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Matemática Básica para Biologia Unidade 4

Unidade 4

Números reais

1ª parte

Metas

Esta unidade é sobre a noção de números reais, conjunto numérico criado para a
representação matemática de grandezas contínua, e que amplia o conjunto dos números
racionais.

Objetivos

Ao final desta unidade você deve:

• conhecer os números reais, assim como a sua representação em notação decimal e


geométrica;

• conhecer a noção de ordem dos números reais;

• conhecer as duas operações básicas entre números reais;

• saber resolver inequações.

Autores:
Gisela Pinto, Luciana Pena, Ion Moutinho e Cristiane Argento Página: 1
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A necessidade de ampliar o conjunto dos números racionais

Nós já falamos sobre a questão de associar grandezas a números, o chamado


processo de quantificação. É comum fazer referência a grandezas discretas e contínuas.
Por exemplo, tempo, velocidade e comprimento são casos de grandezas escalares
contínuas. Já população e número de moléculas de um gás são exemplos de grandezas
escalares discretas. É claro que estes exemplos podem variar. Se quisermos medir o
tempo em termos de dias decorridos, podemos quantificar a grandeza tempo associando-
a aos números inteiros; o que a tornaria uma grandeza discreta neste caso.
Vamos, agora, nos preocupar com as grandezas contínuas. Só para fixar ideia,
vamos considerar a grandeza comprimento. Já vimos que podemos obter um bom
processo de quantificação desta grandeza fazendo uma associação com os números
racionais. É uma boa quantificação porque os números racionais permitem considerar
submúltiplos da unidade. Em particular, permite medir comprimentos com uma precisão
tão grande quanto se queira. Para isto, basta escolher um submúltiplo da unidade
suficientemente pequeno. Por exemplo, você pode usar a unidade metro para fazer
medições. Se necessitar de mais precisão na medida, pode usar o centímetro, unidade
que é um centésimo do metro. Se quiser mais precisão na medida, pode, então, escolher
o milímetro, que é um milésimo do metro. Se ainda for necessário trabalhar com maior
precisão de medida, existem instrumentos capazes de medidas ainda mais precisas,
permitindo trabalhar com submúltiplos da unidade ainda menores. Em resumo, os
números racionais parecem formar um bom conjunto numérico para ser usado na
quantificação de grandezas contínuas.
Na prática, num processo de medição real, sem ser teórico, não é fácil
determinar o número racional exato que corresponde a um segmento dado. Por exemplo,
podemos medir um segmento com uma régua que tem marcação de centímetros e
milímetros e obter o valor 3,2 cm. Contudo, este valor pode não ser muito preciso, o
avaliador pode ficar na dúvida se a medida é mesmo 3,2 ou se não pode ser 3,3. Neste
caso, pode-se recorrer a instrumentos auxiliares. Por exemplo, com o auxílio de uma
lupa, ou de um microscópio, pode-se tranquilamente tirar esta dúvida, digamos que o
valor seja 3,2 mesmo. Ainda assim, com a melhoria do instrumento de medição, pode
aparecer outra dúvida, será que a medida mais precisa é 3,26 ou 3,27?

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Ainda do ponto de vista prático, a evolução da forma de avaliação do tamanho


de um segmento não garantirá uma avaliação definitiva, pois sempre é possível ampliar
a graduação da reta, com novos submúltiplos obtidos a partir do novo instrumento de
medição, o que causa o aparecimento de uma nova casa decimal na representação
numérica que mede o segmento. Assim, sempre é possível encontrar um número
racional que se aproxime tanto quanto se queira da medida real. Mas, por outro lado,
sempre fica a dúvida se esta medida corresponde exatamente ao segmento avaliado. Ou,
de outra forma, será que todo segmento pode ser associado a um número racional e
vice-versa?
A história sobre esta pergunta é bastante antiga e foi ela que deu origem à
primeira crise matemática. Este problema foi abordado pela escola pitagórica (século VI
a.C.) quando se perguntou sobre a medida da diagonal de um quadrado de lado 1. Na
época, eles perceberam que a diagonal de um quadrado de lado 1 não pode ser
representada por um número racional.

a
1

1 0 1 a

Você se lembra de como conseguimos determinar a? Isso mesmo, o teorema de


Pitágoras – “o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos”! Se a
é um número então, pelo teorema de Pitágoras para triângulo retângulo, vale que a2 = 12
+ 12, donde a2 = 2. Entretanto, não há número racional que elevado ao quadrado resulte
em 2. Quer ver por quê?
Vamos imaginar que exista um número racional que elevado ao quadrado resulte
p
em 2? Então vamos dizer que a = , onde p, q ∈ ℤ , q ≠ 0 e p e q primos entre si.
q
2
 p p2
2
Como a = 2 , podemos escrever   = 2 ⇒ 2
= 2 ⇒ p 2 = 2q 2 . Como 2q 2 é par,
q q

então p 2 também é par, porque p 2 = p ⋅ p . Então podemos escrever p = 2 k para algum

k ∈ℤ , o que implica em escrevermos (2k ) 2 = 4k 2 = 2q 2 , uma vez que p 2 = 2q 2 .

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Simplificando, podemos escrever 2k 2 = q 2 , ou seja, dessa forma concluímos que q


também é um número par. Ora se p e q são ambos pares, então não são primos entre si –

o que indica que a suposição de que 2 seja racional é falsa. Isso significa que não
existe um número racional que represente o segmento a. Vamos conhecer melhor os

números que, como 2 , não são racionais?

Os números irracionais

O conjunto dos números irracionais é o conjunto formado por todos os números


que não podem ser escritos sob a forma de fração. Sabemos então dizer quais números
não são irracionais:
• Nenhum inteiro ou natural é irracional
• Nenhum decimal exato é irracional
• Nenhum decimal infinito periódico (dízimas periódicas) é irracional

Os números irracionais são então números decimais com uma quantidade


infinita de casas decimais e sem caráter periódico.
Alguns números irracionais que são muito conhecidos por nós são o π e as raízes

não exatas, como 2 , − 3 5 ou 5


−10 .

O conjunto dos números irracionais é representado por ℚ e pode ser escrito


simbolicamente como

ℚ = { x, x ∉ ℚ}

Essa notação quer dizer exatamente o que escrevemos acima: é irracional o número que
não é racional.

Observe que, diferentemente dos naturais, inteiros e racionais que mantém entre
si uma relação de conjunto estar contido no outro, para os irracionais isso não acontece.
E sabe por quê? Porque ℕ ⊄ ℚ , ℤ ⊄ ℚ e ℚ ⊄ ℚ .
Mas o que significa essa barrinha acima do ℚ que colocamos para representar
os irracionais? Vamos entender isso melhor? Para isso, vamos ver os números reais!

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Os números reais

O conjunto dos números reais (ℝ) é o conjunto que reúne todos os conjuntos que
vimos até agora: naturais, inteiros, racionais e irracionais. Ele não lança exatamente um
tipo diferente de número: na verdade, ele cria uma categoria de números, que são os
números que são racionais ou irracionais.
Simbolicamente então, representamos o conjunto dos números reais assim:
ℝ = ℚ∪ℚ
A barrinha que fica acima do ℚ quando vamos indicar o conjunto dos números

irracionais significa que o conjunto ℚ é o que falta ao conjunto ℚ para chegar ao


conjunto ℝ. O conjunto que contém a barrinha é conhecido como complementar. No
nosso caso, podemos dizer que ℚ é o complementar de ℚ em ℝ.
A representação em diagramas dos números reais é bem interessante. Observe:


ℚ ℚ

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Vamos compreender bem o que esse diagrama representa? Todos os números


que você já estudou até agora são números reais e estão dentro da linha azul no
diagrama acima. O conjunto dos números reais, delimitado pela linha azul, está
organizado em dois grandes grupos: o dos números racionais (ℚ) e o dos números

irracionais (ℚ) . Por sua vez, há alguns tipos interessantes de números racionais que são
os números inteiros¨ (ℤ ) . Os números inteiros que não são negativos são chamados de
números naturais (ℕ ) .
Para o conjunto dos números reais, existem elementos que só podem ser
representados finitamente se for através de símbolos não numéricos. Um exemplo disso
é o número π, que representa o comprimento de um círculo de diâmetro 1. Outro
exemplo é o número e que está associado a várias aplicações importantes do nosso
cotidiano, como medição de resfriamento de um corpo, datação de objetos antigos
através de medição de desintegração radioativa e cálculo de juros contínuos. Como
exemplo também não podemos esquecer do número 2 . Só por curiosidade, a sua
representação decimal é parcialmente dada pela expressão
1,41421356237309504880116887242097... .
Este é um dos problemas da representação decimal para números reais que não
são racionais. Só podemos fazer referência a eles de forma parcial. Por exemplo, na
sequência de casas decimais do número 2 , não tem como saber, de imediato, qual
será a próxima casa decimal. Este caso é bem diferente do número cuja representação
1
fracionária é , pois se consideramos uma representação decimal parcial, por exemplo,
3
0,333..., sabemos que a próxima casa decimal é 3, e depois dela também é 3, e assim
sucessivamente.
Não é difícil entender que todo número real possui uma representação decimal.
Lembre-se, leitor, que o conjunto dos números reais foi criado para ser o conjunto
matemático que pode ser associado a grandezas escalares contínuas. Um exemplo deste
tipo de grandeza é o comprimento. Se o tamanho de um segmento não é múltiplo da
unidade, podemos encontrar uma medida inteira que aproxima do segmento, digamos a.
Mas, podemos melhorar, com a escolha de um submúltiplo da unidade, a medição do
segmento. Para isto, dividimos a reta graduada em dez partes e podemos, então, avaliar
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a1
melhor o segmento, digamos que a + seja a melhor aproximação, mas que não seja a
10
medida exata. Assim, é preciso dividir o submúltiplo da unidade em dez partes para
a1 a
obter uma medição melhor, digamos a + + 2 . Se esta representação numérica não
10 100
for a medida exata, é preciso dividir novamente em dez partes a fim de buscar uma
a1 a a3
medida mais aproximada, digamos, a + + 2 + . Note que esta forma de
10 100 1000
escrever um número é equivalente a notação decimal, a,a1a2a3.
Se o segmento medido não está associado a um número racional (e já vimos que
isto é possível, é o caso de 2 ), o processo de subdivisão da unidade terá que ser
repetido sempre, indefinidamente, o que irá gerar uma representação decimal infinita,
a,a1a2a3...an... . Assim, todo número real pode ser representado através de uma notação
decimal infinita.
Sabe que números não são reais? Os números que resultam de contas que não
têm resposta, ou seja, que são impossíveis de serem realizadas, como as divisões por
8
zero ou as raízes de índice par para radicandos negativos (como −4 ou −1 , por
exemplo).

Atividade 1

Determine se o número real dado é racional ou não.


a) 2,124
b) −0,1111111
c) 1,04237237237237...
d) 4,01001000100001...
e) 9,1423684579454445677777732355654...

Uma forma interessante de apresentar os números é a reta numérica. Você já a


conhece! Vamos retomá-la?

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Subconjuntos da reta real: os intervalos

O conjunto dos números reais é infinito também, assim como o conjunto dos
naturais também é. Mas são tipos de infinito diferentes, é como se o conjunto dos reais
fosse “mais infinito” que o conjunto dos números naturais. Vamos ver por quê?
Quantos números naturais existem entre 2 e 4? Apenas o 3, concorda? E quantos
números inteiros existem entre 2 e 4? Também só o 3. Agora, pense mais um pouco e
responda: quantos números racionais existem entre 2 e 4? Será também só o 3?
A resposta é NÃO! Por exemplo, 2,1 é um número racional e está entre 2 e 4. A
19
fração também é um número racional e está entre 2 e 4. 2,000001; 3,8703;
5
3,44444..., entre infinitos outros, também são números racionais existentes entre 2 e 4.
Mesmo que tomemos intervalos bem pequenos, sempre conseguimos encontrar outros
racionais entre os extremos do intervalo. Quer ver mais um exemplo?
Que racionais podem existir entre 2 e 3? Bom, podemos pensar em 2,1; 2,2; 2,3;
etc. E entre 2,2 e 2,3 temos o 2,21; 2,22; 2,23; entre 2,21 e 2,22 temos o 2,211, 2,212,
2,213 etc. e isso num processo infinito! Nunca acaba! A quantidade de racionais
existentes entre dois racionais quaisquer é infinita!

Se você acessar o link http://www.uff.br/cdme/edn/edn-html/edn-pos-br.html, vai


encontrar uma atividade interativa muito interessante e que o ajudará muito a visualizar
o que estamos falando agora. Experimente!

E com os irracionais, será que ocorre o mesmo que com os racionais?


Novamente a resposta é SIM! Há infinitos irracionais entre dois irracionais quaisquer!
π
Quer ver um exemplo? Entre 2 e π , por exemplo, podemos destacar 2 2 , 3, ,
2
2,348283749028749032739409384759... (lembre-se que 1,41 e 3,14 são aproximações

decimais para 2 e π ), entre infinitos outros.


Esse tipo de infinito que também diferencia os números naturais e inteiros dos
racionais, irracionais e reais podem complicar bastante para escrever subconjuntos dos
números reais. Por exemplo, se quisermos escrever o conjunto A = { x ∈ ℤ / −3 < x < 5} ,

podemos escrever A = {-2, -1, 0, 1, 2, 3, 4}, ou ainda, o conjunto B = { x ∈ ℤ / x < 5} , ele

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poderá ser escrito assim: B = {..., -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4}. Entretanto, se o conjunto
for C = { x ∈ ℝ / −3 < x < 5} , ou seja, o conjunto formado por todos os números reais

entre -3 e 5, como poderíamos escrever esse conjunto? Ou o conjunto


D = { x ∈ ℝ / x < 5} , que engloba todos os números reais menores que 5, como ficaria?

Difícil isso, concorda?


A solução para esse problema é usar o que conhecemos como intervalos reais.

Um intervalo real é um segmento de reta na reta numérica, ou seja, é um subconjunto


sem interrupções intermediárias do conjunto dos números reais.

Já vimos que não conseguiremos escrever todos os seus elementos... A saída é


usarmos um instrumento poderoso: a reta numérica! Quer ver como fazemos isso?
Como exemplo, vamos representar o conjunto C = { x ∈ ℝ / −3 < x < 5} ?

-3 5 C
Prático, não? O uso da reta numérica indica que, no trecho em vermelho, estão
todos os números entre -3 e 5.
Mas há ainda um problema aqui... Quer ver qual é? Observe o seguinte
intervalo:
C1 = { x ∈ ℝ / −3 ≤ x < 5} . Vamos representa-lo na reta?

-3 5 C1
Qual a diferença entre a representação na reta numérica de C e de C1? Somente
olhando a representação na reta você consegue perceber qual a diferença entre os
intervalos C e C1? Bem, olhando para os intervalos representados na reta numérica, não
há diferença alguma! Mas quando olhamos para a representação na notação de conjunto
vemos que −3 ∈ C1 mas −3 ∉ C , uma vez que em C temos −3 < x < 5 e em C1 temos
−3 ≤ x < 5 .
Nosso problema agora é pensar em uma maneira que nos permita, simplesmente
olhando a representação do intervalo na reta numérica, fazer a distinção entre C e C1. A
estratégia que utilizaremos para resolver essa questão é associar uma bolinha fechada
(•) ao elemento que queremos incluir na representação na reta numérica ou uma bolinha

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aberta () ao elemento que não pertence ao intervalo, mas apenas o limita. Veja abaixo
como essa estratégia se mostra excelente para resolver esta questão!

-3 5 C

-3 5 C1
Prático, concorda?
Veja agora, no geral, como representamos os intervalos reais!

Representação por Notação Representação por


Representação Geométrica
de Conjunto Notação de Intervalo

{ x ∈ ℝ / a < x ≤ b} ]a, b] ou ( a, b]

{ x ∈ ℝ / a ≤ x < b} [ a, b[ ou [ a, b )

{ x ∈ ℝ / a ≤ x ≤ b} [ a, b ]

{ x ∈ ℝ / a < x < b} ]a, b[ ou ( a, b )

{ x ∈ ℝ / x ≤ a} ]−∞, a ] ou ( −∞, a ]

{ x ∈ ℝ / x < a} ]−∞, a[ ou ( −∞, a )

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{ x ∈ ℝ / x ≥ a} [ a, +∞[ ou [ a, +∞ )

{ x ∈ ℝ / x > a} ]a, +∞[ ou ( a, +∞ )

Algumas associações que podemos fazer são as seguintes:

a) Em um intervalo com extremo pertencente ao conjunto, usamos os sinais de


desigualdade com o igual ≤ ou ≥ na notação de conjunto. Na reta numérica, a
inclusão do extremo é feita por meio de uma bolinha fechada •. Na notação de
intervalo, os colchetes voltados para dentro indicam a inclusão do extremo ao
qual estão associados [ ou ].
b) Em um intervalo com extremo não pertencente ao conjunto, usamos os sinais de
desigualdade sem o igual < ou > na notação de conjunto. Na reta numérica, a
inclusão do extremo é feita por meio de uma bolinha aberta  . Na notação de
intervalo, os colchetes voltados para fora ] , [ ou os parênteses ( , ) indicam que
o extremo ao qual estão associados não pertencem ao conjunto.
c) Um símbolo novo também está sendo apresentado a você agora: o símbolo do
infinito, que é um 8 deitado: ∞ . Este símbolo pode ser associado ao sinal +,
gerando +∞ , que representa o infinito positivo, no sentido para a direita na reta
real, ou ao sinal de -, gerando −∞ . Representando o infinito negativo, no sentido
para a esquerda na reta real. O símbolo ∞ é usado na representação dos
intervalos por notação de intervalo, que podemos visualizar na terceira coluna da
tabela acima.

Vamos ver alguns exemplos?


1) O intervalo representado abaixo contém todos os números reais
compreendidos entre 1 e 3, incluindo o 3. Podemos escrevê-lo como
{ x ∈ ℝ / 1 < x ≤ 3} , usando notação de conjunto, ou ]1;3] ou ainda (1;3] , usando

notação de intervalo.
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2) O intervalo representado abaixo contém todos os números reais


compreendidos entre -3 e 0, incluindo o -3. Podemos escrevê-lo como
{ x ∈ ℝ / −3 ≤ x < 0} , usando notação de conjunto, ou [ −3, 0[ ou ainda [−3,0) ,

usando notação de intervalo.

3) O intervalo representado abaixo contém todos os números reais


compreendidos entre -1 e 2, incluindo os dois extremos. Podemos escrevê-lo
como { x ∈ ℝ / −1 ≤ x ≤ 2} , usando notação de conjunto, ou [ −1; 2 ] , usando

notação de intervalo.

4) O intervalo representado abaixo contém todos os números reais


compreendidos entre -6 e -1, mas sem incluir nenhum dos dois extremos.
Podemos escrevê-lo como { x ∈ ℝ / −6 < x < −1} , usando notação de conjunto,

ou ]−6; −1[ ou ainda (−6; −1) , usando notação de intervalo.

5) O intervalo representado abaixo contém todos os números reais que


são menores que -2, incluindo o -2. Podemos escrevê-lo como { x ∈ ℝ / x ≤ −2} ,

usando notação de conjunto, ou ]−∞; −2 ] ou ainda (−∞; −2] , usando notação de

intervalo.

6) O intervalo representado abaixo contém todos os números reais que


são maiores que −3 , incluindo o −3 . Podemos escrevê-lo como

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{ x ∈ ℝ / x ≥ −3} , usando notação de conjunto, ou [ −3; +∞[ ou ainda [−3; +∞) ,

usando notação de intervalo.

7) O intervalo representado abaixo contém todos os números reais que


são menores que 4, sem incluir o 4. Podemos escrevê-lo como { x ∈ ℝ / x < 4} ,

usando notação de conjunto, ou ]−∞; 4[ ou ainda (−∞; 4) , usando notação de

intervalo.

8) O intervalo representado abaixo contém todos os números reais que


são maiores que 10, sem incluir o 10. Podemos escrevê-lo como { x ∈ ℝ / x > 10}

usando notação de conjunto, ou ]10; +∞[ ou ainda (10; +∞) , usando notação de

intervalo.

Operações com Intervalos Reais

Como os intervalos numéricos são conjuntos, as operações de união (∪) e


interseção (∩) podem ser realizadas entre eles. A lógica é exatamente a mesma: quando
unimos dois intervalos, juntamos todos os elementos dos dois intervalos em um só;
quando fazemos a interseção entre dois intervalos, buscamos o que há de comum nos
dois. Vamos ver como isso funciona?
Vamos fazer juntos, como exemplo, a união e a interseção dos intervalos
A = { x ∈ ℝ / x ≥ −3} e B = ]−6; −1[ . Uma sugestão que ajuda muito é fazer a

representação na reta numérica para visualizar melhor as operações.

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A ideia, na união, é de juntar os dois intervalos em um só, como se as duas


representações na reta numérica se sobrepusessem e demarcássemos na união tudo que
ficou pintado em um só dos conjuntos ou nos dois. Para a interseção, a ideia é a mesma,
a de sobreposição, mas aí vamos marcar apenas o “pedaço” que ficou pintado nos dois
intervalos ao mesmo tempo. E como respondemos então? Simples, retomando a
representação em notação de conjunto e/ou em notação de intervalo para A ∪ B e para
A ∩ B. Veja!
A ∪ B = { x ∈ ℝ / x < −6} ou A ∪ B = ]−∞; −6[ = ( −∞; −6)

A ∩ B = { x ∈ ℝ / −3 ≤ x < −1} ou A ∩ B = [−3; −1[= [−3; −1)

Vamos praticar isso um pouco para finalizar esta aula? Agora é com você!
Atividade 2 - Vamos fazer a união e a interseção dos intervalos A e B
apresentados em cada item que se segue?
a) A = { x ∈ ℝ / −2 < x ≤ 5} e B =] − ∞, 0[

b) A = [3,5[ e B = { x ∈ ℝ / 2 ≤ x ≤ 10}

c) A = { x ∈ ℝ / x ≤ −5} e B = [ −6; 0[

d) A =] − ∞,1[ e B = { x ∈ ℝ / x ≥ −1}

e) A = { x ∈ ℝ / x < −4} e B = [2; +∞ )

As operações adição e multiplicação de ℝ

Provavelmente, o maior problema de se considerar as representações decimais


para os números reais seja na hora de definir as operações adição e multiplicação. Por
exemplo, se você considerar a representação decimal parcial, 1,41, no lugar de 2,
2
verá que esta representação decimal não satisfaz a equação x = 2.
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No caso dos números reais, ℝ, a melhor opção para realizar somas e produto é
fazer uso da Álgebra elementar. Isto significa que, para um estudo inicial, a melhor
maneira de se trabalhar com as operações é usar e abusar das propriedades operacionais
que já conhecemos.

Atividade 3
a) Estude o seguinte desenvolvimento de contas. Identifique as propriedades
utilizadas ao longo das contas.
−3( 7 5 − 2π) + 7
5 = −3 7 5 + 6π + 7 5 = −3 7 5 + 7
5 + 6π = −3. 7
5 + 1. 7
5
+ 6π =
7
= (−3 + 1). 5 + 6π = −2 7 5 + 6π.
b) Desenvolva as contas dadas a seguir realizando o máximo de transformações
possível.

− 2( 2 − 3π) + 2 3 / 2
i) ii) − 35 + 5.34 − 2.33 + 12.32.
π
c) Encontre a média aritmética de 21, 21, 10, 28, 33, 33, 28, 10, 10, 28, 21 e 21
(soma dos valores dividida por 12), mas evitando ao máximo de fazer contas grandes.
7
d) Resolva a equação 5 x + 2 = x − π.

 2 x − y = π
e) Resolva o sistema de equações,  .
3x + 2 y = 5 3

A relação de ordem em ℝ

O conjunto ℝ∗ (conjunto dos números reais positivos) permite definir uma


relação de ordem entre os números reais. Dizemos que x < y (ou y > x) se y − x ∈ ℝ∗ .
Com esta notação, temos que x > 0 se, e só se, x∈ ℝ∗ e x < 0 se, e somente se, x∈ ℝ∗
(conjunto dos números reais negativos).
A relação x < y pode ser representada na reta da seguinte maneira (O representa
o ponto associado ao zero e o segmento OU representa a unidade):

O U x y

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É claro que a noção de ordem é um fato bastante intuitivo, mas devemos tomar
certo cuidado com a apresentação deste conceito. Dizer que x < y se “x está à esquerda
de y” é um pouco impreciso. Se uma pessoa virar a folha de cabeça para baixo ou olhá-
la pelo seu verso, verá a relação x < y mudar para y < x.
Juntando o significado de x < y com o significado de x > 0, temos que x < y se, e
só se, y − x > 0. Esta última equivalência é muito útil para verificações. Usamos ainda x
≤ y para significar que x < y ou x = y.
O estudo da relação de ordem torna-se bastantes útil quando precisamos estudar
desigualdades.
Exemplo: Vamos resolver a inequação 3x + 1 < 2x. O procedimento é bastante
parecido com o de resolução de equações. (Mas não é igual!) Utilizando a propriedade
(c) duas vezes, temos:
3x + 1 < 2x ⇔ 3x + 1 + (−2x) < 2x + (−2x) ⇔ x + 1 < 0 ⇔
⇔ x + 1 + (−1) < 0 + (−1) ⇔ x < −1
Assim, 3x + 1 < 2x ⇔ x < −1. Ou seja, a solução da inequação, 3x + 1 < 2x, é
todo x ∈ ℝ tal que x < −1.
Exemplo: Vamos resolver a inequação 4x < 3. Só precisamos isolar x. Para isto,
1
segundo a propriedade (d), basta multiplicar os dois lados da inequação por , para,
4
1 1 3
então, obter .4x < .3. Daí, x < .
4 4 4
Exemplo: Para resolver a inequação, 1 − √2x < 2, podemos proceder assim:
1 − √2x < 2 ⇔ (−1) + 1 − √2x < (−1) + 2 ⇔ − √2x < 1 ⇔ − √2x < 1 ⇔
   √
 . −√2x >  .1 ⇔ x > − =− .
√ √ √ 

Não deixe de notar a troca de sinal no momento da multiplicação dos dois


membros por um número negativo!

Atividade 4
a) Diga se é verdadeiro ou falso: −a ∈ ℝ −.
b) Resolva a inequação dada

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Matemática Básica para Biologia Unidade 4

x x −1
1. 2x + 1 ≤ x + 6 2. 2 − 3x ≥ x + 14 3. ≤ 4. 2(x + 3) >
−2 −3
3(1 − x)
3
5. 3(1 − 2x) < 2(x + 1) + x − 7 6. 2x+1< x
2
x
c) Existe um maior número inteiro que seja solução da inequação + 9 < 17 ? E
3
um número real?
d) Justifique porque a implicação a < x e b < y ⇒ a − b < x − y é falsa (utilize a
representação geométrica).
e) Explique porque a equação x2 = a não tem solução quando a < 0.

f) Considere a inequação 
> 2. Um desenvolvimento dela é apresentado a

seguir.
 

> 2 ⟺ 1 > 2   ≠ 0 ⇔  <    ≠ 0, logo o conjunto solução é uma

união de intervalos, a saber S= !−∞, 0# ∪ !0, #.

Note que esse conjunto contém números que não resolvem a inequação, como x
= −2, x = −1/2. Onde está o erro???

Atividade 5
a) É sempre muito interessante trabalhar com a representação gráfica da noção
de intervalo. Por exemplo, um intervalo da forma (a,b] pode ser representado
graficamente por

a b

Represente geometricamente cada tipo de intervalo.


b) Diga se é verdadeiro ou falso.
• A interseção de dois intervalos é sempre um intervalo.
• A união de dois intervalos é sempre um intervalo.
c) Escreva o conjunto X = {x ∈ ℝ | x ≠ 0} em termos de intervalos (você vai ter
que usar a união).

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Uma possibilidade de aplicação da notação para intervalos é na descrição de


soluções de inequações. Em exemplo anterior, sobre a inequação 3x + 1 < 2x, foi
determinado que a solução da inequação é dada por todo x ∈ ℝ tal que x < −1. Uma
maneira de expressar tal fato, usando a linguagem de conjuntos, é dizer que o conjunto,
S, de soluções de 3x + 1 < 2x é dado por
S = {x ∈ ℝ | x < −1}.
Pela notação introduzida, este conjunto pode ser expresso de forma abreviada
por
S = (−∞, −1).
Se você quiser, a solução pode ser representada geometricamente, na reta
graduada. Neste caso temos S representado na reta da seguinte maneira.

−1 0

Atividade 6
Dê a resposta de cada inequação do item (b) da atividade 4 em termos de
intervalo. Represente cada solução graficamente.

A noção de intervalo aparece com mais força quando se fala em sistema de


inequações. Vejamos um caso.
2 x + 1 < 5
Exemplo: Vamos resolver o sistema de inequações  . Lembre que
− x + 3 < 6
resolver um sistema de inequações significa determinar os números que são soluções de
todas as inequações ao mesmo tempo. Vejamos em detalhes.
A primeira inequação é simplificada para 2x < 4, donde x < 2. Assim, o conjunto
solução da primeira inequação é dado por S1 = (−∞, 2).
A segunda inequação é simplificada para −x < 3, donde x > −3. Assim, o
conjunto solução da primeira inequação é dado por S1 = (−3, +∞).
E o conjunto solução do sistema? Sabemos que x é solução do sistema se, e só
se, é solução das duas inequações. Assim, x ∈ S, conjunto solução do sistema, se, e só
se, x ∈ S1 e x ∈ S2, ou seja, x ∈ S1 ∩ S2.

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Vejamos isto numa representação gráfica. A seguir, temos os conjuntos S1 e S2


em destaque na reta graduada.

0 2

−3 0

As soluções do sistema de inequações devem atender às duas condições


simultaneamente. Os pontos da reta que satisfazem esta condição são facilmente
determinados pelo desenho. Confira a seguir.

−3 0 2

Assim, pelo desenho, o conjunto solução do sistema de inequações é dado por


S = ( −3, 2) .
Para que não fique dúvidas sobre o que foi feito, verifique que S é o conjunto
solução. Pegue alguns pontos do intervalo e substitua no sistema. Veja se as relações
são atendidas. Só para ficar mais claro, pegue alguns pontos menores do que −3 e outros
maiores do 2 e veja o que acontece com as inequações do sistema para estes valores.

Atividade 7
Resolva os sistemas de inequações. Represente o conjunto solução graficamente
e em termos de intervalo.
2 x ≤ 6 4 x + 1 ≤ 9 2 x + 1 ≤ x + 6
1.  2.  3. 
− 3 x < 9 3 x ≥ x − 14 2 − 3x ≥ x + 14
2 x − 1 ≤ 0 4 x + 8 < 0
4.  5. 
− 3 x < 4 − 3 x + 1 ≤ 0

Resposta das atividades

Atividade 1:
Solução:
a) e b)Racionais, pois possuem um número finito de casa decimais.

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c) Racional, pois indica uma dízima periódica composta. A representação pode ser
escrita como 1,04 '''''
237.
d) Irracional, pois a representação decimal é infinita e não faz indicação de ser dízima
periódica.
e) É indeterminado. O fato da representação parcial não indicar padrão de repetição não
significa que depois da última casa decimal indica, 4, não teremos uma dizima
periódica.

Atividade 2:
A ∪ B = { x ∈ ℝ / x ≤ 5} ou ]−∞,5]
a)
A ∩ B = { x ∈ ℝ / − 2 < x < 0} ou ] − 2, 0[

A ∪ B = { x ∈ ℝ / 2 ≤ x ≤ 10} ou [ 2,10 ]
b)
A ∩ B = { x ∈ ℝ / 3 ≤ x < 5} ou [3,5[

A ∪ B = { x ∈ ℝ / x < 0} ou ]−∞,0[
c)
A ∩ B = { x ∈ ℝ / − 6 ≤ x ≤ −5} ou [ -6,-5]

A ∪ B = x ∈ ℝ ou ]−∞,+∞[
d)
A ∩ B = { x ∈ ℝ / − 1 ≤ x < 1} ou [ −1,1[

A ∪ B = { x ∈ ℝ / x < −4 ou x ≥ 2} ou ]−∞,-4[ ∪ [ 2; +∞[


e)
A ∩ B = ∅ ou { }

Atividade 3:
Soluções:
) ) ) ) ) )
, − 3. √5 + !−3#. !−2#* + √5 =
a) −3√5 − 2* + √5 = , − 3 √5 + 6* + √5
-# .#  ×
) ) ) ) )
, − 3 √5 + √5 + 6* =
= , !−3 + 1#. √5 + 6*
, − 3. √5 + 1. √5 + 6* =
1# 2# 3#
)
=
, − 2√5 + 6*
.#

7
√ 56  98 √ :6 √ :6
b) 4# 6
= 6
= 6
= 6

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ii) −3; + 5. 3< − 2. 35 + 12. 3 = 35 [!−3 + 5#3 − 2 + 4] = 27.8 = 216

21 + 21 + 10 + 28 + 33 + 33 + 28 + 10 + 10 + 28 + 21 + 21
=
Média = 12
c)
4.21 + 3.10 + 3.28 + 2.33
= =
12
3(4.7 + 10 + 28 + 2.11) 2(14 + 5 + 14 + 11) 14 + 14 + 16
= = = = 7 + 7 + 8 = 22
12 4 2

) ) )
d) √5x + 2 = x − π → √5x − x = −2 − π → x√5 − 1 = −2 − π →
−2 − *
x= )
√5 − 1

C C
√ 6 √5  √5 56√
e)  = ;
e D= ;√
.

Atividade 4:
Solução:
a) Nada podemos afirmar. Se a > 0 então –a < 0. Mas, se a < 0 então –a > 0.
b)
1. 2x + 1 ≤ x + 6 ⇔ 2x−x ≤ 6 − 1 ⇔ x ≤ 5.
Assim, S = {x ∈ ℝ | x ≤ 5}.

12
2. 2 − 3x ≥ x + 14 ⇔ −x − 3x ≥ 14 − 2 ⇔ −4x ≥ 12 ⇔ x ≤ ⇔ x ≤ −3.
−4
Assim, S = {x ∈ ℝ | x ≤ −3}.

x x −1 x x −1
3. ≤ ⇔ ≥ ⇔ 3x ≥ 2 x − 2 ⇔ x ≥ −2 .
−2 −3 2 3
Assim, S = {x ∈ ℝ | x ≥ −2}.

4. 2(x + 3) > 3(1 −x) ⇔ 2x + 6 > 3 – 3 x ⇔ 5x>−3 ⇔ x>−3/5.

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Assim, S = {x∈ℝ | x>−3/5}.

5. 3(1 − 2x) < 2(x + 1) + x− 7 ⇔ 3 − 6x < 2x + 2 + x− 7 ⇔ −9x < −8 ⇔ x >


−8 8
⇔x> .
−9 9
Assim, S = {x ∈ ℝ | x > 8/9}.
5 5 5
6. √2  + 1 <   ⇔ √2  −   < −1 ⇔  √2 −  < −1
  
⇔> 7 ⇔> 7 = 5 √, (note que a mudança de sinal ocorreu
√   √
8 8

5 
porque√2 < ). Assim, E = FGℝ| > 5 √}

x x
c) Temos que + 9 < 17 ⇔ < 8 ⇔ x < 24. Assim, o maior número inteiro que é
3 3
x
solução da inequação + 9 < 17 é o maior número inteiro x tal que x < 24. Ou
3
seja, x = 23. No entanto, não existe um maior número real no interior do
intervalo (−∞, 24), que seja solução desta desigualdade. (Isso é uma
curiosidade, por enquanto. Em outras disciplinas mais para frente do curso você
irá ver o porquê. É consequência de uma propriedade do conjunto dos números
reais. Sempre existirá um número real maior do que qualquer outro que você
imaginar e menor que um outro que você imaginar no interior de um intervalo
aberto.)

d) Note que a − b < x − y ⟺ J −  < K − D ⟺  − J > D − K. Portanto, se


tomarmos a < x tal que a distância de x a a, x − a, seja menor ou igual à
distância de y a b, y − b, teremos  − J ≤ D − K ⟺  − D ≤ J − K, portanto a
desigualdade do enunciado é falsa, pois não vale em geral.
Tome por exemplo a=2, x=3, b=1 e y=4, então a < x, b < y, porém 1= a − b >
x − y = −1. Há uma infinidade de outros exemplos, encontre outros. Acompanhe
a explicação a partir do desenho a seguir.

b a y x

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e) Observe que   M 0, ∀ ∈ ℝ, logo não existe x real cujo quadrado seja


negativo. Assim a equação dada não tem solução no conjunto dos números
reais.

f) Só podemos dizer que > 2 ⟺ 1 > 2 quando x > 0.


Atividade 5:
Solução:
a)(a,b)

[a,b)

[a,b]

[J, ∞#

!J, ∞#

!−∞, J]

!−∞, J#

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ℝ = !−∞, ∞#

b)
• A afirmação é verdadeira. Bom, isto considerando o caso em que a interseção é
diferente do conjunto vazio, é claro. Neste caso, a interseção de intervalos (a, b)
e (c, d) é o intervalo (m, n), onde m = máximo{a, c} e n = mínimo{b, d}. Faça
um desenho para ilustrar o narrado aqui. Para os outros tipos de intervalos a
afirmativa também é verdadeira. Faça esboços.
• Esta afirmação é falsa. Por exemplo, a união de (−2, 0) e (1, 5) não é um
intervalo. Verifique isto com um desenho.

c) Basta fazer X = (−∞, 0) ∪ (0, +∞).

Atividade 6:
Solução:
1. !−∞, 5]

2. (-∞,-3]

3. [-2, +∞)

5
4. !− , +∞#
;

P
5. ( , +∞#
Q


6. ! , +∞)
5 √

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Atividade 7:
Solução:
1. 2 ≤ 6 ⇔  ≤ 3 e −3 < 9 ⇔  > −3. Fazendo a interseção entre os dois
intervalos, obtemos E = !−∞, 3] ∩ !−3, ∞# = !−3,3].

2. 4 + 1 ≤ 9 ⇔ 4 ≤ 8 ⇔  ≤ 2 e 3 M  − 14 ⟺ 2 M −14 ⟺  M −7.
Fazendo a interseção entre os dois intervalos, obtemos E = !−∞, 2] ∩
[−7, ∞# = [−7,2].

3. 2 + 1 ≤  + 6 ⟺  ≤ 5 e 2 − 3 M  + 14 ⟺ −12 M 4 ⟺ −3 M .
Fazendo a interseção entre os dois intervalos, obtemos E = !−∞, 5] ∩
!−∞, −3] = !−∞, −3].

 <
4. 2 − 1 ≤ 0 ⟺ 2 ≤ 1 ⟺  ≤ e −3 < 4 ⇔  > − . Fazendo a
 5
 < < 
interseção entre os dois intervalos, obtemos E = −∞, T ∩ − , ∞ = !− , ].
 5 5 

5. 4 + 8 < 0 ⟺ 4 < −8 ⟺  < −2 e −3 + 1 ≤ 0 ⟺ −3 ≤ −1 ⟺



 M . Fazendo a interseção entre os dois intervalos, obtemos E = ∅.
5

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