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Gama-DF
2021
AMANDA KELLY ALVES SOARES
Gama-DF
2021
AMANDA KELLY ALVES SOARES
Banca Examinadora
Agradeço a minha irmã Katlen por sempre me supervisionar e querer o melhor para mim.
Agradeço aos meus pais José e Sueli por me darem uma boa vida e me incentivarem a estudar
sempre.
Agradeço a minha madrasta, Dani, por cuidar de mim como se fosse sua filha.
Agradeço ao meu amigo, Ygor, por sempre me escutar e me ajudar quando preciso.
Agradeço as demais pessoas que participam ativamente da minha vida sempre me dando
Apesar de o modal rodoviário ser o principal meio de transporte no Brasil, este não recebe
investimentos necessários nas atividades de manutenção e restauração dos pavimentos, o que
prejudica as estruturas, afetando assim o conforto e a segurança dos usuários das vias. Neste
contexto está o município de Valparaíso de Goiás – GO, que possui poucas estruturas de
drenagem fazendo com que ocorra, em épocas de chuva, frequentes alagamentos na região
seguidos pelo surgimento de patologias nos pavimentos da via. Através de um estudo de caso
do quilômetro 2, sentido sul, da Avenida Marginal da BR 040 no município, foram analisadas
as patologias para a compreensão e o porquê delas ocorrerem, para entender a influência da
drenagem no seu aparecimento e para a análise da correlação drenagem-pavimento.
Utilizando-se da Norma 006/2003 do DNIT, foi feito o inventário do estado da superfície do
pavimento, para o cálculo do Índice de Gravidade Individual sendo o seu somatório o Índice
de Gravidade Global – IGG, que classifica o pavimento e determina a conservação rodoviária
a ser adotada. O pavimento estudado foi classificado como péssimo, sendo necessário o
recapeamento total. Foi recomendado também a construção de estruturas de drenagem para
que novas patologias não venham a aparecer.
Although the road modal is the main means of transport in Brazil, it doesn’t receive the
necessary investments in the maintenance and restoration activities of the pavements, what
damages the structures, affecting the comfort and safety of road users. In this context is the
municipality of Valparaíso de Goiás – GO, which has few drainage structures, causing
frequent overflow in the region in times of rain, followed by the appearance of pathologies on
the road's pavements. Through a case study of kilometer 2 of Avenida Marginal on BR 040,
pathologies were analyzed for the compression of why they happen, to understand the
influence of drainage on its appearance and for the analysis of the drainage-pavement
correlation. Using DNIT Norm 006/2003, an inventory of the state of the pavement surface
was made, for the calculation of the Individual Severity Index, being your the summation the
Global Severity Index – IGG, which classifies the pavement and determines which
conservation road to be adopted. The pavement studied was classified as very bad, requiring
total recapping. It was also recommended the construction of drainage structures so that new
pathologies don’t appear.
1 Introdução 14
1.1 Objetivo geral 15
1.2 Objetivos específicos 15
1.3 Problema 15
1.4 Hipótese 16
1.5 Justificativa 16
2 Revisão Bibliográfica 18
2.1 Pavimento flexível 19
2.2 Defeitos nos pavimentos flexíveis 20
2.3 Efeito da água no pavimento flexível 24
2.4 Soluções contribuintes: dispositivos de drenagem 26
2.5 Avaliação objetiva de pavimentos flexíveis 32
3 Metodologia 39
3.1 Caracterização da área 39
3.2 Inventário do estado da superfície do pavimento 40
3.3 Frequência relativa, IGI e IGG 41
4 Resultados e Discussões 42
5 Considerações Finais 48
Referências 50
1 Introdução
O modal rodoviário é o principal meio de transporte de passageiros e cargas no Brasil.
Segundo dados do Boletim Técnico da Confederação Nacional do Transporte, o modal
rodoviário teve participação de 64,86% na matriz do transporte de cargas (CNT, 2021).
Mesmo sendo de relevante uso, as rodovias não recebem os investimentos necessários.
Segundo França (2017), a falta de recursos afeta diretamente as atividades de manutenção e
restauração de pavimentos, tornando as estruturas precárias e diminuindo o conforto e a
segurança dos usuários das vias (FRANÇA, 2017).
Essa falta de investimentos provoca patologias nas estruturas, sendo que a maioria dos
problemas são causados pelo escoamento superficial e pela infiltração da água no solo.
Assim, faz-se necessário realizar a drenagem adequada para garantir a vida útil do pavimento
(UHDE, 2016).
De acordo com o Manual de Saneamento Básico da FUNASA (2019), a drenagem
urbana é garantida por Lei e suas disposições devem estar incluídas no Plano Diretor do
Município. Porém, a realidade nem sempre confere com o que é estabelecido na legislação.
Muitas cidades brasileiras possuem inconvenientes relacionados à drenagem, como é o caso
do município de Foz do Iguaçu, Paraná, que possui problemas na Avenida Juscelino
Kubitscheck. O sistema de drenagem atual do município foi baseado em levar a água o mais
rápido possível da montante para a jusante, o que provoca inundações na região mais baixa da
cidade, no caso, a Avenida Juscelino Kubitschek (SILVA, 2015).
É importante citar a fragilidade do setor de obras e planejamento dos municípios e o
fato de a drenagem urbana não gerar receitas, apenas utilizar recursos, pois, apesar da Lei
Federal nº. 11.445/2007 estabelecer a remuneração pela prestação do serviço, a cobrança não
é realizada. Destaca-se, também, a necessidade do profissional de engenharia para o
desenvolvimento adequado das cidades, pois somente com conhecimento técnico é possível
solucionar os problemas da falta de drenagem (LARENTIS, 2017).
Neste contexto, o município de Valparaíso de Goiás - GO possui poucas estruturas de
drenagem (não há o escoamento, nem o amortecimento das águas pluviais) sendo frequente os
alagamentos na região (EMPIA, 2019). Dessa forma, faz-se necessário um estudo de caso do
local, que é afetado pela drenagem precária, a fim de conhecer as causas e apontar as soluções
das patologias de pavimentos encontradas.
1.3 Problema
1.5 Justificativa
Valparaíso de Goiás é um município goiano que possui área totalmente urbana com
168.468 habitantes e densidade populacional de 2.764,04 hab/km2 para uma área de 61,45 km2
(IBGE, 2019).
De acordo com o Sistema Nacional de Informação Sobre Saneamento - SNIS (2019),
somente 6% da população do município possui atendimento de drenagem urbana, sendo essa
porcentagem referente a taxa de cobertura das vias com redes ou canais subterrâneos para a
água pluvial, e 25% dos domicílios estão sujeitos a inundação. E segundo o DATASUS,
sistema de informação do Sistema Único de Saúde, em 2018, o município teve 36 internações
por doenças de veiculação hídrica.
A partir da análise dos dados, vê-se a importância da drenagem na saúde e na
segurança. Porém a falta de drenagem também afeta a qualidade do pavimento asfáltico das
vias, pois, facilita a permanência da água pluvial na superfície ou a percolação dela no solo,
que não possui impermeabilização, podendo, assim, causar patologias. Essas patologias
afetam no deslocamento de veículos e influencia diretamente na qualidade e no conforto dos
usuários da via.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Em outro estudo de caso, feito por Marques em Lajeado (RS) (2014), analisou-se um
trecho de 300 metros da rodovia ERS-421 (Figura 3) e foram encontradas trincas
longitudinais (exemplo na Figura 4), trincas em malha tipo couro de jacaré (Figura 5),
afundamentos (Figura 6), ondulações (Figura 7), escorregamentos (Figura 8), desgastes
(Figura 9), panelas (Figura 10) e remendos além de problemas na drenagem por falta de
manutenção. Para esses defeitos foi feito um remendo subsuperficial, que retira toda a base
danificada, e a substituição por material novo, além de aplicada uma nova camada de material
betuminoso.
Figura 7 – Ondulação
Figura 9 – Desgaste
Quando ocorre a precipitação, a água tem basicamente quatro destinos: evaporar, ser
retida e/ou absorvida pela vegetação, escoar pela superfície e infiltrar no solo. Com o
crescimento das cidades, vê-se cada vez mais a impermeabilização da crosta terrestre o que
afeta, sobretudo, a infiltração e o escoamento da água da chuva (NETO; et al, 2019). Essa
impermeabilização traz uma sequência de impactos, causando, principalmente o aumento da
necessidade de um sistema de drenagem eficiente, pois, a infiltração diminui e o escoamento
superficial da água aumenta. O escoamento pode sofrer um aumento de volume causando
alagamentos que provocam diversos prejuízos à população (SANTOS, 2017). A Figura 11
mostra um exemplo de alagamento com alto escoamento superficial.
TIPO DE
DISPOSITIVOS FUNCIONAMENTO
DRENAGEM
Drenagem de
Transposição de cursos
transposição de Bueiros; pontilhões e; pontes.
d'água.
talvegues
Valetas de proteção: de corte e de
aterro; sarjetas de corte e de
aterro; valeta do canteiro central,
Capta e conduz a água de
descidas d'água; saídas d'água;
Drenagem superficial precipitação ou de áreas
caixas coletoras; bueiros de
adjacentes.
greide; dissipadores de energia;
Objetivo: escalonamento de taludes e;
desviar a corta-rios.
água do
paviment Para regiões com alto índice
o Camada drenante; drenos rasos de altura pluviométrica. São
Drenagem de
longitudinais; drenos laterais de dispositivos para drenar a
pavimento
base e; drenos transversais. água proveniente da chuva e
do lençol freático.
Já os drenos espinhas de peixes (Figura 14) são usados, geralmente, em série e fazem
a drenagem de grandes áreas, possuindo pouca profundidade. Podem ser do tipo cego (sem
tubulação) ou com tubulação (DNIT, 2006).
O colchão drenante (Figura 15) é usado quando os drenos espinhas de peixe não
podem ser usados por conta do volume a ser drenado, e também é locado a baixa
profundidade. As águas colhidas por eles são removidas por drenos longitudinais (DNIT,
2006).
A drenagem também pode conter como material o geotêxtil, que filtra a água, não
permitindo a passagem de partículas do solo (DER-SP, 2006).
Já a drenagem de travessia urbana (Figura 18) trata dos trechos urbanos ao longo das
rodovias e tem especial atenção pois não se trata somente da segurança veicular e sim também
da segurança da população. Ela é um sistema constituído por sarjetas, bocas de lobo, poços de
visita e galerias. As sarjetas ficam nas bordas dos pavimentos e conduzem a água para um
ponto de captação, que no caso é a boca de lobo. Da boca de lobo a água vai para as galerias
subterrâneas que ficam embaixo do pavimento. O poço de visita é uma estrutura que serve
principalmente para que a manutenção do sistema seja feita (DNIT, 2006).
Figura 18 – Drenagem de travessia urbana
que o defeito foi verificado” e com ela, a frequência relativa (fr) definida pela equação 1:
Por último, é calculado o índice de gravidade global (IGG) que é o somatório dos IGI.
A norma apresenta a tabela da Figura 22 para auxílio do cálculo.
Figura 22 – Planilha de cálculo do IGG
SILVA, Joacir Cesar da. Levantamento dos Principais Problemas Ligados a Drenagem na
Avenida Juscelino Kubitschek. 2015. 42 folhas. Monografia (Especialização em Gestão
Ambiental em Municípios). Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2015.
UHDE, Bruna Thays; WAYHS, Carlos Alberto Simões Pires; ECHEVERRIA, José Antonio
Santana. Análise do Comportamento de Vias com e sem Drenagem Subsuperficial com
Uso de Geocompostos. Relatório técnico-científico, XXI Jornada de Pesquisa, Unijuí, Rio
Grande do Sul, RS, 7p. 2016.