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Nesta edição: nº 8
Saúde em dados
GAI
GRUPO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO E INFORMAÇÃO EM SAÚDE
contextualização SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
BEPA
Volume 8 Número 88 abril/2011
88
Boletim Epidemiológico Paulista
BEPA ISSN 1806-423-X
Volume 8 Nº 88 abril de 2011
Nesta edição
Avaliação da atividade de controle químico de vetores com ultra baixo volume em áreas
com transmissão de dengue dos municípios de Hortolândia e Sumaré, SP
An evaluation of ultra low volume inseticide sprays application for dengue control in areas of
Hortolândia e Sumaré municipalities, SP, Brazil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Autor´s Instructions . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
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EDIÇÃO 88
Bepa 2011;8(88):4-12
Artigo original
RESUMO
A epidemia de dengue ocorrida no verão de 2006/2007 foi a maior
registrada no Estado de São Paulo, até então. Os municípios de
Hortolândia e Sumaré apresentaram níveis importantes de
transmissão. Para reduzir rapidamente a quantidade de mosquitos
alados e auxiliar a interrupção da transmissão nas áreas com maior
número de casos, a Sucen organizou equipes para realizar aplicação
domiciliar de inseticida a ultra baixo volume (UBV) com atomizadores
costais portáteis, complementando as atividades dos municípios, que
eram principalmente de eliminação dos criadouros. Este estudo tem
como objetivo avaliar o trabalho dessas equipes, realizado em abril de
2007, nos municípios citados. Em Hortolândia, realizou-se estudo
descritivo comparando-se medições de infestação e de ocorrência de
casos antes e depois das referidas atividades. Em Sumaré, foi avaliada
apenas a ocorrência de casos, tendo sido realizado inquérito para
avaliar a opinião das pessoas sobre a atividade. Observou-se que
houve redução acentuada na positividade e densidade de ovos nas
armadilhas, instaladas na semana seguinte à realização da atividade
de controle químico. Na segunda semana já ocorreu um aumento na
positividade e densidade de ovos. Não se pôde determinar o efeito da
nebulização domiciliar sobre o número de casos porque ela foi
realizada com a transmissão já em queda. A aceitação e avaliação do
efeito da atividade pela população são boas. Concluiu-se que para que
essas medidas sejam efetivas a remoção dos criadouros tem de ser
drástica e se repetir nas semanas seguintes , auxiliada por um trabalho
educativo intenso para evitar a formação de novos criadouros.
Controle de vetores com UBV em áreas com transmissão de dengue em Hortolândia e Sumaré, SP/Mayo RC et al.
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ABSTRACT
The 2006/2007 dengue epidemic was the greatest in São Paulo state
until those years. Hortolândia and Sumaré municipalities showed high
transmission levels. The Institution that coordinate the state control
Program, SUCEN, organized especial teams for domiciliary space ultra
low volume sprays application to reduce quickly the adult vectors
population and consequently help municipalities staff to interrupt
transmission in higher transmission areas. The municipality teams
work mainly removing the recipients serving as vectors breeding sites.
The aim of this paper is to evaluate these SUCEN especial teams
control activities. It is a descriptive study where vector infestation
levels are compared before and after. Number of dengue confirmed
cases is also compared. In Sumaré, it was done a survey inquiring
residents, in the study area, about the insecticide application. It was
observed an intense reduction in ovitramp positivity and egg density
in the week after control activity. Though, in next week ovitramp
positivity and egg density values were higher. It was not possible to
determine the effect of these special team domiciliary space ultra low
sprays application in reducing the number of dengue cases because
when it began the case number was already descendent. The activity
was well evaluated and well accepted by the people living in the area.
The conclusion is that is necessary to remove hardly the breeding
sites, before the activity and in the weeks after it, associated with
health education, to maintain low infestation levels.
INTRODUÇÃO
Há mais de duas décadas epidemias de saúde pública que desafia as autoridades
dengue vêm acometendo a população responsáveis pelo seu controle. 1
brasileira, com progressivo agravamento O Estado de São Paulo segue o Brasil
do quadro epidemiológico. Observam-se nesse panorama. A epidemia ocorrida no
incidências cada vez mais elevadas e o ve rã o c o r re s p o n d e n t e a o s a n o s d e
acometimento de maior número de municí- 2006/2007 foi a maior registrada no
pios ao longo do tempo. Ao lado disso, território paulista, até então, com a
observa-se aumento do número de casos de ocorrência de 92.345 casos. A região de
dengue hemorrágico aliado a altas taxas de Campinas foi responsável por 15,3% desse
letalidade. Trata-se de um problema de total. 2 Nessa região o início da transmissão
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MATERIAL E MÉTODO
Foram estudados os municípios de controle, juntamente com a atividade de
Hortolândia e Sumaré (SP). Eles apresen- avaliação de densidade larvária, um
tam área de conurbação entre si e com inquérito para avaliar a opinião das
Campinas, município-sede da região. pessoas residentes no local, sobre o blo-
Distam aproximadamente 115 km da queio nebulização”.
capital paulista. Hotolândia e Sumaré Foram tabulados os seguintes dados:
apresentam alto grau de urbanização e data, número de imóveis trabalhados,
intensa mobilidade da sua população entre número de casas fechadas e recusas.
os municípios vizinhos, principalmente Foram utilizados os dados de temperatura
Campinas. Ambos são, também, municípios máxima, média e mínima do município,
industrializados. 6
registrada pelo CIIAGRO e correlaciona-
Sumaré, com população de 228.696 dos com os coeficientes de incidência.
habitantes, apresenta densidade popula- Foram calculados, também, os coeficientes
cional de 1.494,4 habitantes/km². Em mensais de incidência de casos de dengue,
Hortolândia os valores são 201.795 e a partir do número de casos registrados
3243,0 hab./km², respectivamente. pelo Centro de Vigilância Epidemiológica
Para o desenvolvimento das ações (CVE) – órgão da Coordenadoria de Con-
preconizadas no Programa Nacional de trole de Doenças da Secretaria de Estado
Controle da Dengue o território dos da Saúde São Paulo – do ano de 2007. 2
municípios é dividido em áreas, setores e E m H o r to l â n d i a fo ra m i n s t a l a d a s
quarteirões. No município de Sumaré foi armadilhas para coleta de ovos (ovitram-
selecionada a Área 1, com 6 setores, 199 pas), uma semana antes e duas semanas
quarteirões e 7.323 imóveis para atuação consecutivas após a realização da atividade
da equipe, no período de 16 a 20 de abril de nebulização e calculados:
de 2007. No município de Hortolândia foi
submetida ao controle a Área 2, com 3 Índice de positividade de ovos
setores, 202 quarteirões e 7.880 imóveis, número de armadilhas positivas
no período de 23 a 27 de abril. Esses locais IPO= X 100
número de armadilhas examinadas
a p re se n t a ra m m a i o r i n te n s i da de de
transmissão nos respectivos municípios, Índice de densidade de ovos
naquele ano. número de ovos
IDO= X 100
Em Hortolândia, realizou-se estudo número de armadilhas positivas
descritivo comparando-se medições de
infestação e de ocorrência de casos antes e No município de Sumaré foi realizado
depois das atividades de controle, que um inquérito nas mesmas casas sorteadas
estão sendo avaliadas. No município de para o cálculo dos indicadores de densida-
Sumaré foi avaliada apenas a ocorrência de de larvária, utilizando por conveniência a
7,8
casos, pois não houve tempo hábil para a mesma metodologia de amostragem. O
realização de medida da infestação antes da projeto não foi encaminhado para comitê
aplicação do inseticida. Nesse município foi de ética por se tratar de avaliação operacio-
realizado posteriormente às atividades de nal. No entanto, todos os participantes
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RESULTADOS
Na Tabela 2 observam-se os dados
das áreas trabalhadas nos dois municí-
pios. O número de imóveis trabalhados e Fonte – CVE/CCD/SES-SP
a pendência (recusas e imóveis fecha- Figura 1. Curva do número de casos por semana
epidemiológica de início de sintomas, assinalada a
dos) são semelhantes e estão dentro do semana em que foi realizada a nebulização, Hortolândia e
Sumaré, 2007.
nível de tolerância, de acordo com o
programa de controle da dengue seguido
pela Sucen. 9,3 Observa-se na Figura 2 que a temperatu-
ra mínima absoluta diária apresenta queda
Tabela 2. Número de imóveis trabalhados e pendência
(recusas e imóveis fechados/100 imóveis existentes), por gradativa leve nos três primeiros meses,
município, no período do bloqueio nebulização. Sumaré, enquanto os coeficientes de incidência
Hortolândia, 2007.
Período bloqueio Nº imóveis
sobem de maneira importante no mesmo
Município Pendência
nebulização trabalhados período. Esses indicadores de transmissão
Sumaré 16 a 20/04/2007 6.346 13,3%
sofrem uma queda intensa no mês de abril,
Hortolândia 23 a 27/04/2007 6.632 15,8%
principalmente no município de Hortolân-
dia, enquanto a medida de temperatura
Na Figura 1 observa-se que, quando as sofre discreta elevação. No mês de maio,
nebulizações foram realizadas, a curva do caem de maneira importante tanto a
número de casos já estava na alça de temperatura como os coeficientes de
descida. Ressalta-se, ainda, que essa alça incidência; em junho, a transmissão cai a
se apresenta íngreme, sem gradação. níveis muito baixos e a temperatura sofre
Observa-se também que a queda da curva apenas discreta queda. No restante do ano a
de Sumaré se inicia entre a semana 12 e temperatura volta a subir sem que se
semana 13, do dia 18/03 a 31/03/2007, observe elevação nos indicadores de
portanto ainda no mês de março. A curva transmissão.
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www.cepis.ops-oms.org/bvsair/e/ 2006;40:671-6.
repindex/repi78/pagina/text/fulltext/ Recebido em: 15/11/2010
book.pdf. Aprovado em: 31/03/2011
Correspondência/correspondence to:
Renata Caporalle Mayo
Av. Pedro Botesi, 2.555, bloco 35, apto. 112 – Jardim Scomparim
CEP: 13806-635 – Mogi Mirim/SP – Brasil
E-mail: sr05@sucen.sp.gov.br
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Artigo original
RESUMO
Com o objetivo de descrever a ocorrência da leishmaniose visceral
americana na região de São José do Rio Preto, SP, propusemos o
presente estudo. A partir da notificação de um caso suspeito para LVA é
desencadeada busca ativa de casos humanos na área, pela vigilância
epidemiológica municipal. A Sucen realiza pesquisa entomológica com
coleta por aspiração manual e o município faz a busca de cães por meio
de inquérito canino. A transmissão na região inicia-se no ano de 2008,
com o registro de três casos humanos autóctones no município de
Jales. A investigação entomológica apontou a presença do vetor
Lutzomyia longipalpis e na investigação do foco houve o encontro de
cães positivos. No mesmo ano, o município de Urânia confirmou a
presença de cão positivo para LVA e do vetor. Em 2009, foi notificado o
primeiro caso humano em Urânia. Concomitantemente, Santa Fé do Sul
notificou três cães positivos, constatando-se também a presença de L.
longipalpis neste município e em Palmeira D'Oeste, Santana da Ponte
Pensa, Santa Salete e Votuporanga. No ano de 2010, nos municípios de
Aspásia e Marinópolis foi verificada a presença do vetor. Diante do
exposto, a situação para a LVA na região deve se agravar. As prefeituras
devem trabalhar conjuntamente com os serviços de vigilância e
controle de vetores, visando minimizar a ocorrência da doença na
população, com intensificação do manejo ambiental e criando
situações não propícias para a proliferação do vetor.
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ABSTRACT
Aiming to describe the occurrence of american visceral leishmaniasis
in the region of Sao Jose do Rio Preto proposed the current study. Upon
notification of a suspected case AVL triggers an active search for
human cases in the area for municipal surveillance. The Sucen
conducts entomological research collection with manual aspiration
and the municipality makes the search for dogs by canine survey. The
transmission in the region begins in 2008, with the record of 03 human
cases in the city of Jales. The entomological investigation indicated the
presence of Lutzomyia longipalpis and research focus of the meeting
was positive dogs. In the same year, the municipality of Urania
confirmed the presence dog positive for AVL and the vector. In 2009, it
was reported the first human case in the city of Urania. Concurrently,
the city of Santa Fe South reported 03 positive dogs were also noting
the presence of L. longipalpis in this city and in Palmeira D'Oeste,
Santana da Ponte Pensa, Santa Salete and Votuporanga. In 2010, the
city of Aspasia and Marinópolis the occurrence of the vector. Given the
above situation for the AVL in the region should worsen. Municipal
governments must work together with the surveillance and control
strategies to minimize the occurrence of the disease on the population,
the intensification of environmental management by creating
situations not conducive to the proliferation of vectors.
INTRODUÇÃO
A leishmaniose visceral americana (LVA) número estimado de novos casos, por ano, é
2
é uma doença infecciosa e originalmente de cerca de 500 mil. Na América Latina a
uma zoonose que afeta animais e o homem. doença já foi descrita em pelo menos 12
No Brasil, a doença é causada pela Leishma- países, tendo o Brasil o maior registro do
3
nia chagasi e a Lutzomyia longipalpis é a número de casos.
1
principal espécie envolvida na transmissão. O País enfrenta atualmente a expansão
A LVA está entre as seis doenças mais e urbanização da LVA, com casos humanos
importantes causadas por protozoários no e grande número de cães positivos em
mundo, ocorrendo na Ásia, na Europa, no várias cidades de grande e médio portes. O
Oriente Médio, na África e nas Américas. O ciclo de transmissão, que anteriormente
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formada por oito microrregiões com núme- animais errantes, na busca ativa e elimi-
ros variados de municípios. nação de cães infectados, detectados por
meio de exame parasitológico ou sorologia
positiva.
Aspectos sócioeconômicos
As ações de controle vetorial vêm
A economia da região é baseada nas
sendo realizadas por meio de atividades
diversas indústrias, na agricultura, na
de saneamento ambiental, a partir da
prestação de serviços e no comércio; conta
retirada de matéria orgânica do perido-
com uma população de 1.467.391 habitan-
micílio e da poda de galhos e arbustos que
tes, equivalente a 3,5% da população paulis-
possam fornecer condições de estabeleci-
ta. Cerca de 90% da população regional
reside em áreas urbanas. A maioria dos mento de locais para repouso e criação do
municípios (76,0%) que integram essa RA vetor, a fim de reduzi-los. O controle
possui até 10 mil habitantes e concentram químico vem sendo realizado nos meses
24,6% da população da região.13 São José do favoráveis ao aumento da densidade do
Rio Preto, cidade polo da região, concentra vetor, restrito às áreas de ocorrência de
28,0% da população. Os demais municípios casos humanos e que reúnam condições
possuem população entre 10.000 a 120.000 que indiquem maior risco de manutenção
habitantes. São José do Rio Preto está locali- do ciclo de transmissão da doença. Entre
zada a uma distância de 450 quilomêtros da elas, alta densidade populacional de cães
capital paulista, numa altitude de 489 e prevalências caninas superiores a 2%,
metros. Seu clima é tropical de altitude. ocorrência de casos humanos há mais de
dois anos e população com baixo nível
socioeconômico. 14
Ações de controle
No Programa de Controle da LVA desen-
Dados analisados
volvido no Estado de São Paulo, a partir da
notificação de um caso suspeito é desenca- Realizamos um estudo descritivo sobre
deada busca ativa de casos humanos na a expansão de LVA na região de São José
área, pela vigilância epidemiológica do Rio Preto. Analisaram-se dados secun-
municipal. Na confirmação do caso reali- dários em bancos que contêm as informa-
za-se, pela Superintendência de Controle ções do número e a distribuição dos casos
de Endemias (Sucen) – órgão da Secretaria humanos e caninos de LVA, obtidos a partir
de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) da ficha de registro do Sinan e encaminha-
–, pesquisa entomológica com coleta por dos pelos GVE de Jales e de São José do Rio
aspiração manual e, pelo município, busca Preto. As informações sobre flebotomí-
de cães por meio de inquérito canino. A neos foram extraídas do sistema de infor-
vigilância entomológica visa detectar a mação da Sucen.
presença e dispersão de L. longipalpis, Os municípios que compõem a região de
permitindo conhecer sua distribuição, a São José do Rio Preto foram enquadrados
variação sazonal e níveis de infestação do dentro dos critérios de classificação de
vetor. O controle da população canina risco estabelecido para LVA no Estado de
consiste principalmente na eliminação dos São Paulo. 4
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Figura 1. Municípios com presença do vetor Lutzomyia longipalpis e/ou com transmissão canina e/ou
humana. Região de São José do Rio Preto, Estado de São Paulo, de 2008 a julho de 2010.
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Tabela 2. Cães examinados, positivos e eutanasiados, e número de casos humanos segundo município com presença do
vetor Lutzomya longipalpis. Região de São José do Rio Preto, de janeiro de 2008 a julho de 2010.
Cães Humanos
Nº de
Municípios % % Nº de
inquéritos Examinados Posit. Eutanasiados
Posit. Eutanasiados casos
Jales 01 6.651 438 6,6 299 68,3 10
Palmeira D’Oeste 00 00 00 0,0 00 0,0 00
Santa Fé do Sul 01 4.991 195 3,9 78 40,0 00
Sa nta Salete 00 00 00 0,0 00 0,0 00
Santana da Ponte Pensa 00 00 00 0,0 00 0,0 00
Urânia 01 829 213 25,6 119 55,9 01
Votuporanga 00 00 00 0,0 00 0,0 00
Aspásia 00 00 00 0,0 00 0,0 00
Marinópolis 00 00 00 0,0 00 0,0 00
Total 03 12.471 846 6,7 496 58,6 11
Tabela 3. Características socioeconômicas dos municípios com presença do vetor Lutzomyia longipalpis na região de São
José do Rio Preto, Estado de São Paulo 2009.
População* Densidade
Taxa de
Município demográfica IDH**
Urbana Rural 2 alfabetização**
hab/Km **
Aspásia 1.175 686 25,8 82,2 0,738
Jales 42.339 3.847 123,2 90,9 0,804
Marinópolis 1.647 548 28,1 82,6 0,740
Palmeira D’Oeste 7.085 3.237 32,2 87,1 0,765
Santa Fé do Sul 24.911 1.601 139,4 89,5 0,809
Santa Salete 541 838 17,4 86,5 0,772
Santana da Ponte Preta 1.106 788 14,5 79,8 0,753
Urânia 7.065 1.760 42,4 87,4 0,765
Votuporanga 72.807 2.834 184,0 92,5 0,817
Estado de São Paulo 34.524.359 2.408.234 160,4 95,4 0,833
*Fonte IBGE – 2000
** Fonte Seade
IDH = Índice de Desenvolvimento Humano
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Correspondência/correspondence to:
Sirle Abdo Salloum Scandar
Av. Philadelpho Manoel Gouveia Neto, 3.101, 3º andar – Vila Maceno
CEP: 01506-040 – São José do Rio Preto/SP – Brasil
Tel.: 55 17 3224-5522 – E-mail: sscandar@hotmail.com
Ocorrencia de LVA na região de São José do Rio Preto, SP, Brasil/Scandar SAS et al.
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Informe técnico
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rdc/102077-71.html. dados/txt_567100137.pdf
Correspondência/correspondence to:
Helena Miyoco Yano
Av. Dr. Arnaldo, 355 – Cerqueira Cesar
CEP: 01246-902 – São Paulo/SP – Brasil
Tel: (11) 3068-2929 – E-mail: heleyano@ial.sp.gov.br
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Nota técnica
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Correspondência/Correspondence to:
Maria Bernadete de Paula Eduardo
Av. Dr. Arnaldo, 351, 6º andar – sala 607
CEP: 01246-000 – São Paulo/SP – Brasil
Tel.: 55 11 3066-8758
E-mail: meduardo@saude.sp.gov.br
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Saúde em dados
contextualização
GAI GRUPO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO E INFORMAÇÃO EM SAÚDE
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
INTRODUÇÃO
As doenças do aparelho circulatório região Nordeste apresentou elevação na
constituem a primeira causa de óbito no mortalidade por DIC e DCrV, enquanto
Estado de São Paulo. No Brasil a situação é Timerman et al. 4 (período de estudo de
semelhante, sendo que 31,9% dos óbitos 1979 a 1996) observaram aumento nas
ocorridos em 2007 tiveram como causa as regiões Nordeste e Centro-Oeste.
doenças do aparelho circulatório, conforme De modo geral, esses estudos sugerem
tabulação da mortalidade proporcional por que as maiores reduções nos coeficientes
grupos de causas, que compõem os Indica- de mortalidade por DIC e por DCrV ocorre-
dores e Dados Básicos (IDB) – Brasil 2009. 1 ram nas regiões com valores mais elevados.
Estudo publicado por Curioni et al., em Outro ponto que vale também comentar
2009, na Revista Panamericana de Saúde é a ocorrência de mortalidade precoce por
Pública, 2 mostra uma consistente redução doença cardiovascular e sua associação
na mortalidade por doença do aparelho com pobreza – estudo de Bassanesi et al.
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Fonte: SIH/SES-SP
Mapa 3. Coeficientes de internação SUS por IAM (por 100.000 habitantes), segundo DRS de residência – 2009.
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Fonte: SIH/SES-SP
Mapa 4. Coeficientes de internação SUS por AVC (por 100.000 habitantes), segundo DRS de residência – 2009.
Tabela 3. Leitos por 1.000 habitantes e percentual de deradas apresentou diferenças importan-
cobertura da saúde suplementar, segundo os DRS. Estado de
São Paulo, 2008. tes. As internações por AVC apresentaram
DRS
Leitos
por 1 .000 hab.
% Cob. s aúde
suplementar
uma tendência à redução no coeficiente,
Grande São Paulo 1,4 50,5 com discreta elevação entre 2006 e 2009,
Araçatuba 2,1 16,2 mas ainda com valores inferiores aos do
Araraquara 1,5 36,2
Baixada Santista 1,3 40,0
ano 2000. Por outro lado, as internações
Barretos 2,5 26,7 por IAM apresentaram um forte incre-
Bauru 2,7 21,0 mento no coeficiente, com valores 51%
Campinas 1,2 42,9
Franca 1,6 31,2
mais elevados em 2009, em relação ao
Marília 3,3 16,4 início da década (Tabela 4).
Piracicaba 1,6 39,2
Presidente Prudente 2,4 18,4
Tabela 4. Coeficientes de internação SUS por IAM* e por
AVC** (por 100.000 habitantes), em anos selecionados.
Registro 1,1 9,1
Estado de São Paulo.
Ribeirão Preto 2,0 35,3
Ano Coef . Int. IAM Coef. Int. AVC
São João da Boa Vista 3,7 31,1
2000 31,8 88,0
São José do Rio Preto 1,9 26,9
2003 39,0 86,3
Sorocaba 2,8 26,4
2006 43,7 80,5
Taubaté 1,5 34,7
2009 47,9 85,0
Total 1,7 41,4
*Internações com diagnóstico de IAM
Fonte: SES-SP/Matriz de Indicadores de saúde – 2008 **Internações com procedimento “tratamento de AVC”
Fonte: SIH/SES-SP
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Tabela 5. Evolução percentual dos coeficientes de internação SUS por IAM* e por AVC** (por 100.000
habitantes), entre os anos 2000 e 2009. Estado de São Paulo.
IAM AVC
DRS
2000 2009 Evolução % 2000 2009 Evolução %
Grande São Paulo 27,82 47,21 69,71 46,30 66,92 44,52
Araçatuba 22,98 84,74 268,75 138,49 167,55 20,98
Araraquara 32,30 56,89 76,16 125,79 100,55 -20,07
Baixada Santista 26,41 32,67 23,69 99,54 83,97 -15,64
Barretos 39,44 44,98 14,04 187,16 143,27 -23,45
Bauru 32,99 54,36 64,76 143,21 105,49 -26,34
Campinas 44,05 41,93 -4,82 93,74 69,02 -26,36
Franca 25,11 32,46 29,26 158,98 137,72 -13,37
Marília 38,97 57,46 47,46 196,04 135,72 -30,77
Piracicaba 32,09 42,39 32,10 92,18 69,51 -24,59
Presidente Prudente 29,43 49,05 66,71 165,57 159 ,33 -3,77
Registro 22,57 33,98 50,56 88,05 147,94 68,03
Ribeirão Preto 28,73 51,62 79,71 86,35 96,55 11,81
São João da Boa Vista 40,16 61,27 52,57 210,43 140,98 -33,00
São José do Rio Preto 39,29 60,33 53,56 201,41 158,30 -21,40
Sorocaba 38,92 42,16 8,33 102,25 84,54 -17,32
Taubaté 37,10 51,57 39,02 102,55 73,93 -27,92
Total 31,75 47,91 50,87 87,43 84,81 -2,99
*Internações com diagnóstico de IAM
**Internações com procedimento “tratamento de AVC”
Fonte: SIH/SES-SP
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Arq Bras Cardiol. 2006;87(6):735-40. deftohtm.exe?matriz.def.
Correspondência/correspondence to
Arnaldo Sala
Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 188, 8º andar – Cerqueira Cesar
CEP: 05403-000 – São Paulo/SP – Brasil
Tel.: 55 11 3066-8114
E-mail: asala@saude.sp.gov.br
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Resumo – Serão aceitos resumos de teses e Os critérios éticos da pesquisa devem ser
dissertações até um ano dois anos após a defesa. respeitados. Nesse sentido, os autores devem
Pelo Brasil – Deve apresentar a análise de explicitar em MÉTODOS que a pesquisa foi
concluída de acordo com os padrões exigidos
um aspecto ou função específica da promoção à
pela Declaração de Helsink e aprovada por
saúde, vigilância, prevenção e controle de
comissão de ética reconhecida pela Comissão
agravos nos demais Estados brasileiros.
Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), vincula-
Atualizações – Textos que apresentam, da ao Conselho Nacional de Saúde (CNS), bem
sistematicamente, atualizações de dados como registro dos estudos de ensaios clínicos
estatísticos gerados pelos órgãos e programas em base de dados, conforme recomendação aos
de prevenção e controle de riscos, agravos e editores da Lilacs e Scielo, disponível em:
doenças do Estado de São Paulo. http://bvsmodelo.bvsalud.org/site/lilacs/
Editoriais – São escritos por especialistas homepage.htm. O nome da base de dados, sigla
convidados a comentar artigos e tópicos e/ou número do ensaio clínico deverão ser
colocados ao final do RESUMO.
especiais cobertos pelo Bepa.
O trabalho deverá ser redigido em Português
Relatos de encontros – Devem enfocar o
do Brasil, com entrelinhamento duplo. O
conteúdo do evento e não sua estrutura.
manuscrito deve ser encaminhando em formato
Cartas – As cartas permitem comentários eletrônico (e-mail, disquete ou CD-ROM) e
sobre artigos veiculados no Bepa, e podem ser impresso (folha A4), aos cuidados do Editor
apresentadas a qualquer momento após a sua Científico do Bepa no seguinte endereço:
publicação.
OBS – Os informes técnicos, epidemiológi- Boletim Epidemiológico Paulista
co, Pelo Brasil, atualizações e relatos de
Av. Dr. Arnaldo, 351, 1º andar, sala 135
encontros devem ser acompanhados de carta
Cerqueira César – São Paulo/SP, Brasil
do diretor da instituição à qual o autor e
CEP: 01246-000
oobjeto do artigo estão vinculados. Clique aqui
bepa@saude.sp.gov.br
para ter acesso ao modelo.