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ISSN 1806-423-X

ISSN 1806-4272 – online


Boletim Epidemiológico Paulista

Nesta edição: nº 6
Saúde em dados
GAI
GRUPO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO E INFORMAÇÃO EM SAÚDE
contextualização SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

BEPA
Volume 7 Número 82 outubro/2010
82
Boletim Epidemiológico Paulista
BEPA ISSN 1806-423-X
Volume 7 Nº 82 outubro de 2010

Nesta edição

Riscos provenientes do equívoco uso de cloreto de potássio na reconstituição


de fármacos para uso injetável
Risks to Patients from errors in the use of potassium chloride occurring during
the reconstitution of drugs for injection . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

A situação epidemiológica do sarampo no Brasil


A situação epidemiológica do sarampo no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Perfil da mortalidade masculina no Estado de São Paulo


Perfil da mortalidade masculina no Estado de São Paulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

Instruções aos Autores


Autor´s Instructions . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

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Bepa 2010;7(82):4-10
Artigo original

Riscos provenientes do equívoco no uso de cloreto de potássio na


reconstituição de fármacos para uso injetável
Risks to Patients from errors in the use of potassium chloride occurring
during the reconstitution of drugs for injection
Blanca Elena Ortega Markman,I Maria Regina Walter Koschtschak,I Emerson da Silva Oliveira,I
Carmen Silvia Kira,II Roberta Fiusa MagnelliI
I
Seção de Antibióticos.IISeção de Equipamentos Especializados. Instituto Adolfo Lutz. Coordenadoria de
Controle de Doenças. Secretaria de Estado da Saúde. São Paulo, SP, Brasil

RESUMO
Erros de medicação são eventos evitáveis que levam ao uso inadequado do
medicamento e, portanto, causam prejuízos à saúde dos pacientes. O cloreto
de potássio parenteral tem sido um dos medicamentos mais frequentemente
associados a erros de medicação, provocando acidentes fatais nos pacientes,
sendo classificado como medicamento de alto risco. A maioria desses erros
envolve a troca acidental do diluente adequado por solução de cloreto de
potássio na reconstituição de medicamentos injetáveis. O objetivo deste
trabalho é avaliar se ocorreram possíveis equívocos na reconstituição de
fármacos em hospitais, por meio da determinação do potássio, e propor
medidas de segurança para o uso deste medicamento. Hospitais
encaminharam resíduos de dez amostras reconstituídas, em função do
surgimento de efeitos adversos nos pacientes que receberam estes
medicamentos, com suspeita de troca de diluente por cloreto de potássio
para identificação dos fármacos e doseamento de potássio. Os resultados
encontrados foram: 4 amostras apresentaram valores de potássio
compatíveis com a solução de cloreto de potássio 19,1%, confirmando que
houve erro na utilização de cloreto de potássio como diluente, o que pode ter
resultado nos óbitos constantes nos relatórios médicos; 4 amostras
apresentaram valores de potássio considerados normais; 2 amostras
apresentaram resultados inconclusivos. Sugerem-se medidas como:
informar o tipo e o volume do diluente para reconstituição do fármaco no
rótulo, dispensação dos medicamentos com o diluente anexo previamente
reconstituído ou fracionado (dose unitária), supervisão, pela equipe da
enfermagem, do processo de reconstituição e ou diluição e manutenção da
solução de cloreto de potássio em local de acesso restrito, reduzindo assim o
número de ocorrências.

PALAVRAS-CHAVE: Cloreto de potássio. Farmacovigilância. Erros de medicação.

Equívoco uso de cloreto de potássio na reconstituição de fármacos/Markman BEO et al.

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ABSTRACT
Medication errors are preventable events that lead to inappropriate medicine
use, thus, causing harm to patients' health. Parenteral potassium chloride has
been one of the drugs most frequently associated with medication errors that
proved fatal to patients, being classified as a high-risk medication. The majority
of these errors involve the accidental substitution of the suitable diluent for a
potassium chloride solution, when reconstitution of injectable drugs. The aim of
this study is to assess the occurrence of possible errors in the reconstitution of
drugs in hospitals by determining potassium, and then to suggest safety
measures to prevent such errors. The study was carried out with residues of ten
reconstituted samples sent by hospitals due to adverse effects in the patients
who have received these medications, for the purpose of the identification of
drugs and dosage of potassium, due to a suspicion of potassium chloride being
mistakenly used as their diluent. The results were that a total of 4 samples have
shown potassium values that were compatible with a solution of potassium
chloride 19,1%, confirming that there has been error the use of potassium
chloride as a diluent, which may have resulted in the deaths listed in the medical
reports; 4 samples have shown potassium values that were considered normal;
and 2 samples have shown inconclusive results. The safety measures proposed
recommend that the type and volume of the diluent to be used in the drug
reconstitution should be specified on the label; that there be a simultaneous
dispensing of medications and diluent, previously reconstituted or fractionated
(single dose); and that the nursing team supervise the process of drug
reconstitution and/or dilution and the maintenaince of the potassium chloride
solution in a safe and restricted place, thus reducing the number of occurrences.

KEY WORDS: Potassium chloride. Pharmacovigilance. Errors of medications.

INTRODUÇÃO
Erros de medicação são eventos evitá- indicação inapropriada de uso, terapêutica
veis que levam ao uso inadequado do duplicada ou redundante e, ainda, alergia ao
medicamento e, portanto, causam prejuízos medicamento, terapia contraindicada ou
à saúde dos pacientes. Uma das principais ilegibilidade da letra; erros de dispensa-
causas de erros é o conhecimento insufi- ção/discrepância entre a ordem escrita e o
ciente sobre os medicamentos por parte da s e u a t e n d i m e n t o ; e d e a d m i n i s t r a-
equipe de saúde. 1 ção/discrepância entre medicamentos
Os erros de medicação podem ser dividi- prescritos e administrados, que, por exem-
dos em três tipos: de prescrição, devido a plo, provocam ingestão de dose errada. 1
fatores como texto da receita ir para paciente As ampolas de cloreto de potássio concen-
errado ou com erros de prescrição, de dose, trado se assemelham muito às do cloreto de
frequência, forma farmacêutica incorreta, sódio e água para injeção. Nos Estados

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Unidos, Canadá e Reino Unido o cloreto de ciência renal aguda ou crônica, estados pós-
potássio parenteral tem sido um dos medica- traumáticos (pós-operatório, queimadu-
mentos mais frequentemente associados a ras), acidose respiratória, uso de medica-
erros de medicação, provocando acidentes mentos que bloqueiam a excreção de
fatais nos pacientes, sendo por isso classifica- potássio (espironolactona) e na doença de
do como medicamento de alto risco. A Addison (deficiência na produção de
maioria desses erros envolve a troca aciden- hormônios adrenais que estimulam a
7-9
tal do diluente adequado por solução de excreção de potássio pelos rins).
cloreto de potássio na reconstituição de O tratamento de hiperpotassemia
medicamentos injetáveis. 2-5 devida à sobredose deve ser imediato e
A solução injetável de cloreto de potássio pode ser realizado através de infusão
tem como indicação principal o tratamento intravenosa de gluconato de cálcio, neu-
de hipopotassemia. A apresentação mais tralizando os efeitos da hiperpotassemia
comum é a solução 19,1% (2,56 mEq/mL), na excitabilidade cardíaca ou infusão
geralmente em ampola de 10 ml, sendo a intravenosa de bicarbonato de sódio,
concentração máxima recomendada na solu- estimulando a passagem do potássio do
ção para infusão intravenosa 43mEq/L meio extracelular para o intracelular por
(3200 mg/L). Essa solução apresenta intera- administração oral de poliestirenossulfo-
ções medicamentosas com corticóides, peni- nato de cálcio (resina permutadora de
cilinas e outros fármacos.6-7 cátions) para aumentar a excreção de
8,10
O potássio é o íon intracelular mais abun- potássio ou mediante a diálise.
dante. É essencial em diversos processos A partir de 1997, o Instituto Adolfo Lutz
fisiológicos, especialmente na transmissão começou a receber de hospitais resíduos de
dos impulsos nervosos, promovendo a dez amostras reconstituídas, em função do
contração dos músculos. Os valores de surgimento de efeitos adversos e sinais
referência para potássio sérico encontram-se relacionados ao quadro de hiperpotassemia
7-9
entre 3,5 a 5,0 mmol/L. nos pacientes que receberam esses medica-
A hiperpotassemia, concentração de mentos. Havia suspeita da troca do diluente
potássio sérico maior que 5mmol/L, afeta a por cloreto de potássio. As análises dessas
condução de impulsos elétricos no coração. amostras foram solicitadas pela equipe
Quando a concentração está acima de técnica dos hospitais para determinação de
7mmol/L (hiperpotassemia severa) ocor- potássio e identificação dos fármacos.
rem arritmias, bradicardia e hipotensão,
levando à parada cardíaca, fraqueza muscu-
OBJETIVO
lar, paralisia, parestesia das extremidades,
confusão mental, ansiedade, dispnéia e Avaliar os incidentes associados aos possíve-
cansaço. A hiperpotassemia pode ser is equívocos na reconstituição de fármacos em
provocada pela administração de cloreto de hospitais, por meio da determinação do potás-
potássio em altas doses e, em algumas sio; correlacionar com a solução empregada e
circunstâncias, pode ocorrer na redução do propor medidas de segurança para esse
líquido extracelular (desidratação), insufi- procedimento.

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MATERIAIS Espectrômetro de absorção atômica com


Substâncias químicas de referência: ampicili- chama: Analyst 100, Perkin Elmer.
na, ampicilina sódica, benzilpenicilina potássica, Espectrômetro de emissão atômica com
cefalotina, ceftriaxona, hidrocortisona e oxacili- plasma de argônio indutivamente acoplado:
na de procedência da USP (United States Phar- Optima 3000DV, Perkin Elmer.
11
macopea).
Amostras: soluções residuais de medicamen- MÉTODOS
tos reconstituídos, algumas contidas nos frascos
1) Identificação e quantificação do fárma-
originais e outras em seringas utilizadas na
co: cromatografia líquida de alta eficiência
administração aos pacientes.
com detector ultravioleta (CLAE-UV), segun-
Amostra 1: solução de oxacilina 500 mg coletada
do métodos descritos na Farmacopéia Ameri-
em hospital do interior de São Paulo. 11
cana, ed. 28.
Amostra 2: solução de cefalotina sódica 1 g
2) Identificação e quantificação de potás-
coletada em hospital de Natal, RN.
sio: fotometria de chama (amostras 1 a 3,
Amostra 3: solução de ampicilina 500 mg analisadas entre 1997 e 2002), espectrome-
coletada em hospital do interior do Paraná. tria de absorção atômica com chama (amos-
Amostra 4: solução de benzilpenicilina potássica tras 4 e 5, analisadas em 2003) e espectrome-
5.000.000 UI coletada em hospital do interior de tria de emissão atômica com plasma de
São Paulo. argônio indutivamente acoplado (amostras 6
Amostra 5: solução de ampicilina sódica 500 a 10, analisadas a partir de 2004). As amos-
mg coletada em hospital do interior de São tras foram digeridas com ácido nítrico
Paulo. concentrado até a secura, reconstituídas em
Amostra 6: solução de hidrocortisona 100mg HCl 10%, e, quando necessário, realizou-se
coletada em hospital do interior de outras diluições, para leitura posterior no
São Paulo. equipamento.
Amostra 7: solução de ampicilina 1 g coletada
em hospital do interior de São Paulo. RESULTADOS
Amostra 8: solução de ceftriaxona coletada em A identificação dos fármacos (ampicili-
hospital do interior de São Paulo. na, ampicilina sódica, benzilpenicilina
Amostra 9: solução de oxacilina coletada em potássica, hidrocortisona e oxacilina) foi
hospital do interior de São Paulo. efetivamente confirmada por CLAE-UV
Amostra 10: solução de ceftriaxona coletada (cromatografia líquida de alta eficiência
em hospital do interior de São Paulo. com detecção na região do ultravioleta).
Nas amostras de cefalotina e ceftriaxona a
identificação foi prejudicada por apresenta-
Equipamentos
rem pouca estabilidade em meio aquoso,
Cromatógrafo líquido de alta eficiência: sendo o resultado inconclusivo. Os resulta-
Shimadzu Class VP-10. dos da determinação de potássio encon-
Fotômetro de chama: Micronal B462. tram-se na Tabela 1.

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Tabela 1. Resultados da determinação de potássio, nas soluções de medicamentos encaminhados por


hospitais, pelas técnicas de fotometria de chama (amostras 1 a 3, analisadas entre 1997 e 2002),
espectrometria de absorção atômica com chama (amostras 4 a 5, analisadas em 2003) e espectrometria
de emissão atômica com plasma de argônio indutivamente acoplado (amostras 6 a 10).
Concentração Correlação da concentração de K
Concentração de K
Amostra de K encontrada encontrada com as soluções de KCL
esperada (mg/mL)
(mg/mL) empregadas
1 92,1 traços KCL 19,1 %
2 traços traços –
3 10,1 traços Sem correlação
4 32,0 32,0 Inconclus ivo
5 100,6 traços KCL 19,1 %
6 63,5 traços KCL 19,1 %
7 88,9 traços KCL 19,1 %
8 traços traços –
9 0,0 traços –
10 42,0 traços Sem correlação
K= potássio; KCL= cloreto de potássio

DISCUSSÃO dos recém-nascidos, desde que apresen-


Com relação à amostra 1, o resultado tassem comprometimento renal; nesses
confirma que o medicamento foi reconstituí- casos deveriam ter sido monitorados os
do com solução de cloreto de potássio. Essa eletrólitos sanguíneos conforme recomen-
amostra foi recebida com um relatório dado na bula deste fármaco.
médico anexo, relacionando um óbito por As amostras 5, 6 e 7 apresentaram valores
parada cardíaca à administração de um de potássio compatíveis com a da solução de
medicamento suspeito de ter sido reconsti- cloreto de potássio 19,1%, confirmando o
tuído com solução de cloreto de potássio. O erro de diluição, mas apenas a amostra 7
resultado do doseamento de potássio na estava acompanhada de relatório médico, o
amostra e no sangue confirma a correlação qual relatava um óbito por parada cardíaca
entre a administração do cloreto de potássio após administração do medicamento.
19,1% e o óbito.
A literatura científica reporta a ocor-
As amostras 2, 8 e 9 apresentaram valores rência de erros de medicação com solu-
de potássio considerados normais. ção de cloreto de potássio (KCL) em
Os resultados das amostras 3 e 10 foram hospitais. Análises de incidentes associa-
considerados inconclusivos, visto que, apesar dos com as soluções de KCL por injeção
das quantidades encontradas de potássio intravenosa levaram organizações como
serem consideradas anormais, não há correla- The National Patient Safety Agency, dos
ção com as apresentações de solução de Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e
cloreto de potássio encontradas no mercado Austrália, a recomendar um meio sim-
farmacêutico (10%, 15%, 19,1% e 20%), além ples para evitar mortes trágicas, que
de não constar relatório médico. consiste na substituição de ampolas de
A amostra 4, apesar de suspeita de dois soluções concentradas de KCL por solu-
óbitos de recém-nascidos por parada ções de grandes volumes, previamente
cardíaca, apresentou concentração espera- preparadas com o KCL. Além disso as
da de 32mg/mL de potássio para o medica- soluções concentradas devem ser armaze-
mento (benzilpenicilina potássica). Essa nadas em áreas restritas e separadas das
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quantidade pode ter provocado os óbitos outras com embalagens semelhantes.

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As embalagens de fármacos contidos em dos erros de medicação, com política de


frasco-ampolas para uso hospitalar vem segurança que estabeleça critérios de
1
separadas do seu diluente. Utilizados na forma estruturada.
reconstituição de fármacos, esses diluentes
são usualmente constituídos de água para CONSIDERAÇÕES
injeção ou em alguns casos de solução fisioló-
Os erros de medicação com o uso inadequa-
gica tamponada. Nos compêndios oficiais
do de solução de cloreto de potássio na recons-
(farmacopéias) a monografia para água de
tituição de fármacos poderiam ser reduzidos
injeção e soluções fisiológicas tamponadas
com a adoção de alguns procedimentos:
não contempla os limites ou ausência de
potássio, motivo pelo qual a concentração ! Agência Nacional de Vigilância
encontrada de potássio foi considerada Sanitária como órgão regulador,
como traços. por meio de Resolução, adotar
a inclusão de informações no
A Agência Nacional de Vigilância Sanitá-
rótulo da embalagem do fármaco,
ria (Anvisa) publicou, em 2003, a Resolução
12 indicando qual o diluente e o
da Diretoria Colegiada nº 333, dispondo
volume a serem utilizados na
sobre a rotulagem de medicamentos, a qual,
sua reconstituição.
em seu anexo III, estabelece a padronização
de cores para soluções parenterais de ! A assistência farmacêutica deveria
pequeno volume, incluindo o cloreto de dispensar o fármaco com o diluente
potássio injetável (Tabela 2). Contempla anexo, ou previamente reconstituído
também a orientação de adicionar uma ou reconstituído e fracionado (dose
faixa vermelha no seu rótulo indicando o unitária), quando o fármaco apresenta
seu risco potencial. 12 estabilidade nessas condições.
Não obstante, continuam ocorrendo ! A supervisão de enfermagem deve
erros de medicação relacionados à troca de monitorar e acompanhar o processo
diluentes por cloreto de potássio na recons- de diluição e manter a solução de
tituição de fármacos. No Brasil, os erros de cloreto de potássio em local de acesso
medicação são subnotificados. Em 2005, a restrito.
Farmacovigilância da Anvisa recebeu 3.500 ! A equipe de saúde deve estar atenta
notificações de erros de medicação e às vulnerabilidades a que está sujeito
reações adversas a medicamentos. Contudo, o sistema de saúde, abordando os
esses números não retratam a realidade do erros de medicação de maneira
Pais. 1 Assim, o Ministério da Saúde e a sistêmica e não individual, indagando
Anvisa devem assumir a responsabilidade sobre o que permitiu às pessoas
de desenvolver ações de alerta a respeito cometerem erros.

Tabela 2. Cor de gravação dos dizeres nos rótulos adesivos para recipientes de
plástico ou vidro contendo solução de cloreto de potássio.
Cor do fundo Cor da faixa
Concentração do rótulo Cor da gravação referente à concentração
10% Preto Branca Branca
15% Preto Branca Amarela
19,1% Preto Branca Marrom
20% Preto Branca Laranja

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em: http://www.crfmg.org.br Medical Information. Hahway: Merck;
http://www.bvs-sp.fsp.usp.br:8080/html/ 1997. p. 670-1.
pt/paginas/guia/i_anexo.htm. 9. Cerqueira MCM. Equilíbrio hidroelétrico
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http://www.bmjjournals.com/cgi/ novembro de 2003. Dispõe sobre
reprintform. rotulagem de medicamentos e outras
6. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de providências. Diário Oficial da República
Ciência, Tecnologia e Insumos Federativa do Brasil. Brasília, DF,
Estratégicos. Departamento de p. 94-107, 21 de dez. 2003. Seção 1.
Assistência Farmacêutica e Insumos
Estratégicos. Formulário terapêutico
nacional 2008: Rename. Brasília:
Recebido em: 6/7/2010
Ministério da Saúde, 2008. Aprovado em: 18/10/2010

Correspondência/correspondence to:
Blanca Elena Ortega Markman
Av. Dr. Arnaldo n° 355
CEP 01246-902 - São Paulo/SP - Brasil
Tel.: 55 11 3068-2926
bmarkman@ial.sp.gov.br

Equívoco uso de cloreto de potássio na reconstituição de fármacos/Markman BEO et al.

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Informe Técnico

A situação epidemiológica do sarampo no Brasil


The epidemiological situation of measles in Brazil
Divisão de Doenças de Transmissão Respiratória. Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre
Vranjac”. Coordenadoria de Controle de Doenças. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. São Paulo,
SP, Brasil

Após três anos sem nenhum registro de intradomiciliar, com três casos em adultos
sarampo confirmado no Brasil, desde julho jovens (19 e 26 anos), não vacinados, com
de 2010 ocorrem casos da doença no País história de participação em reunião
(Figura 1). Os casos atuais, atendidos religiosa e sem deslocamento internacional.
inicialmente no setor privado, foram A identificação viral resultou no genótipo D4,
identificados em pacientes não vacinados circulante no continente europeu. As
e relacionados à importação de vírus investigações prosseguem no sentido de
circulantes nos continentes europeu e identificar a fonte de infecção.
1,2,3

africano.
No Rio Grande do Sul, após 11 anos sem
A alta transmissibilidade do sarampo, sarampo, três casos foram confirmados labo-
a frequência e a facilidade dos deslo-
ratorialmente no município de Porto Alegre,
camentos internacionais e nacionais, nesta
com primeiro atendimento em hospital priva-
década, constituem permanentes desafios à
do. Os dois primeiros casos pertencem ao
consolidação de sua eliminação em nível
mesmo núcleo familiar, são do sexo feminino,
global.
na faixa etária de 10 e 11 anos, sem histórico
vacinal para sarampo, com história de viagem
O sarampo no Brasil para Buenos Aires, Argentina, de 22 a 28 de
A partir de 06/07/2010, no Pará, houve julho – mesmo período em que foi divulgada a
identificação de uma cadeia de transmissão existência de casos confirmados naquele país.

Fonte: DDTR/CVE/CCD/SES-SP; Nota Técnica nº 152/2010; Devep/SVS/MS


Figura 1. Casos de sarampo no Brasil, 2001 a 2010.

A situação epidemiológica do sarampo no Brasil


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O primeiro caso iniciou com sintomas Até o momento, o vírus identificado foi o
no dia 3 de agosto; o terceiro, ocorrido em do genótipo B3, cujo sequenciamento genéti-
criança de 9 meses, do sexo feminino, teve co é similar ao que está circulando na África
contato com o segundo caso em sala de espe- do Sul.
6,7,8

ra na emergência pediátrica do hospital, em


15 de agosto. No dia 28 iniciou a febre e em 2
Vacinação: prevenção eficaz
de setembro, o exantema. O resultado da
filogenética do vírus do sarampo identificou A vacina contra o sarampo é a medida de
o genótipo B3, que circula em países africa- prevenção mais eficaz. No calendário nacio-
nos desde 2007.
4,5 nal de vacinação de rotina, a primeira dose
deve ser administrada a toda criança de 1
Em João Pessoa, na Paraíba, até o presen-
te momento foram notificados 110 casos ano de idade e uma segunda naquelas de 4 a
suspeitos de sarampo. Desses, 43 (39%) 6 anos.
foram confirmados, 39 dos quais residentes Recomenda-se que os adultos nascidos
na capital, 2 em Santa Rita, 1 em Bayuex, 1 depois de 1960, sem comprovação de
em Conde (municípios da Região Metropo- nenhuma dose, recebam pelo menos uma
litana de João Pessoa) e 67 (60%) sob inves- dose da vacina tríplice viral (SCR). Essa
tigação. A Tabela abaixo ilustra a distribui- vacina não é recomendada a gestantes.
ção etária dos casos. Pessoas com algum grau de imunodefi-
Os primeiros casos tiveram como fonte de ciência (neoplasias, infecção pelo HIV,
infecção um mesmo local em João Pessoa. quimioterapia, radioterapia, uso de corti-
Entretanto, até o momento, não foi possível cóides em altas doses, alergia comprovada
estabelecer o vínculo entre todas as cadeias a ovo etc.) devem buscar orientação médi-
de transmissão. O último caso confirmado ca antes de serem vacinadas. A vacina trí-
naquele Estado teve início de sintomas (data plice viral protege contra o sarampo, a
do exantema) em 6 de outubro de 2010. rubéola e a caxumba.

Tabela 1.N úmero de cas os confirmados de s arampo na P araíba.

Faixa etária Incidência


Número de casos
(em anos) (/100.000 hab.)
<1 10 101,2
1a4 9 22,2
5a6 0 0,0
7 a 14 5 5,3
15 a 19 3 4,6
20 a 39 12 4,7
40 a 49 3 3,3
50 ou mais 1 0,8
Total 43 6,1
Fonte: SES/PB, dados informados até 14/10/2010

A situação epidemiológica do sarampo no Brasil


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Bepa 2010;7(82):11-14

Recomendações
! Manter altas coberturas ! Orientar o viajante que retorna:
vacinais e homogeneidade na se apresentar febre e exantema,
vacinação de rotina. evitar o contato desnecessário com
! Reforçar o monitoramento da outras pessoas até que
cobertura vacinal, a vacinação de possa ser avaliado por um
rotina, a busca de faltosos e a profissional da saúde e procurar
vacinação de bloqueio, bem como a imediatamente serviço
identificação dos não vacinados. médico, informando o trajeto
de sua viagem.
! Alertar os viajantes sobre a
necessidade de manterem
suas vacinas atualizadas antes Recomendações às vigilâncias regionais e
de viajar (preferencialmente municipais de saúde
15 dias antes da viagem). ! Alertar seus equipamentos
É de grande importância a públicos e privados (unidades de
proteção contra o sarampo aos saúde de baixa, média e alta
viajantes, principalmente daqueles complexidade) para que os
com destino a locais em que há profissionais da saúde tenham
circulação viral atual. especial atenção aos casos
! Reforçar a vacinação de profissionais suspeitos de doença exantemática,
que atuem no setor de turismo, através dos meios de comunicação
motoristas de táxi, funcionários de possíveis (informes, e-mail,
hotéis e restaurantes, entre outros que videoconferência etc.). Esses
mantenham contato com viajantes. casos devem ser imediatamente
! Reforçar a vacinação dos profissionais investigados para que sejam
de saúde que atenderão os possíveis verificados casos suspeitos de
casos, assim como dos da educação. sarampo e/ou rubéola e/ou dengue.
! Aproveitar a oportunidade para ! Na detecção de casos suspeitos,
atualizar a situação vacinal em as Secretarias Municipais de
relação ao sarampo no momento de Saúde devem:
avaliação da carteira de imunização, #
proceder à notificação imediata em
no reinício das aulas ou quando da até 24 hora à Secretaria Estadual de
vacinação de bloqueio em surtos Saúde;
(sarampo, rubéola, caxumba, #
proceder à investigação adequada de
varicela) em creches e escolas. todos os casos;
! Da mesma maneira, adotar esta prática #
proceder à coleta de espécimes
durante a introdução de novas vacinas clínicos (sangue, secreção
no calendário de rotina, como da vacina nasofaríngea, urina) para a
contra o meningococo no segundo realização do diagnóstico
semestre de 2010. laboratorial;

A situação epidemiológica do sarampo no Brasil


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Bepa 2010;7(82):11-14

#
adotar as medidas de controle febre e exantema maculopapular, acom-
(bloqueio vacinal seletivo); e panhados de um ou mais dos seguintes
#
orientar isolamento social. sinais e sintomas: tosse e/ou coriza e/ou
conjuntivite; ou todo indivíduo suspeito
com história de viagem ao exterior nos
Definição de caso suspeito de sarampo últimos 30 dias ou de contato, no mesmo
Todo paciente que, independente da período, com alguém que viajou ao
idade e da situação vacinal, apresentar exterior.

REFERÊNCIAS
1. Cover/CGDT/Devep/SVS/MS, Nota
Técnica n o 15/2010 – Investigação de
caso suspeito de sarampo em 5. Cover/CGDT/Devep/SVS/MS, Nota
Belém/PA. Técnica no 18/2010 – Atualização da
2. Cover/CGDT/Devep/SVS/MS, Nota investigação dos casos de sarampo em
Técnica n o 16/2010 – Atualização da Porto Alegre/RS. Brasília, 26 de agosto de
investigação de caso suspeito de 2010.
sarampo em Belém/PA. Brasília, 10 de 6. Devep/SVS/MS, Nota Técnica nº
agosto de 2010. 145/2010 – Investigação de casos
3. Cover/CGDT/Devep/SVS/MS, Nota suspeitos de sarampo em
Técnica n o 17/2010 – Atualização da João Pessoa/PB.
investigação de caso suspeito de 7. Devep/SVS/MS, Nota Técnica no 146 –
sarampo em Belém/PA. Brasília, 13 de Atualização da investigação de caso
agosto de 2010. suspeito de sarampo em João Pessoa/PB.
4. Cover/CGDT/Devep/SVS/MS, 23 de setembro de 2010.
Nota Técnica no 17/2010 – Investigação 8. Devep/SVS/MS, Nota Técnica no 153/
de casos suspeitos de sarampo 2010 – Atualização da investigação de
em Porto Alegre/RS. Brasília, 19 de caso suspeito de sarampo em João
agosto de 2010. Pessoa/PB – 22 de outubro de 2010.

Correspondência/Correspondence to:
Divisão de Doenças de Transmissão Respiratória
Av. Dr. Arnaldo, 351, 6º andar
CEP: 01246-000 – São Paulo/SP – Brasil
Tel.: 55 11 3082-0957 – Fax: 55 11 3066-8236
e-mail:dvresp@cve.saude.sp.gov.br

Nota: Todos os casos suspeitos devem ser notificados à Central Médica/CIEVS/CVE: 0800-555466, que funciona 24 horas, sete dias por semana.
A notificação também pode ser feita pelos e-mails: notifica@saude.sp.gov.br e dvresp@saude.sp.gov.br.

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Saúde em dados
contextualização
GAI GRUPO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO E INFORMAÇÃO EM SAÚDE
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

Perfil da mortalidade masculina no Estado de São Paulo


Profile of male mortality in state of So Paulo

Arnaldo Sala; José Dínio Vaz Mendes


Assessoria Técnica. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil

INTRODUÇÃO
O fenômeno do diferencial de mortali- seu perfil em 2009, comparando-o com o
dade entre homens e mulheres já é bem perfil brasileiro, com a mortalidade do sexo
estabelecido, como apontam Laurenti et al., feminino e apresentando alguns aspectos de
1
em publicação de 2005. No artigo, os auto- sua evolução no tempo. Pretende-se em futu-
res destacam que os coeficientes de morta- ro boletim abordar os perfis da morbidade
lidade masculina seriam cerca de 50% mais masculina nas internações do Sistema Único
elevados do que nas mulheres, notadamen- de Saúde (SUS).
te na faixa etária de 20 a 39 anos, chegando
a se apresentar três vezes maior. Mortalidade masculina no Brasil e no
Em 2009, o Ministério da Saúde lançou Estado de São Paulo
o documento com os princípios e diretri- Características gerais
zes para a Política Nacional de Atenção Conforme pode ser visto na Tabela 1,
Integral à Saúde do Homem destacando no Brasil o coeficiente de mortalidade
que, mesmo frente aos diferenciais de mor- geral é maior entre os homens em relação
bidade e mortalidade já conhecidos, os às mulheres, em todos os anos considera-
homens acabam por recorrer menos aos dos. Contudo, ocorreu redução desse coe-
recursos destinados à atenção à saúde. Em ficiente entre 1980 e 2007 (último ano
relação à mortalidade masculina, o texto com informações disponibilizadas pelo
salienta as causas externas, as neoplasias, Sistema de Informação de Mortalidade do
as doenças do aparelho digestivo (entre as Ministério da Saúde – Sim/MS) para
quais a doença hepática decorrente do ambos os sexos. Essa redução para o sexo
álcool é relevante) e as doenças do apare- feminino foi de 13,2%, um pouco superior
2
lho circulatório como principais causas de àquela verificada no masculino (11,2%).
mortalidade entre os homens. Da mesma forma, a proporção de óbitos
A fim de apresentar a atual situação da masculinos foi superior em todos os anos
mortalidade masculina no Estado de São considerados, tendo apresentado ligeiro
Paulo, realizou-se aqui uma análise geral de aumento, passando de 57,4% dos óbitos em

Mortalidade masculina no ESP/Sala A; Mendes JDV

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1980 para 58,9% em 1990, retornando em etários que atingiu 82% para os menores
2007 para 57,5%. de 5 anos e 62% para os de 5 a 10, fato já
No Estado de São Paulo, pode-se referido por Laurenti e et al. para série
observar que os coeficientes de mortali- histórica até o 2001. 1
dade são superiores aos nacionais em Esses fatos refletem a grande redução
todos os anos (Tabela 2), mas a redução da mortalidade na infância, verificada no
do coeficiente entre os homens foi de País nas últimas décadas. Deve-se acres-
17,2%, entre 1980 e 2007, maior que a centar ainda o grande incremento verifica-
redução nacional e superior àquela ob- do na proporção de idosos masculinos
servada entre as mulheres (13,9%). (30% entre os de 60 a 79 anos e 134%
A proporção paulista dos óbitos mas- entre os com mais de 80 anos).
culinos, que nos três primeiros anos consi- Contudo, os números nacionais indi-
derados era superior à brasileira (alcan- cam queda pequena no grupo etário de
çando 60% em 1990), em 2007 foi de 10 a 19 anos (5%) e ampliação nos óbi-
56,6%, menor que a observada no País. tos do grupo de 20 a 39 anos (17%) e de
Na análise dos óbitos do sexo masculi- 40 a 59 anos (20%), indicando que
no, no Brasil, segundo grupos etários, para essas faixas etárias continuam subme-
os anos de 1980, 1990, 2000 e 2007, con- tidas a riscos de mortes evitáveis, pro-
forme a Tabela 3, nota-se grande redução vavelmente relacionadas com a amplia-
proporcional nos dois primeiros grupos ção das mortes por violência.

Tabela 1. Número de óbitos e coeficiente de mortalidade geral (óbitos por mil habitantes) segundo sexo. Brasil –
1980, 1990, 2000 e 2007*.

Masculino Feminino Total**


Anos Nº % Coef. Nº % Coef. Nº Coef.
1980 431.161 57,4 7,3 318.483 42,4 5,3 750.727 6,3
1990 481.696 58,9 6,8 334.738 41,0 4,6 817.284 5,7
2000 552.127 58,3 6,6 393.606 41,6 4,6 946.686 5,6
2007 602.592 57,5 6,5 444.714 42,4 4,6 1.047.824 5,5

Fonte: Sim/Datasus/MS
*2007 – Último ano com informações disponibilizadas pelo MS
**Inclui os óbitos com a informação de sexo ignorado

Tabela 2. Número de óbitos e coeficiente de mortalidade geral (óbitos por mil habitantes) segundo sexo. Estado de
São Paulo – 1980, 1990, 2000 e 2007*.
Masculino Feminino Total
Óbitos Nº % Coef. Nº % Coef. Nº Coef.

1980 103.181 58,8 8,2 72.226 41,2 5,8 175.408 7,0


1990 124.285 60,2 8,1 82.180 39,8 5,3 206.466 6,7
2000 142.505 59,6 7,9 96.451 40,4 5,1 238.959 6,5
2007 138.590 56,6 6,8 106.003 43,3 5,0 244.653 5,9
Fonte: Sim/Datasus/MS
*2007 – Último ano com informações disponibilizadas pelo MS
**Inclui os óbitos com a informação de sexo ignorado

Mortalidade masculina no ESP/Sala A; Mendes JDV

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No Estado de São Paulo (Tabela 4), zadas pelo Datasus/MS), por sexo, segun-
pode-se observar que a queda no mesmo do os capítulos da Classificação Interna-
período (1980-2007) foi maior para os cional de Doenças (CID-10). Naquele ano,
grupos etários mais jovens, incluindo a no Brasil, os cinco principais grupos de
redução significativamente maior no óbitos masculinos segundo o coeficiente
grupo de 10 a 19 anos (32%) e de 20 a 39 de mortalidade foram: doenças do apare-
anos (10%). Na mesma Tabela nota-se que lho circulatório, causas externas (violências e
a tendência de redução dos óbitos nas fai- acidentes), neoplasias (tumores), doenças
xas etárias mais jovens manteve-se no Esta-
do aparelho respiratório e o capítulo 18 da
do, em 2009, conforme os dados já divulga-
CID – “Sintomas, sinais e achados anor-
dos pela Fundação Seade.
mais de exames clínicos e laboratoriais”,
que são óbitos com informações mal defi-
Mortalidade por grupos de causa e sexo, no nidas de causa básica. Em todos os princi-
Brasil e no Estado de São Paulo pais grupos, os coeficientes masculinos
Nas Tabelas 5 e 6 apresentam-se os são maiores que os femininos, sendo que
óbitos e os coeficientes de mortalidade no a maior diferença ocorre com o coeficien-
Brasil e no Estado de São Paulo, em 2007 te por causas externas, cinco vezes maior
(último ano com informações disponibili- entre os homens.

Tabela 3. Número e proporção (%) de óbitos do sexo masculino segundo faixa etária. Brasil, 1980, 1990,
2000 e 2007.
1980 1990 2000 2007 Variação %
Faixa Etária Óbitos % Óbitos % Óbitos % Óbitos % 1980 a 2007
0a4 118.973 27,6 63.538 13,2 44.219 8,0 29.804 4,9 -82,1
5a9 5.057 1,2 4.210 0,9 3.212 0,6 2.702 0,4 -61,8
10 a 19 13.764 3,2 16.790 3,5 18.749 3,4 18.371 3,0 -4,5
20 a 39 52.494 12,2 76.154 15,8 85.666 15,5 85.973 14,3 17,2
40 a 59 84.678 19,6 103.490 21,5 126.060 22,8 141.525 23,5 19,6
60 a 79 119.537 27,7 154.969 32,2 190.657 34,5 213.525 35,4 27,8
80 e mais 32.810 7,6 56.941 11,8 80.081 14,5 107.585 17,9 134,6

Total* 431.161 100,0 481.696 100,0 552.127 100,0 602.592 100,0


Fonte: Sim/Datasus/MS
*Inclui óbitos com idade ignorada

Tabela 4. Número e proporção (%) de óbitos do sexo masculino segundo faixa etária. Estado de São Paulo,
1980, 1990, 2000, 2007 e 2009.
1980 1990 2000 2007 Variação % 2009*
Faixa Etária Óbitos % Óbitos % Óbitos % Óbitos % 1980 a 2007 Óbitos %
0a4 23.505 22,8 12.949 10,4 7.598 5,3 5.007 3,6 -84,1 4.791 3,3
5a9 827 0,8 801 0,6 532 0,4 452 0,3 -59,3 402 0,3
10 a 19 3.024 2,9 4.584 3,7 5.159 3,6 2.755 2,0 -32,2 2.452 1,7
20 a 39 13.234 12,8 22.441 18,1 24.611 17,3 15.971 11,5 -10,2 15.825 11,0
40 a 59 23.202 22,5 28.691 23,1 34.802 24,4 35.485 25,6 13,9 36.618 25,5
60 a 79 30.770 29,8 40.562 32,6 50.058 35,1 53.427 38,6 29,3 55.274 38,5
80 e mais 8.276 8,0 13.564 10,9 18.716 13,1 24.917 18,0 124,2 27.542 19,2
Total** 103.181 100,0 124.285 100,0 142.505 100,0 138.590 100,0 143.421 100,0
Fonte: Sim/Datasus/MS
*2009 – Informações da Fundação Seade
**Inclui óbitos com idade ignorada

Mortalidade masculina no ESP/Sala A; Mendes JDV

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Bepa 2010;7(82):15-25

No Estado de São Paulo os cinco causas externas, as doenças do aparelho


primeiros grupos são as doenças do respiratório e as doenças do aparelho
aparelho circulatório, as neoplasias, as digestivo.

Tabela 5. Número de óbitos e coeficiente de mortalidade (óbitos/100 mil habitantes) segundo capítulo da CID-
10* e sexo. Brasil – 2007.
Masculino Feminino
Capítulo CID-10 Razão M/F
Óbitos % Coef. Óbitos % Coef.
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 26.981 4,5 29,0 18.955 4,3 20,4 1,4
II. Neoplasias (tumores) 87.053 14,4 93,6 74.422 16,7 80,0 1,2
III. Doenças sangue órgãos hemat. e transt. imunitá. 2.922 0,5 3,1 2.796 0,6 3,0 1,0
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 27.317 4,5 29,4 34.537 7,8 37,1 0,8
V. Transtornos mentais e comportamentais 8.219 1,4 8,8 2.724 0,6 2,9 3,0
VI. Doenças do sistema nervoso 10.112 1,7 10,9 10.298 2,3 11,1 1,0
VII. Doenças do olho e anexos 20 0,0 0,0 6 0,0 0,0 3,3
VIII.Doenças do ouvido e da apófise mastóide 59 0,0 0,1 59 0,0 0,1 1,0
IX. Doenças do aparelho circulatório 161.930 26,9 174,0 146.500 32,9 157,5 1,1
X. Doenças do aparelho respiratório 56.115 9,3 60,3 48.368 10,9 52,0 1,2
XI. Doenças do aparelho digestivo 34.382 5,7 37,0 19.335 4,3 20,8 1,8
XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 1.036 0,2 1,1 1.438 0,3 1,5 0,7
XIII.Doenças sist. osteomuscular e tec. conjuntivo 1.255 0,2 1,3 2.533 0,6 2,7 0,5
XIV. Doenças do aparelho geniturinário 9.477 1,6 10,2 8.817 2,0 9,5 1,1
XV. Gravidez parto e puerpério 0 0,0 0,0 1.615 0,4 1,7 0,0
XVI. Algumas afec. originadas no período perinatal 15.339 2,5 16,5 11.449 2,6 12,3 1,3
XVII.Malf. cong. deformid. e anomalias cromossômicas 5.471 0,9 5,9 4.673 1,1 5,0 1,2
XVIII.Sint. sinais e achad. anorm. ex. clín. e laborat. 45.581 7,6 49,0 34.584 7,8 37,2 1,3
XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 109.323 18,1 117,5 21.605 4,9 23,2 5,1
Total 602.592 100,0 647,7 444.714 100,0 478,0 1,4
Fonte: Sim/Datasus/MS (2007 – Último ano com informações disponibilizadas)
*Classificação Internacional de Doenças – 10ª revisão

Tabela 6. Número de óbitos e coeficiente de mortalidade (óbitos/100 mil habitantes) segundo capítulo da CID-10* e
sexo. Estado de São Paulo – 2007.
Masculino Feminino
Causa (CID10) Razão M/F
Óbitos % Coef. Óbitos % Coef.
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 5.960 4,3 29,3 3.954 3,9 18,5 1,6
II. Neoplasias (tumores) 22.979 16,9 113,1 19.448 18,2 91,1 1,2
III. Doenças sangue órgãos hemat. e transt. imunitár. 621 0,4 3,1 583 0,5 2,7 1,1
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 5.574 3,9 27,4 6.732 5,8 31,5 0,9
V. Transtornos mentais e comportamentais 1.494 1,1 7,4 690 0,8 3,2 2,3
VI. Doenças do sistema nervoso 2.853 2,1 14,0 3.143 2,9 14,7 1,0
VII. Doenças do olho e anexos 5 0,0 0,0 2 0,0 0,0 2,6
VIII.Doenças do ouvido e da apófise mastóide 11 0,0 0,1 9 0,0 0,0 1,3
IX. Doenças do aparelho circulatório 39.364 27,6 193,8 35.367 32,1 165,6 1,2
X. Doenças do aparelho respiratório 15.487 10,9 76,2 13.285 12,7 62,2 1,2
XI. Doenças do aparelho digestivo 9.368 6,9 46,1 5.194 5,0 24,3 1,9
XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 233 0,3 1,1 394 0,5 1,8 0,6
XIII.Doenças sist. osteomuscular e tec. conjuntivo 347 0,2 1,7 664 0,6 3,1 0,5
XIV. Doenças do aparelho geniturinário 2.435 2,4 12,0 2.592 3,5 12,1 1,0
XV. Gravidez parto e puerpério 0 0,0 0,0 244 0,2 1,1 0,0
XVI. Algumas afec. originadas no período perinatal 2.609 1,7 12,8 2.016 1,6 9,4 1,4
XVII.Malf. cong. deformid. e anomalias cromossômicas 1.101 0,8 5,4 942 0,9 4,4 1,2
XVIII.Sint. sinais e achad. anorm. ex. clín. e laborat. 9.166 6,6 45,1 6.498 6,2 30,4 1,5
XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 18.983 14,1 93,5 4.246 4,7 19,9 4,7
Total 138.590 100,0 682,3 106.003 100,0 496,5 1,4
Fonte: Sim/Datasus/MS (2007 – Último ano com informações disponibilizadas)
(1)
Classificação Internacional de Doenças – 10a revisão

Mortalidade masculina no ESP/Sala A; Mendes JDV

página 18
Bepa 2010;7(82):15-25

A taxa de mortalidade geral masculina, vezes maior que o feminino no Brasil e 2,3
tanto no Brasil como em São Paulo, é bem vezes maior em São Paulo é o de óbitos por
maior que a feminina. No Estado de São transtornos mentais.
Paulo nota-se que as causas mal definidas A evolução de 1980 até 2007 desses
não estão incluídas entre os cinco princi- cinco principais grupos se mostra bastante
pais grupos de mortalidade. Além disso, a diferente no Brasil e em São Paulo (Gráficos
ordem dos demais grupos diferencia-se 1 e 2). Enquanto os dados nacionais mos-
daquela observada no País, porque as tram aumento do coeficiente nas doenças
neoplasias assumem o segundo lugar e as do aparelho circulatório e nas causas
mortes por causas externas aparecem como externas entre 1980 e 2007, no Estado de
terceiro grupo; finalmente as mortes por São Paulo temos nítida redução desses dois
doenças do aparelho digestivo surgem grupos. Nota-se aqui, entre as causas
como quinto grupo mais importante. externas, que ocorreu crescimento do
Em São Paulo a maior diferença entre coeficiente entre 1980 e 2000, seguido por
homens e mulheres também ocorre nas importante redução em 2007 (Gráfico 2).
mortes por causas externas, com coefi- Os coeficientes de mortes por neoplasias
ciente 4,7 vezes maior. Entre os princi- ampliam-se no Brasil e em São Paulo e se
pais grupos as doenças do aparelho pode notar que existe grande redução das
digestivo também têm coeficiente duas causas mal definidas no Brasil, apontando
vezes maior para os homens (tanto no para gradativa melhora de acesso aos
Brasil como em São Paulo). Outro grupo serviços médicos para constatação da causa
em que o coeficiente masculino é três de morte.

171,0 174,0
180,0
1980 1990 2000 2007
Coeficiente de mortalidade (por 100 mil hab.)

160,0 150,8

140,0
117,5
120,0
94,5 93,6
100,0

80,0
56,6 56,9 60,3
60,0 49,0

40,0

20,0

0,0
Doenças do ap. Causas externas Neoplasias Doenças do ap. Sint. sinais mal
circulatório respiratório definidos

Fonte: Sim/Datasus/MS (2007 – Último ano com informações disponibilizadas)


*Classificação Internacional de Doenças – 10a revisão

Gráfico 1. Coeficiente de mortalidade masculina nos cinco principais grupos da CID-10*.


Brasil – 1980, 1990, 2000 e 2007.

Mortalidade masculina no ESP/Sala A; Mendes JDV

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Bepa 2010;7(82):15-25

300,0
Coeficiente de mortalidade (por 100 mil hab.)
253,2
250,0
1980 1990 2000 2007
193,8
200,0

150,0
113,1 113,0
93,5
100,0 83,6 85,7
76,2

39,9 46,1
50,0

0,0
Doenças do ap. Neoplasias Causas externas Doenças do ap. Doenças do ap.
circulatório respiratório digestivo
Fonte: Sim/Datasus/MS (2007 – Último ano com informações disponibilizadas)
*Classificação Internacional de Doenças – 10a revisão
Gráfico 2. Coeficiente de mortalidade masculina nos cinco principais grupos da CID-10*. Estado
de São Paulo – 1980, 1990, 2000 e 2007.

Os coeficientes de mortalidade por sexo e


faixa etária no Estado de São Paulo, 2009
Na Tabela 7 apresentam-se os coeficien- masculino é quatro vezes maior que o
tes de mortalidade por capítulo da CID-10 feminino.
para o Estado de São Paulo, em 2009. Pode- Para as mulheres o terceiro grupo de
se notar que os principais grupos permane- mortalidade é o de doenças do aparelho
cem os mesmos já apontados para 2007, respiratório. Além disso, o sexo feminino
com coeficientes masculinos maiores que os tem menor mortalidade nas doenças do
femininos em todos os grupos principais e no aparelho digestivo, para as quais o coefi-
total; os homens têm coeficiente de mortali- ciente masculino continua sendo quase
dade de 711,9 (óbitos/100 mil) enquanto o duas vezes maior.
coeficiente geral de mortalidade para as Nos Gráficos de 5 a 9 são apresentados os
mulheres é de 526,6. São 31 mil óbitos coeficientes de mortalidade por faixa etária e
masculinos a mais que os femininos, por ano, sexo nos cinco principais capítulos da CID-10,
e quase metade dessa diferença se deve aos com relação à mortalidade masculina no
óbitos por causa externa. Estado de São Paulo.
Nos Gráficos 3 e 4 observam-se as diferen- A mortalidade diferencial entre homens e
ças entre as proporções dos grupos principais mulheres apresenta características distintas
de mortalidade entre homens e mulheres para em cada um desses capítulos. Nas doenças do
2009. Enquanto para os homens as causas aparelho circulatório, os coeficientes são
externas têm grande destaque como terceiro maiores entre os homens a partir da faixa
grupo mais importante (com 14% dos etária de 40 a 49 anos, ampliando-se esse
óbitos), elas representam apenas 5% do total diferencial até os 60 anos, com diminuição
entre as mulheres. Nesse grupo o coeficiente progressiva a partir dessa idade (Gráfico 5).

Mortalidade masculina no ESP/Sala A; Mendes JDV

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Tabela 7. Número de óbitos e coeficiente de mortalidade (óbitos/100 mil habitantes) por capítulo da CID-10* e sexo.
Estado de São Paulo – 2009.

Masculino Feminino
Causa (CID-10) Razão M/F
Óbitos % Coef. Óbitos % Coef.
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 6.138 4,3 30,5 4.327 3,9 20,4 1,5
II. Neoplasias (tumores) 24.275 16,9 120,5 20.380 18,2 96,0 1,3
III. Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitár 546 0,4 2,7 554 0,5 2,6 1,0
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 5.569 3,9 27,6 6.461 5,8 30,4 0,9
V. Transtornos mentais e comportamentais 1.565 1,1 7,8 843 0,8 4,0 2,0
VI. Doenças do sistema nervoso 3.003 2,1 14,9 3.243 2,9 15,3 1,0
VII. Doenças do olho e anexos 1 0,0 0,0 2 0,0 0,0 0,5
VIII.Doenças do ouvido e da apófise mastóide 10 0,0 0,0 12 0,0 0,1 0,9
IX. Doenças do aparelho circulatório 39.584 27,6 196,5 35.862 32,1 168,8 1,2
X. Doenças do aparelho respiratório 15.582 10,9 77,3 14.207 12,7 66,9 1,2
XI. Doenças do aparelho digestivo 9.913 6,9 49,2 5.619 5,0 26,5 1,9
XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 385 0,3 1,9 510 0,5 2,4 0,8
XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 296 0,2 1,5 655 0,6 3,1 0,5
XIV. Doenças do aparelho geniturinário 3.378 2,4 16,8 3.924 3,5 18,5 0,9
XV. Gravidez parto e puerpério 0 0,0 0,0 231 0,2 1,1 0,0
XVI. Algumas afec originadas no período perinatal 2.379 1,7 11,8 1.845 1,6 8,7 1,4
XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas 1.091 0,8 5,4 975 0,9 4,6 1,2
XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat 9.508 6,6 47,2 6.904 6,2 32,5 1,5
XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 20.191 14,1 100,2 5.276 4,7 24,8 4,0
Total 143.421 100,0 711,9 111.835 100,0 526,6 1,4
Fonte: Fundação Seade
*Classificação Internacional de Doenças – 10ª revisão

IV. Doenças end. Todas as demais


nutr. e metabólicas XIV. Doenças do 6%
ap. geniturinário IX. Doenças do ap.
4% circulatório
2%
I. Doenças infec. e 28%
parasitárias
4%
XVIII.Sint sinais
e achad anorm
7%

XI. Doenças do
ap. digestivo
7%

X. Doenças do ap.
respiratório
11%
II. Neoplasias
XX. Causas externas 17%
14%

Fonte: Fundação Seade


*Classificação Internacional de Doenças – 10ª revisão
Gráfico 3. Percentual de óbitos no sexo masculino segundo dez principais
grupos causas de mortalidade da CID-10*. Estado de São Paulo – 2009.

Mortalidade masculina no ESP/Sala A; Mendes JDV

página 21
Bepa 2010;7(82):15-25

XIV. Doenças do Todas as demais


ap. geniturinário IX. Doenças do ap.
8% circulatório
I. Doenças infec. 3% 32%
e parasitárias
4%
XX. Causas externas
5%
XI. Doenças do
ap. digestivo
5%

IV. Doenças end.


nutr. e metabólicas
6%

XVIII.Sint sinais e achad


anorm.
6%

X. Doenças do ap. II. Neoplasias


respiratório 18%
13%

Fonte: Fundação Seade


*Classificação Internacional de Doenças – 10ª revisão
Gráfico 4. Percentual de óbitos no sexo feminino segundo dez principais grupos de causa de
mortalidade da CID-10*. Estado de São Paulo – 2009.

4.000,0
* Coeficiente por 100 mil habitantes 3.765,0
3.500,0 3.619,6

3.000,0

2.500,0

Masculino
2.000,0
Feminino 1.766,4
1.500,0
1.148,1
1.000,0 782,2

500,0 330,9 426,7


162,7
0,0
<1 Ano 1-4 5-9 10-14 15-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80 e+
Fonte: Fundação Seade.
*Classificação Internacional de Doenças – 10ª revisão
Gráfico 5. Coeficiente* de mortalidade por doença do aparelho circulatório segundo sexo e faixa
etária. Estado de São Paulo – 2009.

Levando em conta que o infarto agudo do que os homens buscam atendimento em


miocárdio, outras doenças isquêmicas do serviços de saúde com menor frequência
coração e as doenças vasculares cerebrais que as mulheres. Esse comportamento
são importantes para ambos os sexos e atrasa os diagnósticos de doenças crônicas
estão entre as 20 causas específicas mais prevalentes, deixando, assim, de adotar a
3
importantes de mortalidade no Estado, tempo oportuno as medidas terapêuticas e
pode-se supor que essas doenças ocasio- preventivas necessárias.
nem mortalidade mais precoce no sexo Na mortalidade por neoplasias os
masculino que no feminino, tendo em vista coeficientes são progressivamente maiores

Mortalidade masculina no ESP/Sala A; Mendes JDV

página 22
Bepa 2010;7(82):15-25

a partir dos 50 anos (Gráfico 6), atingindo Nas doenças do aparelho respiratório as
valores próximos ao dobro no sexo masculi- diferenças nos coeficientes se acentuam a
no na faixa etária de 70-79 anos. Tal fato partir dos 30 anos de idade (Gráfico 8), com
corrobora a hipótese de atraso na busca de o ápice aos 70-79 anos. Como nesse grupo
atendimento médico, evidenciando as as pneumonias e as doenças pulmonares
falhas na detecção precoce e tratamento obstrutivas crônicas estão entre as 20
desse grupo de doenças, que inclui tumo- principais causas específicas para ambos os
res como os de próstata, cujo desfecho sexos, 3 a mortalidade mais precoce dos
poderia ser adiado ou evitado com o trata- homens pode também indicar demora
mento precoce. entre eles na busca de tratamento preventi-
Nas causas externas ocorre a maior vo e curativo.
d i fe re n c i a ç ã o d a m o r t a l i d a d e e n t re Finalmente, na mortalidade por
homens e mulheres. Já nas faixas etárias doença do aparelho digestivo ocorre uma
de 10 a 14 anos é possível observar intensa diferenciação nos coeficientes,
diferenças de mais de duas vezes, com com maior mortalidade entre os homens
acentuação importante dessa diferença a a partir dos 30 anos, e somente aos 80
partir dos 15 anos de idade (Gráfico 7), a n o s o s c o e f i c i e n t e s a p rox i m a m - s e
atingindo o ápice na faixa de 20 a 29 anos, (Gráfico 9). Nesse caso, as doenças
com coeficiente cerca de oito vezes maior alcoólicas do fígado, a fibrose e a cirrose
e se mantendo bem mais elevado que o hepáticas, que estão entre as 20 princi-
feminino em todas as demais faixas pais causas de óbitos entre os homens e
3
etárias. Entre as causas principais nesse não aparecem no sexo feminino, podem
grupo estão os homicídios e os acidentes ser causas importantes para explicar as
de veículos a motor. diferenças encontradas.

1.800,0
* Coeficiente por 100 mil habitantes 1.708,6
1.600,0

1.400,0

1.200,0
Masculino 1.074,6
1.000,0
Feminino 1.032,0
800,0

600,0 599,2
529,5
400,0
318,1
200,0 232,5
165,4

0,0
<1 Ano 1-4 5-9 10-14 15-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80 e+
Fonte: Fundação Seade
Gráfico 6. Coeficiente* de mortalidade por neoplasia segundo sexo e faixa etária. Estado de
São Paulo – 2009.

Mortalidade masculina no ESP/Sala A; Mendes JDV

página 23
Bepa 2010;7(82):15-25

450,0
* Coeficiente por 100 mil habitantes
400,0 386,8

350,0
323,1
300,0
Masculino
250,0
Feminino
200,0 183,1

150,0 140,7 117,5


118,6 115,8 112,1
100,0 86,0

52,5 92,1
50,0 30,7
13,4 14,7 18,0 18,5 19,5
12,5 7,5 15,6
36,8
0,0 8,2 4,2 6,3
<1 Ano 1-4 5-9 10-14 15-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80 e+
Fonte: Fundação Seade
Gráfico 7. Coeficiente* de mortalidade por causas externas segundo sexo e faixa etária. Estado de
São Paulo – 2009.

2.500,0
* Coeficiente por 100 mil habitantes 2.248,7

2.000,0

Masculino 1.708,9
1.500,0
Feminino

1.000,0
711,0

500,0
202,6 401,0
118,9
0,0
<1 Ano 1-4 5-9 10-14 15-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80 e+
Fonte: Fundação Seade
Gráfico 8. Coeficiente* de mortalidade por doença do aparelho respiratório segundo sexo e faixa
etária. Estado de São Paulo – 2009.

500,0 471,4
* Coeficiente por 100 mil habitantes
450,0
444,6
400,0

350,0
Masculino
300,0 271,3
Feminino
250,0

200,0 163,4
150,0 125,6 169,9

100,0 65,4
50,0 21,4 66,9
15,4
6,1 31,7
0,0
<1 Ano 1-4 5-9 10-14 15-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80 e+
Fonte: Fundação Seade
Gráfico 9. Coeficiente* de mortalidade por doença do aparelho digestivo segundo sexo e faixa
etária. Estado de São Paulo – 2009.

Mortalidade masculina no ESP/Sala A; Mendes JDV

página 24
Bepa 2010;7(82):15-25

Considerações finais
As informações de mortalidade masculina comportamentos e hábitos mais saudáveis,
no Estado de São Paulo apresentadas neste visando reduzir os acidentes e violências, o
boletim apontam a oportunidade para que os abuso de álcool, as consequências das doenças
gestores do Sistema Único de Saúde comecem a cardiovasculares e a detecção de neoplasias,
discutir o assunto e priorizar ações de promo- como o câncer de próstata.
ção de saúde entre os homens, uma vez que a É necessário ainda estabelecer medidas
redução desses agravos depende, sobretudo, para facilitação e estímulo do acesso dos
de mudanças significativas de comportamen- homens aos serviços de saúde, sobretudo na
tos da população masculina. rede básica, de modo a viabilizar ações de
Vale destacar que propostas de mudanças promoção à saúde, realizáveis neste âmbito de
de comportamento nessa população depen- atenção, que permitam a detecção o mais
dem de políticas intersetoriais, que transcen- precocemente possível dos agravos à saúde,
dam em muito os serviços de saúde propria- no sentido de se impedir o aparecimento de
mente ditos e que facilitem a incorporação de complicações evitáveis.

Referências Bibliográficas
1. Laurenti R, Jorge MHPM, Gotlieb SLD. (Princípios e Diretrizes).
Perfil epidemiológico da Brasília, 2008.
morbi-mortalidade masculina. 3. Mendes JDV, Bittar OJNV.
Ciência & Saúde Coletiva.2005 Saúde pública no Estado de
10(1):35-46. São Paulo – informações com
2. Brasil. Ministério da Saúde. implicações no planejamento de
Política Nacional de Atenção programas e serviços. Revista de
Integral à Saúde do Homem Administração em Saúde.2010;. 5:71.

Correspondência/correspondence to
Arnaldo Sala
Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 188 – 1º andar
CEP: 05403-000 – São Paulo/SP – Brasil
Tel. : 55 11 3066-8456
E-mail:asa@saude.sp.gov.br

Mortalidade masculina no ESP/Sala A; Mendes JDV

página 25
Bepa 2010;7(82):26

Instruções aos Autores

Missão Resumo – Serão aceitos resumos de teses e dissertações até


O Boletim Epidemiológico Paulista (Bepa) é uma um ano dois anos após a defesa.
publicação mensal da Coordenadoria de Controle de Doenças Pelo Brasil – Deve apresentar a análise de um aspecto ou
(CCD), órgão da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo função específica da promoção à saúde, vigilância, prevenção e
(SES-SP) responsável pelo planejamento e execução das ações controle de agravos nos demais Estados brasileiros.
de promoção à saúde e prevenção de quaisquer riscos, agravos Atualizações – Textos que apresentam, sistematicamente,
e doenças, nas diversas áreas de abrangência do Sistema Único atualizações de dados estatísticos gerados pelos órgãos e
de Saúde de São Paulo (SUS-SP). Editado nos formatos impresso programas de prevenção e controle de riscos, agravos e doenças do
e eletrônico, documenta e divulga trabalhos relacionados a Estado de São Paulo.
essas ações, de maneira rápida e precisa, estabelecendo um Editoriais – São escritos por especialistas convidados a
canal de comunicação entre as diversas áreas do SUS-SP. Além comentar artigos e tópicos especiais cobertos pelo Bepa.
de disseminar informações entre os profissionais de saúde de Relatos de encontros – Devem enfocar o conteúdo do evento
maneira rápida e precisa, tem como objetivo incentivar a e não sua estrutura.
produção de trabalhos técnico-científicos desenvolvidos no Cartas – As cartas permitem comentários sobre artigos
âmbito da rede pública, proporcionando a atualização e, veiculados no Bepa, e podem ser apresentadas a qualquer
conseqüentemente, o aprimoramento dos profissionais e das momento após a sua publicação.
instituições responsáveis pelos processos de prevenção e OBS – Os informes técnicos, epidemiológico, Pelo Brasil, atualizações e
controle de doenças, nas esferas pública e privada. relatos de encontros devem ser acompanhados de carta do diretor da
instituição à qual o autor e oobjeto do artigo estão vinculados. Modelo
Política editorial disponível em: ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/outros/
Os manuscritos submetidos ao Bepa devem atender às MOD_CIENCIA_INSTIT_BEPA.pdf.
instruções aos autores, que seguem as diretrizes dos Requisitos
Uniformes para Manuscritos Apresentados a Periódicos Biomédicos, Apresentação dos trabalhos
editados pela Comissão Internacional de Editores de Revistas Ao trabalho deverá ser anexada uma carta de apresentação,
Médicas (Committee of Medical Journals Editors – Grupo de assinada por todos os autores, dirigida ao Conselho Editorial do
Vancouver), disponíveis em: http://www.icmje.org/. Boletim Epidemiológico Paulista. Nela deverão constar as seguintes
Após uma revisão inicial para avaliar se os autores atenderam informações: o trabalho não foi publicado, parcial ou integralmente,
aos padrões do Bepa, os trabalhos passam por processo de revisão em outro periódico; nenhum autor tem vínculos comerciais que
por dois especialistas da área pertinente, sempre de instituições possam representar conflito de interesses com o trabalho
desenvolvido; todos os autores participaram da elaboração do seu
distintas daquela de origem do artigo, e cegos quanto à identidade e
conteúdo (elaboração e execução, redação ou revisão crítica,
vínculo institucional dos autores. Após os pareceres, o Conselho
aprovação da versão final).
Editorial, que detém a decisão final sobre a publicação ou não do
Os critérios éticos da pesquisa devem ser respeitados. Nesse
trabalho, avalia a aceitação do artigo sem modificações, a sua recusa
sentido, os autores devem explicitar em MÉTODOS que a
ou devolução ao autor com as sugestões apontadas pelo revisor.
pesquisa foi concluída de acordo com os padrões exigidos pela
Declaração de Helsink e aprovada por comissão de ética
Tipos de artigo
reconhecida pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
Artigos de pesquisa – Apresentam resultados originais
(Conep), vinculada ao Conselho Nacional de Saúde (CNS), bem
provenientes de estudos sobre quaisquer aspectos da prevenção
como registro dos estudos de ensaios clínicos em base de dados,
e controle de agravos e de promoção à saúde, desde que no escopo
conforme recomendação aos editores da Lilacs e Scielo, disponível
da epidemiologia, incluindo relatos de casos, de surtos e/ou
em: http://bvsmodelo.bvsalud.org/site/lilacs/homepage.htm. O
vigilância. Esses artigos devem ser baseados em novos dados ou nome da base de dados, sigla e/ou número do ensaio clínico deverão
perspectivas relevantes para a saúde pública. Devem relatar os ser colocados ao final do RESUMO.
resultados a partir de uma perspectiva de saúde pública, O trabalho deverá ser redigido em Português do Brasil, com
podendo, ainda, ser replicados e/ou generalizados por todo o entrelinhamento duplo. O manuscrito deve ser encaminhando em
sistema (o que foi encontrado e o que a sua descoberta significa). formato eletrônico (e-mail, disquete ou CD-ROM) e impresso (folha
Revisão – Avaliação crítica sistematizada da literatura sobre A4), aos cuidados do editor científico do Bepa, no seguinte
assunto relevante à saúde pública. Devem ser descritos os endereço:
procedimentos adotados, esclarecendo os limites do tema. Os artigos
desta seção incluem relatos de políticas de saúde pública ou relatos Boletim Epidemiológico Paulista
históricos baseados em pesquisa e análise de questões relativas a Av. Dr. Arnaldo, 351, 1º andar, sala 135
doenças emergentes ou reemergentes. Cerqueira César – São Paulo/SP – Brasil
Comunicações rápidas – São relatos curtos destinados à CEP: 01246-000
rápida divulgação de eventos significativos no campo da vigilância e-mail: bepa@saude.sp.gov.br
à saúde. A sua publicação em versão impressa pode ser antecedida
de divulgação em meio eletrônico. Estrutura dos textos
Informe epidemiológico – Tem por objetivo apresentar O manuscrito deverá ser apresentado segundo a estrutura das
ocorrências relevantes para a saúde coletiva, bem como divulgar normas de Vancouver: TÍTULO; AUTORES e INSTITUIÇÕES;
dados dos sistemas públicos de informação sobre doenças e RESUMO e ABSTRACT; INTRODUÇÃO; METODOLOGIA;
agravos e programas de prevenção ou eliminação de doenças RESULTADOS; DISCUSSÃO e CONCLUSÃO (se houver);
infectocontagiosas. AGRADECIMENTOS; REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS; e TABELAS,
Informe técnico – Texto institucional que tem por objetivo FIGURAS e FOTOGRAFIAS.
definir procedimentos, condutas e normas técnicas das ações A íntegra das instruções aos autores quanto à categoria
e atividades desenvolvidas no âmbito da Secretaria de Estado da de arti-gos, processo de arbitragem, preparo de manuscritos
Saúde de São Paulo (SES-SP). Inclui, ainda, a divulgação de práticas, e estrutura dos textos, entre outras informações, está dispo-
políticas e orientações sobre promoção à saúde e prevenção e nível no site: http://www.cve.saude.sp.gov.br/agencia/
controle de agravos. bepa37_autor.htm.

Instruções aos Autores


página 26
Coordenadoria de SECRETARIA GOVERNO DO ESTADO
Controle de Doenças DA SAÚDE DE SÃO PAULO

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  • Bepa 72 - Dezembro 2009
    Bepa 72 - Dezembro 2009
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    Bepa 72 - Dezembro 2009
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  • Bepa 85
    Bepa 85
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  • Bepa 80 - Agosto 2010
    Bepa 80 - Agosto 2010
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  • Bepa95 - Novembro 2011
    Bepa95 - Novembro 2011
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  • Bepa92 - Agosto 2011
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  • Bepa 81 - Stembro 2010
    Bepa 81 - Stembro 2010
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  • Bepa 77 - Maio 2010
    Bepa 77 - Maio 2010
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  • Bepa 16 185
    Bepa 16 185
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  • Bepa93 Setembro 2011
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    Bepa93 Setembro 2011
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  • Bepa 73 - Janeiro 2010
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  • Bepa97 Janeiro 2012
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    Bepa97 Janeiro 2012
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  • Bol Bepa5808
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  • Bepa90 - Junho 2011
    Bepa90 - Junho 2011
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  • Bepa 17 195
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  • Bepa 17 194
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  • Bol Bepa5608
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    Bepa 76 - Abril 2010
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    Bepa 76 - Abril 2010
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  • Bepa 75 - Marco 2010
    Bepa 75 - Marco 2010
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    Bepa 75 - Marco 2010
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  • BEPA 15 anos: revista sobre vigilância epidemiológica em SP
    BEPA 15 anos: revista sobre vigilância epidemiológica em SP
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    BEPA 15 anos: revista sobre vigilância epidemiológica em SP
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  • Bepa 110
    Bepa 110
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  • Bepa94 Outubro 2011
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    Bepa94 Outubro 2011
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  • Bepa 109 Julho
    Bepa 109 Julho
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    Bepa 109 Julho
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  • Bepa 89 - Maio 2011
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    Bepa 89 - Maio 2011
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  • Bepa 9611
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    Bepa 9611
    Controle de Vetores Orlândia
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  • Bepa 17 200
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  • Bepa91-Julho 2011
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  • Bepa 16 181
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  • BEPA 15 anos revista epidemiologia SP
    BEPA 15 anos revista epidemiologia SP
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    BEPA 15 anos revista epidemiologia SP
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  • Edicao 193 - Janeiro
    Edicao 193 - Janeiro
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  • Edicao 184 - Abril 2
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  • Edicao 187 - Julho 2
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  • Bepa 16 188
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  • Edicao 189 - Setembro
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  • Bepa 17 203
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    carlison
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    Diego Oliveira
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    Pedro Arthur
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    Samuka 2019
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