycobacteria.
The Tuberculosis and Mycobacteriosis Laboratory of the Adolfo Lutz Institute
receives isolates from all the State of São Paulo to identify mycobacteria species.
Some isolates, identified by the PRA-hsp65 technique, presented profiles not
yet described, called New Profile (NP). In the period from 2010 to 2012, 286
isolates were identified as NP. The aim of this study was to characterize these
isolates by sequencing the hsp65 gene, to standardize the MALDI-TOF/MS
technique to help reduce the time of identification and to identify patients with
more than one non-sterile site isolate or a sterile site isolate to determine the
number of bacteriological cases in the sample studied. Of the isolates from
the years 2010, 2011 and 2012, only 168 isolates presented viability for the
sequencing, of which 60.1% had definitive identification by sequencing and 71
were submitted to identification by MALDI-TOF/MS. With the exception of
two isolates, the spectra obtained by MALDI-TOF did not reach the necessary
score for determination of the species. In the samples evaluated, 21 patients
were classified as bacteriological cases.
Caracterização de isolados de Micobactérias Não Tuberculosas por sequenciamento do gene hsp65 e pela técnica de MALDI-TOF/MS,
em isolados com perfis de PRA-hsp65 não descritos/Souza AR e Chimara E (orientadora)
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O BEPA. Boletim Epidemiológico Paulista, criado autores. Após receber os pareceres, os Editores, que detêm
em 2004, é uma publicação mensal da Coordenadoria a decisão final sobre a publicação ou não dos trabalhos,
de Controle de Doenças (CCD), órgão da Secretaria de avaliam a aceitação dos artigos sem modificações, a recusa
Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), responsável pelo ou a devolução aos autores com as sugestões apontadas
planejamento e execução das ações de promoção à saúde pelos revisores.
e prevenção de quaisquer riscos, agravos e doenças, nas
diversas áreas de abrangência do Sistema Único de Saúde
de São Paulo (SUS-SP). Tipos de artigo
1. Artigo original – Apresenta resultados originais
provenientes de estudos sobre quaisquer aspectos da
Missão prevenção e controle de riscos e agravos e de promoção
Editado nos formatos impresso e eletrônico, o BEPA tem da saúde, desde que no escopo da epidemiologia, incluindo
o objetivo de documentar e divulgar trabalhos relacionados relatos de casos, surtos e/ou vigilância. Esses artigos devem
à vigilância em saúde, de maneira ágil, estabelecendo um ser baseados em novos dados ou perspectivas relevantes
canal de comunicação entre as diversas áreas técnicas e para a saúde pública. Devem relatar os resultados a partir
instâncias do SUS-SP. Além de disseminar informações de uma perspectiva de saúde pública, podendo, ainda, ser
entre os profissionais de saúde, o Boletim propõe o incentivo replicados e/ou generalizados por todo o sistema (o que foi
à produção de trabalhos técnico-científicos desenvolvidos encontrado e o que a sua descoberta significa). Extensão
no âmbito da rede de saúde. Nesse sentido, proporciona máxima de 6.000 palavras; 10 ilustrações (tabelas, figuras,
a atualização e o aprimoramento dos profissionais e das gráficos e fotos); 40 referências bibliográficas. Resumo
instituições responsáveis pelos processos de prevenção e em português e em inglês (abstract), com no máximo 250
controle de doenças, das esferas pública e privada. palavras, e entre três e seis palavras-chave (keywords).
2. Revisão – Avaliação crítica sistematizada da
literatura sobre assunto relevante à saúde pública. Devem
Arbitragem ser descritos os procedimentos adotados, esclarecendo
Os manuscritos submetidos ao BEPA devem atender os limites do tema. Extensão máxima de 6.000 palavras;
às instruções aos autores, que seguem as diretrizes dos resumo (abstract) de até 250 palavras; entre três e seis
Requisitos Uniformes para Manuscritos Apresentados palavras-chave (keywords); sem limite de referências
a Periódicos Biomédicos, editados pela Comissão bibliográficas; seis ilustrações (tabelas, figuras, gráficos
Internacional de Editores de Revistas Médicas (Committee e fotos).
of Medical Journals Editors – Grupo de Vancouver), 3. Artigos de opinião – São contribuições de autoria
disponíveis em: http://www.icmje.org/ exclusiva de especialistas convidados pelo Editor
Científico, destinadas a discutir ou tratar, em maior
profundidade, de temas relevantes ou especialmente
Processo de revisão oportunos, ligados às questões de saúde pública. Não há
Os trabalhos publicados no BEPA passam por processo exigência de resumo ou abstract.
de revisão por especialistas. A Coordenação Editorial faz 4. Artigos especiais – São textos não classificáveis nas
uma revisão inicial para avaliar se os autores atenderam categorias acima referidas, aprovados pelos Editores por
aos padrões do boletim, bem como às normas para o envio serem considerados de especial relevância. Sua revisão
dos originais. Em seguida, artigos originais e de revisão são admite critérios próprios, não havendo limite de tamanho
encaminhados a dois revisores da área pertinente, sempre ou exigências prévias quanto à bibliografia.
de instituições distintas daquela de origem dos artigos, 5. Comunicações rápidas – São relatos curtos,
e cegos quanto à identidade e vínculo institucional dos destinados à rápida divulgação de eventos significativos
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no campo da vigilância à saúde. A sua publicação em internacionais, abordando temas importantes cuja
versão impressa pode ser antecedida de divulgação em veiculação seja considerada, pelos Editores, de grande
meio eletrônico. Extensão máxima de 2.000 palavras; interesse à saúde.
sendo opcional a inclusão de resumo (até 150 palavras), 12. Relatos de encontros – Devem enfocar o conteúdo
palavras-chave (entre três e seis), ilustrações ereferências. do evento e não sua estrutura. Extensão máxima de 2.000
É recomendável que os autores das comunicações rápidas palavras; 10 referências (incluindo eventuais links para a
apresentem, posteriormente, um artigo mais detalhado. íntegra do texto). Não incluem resumo nem palavras-chave.
6. Informe epidemiológico – Tem por objetivo 13. Notícias – São informações oportunas de interesse
apresentar ocorrências relevantes para a saúde coletiva, para divulgação no âmbito da saúde pública. Até 600
bem como divulgar dados dos sistemas públicos de palavras, sem a necessidade de referências.
informação sobre doenças, agravos, e programas de 14. Dados epidemiológicos – Atualizações de dados
prevenção ou eliminação. Sua estrutura é semelhante à estatísticos sobre agravos e riscos relevantes para a saúde
do artigo original, porém sem resumo ou palavras-chave; pública, apresentadas por meio de tabelas e gráficos. Inclui
extensão máxima de 5.000 palavras; 15 referências; quatro contextualização dos dados em até 300 palavras.
ilustrações (tabelas, figuras, gráficos e fotos). 15. Recortes Históricos – Texto com informações
7. Informe técnico – Texto institucional que tem que registram determinado período, personagem ou
por objetivo definir procedimentos, condutas e normas fato da história da saúde pública e da ciência. Sua
técnicas das ações e atividades desenvolvidas no âmbito revisão admite critérios próprios da Coordenação Editorial.
da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP). A inclusão de bibliografia é opcional.
Inclui, ainda, a divulgação de práticas, políticas e 16. Cartas – As cartas permitem comentários sobre
orientações sobre promoção à saúde e prevenção e artigos veiculados no BEPA, e podem ser apresentadas a
controle de riscos e agravos. Extensão máxima de 5.000 qualquer momento após a sua publicação. No máximo 600
palavras; seis ilustrações (tabelas, figuras, gráficos e fotos); palavras, sem ilustrações.
30 referências bibliográficas. Não inclui resumo nem Observação: Informes técnicos, Informes
palavras-chave. epidemiológicos, Pelo Brasil, Atualizações e Relatos de
8. Resumo – Serão aceitos resumos de teses e encontros devem ser acompanhados de carta de anuência
dissertações até dois anos após a defesa. Devem conter do diretor da instituição à qual o(s) autor(es) e o objeto do
os nomes do autor e do orientador, título do trabalho artigo estão vinculados.
(em português e inglês), nome da instituição em que foi
apresentado e ano de defesa. No máximo 250 palavras e
entre três e seis palavras-chave. Apresentação dos trabalhos
9. Pelo Brasil – Deve apresentar a análise de um A cada trabalho deverá ser anexada uma carta de
aspecto ou função específica da promoção à saúde, apresentação, assinada por todos os autores, dirigida
vigilância, prevenção e controle de agravos nos demais à Coordenação Editorial do Boletim Epidemiológico
Estados brasileiros. Extensão máxima de 3.500 palavras; Paulista. Nela deverão constar as seguintes informações:
resumo com até 250 palavras; entre três e seis palavras- o trabalho não foi publicado, parcial ou integralmente, em
chave; 20 referências; seis ilustrações (tabelas, figuras, outro periódico; nenhum autor tem vínculos comerciais que
gráficos e fotos). possam representar conflito de interesses com o trabalho
10. Atualizações – Textos que apresentam, desenvolvido; todos os autores participaram da elaboração
sistematicamente, atualizações de dados estatísticos do seu conteúdo (elaboração e execução, redação ou
gerados pelos órgãos e programas de prevenção e controle revisão crítica, aprovação da versão final).
de riscos, agravos e doenças do Estado de São Paulo. Até Os critérios éticos da pesquisa devem ser respeitados.
3.000 palavras e oito ilustrações. Não inclui resumo nem Nesse sentido, os autores devem explicitar, em MÉTODOS,
palavras‑chave. que a pesquisa foi concluída de acordo com os padrões
11. Republicação de artigos – são artigos publicados exigidos pela Declaração de Helsinki e aprovada por
em outros periódicos de relevância, nacionais ou comissão de ética reconhecida pela Comissão Nacional
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de Ética em Pesquisa (Conep), vinculada ao Conselho abordada, termos ou expressões de uso corrente poderão
Nacional de Saúde (CNS). ser empregados.
O trabalho deverá ser redigido em Português (BR), Introdução – Iniciada em página nova, contextualiza o
com entrelinhamento duplo. O manuscrito deve ser estudo, a natureza das questões tratadas e sua significância.
encaminhando em formato eletrônico (e-mail, CD-Rom) e A introdução deve ser curta, definir o problema estudado,
impresso (folha A4), aos cuidados da Coordenação Editorial sintetizar sua importância e destacar as lacunas do
do BEPA, no seguinte endereço: conhecimento abordadas.
Boletim Epidemiológico Paulista Metodologia (Métodos) – Deve incluir apenas
Av. Dr. Arnaldo, 351, 1º andar, sala 124 informação disponível no momento em que foi escrito
Pacaembu – São Paulo/SP – Brasil o plano ou protocolo do estudo (toda a informação
CEP: 01246-000 obtida durante a conduta do estudo pertence à seção
E-mail: bepa@saude.sp.gov.br de resultados). Deve conter descrição, clara e sucinta,
acompanhada da respectiva citação bibliográfica, dos
procedimentos adotados, a população estudada (universo e
Estrutura dos textos amostra), instrumentos de medida e, se aplicável, método
O manuscrito deverá ser apresentado segundo a de validação e método estatístico.
estrutura das normas de Vancouver: título; autores e – Devem ser apresentados em sequência lógica no
instituições; resumo e abstract; introdução; metodologia; texto, tabelas e figuras, colocando primeiramente as
resultados; discussão e conclusão; agradecimentos; descobertas principais ou mais importantes. Os resultados
referências bibliográficas; e tabelas, figuras e fotografias. encontrados devem ser descritos sem incluir interpretações
Página de rosto – Contém o título do artigo, que e/ou comparações. Sempre que possível, devem ser
deve ser conciso, específico e descritivo, em português e apresentados em tabelas e figuras autoexplicativas e com
inglês. Em seguida, deve ser colocado o nome completo de análise estatística, evitando-se sua repetição no texto.
todos os autores e a instituição a que pertencem; indicação Discussão – Deve começar com a apreciação das
do autor responsável pela troca de correspondência; se limitações do estudo, seguida da comparação com a
subvencionado, indicar o nome da agência de fomento literatura e da interpretação dos autores, explorando
que concedeu o auxílio e o respectivo nome/número do adequada e objetivamente os resultados.
processo; se foi extraído de dissertação ou tese, indicar Conclusão – Traz as conclusões relevantes,
título, ano e instituição em que foi apresentada. considerando os objetivos, e indica formas de continuidade
Resumo – Colocado no início do texto, deve conter do trabalho.
a descrição, sucinta e clara, dos propósitos do estudo, Agradecimentos – Em havendo, deve-se limitar ao
metodologia, resultados, discussão e conclusão do artigo. mínimo possível, sempre ao final do texto.
Em muitos bancos de dados eletrônicos o resumo é a única Citações bibliográficas – A exatidão das referências
parte substantiva do artigo indexada e, também, o único bibliográficas é de responsabilidade dos autores. Ao longo
trecho que alguns leitores leem. Por isso, deve refletir, do artigo, o número de cada referência deve corresponder
cuidadosamente, o conteúdo do artigo. ao número sobrescrito, colocado sem parênteses e
Palavras-chave (descritores ou unitermos) – imediatamente após a respectiva citação. Devem ser
Seguindo‑se ao resumo, devem ser indicadas no mínimo numeradas, a partir daí, consecutivamente.
três e no máximo seis palavras-chave do conteúdo, que Exemplo:
têm por objetivo facilitar indexações cruzadas dos textos e “No Brasil, a hanseníase ainda é um problema a ser
publicações pela base de dados, juntamente com o resumo. equacionado e, no Estado de São Paulo, há várias regiões
Em português, as palavras-chave deverão ser extraídas do com altas taxas de detecção.1 Dentre as diversas medidas
vocabulário Descritores em Ciências em Saúde (DeCS), da tomadas pelo Ministério da Saúde (MS)2 para eliminação
Bireme (http://decs.bvs.br/); em inglês, do Medical Subject da hanseníase como um problema de saúde pública no
Headings (http://www.nlm.nih.gov/mesh/). Caso não País, atingindo a prevalência de um caso para cada 10 mil
sejam encontradas palavras-chave adequadas à temática habitantes, destacam-se as ações de educação e informação,
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3. Carvalho MLO, Pirotta KCM, Schor N. Participação algarismos arábicos, na ordem em que forem citadas no
masculina na contracepção pela ótica feminina. Rev texto. A cada uma deve ser atribuído um título breve,
Saúde Pública [periódico na internet]. 2001 [acesso em evitando-se linhas horizontais ou verticais. Notas
25 maio 2004];35:23-31. Disponível em: explicativas devem ser limitadas ao menor número possível
http://www.scielo.br/scielo.php?script= e colocadas no rodapé das tabelas, não no cabeçalho ou
sci_arttext&pid=S0034 -9102001000100004& título. Os arquivos não poderão ser apresentados em
lng=pt&nrm=iso&tlng=pt formato de imagem.
h) Legislação: Quadros – são identificados como tabelas, seguindo
1. Ministério da Agricultura, Pecuária e numeração única em todo o texto. A exemplo das tabelas,
Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. devem ser apresentados, da mesma forma, em folhas
Instrução Normativa n. 62, de 26 de agosto separadas ou arquivo a parte, numerados consecutivamente
de 2003. Oficializa os métodos analíticos oficiais com algarismos arábicos, na ordem em que forem citados
para análises microbiológicas para o controle de no texto. Também não poderão ser apresentados no formato
produtos de origem animal e água. Diário Oficial de imagem.
da União. 18 set. 2003; Seção 1:14. Figuras – fotografias, desenhos, gráficos etc., citados
2. São Paulo (Estado). Lei n. 10.241, como figuras, devem ser numerados consecutivamente, em
de 17 de março de 1999. Dispõe sobre algarismos arábicos, na ordem em que forem mencionados
os direitos dos usuários dos serviços e das ações no texto, por número e título abreviado no trabalho. As
de saúde no Estado e dá outras providências. legendas devem ser apresentadas conforme as tabelas. As
Diário Oficial do Estado de São Paulo. ilustrações devem ser suficientemente claras para permitir
18 mar. 1999; Seção 1:1. sua reprodução, em resolução de no mínimo 300 dpi.
3. Casos não contemplados nestas instruções devem Orientações Gerais – tabelas, ilustrações e outros
ser citados conforme indicação do Committee of elementos gráficos devem ser nítidos e legíveis, em alta
Medical Journals Editors (Grupo Vancouver), resolução. Se já tiverem sido publicados, mencionar a
disponível em fonte e anexar a permissão para reprodução. O número de
http://www.cmje.org. elementos gráficos está limitado ao definido em cada tipo
Tabelas – devem ser apresentadas em folhas separadas de artigo aceito pelo BEPA. Abreviaturas, quando citadas
ou arquivo a parte, numeradas consecutivamente com pela primeira vez, devem ser explicadas.
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3-X ne
6-42 72 – onli
www.ccd.saude.sp.gov.br
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iro 2014
145-146
http://ses.sp.bvs.br/php/index.php
volum
Volume 13 Número 145-146 janeiro/feverei
ro 2016