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Resumo:
A contagem é uma das relações de grande importância na matemática, quando o homem nas eras remotas
descobriu que com pedras e riscos no chão poderia ter controle sobre o seu rebanho ele não reconhecia
naquele ato a relação biunívoca que fazia, não se tinha ali apenas a matemática primitiva, as primeiras
percepções do homem com o mundo dos números, mas também o uso de uma propriedade que na teoria
dos conjuntos é necessária para se trabalhar com o infinito. A teoria dos conjuntos é uma das partes mais
elementares da matemática, proposta por Georg Cantor. Neste trabalho iremos abordar a definição de
conjuntos finitos e infinitos, enumerabilidade de conjuntos infinitos, cardinalidade, , números transfinitos
e sua aritmética.
Palavras-chave: teoria dos conjuntos. enumerabilidade de conjuntos. números transfinitos. relação
bijetiva. Georg Cantor.
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Discente no curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal do Tocantins.
2
Docente no curso de Licenciatura em Física da Universidade Federal do Tocantins
2
Tabela III: Dispondo os números em uma lista seguindo a ordem dada nas setas
podemos ter uma relação bijetora entre ℕ e ℚ(
) ) *
Sendo assim, o primeiro item de nossa lista será ), o segundo *, depois ). Desta
forma ziguezagueando, cobriríamos toda a tabela e assim teríamos uma relação bijetora
entre Naturais e Racionais positivos. É possível fazer o mesmo com todos os Racionais,
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logo este tem a mesma cardinalidade que ℕ, tais conjuntos são chamados de
enumeraveís por apresentar a relação bijetiva com os Naturais. A cardinalidade destes
conjuntos é representada por um número transfinito, ℵ, (Aleph-zero). Poderíamos,
erroneamente, fazer o mesmo com os Irracionais e depois com os Reais, no entanto não
é possível. Por meio de um método, conseguiu-se concluir que os Reais e Naturais são
dois conjuntos infinitos distintos, e que o primeiro é “maior” que o segundo, no sentido
da bijeção.
Nota-se que as retas que partem do ponto interceptam um único ponto em (0,1) e
em ℝ, assim poderíamos concluir que as cardinalidade de ℝ e (0,1) são iguais. Logo se
provarmos que o intervalo é não enumerável estaríamos provando que ℝ também o é.
O método da diagonal leva a um absurdo. Primeiramente se supõe que um
determinado conjunto é enumerável, e com o argumento proposto pelo método
chegaremos em um erro, e que este é consequência da suposição inicial que fizemos.
Para utilização deste método vamos fazer a seguinte lista infinita, com todos os números
presentes no intervalo (0,1):
1. 0,121212121212 …
2. 0,222222222222 …
3. 0,123456788765 …
4. 0,314253647849 …
⋮
𝑛. 0, 𝛼)A 𝛼*A 𝛼 BA 𝛼CA 𝛼DA 𝛼EA 𝛼FA …
⋮
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Escrito na nossa lista, vamos criar um número a partir dos algarismos daqueles
que já estão na lista. Para isso, vamos considerar que cada algarismo ocupa uma posição
depois da vírgula. O numero terá o seguinte formato 𝛼#A onde 𝑘 indica a posição na
lista. E 𝑛 indica a posição que o algarismo ocupa em relação ao número, ou seja, depois
da vírgula. Para o nosso número vamos utilizar somente os algarismo na forma 𝛼AA .
1. 0, 𝟏21212121212 …
2. 0,2𝟐2222222222 …
3. 0,12𝟑456788765 …
4. 0,314𝟐53647849 …
⋮
𝑛. 0, 𝛼)A 𝛼*A 𝛼 BA 𝛼CA 𝛼DA 𝛼EA 𝛼FA …
⋮
Com estes algarismos iremos formar um novo número, que não estará na lista,
pois seus algarismos se diferenciariam de qualquer número já escrito. Se incluirmos este
número na lista, ainda sim poderíamos criar outro que também não estará nela.
Sendo assim, não podemos enumerar os números reais que estão no intervalo
(0,1). Então, o conjunto deste intervalo tem cardinalidade maior do que a dos Naturais,
o mesmo vale para os Reais. São dois conjuntos infinitos, mas um infinito é “maior” do
que o outro. Para Cantor, o número cardinal que representa o tamanho de ℝ é ℵ) (lê-se
aleph um). Outra forma de trabalharmos o argumento da diagonal, ou método da
diagonal, é quando queremos definir a cardinalidade do conjunto formado pelos
conjuntos das partes de ℕ. Neste exemplo iremos construir uma tabela que representa o
conjunto que queremos obter a cardinalidade. Para os elementos dos conjuntos iremos
decodificá-los de forma binária. Indicaremos por 0 𝑥 ∈ 𝑆A , e 1 para 𝑥 ∉ 𝑆A .
Tabela IV: Tabela com todos os subconjuntos de ℕ.
ℵ, + 𝑘 = ℵ, ∀𝑘 ∈ 𝑁 (1)
Figura 1: Hotel de Hilbert com infinitos quartos sendo que cada quarto há um
único hóspede, ou seja, o Hotel está lotado.
Mas chega mais um hóspede. Para que ele possa se alojar no hotel, teríamos que
realocar os que já estão acomodados. Então cada hospede deverá ir para quarto que seja
resultado da soma 𝑛 + 1, sendo 𝑛 o número do quarto em que hospede está. Desta
forma o quarto de Nº 1 estará livre. O Hotel permanecerá lotado, mas ainda caberá mais
hóspede, bastando apenas relocar os que nele estão.
ℵ, × ℵ, = ℵ, , (3)
ℵR + 𝑘 = ℵR ∀𝑘 ∈𝑁 (5)
ℵR + ℵR = ℵR (6)
ℵR × ℵR = ℵR 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝛽 > 𝛼 (7)
ℵR + ℵX = ℵX 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝛽 > 𝛼 (8)
ℵR × ℵX = ℵX 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝛽 > 𝛼 (9)
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Referências
[1] LIMA, Elon Larges. Análise real Vol. 1. Funções de uma variável. 12.ed. Rio de
Janeiro : IMPA, 2016. (Coleção matemática universitária).
[2] EVES, Howard. Introdução à história da Matemática. Campinas, São Paulo, Brasil:
Editora da Unicamp, 2011.
[3] FIGUEIREDO, D. G. Números Irracionais e Transcedentes (3ª ed.). Rio de Janeiro: SBM,
2011.
[4] STILLWELL, John. Roads to Infinity the mathematics of truth and proof, 2010