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ISSN 1806-423-X

ISSN 1806-4272 – online


Boletim Epidemiológico Paulista

BEPA
Volume 7 Número 80 agosto/2010
80
Boletim Epidemiológico Paulista
BEPA ISSN 1806-423-X
Volume 7 Nº 80 agosto de 2010

Nesta edição
Prevenção da dengue: implicações do uso de tela no controle de Aedes aegypti
em reservatórios de água para consumo humano
Dengue prevention: implications of the meshes used in household water reservoirs for
Aedes aegypti control . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

Análise dos dados do Sistema de Vigilância de Infecção Hospitalar do


Estado de São Paulo – Ano 2009
Analysis of the data from the Hospital Infection Surveillance System
of the State of São Paulo – 2009. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

Resumo de Teses
Summary of Thesis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

Conferência Internacional em Epidemiologia – EPI CVE


Vigilância Epidemiológica no Século 21
International Conference on Epidemiology
Epidemiologic Surveillance in the 21st Century . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

Instruções aos Autores


Autor´s Instructions . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

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Comunicação rápida

Prevenção da dengue: implicações do uso de tela no controle de Aedes


aegypti em reservatórios de água para consumo humano
Dengue prevention: implications of the meshes used in household water
reservoirs for Aedes aegypti control
Lígia Leandro Nunes Serpa; Marylene de Brito Arduino; Gisela Rita Alvarenga Monteiro Marques;
Daniel Garkauskas Ramos
Superintendência de Controle de Endemias. Seção Técnica de Pesquisa em Vetores. Secretaria de
Estado da Saúde de São Paulo. Taubaté, SP, Brasil

RESUMO
O objetivo deste trabalho é chamar a atenção para a efetividade da estratégia de
controle de Aedes aegypti quanto à maneira empregada na vedação de
reservatórios de água para consumo humano. Durante atividades de controle
realizadas pela Superintendência de Controle de Endemias, entre 2004 e 2008,
observou-se a maneira de instalação e conservação das telas utilizadas nas
caixas d'água dos domicílios e presença de larvas. As telas das caixas d'água
encontravam-se, em sua maioria, em contato direto com a água, com aspecto
ressecado e quebradiço, devido à ação do tempo. Em ambas as circunstâncias,
as caixas d'água (77,5%) apresentavam inúmeros imaturos de Aedes aegypti. A
condição desse criadouro no domicílio e o emprego de telas requerem
orientação e práticas preventivas constantes por parte da população,
reduzindo a produção do vetor. Ressalta-se a necessidade de maior atenção à
maneira de colocação, durabilidade, tipo de material da tela e participação da
população.

PALAVRAS-CHAVE: Controle de mosquito. Mosquitos. Reservatórios. Aedes


aegypti. Criadouro. Culicidae.

Uso de tela no controle de A. aegypti em reservatórios de água/Serpa LLN et al.

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ABSTRACT
The objective of this paper is to all attention to the strategy of covering water
reservoirs for human consumption as a means to achieve Aedes aegypti control.
During control activities carried out between 2004 and 2008, observation
focused on methods of installation and maintenance of the meshes used in the
covered of the reservoirs were observed, as well as the presence of Aedes
aegypti larvae. The majority of the meshes on the water reservoirs were in
direct contact with water, with brittle and dried appearance due to weathering.
In both situations, the water reservoirs (77.5%) contained a high number of
immature Aedes aegypti. The condition of breeding places in human
habitations and the use of meshes require constant preventive practices from
the population to reduce the contribution of breeding places to produce the
vector Aedes aegypti. We highlight the need for greater attention to the way of
placement, durability, type of fabric and the participation of the population.

KEY WORDS: Mosquito control. Mosquitoes. Reservoirs. Aedes aegypti.


Container. Culicidae.

INTRODUÇÃO
Dengue, doença transmitida pela picada do domiciliar, destaca-se a inspeção de dife-
mosquito Aedes aegypti fêmea infectada e que rentes recipientes nos quais esse mosqui-
ameaça cerca de 2,5 bilhões de pessoas em to pode ser encontrado. Tais criadouros,
todo o mundo, tem sido amplamente registra- normalmente, contêm água relativamen-
da no Brasil desde a década de 1980. Atual- te limpa, embora esse Culicidae possa se
mente, o País convive com a endemicidade e desenvolver em ambientes poluídos.
expectativa crescente da ocorrência de Vários tipos de recipientes, sejam eles
formas severas da doença, pois é provável que pequenos ou grandes, são utilizados para
novas ondas epidêmicas venham acompanha- seu desenvolvimento, destacando-se,
das pelo aumento da incidência de febre entre outros, latas, frascos, garrafas, va-
hemorrágica da dengue. Tal perspectiva sos, pneus e caixas d'água. 2
decorre da circulação simultânea de mais de Grandes reservatórios de água podem
um sorotipo e, também, pela probabilidade da se constituir em importantes recipientes
introdução do DEN-4 no Brasil.1 A única na proliferação do Aedes aegypti, e con-
alternativa de proteção do homem é, portan- sequentemente na situação de infestação
to, o combate ao vetor. 3
da área na qual ele ocorre. Em algumas
Dentre as várias ações de vigilância e regiões do Estado de São Paulo, segun-
controle do Aedes aegypti no ambiente do a Superintendência de Controle de

Uso de tela no controle de A. aegypti em reservatórios de água/Serpa LLN et al.

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Endemias (Sucen) – órgão da Secretaria de do Vale do Paraíba, município de Potim


Estado da Saúde de São Paulo –, tais reser- (SP), foram vistoriados os mais diversos
vatórios têm registrado elevada frequên- tipos de criadouro dispostos no ambien-
cia e positividade para Aedes aegypti. te. Embora considerado de difícil acesso,
As caixas d'água de uso doméstico foram inspecionados todos os reservató-
contínuo configuram-se, nessa condição, rios domésticos de água para consumo
como criadouro permanente, pois man- humano; e na inspeção das caixas d'água
5
têm seu volume constante e geralmente foi empregada a técnica de varredura. Na
estão localizadas sobre as residências, sequência, após as atividades de controle
local de difícil acesso para a inspeção mecânico, lavagem e limpeza desses
e n t o m o l ó g i c a . U m a d a s e s t ra t é g i a s reservatórios, tais criadouros foram
preconizada para o controle de Aedes vedados com o uso de tela de nylon e,
aegypti nesse tipo de recipiente é a posteriormente, tampados.
utilização de telas para vedação das
caixas d'água. Esse processo visa impedir RESULTADOS
a entrada de fêmeas do vetor da dengue Na inspeção das caixas d'água teladas
para a colonização do recipiente. foi possível constatar, em muitas oca-
A vedação constitui-se na amarração da siões, que a tela empregada, apesar de
tela anteriormente à recolocação da íntegra, estava submersa em sua parte
respectiva tampa. Schall e et al. 4 propuse- central, retendo conteúdo líquido suficien-
ram uso de telas (evidengue®) para pratos te para a reprodução do Aedes aegypti
de vasos de planta, porém apontam a (Figura). Foi verificado, ainda, precário
necessidade de se testar a eficiência e estado de conservação das telas, encon-
durabilidade dessa prevenção na oviposi- trando-se muitas vezes rompidas e/ou
ção do Aedes aegypti nesse recipiente. quebradiças, em espaço de tempo de
instalação e inspeção inferior a três
Esta comunicação tem como objetivo
meses. Nessas situações, registrou-se
chamar a atenção para a correta utilização
elevado número de imaturos e adultos do
da tela de nylon, de maneira a não compro-
mosquito vetor. As caixas d'água consti-
meter a eficácia da ação de saneamento
tuíram-se locais de preferência para o
ambiental, definida pelo Programa Nacio-
encontro dessas formas imaturas, em
nal de Controle de Dengue (PNCD), empre-
relação aos demais recipientes.
gada na vedação de reservatórios de água
para o consumo humano. Do total de criadouros inspecionado
com presença de Aedes aegypti, 77,5% eram
caixas d'água. Essas foram responsáveis
MÉTODOS por 81,3% dos exemplares coletados em
Nas inspeções de rotina do programa todo o município. Após a identificação,
de controle de Aedes aegypti executadas confirmou-se a presença exclusiva da
pela Sucen entre 2004 a 2008, na região espécie Aedes aegypti.

Uso de tela no controle de A. aegypti em reservatórios de água/Serpa LLN et al.

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Figura. Caixas d'água de residências de Potim, SP, revestidas com tela de nylon: (a) contato da tela de nylon
com a superfície da água; (b) fêmea de Aedes aegypti sobre tela de nylon; (c) tela de nylon úmida pela
borrifação da água de abastecimento; e (d) formação de gotas d'água em tampa de reservatório resultantes da
vaporização provocada pelo calor do ambiente.

DISCUSSÃO
As observações do presente relato derável contribuição para a manutenção
foram delimitadas a uma região do da população de mosquito, pois seu volu-
Estado de São Paulo. Entretanto, deve- me de água é geralmente constante.
se considerar sua abrangência, pois O fato dos reservatórios domésticos de
constitui ação de saneamento ambien- água para consumo humano se encontra-
tal definida pelo PNCD empregada em rem instalados diretamente sobre as lajes
todo o território nacional, por ocasião e não serem cobertos por telhado, situação
da atividade de controle em reservató- encontrada na maioria das residências,
rio de água para consumo humano. 6 contribuiu provavelmente para o rápido
A importância de caixas d'água na desgaste do material empregado na
proliferação e manutenção de popula- confecção das telas.
ções de Aedes aegypti já foi apontada em Na presente observação, acredita-se
diferentes locais. 2,3,7 que fêmeas possam ter depositado seus
No presente trabalho, a caixa d'água ovos na face interna da tampa da caixa
foi o criadouro positivo mais frequente. d'água, pois estas permanecem úmidas
Em pesquisas realizadas na mesma área em função da borrifação e evaporação da
de estudo, outros autores já apontaram a água, como também sobre a tela parcial-
caixa d'água de uso doméstico como m e n t e s u b m e r s a ( F i g u ra ) . M a d e i ra
3,8 10
principal criadouro de Aedes aegypti. et al., em estudo de 2002, observaram a
Em 2004, Brito e Forattini 9 mencionaram capacidade dessa espécie em depositar
o potencial de produtividade desse reci- ovos não somente nas superfícies úmi-
piente artificial permanente e sua consi- das adjacentes dos recipientes como

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também diretamente na superfície da to por parte do morador para garantir


água, nesse último caso permitindo que a tela permaneça sempre esticada,
maior rapidez no ciclo de desenvolvi- impedindo a submersão da parte central
mento e também na colonização do da mesma.
criadouro. A condição do criadouro no domicílio e
A evaporação da água do criadouro, o emprego de telas em reservatório
provocada pelo calor do ambiente, pode doméstico de água requerem práticas
favorecer o embrionamento dos ovos e preventivas constantes por parte da
eclosão das larvas. Por outro lado, a população, para reduzir a contribuição
borrifação, decorrente do acionamento desses criadouros na produção do vetor
intermitente do abastecimento da caixa Aedes aegypti.
d'água, pode ocasionar a queda dos ovos As observações aqui apresentadas
depositados e de larvas eclodidas. Deve-se devem ser consideradas quando da
considerar também a temperatura elevada execução das ações de controle e, tam-
dessa água, promovida pela exposição bém, no planejamento de atividades de
desse recipiente ao sol, que ocasiona o educação em saúde, com vistas a promo-
desenvolvimento acelerado dos mosqui- ver comportamento participativo da
tos, favorecendo-os mesmo em estação do população no controle de Aedes aegypti.
ano desfavorável à espécie. Diante do exposto, ressalta-se a impor-
A prática do uso de telas na vedação de tância da inspeção das caixas d'água,
caixas d'água para a prevenção da dengue mesmo que revestidas com telas. Sugere-
deve atentar para a maneira de colocação, se, ainda, a realização de estudos que
durabilidade da mesma e tipo de material avaliem a durabilidade e material das
empregado. A tela deve ser preferencial- telas empregadas na vedação desse tipo
mente colocada sobre a tampa do reserva- de criadouro, bem como adoção de
tório de água mencionado. Na falta de modelos de reservatório de água com
tampa própria, ressalta-se a necessidade melhor sistema de vedação, de maneira
de orientação técnica e acompanhamen- a impedir o acesso de mosquitos.

REFERÊNCIAS
1. Figueiredo LTM. Febres hemorrágicas domiciliares de água e controle do
por vírus no Brasil. Rev Soc Bras Med Aedes aegypti. Rev Saúde Pública.
Trop. 2006;39(2):203-10. 2003;37(5):676-7.
2. Marques GRAM, Brito M, Serpa LLN, 4. Schall VT, Barros HS, Jardim JB,
Gomes AHA, Pereira M. Programa de Secundino NFC, Pimenta PFP.
controle de Aedes aegypti no Estado de Dengue prevention at the
São Paulo. Bepa. 2006;3 (1 suppl):36-9. household level: preliminary
3. Forattini OP, Brito M. Reservatórios evaluation of a mesh cover for

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flowerpot saucers. Rev de Saúde considerações iniciais. Cad Saúde


Pública. 2009;43(5):895-7. Pública. 2000;16(3):651-6.
5. Kubota RL, Brito M, Voltolini JC. Método 8. Forattini OP, Marques GRAM. Nota
de varredura para exame de criadouros sobre o encontro de Aedes aegypti em
de vetores de dengue e febre amarela bromélias. Rev Saúde Pública.
urbana. Rev Saúde Pública. 2000;34(5):543-4.
2003;37(2):263-5. 9. Brito M, Forattini OP. Produtividade de
6. Fundação Nacional de Saúde - Funasa. criadouros de Aedes albopictus no Vale
Programa Nacional de Controle da do Paraíba, SP, Brasil. Rev Saúde
Dengue – PNCD. Ações de Saneamento Pública. 2004;38(2):209-15.
Ambiental. Brasília; 2002. 10. Madeira NG, Macharelli CA, Carvalho
7. Lenzi MF, Camillo-Coura L, Grault CE, LR. Variation of the oviposition
Barros do Val M. Estudo do preferences of Aedes aegypti in function
dengue em área urbana of substratum and humidity. Mem Inst
favelizada do Rio de Janeiro: Oswaldo Cruz. 2002;97(3):415-20.

Correspondência/Correspondence to:
Lígia Leandro Nunes Serpa
Praça Coronel Vitoriano, 23 – Jardim Santa Clara
CEP: 12020-020 – Taubaté/SP – Brasil
Tel.: 55 12 3632-7616.
E-mail: ligiaserp@sucen.sp.gov.br

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Atualização

Análise dos dados do Sistema de Vigilância de Infecção Hospitalar do


Estado de São Paulo – Ano 2009
Analysis of the data from the Hospital Infection Surveillance System of the
State of São Paulo – 2009
Denise Brandão de Assis; Geraldine Madalosso; Sílvia Alice Ferreira; Yara Y. Yassuda
Divisão de Infecção Hospitalar. Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”.
Coordenadoria de Controle de Doenças. Secretaria de Estado da Saúde. São Paulo, SP, Brasil

RESUMO
A divulgação anual e a discussão das taxas de infecção hospitalar (IH) são
atividades contínuas do Sistema de Vigilância das Infecções Hospitalares
do Estado de São Paulo desde sua implantação, em 2004. A tendência de
aumento do número de hospitais notificantes, verificada em anos
anteriores, manteve-se em 2009, demonstrando a consolidação do sistema.
Os dados de infecção hospitalar obtidos permitem o planejamento de ações
para a prevenção e controle de IH no Estado. Projetos para a avaliação da
relação do consumo de antimicrobianos e resistência microbiana e para a
redução das taxas de infecção de corrente sanguínea estão em andamento.

PALAVRAS-CHAVE: Sistemas de vigilância. Vigilância epidemiológica.


Infecção hospitalar.

ABSTRACT
Yearly issuing and discussion of hospital infection rates (IH) are ongoing
activities of the Hospital Infection Surveillance System of the State of São
Paulo since implanted, in 2004. Increase tendencies of the number of
notifying hospitals, registered in previous years, has been maintained in
2009, revealing the consolidation of this system. Hospital infection rates
obtained allow the planning of actions for prevention and control of IH in
the State. Projects designed to evaluate the relationship between antibiotic
use and microbial resistance and also designed to reduce infection indexes
in the blood flow are under way.

KEY WORDS: Surveillance systems. Epidemiologic surveillance. Hospital


infection.

Sistema de Vigilância de Infecção Hospitalar, ESP – Ano 2009/BA Denise et al.

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INTRODUÇÃO
A divulgação anual e a discussão das Os indicadores epidemiológicos selecio-
taxas de infecção hospitalar (IH) são nados para hospitais gerais foram: taxa
atividades contínuas do Sistema de Vigi- de infecção em cirurgias limpas, densida-
lância das Infecções Hospitalares do de de incidência de pneumonia (PNM)
Estado de São Paulo, desde sua implanta- associada à ventilação mecânica (VM),
ção em 2004, permitindo a avaliação da densidade de incidência de infecção de
qualidade da assistência e o direciona- corrente sanguínea (ICS) associada a
mento de ações de prevenção e controle. cateter central (CVC) e densidade de
Em 2009, além da análise das infecções incidência de infecção de trato urinário
em cirurgia limpa, infecções em unidades (ITU) associada à sonda vesical de demora
de terapia intensiva (UTI) Adulto, Corona- (SVD), e taxas de utilização desses disposi-
riana, Pediátrica e Neonatal e infecções em tivos invasivos em UTI (Adulto, Pediátrica
hospitais de longa permanência e psiquiá- e Coronariana); densidade de incidência
tricos, por meio de dados agregados do de PNM associada à VM e densidade de
período e dos microrganismos isolados em incidência de ICS associada à CVC (clínica
hemoculturas, foi realizada também a e laboratorial) e taxas de utilização de
análise dos dados de consumo de antimi- dispositivos em UTI Neonatal, em cada
crobianos em UTI Adulto e Coronariana. uma das cinco faixas de peso ao nascer.
Além disso, foram avaliados os microrga-
nismos isolados em hemoculturas de
MÉTODOS
pacientes com IH e o consumo de antimi-
Houve pequenas alterações no instru-
crobianos em UTI Adulto e Coronariana.
mento de notificação das taxas de IH em
relação aos anos anteriores. A planilha de Para hospitais de longa permanência e
UTI Neonatal foi modificada de acordo com psiquiátricos os indicadores epidemioló-
os Critérios Nacionais de IH em Neonatolo- gicos selecionados foram densidade de
1
gia, sendo ampliada a faixa de peso ao incidência de pneumonia, escabiose e
nascer com notificação de infecção de corren- gastroenterites.
te sanguínea associada a cateter central, O s i n d i c a d o re s fo ra m a n a l i s a d o s
laboratorial e clínica, separadamente. Além utilizando-se os dados agregados do ano
disso, foi introduzida uma nova planilha de de 2009, isto é, a soma do número de IH
consumo de antimicrobianos em UTI Adulto dividida pela soma dos denominadores
e Coronariana e cálculo da dose diária (número de cirurgias limpas, pacientes-
definida (DDD) (Planilha 6). As planilhas 1, dia, dispositivos invasivos-dia), no perío-
2, 3, 5 e 6 foram preenchidas pelos hospitais do, para cada indicador, multiplicada por
gerais e encaminhadas mensalmente, por via 1.000, no caso das infecções em UTI e
eletrônica, para a Divisão de Infecção hospitais especializados, ou multiplicados
Hospitalar do Centro de Vigilância Epide- por 100, no caso das infecções de sítio
miológica “Prof. Alexandre Vranjac” (CVE) – cirúrgico (ISC). As taxas de IH dos hospi-
órgão da Coordenadoria de Controle de tais gerais e especializados notificantes
Doenças da Secretaria de Estado da Saúde foram distribuídas em percentis (10, 25,
de São Paulo (CCD/SES-SP). 50, 75 e 90).

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O cálculo da DDD foi realizado baseado são permitiu a comparação das taxas de
no consumo em gramas de cada antimicro- IH do Estado nos anos de 2004 a 2009.
biano, na dose diária padrão e no número
pacientes-dia por UTI Adulto e/ou Corona-
RESULTADOS
riana. As densidades de DDD também
foram distribuídas em percentis.
Foram excluídos das análises os hos- Adesão ao Sistema
pitais que notificaram menos de 250 Até 2008, houve tendência crescente da
cirurgias limpas, hospitais com menos adesão de hospitais ao Sistema de Vigilân-
de 500 pacientes-dia em UTI Adulto, cia das Infecções Hospitalares do Estado de
Pediátrica e Coronariana e hospitais com São Paulo. Em 2009 observa-se um peque-
menos de 50 pacientes-dia, para cada no aumento em relação a 2008 (Figura 1).
faixa de peso, em UTI Neonatal. Para a A partir de 2005 houve pouca variação
planilha 5, que solicita a notificação dos no número de hospitais notificantes por
microrganismos isolados em hemocultu- mês, ao contrário do observado em 2004.
ras, e planilha 6, que quantifica o consu- A média e a mediana de hospitais notifi-
mo de antimicrobianos, não foi utilizado cantes por mês, em 2009, foram 638 e 643
critério de exclusão por tratar-se de hospitais, respectivamente (variação:
análise qualitativa. 588-657 hospitais) (Figura 2).
As taxas de IH foram distribuídas A Tabela 1 mostra a taxa de resposta,
segundo Grupos de Vigilância Epidemio- segundo GVE, baseada no número de hos-
lógica (GVE) – divisão administrativa de pitais cadastrados no Cadastro Nacional
saúde vigente no Estado de São Paulo a dos Estabelecimentos de Saúde (CNES) 2
partir de 2007. em 2010 e segundo critério de notificação
A manutenção da metodologia de para o sistema de vigilância pactuado no
análise dos dados e dos critérios de exclu- Plano Operativo Anual do Estado (POA).

nº hospitais notificantes

2009 680

2008 669

2007 593
546
2006
534
2005
457
2004 949

CNES

0 200 400 600 800 1000


Fonte: CNES: www.datasus.gov.br, atualizado em 16/09/2010
Figura1. Número de hospitais notificantes ao Sistema de Vigilância Epidemiológica do
Estado de São Paulo, 2004 a 2009, em comparação aos hospitais cadastrados no CNES.

Sistema de Vigilância de Infecção Hospitalar, ESP – Ano 2009/BA Denise et al.

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700

600

500
2004
2005
400
2006
2007
300
2008
2009
200

100

0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Figura 2. Número de hospitais notificantes ao Sistema de Vigilância Epidemiológica do Estado de São


Paulo por mês – 2004 a 2009.

Tabela 1. Distribuição do número de hospitais notificantes ao Sistema de Vigilância das Infecções


Hospitalares do Estado de São Paulo e taxa de resposta segundo GVE e cadastro no CNES, 2009.
Total de hospitais Taxa de
Hospitais Taxa de
GVE CNES 2010 com critério pra resposta
notificantes 2009 resposta (%)
notificar (POA)
Araçatuba 28 32 87,5 31 90,3
Araraquara 15 27 55,6 24 62,5
Assis 15 23 65,2 22 68,2
Barretos 15 16 93,8 15 100,0
Bauru 32 43 74,4 32 100,0
Botucatu 18 21 85,7 18 100,0
Campinas 70 82 85,4 80 87,5
Caraguatatuba 5 5 100,0 5 100,0
Franca 8 19 42,1 18 44,4
Franco da Rocha 2 9 22,2 5 40,0
Itapeva 7 6 116,7 7 100,0
Jales 11 13 84,6 11 100,0
Marília 21 32 65,6 26 80,8
Mogi das Cruzes 27 32 84,4 28 96,4
Osasco 16 30 53,3 22 72,7
Piracicaba 27 31 87,1 32 84,4
Presidente Prudente 22 22 100,0 22 100,0
Presidente Venceslau 8 9 88,9 9 88,9
Registro 1 7 14,3 3 33,3
Ribeirão Preto 29 33 87,9 33 87,9
Santo André 36 48 75,0 40 90,0
Santos 17 27 63,0 19 89,5
São João da Boa Vista 27 27 100,0 26 103,8
São José do Rio Preto 38 46 82,6 42 90,5
São José dos Campos 21 30 70,0 25 84,0
São Paulo 125 206 60,7 160 78,1
Sorocaba 20 44 45,5 49 40,8
Taubaté 19 29 65,5 19 100,0
Total 680 949 71,7 823 82,6
Fonte: CNES/Datasus atualizado em 16/09/2010 (www.datasus.gov.br)

Sistema de Vigilância de Infecção Hospitalar, ESP – Ano 2009/BA Denise et al.

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Bepa 2010;7(80):10-30

A maioria dos GVE, 75% (21/28), Epidemiológica das Infecções Hospita-


atingiu a meta de 80% de hospitais noti- lares do Estado de São Paulo, a maioria
ficantes ao Sistema, pactuada no POA . dos hospitais notificantes, 85,6%
(582/680), enviou dados de infecção
em cirurgia limpa por meio da planilha
Infecções hospitalares em hospitais gerais
1 (Tabela 2).
O número de cirurgias limpas notifi-
1. Infecções em cirurgias limpas cadas é crescente desde a implantação
Como vem sendo observado desde a do Sistema, sendo que em 2009 foram
implantação do Sistema de Vigilância notificadas 811.367 cirurgias limpas.

Tabela 2. Distribuição do número de hospitais notificantes ao Sistema de Vigilância das


Infecções Hospitalares do Estado de São Paulo que enviaram planilha 1infecções em cirurgias
limpas, segundo GVE, 2009.

Hospitais notificantes Hospitais que enviaram planilha 1


GVE
2009
Nº %
Araçatuba 28 24 85,7
Araraquara 15 13 86,7
Assis 15 14 93,3
Barretos 15 15 100,0
Bauru 32 30 93,8
Botucatu 18 17 94,4
Campinas 70 63 90,0
Caraguatatuba 5 5 100,0
Franca 8 8 100,0
Franco da Rocha 2 2 100,0
Itapeva 7 7 100,0
Jales 11 11 100,0
Marília 21 13 61,9
Mogi das Cruzes 27 23 85,2
Osasco 16 15 93,8
Piracicaba 27 23 85,2
Presidente Prudente 22 18 81,8
Presidente Venceslau 8 8 100,0
Registro 1 1 100,0
Ribeirão Preto 29 27 93,1
Santo André 36 31 86,1
Santos 17 17 100,0
São João da Boa Vista 27 20 74,1
São José do Rio Preto 38 33 86,8
São José dos Campos 21 19 90,5
São Paulo 125 92 73,6
Sorocaba 20 16 80,0
Taubaté 19 17 89,5
Total 680 582 85,6

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Bepa 2010;7(80):10-30

Mantém-se a ordem das especialida- notificadas e de hospitais notificantes,


des cirúrgicas que realizam o maior núme- segundo especialidde de cirúrgica.
ro de cirurgias limpas por ano. Destaque Observa-se também que 60% dos
para o grande número de cirurgias plásti- hospitais realizam até 100 cirurgias
cas realizadas em 2009, conforme já ob- limpas ao mês, sugerindo que a maioria
servado nos anos anteriores. As Figuras 3 e dos notificantes é de pequeno e mé-
4 mostram o número de cirurgias limpas dio portes.

270000
237.140
240000 total de cirurgias
210000
nº de cirurgias limpas

180000

150000 135.047

120000 97.500
83.321
90000 67.114
60000 48.582
32.109 30.848 27.833 26.943
30000 8.708
0
ORTOP CGERA GINEC PLAST CIVAS UROCI NEUCI CIRPE GASCI CCARD TORAX
Especialidade cirúrgica
Figura 3. Distribuição do número de cirurgias limpas notificadas ao Sistema de Vigilância Epidemiológica
das Infecções Hospitalares do Estado de São Paulo, por especialidade cirúrgica, 2009.

700
Nº hosp

600 582

495 485
500 466
nº de hospitais

405 412
388
400

275 288
300 257
199
200 146

100

0
ORTOP CGERA GINEC PLAST CIVAS UROCI NEUCI CIRPE GASCI CCARD TORAX TOTAL
Especialidade cirúrgica
Figura 4. Distribuição do número de hospitais notificantes ao Sistema de Vigilância Epidemiológica
das Infecções Hospitalares do Estado de São Paulo, por especialidade cirúrgica, 2009.

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45/8%

62/11%
<50
236/41% 50 a 100

121/21% 101 a 200


201 a 300
>300

114/19%

Figura 5. Número médio de cirurgias limpas/mês realizadas pelos


hospitais notificantes ao Sistema de Vigilância Epidemiológica das
Infecções Hospitalares do Estado de São Paulo, 2009.

Segundo os critérios de exclusão, Do total de hospitais notificantes, 54,7%


foram incluídos na análise das taxas de (372/680) enviaram planilha 2. As Tabelas
infecção cirúrgica 441 hospitais, que 4 e 5 mostram o número de hospitais que
notificaram mais de 250 cirurgias limpas enviaram planilha 2 e o número de
no período, 75,7% de todos os que notifi- hospitais que enviaram dados de infecção
caram cirurgias limpas. A Tabela 3 apre- em UTI Adulto, Pediátrica e Coronariana
senta a distribuição das taxas de infecção por GVE.
cirúrgica global e por especialidade Foram incluídos na análise das taxas de
cirúrgica em percentis infecção em UTI Adulto, Pediátrica e Coro-
nariana 341 (94,7%), 115 (76,2%) e 45
2. Infecções em UTI (97,8%) hospitais, respectivamente, segun-
Houve aumento do número de hospitais do o critério adotado para análise. O núme-
que enviaram dados de infecção em UTI ro e porcentagem de hospitais incluídos na
Adulto, Pediátrica e Coronariana em 2009, análise de dados em 2009 foram superio-
quando comparado aos anos anteriores. res aos dos anos anteriores.

Tabela 3. Distribuição das taxas de infecção cirúrgica em percentis, total e por especialidade, média, desvio-
padrão, valores mínimos e máximos dos hospitais que notificaram mais de 250 cirurgias limpas ao Sistema de
Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares do Estado de São Paulo, 2009.
Taxa de IFL
Especialidade
Nº hospitais > Média da taxa Valor Valor
cirúrgica 250 cirurgias agregada Desvio padrão P25 P50 (Mediana) P75 mínimo máximo

CCARD 137 3,12 4,32 0,00 1,18 4,49 0,00 21,33


CGERA 385 0,85 1,84 0,00 0,00 0,92 0,00 21,43
CIRPE 262 0,29 1,06 0,00 0,00 0,00 0,00 10,15
CIVAS 359 0,74 2,28 0,00 0,00 0,36 0,00 25,00
GASCI 213 0,60 1,66 0,00 0,00 0,27 0,00 15,76
GINEC 376 0,86 2,62 0,00 0,00 0,59 0,00 36,54
NEUCI 258 3,07 5,54 0,00 1,45 3,85 0,00 50,00
ORTOP 397 0,99 1,75 0,00 0,44 1,30 0,00 16,67
PLAST 348 0,40 1,50 0,00 0,00 0,00 0,00 17,39
TORAX 193 0,50 1,93 0,00 0,00 0,00 0,00 18,52
UROCI 339 0,38 1,36 0,00 0,00 0,00 0,00 11,01
Total 441 0,94 1,47 0,07 0,51 1,23 0,00 13,32

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Tabela 4. Distribuição do número de hospitais que enviaram planilha 2 (infecções em


UTI Adulto, Coronariana e Pediátrica) ao Sistema de Vigilância Epidemiológica das
Infecções Hospitalares do Estado de São Paulo segundo GVE, 2009.

GVE Hospitais notificantes Hospitais que enviaram planilha 2


2009 Nº %
Araçatuba 28 8 28,6
Araraquara 15 6 40,0
Assis 15 5 33,3
Barretos 15 5 33,3
Bauru 32 14 43,8
Botucatu 18 3 16,7
Campinas 70 41 58,6
Caraguatatuba 5 2 40,0
Franca 8 5 62,5
Franco da Rocha 2 2 100,0
Itapeva 7 1 14,3
Jales 11 3 27,3
Marília 21 6 28,6
Mogi das Cruzes 27 22 81,5
Osasco 16 12 75,0
Piracicaba 27 15 55,6
Presidente Prudente 22 5 22,7
Presidente Venceslau 8 1 12,5
Registro 1 1 100,0
Ribeirão Preto 29 15 51,7
Santo André 36 30 83,3
Santos 17 13 76,5
São João da Boa Vista 27 8 29,6
São José do Rio Preto 38 13 34,2
São José dos Campos 21 9 42,9
São Paulo 125 110 88,0
Sorocaba 20 9 45,0
Taubaté 19 8 42,1
Total 680 372 54,7

Tabela 5. Distribuição do número de hospitais que enviaram planilha 2 (infecções em


UTI Adulto, Coronariana e Pediátrica) ao Sistema de Vigilância Epidemiológica das
Infecções Hospitalares do Estado de São Paulo segundo o tipo de UTI e GVE, 2009.
GVE UTI Adulto Pediátrica UCO
Araçatuba 8 2 1
Araraquara 6 4 2
Assis 5 2 1
Barretos 5 1 0
Bauru 12 5 2
Botucatu 3 2 1
Campinas 40 15 5
Caraguatatuba 2 0 0
Franca 5 3 1
Franco da Rocha 2 2 0
Itapeva 1 0 0
Jales 3 0 0
Marília 5 2 1
Mogi das Cruzes 21 10 2
Osasco 12 5 1
Piracicaba 15 6 3
Presidente Prudente 5 2 1
Presidente Venceslau 1 0 0
Registro 1 0 0
Ribeirão Preto 15 6 4
Santo André 29 13 1
Santos 13 7 3
São João da Boa Vista 8 0 1
São José do Rio Preto 13 4 2
São José dos Campos 9 3 1
São Paulo 104 53 14
Sorocaba 9 1 0
Taubaté 8 3 0
Total 360 151 47

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Bepa 2010;7(80):10-30

Em UTI Adulto a média de pacientes-dia Tabelas 9, 10 e 11 as taxas de utilização de


foi de 3.965 pacientes-dia e mediana de dispositivos invasivos em percentis para
2.741 pacientes-dia, no período. Já em UTI essas unidades.
Pediátrica a média foi de 1.922 pacientes-dia Foram comparadas as taxas de infec-
e a mediana foi de 1.722 pacientes-dia. ções associadas a dispositivos invasivos
Finalmente, em UTI coronariana a média foi em UTI Adulto de 2004 a 2009 (Figura 6).
de 2.493 pacientes-dia e a mediana 2.248 Houve diferença estatisticamente signifi-
pacientes-dia. cante apenas para a mediana (percentil
As Tabelas 6, 7 e 8 apresentam a distribui- 50) de pneumonia associada à ventilação,
ção das taxas de infecção em percentis em nos anos avaliados, com valor de p<0,05
UTI Adulto, Pediátrica e Coronariana e as (Figura 7).

Tabela 6. Distribuição das taxas de infecção associadas a dispositivos invasivos em


percentis em UTI adulto. Estado de São Paulo, 2009.
Densidade de incidência (por 1.000 dispositivos-dia)
Infecção sob vigilância Percentil
10 25 50 75 90

Pneumonia associada à ventilação mecânica 5,29 8,60 16,32 24,10 32,40

Infecção de corrente sanguínea associada a


0,00 1,79 4,62 9,45 15,18
cateter central

Infecção de trato urinário associada à sonda


1,12 3,24 6,33 9,78 15,46
vesical

Tabela 7. Distribuição das taxas de infecção associadas a dispositivos invasivos, em


percentis em UTI pediátrica. Estado de São Paulo, 2009.
Densidade de incidência (por 1.000 dispositivos-dia)
Infecção sob vigilância Percentil
10 25 50 75 90
Pneumonia associada à ventilação mecânica 0,00 2,46 6,00 10,64 17,96

Infecção de corrente sanguínea associada a


cateter central 0,00 3,32 7,45 12,32 19,49

Infecção de trato urinário associada à sonda


vesical 0,00 0,00 4,02 8,00 16,60

Tabela 8. Distribuição das taxas de infecção associadas a dispositivos invasivos, em


percentis em UTI Coronariana. Estado de São Paulo, 2009.

Densidade de incidência (por 1.000 dispositivos-dia)


Percentil

Infecção sob vigilância 10 25 50 75 90


Pneumonia associada à ventilação mecânica 0,00 7,75 16,48 26,91 35,19

Infecção de corrente sanguínea associada a


cateter central 0,00 1,48 4,94 83,33 15,13

Infecção de trato urinário associada à sonda


vesical 1,29 3,77 6,5 0 11,62 16,45

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Tabela 9. Distribuição das taxas de utilização de dispositivos invasivos em percentis em UTI


Adulto. Estado de São Paulo, 2009.

Taxa de utilização (%)


Percentil
Dispositivos invasivos 10 25 50 75 90

Ventilação mecânica 25,40 35,11 45, 27 56,03 65,31


Cateter central 32,50 44,58 56,52 68,68 78,47
Sonda vesical 44,50 56,86 68,25 79,28 86,98

Tabela 10. Distribuição das taxas de utilização de dispositivos invasivos em percentis em


UTI Pediátrica. Estado de São Paulo, 2009.
Taxa de utilização (%)
Percentil
Dispositivos invasivos 10 25 50 75 90

Ventilação mecânica 18,70 31,38 44,74 60,21 71,38

Cateter central 16,79 26,80 41,04 57,15 72,69

Sonda vesical 3,91 9,14 15,84 31,83 44,99

Tabela 11. Distribuição das taxas de utilização de dispositivos invasivos em percentis em


UTI coronariana. Estado de São Paulo, 2009.
Taxa de utilização (%)
Percentil
Dispositivos invasivos 10 25 50 75 90
Ventilação mecânica 6,70 14,58 20,45 31,79 37,79

Cateter central 18,42 29,41 40,74 52,75 60,72

Sonda vesical 19,00 28,24 44,36 58,82 67,83

25,00

19,92
Densidade de Incidência (x1.000)

20,00 19,40

16,98 16,25 16,32


15,52
15,00
2004

2005

10,00 2006
8,29
7,27 6,67
6,37 6,42 6,33 2007
4,85
4,97 4,71 4,62
5,00 4,14 4,20 2008

2009

0,00
DI PN X VM DI IS X CT DI IU X SV
DI PN x VM: densidade de incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica; DI IS x CT: densidade de incidência
de infecção de corrente sanguínea associada a cateter central; DI IU x SV: densidade de incidência de infecção do trato
urinário associada à sondagem vesical.

Figura 6. Comparação da mediana (P50) das densidades de incidência de infecções associadas a


dispositivos invasivos em UTI Adulto. Estado de São Paulo, 2004 a 2009.

Sistema de Vigilância de Infecção Hospitalar, ESP – Ano 2009/BA Denise et al.

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Bepa 2010;7(80):10-30

25,00
DI PN X VM

19,92 19,40
20,00 R² = 0,7207
16,98
16,25 16,32 p<0,05
15,52
15,00
DI PN X VM
10,00
Linear (DI PN X VM)

5,00

0,00
2004 2005 2006 2007 2008 2009

DI IS X CT
6,00
4,97 R² = 0,1619
4,71 4,85
5,00 4,62 p>0,05
4,14
4,20
4,00

3,00 DI IS X CT

2,00 Linear (DI IS X CT)

1,00

0,00
2004 2005 2006 2007 2008 2009

DI IU X SV
9,00 8,29
8,00 7,27 R² = 0,6445
6,42 6,67
7,00 6,37 6,33 p>0,05
6,00
5,00
DI IU X SV
4,00
Linear (DI IU X SV)
3,00
2,00
1,00
0,00
2004 2005 2006 2007 2008 2009

DI PN x VM: densidade de incidência de pneumonia associada a ventilação mecânica; DI IS x CT:


densidade de incidência de infecção de corrente sanguínea associada a cateter central; DI IU x SV:
densidade de incidência de infecção do trato urinário associada a sondagem vesical.

Figura 7. Comparação da mediana (P50) das densidades de incidência de infecções


associadas a dispositivos invasivos em UTI Adulto, linha de tendência linear, coeficiente
de correlação (R 2), e valor de p (nível de significância). Estado de São Paulo, 2004
a 2009.

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3. Infecções em UTI Neonatal tante destacar que um mesmo hospital


Do total de hospitais notificantes, 28% pode ter sido incluído na análise de taxas
(190/680) enviaram dados de IH de UTI em mais de uma faixa de peso.
Neonatal por meio da planilha 3 (Tabela 12). Na Tabela 13 são apresentadas as
De acordo com o critério adotado para densidades de incidência de infecção
análise dos dados para este tipo de unidade, associadas a dispositivos invasivos e suas
183 hospitais foram incluídos para cálculo taxas de utilização, distribuídas em percen-
das taxas de IH por faixa de peso. É impor- tis, por faixa de peso em UTI Neonatal.

Tabela 12. Distribuição do número de hospitais que enviaram planilha 3 (Infecções


em UTI Neonatal) ao Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções
Hospitalares do Estado de São Paulo, segundo GVE, 2009.

Hospitais notificantes Hospitais que enviaram


GVE planilha 3
2009
Nº %
Araçatuba 28 2 7,1
Araraquara 15 4 26,7
Assis 15 3 20,0
Barretos 15 1 6,7
Bauru 32 4 12,5
Botucatu 18 1 5,6
Campinas 70 20 28,6
Caraguatatuba 5 0 0,0
Franca 8 3 37,5
Franco da Rocha 2 1 50,0
Itapeva 7 1 14,3
Jales 11 1 9,1
Marília 21 2 9,5
Mogi das Cruzes 27 14 51,9
Osasco 16 10 62,5
Piracicaba 27 6 22,2
Presidente Prudente 22 4 18,2
Presidente Venceslau 8 0 0,0
Registro 1 1 100,0
Ribeirão Preto 29 6 20,7
Santo André 36 16 44,4
Santos 17 11 64,7
São João da Boa Vista 27 2 7,4
São José do Rio Preto 38 6 15,8
São José dos Campos 21 6 28,6
São Paulo 125 57 45,6
Sorocaba 20 3 15,0
Taubaté 19 5 26,3

Total 680 190 27,9

Sistema de Vigilância de Infecção Hospitalar, ESP – Ano 2009/BA Denise et al.

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Bepa 2010;7(80):10-30

Tabela 13. Distribuição em percentis (10, 25, 50, 75 e 90) das taxas de infecção associadas a dispositivos invasivos e taxas de
utilização, médias, valores mínimo e máximo, em UTI Neonatal, segundo faixa de peso ao nascer. Estado de São Paulo, 2009.

Faixa de Peso ao nascer UTI Neonatal

Média da taxa
A-<750 Nº hospitais agregada P10 P25 P50 P75 P90 Total
DI PN x VM 98 4,92 0,00 0,00 0,00 6,54 16,35
TX VM 66,73 35,55 50,94 65,21 86,85 100,00
DI ISLC x CT 10,12 0,00 0,00 7,66 17,37 24,48
ISSC x CT 9,28 0,00 0,00 0,00 14,89 26,24
TX CT 64,44 34,80 44,91 64,87 82,64 99,10
PAC-DIA 229,43 68 90 136 249 487 22.484

B-750-1000g Nº hospitais Média P10 P25 P50 P75 P90 Total


DI PN x VM 154 12,27 0,00 0,00 0,00 8,70 23,10
TX VM 51,58 21,63 35,45 48,93 68,14 86,02
DI ISLC x CT 11,99 0,00 0,00 6,80 16,48 27,72
ISSC x CT 14,09 0,00 0,00 5,98 14,67 29,91
TX CT 59,29 24,71 40,28 59,33 80,07 94,85
PAC-DIA 394,62 92 131 275 480 883 60.772

C-1001-1500g Nº hospitais Média P10 P25 P50 P75 P90 Total


DI PN x VM 175 9,49 0,00 0,00 0,00 9,09 23,98
TX VM 30,31 10,83 18,06 27,31 40,10 55,44
DI ISLC x CT 11,71 0,00 0,00 8,70 15,23 27,56
ISSC x CT 9,87 0,00 0,00 4,89 14,29 27,00
TX CT 49,74 21,21 31,45 49,41 66,70 83,72
PAC-DIA 648,00 165 304 496 837 1147 113.386

D-1501-2500g Nº hospitais Média P10 P25 P50 P75 P90 Total


DI PN x VM 183 7,87 0,00 0,00 0,00 9,90 23,60
TX VM 22,75 6,27 12,15 19,10 31,20 43,89
DI ISLC x CT 12,22 0,00 0,00 7,34 16,29 32,10
ISSC x CT 9,97 0,00 0,00 4,13 13,33 26,34
TX CT 39,67 8,99 21,44 40,00 56,32 69,10
PAC-DIA 763,00 191 328 572 864 1395 139.684

E->2500g Nº hospitais Média P10 P25 P50 P75 P90 Total


DI PN x VM 183 9,71 0,00 0,00 0,00 8,92 25,77
TX VM 25,44 4,50 12,46 21,48 34,86 51,01
DI ISLC x CT 9,77 0,00 0,00 4,21 12,90 20,16
ISSC x CT 14,40 0,00 0,00 0,58 10,20 24,31
TX CT 37,37 6,79 20,29 35,61 52,87 68,16
PAC-DIA 654,00 132 252 485 768 1235 119.675
DI PN x VM: densidade de incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica; TX VM: taxa de utilização de ventilação mecânica; DI
ISLC x CT: densidade de incidência de infecção de corrente sanguínea laboratorial associada a cateter central; DI ISSC x CT: densidade de
incidência de infecção de corrente sanguínea clínica (sepse clínica) associada a cateter central; TX CT: taxa de utilização de cateter central;
PAC-DIA: número de pacientes-dia.

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4. Microrganismos identificados em A Figura 8 e a Tabela 15 mostram a distri-


hemoculturas colhidas de pacientes buição dos microrganismos isolados em
com IH hemocultura de pacientes com IH do Estado de
Em 2009 foram colhidas 121.766 amos- São Paulo. Novamente, os microrganismos
tras de hemocultura pelos hospitais notifi- mais frequentemente isolados foram Staphylo-
cantes com UTI Adulto e Coronariana. coccus epidermidis e outros Staphylococcus
Foram notificados 13.203 pacientes com IH coagulase negativa e S.aureus, perfazendo um
e hemocultura positiva. A Tabela 14 mostra total de 47%, seguidos de Acinetobacter
o número e porcentagem de hospitais que baumanii (9%), Klebsiella pneumoniae (9%)
enviaram planilha 5, segundo GVE. e Pseudomonas aeruginosa (7%).

Tabela 14. Distribuição do número de hospitais que enviaram planilha 5 (hemoculturas colhidas
em UTI Adulto e Coronariana) ao Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares
do Estado de São Paulo, segundo GVE, 2009.
Hospitais que enviaram
Hospitais notificantes planilha 5
GVE
2009
Nº %
Araçatuba 28 6 21,4
Araraquara 15 6 40,0
Assis 15 3 20,0
Barretos 15 3 20,0
Bauru 32 8 25,0
Botucatu 18 3 16,7
Campinas 70 40 57,1
Caraguatatuba 5 1 20,0
Franca 8 5 62,5
Franco da Rocha 2 2 100,0
Itapeva 7 1 14,3
Jales 11 2 18,2
Marília 21 4 19,0
Mogi das Cruzes 27 20 74,1
Osasco 16 13 81,3
Piracicaba 27 14 51,9
Presidente Prudente 22 4 18,2
Presidente Venceslau 8 1 12,5
Registro 1 1 100,0
Ribeirão Preto 29 14 48,3
Santo André 36 27 75,0
Santos 17 13 76,5
São João da Boa Vista 27 9 33,3
São José do Rio Preto 38 13 34,2
São José dos Campos 21 9 42,9
São Paulo 125 90 72,0
Sorocaba 20 7 35,0
Taubaté 19 8 42,1
Total 680 327 48,1

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Acinetobacter 9%
Candida sp 6%
Outros E. Coli 4%
15% Enterococcus sp 3%

Klebsiella sp 9%
S. epidermidis e
outros SCN
30%
S. aureus
17%
Pseudomonas sp 7%

Figura 8. Distribuição dos microrganismos isolados em hemoculturas de pacientes


com IH notificados ao Sistema de Vigilância Epidemiológica das IH do Estado de São
Paulo, 2009.

Tabela 15. Distribuição de pacientes com IH e hemocultura positiva (número e porcentagem) segundo microrganismo isolado. Estado
de São Paulo, 2009.
Pacientes com hemocultura positiva e
Microorganismo infecção hospitalar
Nº %
Acinetobacter baumanii sensível a imipenen 519 3,9%
Acinetobacter baumanii resistente a imipenen 659 5,0%
Candida albicans 324 2,4%
Candida não albicans 211 1,6%
Candida sp (preencher somente quando o laboratório não identificar espécie) 222 1,7%
Escherichia coli sensível à cefalosporina de terceira geração 352 2,7%
Escherichia coli resistente à cefalosporina de terceira geração 134 1,0%
Enterococcus sp sensível à vancomicina 312 2,4%
Enterococcus sp resistente à vancomicina 135 1,0%
Klebsiella pneumoniae sensível à cefalosporina de terceira geração 481 3,6%
Klebsiella pneumoniae resistente à cefalosporina de terceira geração 704 5,3%
Pseudomonas sp sensível a imipenem 579 4,4%
Pseudomonas sp resistente a imipenem 361 2,7%
Staphylococcus aureus sensível à oxacilina 892 6,7%
Staphylococcus aureus resistente à oxacilina 1.314 9,9%
S. epidermidis e outros Staphylococcus coagulase negativa sensível à oxacilina 1.573 11,9%
S. epidermidis e outros Staphylococcus coagulase negativa resistente à oxacilina 2.417 18,3%
Outros microrganismos 2.014 15,2%
Total de pacientes com IH confirmado por hemocultura 13.203 99,8%

A Figura 9 apresenta a comparação do per- 5. Consumo de antimicrobianos


fil de resistência dos microrganismos isola- em UTI Adulto e UTI Coronariana
dos em amostras de hemocultura de pacien- (cálculo da DDD)
tes com IH, em UTI Adulto e Coronariana, Em 2009 foi introduzida a planilha 6
nos hospitais do Estado de São Paulo, 2009. para notificação do consumo de antimi-

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crobianos em UTI Adulto e Coronariana. A hospitais notificantes em UTI Adulto e


Tabela 16 apresenta número e porcenta- Coronariana, respectivamente.
gem de hospitais que enviaram a plani- Observou-se alto consumo de cefalospo-
lha 6 em 2009 e as Tabelas 17 e 18, a rinas de 3ª e 4ª geração e vancomicina nas
distribuição em percentis da DDD dos UTI Adulto e Coronariana.
70,0
59,4 59,6 60,6
60,0 % resistência
55,9

50,0
38,4
40,0
30,2
30,0 27,6

20,0

10,0

0,0
A. baumanii res. E. coli res. Cefalo VRE K. pneumoniae Pseudomonas sp MRSA S. epidermidis e
imipenen 3ª geração res. Cefalo 3ª res. imipenem outros SCN res.
geração oxacilina

Figura 9. Distribuição do perfil de resistência dos microrganismos isolados em hemocultura de


pacientes com IH no Estado de São Paulo, 2009.

Tabela 16. Distribuição do número e porcentagem de hospitais que enviaram planilha 6


(consumo de antimicrobianos – cálculo da DDD) ao Sistema de Vigilância Epidemiológica das
Infecções Hospitalares do Estado de São Paulo, segundo GVE, 2009.

Hospitais Hospitais que enviaram planilha 6


GVE notificantes 2009 Nº %
Araçatuba 28 8 28,6
Araraquara 15 3 20,0
Assis 15 2 13,3
Barretos 15 2 13,3
Bauru 32 12 37,5
Botucatu 18 3 16,7
Campinas 70 33 47,1
Caraguatatuba 5 2 40,0
Franca 8 5 62,5
Franco da Rocha 2 2 100,0
Itapeva 7 1 14,3
Jales 11 3 27,3
Marília 21 4 19,0
Mogi das Cruzes 27 20 74,1
Osasco 16 12 75,0
Piracicaba 27 14 51,9
Presidente Prudente 22 4 18,2
Presidente Venceslau 8 0 0,0
Registro 1 1 100,0
Ribeirão Preto 29 15 51,7
Santo André 36 26 72,2
Santos 17 13 76,5
São João da Boa Vista 27 7 25,9
São José do Rio Preto 38 13 34,2
São José dos Campos 21 9 42,9
São Paulo 125 67 53,6
Sorocaba 20 4 20,0
Taubaté 19 7 36,8
Total 680 292 42,9

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Tabela 17. Distribuição em percentis da densidade de consumo de antimicrobianos por 1.000


pacientes-dia (DDD) notificados para UTI Adulto. Estado de São Paulo, 2009.
DDD UTIA P10 P25 P50 P75 P90
Ceftriaxone 40,95 92,62 164,97 243,52 399,14
Vancomicina 17,06 35,51 81,90 140,35 210,91
Cefepima 10,18 29,08 66,13 115,50 178,87
Piperacilina-tazobactam 0,00 1,10 46,51 111,20 160,85
Imipenem 0,00 9,50 40,51 85,58 136,35
Ciprofloxacina parenteral 3,83 10,12 22,56 40,68 90,37
Meropenem 0,00 0,00 18,00 64,18 120,54
Levofloxacina parenteral 0,00 0,00 9,90 33,42 74,25
Ciprofloxacina oral 0,00 1,33 4,99 13,39 28,76
Ampicilina-sulbactam 0,00 0,00 2,62 15,76 33,26
Teicoplanina 0,00 0,00 1,27 23,34 70,89
Levofloxacina oral 0,00 0,00 1,12 6,11 20,75
Ceftazidima 0,00 0,00 0,93 8,09 22,22
Sulfato de polimixina B 0,00 0,00 0,75 11,22 30,96
Cefotaxima 0,00 0,00 0,00 0,12 8,24
Ertapenem 0,00 0,00 0,00 0,00 3,70
Linezolida oral 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Linezolida parenteral 0,00 0,00 0,00 0,74 18,50
Moxifloxacino oral 0,00 0,00 0,00 0,00 4,71
Moxifloxacino parenteral 0,00 0,00 0,00 1,90 30,27
Sulfato de polimixina E 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Tabela 18. Distribuição em percentis da densidade de consumo de antimicrobianos por 1.000


pacientes-dia (DDD) notificados para UTI Coronarianas. Estado de São Paulo, 2009.
DDD UTIC P10 P25 P50 P75 P90

Cefepima 0,00 16,34 43,39 62,23 118,41


Ceftriaxone 1,95 12,50 37,90 72,18 129,97
Vancomicina 8,49 15,06 37,23 57,86 106,91
Piperacilina-tazobactam 0,00 0,00 15,74 60,04 93,05
Imipenem 0,00 1,43 11,07 31,21 42,30
Ciprofloxacina parenteral 0,51 2,89 9,78 22,44 36,73
Meropenem 0,00 0,00 7,39 27,74 81,96
Levofloxacina parenteral 0,00 0,00 4,46 25,07 57,18
Teicoplanina 0,00 0,00 4,07 17,33 40,56
Ciprofloxacina oral 0,00 1,57 3,71 11,02 19,49
Ampicilina-sulbactam 0,00 0,00 0,45 4,25 16,87
Levofloxacina oral 0,00 0,00 0,42 2,33 9,26
Cefotaxima 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ceftazidima 0,00 0,00 0,00 3,13 7,27
Ertapenem 0,00 0,00 0,00 0,00 6,11
Linezolida oral 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Linezolida parenteral 0,00 0,00 0,00 2,02 10,55
Moxifloxacino oral 0,00 0,00 0,00 1,04 6,41
Moxifloxacino parenteral 0,00 0,00 0,00 3,60 36,00
Sulfato de polimixina B 0,00 0,00 0,00 6,07 19,26
Sulfato de polimixina E 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

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Infecções hospitalares em hospitais de em hospitais especializados. A Tabela 19


longa permanência e psiquiátricos mostra a distribuição dos hospitais
Além de indicadores em hospitais especializados notificantes segundo GVE.
gerais, o Sistema de Vigilância das Infec- Como observado nos hospitais gerais, o
ções Hospitalares do Estado de São Paulo número de hospitais especializados notifi-
monitora também infecções selecionadas cantes é crescente (Figura 10).
Tabela 19. Distribuição do número e porcentagem de hospitais que enviaram
planilha 4, referente aos hospitais de longa permanência e psiquiátricos. Sistema de
Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares do Estado de São Paulo,
segundo GVE, 2009.
Hospitais Hospitais que enviaram
GVE notificantes 2009 planilha 4
Nº %
Araçatuba 28 4 14,3
Araraquara 15 2 13,3
Assis 15 1 6,7
Barretos 15 0 0,0
Bauru 32 2 6,3
Botucatu 18 1 5,6
Campinas 70 6 8,6
Caraguatatuba 5 0 0,0
Franca 8 0 0,0
Franco da Rocha 2 0 0,0
Itapeva 7 0 0,0
Jales 11 0 0,0
Marília 21 7 33,3
Mogi das Cruzes 27 3 11,1
Osasco 16 0 0,0
Piracicaba 27 2 7,4
Presidente Prudente 22 4 18,2
Presidente Venceslau 8 0 0,0
Registro 1 0 0,0
Ribeirão Preto 29 1 3,4
Santo André 36 2 5,6
Santos 17 0 0,0
São João da Boa Vista 27 7 25,9
São José do Rio Preto 38 5 13,2
São José dos Campos 21 2 9,5
São Paulo 125 3 2,4
Sorocaba 20 4 20,0
Taubaté 19 2 10,5
Total 680 58 8,5

60 58
56
52 52
nº hospitais notificantes

50
50

40

30

20

10

0
2005 2006 2007 2008 2009
ano de notificação
Figura 10. Distribuição do número de hospitais de longa
permanência e psiquiátricos notificantes ao Sistema de Vigilância
Epidemiológica das IH. Estado de São Paulo, 2005 a 2009.

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Tabela 20. Distribuição em percentis da densidade de incidência de infecções por 1.000


pacientes-dia notificados pelos hospitais de longa permanência e psiquiátricos. Estado de
São Paulo, 2009.
Densidade de incidência (por 1000 pacientes-dia)
Percentil
Infecção sob vigilância 10 25 50 75 90

Pneumonia 0,00 0,03 0,20 0,63 1,91

Escabiose 0,00 0,00 0,11 0,36 0,95

Gastroenterite 0,00 0,00 0,09 0,65 2,72

Pacientes-dia 2.900 20.763 48.216 69.998 107.116

0,25
Densidade de Infecção por 1000 pac. dia

0,20 0,20
0,20 0,19
0,18
0,17
0,15 0,16
0,15 2005
0,15
2006
0,11 0,11 2007
0,10 0,09 0,09
2008
0,07 2009
0,05
0,05 0,04

0,00
Pneumonia Escabiose Gastroenterite
Figura 11. Distribuição comparativa das medianas das densidades de incidência de
infecções por 1.000 pacientes-dia, hospitais de longa permanência e psiquiátricos.
Estado de São Paulo, 2005 a 2009.

DISCUSSÃO
A tendência de aumento do número de cirúrgica em procedimentos seleciona-
hospitais notificantes, verificada em anos dos pode reduzir a subnotificação.
anteriores, manteve-se em 2009, 3 demons- A análise comparativa da mediana das
trando a consolidação do Sistema de taxas de infecções associadas a dispositi-
Vigilância das Infecções Hospitalares do vos invasivos em UTI Adulto, no período
Estado de São Paulo. Além disso, a maioria de 2004 a 2009, mostrou redução estatis-
dos GVE atingiu a meta de notificação ticamente significante da mediana das
proposta para o Estado, mostrando a taxas de pneumonia associada à ventila-
efetividade do trabalho desenvolvido pelos ção mecânica. Essa redução pode estar
municípios e regionais. associada à melhoria da qualidade da
As taxas de infecção cirúrgica continuam assistência ou apenas a melhor aplicação
4
abaixo do esperado, sugerindo subnotifica- dos critérios diagnósticos. Nas demais
ção. A dificuldade de realização de vigilân- taxas não houve redução estatisticamen-
cia pós-alta das infecções cirúrgicas pode te significante (p>0,05), indicando a
explicar esse resultado. Por outro lado, a necessidade de investimento em medi-
notificação de indicadores de infecção das de prevenção e controle.

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Em UTI Neonatal houve maior utiliza- das cefalosporinas de 3ª e 4ª geração e


ção de dispositivos invasivos nas faixas de vancomicina.
peso menores, indicando maior gravidade. As taxas de IH em hospitais especiali-
Em todas as faixas de peso observa-se taxa z a d o s m a n té m - s e b a i xa s , s u g e r i n d o
zero para pneumonia no percentil 50, suge- subnotificação associada a dificuldades
rindo dificuldades no diagnóstico desse tipo na aplicação dos critérios diagnósticos e
de infecção em neonatos. Por outro lado, em de acesso a exames complementares. 5,6,7
todas as faixas de peso a mediana das taxas
de infecção de corrente sanguínea labora-
torialmente confirmada foi maior quando CONCLUSÕES
comparada à mediana das taxas de sepse Os dados de infecção hospitalar do
clínica, indicando boa recuperação de Sistema de Vigilância das Infecções Hospi-
microrganismos em hemocultura nessa talares do Estado de São Paulo permite o
população. planejamento de ações para a prevenção e o
Os microrganismos mais frequente- controle de IH. Projetos para a avaliação da
mente isolados em hemoculturas foram relação do consumo de antimicrobianos e
os mesmos dos anos anteriores, 3 em sua resistência microbiana e para a redução das
maioria Gram positivos. O consumo de taxas de infecção de corrente sanguínea
antimicrobianos calculado por meio da estão em andamento.
DDD deve ser acompanhado por um Além disso, os critérios diagnósticos e
tempo maior, para avaliação da sua indicadores epidemiológicos estão sendo
relação com a resistência microbiana. revisados em consonância com as diretri-
8
Entretanto, foi observado alto consumo zes nacionais.

REFERÊNCIAS
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Critérios nacionais de infecção relacionadas Controle de Doenças, Secretaria de Estado
à assistência à saúde em neonatologia. da Saúde. Disponível em:
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Hosp epidemiol infect control. 2 ed. anvisa/home/servicosdesaude.

Correspondência/correspondence to:
Denise Brandão de Assis
Av. Dr. Arnaldo, 351, 6°andar, sala 605
CEP 01246-000 – São Paulo/SP – Brasil
Tel.: 55 11 3066-8759/Fax: 55 11 3066-8261
e-mail: dvhosp@saude.sp.gov.br

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Atualização

Análise dos dados do Sistema de Vigilância de Infecção Hospitalar do


Estado de São Paulo – Ano 2009
Analysis of the data from the Hospital Infection Surveillance System of the
State of São Paulo – 2009
Denise Brandão de Assis; Geraldine Madalosso; Sílvia Alice Ferreira; Yara Y. Yassuda
Divisão de Infecção Hospitalar. Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”.
Coordenadoria de Controle de Doenças. Secretaria de Estado da Saúde. São Paulo, SP, Brasil

RESUMO
A divulgação anual e a discussão das taxas de infecção hospitalar (IH) são
atividades contínuas do Sistema de Vigilância das Infecções Hospitalares
do Estado de São Paulo desde sua implantação, em 2004. A tendência de
aumento do número de hospitais notificantes, verificada em anos
anteriores, manteve-se em 2009, demonstrando a consolidação do sistema.
Os dados de infecção hospitalar obtidos permitem o planejamento de ações
para a prevenção e controle de IH no Estado. Projetos para a avaliação da
relação do consumo de antimicrobianos e resistência microbiana e para a
redução das taxas de infecção de corrente sanguínea estão em andamento.

PALAVRAS-CHAVE: Sistemas de vigilância. Vigilância epidemiológica.


Infecção hospitalar.

ABSTRACT
Yearly issuing and discussion of hospital infection rates (IH) are ongoing
activities of the Hospital Infection Surveillance System of the State of São
Paulo since implanted, in 2004. Increase tendencies of the number of
notifying hospitals, registered in previous years, has been maintained in
2009, revealing the consolidation of this system. Hospital infection rates
obtained allow the planning of actions for prevention and control of IH in
the State. Projects designed to evaluate the relationship between antibiotic
use and microbial resistance and also designed to reduce infection indexes
in the blood flow are under way.

KEY WORDS: Surveillance systems. Epidemiologic surveillance. Hospital


infection.

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INTRODUÇÃO
A divulgação anual e a discussão das Os indicadores epidemiológicos selecio-
taxas de infecção hospitalar (IH) são nados para hospitais gerais foram: taxa
atividades contínuas do Sistema de Vigi- de infecção em cirurgias limpas, densida-
lância das Infecções Hospitalares do de de incidência de pneumonia (PNM)
Estado de São Paulo, desde sua implanta- associada à ventilação mecânica (VM),
ção em 2004, permitindo a avaliação da densidade de incidência de infecção de
qualidade da assistência e o direciona- corrente sanguínea (ICS) associada a
mento de ações de prevenção e controle. cateter central (CVC) e densidade de
Em 2009, além da análise das infecções incidência de infecção de trato urinário
em cirurgia limpa, infecções em unidades (ITU) associada à sonda vesical de demora
de terapia intensiva (UTI) Adulto, Corona- (SVD), e taxas de utilização desses disposi-
riana, Pediátrica e Neonatal e infecções em tivos invasivos em UTI (Adulto, Pediátrica
hospitais de longa permanência e psiquiá- e Coronariana); densidade de incidência
tricos, por meio de dados agregados do de PNM associada à VM e densidade de
período e dos microrganismos isolados em incidência de ICS associada à CVC (clínica
hemoculturas, foi realizada também a e laboratorial) e taxas de utilização de
análise dos dados de consumo de antimi- dispositivos em UTI Neonatal, em cada
crobianos em UTI Adulto e Coronariana. uma das cinco faixas de peso ao nascer.
Além disso, foram avaliados os microrga-
nismos isolados em hemoculturas de
MÉTODOS
pacientes com IH e o consumo de antimi-
Houve pequenas alterações no instru-
crobianos em UTI Adulto e Coronariana.
mento de notificação das taxas de IH em
relação aos anos anteriores. A planilha de Para hospitais de longa permanência e
UTI Neonatal foi modificada de acordo com psiquiátricos os indicadores epidemioló-
os Critérios Nacionais de IH em Neonatolo- gicos selecionados foram densidade de
1
gia, sendo ampliada a faixa de peso ao incidência de pneumonia, escabiose e
nascer com notificação de infecção de corren- gastroenterites.
te sanguínea associada a cateter central, O s i n d i c a d o re s fo ra m a n a l i s a d o s
laboratorial e clínica, separadamente. Além utilizando-se os dados agregados do ano
disso, foi introduzida uma nova planilha de de 2009, isto é, a soma do número de IH
consumo de antimicrobianos em UTI Adulto dividida pela soma dos denominadores
e Coronariana e cálculo da dose diária (número de cirurgias limpas, pacientes-
definida (DDD) (Planilha 6). As planilhas 1, dia, dispositivos invasivos-dia), no perío-
2, 3, 5 e 6 foram preenchidas pelos hospitais do, para cada indicador, multiplicada por
gerais e encaminhadas mensalmente, por via 1.000, no caso das infecções em UTI e
eletrônica, para a Divisão de Infecção hospitais especializados, ou multiplicados
Hospitalar do Centro de Vigilância Epide- por 100, no caso das infecções de sítio
miológica “Prof. Alexandre Vranjac” (CVE) – cirúrgico (ISC). As taxas de IH dos hospi-
órgão da Coordenadoria de Controle de tais gerais e especializados notificantes
Doenças da Secretaria de Estado da Saúde foram distribuídas em percentis (10, 25,
de São Paulo (CCD/SES-SP). 50, 75 e 90).

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O cálculo da DDD foi realizado baseado são permitiu a comparação das taxas de
no consumo em gramas de cada antimicro- IH do Estado nos anos de 2004 a 2009.
biano, na dose diária padrão e no número
pacientes-dia por UTI Adulto e/ou Corona-
RESULTADOS
riana. As densidades de DDD também
foram distribuídas em percentis.
Foram excluídos das análises os hos- Adesão ao Sistema
pitais que notificaram menos de 250 Até 2008, houve tendência crescente da
cirurgias limpas, hospitais com menos adesão de hospitais ao Sistema de Vigilân-
de 500 pacientes-dia em UTI Adulto, cia das Infecções Hospitalares do Estado de
Pediátrica e Coronariana e hospitais com São Paulo. Em 2009 observa-se um peque-
menos de 50 pacientes-dia, para cada no aumento em relação a 2008 (Figura 1).
faixa de peso, em UTI Neonatal. Para a A partir de 2005 houve pouca variação
planilha 5, que solicita a notificação dos no número de hospitais notificantes por
microrganismos isolados em hemocultu- mês, ao contrário do observado em 2004.
ras, e planilha 6, que quantifica o consu- A média e a mediana de hospitais notifi-
mo de antimicrobianos, não foi utilizado cantes por mês, em 2009, foram 638 e 643
critério de exclusão por tratar-se de hospitais, respectivamente (variação:
análise qualitativa. 588-657 hospitais) (Figura 2).
As taxas de IH foram distribuídas A Tabela 1 mostra a taxa de resposta,
segundo Grupos de Vigilância Epidemio- segundo GVE, baseada no número de hos-
lógica (GVE) – divisão administrativa de pitais cadastrados no Cadastro Nacional
saúde vigente no Estado de São Paulo a dos Estabelecimentos de Saúde (CNES) 2
partir de 2007. em 2010 e segundo critério de notificação
A manutenção da metodologia de para o sistema de vigilância pactuado no
análise dos dados e dos critérios de exclu- Plano Operativo Anual do Estado (POA).

nº hospitais notificantes

2009 680

2008 669

2007 593
546
2006
534
2005
457
2004 949

CNES

0 200 400 600 800 1000


Fonte: CNES: www.datasus.gov.br, atualizado em 16/09/2010
Figura1. Número de hospitais notificantes ao Sistema de Vigilância Epidemiológica do
Estado de São Paulo, 2004 a 2009, em comparação aos hospitais cadastrados no CNES.

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700

600

500
2004
2005
400
2006
2007
300
2008
2009
200

100

0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Figura 2. Número de hospitais notificantes ao Sistema de Vigilância Epidemiológica do Estado de São


Paulo por mês – 2004 a 2009.

Tabela 1. Distribuição do número de hospitais notificantes ao Sistema de Vigilância das Infecções


Hospitalares do Estado de São Paulo e taxa de resposta segundo GVE e cadastro no CNES, 2009.
Total de hospitais Taxa de
Hospitais Taxa de
GVE CNES 2010 com critério pra resposta
notificantes 2009 resposta (%)
notificar (POA)
Araçatuba 28 32 87,5 31 90,3
Araraquara 15 27 55,6 24 62,5
Assis 15 23 65,2 22 68,2
Barretos 15 16 93,8 15 100,0
Bauru 32 43 74,4 32 100,0
Botucatu 18 21 85,7 18 100,0
Campinas 70 82 85,4 80 87,5
Caraguatatuba 5 5 100,0 5 100,0
Franca 8 19 42,1 18 44,4
Franco da Rocha 2 9 22,2 5 40,0
Itapeva 7 6 116,7 7 100,0
Jales 11 13 84,6 11 100,0
Marília 21 32 65,6 26 80,8
Mogi das Cruzes 27 32 84,4 28 96,4
Osasco 16 30 53,3 22 72,7
Piracicaba 27 31 87,1 32 84,4
Presidente Prudente 22 22 100,0 22 100,0
Presidente Venceslau 8 9 88,9 9 88,9
Registro 1 7 14,3 3 33,3
Ribeirão Preto 29 33 87,9 33 87,9
Santo André 36 48 75,0 40 90,0
Santos 17 27 63,0 19 89,5
São João da Boa Vista 27 27 100,0 26 103,8
São José do Rio Preto 38 46 82,6 42 90,5
São José dos Campos 21 30 70,0 25 84,0
São Paulo 125 206 60,7 160 78,1
Sorocaba 20 44 45,5 49 40,8
Taubaté 19 29 65,5 19 100,0
Total 680 949 71,7 823 82,6
Fonte: CNES/Datasus atualizado em 16/09/2010 (www.datasus.gov.br)

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A maioria dos GVE, 75% (21/28), Epidemiológica das Infecções Hospita-


atingiu a meta de 80% de hospitais noti- lares do Estado de São Paulo, a maioria
ficantes ao Sistema, pactuada no POA . dos hospitais notificantes, 85,6%
(582/680), enviou dados de infecção
em cirurgia limpa por meio da planilha
Infecções hospitalares em hospitais gerais
1 (Tabela 2).
O número de cirurgias limpas notifi-
1. Infecções em cirurgias limpas cadas é crescente desde a implantação
Como vem sendo observado desde a do Sistema, sendo que em 2009 foram
implantação do Sistema de Vigilância notificadas 811.367 cirurgias limpas.

Tabela 2. Distribuição do número de hospitais notificantes ao Sistema de Vigilância das


Infecções Hospitalares do Estado de São Paulo que enviaram planilha 1infecções em cirurgias
limpas, segundo GVE, 2009.

Hospitais notificantes Hospitais que enviaram planilha 1


GVE
2009
Nº %
Araçatuba 28 24 85,7
Araraquara 15 13 86,7
Assis 15 14 93,3
Barretos 15 15 100,0
Bauru 32 30 93,8
Botucatu 18 17 94,4
Campinas 70 63 90,0
Caraguatatuba 5 5 100,0
Franca 8 8 100,0
Franco da Rocha 2 2 100,0
Itapeva 7 7 100,0
Jales 11 11 100,0
Marília 21 13 61,9
Mogi das Cruzes 27 23 85,2
Osasco 16 15 93,8
Piracicaba 27 23 85,2
Presidente Prudente 22 18 81,8
Presidente Venceslau 8 8 100,0
Registro 1 1 100,0
Ribeirão Preto 29 27 93,1
Santo André 36 31 86,1
Santos 17 17 100,0
São João da Boa Vista 27 20 74,1
São José do Rio Preto 38 33 86,8
São José dos Campos 21 19 90,5
São Paulo 125 92 73,6
Sorocaba 20 16 80,0
Taubaté 19 17 89,5
Total 680 582 85,6

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Mantém-se a ordem das especialida- notificadas e de hospitais notificantes,


des cirúrgicas que realizam o maior núme- segundo especialidde de cirúrgica.
ro de cirurgias limpas por ano. Destaque Observa-se também que 60% dos
para o grande número de cirurgias plásti- hospitais realizam até 100 cirurgias
cas realizadas em 2009, conforme já ob- limpas ao mês, sugerindo que a maioria
servado nos anos anteriores. As Figuras 3 e dos notificantes é de pequeno e mé-
4 mostram o número de cirurgias limpas dio portes.

270000
237.140
240000 total de cirurgias
210000
nº de cirurgias limpas

180000

150000 135.047

120000 97.500
83.321
90000 67.114
60000 48.582
32.109 30.848 27.833 26.943
30000 8.708
0
ORTOP CGERA GINEC PLAST CIVAS UROCI NEUCI CIRPE GASCI CCARD TORAX
Especialidade cirúrgica
Figura 3. Distribuição do número de cirurgias limpas notificadas ao Sistema de Vigilância Epidemiológica
das Infecções Hospitalares do Estado de São Paulo, por especialidade cirúrgica, 2009.

700
Nº hosp

600 582

495 485
500 466
nº de hospitais

405 412
388
400

275 288
300 257
199
200 146

100

0
ORTOP CGERA GINEC PLAST CIVAS UROCI NEUCI CIRPE GASCI CCARD TORAX TOTAL
Especialidade cirúrgica
Figura 4. Distribuição do número de hospitais notificantes ao Sistema de Vigilância Epidemiológica
das Infecções Hospitalares do Estado de São Paulo, por especialidade cirúrgica, 2009.

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45/8%

62/11%
<50
236/41% 50 a 100

121/21% 101 a 200


201 a 300
>300

114/19%

Figura 5. Número médio de cirurgias limpas/mês realizadas pelos


hospitais notificantes ao Sistema de Vigilância Epidemiológica das
Infecções Hospitalares do Estado de São Paulo, 2009.

Segundo os critérios de exclusão, Do total de hospitais notificantes, 54,7%


foram incluídos na análise das taxas de (372/680) enviaram planilha 2. As Tabelas
infecção cirúrgica 441 hospitais, que 4 e 5 mostram o número de hospitais que
notificaram mais de 250 cirurgias limpas enviaram planilha 2 e o número de
no período, 75,7% de todos os que notifi- hospitais que enviaram dados de infecção
caram cirurgias limpas. A Tabela 3 apre- em UTI Adulto, Pediátrica e Coronariana
senta a distribuição das taxas de infecção por GVE.
cirúrgica global e por especialidade Foram incluídos na análise das taxas de
cirúrgica em percentis infecção em UTI Adulto, Pediátrica e Coro-
nariana 341 (94,7%), 115 (76,2%) e 45
2. Infecções em UTI (97,8%) hospitais, respectivamente, segun-
Houve aumento do número de hospitais do o critério adotado para análise. O núme-
que enviaram dados de infecção em UTI ro e porcentagem de hospitais incluídos na
Adulto, Pediátrica e Coronariana em 2009, análise de dados em 2009 foram superio-
quando comparado aos anos anteriores. res aos dos anos anteriores.

Tabela 3. Distribuição das taxas de infecção cirúrgica em percentis, total e por especialidade, média, desvio-
padrão, valores mínimos e máximos dos hospitais que notificaram mais de 250 cirurgias limpas ao Sistema de
Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares do Estado de São Paulo, 2009.
Taxa de IFL
Especialidade
Nº hospitais > Média da taxa Valor Valor
cirúrgica 250 cirurgias agregada Desvio padrão P25 P50 (Mediana) P75 mínimo máximo

CCARD 137 3,12 4,32 0,00 1,18 4,49 0,00 21,33


CGERA 385 0,85 1,84 0,00 0,00 0,92 0,00 21,43
CIRPE 262 0,29 1,06 0,00 0,00 0,00 0,00 10,15
CIVAS 359 0,74 2,28 0,00 0,00 0,36 0,00 25,00
GASCI 213 0,60 1,66 0,00 0,00 0,27 0,00 15,76
GINEC 376 0,86 2,62 0,00 0,00 0,59 0,00 36,54
NEUCI 258 3,07 5,54 0,00 1,45 3,85 0,00 50,00
ORTOP 397 0,99 1,75 0,00 0,44 1,30 0,00 16,67
PLAST 348 0,40 1,50 0,00 0,00 0,00 0,00 17,39
TORAX 193 0,50 1,93 0,00 0,00 0,00 0,00 18,52
UROCI 339 0,38 1,36 0,00 0,00 0,00 0,00 11,01
Total 441 0,94 1,47 0,07 0,51 1,23 0,00 13,32

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Tabela 4. Distribuição do número de hospitais que enviaram planilha 2 (infecções em


UTI Adulto, Coronariana e Pediátrica) ao Sistema de Vigilância Epidemiológica das
Infecções Hospitalares do Estado de São Paulo segundo GVE, 2009.

GVE Hospitais notificantes Hospitais que enviaram planilha 2


2009 Nº %
Araçatuba 28 8 28,6
Araraquara 15 6 40,0
Assis 15 5 33,3
Barretos 15 5 33,3
Bauru 32 14 43,8
Botucatu 18 3 16,7
Campinas 70 41 58,6
Caraguatatuba 5 2 40,0
Franca 8 5 62,5
Franco da Rocha 2 2 100,0
Itapeva 7 1 14,3
Jales 11 3 27,3
Marília 21 6 28,6
Mogi das Cruzes 27 22 81,5
Osasco 16 12 75,0
Piracicaba 27 15 55,6
Presidente Prudente 22 5 22,7
Presidente Venceslau 8 1 12,5
Registro 1 1 100,0
Ribeirão Preto 29 15 51,7
Santo André 36 30 83,3
Santos 17 13 76,5
São João da Boa Vista 27 8 29,6
São José do Rio Preto 38 13 34,2
São José dos Campos 21 9 42,9
São Paulo 125 110 88,0
Sorocaba 20 9 45,0
Taubaté 19 8 42,1
Total 680 372 54,7

Tabela 5. Distribuição do número de hospitais que enviaram planilha 2 (infecções em


UTI Adulto, Coronariana e Pediátrica) ao Sistema de Vigilância Epidemiológica das
Infecções Hospitalares do Estado de São Paulo segundo o tipo de UTI e GVE, 2009.
GVE UTI Adulto Pediátrica UCO
Araçatuba 8 2 1
Araraquara 6 4 2
Assis 5 2 1
Barretos 5 1 0
Bauru 12 5 2
Botucatu 3 2 1
Campinas 40 15 5
Caraguatatuba 2 0 0
Franca 5 3 1
Franco da Rocha 2 2 0
Itapeva 1 0 0
Jales 3 0 0
Marília 5 2 1
Mogi das Cruzes 21 10 2
Osasco 12 5 1
Piracicaba 15 6 3
Presidente Prudente 5 2 1
Presidente Venceslau 1 0 0
Registro 1 0 0
Ribeirão Preto 15 6 4
Santo André 29 13 1
Santos 13 7 3
São João da Boa Vista 8 0 1
São José do Rio Preto 13 4 2
São José dos Campos 9 3 1
São Paulo 104 53 14
Sorocaba 9 1 0
Taubaté 8 3 0
Total 360 151 47

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Em UTI Adulto a média de pacientes-dia Tabelas 9, 10 e 11 as taxas de utilização de


foi de 3.965 pacientes-dia e mediana de dispositivos invasivos em percentis para
2.741 pacientes-dia, no período. Já em UTI essas unidades.
Pediátrica a média foi de 1.922 pacientes-dia Foram comparadas as taxas de infec-
e a mediana foi de 1.722 pacientes-dia. ções associadas a dispositivos invasivos
Finalmente, em UTI coronariana a média foi em UTI Adulto de 2004 a 2009 (Figura 6).
de 2.493 pacientes-dia e a mediana 2.248 Houve diferença estatisticamente signifi-
pacientes-dia. cante apenas para a mediana (percentil
As Tabelas 6, 7 e 8 apresentam a distribui- 50) de pneumonia associada à ventilação,
ção das taxas de infecção em percentis em nos anos avaliados, com valor de p<0,05
UTI Adulto, Pediátrica e Coronariana e as (Figura 7).

Tabela 6. Distribuição das taxas de infecção associadas a dispositivos invasivos em


percentis em UTI adulto. Estado de São Paulo, 2009.
Densidade de incidência (por 1.000 dispositivos-dia)
Infecção sob vigilância Percentil
10 25 50 75 90

Pneumonia associada à ventilação mecânica 5,29 8,60 16,32 24,10 32,40

Infecção de corrente sanguínea associada a


0,00 1,79 4,62 9,45 15,18
cateter central

Infecção de trato urinário associada à sonda


1,12 3,24 6,33 9,78 15,46
vesical

Tabela 7. Distribuição das taxas de infecção associadas a dispositivos invasivos, em


percentis em UTI pediátrica. Estado de São Paulo, 2009.
Densidade de incidência (por 1.000 dispositivos-dia)
Infecção sob vigilância Percentil
10 25 50 75 90
Pneumonia associada à ventilação mecânica 0,00 2,46 6,00 10,64 17,96

Infecção de corrente sanguínea associada a


cateter central 0,00 3,32 7,45 12,32 19,49

Infecção de trato urinário associada à sonda


vesical 0,00 0,00 4,02 8,00 16,60

Tabela 8. Distribuição das taxas de infecção associadas a dispositivos invasivos, em


percentis em UTI Coronariana. Estado de São Paulo, 2009.

Densidade de incidência (por 1.000 dispositivos-dia)


Percentil

Infecção sob vigilância 10 25 50 75 90


Pneumonia associada à ventilação mecânica 0,00 7,75 16,48 26,91 35,19

Infecção de corrente sanguínea associada a


cateter central 0,00 1,48 4,94 83,33 15,13

Infecção de trato urinário associada à sonda


vesical 1,29 3,77 6,5 0 11,62 16,45

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Tabela 9. Distribuição das taxas de utilização de dispositivos invasivos em percentis em UTI


Adulto. Estado de São Paulo, 2009.

Taxa de utilização (%)


Percentil
Dispositivos invasivos 10 25 50 75 90

Ventilação mecânica 25,40 35,11 45, 27 56,03 65,31


Cateter central 32,50 44,58 56,52 68,68 78,47
Sonda vesical 44,50 56,86 68,25 79,28 86,98

Tabela 10. Distribuição das taxas de utilização de dispositivos invasivos em percentis em


UTI Pediátrica. Estado de São Paulo, 2009.
Taxa de utilização (%)
Percentil
Dispositivos invasivos 10 25 50 75 90

Ventilação mecânica 18,70 31,38 44,74 60,21 71,38

Cateter central 16,79 26,80 41,04 57,15 72,69

Sonda vesical 3,91 9,14 15,84 31,83 44,99

Tabela 11. Distribuição das taxas de utilização de dispositivos invasivos em percentis em


UTI coronariana. Estado de São Paulo, 2009.
Taxa de utilização (%)
Percentil
Dispositivos invasivos 10 25 50 75 90
Ventilação mecânica 6,70 14,58 20,45 31,79 37,79

Cateter central 18,42 29,41 40,74 52,75 60,72

Sonda vesical 19,00 28,24 44,36 58,82 67,83

25,00

19,92
Densidade de Incidência (x1.000)

20,00 19,40

16,98 16,25 16,32


15,52
15,00
2004

2005

10,00 2006
8,29
7,27 6,67
6,37 6,42 6,33 2007
4,85
4,97 4,71 4,62
5,00 4,14 4,20 2008

2009

0,00
DI PN X VM DI IS X CT DI IU X SV
DI PN x VM: densidade de incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica; DI IS x CT: densidade de incidência
de infecção de corrente sanguínea associada a cateter central; DI IU x SV: densidade de incidência de infecção do trato
urinário associada à sondagem vesical.

Figura 6. Comparação da mediana (P50) das densidades de incidência de infecções associadas a


dispositivos invasivos em UTI Adulto. Estado de São Paulo, 2004 a 2009.

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Bepa 2010;7(80):10-30

25,00
DI PN X VM

19,92 19,40
20,00 R² = 0,7207
16,98
16,25 16,32 p<0,05
15,52
15,00
DI PN X VM
10,00
Linear (DI PN X VM)

5,00

0,00
2004 2005 2006 2007 2008 2009

DI IS X CT
6,00
4,97 R² = 0,1619
4,71 4,85
5,00 4,62 p>0,05
4,14
4,20
4,00

3,00 DI IS X CT

2,00 Linear (DI IS X CT)

1,00

0,00
2004 2005 2006 2007 2008 2009

DI IU X SV
9,00 8,29
8,00 7,27 R² = 0,6445
6,42 6,67
7,00 6,37 6,33 p>0,05
6,00
5,00
DI IU X SV
4,00
Linear (DI IU X SV)
3,00
2,00
1,00
0,00
2004 2005 2006 2007 2008 2009

DI PN x VM: densidade de incidência de pneumonia associada a ventilação mecânica; DI IS x CT:


densidade de incidência de infecção de corrente sanguínea associada a cateter central; DI IU x SV:
densidade de incidência de infecção do trato urinário associada a sondagem vesical.

Figura 7. Comparação da mediana (P50) das densidades de incidência de infecções


associadas a dispositivos invasivos em UTI Adulto, linha de tendência linear, coeficiente
de correlação (R 2), e valor de p (nível de significância). Estado de São Paulo, 2004
a 2009.

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3. Infecções em UTI Neonatal tante destacar que um mesmo hospital


Do total de hospitais notificantes, 28% pode ter sido incluído na análise de taxas
(190/680) enviaram dados de IH de UTI em mais de uma faixa de peso.
Neonatal por meio da planilha 3 (Tabela 12). Na Tabela 13 são apresentadas as
De acordo com o critério adotado para densidades de incidência de infecção
análise dos dados para este tipo de unidade, associadas a dispositivos invasivos e suas
183 hospitais foram incluídos para cálculo taxas de utilização, distribuídas em percen-
das taxas de IH por faixa de peso. É impor- tis, por faixa de peso em UTI Neonatal.

Tabela 12. Distribuição do número de hospitais que enviaram planilha 3 (Infecções


em UTI Neonatal) ao Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções
Hospitalares do Estado de São Paulo, segundo GVE, 2009.

Hospitais notificantes Hospitais que enviaram


GVE planilha 3
2009
Nº %
Araçatuba 28 2 7,1
Araraquara 15 4 26,7
Assis 15 3 20,0
Barretos 15 1 6,7
Bauru 32 4 12,5
Botucatu 18 1 5,6
Campinas 70 20 28,6
Caraguatatuba 5 0 0,0
Franca 8 3 37,5
Franco da Rocha 2 1 50,0
Itapeva 7 1 14,3
Jales 11 1 9,1
Marília 21 2 9,5
Mogi das Cruzes 27 14 51,9
Osasco 16 10 62,5
Piracicaba 27 6 22,2
Presidente Prudente 22 4 18,2
Presidente Venceslau 8 0 0,0
Registro 1 1 100,0
Ribeirão Preto 29 6 20,7
Santo André 36 16 44,4
Santos 17 11 64,7
São João da Boa Vista 27 2 7,4
São José do Rio Preto 38 6 15,8
São José dos Campos 21 6 28,6
São Paulo 125 57 45,6
Sorocaba 20 3 15,0
Taubaté 19 5 26,3

Total 680 190 27,9

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Tabela 13. Distribuição em percentis (10, 25, 50, 75 e 90) das taxas de infecção associadas a dispositivos invasivos e taxas de
utilização, médias, valores mínimo e máximo, em UTI Neonatal, segundo faixa de peso ao nascer. Estado de São Paulo, 2009.

Faixa de Peso ao nascer UTI Neonatal

Média da taxa
A-<750 Nº hospitais agregada P10 P25 P50 P75 P90 Total
DI PN x VM 98 4,92 0,00 0,00 0,00 6,54 16,35
TX VM 66,73 35,55 50,94 65,21 86,85 100,00
DI ISLC x CT 10,12 0,00 0,00 7,66 17,37 24,48
ISSC x CT 9,28 0,00 0,00 0,00 14,89 26,24
TX CT 64,44 34,80 44,91 64,87 82,64 99,10
PAC-DIA 229,43 68 90 136 249 487 22.484

B-750-1000g Nº hospitais Média P10 P25 P50 P75 P90 Total


DI PN x VM 154 12,27 0,00 0,00 0,00 8,70 23,10
TX VM 51,58 21,63 35,45 48,93 68,14 86,02
DI ISLC x CT 11,99 0,00 0,00 6,80 16,48 27,72
ISSC x CT 14,09 0,00 0,00 5,98 14,67 29,91
TX CT 59,29 24,71 40,28 59,33 80,07 94,85
PAC-DIA 394,62 92 131 275 480 883 60.772

C-1001-1500g Nº hospitais Média P10 P25 P50 P75 P90 Total


DI PN x VM 175 9,49 0,00 0,00 0,00 9,09 23,98
TX VM 30,31 10,83 18,06 27,31 40,10 55,44
DI ISLC x CT 11,71 0,00 0,00 8,70 15,23 27,56
ISSC x CT 9,87 0,00 0,00 4,89 14,29 27,00
TX CT 49,74 21,21 31,45 49,41 66,70 83,72
PAC-DIA 648,00 165 304 496 837 1147 113.386

D-1501-2500g Nº hospitais Média P10 P25 P50 P75 P90 Total


DI PN x VM 183 7,87 0,00 0,00 0,00 9,90 23,60
TX VM 22,75 6,27 12,15 19,10 31,20 43,89
DI ISLC x CT 12,22 0,00 0,00 7,34 16,29 32,10
ISSC x CT 9,97 0,00 0,00 4,13 13,33 26,34
TX CT 39,67 8,99 21,44 40,00 56,32 69,10
PAC-DIA 763,00 191 328 572 864 1395 139.684

E->2500g Nº hospitais Média P10 P25 P50 P75 P90 Total


DI PN x VM 183 9,71 0,00 0,00 0,00 8,92 25,77
TX VM 25,44 4,50 12,46 21,48 34,86 51,01
DI ISLC x CT 9,77 0,00 0,00 4,21 12,90 20,16
ISSC x CT 14,40 0,00 0,00 0,58 10,20 24,31
TX CT 37,37 6,79 20,29 35,61 52,87 68,16
PAC-DIA 654,00 132 252 485 768 1235 119.675
DI PN x VM: densidade de incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica; TX VM: taxa de utilização de ventilação mecânica; DI
ISLC x CT: densidade de incidência de infecção de corrente sanguínea laboratorial associada a cateter central; DI ISSC x CT: densidade de
incidência de infecção de corrente sanguínea clínica (sepse clínica) associada a cateter central; TX CT: taxa de utilização de cateter central;
PAC-DIA: número de pacientes-dia.

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4. Microrganismos identificados em A Figura 8 e a Tabela 15 mostram a distri-


hemoculturas colhidas de pacientes buição dos microrganismos isolados em
com IH hemocultura de pacientes com IH do Estado de
Em 2009 foram colhidas 121.766 amos- São Paulo. Novamente, os microrganismos
tras de hemocultura pelos hospitais notifi- mais frequentemente isolados foram Staphylo-
cantes com UTI Adulto e Coronariana. coccus epidermidis e outros Staphylococcus
Foram notificados 13.203 pacientes com IH coagulase negativa e S.aureus, perfazendo um
e hemocultura positiva. A Tabela 14 mostra total de 47%, seguidos de Acinetobacter
o número e porcentagem de hospitais que baumanii (9%), Klebsiella pneumoniae (9%)
enviaram planilha 5, segundo GVE. e Pseudomonas aeruginosa (7%).

Tabela 14. Distribuição do número de hospitais que enviaram planilha 5 (hemoculturas colhidas
em UTI Adulto e Coronariana) ao Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares
do Estado de São Paulo, segundo GVE, 2009.
Hospitais que enviaram
Hospitais notificantes planilha 5
GVE
2009
Nº %
Araçatuba 28 6 21,4
Araraquara 15 6 40,0
Assis 15 3 20,0
Barretos 15 3 20,0
Bauru 32 8 25,0
Botucatu 18 3 16,7
Campinas 70 40 57,1
Caraguatatuba 5 1 20,0
Franca 8 5 62,5
Franco da Rocha 2 2 100,0
Itapeva 7 1 14,3
Jales 11 2 18,2
Marília 21 4 19,0
Mogi das Cruzes 27 20 74,1
Osasco 16 13 81,3
Piracicaba 27 14 51,9
Presidente Prudente 22 4 18,2
Presidente Venceslau 8 1 12,5
Registro 1 1 100,0
Ribeirão Preto 29 14 48,3
Santo André 36 27 75,0
Santos 17 13 76,5
São João da Boa Vista 27 9 33,3
São José do Rio Preto 38 13 34,2
São José dos Campos 21 9 42,9
São Paulo 125 90 72,0
Sorocaba 20 7 35,0
Taubaté 19 8 42,1
Total 680 327 48,1

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Acinetobacter 9%
Candida sp 6%
Outros E. Coli 4%
15% Enterococcus sp 3%

Klebsiella sp 9%
S. epidermidis e
outros SCN
30%
S. aureus
17%
Pseudomonas sp 7%

Figura 8. Distribuição dos microrganismos isolados em hemoculturas de pacientes


com IH notificados ao Sistema de Vigilância Epidemiológica das IH do Estado de São
Paulo, 2009.

Tabela 15. Distribuição de pacientes com IH e hemocultura positiva (número e porcentagem) segundo microrganismo isolado. Estado
de São Paulo, 2009.
Pacientes com hemocultura positiva e
Microorganismo infecção hospitalar
Nº %
Acinetobacter baumanii sensível a imipenen 519 3,9%
Acinetobacter baumanii resistente a imipenen 659 5,0%
Candida albicans 324 2,4%
Candida não albicans 211 1,6%
Candida sp (preencher somente quando o laboratório não identificar espécie) 222 1,7%
Escherichia coli sensível à cefalosporina de terceira geração 352 2,7%
Escherichia coli resistente à cefalosporina de terceira geração 134 1,0%
Enterococcus sp sensível à vancomicina 312 2,4%
Enterococcus sp resistente à vancomicina 135 1,0%
Klebsiella pneumoniae sensível à cefalosporina de terceira geração 481 3,6%
Klebsiella pneumoniae resistente à cefalosporina de terceira geração 704 5,3%
Pseudomonas sp sensível a imipenem 579 4,4%
Pseudomonas sp resistente a imipenem 361 2,7%
Staphylococcus aureus sensível à oxacilina 892 6,7%
Staphylococcus aureus resistente à oxacilina 1.314 9,9%
S. epidermidis e outros Staphylococcus coagulase negativa sensível à oxacilina 1.573 11,9%
S. epidermidis e outros Staphylococcus coagulase negativa resistente à oxacilina 2.417 18,3%
Outros microrganismos 2.014 15,2%
Total de pacientes com IH confirmado por hemocultura 13.203 99,8%

A Figura 9 apresenta a comparação do per- 5. Consumo de antimicrobianos


fil de resistência dos microrganismos isola- em UTI Adulto e UTI Coronariana
dos em amostras de hemocultura de pacien- (cálculo da DDD)
tes com IH, em UTI Adulto e Coronariana, Em 2009 foi introduzida a planilha 6
nos hospitais do Estado de São Paulo, 2009. para notificação do consumo de antimi-

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crobianos em UTI Adulto e Coronariana. A hospitais notificantes em UTI Adulto e


Tabela 16 apresenta número e porcenta- Coronariana, respectivamente.
gem de hospitais que enviaram a plani- Observou-se alto consumo de cefalospo-
lha 6 em 2009 e as Tabelas 17 e 18, a rinas de 3ª e 4ª geração e vancomicina nas
distribuição em percentis da DDD dos UTI Adulto e Coronariana.
70,0
59,4 59,6 60,6
60,0 % resistência
55,9

50,0
38,4
40,0
30,2
30,0 27,6

20,0

10,0

0,0
A. baumanii res. E. coli res. Cefalo VRE K. pneumoniae Pseudomonas sp MRSA S. epidermidis e
imipenen 3ª geração res. Cefalo 3ª res. imipenem outros SCN res.
geração oxacilina

Figura 9. Distribuição do perfil de resistência dos microrganismos isolados em hemocultura de


pacientes com IH no Estado de São Paulo, 2009.

Tabela 16. Distribuição do número e porcentagem de hospitais que enviaram planilha 6


(consumo de antimicrobianos – cálculo da DDD) ao Sistema de Vigilância Epidemiológica das
Infecções Hospitalares do Estado de São Paulo, segundo GVE, 2009.

Hospitais Hospitais que enviaram planilha 6


GVE notificantes 2009 Nº %
Araçatuba 28 8 28,6
Araraquara 15 3 20,0
Assis 15 2 13,3
Barretos 15 2 13,3
Bauru 32 12 37,5
Botucatu 18 3 16,7
Campinas 70 33 47,1
Caraguatatuba 5 2 40,0
Franca 8 5 62,5
Franco da Rocha 2 2 100,0
Itapeva 7 1 14,3
Jales 11 3 27,3
Marília 21 4 19,0
Mogi das Cruzes 27 20 74,1
Osasco 16 12 75,0
Piracicaba 27 14 51,9
Presidente Prudente 22 4 18,2
Presidente Venceslau 8 0 0,0
Registro 1 1 100,0
Ribeirão Preto 29 15 51,7
Santo André 36 26 72,2
Santos 17 13 76,5
São João da Boa Vista 27 7 25,9
São José do Rio Preto 38 13 34,2
São José dos Campos 21 9 42,9
São Paulo 125 67 53,6
Sorocaba 20 4 20,0
Taubaté 19 7 36,8
Total 680 292 42,9

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Tabela 17. Distribuição em percentis da densidade de consumo de antimicrobianos por 1.000


pacientes-dia (DDD) notificados para UTI Adulto. Estado de São Paulo, 2009.
DDD UTIA P10 P25 P50 P75 P90
Ceftriaxone 40,95 92,62 164,97 243,52 399,14
Vancomicina 17,06 35,51 81,90 140,35 210,91
Cefepima 10,18 29,08 66,13 115,50 178,87
Piperacilina-tazobactam 0,00 1,10 46,51 111,20 160,85
Imipenem 0,00 9,50 40,51 85,58 136,35
Ciprofloxacina parenteral 3,83 10,12 22,56 40,68 90,37
Meropenem 0,00 0,00 18,00 64,18 120,54
Levofloxacina parenteral 0,00 0,00 9,90 33,42 74,25
Ciprofloxacina oral 0,00 1,33 4,99 13,39 28,76
Ampicilina-sulbactam 0,00 0,00 2,62 15,76 33,26
Teicoplanina 0,00 0,00 1,27 23,34 70,89
Levofloxacina oral 0,00 0,00 1,12 6,11 20,75
Ceftazidima 0,00 0,00 0,93 8,09 22,22
Sulfato de polimixina B 0,00 0,00 0,75 11,22 30,96
Cefotaxima 0,00 0,00 0,00 0,12 8,24
Ertapenem 0,00 0,00 0,00 0,00 3,70
Linezolida oral 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Linezolida parenteral 0,00 0,00 0,00 0,74 18,50
Moxifloxacino oral 0,00 0,00 0,00 0,00 4,71
Moxifloxacino parenteral 0,00 0,00 0,00 1,90 30,27
Sulfato de polimixina E 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Tabela 18. Distribuição em percentis da densidade de consumo de antimicrobianos por 1.000


pacientes-dia (DDD) notificados para UTI Coronarianas. Estado de São Paulo, 2009.
DDD UTIC P10 P25 P50 P75 P90

Cefepima 0,00 16,34 43,39 62,23 118,41


Ceftriaxone 1,95 12,50 37,90 72,18 129,97
Vancomicina 8,49 15,06 37,23 57,86 106,91
Piperacilina-tazobactam 0,00 0,00 15,74 60,04 93,05
Imipenem 0,00 1,43 11,07 31,21 42,30
Ciprofloxacina parenteral 0,51 2,89 9,78 22,44 36,73
Meropenem 0,00 0,00 7,39 27,74 81,96
Levofloxacina parenteral 0,00 0,00 4,46 25,07 57,18
Teicoplanina 0,00 0,00 4,07 17,33 40,56
Ciprofloxacina oral 0,00 1,57 3,71 11,02 19,49
Ampicilina-sulbactam 0,00 0,00 0,45 4,25 16,87
Levofloxacina oral 0,00 0,00 0,42 2,33 9,26
Cefotaxima 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ceftazidima 0,00 0,00 0,00 3,13 7,27
Ertapenem 0,00 0,00 0,00 0,00 6,11
Linezolida oral 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Linezolida parenteral 0,00 0,00 0,00 2,02 10,55
Moxifloxacino oral 0,00 0,00 0,00 1,04 6,41
Moxifloxacino parenteral 0,00 0,00 0,00 3,60 36,00
Sulfato de polimixina B 0,00 0,00 0,00 6,07 19,26
Sulfato de polimixina E 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Sistema de Vigilância de Infecção Hospitalar, ESP – Ano 2009/BA Denise et al.

página 26
Bepa 2010;7(80):10-30

Infecções hospitalares em hospitais de em hospitais especializados. A Tabela 19


longa permanência e psiquiátricos mostra a distribuição dos hospitais
Além de indicadores em hospitais especializados notificantes segundo GVE.
gerais, o Sistema de Vigilância das Infec- Como observado nos hospitais gerais, o
ções Hospitalares do Estado de São Paulo número de hospitais especializados notifi-
monitora também infecções selecionadas cantes é crescente (Figura 10).
Tabela 19. Distribuição do número e porcentagem de hospitais que enviaram
planilha 4, referente aos hospitais de longa permanência e psiquiátricos. Sistema de
Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares do Estado de São Paulo,
segundo GVE, 2009.
Hospitais Hospitais que enviaram
GVE notificantes 2009 planilha 4
Nº %
Araçatuba 28 4 14,3
Araraquara 15 2 13,3
Assis 15 1 6,7
Barretos 15 0 0,0
Bauru 32 2 6,3
Botucatu 18 1 5,6
Campinas 70 6 8,6
Caraguatatuba 5 0 0,0
Franca 8 0 0,0
Franco da Rocha 2 0 0,0
Itapeva 7 0 0,0
Jales 11 0 0,0
Marília 21 7 33,3
Mogi das Cruzes 27 3 11,1
Osasco 16 0 0,0
Piracicaba 27 2 7,4
Presidente Prudente 22 4 18,2
Presidente Venceslau 8 0 0,0
Registro 1 0 0,0
Ribeirão Preto 29 1 3,4
Santo André 36 2 5,6
Santos 17 0 0,0
São João da Boa Vista 27 7 25,9
São José do Rio Preto 38 5 13,2
São José dos Campos 21 2 9,5
São Paulo 125 3 2,4
Sorocaba 20 4 20,0
Taubaté 19 2 10,5
Total 680 58 8,5

60 58
56
52 52
nº hospitais notificantes

50
50

40

30

20

10

0
2005 2006 2007 2008 2009
ano de notificação
Figura 10. Distribuição do número de hospitais de longa
permanência e psiquiátricos notificantes ao Sistema de Vigilância
Epidemiológica das IH. Estado de São Paulo, 2005 a 2009.

Sistema de Vigilância de Infecção Hospitalar, ESP – Ano 2009/BA Denise et al.

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Bepa 2010;7(80):10-30

Tabela 20. Distribuição em percentis da densidade de incidência de infecções por 1.000


pacientes-dia notificados pelos hospitais de longa permanência e psiquiátricos. Estado de
São Paulo, 2009.
Densidade de incidência (por 1000 pacientes-dia)
Percentil
Infecção sob vigilância 10 25 50 75 90

Pneumonia 0,00 0,03 0,20 0,63 1,91

Escabiose 0,00 0,00 0,11 0,36 0,95

Gastroenterite 0,00 0,00 0,09 0,65 2,72

Pacientes-dia 2.900 20.763 48.216 69.998 107.116

0,25
Densidade de Infecção por 1000 pac. dia

0,20 0,20
0,20 0,19
0,18
0,17
0,15 0,16
0,15 2005
0,15
2006
0,11 0,11 2007
0,10 0,09 0,09
2008
0,07 2009
0,05
0,05 0,04

0,00
Pneumonia Escabiose Gastroenterite
Figura 11. Distribuição comparativa das medianas das densidades de incidência de
infecções por 1.000 pacientes-dia, hospitais de longa permanência e psiquiátricos.
Estado de São Paulo, 2005 a 2009.

DISCUSSÃO
A tendência de aumento do número de cirúrgica em procedimentos seleciona-
hospitais notificantes, verificada em anos dos pode reduzir a subnotificação.
anteriores, manteve-se em 2009, 3 demons- A análise comparativa da mediana das
trando a consolidação do Sistema de taxas de infecções associadas a dispositi-
Vigilância das Infecções Hospitalares do vos invasivos em UTI Adulto, no período
Estado de São Paulo. Além disso, a maioria de 2004 a 2009, mostrou redução estatis-
dos GVE atingiu a meta de notificação ticamente significante da mediana das
proposta para o Estado, mostrando a taxas de pneumonia associada à ventila-
efetividade do trabalho desenvolvido pelos ção mecânica. Essa redução pode estar
municípios e regionais. associada à melhoria da qualidade da
As taxas de infecção cirúrgica continuam assistência ou apenas a melhor aplicação
4
abaixo do esperado, sugerindo subnotifica- dos critérios diagnósticos. Nas demais
ção. A dificuldade de realização de vigilân- taxas não houve redução estatisticamen-
cia pós-alta das infecções cirúrgicas pode te significante (p>0,05), indicando a
explicar esse resultado. Por outro lado, a necessidade de investimento em medi-
notificação de indicadores de infecção das de prevenção e controle.

Sistema de Vigilância de Infecção Hospitalar, ESP – Ano 2009/BA Denise et al.

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Em UTI Neonatal houve maior utiliza- das cefalosporinas de 3ª e 4ª geração e


ção de dispositivos invasivos nas faixas de vancomicina.
peso menores, indicando maior gravidade. As taxas de IH em hospitais especiali-
Em todas as faixas de peso observa-se taxa z a d o s m a n té m - s e b a i xa s , s u g e r i n d o
zero para pneumonia no percentil 50, suge- subnotificação associada a dificuldades
rindo dificuldades no diagnóstico desse tipo na aplicação dos critérios diagnósticos e
de infecção em neonatos. Por outro lado, em de acesso a exames complementares. 5,6,7
todas as faixas de peso a mediana das taxas
de infecção de corrente sanguínea labora-
torialmente confirmada foi maior quando CONCLUSÕES
comparada à mediana das taxas de sepse Os dados de infecção hospitalar do
clínica, indicando boa recuperação de Sistema de Vigilância das Infecções Hospi-
microrganismos em hemocultura nessa talares do Estado de São Paulo permite o
população. planejamento de ações para a prevenção e o
Os microrganismos mais frequente- controle de IH. Projetos para a avaliação da
mente isolados em hemoculturas foram relação do consumo de antimicrobianos e
os mesmos dos anos anteriores, 3 em sua resistência microbiana e para a redução das
maioria Gram positivos. O consumo de taxas de infecção de corrente sanguínea
antimicrobianos calculado por meio da estão em andamento.
DDD deve ser acompanhado por um Além disso, os critérios diagnósticos e
tempo maior, para avaliação da sua indicadores epidemiológicos estão sendo
relação com a resistência microbiana. revisados em consonância com as diretri-
8
Entretanto, foi observado alto consumo zes nacionais.

REFERÊNCIAS
1. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Epidemiológica, Coordenadoria de
Critérios nacionais de infecção relacionadas Controle de Doenças, Secretaria de Estado
à assistência à saúde em neonatologia. da Saúde. Disponível em:
Brasília, 2008 [acesso em set 2010]. http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/
Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/ cve_ihb.html
servicosaude/controle/manuais.htm. 4. Mangram AJ, Horan TC, Pearson ML, Silver
2. Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de LC, Jarvis WR. Guideline for prevention of
Saúde - CNES [acesso em set 2010]. surgical site infection, 1999. Infect Control
Disponível em: ww.cnes.datasus.gov.br. Hosp Epidemiol. 1999;20(4):247-78.
3. Divisão de Infecção Hospitalar. Vigilância 5. Smith PW, Rusnak PG. Infection Prevention
das infecções hospitalares do Estado de São and Control in the Long-Term-Care Facility.
Paulo. Dados 2004-2008 [acesso em set Infect Control Hosp Epidemiol 1997; 18:
2010]. São Paulo: Centro de Vigilância 831-849.

Sistema de Vigilância de Infecção Hospitalar, ESP – Ano 2009/BA Denise et al.

página 29
Bepa 2010;7(80):10-30

6. Almeida RC, Pedroso ERP. Nosocomial Baltimore: Williams & Wilkins, 1999.
infection in long-term care facilities. A p. 1461-79.
survey in a brazilian psychiatric hospital. 8. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Rev Inst Med Trop S Paulo. Indicadores nacionais de infecções
1999;41(6):365-70. relacionadas à assistência à saúde
7. Strausbaugh LJ, Jiseph C. Epidemiology and [acesso em set 2010]. Brasília,
prevention of infections in residents of Setembro de 2010. Disponível em:
long-term care facilities. In: Mayhall CG. http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/
Hosp epidemiol infect control. 2 ed. anvisa/home/servicosdesaude.

Correspondência/correspondence to:
Denise Brandão de Assis
Av. Dr. Arnaldo, 351, 6°andar, sala 605
CEP 01246-000 – São Paulo/SP – Brasil
Tel.: 55 11 3066-8759/Fax: 55 11 3066-8261
e-mail: dvhosp@saude.sp.gov.br

página 30
Bepa 2010;7(80):31
Resumo de tese

Adesão ao tratamento dietoterápico de pessoas vivendo com HIV/aids da


unidade de saúde “Dr. Lourenço Quilicci” – Bragança Paulista, São Paulo, SP,
Brasil
Fabiana Ximenes Bonucci Palma
Prefeitura Municipal de Bragança Paulista, SP, Brasil

A infecção por HIV resulta em complicações e riscos nutricionais para os pacientes, em qualquer etapa
da doença, e existem grandes evidências de que uma intervenção nutricional pode influenciar na
melhora da saúde destes pacientes. Com o objetivo de avaliar a adesão à dietoterapia e as mudanças
de hábitos alimentares de pessoas vivendo com HIV/AIDS, realizou-se um estudo de intervenção
nutricional, envolvendo os pacientes atendidos pela nutricionista na unidade básica de saúde “Dr.
Lourenço Quillici”, de Bragança Paulista (SP), em um período de 15 meses. Foram colhidas as
informações do prontuário e realizado um estudo comparativo entre a primeira e última consulta
nutricional nesse período. A amostra foi composta por 59 pacientes, 29,3% da população assistida
pelo programa de DST/Aids. A adesão foi maior no sexo feminino (54,2%) e predominou faixa etária
entre 30 e 49 anos. Daqueles que referiram renda, a maioria apresentou até 2 salários mínimos e de 4 a
7 anos de estudos concluídos. Os resultados mostraram que, na avaliação nutricional inicial, 54,3%
dos pacientes estavam dentro da faixa de normalidade de peso, 20% apresentavam sobrepeso e
17,2% baixo peso. No final do período de avaliação houve melhora do estado nutricional de 14,3% dos
pacientes. Em relação à análise da alimentação, 37,1% dos pacientes aumentaram o fracionamento
das refeições, 31,2% apresentavam consumo adequado do grupo dos carboidratos e 21,9%
aumentaram a ingestão conforme orientação, 40% aumentaram a ingestão de alimentos proteicos,
adequando-se à recomendação. Quanto aos hortifrutis, houve maior resistência em relação às frutas,
sendo que 57,1% mantiveram o consumo abaixo do recomendado e 25,7% aumentaram a ingestão. Já
em relação às verduras e aos legumes, 48,5% aumentaram a ingestão conforme o número de porções
recomendadas. Em relação aos alimentos de baixa qualidade, 40% dos pacientes diminuíram a
ingestão. Com esses resultados podemos concluir que a adesão ao tratamento dietoterápico foi
positiva, mas seria importante dar continuidade a esse trabalho para conhecer quais os motivos que
levaram os pacientes a não aderir mais efetivamente, e tentar amenizar as dificuldades apresentadas,
proporcionando melhor adesão às mudanças de hábitos alimentares propostas. Podemos concluir
que a adesão ao tratamento dietoterápico é um processo gradativo, uma vez que é difícil obter uma
mudança rápida do hábito alimentar por fazer parte do estilo de vida de cada indivíduo. Assim sendo,
fica evidente a importância da presença do profissional nutricionista na equipe multiprofissional,
estando este preparado e capacitado para efetuar as orientações alimentares necessárias para
conscientizar as pessoas que vivem com HIV/aids da relação entre alimentação e saúde, favorecendo
as mudanças alimentares e de estilo de vida, assumindo co-responsabilidade do seu tratamento.

Correspondência:
Fabiana Ximenes Bonucci Palma
Rua Das Andorinhas, 167 – CEP: 12914-664 – Bragança Paulista, SP, BRasil
Tel.: 55 11 4036-6550/4035-7823 – Email: fabianapalma@ig.com.br

Adesão ao tratamento dietoterápico de pessoas vivendo com HIV/aids da unidade de saúde “Dr. Lourenço Quilicci”
Bragança Paulista, São Paulo, SP, Brasil/Palma FXB
página 31
Bepa 2010;7(80):32
Summary of tesis

Adherence to diet and therapeutic treatment of people living with HIV Aids
in the health unit “Dr. Lourenço Quilicci” – city of Bragança Paulista, São
Paulo, Brazil
Fabiana Ximenes Bonucci Palma
Prefeitura Municipal de Bragança Paulista, SP, Brasil

HIV infection results in complications and nutritional risks for patients in every phase of the disease
and there are strong evidences that a nutritional intervention may influence health improvement of
these patients. Aiming to evaluate the adherence to diet therapy and changes of alimentary habits of
people living with HIV/AIDS, we performed a study on nutritional intervention, involving patients
submitted to nutritional care by the nutritionist of the Basic Health Unit “Dr. Lourenço Quillici”,
located in Bragança Paulista, during a 15 month period. We collected data from their sheets and
performed a comparative study from the first to the last nutrition clinic comprised in this period. The
sample was integrated by 59 patients, 29,3% of the population included in the SDT/AIDS program.
Adherence was higher in females, 54,2% with predominance of the age bracket comprised between
30 and 49 years. Among those who informed their personal income, the majority reported 2 minimum
wages and, regarding schooling the majority reported to be composed of people who attended 4 to 7
years of studies. Results showed that in the first nutritional evaluation, 54,3% of the patients were
among the normal weight chart, 20% were overweight and 17,2% were underweight. At the end of the
evaluation period, there was an improvement of the nutritional status for 14,3% of the patients.
Regarding their alimentary habits, 37,1% of the patients presented adequate carbohydrate intake and
21,9% increased their intake as suggested; 40% increased their protein intake, following
recommendations. Regarding vegetables, there was a higher resistance to fruit consumption,
registering that 57,1% remained with a low intake of these aliments and 25,7% increased their intake.
As for vegetables and legumes, 48,5% increased their intake according to the number of portions
recommended. Regarding low quality foods, 40% of the patients reduced their intake. With such
results, we may be able to conclude that adherence to diet therapy was positive, but it would be
important to maintain this work, in order to assess which reasons refrained patients to entirely
adhere to this treatment and reduce reported difficulties, ensuing better adherence to dietary
changes proposed. We may conclude that adherence to diet therapy is an ongoing process, since it is
difficult to obtain quick diet changes, since they are part of each person's lifestyle. Therefore, it is
possible to acknowledge the importance of the presence of the professional nutritionist among the
multiprofessional team, as a professional prepared and able to propose the necessary dietary changes
designed to raise the consciousness of people living with HIV/AIDS on the relationship between
alimentary habits and health, favoring dietary and lifestyle changes and assuming shared
responsibility of the treatment.

Correspondence to:
Fabiana Ximenes Bonucci Palma
Rua Das Andorinhas, 167 – CEP: 12914-664 – Bragança Paulista, SP, BRasil
Tel.: 55 11 4036-6550/4035-7823 – Email: fabianapalma@ig.com.br

Adherence to diet and therapeutic treatment of people living with HIV Aids in the health unit “Dr. Lourenço Quilicci”
city of Bragança Paulista, São Paulo, Brazil/Palma FXB
página 32
Bepa 2010;7(80):33
Nota

Conferência Internacional em Epidemiologia – EPI CVE


Vigilância Epidemiológica no Século 21
International Conference on Epidemiology
Epidemiologic Surveillance in the 21st Century
Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”. Coordenadoria de Controle de
Doenças. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil

O Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”


– órgão da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de
Estado da Saúde de São Paulo (CCD/SES–SP) – promoverá, em
2010, como parte das comemorações por seus 25 anos de criação, a
Conferência Internacional em Epidemiologia – EPI CVE – Vigilância
Epidemiológica no Século 21. O encontro reunirá mais de mil
profissionais de saúde pública e cientistas do Brasil e de outros
países para um amplo debate das questões envolvidas em
epidemiologia e ações de vigilância epidemiológica frente aos
desafios deste século.
A Conferência será realizada nos dias 29 e 30 de novembro
próximo, em São Paulo (SP), e contará com a colaboração de várias
instituições voltadas, inclusive em nível mundial, para a vigilância
de doenças de importância em saúde pública, emergentes e
reemergentes. No evento serão discutidos temas como a pandemia
de influenza H1N1, zoonoses, hepatites e outras doenças virais,
d o e n ç a s t ra n s m i t i d a s p o r á g u a e a l i m e n t o s , va c i n a s ,
determinantes sociais e globais de risco para as doenças,
epidemiologia molecular e novos modelos de vigilância
epidemiológica, entre outros que exigem respostas efetivas aos
desafios impostos nestes novos tempos.
O programa inclui conferências e mesas redondas com
especialistas convidados, em nível nacional e internacional. Além
disso, serão apresentadas, em painéis e pôsteres, as experiências
exitosas em vigilância epidemiológica desenvolvidas pelas equipes
locais, municipais e regionais, nos âmbitos estadual, nacional ou
fora do Brasil.

Correspondência
Ana Freitas Ribeiro
Centro de Vigilância Epidemiológica
Av. Dr. Arnaldo, 351, 6º andar
CEP: 01246-000 – São Paulo/SP – Brasil
Tel.: 55 11 30668242
e-mail: diretoria@cve.saude.sp.gov.br

Conferência Internacional em Epidemiologia – EPI CVE

página 33
Bepa 2010;7(80):34

Instruções aos Autores

Missão Resumo – Serão aceitos resumos de teses e dissertações até


O Boletim Epidemiológico Paulista (Bepa) é uma um ano dois anos após a defesa.
publicação mensal da Coordenadoria de Controle de Doenças Pelo Brasil – Deve apresentar a análise de um aspecto ou
(CCD), órgão da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo função específica da promoção à saúde, vigilância, prevenção e
(SES-SP) responsável pelo planejamento e execução das ações controle de agravos nos demais Estados brasileiros.
de promoção à saúde e prevenção de quaisquer riscos, agravos Atualizações – Textos que apresentam, sistematicamente,
e doenças, nas diversas áreas de abrangência do Sistema Único atualizações de dados estatísticos gerados pelos órgãos e
de Saúde de São Paulo (SUS-SP). Editado nos formatos impresso programas de prevenção e controle de riscos, agravos e doenças do
e eletrônico, documenta e divulga trabalhos relacionados a Estado de São Paulo.
essas ações, de maneira rápida e precisa, estabelecendo um Editoriais – São escritos por especialistas convidados a
canal de comunicação entre as diversas áreas do SUS-SP. Além comentar artigos e tópicos especiais cobertos pelo Bepa.
de disseminar informações entre os profissionais de saúde de Relatos de encontros – Devem enfocar o conteúdo do evento
maneira rápida e precisa, tem como objetivo incentivar a e não sua estrutura.
produção de trabalhos técnico-científicos desenvolvidos no Cartas – As cartas permitem comentários sobre artigos
âmbito da rede pública, proporcionando a atualização e, veiculados no Bepa, e podem ser apresentadas a qualquer
conseqüentemente, o aprimoramento dos profissionais e das momento após a sua publicação.
instituições responsáveis pelos processos de prevenção e OBS – Os informes técnicos, epidemiológico, Pelo Brasil, atualizações e
controle de doenças, nas esferas pública e privada. relatos de encontros devem ser acompanhados de carta do diretor da
instituição à qual o autor e oobjeto do artigo estão vinculados. Modelo
Política editorial disponível em: ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/outros/
Os manuscritos submetidos ao Bepa devem atender às MOD_CIENCIA_INSTIT_BEPA.pdf.
instruções aos autores, que seguem as diretrizes dos Requisitos
Uniformes para Manuscritos Apresentados a Periódicos Biomédicos, Apresentação dos trabalhos
editados pela Comissão Internacional de Editores de Revistas Ao trabalho deverá ser anexada uma carta de apresentação,
Médicas (Committee of Medical Journals Editors – Grupo de assinada por todos os autores, dirigida ao Conselho Editorial do
Vancouver), disponíveis em: http://www.icmje.org/. Boletim Epidemiológico Paulista. Nela deverão constar as seguintes
Após uma revisão inicial para avaliar se os autores atenderam informações: o trabalho não foi publicado, parcial ou integralmente,
aos padrões do Bepa, os trabalhos passam por processo de revisão em outro periódico; nenhum autor tem vínculos comerciais que
por dois especialistas da área pertinente, sempre de instituições possam representar conflito de interesses com o trabalho
desenvolvido; todos os autores participaram da elaboração do seu
distintas daquela de origem do artigo, e cegos quanto à identidade e
conteúdo (elaboração e execução, redação ou revisão crítica,
vínculo institucional dos autores. Após os pareceres, o Conselho
aprovação da versão final).
Editorial, que detém a decisão final sobre a publicação ou não do
Os critérios éticos da pesquisa devem ser respeitados. Nesse
trabalho, avalia a aceitação do artigo sem modificações, a sua recusa
sentido, os autores devem explicitar em MÉTODOS que a
ou devolução ao autor com as sugestões apontadas pelo revisor.
pesquisa foi concluída de acordo com os padrões exigidos pela
Declaração de Helsink e aprovada por comissão de ética
Tipos de artigo
reconhecida pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
Artigos de pesquisa – Apresentam resultados originais
(Conep), vinculada ao Conselho Nacional de Saúde (CNS), bem
provenientes de estudos sobre quaisquer aspectos da prevenção
como registro dos estudos de ensaios clínicos em base de dados,
e controle de agravos e de promoção à saúde, desde que no escopo
conforme recomendação aos editores da Lilacs e Scielo, disponível
da epidemiologia, incluindo relatos de casos, de surtos e/ou
em: http://bvsmodelo.bvsalud.org/site/lilacs/homepage.htm. O
vigilância. Esses artigos devem ser baseados em novos dados ou nome da base de dados, sigla e/ou número do ensaio clínico deverão
perspectivas relevantes para a saúde pública. Devem relatar os ser colocados ao final do RESUMO.
resultados a partir de uma perspectiva de saúde pública, O trabalho deverá ser redigido em Português do Brasil, com
podendo, ainda, ser replicados e/ou generalizados por todo o entrelinhamento duplo. O manuscrito deve ser encaminhando em
sistema (o que foi encontrado e o que a sua descoberta significa). formato eletrônico (e-mail, disquete ou CD-ROM) e impresso (folha
Revisão – Avaliação crítica sistematizada da literatura sobre A4), aos cuidados do editor científico do Bepa, no seguinte
assunto relevante à saúde pública. Devem ser descritos os endereço:
procedimentos adotados, esclarecendo os limites do tema. Os artigos
desta seção incluem relatos de políticas de saúde pública ou relatos Boletim Epidemiológico Paulista
históricos baseados em pesquisa e análise de questões relativas a Av. Dr. Arnaldo, 351, 1º andar, sala 135
doenças emergentes ou reemergentes. Cerqueira César – São Paulo/SP – Brasil
Comunicações rápidas – São relatos curtos destinados à CEP: 01246-000
rápida divulgação de eventos significativos no campo da vigilância e-mail: bepa@saude.sp.gov.br
à saúde. A sua publicação em versão impressa pode ser antecedida
de divulgação em meio eletrônico. Estrutura dos textos
Informe epidemiológico – Tem por objetivo apresentar O manuscrito deverá ser apresentado segundo a estrutura das
ocorrências relevantes para a saúde coletiva, bem como divulgar normas de Vancouver: TÍTULO; AUTORES e INSTITUIÇÕES;
dados dos sistemas públicos de informação sobre doenças e RESUMO e ABSTRACT; INTRODUÇÃO; METODOLOGIA;
agravos e programas de prevenção ou eliminação de doenças RESULTADOS; DISCUSSÃO e CONCLUSÃO (se houver);
infectocontagiosas. AGRADECIMENTOS; REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS; e TABELAS,
Informe técnico – Texto institucional que tem por objetivo FIGURAS e FOTOGRAFIAS.
definir procedimentos, condutas e normas técnicas das ações A íntegra das instruções aos autores quanto à categoria
e atividades desenvolvidas no âmbito da Secretaria de Estado da de arti-gos, processo de arbitragem, preparo de manuscritos
Saúde de São Paulo (SES-SP). Inclui, ainda, a divulgação de práticas, e estrutura dos textos, entre outras informações, está dispo-
políticas e orientações sobre promoção à saúde e prevenção e nível no site: http://www.cve.saude.sp.gov.br/agencia/
controle de agravos. bepa37_autor.htm.

Instruções aos Autores


página 34
Coordenadoria de SECRETARIA GOVERNO DO ESTADO
Controle de Doenças DA SAÚDE DE SÃO PAULO

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    Bepa 82 - Outubro 2010
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    Bepa91-Julho 2011
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    Bepa91-Julho 2011
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    Bepa 110
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    Bepa92 - Agosto 2011
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    Bepa97 Janeiro 2012
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    Bepa97 Janeiro 2012
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    Bepa 9611
    Controle de Vetores Orlândia
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  • Bepa 109 Julho
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    Bepa 109 Julho
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    BEPA 15 anos: revista sobre vigilância epidemiológica em SP
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    BEPA 15 anos: revista sobre vigilância epidemiológica em SP
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    Edicao 193 - Janeiro
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    Hangar 556
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  • Manual do Multímetro Digital MD-100
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    genibra
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  • Introdução aos Erros em Cálculos Numéricos
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    8 - Segurança Publica Lei 13675 de 2018
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  • Agência Tech serviços assessoria imprensa
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    Agência Tech serviços assessoria imprensa
    Giva Alexandre
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  • Grade Horaria - 1o Semestre 2023 4
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    Grade Horaria - 1o Semestre 2023 4
    Lucas Kaue
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  • Catalogo Fachada Atlanta
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    AlumiArch Esquadrias
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  • A Revolução Liberal Portuguesa
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    Ricardo Silva
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  • Mitologia dos orixás de Prandi
    Mitologia dos orixás de Prandi
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  • ANEEL Chamada PeD Armazenamento
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    Ana Luíza Ribeiro
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    claiton mesacasa
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    Clovis Petroceli
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    Curso Basico Depilacao
    Julissa Mello
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    GEOVANNA ALVES DAVID RIBEIRO
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    Luna Mayarha Araujo
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  • Aula 6 Enzimas
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