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Principais símbolos lógico-matemáticos

→ se, então Є pertence

↔ se e somente se  não pertence

/ tal que { };  conjunto vazio

existe ∩ intersecção

U união
existe um e somente um
está contido
para todo (qualquer que seja)
contém
+ mais, positivo
não está contido
– menos, subtração
sen seno
x vezes, multiplicação
cos cosseno
/, ÷, : dividir
tg tangente
= igual
cotg cotangente
≠ diferente
sec secante
< menor que
cosec cossecante
> maior que
∑ somatório
≤ menor ou igual
// paralelo
≥ maior ou igual
º grau
~ aproximadamente igual
‘ minuto
≡ equivalente a
“ segundo
{} chaves
N números naturais
[] colchetes
Z números inteiros
() parênteses
Q números racionais
% por cento
I números irracionais
√ raiz quadrada
R números reais
∞ infinito
2

CONJUNTOS NUMÉRICOS

Observe o desenho abaixo, que representa a obra “O homem vitruviano”, de


Leonardo da Vinci.

No desenho estão representadas as proporções encontradas no corpo humano.


Um dos primeiros estudiosos sobre essas proporções foi Marcus Vitruvius Pollio,
arquiteto e escritor romano do século I. Esse estudioso alegava que um corpo bem
formado devia apresentar proporções harmoniosas.
Observe no desenho que todas as razões indicadas tendem ao valor aproximado
de 1,618..., número conhecido como “número de ouro” e representado pela letra grega
 (fi). Este número possui infinitas casas decimais após a vírgula que não possuem um
padrão periódico de repetição. Este tipo de número pertence a um grupo atualmente
denominado de números irracionais.

Você sabe dizer o que é um número irracional?

Seria muito difícil imaginar o mundo em que vivemos sem a existência dos
números. Como realizar operações financeiras? Como classificar os candidatos de
concurso sem utilizar notas? Sem os números, qualquer registro numérico precisaria
ser substituído por alguma linguagem escrita, o que acarretaria uma série de
dificuldades. A própria existência do dinheiro, inclusive, seria uma ficção.
Os números servem para representar quantidades, ordenar conjuntos, designar
objetos ou pessoas, fazer comparações, determinar medidas, desenvolver algoritmos e
uma série de outras coisas. Acima de tudo, servem para facilitar as nossas vidas.
Nosso objetivo neste texto é apresentar os grupos de números criados pelos
humanos no decorrer da história na forma como são classificados hoje, ou seja, em
conjuntos numéricos. A base de toda a matemática que iremos utilizar em nossa
3

disciplina é o conjunto dos números reais. Portanto, faz-se absolutamente necessário


que conheçamos bem esse conjunto, com todas as suas propriedades.

Números Naturais

O primeiro tipo de número surgiu possivelmente devido a analogias e


comparações que o homem primitivo podia fazer entre quantidades, como por
exemplo, a quantidade de frutas que coletava e a quantidade de dedos de suas mãos.
Com isso, surgiram representações para essas quantidades, através de símbolos
chamados de algarismos. A cada quantidade é associado um símbolo que representa
um número natural. O conjunto de todos os números naturais é representado por N,
em que:

N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, ...}

Números Inteiros

Os números naturais, no decorrer da história da humanidade, mostraram-se


insuficientes para responder a certas necessidades.

Utilizando os números naturais,


como representar numericamente o
resultado de 3-8?

O conjunto dos números naturais não é “fechado” em relação à subtração.

O conjunto dos números inteiros é composto por todos os números naturais e


seus opostos e é representado por Z.

Z = {..., -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, ...}

Observação: Como todo número natural é inteiro, pode-se escrever que N  Z (N está
contido em Z).

Observe alguns subconjuntos dos números inteiros:


 Conjunto dos números inteiros não negativos:
Z+ = {0, 1, 2, 3, 4, ...} = N
 Conjunto dos números inteiros não positivos:
Z- = {..., -4, -3, -2, -1, 0}
4

 Conjunto dos números inteiros não nulos


Z* = {..., -4, -3, -2, -1, 1, 2, 3, 4, ...}

Números Racionais

Como a divisão de dois números inteiros nem sempre resulta um número


inteiro, o conjunto dos números inteiros deveria ser ampliado com um novo tipo de
número para representar essa situação.
Define-se como número racional todo número que é quociente entre dois
números inteiros.
a 
Q =  / a  Z e b  Z *
b 

Observação importante: Os números racionais, por serem definidos como quociente


entre números inteiros, sempre podem ser representados por número decimal exato ou
por um número decimal periódico.
Exemplos:
1
 0,25  um número decimal exato é racional
4
234
 2,34  um número decimal exato é racional
100
2
2   um número inteiro é racional
1
7
 0,777 ...  0, 7  um número decimal periódico é racional
9
129
 2,3454545 ...  2,345  um número decimal periódico é racional
55

Portanto, podemos afirmar que todo número natural é inteiro e que todo
número inteiro é racional, ou seja, N  Z  Q.

Você sabe encontrar a fração geratriz de um número decimal periódico?

Números Irracionais

O número de ouro,   1,618... , encontrado nas proporções humanas e em


diversos elementos da natureza é um número irracional. Por ser um decimal infinito
não periódico, este número não pode ser escrito na forma de quociente de dois
números inteiros. Com essa informação, surge a necessidade de outro tipo de número,
os irracionais.
O conjunto dos números irracionais, representado por I ou Q , é constituído por
todos os números que não podem ser escritos como quociente de dois inteiros, cuja
representação decimal é infinita e não periódica.
5

Exemplos:
  3,141926535
...
2  1,4142135623
...
3  1,7320505075
...
3
5  1,709975946
...
e  2,71828182846...

O conceito de número irracional deve-se ao matemático alemão Richard


Dedeking (1831-1916), num trabalho publicado em 1888.

Observação: Não existe número que seja simultaneamente racional e irracional, ou


seja, Q  I =  (A intersecção de Q com I é o conjunto vazio).

Números Reais

O conjunto dos números reais, representado por R, nada mais é do que a união
entre os conjuntos dos números racionais e dos irracionais. Em símbolos, temos:

R=Q  I ou R = {x / x é racional ou x é irracional}

Em diagrama:

Podemos associar cada número real a um ponto numa reta e, reciprocamente, a


todo ponto de uma reta, associar um único número real.
6

Observe que se todos os números reais forem representados, a reta fica


completamente preenchida por esses pontos. Esta reta é denominada reta real e
representa geometricamente todos os números reais.

Quantos números reais existem entre os números 2 e 3?

Intervalos Reais

Os intervalos nada mais são do que subconjuntos dos números reais. Podem ser
representados geometricamente, através da notação de conjuntos, ou através da
notação de intervalo.

Observações:
   e   não são números reais.
 Qualquer intervalo de extremos a e b, com a  b, contém números racionais e
irracionais.
 Há outras formas de se representar na notação de intervalos:
(a, b] = ]a, b]
(a, b) = ]a, b[
7

 Existem outros números além dos números reais. O número  4 , por


exemplo, não é real, pois não existe número real que elevado ao quadrado
resulte em -4. O número  4 é um número imaginário. Em nossa disciplina,
iremos nos tratar principalmente do conjunto dos números reais.
8

POTENCIAÇÃO E RADICIAÇÃO

Cláudia tomou um empréstimo de R$ 1 000,00, pagando juros a uma taxa de 5%


ao mês. Mas no final de cada mês, sua dívida é acrescida dos juros relativos àquele
mês. Por isso, o fator de aumento mensal de sua dívida é 100% + 5% = 105% = 1,05.
Veja o cálculo do montante de sua dívida no
final dos primeiros meses.

 1º mês: M1  1000.1,05
 2º mês: M 2  M1.1,05  1000.(1,05)2
 3º mês: M3  M 2 .1,05  1000.(1,05)3
 4º mês: M 4  M 3.1,05  1000.(1,05)4
 5º mês: M 5  M 4 .1,05  1000.(1,05)5

Observe que, para calcularmos o montante da dívida de Cláudia num mês


qualquer, teremos que multiplicar o valor inicial do empréstimo pela potência (1,05)n .
A operação matemática de potenciação é muito utilizada na resolução de diversos
problemas matemáticos, além dos problemas que envolvem o cálculo de juros, de
forma que se faz muito importante o conhecimento dessa operação bem como de suas
propriedades.

Operação potenciação

Se a, x e b são números reais, a operação potenciação é expressa pela igualdade

Potências aparecem registradas, pela primeira vez, em tabelas usadas pelos


babilônicos, por volta do ano 1 000 a.C. Trabalhava-se, na época, apenas com bases e
expoentes inteiros positivos. Bem mais tare, no século III, Diofante deu significado a
expoentes negativos e introduziu regras gerais para o cálculo com potências. Só no
século XIV, surgiram potências com expoentes fracionários. No século XV apareceu,
pela primeira vez, o zero como expoente.
Vamos recordar as definições da potenciação, para os vários tipos de expoentes.

Expoente natural

Exemplos:
(1) 60  1
9

(2)  5 1
5

(3)  2  (2)(2)(2)(2)(2)  32


5

Expoente inteiro negativo

Exemplos:
1
1 1
1
(1) 5    
5 5

2 2
 3  5 25
(2)       
 5  3 9

(3)  2 3

1

1

1

2
 2 3
2 3
2 2 4

Expoente racional fracionário

Exemplos:
1
(1) 252  2 251  25  5

3 3 3

 4  2  4   2 
3
9 2 8
(2)         
4  9   9   3  27

Expoente irracional

Na prática, potências de expoente irracional e base positiva são calculadas por


aproximação.

Exemplo:
7
3 2
 3  3  5 37
1, 4 5
10

A que expoente devemos elevar um número para obter seu inverso? Qual é o
único número real que não possui inverso?

Propriedades da potenciação

Exemplos:
1
(1) 40,3.40, 2  40,3 0, 2  40,5  4 2  4  2

(2) 3 2 x 1 32 x  
3x
 1  1
2

3 3

1 9
33.32 33.32 3 2 
(3)  1  3 2  32
3
32

x x
2x.32 x 2x.(32 ) x 2x.9x  2.9   18 
(4)   x    
5x 5x 5  5  5

Na propriedade 1, faça y = 0. Na propriedade 2, suponha x = y. A partir dos


resultados obtidos, como você justificaria a definição da potenciação para
expoente nulo: a 0  1 ?

Radiciação

Você observou, nos exemplos envolvendo potenciação, que as potências com


expoente racional fracionário resultam em radicais. Logo, o estudo de radicais tem a
finalidade de complementar o assunto potenciação, uma vez que a radiciação pode ser
definida como potenciação com expoente fracionário.
11

Exemplos:
(1) 3
8  2 , pois 23  8

(2) 5
243  3 , pois 35  243

(3) 16  4 , pois 42  16

Observe, porém, que em todo radical cujo índice é um número par, a raiz
considerada é sempre positiva. Assim, no conjunto dos números reais, se o radicando
for um número negativo e o índice do radical for par, a raiz não é definida.

Propriedades da radiciação

Assim como a potenciação, a radiciação permite a existência de algumas


propriedades que tornam possível a simplificação de cálculos envolvendo radicais.

m

n
a a
m n

 n
a.b  n a .n b

a na
 n 
b nb


n m
a  n.m a

Exemplos:
1
(1) 5  52

2
(2)
3
52  5 3

(3) 16.25  16. 25  4.5  20

(4) 3
8.27  3 8.3 27  2.3  6

16 16 4
(5)  
25 25 5

3
8 8 2
(6) 3 3 
27 27 3

(7) 10  2.2 10  4 10
12

(8) 3 4
7  3.4 7  12 7

Observação
Um número real que multiplica um radical pode ser “introduzido” no radical,
desde que fique elevado ao índice desse radical:
a.n b  n an .b

Operações com radicais semelhantes (adição e subtração)

Dois ou mais radicais são considerados semelhantes se, e somente se, possuírem
o mesmo índice e o mesmo radicando.

É possível reduzir os radicais em uma soma (adição ou subtração) a um radical


apenas, desde que eles sejam semelhantes. Observe os exemplos:

(1) 3 5  7 5  8 5  3  7  8 5  2 5

(2) 4 3  12  75 (os radicais, a princípio, não são semelhantes. Porém, como


12  22.3  2 3 e 75  52.3  5 3 , então):
4 3  12  75  4 3  2 3  5 3  4  2  5 3  3

É importante que você observe que em uma soma de radicais pode ocorrer:
 Todos os radicais serem semelhantes entre si;
 Os radicais dados não serem semelhantes a princípio, podendo tornar-se
ao se retirar um ou mais fatores do radicando;
 Existirem apenas alguns termos semelhantes entre si;
 Não existirem radicais semelhantes.

Racionalização de denominadores

Racionalizar uma fração consiste em eliminar, por meio de propriedades


algébricas, o radical ou os radicais que estiverem no denominador. Esta operação é
realizada multiplicando-se o numerador e o denorminador da fração correspondente
por um fator de racionalização.
Os três casos mais utilizados de racionalização em matemática são:
13

Exemplos:
3 3 3 3 3
(1)  .   3
3 3 3 3

2 2 3 2.3 6
(2)  .  
2 3 2 3 3 2.3 6

10 10 5 10 5
(3)  .  2 5
5 5 5 5

1 1 3 42 3 42 3 16
(4) 3
 .  
4 3 4 3 4 2 3 43 4

7
2 2 x4 2.7 x 4 2.7 x 4
(5)  .7  
7
x3 7
x3 x4 7
x7 x

1 1 (2  3 ) 2  3
(6)  .   2 3
2  3 (2  3 ) (2  3 ) 43

(7)
20

20
.
5  3 20. 5  3 20. 5  3
   10 5  3
     
5 3 5 3 5 3 53 2
14

Qual é o fator de racionalização de:


a)  5 1 b) 5 3 c) 10
27
15

EXPRESSÕES ALGÉBRICAS

A área do retângulo de medidas x e x + 5, conforme a figura a seguir, pode ser


representada por:

No cubo, desenhado a seguir, podemos representar a área total como a soma


das áreas de suas faces quadradas, ou seja:

As expressões anteriores, que representam a área do retângulo e a área total do


cubo, são exemplos de expressões algébricas (ou polinômios).
O estudo das expressões algébricas tem por objetivo o desenvolvimento de
operações, mecanismos e propriedades que permitam a resolução de equações
algébricas (assunto que ainda será abordado).
Uma expressão algébrica (ou polinômio), na variável x, é toda expressão que
pode ser reduzida à forma:

P( x)  an xn  an 1xn 1  an 2 xn 2  ...  a1x1  a0


16

onde:
 an , an 1, an  2 , ..., a1, a0 são números reais denominados coeficientes da
expressão;
 as parcelas an xn , an 1xn 1, an  2 xn  2 ,...,a1x1, a0 são os termos da expressão;
 os expoentes n, n  1, n  2,... são números naturais.

O grau de uma expressão algébrica não nula é o maior expoente da variável, tal que
o coeficiente do termo correspondente seja diferente de zero.

Exemplos:

Operações com expressões algébricas

Adição

Exemplo:
Sendo P( x)  7 x3  6 x2  10  15 e Q( x)  2 x3  9 x2  5x  21, obtenha P( x)  Q( x) .

P( x)  Q( x)  (7  2) x3  (6  9) x 2  (10  5) x  15  21
P( x)  Q( x)  9 x 3  3 x 2  5 x  6

A soma de duas expressões de grau 3 é também uma expressão de grau 3?


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Multiplicação

Exemplo:
Sendo P( x)  2x3  4x2  1 e Q( x)  x2  3 , obtenha P( x).Q( x).

P( x).Q( x)  (2 x3  4 x 2  1).(x 2  3)
P( x).Q( x)  2 x3 .( x 2  3)  4 x 2 .( x 2  3)  1.( x 2  3)
P( x).Q( x)  2 x5  6 x3  4 x 4  12x 2  x 2  3
P( x).Q( x)  2 x5  4 x 4  6 x3  13x 2  3

O produto de uma expressão de grau 4 por outra de grau 6 é uma expressão


de grau 10?

Divisão

A divisão entre expressões algébricas pode ser efetuada pelo método da chave,
o mesmo processo utilizado na divisão entre números.

Exemplo: Dividir a expressão algébrica 7 x3  6 x 2  5x  2 por x 2  1 , utilizando o


método da chave.

A divisão pode ainda ser feita através de um dispositivo prático, conhecido


como dispositivo de Briot-Ruffini. Tal mecanismo utiliza apenas os coeficientes da
expressão no dividendo e a raiz da expressão divisor e é utilizado apenas quando a
expressão no divisor é da forma x  a  .

Exemplo:
Divida a expressão algébrica P( x)  6x4  2x3  5x2  6 x  1 pela expressão algébrica
x  3.
18
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PRODUTOS NOTÁVEIS

As generalizações estão entre os vários objetivos do desenvolvimento e estudo


da Matemática. Ao observarmos, por exemplo, a seqüência formada por pequenos
quadrados, é possível obtermos o número de quadrados existentes em função da
posição da figura na correspondente sequência:

- Quantos quadradinhos haverá na 5ª figura dessa seqüência?


- E na 6ª figura?
- E na nª figura?

Existem determinados produtos entre as expressões algébricas que, devido à


sua ampla utilização na Matemática, são conhecidos por produtos notáveis.
Reconhecer esses produtos e saber operar com eles, nos ajudará a fatorar expressões
algébricas e simplificá-las, o que será muito útil para o desenvolvimento de nossa
disciplina.

O quadrado de uma soma

Vamos utilizar o cálculo da área de figuras planas. Considere o quadrado


abaixo, que foi dividido em quatro partes: dois quadrados e dois retângulos. Como
podemos calcular a área do quadrado maior?
20

1º modo:
Considerando o quadrado de lado medindo a + b, a área S é dada por
S  a  b
2

2º modo:
Considerando os dois quadrados menores e os dois retângulos iguais, a área do
quadrado maior é dada por
S = a² + b² + 2ab

Comparando os dois modos de calcular a área do mesmo quadrado, obtemos a


seguinte igualdade:
a  b2  a2  2ab  b2
Utilizando a propriedade distributiva da multiplicação em relação à adição,
podemos comprovar a igualdade anterior, isto é:

Exemplos:
1) 2  x = 4 + 4x + x²
2

2) x  2y  = x2  4xy  4 y 2
2
21


3) 2 2    84
2
2   2

4) 7  2  72  2.7.2  22
2

92  49  28  4

O quadrado de uma diferença

Também podemos utilizar o cálculo da área de figuras planas para ilustrar um


outro produto notável importante. Considere-se o quadrado de lado medindo a.
Queremos calcular a área S, conforme a figura abaixo:

1º modo
A área S pode ser calculada considerando a medida do lado a – b, isto é:
S  a  b
2

2º modo
Podemos calcular a área S pelas figuras geométricas que compõem o quadrado
de lado a, ou seja:

S  a2  S1  2S2
S  a2  b2  2.b.a  b
S  a 2  b2  2ab  2b2
S  a 2  2ab  b2

Assim, observando que temos dois modos equivalentes de chegar ao mesmo


resultado, podemos dizer que:
a  b2  a2  2ab  b2
Utilizando a propriedade distributiva da multiplicação em relação à subtração,
vamos comprovar o resultado acima:
22

Exemplos:
1) 2  x  4  4x  x2
2

2) x  2 y   x2  4xy  4 y 2
2


3) 2 2   
2
 8  4 2   2

4) 7  2  72  2.7.2  22
2

52  49  28  4

O produto da soma pela diferença

Para você pensar e descobrir:


As duas figuras abaixo (considere a parte colorida) têm a mesma área, pois a
segunda figura foi obtida a partir de recorte e montagem da primeira. Prove que
a  b. a  b  a2  b2 :

Vamos utilizar agora apenas a Álgebra para comprovar o resultado


correspondente ao terceiro caso de produto notável, isto é:
23

Exemplos:
1) 2  x
. 2  x  4  x2

2) x  2 y 
. x  2 y   x2  4 y 2

  
3) 2 2   . 2 2    8   2

4) 7  2
. 7  2  49  4

Outros produtos importantes que utilizaremos na fatoração de expressões


algébricas são:

Soma de cubos - a  b(a2  ab  b2 )  a3  b3


Diferença de cubos - a  b(a2  ab  b2 )  a3  b3

Fatoração

Um dos motivos que dificultam o aprendizado dos conteúdos matemáticos é o


não-entendimento dos procedimentos inversos, quando realizamos uma operação
qualquer.
Para ilustrar essa observação, o diagrama acima representa, por meio da seta
nº1, que obtemos, a partir de a  b , o resultado a 2  2ab  b2 .
2

Note que a seta nº2 indica o procedimento inverso, pelo qual obtemos, a partir
de a 2  2ab  b2 , a expressão a  b . Saber esse procedimento inverso representa um
2

passo importante para fatorar expressões algébricas.


24

- O que significa fatorar uma expressão algébrica?


- Numa multiplicação, o que significa fator?
- Qual a denominação dada ao resultado de uma multiplicação?

Fator comum em evidência

A figura acima possui um total de 160 quadradinhos coloridos. Esse número é o


resultado da multiplicação do número de quadradinhos existentes em cada fila
horizontal pelo número de filas existentes, ou seja:
16.3  7

Observando a existência de filas de cores diferentes, poderíamos chegar à


quantidade total de quadradinhos, considerando a soma das quantidades de cada cor,
ou seja:

Considerando que os dois resultados indicam a mesma quantidade, podemos


escrever a seguinte igualdade:

Embora o exemplo acima tenha utilizado apenas números e operações entre


eles, acabamos de fazer uma fatoração, que nada mais é do que transformar uma
adição ou subtração, quando admitem termo comum, em produto. Assim, por
exemplo:
ax  bx  x.a  b ou ax  bx  x.a  b

Exemplos:
1) 2 x  2 y  2.x  y 
25

2) 4 x2  3x  x.4 x  3


3) x3  2 x2  x  x. x2  2 x  1 
4) 2 2  6  2 .  3

 
5) x5  x3  x2  x2 . x3  x  1

6) xy2  3x2 y  xy. y  3x

Agrupamento

Há uma situação importante de fatoração que não é tão imediata. É chamada


fatoração por agrupamento. Nessa situação os termos em comum são fatorados
sucessivamente. Observe a expressão algébrica a seguir:

Podemos fatorá-los dois a dois, isto é:

Assim, a expressão a  b


. x  y  é a forma fatorada da expressão algébrica
dada ax  bx  ay  by .

Exemplos:
1) 3a 2  3  ba2  b 
  
 3 a2  1  b a2  1  
 
 a 2  1 .3  b

2) x3  2 x 2  x  2 
 x2 x  2  x  2 

 x  2. x2  1 
6 x  6 y  ax  ay 
3)  6x  y   ax  y  
 x  y 
. 6  a
26

4) 4 y 2  y  4 xy  x 
 y4 y  1  x4 y  1 
 4 y  1
. y  x

Fatoração por produtos notáveis

Utilizando os produtos notáveis estudados na aula anterior, agora vamos fazer


o caminho inverso, isto é:

Exemplos:
1) y 2  2 y  1   y  1
2

2) 4x2  12x  9  2x  3


2

3)  2  4  4    2
2

4) 9 y2  6 y  1  3 y  1
2

5) x2  4  x  2
. x  2

6) 16  9 y 2  4  3 y 
. 4  3y

2 x  2 y 2x  y 
7)  2
x y x  y 
2ax  2bx 2 xa  b 
8)   2x
ab a  b
x 1 x 1 1
9)  
x  x xx  1 x
2

x2 x2 1
10)  
x  4 x  2
2
. x  2 x  2

11)
x 2  2 xy  y 2

x  y   x  y
2

x y
2 2
x  y x  y  x  y
27

12)
x 2  4 xy  4 y 2

x  2 y 
2

x  2y
x  4y
2 2
x  2 y x  2 y  x  2 y
É importante que você observe que as simplificações relacionadas a frações
algébricas devem ser efetuadas respeitando-se as restrições de que os termos que são
simplificados (divididos) devem ser diferentes de zero.

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