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Introdução

Com o passar do tempo, ao longo da história o homem, com a finalidade de encontrar uma representação para
determinadas situações criou símbolos para satisfazer suas necessidades. Assim, com o objetivo de contar objetos e
coisas, surgiu o número. A palavra NÚMERO - vem do verbo Grego nemein, que significa “dividir, dar a cada um o que
lhe toca”, que deriva de uma fonte Européia nem, isto é, “repartir, distribuir”. Além disso, os trabalhadores de uma época
bem antiga para controlar seus rebanhos de ovelhas, os associavam a pedras que guardavam em sacolas. Dessa forma,
cada ovelha correspondia a uma pedrinha. Esses trabalhadores no início e final do dia, faziam as devidas
correspondências. Com isso, caso sobrasse pedra, faltava ovelha, ou no caso de faltar pedras tinham ovelhas de outros
rebanhos. Nesse contexto, como pedrinha em latim significa "Calculus", daí vem o nome que conhecemos como sendo
Cálculo. Assim, diante das necessidades encontradas foram surgindo novos tipos de números e se juntando aos já
existentes. Com o passar do tempo, por questões práticas e necessárias, foi preciso agrupá-los formando estruturas com
características e propriedades comuns, denominados por Conjuntos Numéricos.

Conforme sabemos, certos conjuntos cujos elementos são números que guardam entre si algumas característica comuns
são denominados Conjuntos Numéricos. Os primeiros números a surgirem foram os naturais, eles tinham o objetivo de
representar quantidades. Dessa forma, o conjunto dos números Naturais (do latim naturae = natural, espontâneo),
representado por ℕ, foi criado para contar, ordenar, identificar objetos e coisas. Esses números utilizados para essa
finalidade formam o conjunto dos números naturais, que é indicado da forma ℕ={0,1,2,3,4,5,6,7,8...}.
Esse conjunto tem algumas propriedades como: - Todo número natural tem um sucessor (sucessor de 13 é 14); - existem infinitos números naturais; - todo número natural,
com exceção do zero, tem um antecessor (antecessor de 25 é 24); - a soma de dois números naturais sempre é um número natural; - o produto de dois números naturais
sempre é um número natural.

Após a criação dos números naturais, com o crescimento do comércio e o avanço da utilização dos cálculos, surgiu a
necessidade de utilizar novos símbolos para facilitar essas transações comerciais. Assim, foi criado um novo conjunto
numérico, denominado Conjunto dos números Inteiros, representado por ℤ (do alemão Zahl = número; conta). Esse
conjunto foi constituído por ℤ = ℕ ∪ números negativos (∪ = símbolo da operação união ou reunião de
conjuntos), representado por ℤ = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3 ...}. O conjuntos dos números inteiros tinha como objetivo indicar
e representar situações de lucro e prejuízo. Essas situações eram representadas com o símbolo do positivo (+) para
casos de lucro, ou negativo (-) para casos de prejuízo. Notamos que ℕ⊂ ℤ (O conjunto dos números naturais está contido
no conjuntos dos números inteiros).

No entanto, com a criação dos números naturais e inteiros, apareceu a necessidade de demonstrar partes de um inteiro e
as divisões que não obtinham resultados exatos, mas sim resultados decimais. Logo, foram criados outros números,
denominados Conjunto dos números Racionais. Os números racionais surgiram da dificuldade de se dividir uma coisa
menor por uma maior, isto é, efetuar uma divisão em que o dividendo é menor que o divisor. Representa-se os números
racionais pelo símbolo ℚ (do latim quocientis = divisão; o nome racional também deriva do latim: rational - ratio = divisão;
reparte). Esse conjunto, é matematicamente definido como sendo o quociente entre dois números inteiros p e q
representados sob a forma p/q em que q é diferente de zero, sendo composto por ℚ= ℤ ∪ números fracionários. Dessa
forma, percebemos que os racionais contém os inteiros, e por conseguinte, contém os naturais: ℕ ⊂ ℤ ⊂ ℚ.

No entanto, como tratar das dízimas não periódicas, isto é, números infinitos que não formam períodos? Dessa forma, foi
constituído um conjunto que englobasse tais números. Trata-se do Conjunto dos números Irracionais. Representados
pelo símbolo ║, representam um conjunto numérico distinto dos anteriores, pois não contém os conjuntos anteriores. Os
números irracionais são aqueles que não podem ser expressos sob a forma p/q com p e q inteiros. Mas então, como
fazer para relacionar esse conjunto do Irracionais com os anteriores?

Dessa forma, criou-se um conjunto responsável por envolver e representar os números dos outros conjuntos. Tal conjunto
é formado pela união dos conjuntos dos racionais com os irracionais. Trata-se do Conjunto dos números Reais,
representado por ℝ (ℝ = ℚ ∪ ║).

Além disso, pesquisas realizadas pelo matemático Leonhard Euler levaram os matemáticos ao cálculo das raízes de números negativos. Dessa forma, criou um conjunto de
números para que fosse resolução destas raízes. Trata-se dos Conjunto dos números Complexos, que são representados pela letra C, sendo designada nesse conjunto
a seguinte fundamentação: i² = -1. Dessa forma, com a utilização do termo i² = -1, também conhecido como número imaginário, é possível extrair a raiz quadrada de
números negativos.

Dito isso, e lembrando do módulo anterior, agora pensamos em como organizar esses conjuntos numéricos num
diagrama de Venn? A resposta é bem simples, basta vermos a união, intersecção e quais conjuntos estão contidos nos
outros. Logo,
Certo, mas agora que relembramos esses conjuntos numéricos, vamos pensar eu uma outra questão. Como vimos acima, o conjunto dos números naturais está contido no
conjunto dos números inteiros, certo! Bom, e o conjunto dos números naturais como vimos é infinito, bem como o conjunto dos números inteiros. Dessa forma temos dois
conjuntos de números infinitos, podemos dizer que o conjunto dos números inteiros é maior que o conjunto dos números naturais?

Então, se a resposta for sim, temos um conjunto que é infinito, sendo maior que outro que também é infinito? Existe um
infinito maior que outro infinito? O que você acha disso?

E o que você entende por infinito?

Fonte: wikimedia.org/

Bom, para começar a responder essas questões pensamos em comparar as alturas de duas pessoas. Como comparamos isso? É óbvio que medimos as alturas das duas
pessoas e comparamos esses valores, ok! Mas para isso, temos como referencia dois valores, dois números. Assim, a pessoa que possuí o maior número é a pessoa mais
alta. Mas e com relação ao infinito, será que ele é um número? Você já parou para pensar nisso!!!
Não, o infinito não é um número, é a representação de uma ideia, ou uma concepção. Pensemos em dois números
inteiros, 1 e 2. Quais números estão entre eles, ou melhor, quantos números estão entre eles? Infinitos... ou seja, não
existe um fim, ou um número limite de números entre esses dois. Logo, não podemos comparar um infinito com outro
infinito. Não podemos comparar duas grandezas infinitas como sendo números, pois o infinito não se trata de um número
e sim de uma concepção.

No entanto, os conjuntos dos números naturais ou inteiros (por exemplo) são comensuráveis. E isso significa que
utilizando uma matemática mais formal, temos como provar que o conjunto dos números inteiros é maior que o conjunto
dos números naturais. Utilizando-se de teorias da análise real conseguimos mostrar isso. Porém, não temos como provar
quanto um conjunto é maior que o outro, ou qual o número de elementos que o conjunto dos inteiros possuí a mais que o
conjunto dos naturais. Pois, como vimos ambos são infinitos e o infinito é uma concepção e não um número. O
matemático Georg Cantor no séc. XIX com a teoria dos conjuntos, demonstrou em uma linguagem e notação dos
conjuntos, que existem infinitos números entre dois números inteiros . Além dessa, outras descobertas realizadas por
Cantor, sobre os números cardinais de conjuntos infinitos, podem ser visualizadas no vídeo que encontra-se em anexo.

BAYER, Arno, et al. Matemática Tópicos Básicos. Canoas: ULBRA, 1999.

DEMANA, Franklin d. et al.Pré-Cálculo. São Paulo: Pearson, 2009.

FERNANDEZ, Vicente Paz e YOUSSEF, Antonio Nicolau. Matemática para o 2º grau. São Paulo: Scipione, 1992.

GIOVANI, José Ruy e BONJORNO, José Roberto. Matemática Completa. São Paulo: FTD, 2005.

MACHADO, Antonio dos Santos. Matemática – Temas e Metas; Conjuntos Numéricos e Funções. São Paulo: Atual,
1986.

RIBEIRO, Jackson. Matemática: ciência, linguagem e tecnologia. São Paulo: Scipione, 2010.

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