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1.

Matemática Elementar a
, a ,b ∈ Z , b ≠ 0. São exemplos de números
b
1.1 Conjuntos numéricos
racionais:
Conjuntos numéricos são quaisquer agrupamento
3
de números, geralmente denotados por uma letra ● Fracionários: ;
4
maiúscula. Os números pertencentes a cada
conjunto são chamados de elementos. Podemos ● Naturais: 8 (pode ser representado pela
representar um conjunto expondo seus 8
fração );
elementos entre chaves ou ainda por meio de 1
representações gráficas conhecidas como
Diagramas de Venn, este último comumente ● Decimais finitos:−0 , 25 (pode ser
utilizado ilustrar relações entre conjuntos. Se −1
representado pela fração );
considerarmos, por exemplo, um conjunto A 4
4 ● Dízimas periódicas: 0,333333 … (pode ser
formado pelos números 2, e 7 , ou seja,
5 1
4 representado pela fração ).
A={2 , ,7 }, este conjunto pode ser 3
5
representado pelo seguinte diagrama de Venn: Uma dízima periódica é um número decimal
infinito no qual uma sequência de algarismos da
parte decimal se repete infinitamente. Um
número decimal infinito não-periódico, que não
pode ser representado por uma fração, é
denominado de Número Irracional.

São exemplos de números irracionais, todas as


raízes não exatas (√ 2 , √ 5, por exemplo), o
número π , dentre outros. Os números irracionais,
Alguns conjuntos conhecidos e muito utilizados na
unido aos números racionais formam o conjunto
matemática são formados por elementos com
dos números reais.
características em comum. Destacaremos aqui o
conjunto dos Números Naturais, representado O diagrama de Venn a seguir representa a relação
por N , Números Inteiros, representados por Z , entre os conjuntos N , Z , Q, R , bem como o
Números Racionais, representados por Q e os conjunto dos números irracionais (reais não
Números Reais, representados por R . racionais), representados no diagrama por
{R−Q }.
O conjunto dos números naturais é formado pelos
números utilizados na contagem de coisas e
objetos, ou seja, N={0 , 1 ,2 , 3 , … }.

A necessidade da representação de “perdas” por


meio dos números negativos deu origem ao
conjunto dos números inteiros, formado pelo
conjunto dos números naturais unido aos
respectivos correspondentes negativos, ou seja,
Z={…−4 ,−3 ,−2 ,−1 , 0 ,1 , 2 , …}. O conjunto R é denso, ou seja, entre quaisquer
números reais existem infinitos números reais.
Já os números racionais surgiram da necessidade Assim sendo, podemos representar graficamente
de representar partes de um todo, os números o conjunto R por uma reta, onde cada ponto
racionais são portanto todos os números que pertencente a reta representa um número real.
podem ser representados por meio de uma fração
Somando a diferença ao minuendo, obtemos o
subtraendo:

6
+¿ 2
8
1.2 Operações com números naturais N

1.2.1 Adição e Subtração 1.2.2 Multiplicação e Divisão

A operação de soma ou adição, representada pelo A operação de multiplicação, representada pelo


símbolo “+”, adiciona dois ou mais valores símbolo “x”, “*” ou ainda “.”, é uma sequência de
intitulados de parcelas, resultando no valor final somas de um mesmo valor, por exemplo, na
ou na soma propriamente dita. operação:

Na operação: ⏟=36
3∗12=12+12+12
3 vezes
8
+¿ 2 Na multiplicação, os valores 3 e 12 são chamados
10 de fatores e o resultado, 36, é denominado de
produto.
Os valores 8 e 2 são as parcelas, e o valor 10 é a
soma. A multiplicação também pode ser realizada entre
três ou mais fatores, multiplicando os fatores 1 a
A soma pode ser realizadas com três ou mais
1, e assim como a operação de adição,
parcelas, somando os valores 1 a 1,
independente da ordem dos fatores o produto
independentemente da ordem, a soma não é
não se altera.
alterada:
3∗4∗1=4∗1∗3=3∗1∗4=…=12
2
1 A multiplicação de qualquer valor pelo valor 1,
+¿ 9 resulta no próprio valor. A multiplicação de
12 qualquer valor por 0, resulta em 0.

Assim como: A divisão é a operação oposta a multiplicação,


onde um valor é repartido em partes iguais. A
9
divisão pode ser representada pelo símbolo “:”,
1
“÷” ou ainda por uma fração.
+¿ 2
12 4
4 ÷ 2≈ 4 :2 ≈
2
Já a operação de subtração representada pelo
símbolo “-”, é a operação aposta a adição, onde Na operação:
obtemos a diferença entre dois valores. Na
operação:
8
=4
2
8
−¿ 2 O valor 8 é o dividendo (ou numerador, no caso
6 da fração), o valor 2 é o divisor (ou denominador,
no caso da fração) e o resultado, 4, é o quociente.
O valor 8 é o minuendo, o valor 2 é o subtraendo
e o valor 6 é a diferença, ou o resto da subtração. Como estamos tratando dos números naturais,
podem existir divisões não exatas, ou seja,
divisões cujo resultado não seja natural. Por divisão tem prioridade às operações de adição e
exemplo: subtração, por exemplo:

15 2∗{8+[30−8∗3−1+ (⏟
2∗6 : 4 ) ]:2−1}=¿
não é uma divisão exata nos naturais, mas
6 3
podemos escrever:
⏟ −1+3]:2−1 }=¿
2∗{8+[30−8∗3
15 12+3 12 3 3 24
= = + =2+
6 6 6 6 6
⏟ ]:2−1}=¿
2∗{8+[30−24−1+3
O valor 3 que não pode ser dividido pelo divisor é 8

chamado de resto da divisão e o valor 2 é um


resultado aproximado para a divisão.
⏟2−1 }=¿
2∗{8+ 8:
4

1.2.3 Expressões numéricas



2∗{8+ 4−1 }=¿
11
Em uma expressão numérica contendo soma e
subtração, realizamos os cálculos na ordem em 2∗11=22
que aparecem:
1.3 Operações com números inteiros Z
⏟ −3+1−2=¿
1+5
1.3.1 Adição de dois ou mais números inteiros
6

⏟ +1−2=¿
6−3 A soma de números inteiros é realizada da mesma
maneira do que com os números naturais, a
3
diferença está na consideração dos números
⏟ −2=¿
3+1 negativos. A soma de um número negativo
4
coincide com a subtração dos números naturais,
4−2=2 por exemplo:

Quando a expressão numérica tiver parênteses (), + (−4 ) =−4


colchetes [], ou chaves {}, resolve-se nesta ordem:
Na expressão:
Primeiro os cálculos que estão entre parênteses,
eliminando-se os parênteses, em seguida os que 5+2+ (−4 )+ (−1 )=¿
estão entre colchetes, eliminando-se os colchetes,
seguidos dos cálculos entre chaves, eliminando-se 5+2−4−1=2
as chaves e por último os cálculos externos. Por A adição nos números inteiros atende as
exemplo: seguintes propriedades:
27−{5+[12−1+ (⏟
5−3+ 2 ) ]+2 }=¿ Propriedade do Fechamento: Qualquer adição
4 entre números inteiros resulta em um número
27−{5+ [⏟
12−1+ 4 ] + 2 }=¿ inteiro, por exemplo:
15
5+2+ (−4 )+ (−1 )=2∈ Z

27−{5+15+ 2}=¿ (−8 )+3+ (−2 )=−7 ∈ Z
22
Propriedade Comutativa: Para quaisquer
27−22=5
números inteiros a e b , a soma a+ b é igual a
Se a expressão numérica envolver todas as quatro soma b+ a, por exemplo:
operações, respeita-se os separadores
(−1 ) +2=1 assim como 2+ (−1 )=1.
(parênteses, colchetes e chaves), mas em um
mesmo nível as operações de multiplicação e
Propriedade Associativa: Para quaisquer números 5+ (−5 )=5−5
inteiros a , b e c a expressão ( a+ b ) +c é igual a
5−(−5 )=5+5
expressão a+(b+ c), por exemplo:
A subtração nos números inteiros atende apenas
[ (−1 ) +2 ] + (−3 )=1+ (−3 )=−2 assim como
a propriedade do fechamento:
(−1 ) +[2+ (−3 ) ]=(−1)+ (−1 )=−2.
Propriedade do Fechamento: Qualquer subtração
Propriedade do elemento neutro: Qualquer entre números inteiros resulta em um número
número inteiro somado ao número zero resulta inteiro, por exemplo:
no próprio número inteiro. O número zero é o
elemento neutro da adição. 5−2−(−4 )− (−1 )

Propriedade do elemento oposto: Qualquer 5−2+ 4+ 1=8 ∈ Z


número inteiro a tem um elemento oposto b tal
que, a soma de a+ b=0, onde b=−a , por
exemplo: 1.3.3 Multiplicação de números inteiros

2+ (−2 ) =0 A multiplicação de números inteiros é semelhante


a multiplicação de números naturais, com a
7+ (−7 )=0 consideração do sinal positivo ou negativo,
O elemento oposto de um número negativo é o dependendo dos sinais dos fatores envolvidos na
seu respectivo valor positivo: multiplicação.

(−2 ) +2=0 A multiplicação pode ser feita em duas fases:

1ª) Multiplicam-se os valores desconsiderando os


sinais (multiplicação de naturais);
1.3.2 Subtração de números inteiros
2ª) Realiza-se a regra de sinal, como visto
A subtração de dois números inteiros é dada pela anteriormente para subtração:
soma do primeiro com o oposto do segundo, por
exemplo: +¿ (multiplicação de dois valores positivos resulta
em um valor positivo).
(−1 )−2=(−1 ) + (−2 )=−3
−¿ (multiplicação de um valor negativo e um
5−(−2 )=5+ ( 2 ) =7 valor positivo resulta em um valor negativo).

Resumindo: dois sinais separados por um +¿ (multiplicação de um valor positivo e um valor


parênteses podem ser expressos em apenas um negativo resulta em um valor negativo).
sinal, respeitando as seguintes regras de sinais:
−¿ (multiplicação de dois valores negativos
+¿ resulta em um valor positivo).

−¿ Exemplo:

+¿ (−4 )∗( +3 )
−¿ 1ª) Multiplica-se 4∗3=12

Exemplos: 2ª) Realiza-se a regra de sinal: −¿

5+ ( +5 )=5+5 Portanto, (−4 )∗( +3 )=−12

5−(+ 5 )=5−5 Outros exemplos:


( + 4 )∗(+ 3 )=+12 Propriedade do elemento neutro: Qualquer
número inteiro multiplicado por 1, resulta no
( + 4 )∗(−3 )=−12 próprio número inteiro. O número 1 é o elemento
(−4 )∗(−3 )=+12 neutro da multiplicação.

Para multiplicação de três ou mais valores, o Propriedade Distributiva em relação a adição:


procedimento é semelhante, multiplica-se todos Para quaisquer números inteiros a , b e c a
os valores e em seguida realiza-se a regra de sinais expressão a∗( b+ c ) é igual a expressão
dois a dois, por exemplo: (a∗b)+(a∗c) , por exemplo:

Se quisermos determinar o valor da expressão: (−2 )∗[ (−4 ) +1 ] =(−2 )∗(−3 )=6 e aplicando a
propriedade distributiva:
(−1 )∗(3)∗(2)∗(−4 )∗(−5 )
(−2 )∗[ (−4 ) +1 ] =[ (−2 )∗(−4 ) ] + [ (−2 )∗1 ] =8+ (−2 ) =6.
Pode-se determinar o valor da multiplicação dos
naturais:

1∗3∗2∗4∗5=120 1.3.4 Divisão de números inteiros


E em seguida realizar a regra de sinas, dois a dois, A divisão de números pode ser realizada de
considerando somente os sinais: maneira similar a multiplicação de inteiros, por
meio das duas fases:
(−1 )∗(+3)∗(+2)∗(−4 )∗(−5 )
1ª) Dividem-se os valores desconsiderando os
¿¿¿¿¿
sinais (divisão de naturais);
Portanto, o valor da expressão
2ª) Realiza-se a regra de sinal:
(−1 )∗(3)∗(2)∗(−4 )∗(−5 ) é (−120 ) .
+¿ (divisão de dois valores positivos resulta em
A multiplicação nos números inteiros atende as um valor positivo).
seguintes propriedades:
−¿ (divisão de um valor negativo e um valor
Propriedade do Fechamento: Qualquer positivo resulta em um valor negativo).
multiplicação entre números inteiros resulta em
um número inteiro, por exemplo: +¿ (divisão de um valor positivo e um valor
negativo resulta em um valor negativo).
5∗2∗(−4 )∗(−1 )=20 ∈ Z
−¿ (divisão de dois valores negativos resulta em
(−8 )∗3=−24 ∈ Z um valor positivo).
Propriedade Comutativa: Para quaisquer Exemplos:
números inteiros a e b , a multiplicação a∗b é
igual a multiplicação b∗a , por exemplo: −12
(−12 ) :4= =−3
4
(−1 )∗2=−2 assim como 2∗(−1 )=−2.
−12
(−12 ) : (−4 )= =3
Propriedade Associativa: Para quaisquer números −4
inteiros a , b e c a expressão ( a∗b )∗c é igual a
12
expressão a∗(b∗c), por exemplo: 12 : (−4 )= =−3
−4
[ (−1 )∗2 ]∗(−3 )=(−2 )∗(−3 )=6 assim como
12
(−1 )∗[ 2∗(−3 ) ] =(−1 )∗(−6 )=6 . 12 :4= =3
4
1.3.5 Potenciação de números inteiros n∈N, a expressão
n n n n
A operação de potenciação de base a ∈ Z
(a∗b∗c∗…) =a ∗b ∗c ∗…, por exemplo:
elevada ao expoente b ∈ N , denotada por a b, é 3 3
[3∗(−2 )∗(−4 ) ] =24 =13824 , aplicando a
calculada pela sequência de produtos de a , propriedade:
repetida b vezes:
3 3 3 3
[3∗(−2 )∗(−4 ) ] =3 ∗(−2 ) ∗(−4 ) =27∗8∗64=13824
b

a =a∗a∗a∗…∗a
b vezes Propriedade do expoente zero: Para qualquer
a ∈ Z , a 0=1,por exemplo, para qualquer n ∈ N :
Exemplos:
n
3 0 n n a
7 =7∗7∗7=343 a =a :a = n
=1
a
(−2 )4 =(−2 )∗(−2 )∗(−2 )∗(−2 )=16
Outros exemplos:
3
(−5 ) =(−5 )∗(−5 )∗(−5 )=125 5
0 5 5 2
2 =2 :2 = 5
=1
Se a base for negativa, podemos concluir sobre o 2
sinal do resultado da potenciação: 10
0 10 10 2
a) Se o expoente for par: o resultado é 2 =2 :2 = 10
=1
2
positivo;
0
b) Se o expoente for ímpar: o resultado é 2048 =1
negativo.
¿
A operação de potenciação de número inteiros
atende as seguintes propriedades:

Propriedade do Produto de Potências de Mesma


Base: Dados a ∈ Z e b , c ∈ N , a expressão 1.3.6 Radiciação de números inteiros
b c b+c
a ∗a =a , por exemplo:
A operação de radiciação é a operação inversa da
3 2
4 ∗4 =4∗4∗4∗4∗4=4 =4
5 3+2 potenciação. Sejam a , b ∈ Z , n∈ N , se a potância
a =b , então √ b=a.
n n

Propriedade do Quociente de Potências de


Mesma Base: Dados a ∈ Z e b , c ∈ N , a Raízes quadradas (n=2)
expressão a b : ac =a b−c, por exemplo:
A raíz quadrada de um número b ∈ Z expressa
por √ b ou, simplesmente √ b, resulta em um valor
3 2
3 2 4 4∗4∗4 3−2
4 :4 = = =4=4
4
2
4∗4 a ∈ Z , para o qual a 2=b .

Propriedade da Potência da Potência: Dados Exemplos:


a ∈ Z e b , c ∈ N , a expressão (a ¿¿ b)c =a b∗c ¿ ,
√ 4=2 ou (−2), pois 22=4 e (−2)2=4 .
por exemplo:
3 3 √ 36=6 ou (−6), pois 6 2=4 e (−36)2=36 .
( 4¿¿ 2) =16 =4096 ¿, aplicando a propriedade:
3 6
( 4¿¿ 2) =4 =4096 ¿. Observações: as raízes quadradas exatas, são
aquelas que resultam em valores inteiros, por
Propriedade da Potência de um Produto de exemplo, √ 40 não é uma raíz exata uma vez que
Inteiros: A potência de um produto é o produto não existe a ∈ Z , para o qual a 2=40.
das potências, ou seja, dados a , b , c , … ∈ Z e
Raízes quadradas de números negativos não tem Outro exemplo:
resultado inteiro, ou sequer real, dado que
2
a , a ∈ R , é sempre positivo. √3 −81
√3 3
Raízes cúbicas (n=3)
As raízes √
3
−81 e √ 3 isoladas não são exatas, mas
3

A raíz cúbica de um número b ∈ Z expressa por o quociente delas gera uma raíz exata:
√3 b, resulta em um valor a ∈ Z , para o qual a 3=b .
Exemplos:
√3 3 3 √
√3 −81 = 2 −81 = 3 −27=−3

√ 27=3, pois 3 =3∗3∗3=27.
3 3

a) = √ a p
p n
3) ( √
n

√3 −27=−3, pois
Exemplos:
3
(−3) =(−3 )∗(−3 )∗(−3 ) =−27.
2
( √3 64) =42=16
Observação: as raízes cúbicas exatas, são aquelas
que resultam em valores inteiros, por exemplo, Aplicando a propriedade:
√3 −20 é uma raíz exata uma vez que não existe
( √ 64) = √ 64 =√ 4096=16
3 2 3 2 3
a ∈ Z , para o qual a 3=(−20).
A radiciação de números inteiros atende as
seguintes propriedades: 2
( √5 −243) =(−3)2 =9
1) √
n
a∗b=√ a∗√b
n n
Aplicando a propriedade:
Exemplos:
( √5 −243) =√ (−243)2= √5 59049=9
2 5

√2 4∗16=√2 64=8
Aplicando a propriedade:
4) √ √ a= √ a
n p n∗ p

√ 4∗16=√ 4∗√16=2∗4=8
2 2 2
Exemplos:
Outro exemplo:
√ √ 4096=√ 64=2
6 2 6

√ 2∗√8
2 2

Aplicando a propriedade:
As raízes √
2
2 e √ 8 isoladas não são exatas, mas o
2

produto delas gera uma raíz exata: √ √ 4096= √ 4096= √ 4096=2


6 2 6∗2 12

√2 2∗√2 8=√2 2∗8=√2 16=4


2) √
n
a :b=√ a : √ b
n n √ √ 729=√ 9=3
2 3 2

Exemplos: Aplicando a propriedade:

√ √ 729= √ 729=√ 729=3


2 3


2∗3 6
2 16 2
=√ 4=2
4
Aplicando a propriedade: 1.3.8 Características dos números

√ 16 √ 16 4
2
2
= 2 = =2 1.3.8.1 Números pares e ímpares
4 √4 2
Os números naturais podem ser divididos em D(2)={1, 2 }
números pares e ímpares. Os números pares é
O conjunto de divisores de 25:
todo número divisível por 2, ou seja, um número
cuja divisão por 2, resulta em um número natural, D(25)={1 ,5 , 25 }
cuja divisão é uma valor exato, sem restos. O
números pares podem ser escritos na forma O conjunto de divisores de 36:
2∗a , a ∈ N , por exemplo, os números D(36)={1 ,2 , 3 , 4 ,6 , 9 , 12 ,18 , 36 }
0 , 2 , 4 , 6 , … são números pares e podem ser
escritos como: Os números naturais podem ser escritos na forma
0=2∗0 ; 2=2∗1 ; 4=2∗2 ; 6=2∗3 ; … e assim de um produto de números primos, essa forma de
por diante. descrição de um número natural é a forma
decomposta em números primos. Os números
Os números ímpares, por sua vez, são aqueles que
primos são números naturais maiores que 1,
não são divisíveis por 2 e podem ser escritos na
divisíveis apenas por 1 e por ele mesmo. O
forma 2∗a+1 , a ∈ N , por exemplo, os números
conjunto de divisores de um número primo n é
1 ,3 ,5 , 7 , … são números ímpares e podem ser
dado por {1 , n }. Por exemplo, 5 é um número
escritos como:
primo, pois não existem valores naturais, para os
1=2∗0+1 ; 3=2∗1+1 ; 5=2∗2+1; 7=2∗3+1 …
quais 5 seja divisível, além do 1 e do próprio 5, os
e assim por diante.
divisores de 5 são {1,5}. O número 16 não é um
número primo, pois seus divisores são não apenas
o número 1 e o número 16, mas os 5 valores
1.3.8.2 Divisores pertencentes ao conjunto {1,2,4,8,16}.
De forma geral, dizemos que um número a ∈ N é O conjunto dos números primos é infinito e
divisível por outro número b ∈ N , se a divisão formado pelos elementos:
a
∈ N . Dizemos que b é um divisor de a .
b 2 , 3 ,5 , 7 , 11, 13 ,17 , 19 , …

Um número natural é divisível por 2 se é par, ou A decomposição de números naturais em fatores


seja, termina em, 0, 2, 4, 6 ou 8. primos é realizada dividindo o número natural
pelo menor primo qual seja divisível, em seguida
Um número natural é divisível por 3 quando a dividindo o resultado pelo menor primo qual seja
soma de seus algarismos é um número divisível divisível até que o resultado seja um número
por 3, ou seja, 123 é divisível por 3, pois 1+2+3 = primo.
6, e 6 é divisível por 3.
Exemplo:
Um número natural é divisível por 5 se termina
em 0 ou 5. Vamos decompor o número 18 em números
primos:
Um número natural é divisível por 10 se termina
em 0. 18 é divisível por 2?

O conjunto de divisores de um número a ∈ N 18


Sim, =9.
pode ser escrito como o conjunto D ( a ) , onde 2
para qualquer que seja a : 1 , a ∈ D(a), podemos 9 é divisível por 2?
representar o conjunto de divisores de a por:
Não.
D(a)={1 , ..., a }
9 é divisível por 3?
Exemplos:
9
O conjunto de divisores de 2: Sim, =3.
3
3 é primo. MDC (12, 130)

Portanto, 18 pode ser escrito como o produto dos A divisão de 130 por 12 não é exata, resulta em 10
fatores primos 18=2∗3∗3. com resto 10.

Podemos realizar a decomposição por meio do A divisão de 12 pelo resto 10 não é exata, resulta
diagrama: em 1 com resto 2.

|
18 2 A divisão de 10 pelo resto 2 é exata, resulta em 5
9 3 com resto 0.
3 ¿
O divisor da última divisão testada é o MDC de 12
Outro exemplo: e 130, MDC(12,130) = 2.

Vamos decompor o número 34 em números


primos: 1.3.8.4 Múltiplos
34 é divisível por 2? Os múltiplos de um número a ∈ N é o conjunto
34 M (a) infinito formado pelo produto a por cada
Sim, =17 . elemento do conjunto dos naturais.
2
17 é primo. N= { 0 ,1 , 2 ,3 , 4 , 5 ,… }

Portanto, 34 pode ser escrito como o produto dos M ( a )={a∗0 , a∗1 , a∗2 , a∗3 , a∗4 , a∗5 , … }
fatores primos 34=2∗17.
Exemplos:
Podemos realizar a decomposição por meio do
Os múltiplos do número 5 são:
diagrama:
M (5 )={ 0 , 5 , 10 ,15 , 20 , 25 ,30 , .. }
|
34 2
17 ¿ Os múltiplos do número 27 são:

M ( 27 )= {0 ,27 , 54 , 81,108,135 , .. }
1.3.8.3 Máximo Divisor Comum (MDC) Um número a ∈ N é sempre um divisor dos
elementos do conjunto M ( a ) .
O máximo divisor comum entre dois números
naturais a e b é o maior número c , para o qual
a b
∈ N ao mesmo tempo que ∈ N . 1.3.8.5 Mínimo Múltiplo Comum (MMC)
c c
Um método para determinado o MDC entre dois O mínimo múltiplo comum entre dois números
números é baseado em sucessivas divisões, naturais a e b é o menor número c , para o qual
seguindo as etapas: c c
∈ N ao mesmo tempo que ∈ N .
a b
1ª) Divide-se o maior dos dois números pelo
menor, se a divisão for exata, o MDC é o menor Podemos determinar o MMC entre dois números
dos dois números, por exemplo, o MDC entre 25 e decompondo-os em fatores primos ao mesmo
50 é 25, pois a divisão de 50 por 25 é exata. tempo, por exemplo o MMC entre 18 e 12 é dado
por:
2ª) Se a divisão não for exata, segue dividindo o
menor dos valores pelo resto da divisão, até que
se obtenha resto zero, por exemplo:
|
18 12 Sinais iguais: resultado positivo;
9 6 2 Sinais diferentes: resultado negativo.
9 3 2
3 1 ¿ Se a expressão numérica envolver todas as quatro
1 1 operações envolvendo as quatro operações
básicas (adição, subtração, divisão e
MMC ( 18 , 12 )=2∗2∗3∗3=36 multiplicação), respeita-se os separadores
(parênteses, colchetes e chaves), mas em um
O MMC pode ser calculado para dois ou mais
mesmo nível as operações de multiplicação e
valores ao mesmo tempo, por exemplo o MMC de
divisão têm prioridade às operações de adição e
36, 48 e 60 é dado por:

|
subtração, por exemplo:
36 48 60 4 + (−2 )∗{(−8)+[4 : (⏟
(−5 ) +6 )−2]}=¿
18 24 30 1
2
9 12 15
9 6 15 2 4 + (−2 )∗{(−8 )+[4⏟
: 1−2]}=¿
2
9 3 15 4
2
3 1 5
1 1 5
¿ ⏟ ]}=¿
4 +(−2)∗{(−8)+[ 4−2
2
1 1 1
4 +(−2)∗{(⏟
−8 ) +2 }=¿
MMC ( 36 , 48 , 60 )=2∗2∗2∗2∗3∗3∗5=720. −6

⏟ =¿
4 +(−2)∗(−6)
12
1.3.8.6 EXECÍCIOS MDC E MMC
4 +12=16
1. Calcule:

a) MDC(12,15)
1.4 Operações com números racionais Q
b) MDC(25,150)
Os números racionais são todos os números que
c) MDC(243,108) podem ser representados por meio de uma fração
d) MDC(4096,2560) a
, a ,b ∈ Z , b ≠ 0. Como citado anteriormente, o
b
e) MMC (4,16,18) conjunto dos números racionais compreende todo
o conjunto dos números naturais e inteiros
f) MMC (19, 12, 24)
(quando o numerador b=1), além dos números
g) MMC (25, 30, 80, 90) decimais finitos e das dízimas periódicas.
h) MMC (28, 224, 250) A fração é uma divisão, mas representa um único
valor e, portanto, tem um único sinal relacionado
a ele. A regra de sinal deve ser aplicada ao
1.3.9 Expressões numéricas com números numerador e o denominador para unificar o sinal
inteiros da fração, por exemplo:

Expressões numéricas com números inteiros, são


resolvidas da mesma forma como as expressão (−9) ( )
(−5) +5
=
9
com números naturais, respeitando agora as
=(
9 )
regras de sinais: (−5) −5
9
5
(−9)
=( )
−5
9
1 ¿(−5) −5
≈ =
5
2 ¿(−5) −10 10
1 ¿(8) 8
9 ( 9 )
5 +5 ≈
= 2 ¿(8) 16

Por convenção, vamos padronizar o sinal de uma 3 5 8


As frações , e são exemplos de frações
fração escrevendo-a com o sinal no numerador ou 6 10 16
na própria fração, e ocultando o símbolo “+” 1
equivalentes a .
quando a fração for positiva. 2

(−5) 5 −8
= Frações equivalentes a :
(−9) 9 4

(−5) −5
9
=
9( )
ou
(−5)
9
( −84 :: 22) ≈ ( −42 )
:(−4)) ( [ −1 ]) ( 1 )
( −84 :(−4) −2 −2
=( )
5 −5 (−5) ≈ − = =(−2)
ou
(−9) 9 9

9 ( 9 )
5 +5
= As frações ( −42 ) e ( −21 ) são exemplos de frações
equivalentes a (
4 )
−8
Quando lidamos com frações, é interessante .
sabermos calcular frações equivalentes (≈ ), ou
seja, frações que representam o mesmo na reta
A fração (
1 )
−2
numérica, por exemplo: ou o valor (−2 ) é a fração

simplificada de (
4 )
2 1 −8
≈ , ou seja, é a fração
4 2
equivalente de menor valor absoluto no
2 1
Na reta numérica e representam o mesmo numerador e no denominador.
4 2
valor entre 0 e 1: A simplificação de fração é realizada dividindo o
numerador e o denominador de uma fração por
uma constante até que se atinja o menor valor
absoluto em ambos.

Exemplo:
Ao multiplicar ou dividir o numerador e o
27
denominador de uma fração, por um valor Simplificando a fração temos:
81
constante, determinamos as frações equivalentes
a ela. 27 :3 9 :3 3
≈ ≈
18 :3 6 :3 2
Exemplos:
Ou mais diretamente:
1
Frações equivalentes a :
2 27 : 9 3

18 : 9 2
1 ¿3 3

2 ¿3 6
Determinar frações equivalentes permitirá, O número 35 é um múltiplo comum entre 5 e 7,
comparar frações e realizar operações de adição e 4 3
então vamos representar as frações e com o
multiplicação de frações. 7 5
denominador 35, e representa-los na fração
O denominador de uma fração caracteriza a
35
fração, como uma fração é uma divisão, o unitária :
35
denominador determina em quantas partes iguais
o numerador será dividido.

4
Considere a fração , esta fração representa uma
7
divisão do numerador 4 em 7 partes iguais. Se
4
7 Qual é a fração equivalente a , cujo
considerarmos a fração unitária =1, podemos 7
7
denominador é 35?
4
representar a fração por meio do seguinte
7 4 ¿? ?

diagrama: 7 ¿ ? 35
A constante multiplicada por 7 que resulta em 35
é 5, logo:

4 ¿ 5 20

7 ¿ 5 35
4
Se quisermos comparar a fração qual com a 20 4
7 A fração é uma fração equivalente a .
35 7
3
fração , a fim de saber qual delas representa o
5 3
Da mesma forma qual é a fração equivalente a ,
maior valor, a representação gráfica não é precisa 5
para nos indicar qual das duas frações é maior. cujo denominador é 35?

3 ¿? ?

5 ¿ ? 35
A constante multiplicada por 5 que resulta em 35
é 7, logo:
Para comparar frações diferentes é preciso 3 ¿ 7 21

determinar frações equivalentes de mesmo 5 ¿ 7 35
denominador. A determinação de frações
equivalentes é realizada multiplicando ou 21 3
A fração é uma fração equivalente a .
dividindo o numerador e o denominador de uma 35 5
fração por uma constante, como queremos 21 20 3 4
determinar dois denominadores iguais, podemos Como > então, >
35 35 5 7
determinar os múltiplos comuns entre esse
denominadores:

M (5 )={ 0 , 5 , 10 ,15 , 20 , 25 ,30 , 35 , 40 , 45 , … }


M (7 )= {0 , 7 , 14 , 21 , 28 ,35 , 42 , 49 … }
|
Cabe ressaltar que para comparar frações e, 10 6 2 2
posteriormente, realizar operações de adição e 5 3 1 3
subtração, as frações devem estar em um mesmo 5 1 1 5
denominador e este denominador deve ser um 1 1 1 ¿
múltiplo comum entre ambos os denominadores
das frações. Podemos encontrar um múltiplo MMC ( 10 , 6 , 2 )=2∗3∗5=30
qualquer entre os denominadores ou calcular o
2
MMC entre eles, que é mais usual. Qual é a fração equivalente a , cujo
10
No caso do exemplo anterior, poderíamos ter denominador é 30?
calculado o MMC de 7 e 5, sem ter explicitado o
2 ¿? ?
conjunto de seus múltiplos: ≈
10 ¿ ? 30

|
7 55
A constante multiplicada por 10 que resulta em 30
7 17
é 3, logo:
1 1¿
2 ¿3 6
MMC ( 7 , 5 )=7∗5=35 ≈
10 ¿ 3 30
6 2
A fração é uma fração equivalente a .
1.4.1 Adição e subtração de frações 30 10

As operações de adição e subtração entre frações 5


Qual é a fração equivalente a , cujo
de mesmo denominador é realizada apenas entre 6
os numeradores. denominador é 30?

Exemplos: 5 ¿? ?

6 ¿ ? 30
3 1 2 3+1+2 6
+ + = = A constante multiplicada por 6 que resulta em 30
8 8 8 8 8
é 5, logo:
10 5 10−5 5
− = = 5 ¿ 5 25
11 11 11 11 ≈
6 ¿ 5 30
3 1 2 3+1−2 4
+ − = = 25 5
8 8 8 8 8 A fração é uma fração equivalente a .
30 6
10 (−5 ) 10−(−5 ) 10+5 15
− = = = 3
11 11 11 11 11 Qual é a fração equivalente a , cujo
2
Quando os denominadores forem diferentes, denominador é 30?
deve-se reduzir as frações operadas a um
denominador comum, por meio do MMC dos 3 ¿? ?

denominadores. 2 ¿ ? 30

Exemplos: A constante multiplicada por 2 que resulta em 30


é 15, logo:
2 5 3
+ + 3 ¿ 15 45
10 6 2 ≈
2 ¿ 15 30
MMC ( 10 , 6 , 2 )
45 3
A fração é uma fração equivalente a .
30 2
MMC ( 15 , 25 ,2 , 18 )=2∗3∗3∗5∗5=450
2 5 3 (−5) (MMC :15)∗(−5) (450 :15)∗(−5) (−150)
Portanto a soma + + pode ser calculada ≈ = =
10 6 2 15 MMC 450 450
pelas frações equivalentes de denominador 30:
12 (MMC :25)∗12 (450 :25)∗12 216
6 25 45 6+25+ 45 76 ≈ = =
+ + = = 25 MMC 450 450
30 30 30 30 30
(−3) (MMC :2)∗(−3) (450 :2)∗(−3) (−675)
O resultado pode ser simplificado: ≈ = =
2 MMC 450 450
76 :2 38
≈ 5 (MMC :18)∗5 (450 :18)∗5 625
30 :2 15 ≈ = =
18 MMC 450 450
Assim:
Assim:
2 5 3 38
+ + = (−5 ) 12 (−3 ) 5
10 6 2 15 − − + =¿
15 25 2 18
A determinação das frações equivalentes de
(−150 ) 216 (−675 ) 625
mesmo denominador pode ser feita de maneira ¿ − − + =¿
mais direta. O que fazemos indiretamente ao 450 450 450 450
determinar a fração equivalente é primeiramente (−150 )−216−(−675 )+625 416
determinar o MMC que será o denominador da ¿ =
450 450
fração equivalente. Em seguida, para determinar
o numerador da fração equivalente, dividimos o
MMC pelo denominador da fração original e o
416 :2 208
resultado é multiplicado pelo numerador da ≈
450 :2 225
fração original. Então:

2 (MMC :10)∗2 (30 :10)∗2 6


≈ = =
10 MMC 30 30 1.4.2 Multiplicação e divisão de frações

5 ( MMC :6)∗5 (30 :6)∗5 25 A multiplicação entre frações é realizada


≈ = = multiplicando numerador por numerador e
6 MMC 30 30
denominador por denominador. Sejam a , c ∈ Z e
3 ( MMC :2)∗3 (30 :2)∗3 45 a c
≈ = = ¿
b , d ∈ N a multiplicação entre as frações e
2 MMC 30 30 b d
Outro exemplo de adição e subtração de frações resulta em:
com denominadores diferentes: a
∗c
(−5) 12 (−3) 5 b a∗c
− − + =
d b∗d
15 25 2 18
Exemplos:
MMC ( 15 , 25 ,2 , 18 ) :

|
4
15 25 2 18 ∗(−1)
3 4∗(−1) (−4 ) :2 (−2)
15 25 1 9 2 = = ≈
2 3∗2 6 :2 3
5 25 1 3 3
5
1
25 1
5 1
1
1
3
¿ ( −83 )∗9 = (−83 ) ∗9 = (−8)∗9 = (−72) : 3≈ (−24)
1 1 1 1 11 11 3∗11 33 : 3 11
A multiplicação de frações também pode ser Radiciação:
realizada entre três ao mais frações:

√ a √a
n
n
(−1 ) =
∗(−1 ) b √n b
( )( )
−1 −1
3

6
∗4
=
3
6
∗4
=¿
Exemplos:
3 3
()
2 2
1 1 1
= 2=
(−1 )∗(−1 )∗4 4 :2 2 2 2 4
¿ = ≈
3∗6∗3 54 :2 27
( )
3 3
(−8) (−8) 512
= 3
=
15 15 3375


Já a divisão entre duas frações é realizada 5 32 √ 32 = 2 :2 ≈ 1
5

multiplicando a primeira fração pelo inverso da =5


¿ 1024 √ 1024 4 :2 2
segunda fração. Sejam a , c ∈ Z e b , d ∈ N a


a c 3
(−27) √ (−27) (−3)
divisão entre as frações e resulta em: 3
= 3 =
b d 125 5
√ 125
a
∗d
a c b a∗d
: = =
b d c b∗c 1.4.4 EXERCÍCIOS OPERAÇÕES COM FRAÇÕES

Exemplos: 1. Realize as operações e simplifique o resultado


final:
(−2)
∗6
(−2) 1
: =
9 6
9
1
=
(−12) :3 (−4)
9 :3

3
a)
10 1 7
+ −
25 9 5
b)( 13 − 16 ) : 32
( ) 1
c) − :
3
1 −2
6 3

f) 10 ( 10 )
4 4 5 −2
∗(−2 )
d) (
2 ) 3 ( 3 ) 6
∗2 2 −5 1 −250 50 ∗ ∗9
4 (−1 ) 3 3 (−8 ) ∗ + e) :
: = = = 9
3 2 (−1 ) 1 3 10
1
1 1 3
: =
∗6
=
6 :3 2
≈ =2
g)
1 1 1 1 9 −5 6
+ − + h) ∗
18 6 3 9 2
:
8 64 ( ) i)
3 6 1 3 :3 1
( ( ))
10 −7 1
6

8
:
2

√ √
1.4.3 Potenciação e radiciação de frações
( ) ( ) ()
2
12 15 −5 5 3 27 5 5 3 27
j) + l) + m) +
A operação de potenciação de frações é calculada 18 162 2 125 2 125
elevando numerador e denominador ao

( )
√729

9 3
expoente. Da mesma forma, a radiciação de uma −1
+ 3 2 ( 4 )3
n) o)
fração também é distribuída entre o numerador e 2 √27 ( 64 )
2

o denominador da fração. Sejam a ∈ Z , b , n ∈ N


e b ≠ 0.

Potenciação: 1.4.5 Números Decimais

Os números decimais são uma representação dos


()
n n
a a
= n números racionais não inteiros (valores entre 0 e
b b 1). São exemplos de números decimais: 0,25;
0,036; 0,00001, entre outros. Os números
racionais podem ser representados por frações, de algarismos depois da vírgula das parcelas da
como vimos, ou ainda pela divisão entre o subtração, completando com zeros quando
numerador e o denominador desta fração, necessário e realizando a subtração, comparando
resultando um número composto por uma parte com a subtração de valores inteiros
inteira e uma parte decimal, separadas pela correspondentes.
vírgula. Os números: 2,25; 10,036; 45,00001, são
Exemplo:
compostos por uma parte inteira (2 10 e 45) e
uma parte decimal (0,25, 0,036 e 0,00001). Se quisermos realizar a subtração entre os
valores:
Antes de relacionarmos a fração (divisão do
numerador pelo denominador) com o número 0,025−12,0077
composto, vamos introduzir as operações desses
números compostos por decimais. Primeiramente, igualamos a quantidade de
algarismos depois da vírgula, neste caso 4
algarismos:
1.4.5.1 Operações com Números Decimais 0,0250−12,0077
1.4.5.1.1 Adição e Subtração com Decimais Se fossem valores inteiros, sem a vírgula, a soma
seria igual a:
A adição de números compostos por uma parte
inteira e uma parte decimal é realizada igualando 00250−120077=−119827
a quantidade de algarismos depois da vírgula de
cada parcela da soma, completando com zeros Então a soma 0,025−12,0077=−11,9827 (4
quando necessário. A vírgula é então algarismos após a vírgula).
desconsiderada e efetua-se a adição como se
fosse números inteiros. Ao resultado final a
vírgula é incorporada novamente, considerando a 1.4.5.1.2 Multiplicação com Decimais
mesma quantidades de algarismos após a vírgula, Na multiplicação, a vírgula também é
das parcelas iniciais da soma. desconsiderada e a operação é realizada como se
Exemplo: fossem valores inteiros. O resultado final terá uma
quantidade de algarismos depois da vírgula igual a
Se quisermos realizar a soma entre os valores: soma das quantidades de algarismos depois da
0,012+1 , 33+15 vírgula de cada fator envolvido na multiplicação.

Primeiramente, igualamos a quantidade de Exemplos:


algarismos depois da vírgula, neste caso 3 Se quisermos realizar o produto entre os valores:
algarismos:
( 0,015 )∗(−0 ,2)
0,012+1,330+15,000
O primeiro fator tem 3 algarismos depois da
Se fossem valores inteiros, sem a vírgula, a soma vírgula, o segundo fator tem 1 algarismo depois
seria igual a: da vírgula. Então, o produto terá 3+1 = 4
0012+1330+15000=12+13300+15000=16342 algarismos depois da vírgula.

Então a soma 0,012+1,330+15,000=16,342 (3 Se fossem valores inteiros, sem vírgula, a


algarismos após a vírgula). multiplicação seria igual a:

A subtração de números compostos por uma ( 0015 )∗(−02 )=15∗(−2 )=−30


parte inteira e uma parte decimal é realizada de
maneira similar à adição, igualando a quantidade
Então o resultadoda multiplicação A quantidade algarismos depois da vírgula entre
( 0,015 )∗(−0 , 2 )=−0,0030 (4 algarismos depois eles já é a mesma, então basta descartarmos a
da vírgula). vírgula e resolver a divisão é equivalente, com os
valores inteiros:
Se quisermos realizar o produto entre os valores:
48 :24=2
( 0,88001 )∗( 0 , 3 )∗(−0 , 9)
E assim o resultado da divisão 4 , 8: 2, 4 é
O primeiro fator tem 5 algarismos depois da exatamente o mesmo:
vírgula, o segundo fator tem 1 algarismo depois
da vírgula e o terceiro fator tem 1 algarismo 4 , 8: 2, 4=2
depois da vírgula. Então, o produto terá 5+1+1 = 7 Outras exemplos de divisões com números
algarismos depois da vírgula. decimais equivalentes a divisões com números
Se fossem valores inteiros, sem vírgula, a inteiros:
multiplicação seria igual a: 12,004 :15=12004 :15000
( 088001 )∗( 03 )∗(−09 )=88001∗3∗(−9 ) =−2376027 0 , 08 :497,3001=800 :4973001
Então o resultado da
multiplicação 12,336 :0 , 13=12336 :130
( 0,88001 )∗( 0 , 3 )∗(−0 ,9 )=−0,2376027 (7
algarismos depois da vírgula). 12 :0,005=12000 :5
Para os dois exemplos resolvidos acima (
240 :0,192 e 4 , 8: 2, 4) a divisão equivalente
1.4.5.1.3 Divisão com Decimais com números inteiros resultou em valores exatos,
A divisão entre números com parte decimal pode sem resto. Quando apresentamos as operações
ser realizada igualando a quantidade de com números inteiros vimos que tanto a adição, a
algarismos depois da vírgula, em seguida a vírgula subtração, como a multiplicação atendem a
é descartada e realiza-se a divisão entre os propriedade de fechamento, ou seja, a operação
inteiros obtidos. de adição, subtração e multiplicação entre
inteiros, sempre resulta em um valor inteiro. A
Exemplos: divisão de inteiros por sua vez não atende a
propriedade do fechamento, divisões entre
Se quisermos realizar a divisão entre os valores:
números inteiros não necessariamente resultam
240 :0,192 em números inteiros. Se uma divisão é não exata,
no conjunto dos números inteiros dizemos que a
Igualando a quantidade algarismos depois da
divisão tem um resto, já no conjunto dos racionais
vírgula temos:
essa divisão resulta em um número com parte
240,000 :0,192 decimal.

Essa divisão é equivalente a divisão dos inteiros: Para resolver esse tipo de divisão e determinar o
resultado decimal, podemos realizar o seguinte
240000 :0192=240000:192=1250 procedimento, por meio do algoritmo de divisão:
E assim o resultado da divisão 240 :0,192 é Se o valor do dividendo for menor que o divisor a
exatamente o mesmo: divisão inicia-se com o zero no quociente, por
240 :0,192=1250 exemplo 2:5 :

Se quisermos realizar a divisão entre os valores: 2 5


0
4 , 8: 2, 4 O resto nesse caso é 2:
2 5 3
2 0 Obtém-se o quociente 43 e um resto diferente de
Após encontrar o primeiro resto, acrescenta-se zero, 3. Adiciona-se um zero à direita de 3, e
um zero à direita do resto e uma vírgula no realiza-se a divisão:
quociente e em seguida realiza-se a divisão:
519 12
2 5 39 43,2
20 0, 30
6
O resto ainda é diferente de zero, então adiciona-
2 5 se um zero à direita de 6, e realiza-se a divisão:
20 0,4
0
Se após acrescentar um zero à direita do resto
519 12
este ainda ficar menor que o divisor acrescenta-se
39 43,25
zeros à direita do divisor e zeros à direita do
30
quociente. 60
Por exemplo, a divisão 41:20 0
O resto zero foi obtido e a divisão concluída,
41 20 519:12 = 43,25.
1 2
O resto obtido foi 1. Adiciona-se um zero à direita Neste caso obtivemos o resto zero, mas se por
de 1 e a vírgula no quociente. exemplo quisermos realizar a divisão 1:3 :

41 20 1 3
10 2, 10 0,333
10
Mesmo após adicionar um zero à direita do resto,
10
este é menor que o divisor (10 < 20). Então, basta
1
adicionar outro zero no divisor e um zero no
O resto obtido é sempre igual a 1, e o algarismo 3
quociente:
sempre é adicionado ao quociente. Estamos
41 20 diante de uma dízima periódica, que ocorre
100 2,0 quando uma parte decimal de um número repete
Se o resto for maior que o divisor, realizo a infinitamente. Outros exemplos de dízimas
divisão. Neste caso 100 > 20, então posso finalizar periódicas:
a divisão: 1 :3=0,333333 …
41 20 4 :33=0,121212 …
100 2,05
0 61 :495=0,1232323 …
Enquanto o resto não for zero, ou até que a
7 :3=2,33333 …
quantidade de algarismos decimais desejado seja
atingida, acrescenta-se um zero à direita do resto 34091 :99900=0,34125125125 …
e realiza-se a divisão.

Outros exemplos:
1.4.6 Relacionando frações com números
Ao realizarmos a divisão 519:12 : decimais
519 12 Qualquer fração pode ter sua representação
39 43 decimal, assim como qualquer decimal finito ou
dízima periódica tem sua representação de algarismos depois da vírgula igual a quantidade
fracionária. de zeros do denominador, veja os exemplos:

A representação decimal de uma fração é obtida 20


=2 , 0
diretamente dividindo o numerador pelo 10
denominador. Na seção anterior realizamos
1 zero no denominador, resulta em 1 algarismo
algumas divisões que poderiam ser representadas
depois da vírgula.
como fração, por exemplo:
2589 02589
2 = =0,2589
2 :5= =0 , 4 10000 10000
5
4 zeros no denominador, resulta em 4 algarismos
41
41 :20= =2 ,05 depois da vírgula.
20
895
519 =89 , 5
519 :12= =43 , 25 10
12
1 zero no denominador, resulta em 1 algarismo
Além das dízimas periódicas:
depois da vírgula.
1
1 :3= =0,333 … 1222
3 =12, 22
100
4
4 :33= =0,121212 … 2 zero no denominador, resulta em 2 algarismo
33
depois da vírgula.
61
61 :495= =0,1232323 … Até aqui representamos as frações como números
495
decimais. Para representar números decimais
7 como frações, precisamos classificar o número
7 :3= =2,333 …
3 como um decimal finito ou como uma dízima
periódica.
34091
34091 :9990= =0,34125125125 …
99900 A partir das frações decimais, fazendo o caminho
contrário da representação de fração para
decimal, qualquer número decimal finito pode ser
Algumas frações podem ser representadas como representado por uma fração decimal, veja os
decimais mais facilmente. Toda fração com exemplos:
denominador múltiplo de 10, ou seja, 10, 100, 251815
1000, ..., é denominada fração decimal. 25,1815=
10000
Se o denominador de uma fração for múltiplo de 4 algarismos depois da vírgula, resulta em uma
10, a sua representação decimal pode ser fração decimal de denominador 10000
realizada por meio dos seguintes passos: (denominador com 4 zeros).
1º) Se a quantidade de algarismos do numerador 005 5
for menor que o do denominador, iguale a 0,005= =
1000 1000
quantidade de algarismos adicionando zeros a
esquerda no numerador. 3 algarismos depois da vírgula, resulta em uma
fração decimal de denominador 1000
2º) A representação da fração em números
(denominador com 3 zeros).
decimais será o numerador com uma quantidade
497005 3º) Subtrair o resultado obtido no passo 1º) do
49700 ,5=
10 resultado obtido no passo 2º), igualando a parte
numérica e a parte dependente das incógnitas:
1 algarismo depois da vírgula, resulta em uma
fração decimal de denominador 10 (denominador 1º) passo: 0,333333 …=a
com 1 zero).
2º) passo: 3,33333 …=10∗a
Caso o número decimal não seja finito e sim uma
3º) passo:
dízima periódica, determinar sua representação
fracionária envolve mais passos. 3,33333 …−0,33333 …=10∗a−a
Vamos determinar a fração geradora das dízimas 3=9∗a
apresentadas anteriormente. Vamos atribuir as
incógnitas a , b , c , d e e às frações que vamos
3 :3 1
a= ≈
determinar seguindo os seguintes passos: 9 :3 3

a=0,333333 …
b=0,121212 … 1º) passo: 0,121212 …=b

c=0,1232323 … 2º) passo: 12,121212 …=100∗b

d=2,33333 … 3º) passo:

e=0,34125125125 … 12,121212 …−0,121212…=100∗b−b

1º) Deixar depois da vírgula apenas os valores que 12=99∗b


se repetem, multiplicando o número por múltiplos 12 :3 4
de 10: b= ≈
99 :3 33
0,333333 …=a
0,121212 …=b 1º) passo: 1,232323 …=10∗c
0,1232323 …∗10=1,232323 …=10∗c 2º) passo: 123,232323 …=1000∗c
2,33333 …=d 3º) passo:
0,34125125125 …∗100=34,125125125 …=100∗e 123,232323 …−1,232323 …=1000∗c−10∗c
122=990∗c
2º) Deixar antes da 1 repetição dos algarismos da 122 :2 61
dízima, multiplicando o número por múltiplos de c= ≈
990 :2 495
10:

0,333333 …∗10=3,33333 …=10∗a


1º) passo: 2,333333 …=d
0,121212 …∗100=12,121212 …=100∗b
2º) passo: 23,33333 …=10∗d
0,1232323 …∗10∗100=123,232323 …=10∗100∗c =1000∗c
3º) passo:
2,33333 …∗10=23,3333 …=10∗d
23,33333 …−2,33333 …=10∗d −d
0,34125125125 …∗100∗1000=34125,125125 …=100∗1000∗e=100000∗e
21=9∗d
21 :3 7 Sejam a , b , c ∈ R e m , n∈ Z :
d= ≈
9 :3 3
A adição dos números reais atende as seguintes
propriedades: Fechamento (a+ b ∈ R ),
Comutativa (a+ b=b+a ), Associativa (
1º) passo: 34,125125125 …=100∗e
a+ ( b+c )=(a+ b)+ c ), Elemento Neutro (a+ 0=a
2º) passo: 34125,125125 …=100000∗e ) e Elemento Oposto (a+ (−a ) =0).

3º) passo: A subtração dos números reais atende as


seguintes propriedades: Fechamento (a+ b ∈ R ),
34125,125125 …−34,125125125 …=100000∗e−100∗e
Elemento Neutro (a−0=a).
34091=99900∗e
A multiplicação dos números reais atende as
34031 seguintes propriedades: Fechamento (a∗b ∈ R ),
d=
99900 Comutativa (a∗b=b∗a ), Associativa (
a∗( b∗c )= ( a∗b )∗c ), Elemento Neutro (a∗1=a),

1.4.7 EXERCÍCIOS OPERAÇÕES COM DECIMAIS


Elemento Inverso (a∗ ( 1a )=1) e Distributiva em
1. Escreva na forma de números decimais: relação a adição (a∗( b+ c )=a∗b+ a∗c ).

3 18 4 9 3 10 A divisão dos números reais atende as seguintes


a) b) c) d) e) f) propriedades: Fechamento (a :b ∈ R), Elemento
5 20 9 5 18 6
Neutro (a :1=a), Distributiva em relação a adição
2. Escreva na forma de frações simplificadas: (( b+ c ) : a=b : a+c : a).
a) 0 , 25 b) 0,25252525 … A potenciação dos números reais atende as
c) 0,00265 d) 0,35191919 … seguintes propriedades: Produto de Mesma Base (
m n m+n
a ∗a =a ), Quociente de mesma base (
e) 0,06025 e)0,1151515 … m n m−n
a : a =a ), Potência da Potência (
n m∗n
(a ¿¿ m) =a ¿, Potência do Produto (
n n n n
(a∗b∗c∗…) =a ∗b ∗c ∗…), Expoente zero (
1.4.8 Operações com números reais R
−m 1
a =1) e Expoente negativo, (a = m ).
0
Como citado anteriormente, o conjunto dos a
números reais é formado pelo racionais em união
com o conjunto dos irracionais, que são decimais
infinitos não periódicos. A radiciação dos números reais atende as
Exemplos de números não racionais ou seguintes propriedades: Produto de Radicandos (
irracionais: √n a∗b=√n a∗√n b ), Quociente de Radicandos (
√ 2=1,4142135 ; √ 5=2,2360679 ; π=3,14159265 … √ a :b=√ a : √ b),
n n n
Potência da radiciação (
( √ a) = √ a ) e
n p n p
, entre outros. Radiciação da radiciação (

Os números reais podem ser representados em √n √p a= n∗√p a).


uma reta densa, ou seja, cada ponto da reta tem
um valor real correspondente e entre dois
números reais existem infinitos números reais. 1.4.9 EXERCÍCIOS NÚMEROS REAIS

1. Realize as operações e indique a quais


conjuntos pertencem os resultados ( N , Z , Q ou
R ):
[ ] [( ) ]
10 1 7 1 1 2 multiplicação e divisão. A incógnita x , está sendo
a) + − : − : multiplicada pelo valor 12. Iremos utilizar a
25 9 5 3 6 3
operação inversa da multiplicação, que é a divisão

(√ −13 + 16 ): ( −23 )
2
e dividir ambos os lados da equação exatamente
b) por 12:

12∗x :12=36 :12

√(
c)
−2500 −50
2

3
:
6 )( ) x=3


Ao realizarmos as operações inversas aquelas
3 ( 4 )3 aplicadas ao x obtivemos o valor isolado de x .
d) 2
( 64 )

1.2.11 Problemas envolvendo incógnitas


1.2.10 Cálculo de incógnitas
As incógnitas podem não aparecer explicitamente
Uma incógnita é um valor desconhecido em uma em um problema. Basta relacionarmos o valor que
expressão, determinado por meio das operações o problema visa determinar à uma incógnita x e
inversas aquelas que acompanham a incógnita em resolver a equação gerada.
um mesmo lado da equação, afim de isolar a
incógnita. Digamos que queiramos determinar o Exemplo: Um professor calcula a nota final de 0 a
valor da incógnita x para a qual a equação é 100 dos alunos por meio da seguinte expressão:
válida: NF=3∗t +2∗l+5∗p
12∗x −34=2 Sendo t a nota de trabalho, l a nota de listas de
Do lado esquerdo da equação onde a incógnita exercícios e p a nota da prova. Dois alunos
aparece temos uma multiplicação por 12 e uma tiveram notas finais iguais. O primeiro aluno tirou
subtração por 34. Queremos seguir o caminho 7 no trabalho, 10 na lista de exercícios e 6 na
contrário da expressão numérica e, portanto, prova. O segundo aluno não lembra quanto tirou
iniciamos agora adições e subtrações têm no trabalho, mas sua nota na lista de exercícios foi
prioridade em comparação a multiplicações e 8 e na prova 5. Qual a nota do segundo aluno no
divisões. Portanto iniciaremos com a subtração trabalho?
por 34. A equação é como se fosse uma balança O valor a ser determinado, ou a incógnita x é a
equilibrada, todas as operações que fizermos de nota no trabalho do segundo aluno.
um lado da igualdade, devemos fazer do outro
lado, para manter o equilíbrio, a igualdade. x : é a nota do segundo aluno no trabalho.

Se a operação é de subtração de 38 unidades e o Sabe-se que ambos os alunos ficaram com mesma
objetivo é isolar o x , iremos utilizar a operação nota final, portanto:
inversa da subtração, que é a adição e somar
exatamente 38 unidades de ambos os lados da
⏟=3∗x
3∗7+2∗10+5∗6 ⏟
+2∗8+5∗5
Nota do primeiroaluno Notado segundo aluno
equação:
Resolvendo a expressão temos:
12∗x −34+34=2+34
21+20+30=3∗x+16 +25
12∗x =36
71=3∗x +41
Não existem mais operações de adição e/ou
subtração do lado esquerdo da equação,
podemos partir para as operações de
Agora basta isolar o x , subtraindo 41 de ambos os mesma (a fração relaciona o tempo total
lados da equação, e em seguida dividindo por 3, disponível e o tempo utilizado pelo aluno);
também ambos os lados da equação:
- O aumento de 35% nos casos de dengue em uma
71−41=3∗x+ 41−41 cidade, em comparação ao ano anterior (a
porcentagem relaciona o número de casos de
30=3∗x
dengue no ano anterior e o aumento dos casos).
30 :3=3∗x :3
Ao relacionarmos dois valores é preciso
x=10 estabelecer qual deles é o valor principal, o todo
1
Portanto, a nota obtida pelo segundo aluno no (100% ou ), e qual representará uma fração do
1
trabalho foi de 10 pontos. todo. Nas situações exemplo:
Um outro exemplo: Um garoto comprou uma - Anúncio de desconto de 20% em um produto – O
bicicleta em 10 prestações. Se tivesse pago à vista valor principal é o preço antigo do produto, o
o valor pago pela bicicleta seria a metade do valor valor do desconto é uma fração de 20% do preço
final do parcelamento. Sabendo que o valor de antigo.
cada parcela é de R$120,00, qual o preço da
bicicleta à vista. - Um aluno finaliza uma prova, utilizando 2/3 do
tempo total disponível para a realização da
Neste caso, o valor a ser determinado, ou a mesma – O valor principal é o tempo disponível
incógnita x é o preço da bicicleta à vista. para realização da prova, o tempo utilizado pelo
x : é o preço da bicicleta à vista. aluno é uma fração de 2/3 do tempo total;

Sabe-se que o preço da bicicleta a vista é a - O aumento de 35% nos casos de dengue em uma
metade do preço a bicicleta a prazo: cidade, em comparação ao ano anterior – O valor
principal é o número de casos de dengue no ano

120∗10 = ⏟
x∗2 anterior, o aumento dos casos no ano atual é uma
Preço da bicicleta a prazo 2 x o preçoda bicicleta a vista
fração de 35% do número de casos do ano
x=600 anterior.

O preço da bicicleta à vista é de R$600,00. Vamos estudar no final deste capítulo como
calcular porcentagem ou frações de um todo. A
princípio, vamos classificar a relação entre o todo
2. Conceitos Introdutórios à Matemática e a parte do todo pode ser expresso por uma
Financeira fração, onde o denominador é o valor principal e
o numerador é o valor que representa um parte
2.1 Razão e Proporção do todo, como uma razão. Novamente voltando
as situações exemplo:
A relação entre dois valores pode ser descrita por
meio de frações e porcentagens e são utilizadas - Anúncio de desconto de 20% em um produto –
comumente em nosso cotidiano. É comum nos Supondo que o preço antigo do produto é de
depararmos com as situações as a seguir: R$350,00 e o desconto é de R$70,00. A razão
entre o desconto e o valor total é dada por:
- Anúncio de desconto de 20% em um produto (a
porcentagem relaciona o preço antigo e o valor do 70 :70 1
desconto);
≈ =0 ,2
350 :70 5
- Um aluno finaliza uma prova, utilizando 2/3 do - Um aluno finaliza uma prova, utilizando 2/3 do
tempo total disponível para a realização da tempo total disponível para a realização da
mesma – Supondo que o tempo total de prova é
de 6 horas e o aluno realizou a prova em 4 horas. - Um aluno finaliza uma prova, utilizando 2/3 do
A razão entre o tempo total e o tempo dispendido tempo total disponível para a realização da
é dada por: mesma – Supondo que o mesmo aluno realize
uma prova com tempo total disponível de 3 horas,
4 :2 2
≈ =0,6666 … em 2 duas. A razão entre o desconto e o valor
6 :2 3
total é dada por:
- O aumento de 35% nos casos de dengue em uma
2
cidade, em comparação ao ano anterior – =0,6666 …
3
Supondo que no ano anterior os casos de dengue
registrados foram de 380 casos e o aumento do É a mesma razão obtida para o tempo dispendido
ano atual foi de 133 casos. A razão entre os casos de 4 horas em relação a um tempo total
do ano anterior e o aumento dos casos é dada disponível de 6 horas. Como:
por:
4 1
=
133 :19 7 6 3
≈ =0 , 35
380 :19 20
As razões são proporcionais, ou seja, os tempos
Considere ainda nas situações exemplo que os de realização de provas por este aluno seguem a
descontos da loja para outros produtos sejam mesma proporção do tempo total disponível.
proporcionais ao desconto de R$70 por um
- O aumento de 35% nos casos de dengue em uma
produto de R$350, ou que na realização de outras
cidade, em comparação ao ano anterior –
provas pelo mesmo aluno, o tempo dispendido
Supondo que em uma cidade vizinha o número de
seja proporcional a este tempo de 4 horas em
casos no ano anterior foi de 200 casos e no ano
uma prova de 6 horas ou ainda que o aumento de
atual houve um aumento de 70 casos. A razão
casos de dengue de um ano para outro em
entre o aumento de casos e o número de casos do
cidades vizinhas à cidade considerada seja
ano anterior é dada por:
proporcional ao aumento de 133 casos sobre os
380 casos do ano anterior. Razões proporcionais 70 :10 7
≈ =0 , 35
estão relacionadas a uma mesma fração 200 :10 20
simplificada, ou a mesmos valores decimais.
É a mesma razão obtida para o aumento de casos
- Anúncio de desconto de 20% em um produto – na cidade considerada inicialmente de 133 casos
Supondo que o preço antigo de outro produto é em relação ao número de casos do ano anterior.
de R$215,00 e o desconto é de R$43,00. A razão Como:
entre o desconto e o valor total é dada por:
133 70
43 : 43 1 =
≈ =0 , 2 380 200
215 : 43 5
As razões são proporcionais, ou seja, o aumento
É a mesma razão obtida para um desconto de no número de casos de dengue nestas cidades
R$70 em relação ao preço antigo de um produto seguem a mesma proporção do número de casos
de R$350. Como: do ano anterior.
43 70 a
= Genericamente, dadas duas razões e
215 350 b
c
As razões são proporcionais, ou seja, o desconto , b , d ≠0 , teremos uma proporção se:
dos produtos seguem a mesma proporção do
d
preço total. a c
=
b d
Podemos ler a expressão acima da seguinte Dispendid
forma: “a está para b assim como c está para d ”. o para
2
percorrer
A propriedade fundamental de razões 560 km (t )
proporcionais é dada por: v 60 70 80 90 100
= = = = = =560
a c 1 1 1 1 1 1
= ↔ a∗d=b∗c t 9,333 8 7 6,222 5 ,6
b d
A relação de proporcionalidade é classificada em A partir das relações de proporções direta e
proporcionalidade direta ou inversa. Duas inversa neste exemplo, podemos determinar qual
grandezas são ditas diretamente proporcionais a velocidade média se a distância de 280 km foi
quando o aumento (ou diminuição) de uma delas percorrida em 2 horas:
implica no aumento (ou diminuição) da outra, por v 1
exemplo, a velocidade média de um móvel é =
d 2
diretamente proporcional à distância percorrida
em um tempo determinado, quanto maior a v ¿? 1

velocidade, maior a distância percorrida. 280 ¿ ? 2

Duas grandezas são ditas inversamente Por qual constante deve-se dividir o valor 280
proporcionais quando o aumento (ou diminuição) para se obter 2?
de uma delas implica na diminuição (ou aumento)
280 /140=2
da outra, por exemplo, a velocidade média de um
móvel é inversamente proporcional ao tempo Então:
dispendido para percorrer uma distância
v :140 1
determinada, quanto maior a velocidade, menor o ≈
280 :140 2
tempo dispendido.
Como:
As tabelas as relações proporcionais entre a
velocidade média com a distância percorrida e v :140=1→ v =140 km/h
com o tempo dispendido, para alguns valores
dados. Ou ainda determinar qual a velocidade média se
560 km foram percorridos em 4 horas:
Exemplo de relação de proporção direta:
v
=560
Velocidade 1
Média 60 70 80 90 100 t
(km/h) ( v )
Distância v
∗4
(km) v 1
= =560 → v =140 km/h
Percorrida 120 140 160 180 200 1 1
em 2 4
horas (d )
v 60 70 80 90 100 1
= = = = = =
d 120 140 160 180 200 2 2.1.1 Regra de Três Simples e Inversa
Exemplo de relação de proporção inversa:
Utilizando a propriedade fundamental de razões
Velocidade proporcionais:
Média 60 70 80 90 100
a c
(km/h) ( v ) = ↔ a∗d=b∗c
b d
Tempo (h) 9,333 8 7 6,22 5,6
Podemos determinar qualquer uma das variáveis Média Dispendido
a , b , c ou d conhecendo os valores de 3 delas, (km/h) ( v ) para
essa determinação é conhecida como regra de percorrer
três. 560 km (t )
560 1
No exemplo anterior que relaciona a velocidade v 4
do móvel e a distância percorrida, podemos Como são grandezas inversamente proporcionais,
aplicar uma regra de 3 simples (aplicada a podemos inverter uma coluna, para
grandezas diretamente proporcionais). Assim relacionarmos com uma proporção direta:
sendo, a velocidade média se a distância de 280
km foi percorrida em 2 horas, é de: 560 4
v 1
Velocidade Distância Assim, 560 está para v , assim como 4 está para 1.
Média (km)
(km/h) ( v ) Percorrida 560 4
=
em 2 v 1
horas (d )
A variável desconhecida é v , que corresponde a
1 2
variável b da fórmula:
v 280
1 está para v , assim como 2 está para 280. a=560 ;
1 2 b=v ;
=
v 280
c=;
A variável desconhecida é v , que corresponde a
variável b da fórmula: d=280.

a=1 ; Determinando v pela regra de três:

b=v ; a c 560 4
= ↔ = ↔ v∗4=560∗1
b d v 1
c=2 ;
Isolando v :
d=280.
560
Determinando v pela regra de três:
v= =140
4
a c 1 2 Obtemos o valor de v=140 km/h.
= ↔ = ↔ v∗2=280∗1
b d v 280
Isolando v :

280
v= =140 2.1.2 Regra de Três Composta
2
Obtemos o valor de v=140 km/h. No exemplo da velocidade média, se quisermos
relacionar as três grandezas (velocidade, distância
Ainda no exemplo anterior quando relacionamos e tempo), poderíamos descrevê-las na seguinte
a velocidade do móvel e o tempo dispendido, tabela:
podemos aplicar uma regra de 3 composta
(aplicada a grandezas inversamente Velocidade Distância Tempo (h)
proporcionais). Assim sendo, a velocidade média Média (km) Dispendido
(km/h) ( v ) Percorrida para
se o tempo dispendido foi de 4 horas, é de:
(d ) percorrer a
Velocidade Tempo (h) distância (t
) 2.1.3 EXERCÍCIOS RAZÃO e PROPORÇÃO e REGRA
120 480 4 DE TRÊS
100 200 2
Agora temos uma relação entre as três grandezas. 1. Resolva os problemas:
Sabemos que a velocidade é diretamente a) Segundo as revistas especializadas, só é
proporcional à distância e inversamente vantajoso abastecer com álcool o tanque de um
proporcional ao tempo: carro “flex” quando a razão entre o preço do
d∗1 álcool e o preço da gasolina é menor que 0,7. Se
v= um posto cobra R$ 2,659 por litro de gasolina e
t
R$1,899 por litro de álcool, com que combustível
480 devo encher o tanque de meu carro?
∗1
120 200
= b) Uma empresa imprime cerca de 12.000 páginas
100 4
de relatórios por mês, usando uma impressora
2
jato de tinta colorida. Excluindo a amortização do
480 valor da impressora, o custo de impressão
∗2
120 200 depende do preço do papel e dos cartuchos de
= tinta. A resma de papel (500 folhas) custa R$
100 4
10,00. Já o preço e o rendimento aproximado dos
1 , 2=2 , 4∗0 , 5 cartuchos de tinta da impressora são dados na
Se quisermos determinar o tempo dispendido tabela abaixo. Qual cartucho preto e qual
para percorrer 450 km sabendo que a velocidade cartucho colorido a empresa deveria usar para o
média é igual a 150 km/h. custo por página ser o menor possível?

Velocidade Distância Tempo (h) Cartucho Preço Rendimento


Média (km) Dispendido (Cor/Modelo) por páginas
(km/h) ( v ) Percorrida para Preto BR R$ 90,00 810
(d ) percorrer a Colorido BR R$ 120,00 600
distância (t Preto AR R$ 150,00 2400
) Colorido AR R$ 270,00 1200
120 480 4
150 450 t
c) Considere três modelos de televisores de tela
plana, cujas dimensões aproximadas são
480 fornecidas na tabela abaixo, acompanhadas dos
∗1
120 450 respectivos preços. Com base na tabela, pode-se
=
150 4 afirmar que o preço por unidade de área da tela.
t
Modelo Largura Altura Preço
480 23’’ 50 30 R$ 750,00
∗t 32’’ 70 40 R$ 1400,00
120 450
= 40’’ 90 50 R$ 2250,00
150 4
120 480
= ∗t i) aumenta à medida que as dimensões dos
150 1800
aparelhos aumentam.
120
∗1800 ii) permanece constante.
150
=t
480
t=3
iii) permanece constante do primeiro para o 20
20 %= =0 , 2
segundo modelo, e aumenta do segundo para o 100
terceiro.
35
35 %= =0 , 35
iv) aumenta do primeiro para o segundo modelo, 100
e permanece constante do segundo para o
Assim como uma fração pode ter sua
terceiro.
representação em porcentagem:
d) O rendimento médio de um carro costuma ser
definido como o número médio de quilômetros
1 66 ,7
=0,667= =66 ,7 %
percorridos com um litro de combustível. Esse 3 100
rendimento varia com o tipo de combustível e Voltando as situações exemplo:
com o trânsito que o carro enfrenta. Em uma
cidade movimentada e cheia de semáforos, por - Um produto de R$350 é anunciado com 20% de
exemplo, o rendimento é bem menor do que em desconto:
uma estrada, na qual o veículo trafega a uma 20
velocidade alta e constante. Considere que, 20 % de 350= ∗350=0 , 2∗350=70
100
quando abastecido com 50 litros de gasolina, um
determinado carro percorra 520 km na cidade e Um desconto de 20% representa um desconto de
660 km na estrada. Determine o rendimento R$70,00.
médio do carro em cada tipo de tráfego.
- Um aluno realiza uma prova em 2/3 do tempo
total disponível, que é de 6 horas:

2.1.4 Porcentagem 2 2
de 6= ∗6=4
3 3
Nos exemplos do início deste capítulo foram
apresentados exemplos que comumente nos Ou em porcentagem:
deparamos, de relações entre duas grandezas
66 ,7
descrita por meio de frações e porcentagens: 66 , 7 % de 6= ∗6=0,667∗6=4
100
- Anúncio de desconto de 20% em um produto;
Um tempo de 2/3 representa 4 horas.
- Um aluno finaliza uma prova, utilizando 2/3 do
- O aumento de 35% nos casos de dengue em uma
tempo total disponível para a realização da
cidade, em comparação ao ano anterior que teve
mesma;
380 casos:
- O aumento de 35% nos casos de dengue em uma
35
cidade, em comparação ao ano anterior. 35 % de 380= ∗380=0 , 35∗380=133
100
Estabelecemos quem é o valor principal em cada
Um aumento de 35% nos casos de dengue
situação e vimos alguns exemplos com aplicações
representa um aumento de 133 casos.
a valores numéricos específicos.

A porcentagem, ou a fração, está sempre


relaciona a um valor principal que representa 2.1.5 EXERCÍCIOS PORCENTAGEM
1
100%, ou a fração . O símbolo (%) nada mais é 1. Resolva os problemas:
1
do que uma fração de denominador 100, então: a) Entre 2012 e 2013, o salário mínimo brasileiro
passou de R$ 622,00 para R$ 678,00. Qual foi o
100 1
100 %= = =1 aumento percentual do salário nesse período?
100 1
b) A redução do peso das embalagens é um n: Número de períodos (meses, anos, etc.) que o
truque muito usado pelas empresas para camuflar capital será investido, ou de prazo de pagamento
o aumento de preço de seus produtos. Em sua de um empréstimo;
última visita ao supermercado, Marinalva
i: taxa de juros aplicada sobre o capital por
observou que o pacote de seu biscoito favorito
período (% por período);
teve o peso reduzido de 200g para 180g,
enquanto o preço baixou de R$ 2,00 para R$ 1,90 J : Juros, rendimento pago ao investidor ou ao
por pacote. Determine a variação percentual do credor;
preço do quilo desse biscoito.
M : Montante, valor total obtido no investimento
c) A prefeitura de Jurupiranga anunciou um ou valor total pago pelo empréstimo ao final dos
reajuste nas passagens dos ônibus municipais, que períodos ( M =C +J ).
atualmente custam R$ 3,00 e subirão 6,67% no
próximo mês. Qual o valor da passagem Dizemos que o valor do capital C investido, no
reajustado? instante de início dos períodos de aplicação, é
equivalente ao valor do montante final M , no
d) Ao comprar, pela internet, um produto de US$ instante do final dos períodos de aplicação.
125,00 usando seu cartão de crédito, Fernanda
pagou 6,38% de IOF e 60% de imposto de O regime de geração de juros aplicado ao valor
importação. Se o dólar estava cotado a R$ 2,15, inicial pode ser simples ou composto.
quanto Fernanda pagou pelo produto, em reais? Apresentaremos as diferenças e características de
cada regime de capitalização a seguir.

3. Matemática Financeira
3.1 Juros Simples
A Matemática Financeira é o campo da
Matemática que estuda a mudança de valor do O regime de juros é utilizado para calcular valores
dinheiro com no decorrer do tempo e cria finais de uma aplicação financeira, de um
modelos que permitem avaliar e comparar o valor investimento ou o valor total pago por um
do dinheiro em diversos pontos do tempo. empréstimo ou financiamento, por exemplo.
Vamos considerar para fins de descrição do
Em uma operação financeira um valor inicial é regime de juros simples que segue, o cálculo do
aplicado por um tempo determinado e reajustado valor final obtido após um investimento a juros
por meio da geração de juros até que se atinja o simples.
prazo determinado obtendo o valor final da
operação. No regime de juros simples o rendimento por
período, ou o juro, é um valor fixo ao capital. Os
Ao valor inicial, denominado de capital, aplica-se juros são calculados por:
uma taxa de juros (%) e, a cada unidade de
tempo, denominada de período, adiciona-se um J=C∗i∗n
valor ao capital. O rendimento obtido ao final dos O montante é calculado por:
períodos de aplicação é denominado de juros.
Finalmente o valor final obtido pelo investimento, M =C +J
somando-se o capital ao juros é denominado de Ou ainda, substituindo J na equação, e colocando
montante. C em evidência:
Nomenclaturas: M =C +J =C +C∗i∗n
C : Capital, valor investido ou emprestado; M =C∗(1+i∗n)
Vamos ilustrar esse regime por meio de um Ao final dos 12 meses de investimento, o
exemplo: investidor irá receber um montante de
R$5660,00.
Exemplo 1: Um investidor aplica um capital de
R$5000,00 a uma taxa de juros simples de 1,1% A característica que difere o regime de juros
ao mês, durante 12 meses. Qual o montante o simples do regime de juros compostos é a
montante final obtido no investimento? aplicação da taxa de juros. No caso dos juros
simples, a aplicação é realizada sobre o capital
Sabemos que:
inicial e o valor obtido é adicionado n vezes ao
C=R $ 5000 ,00 ; Capital investido; montante. Já no regime de juros compostos, a
aplicação é realizada sobre o capital inicial e o
n=12 meses; Número de períodos (neste caso valor obtido é adicionado ao capital no primeiro
meses) que o capital será investido; período, nos períodos subsequentes a aplicação é
i=1 , 1% (0,011) ao mês; taxa de juros aplicada realizada sobre o capital atualizado (capital inicial
sobre o capital por período (% por mês); somado aos juros dos períodos anteriores). A
seguir detalharemos o regime de juros
Essas informações permitem o cálculo dos juros, J compostos.
, que é o rendimento pago ao investidor,
calculado por:
3.1.1 EXERCÍCIOS JUROS SIMPLES
⏟ ∗n
J= C∗i
juros fixo

pormês
1. Resolva os problemas:
quantidade
demeses a) Em uma loja, uma lava-louças sai por R$
1500,00 quando se paga à vista, e R$ 1.800,00
Substituindo os valores na fórmula do cálculo de quando se opta pelo pagamento em 12 parcelas.
juros simples temos: Qual é a taxa de juros simples mensal aplicada a
esse produto?
⏟∗12 =¿
J=5000∗0,011
juros fixo

por mês b) Uma aplicação financeira rende 8,5% ao ano.
Investindo R$ 700,00 nessa aplicação, que
quantidade
de meses
montante uma pessoa terá após 5 anos?
⏟ ∗12 =660
¿ 55 c) Há seis meses, João teve algumas dificuldades
jurosfixo
⏟ por mês financeiras que o fizeram recorrer a um
quantidade empréstimo bancário de R$ 1000,00. Ao firmar
de meses
contrato com João, o banco estipulou uma taxa de
A cada mês o investidor está recebendo um valor juros simples de 4% ao mês. Supondo que, de lá
fixo de R$55,00. Ao final dos 12 meses de para cá, João não teve condições de abater sequer
investimento, o investidor receberá R$660 de uma pequena parcela de sua dívida, calcule o
juros. montante a ser pago ao banco.

Pode-se a partir daí, determinar o montante, M ,


obtido no investimento: 3.2 Juros compostos
M =C +J Como citado anteriormente, no regime de juros
M =5000+660=5660 compostos, os juros são recalculados a cada
período, e portanto aumentam a cada período
simples).
Vamos considerar o exemplo anterior, agora com O montante construído mês a mês, apresenta
aplicação de juros compostos: uma característica similar:

Exemplo 2: Um investidor aplica um capital de Montante após 1 mês de aplicação:


R$5000,00 a uma taxa de juros compostos de
1,1% ao mês, durante 12 meses (capitalização
M =5000∗( 1+0,011 )
mensal: juros são agregados mensalmente). Qual Montante após 2 meses de aplicação:
o montante o montante final obtido no
2
investimento? M =5000∗( 1+0,011 )

O montante pode ser obtido aplicando a fórmula Montante após 3 meses de aplicação:
de juros simples mês a mês sobre o capital 3
atualizado. O montante obtido após 1 mês de M =5000∗( 1+0,011 )
aplicação é dado por: Generalizando, o montante final, M , de uma
M =C∗(1+i∗n) aplicação por n períodos, a uma taxa de juros
compostos, i , pode ser calculado por:
(n=1, pois estamos considerando somente o n
primeiro período) M =C∗( 1+i )

M =5000∗( 1+0,011 )=5055 Por consequência, os juros, J , dessa aplicação


pode ser calculado por:
No segundo mês, considera-se o capital atualizado
de R$5055,00 e o montante é calculado por (n=1, J=M −C
pois estamos considerando somente o segundo n
J=C∗( 1+ i ) −C
período, já que o capital já está atualizado pelos
n
juros do mês anterior): J=C∗[ ( 1+i ) −1]
M= ⏟ ∗( 1+ 0,011)=5110,605
5055 Voltando ao Exemplo 2, o montante após 12
5000∗( 1+ 0,011) meses de aplicação é dado por:
Perceba que o montante poderia ser calculado 12
M =5000∗( 1+0,011 ) =5701,431
por:
Portanto, ao final dos 12 meses o investidor irá
M =5000∗( 1+0,011 )∗( 1+0,011 ) receber um montante de R$5701,43.
2
M =5000∗( 1+0,011 ) Perceba que no Exemplo 1, que considera juros
simples, o montante recebido pelo investidor
No terceiro mês, considera-se o capital atualizado
seria de R$5660,00, enquanto que no Exemplo 2,
de R$5110,605 e o montante é calculado por
que considera juros compostos, o montante final
(novamente, n=1, pois estamos considerando
excedeu esse valor em R$41,43.
somente o segundo período , já que o capital já
está atualizado pelos juros dos meses anteriores): Uma observação importante neste ponto, é
atentar-se para a consideração da unidade do
⏟ ∗(1+ 0,011)=5166,822
M = 5110,605
período de capitalização no regime de juros
2
5000∗( 1+ 0,011)
compostos. A capitalização é a agregação do juro
Perceba também que o montante poderia ser gerado a cada período, como esse juro é diferente
calculado por a cada período, no regime de juros compostos,
considerar uma taxa de juros anual capitalizada
2
M =5000∗( 1+0,011 ) ∗( 1+0,011 ) anualmente (ou seja, os juros são recalculados e
3 agregados ao montante anualmente) resulta em
M =5000∗( 1+0,011 )
um montante distinto do obtido ao considerarmos
uma taxa de juros anual capitalizada Exemplo 3: Suponha que você necessite de um
mensalmente (ou seja, os juros são recalculados e empréstimo e após uma pesquisa realizada em 2
agregados ao montante mensalmente). bancos diferentes, você tem as seguintes
propostas:
A seguir, discutiremos a comparação entre taxas
de juros com diferentes unidades no regime de Banco A: Empréstimos a uma taxa de juros
juros simples e juros compostos. simples de 15% ao ano.

Banco B: Empréstimos taxa de juros simples de


1,2% ao mês.
3.2.1 EXERCÍCIOS JUROS COMPOSTOS
Como comparar as taxas de juros simples com
1. Resolva os problemas:
unidades de tempo distintas?
a) Determine o montante de um capital de $
Vamos definir inicialmente taxas de juros
1.000,00 aplicado durante cinco anos a uma taxa
proporcionais.
de juros de 3% aa. Qual o juro total produzido no
período? Definição: duas taxas de juros i 1 e i 2 relativas aos
períodos n1 e n2 serão proporcionais, desde que
b) Um capital aplicado por quatro anos rendeu
juro total igual a 50% do capital inicial. Determine os períodos estiverem na mesma unidade de
a taxa de juros compostos dessa operação tempo e ainda:
utilizando o método algébrico e as tabelas i1 n1
financeiras. =
i2 n2
c) Qual o capital que aplicado por quatro anos a
Considerando a taxa i 1 como sendo a taxa
uma taxa de juros de 2% aa produz um montante
oferecida pelo Banco A no exemplo, que é anual,
de $ 5.000,00?
vamos determinar uma taxa proporcional em
meses. Aplicando a condição de
proporcionalidade, expressando o tempo em
3.3 Taxas de Juros Equivalentes
mesma unidade (1 ano equivale a 12 meses).
Em alguns casos é interessante compararmos
i 1=15 % ao ano;
diferentes taxas de juros, para decidir-se, por
exemplo, por qual tipo de investimento optar ou n1=1 ano ou 12 meses.
então qual banco oferece a melhor oportunidade
de financiamento. Para compararmos taxas é de Portanto, precisamos determinar a taxa i 2 % ao
interesse saber determinar quando as taxas são mês que aplicada por um período unitário de
equivalentes. n2 =1 mês é proporcional a taxa do Banco A:
Duas taxas de juros são ditas equivalentes i1 n1 15 12
quando, ao serem aplicadas ao mesmo capital e = → =
i2 n2 i2 1
pelo mesmo prazo, geram o mesmo montante.
Essa equivalência entre taxas será identificada de 15
i 2= =1 ,25 % ao mês.
maneira diferente quando considerarmos o 12
regime de juros simples ou o regime de juros
Conclui-se que a taxa 1,25% ao mês é
compostos, as quais discutiremos a seguir.
proporcional a taxa 15% ao ano.

Essas taxas são proporcionais, mas são


3.3.1 Taxas de Juros Simples Equivalentes equivalentes?
Definição: duas taxas de juros i 1 e i 2 serão Considerando as taxas genéricas relacionadas a
equivalentes quando, ao serem aplicadas a um suas respectivas unidades de período:
mesmo capital, por um mesmo tempo, gerarem o
i a : taxa de juros anual;
mesmo montante.
i s : taxa de juros semetral;
Quando consideramos juros simples, taxas
proporcionais, são também equivalentes, no caso i t : taxa de juros trimestral;
do exemplo, a taxa 1,25% ao mês é proporcional
e, portanto equivalente, a taxa 15% ao ano. i m : taxa de juros mensal;

Se, por exemplo, o capital referente ao i d : taxa de juros diária.


empréstimo for de R$10000,00 e for aplicado a
uma taxa de juros simples de 15% ao ano, após E considerando ainda o ano comercial, no qual
um ano teremos o seguinte montante: consideram-se meses idênticos de 30 dias,
portanto, por exemplo, considera-se que um 1
C=10000 mês tenha 30 dias, 1 semestre tenha 6 meses e,
portanto, 180 dias e 1 ano tenha 12 meses e,
i=0 , 15
portanto, 360 dias.
n=1
A equação a seguir mostra as taxas equivalentes
M =C∗(1+i∗n) no regime de juros simples:

M =10000∗( 1+0 , 15∗1 )=11500 i a=2∗i s=4 ¿ i t=12∗i m=360∗i d

E ainda, se o capital de R$10000,00 for aplicado a


uma taxa de juros simples de 1,25% ao mês, após
3.3.2 Taxa de Juros Compostos Equivalentes
um ano (12 meses) teremos o seguinte montante:
No regime de juros compostos devemos
C=10000
considerar além da unidade do período da taxa de
i=0,0125 juros, a unidade do período de capitalização, pois
como discutido anteriormente, considerar uma
n=12
taxa de juros anual capitalizada anualmente
M =C∗(1+i∗n) resulta em um montante distinto do obtido ao
considerarmos uma taxa de juros anual
M =10000∗( 1+0,0125∗12 )=11500 capitalizada mensalmente. Vamos esclarecer esse
ponto por meio da definição de taxa de juros
efetiva e taxa de juros nominal.
Portanto, ao compararmos as propostas dos
Definição: Taxa de Juros Efetiva é aquela definida
bancos A e B do exemplo, a proposta do Banco B é
na mesma unidade de tempo do período de
melhor, pois este oferece uma taxa de juros de
capitalização. São exemplos de taxas de juros
1,2% ao mês, menor que a taxa de juros de 1,25%
efetivas: taxa de 1% ao mês capitalizada
ao mês equivalente a taxa do Banco A.
mensalmente, ou simplesmente 1% ao mês; taxa
Podemos conferir calculando o montante obtido de 2,6% ao trimestre capitalizada
pelo Banco B, considerando um capital de trimestralmente, ou simplesmente 2,6% ao
R$10000,00, dado por: trimestre; taxa de juros de 12,7% ao ano
capitalizada anualmente, ou simplesmente 12,7%
M =10000∗( 1+0,012∗12 )=11440
ao ano.
Ao Banco B, deverá ser pago um valor menor em
Definição: Taxa de Juros Nominal é aquela
R$60,00, se comparado à oferta do Banco A.
definida em unidade de tempo maior do que a
unidade do período de capitalização. São 1 2 4 12
( 1+ia ) =( 1+ i s ) =( 1+it ) =¿ ( 1+im ) =( 1+i d )
360

exemplos de taxas de juros efetivas: taxa de 1%


ao mês capitalizada diariamente; taxa de 2,6% ao A partir daí podemos calcular taxas de juros
trimestre capitalizada mensalmente; taxa de juros equivalentes para outras unidades de tempo
de 12,7% ao ano capitalizada mensalmente. (semestres, trimestres, semanas, por exemplo).

As taxas consideradas nas fórmulas de cálculo de Consideremos novamente o Exemplo 3, mas


juros e montante no regime de juros compostos agora levando em conta o regime de juros
são taxas efetivas, portanto deve-se sempre compostos.
realizar a conversão da unidade do período da
Exemplo 4: Suponha que você necessite de um
taxa de juros, para que esta coincida com a
empréstimo e após uma pesquisa realizada em 2
unidade do período de capitalização. Essa
bancos diferentes, você tem as seguintes
conversão de unidades é realizada determinando
propostas:
taxas de juros equivalentes.
Banco A: Empréstimos a uma taxa de juros
Quando consideramos o regime de juros
compostos de 8% ao mês capitalizados
compostos, taxas proporcionais não são taxas
mensalmente.
equivalentes.
Banco B: Empréstimos a uma taxa de juros
A definição de taxas de juros equivalentes implica
compostos de 0,28% ao dia capitalizados
que o montante de uma aplicação por um mesmo
diariamente.
período de tempo deve ser igual.
Qual dos bancos oferece a melhor taxa?
Se considerarmos o período de 1 ano, o montante
obtido com as taxas i a, i s , i t , i m e i d devem ser Ambos os bancos oferecem taxas efetivas,
iguais: podemos calcular a taxa diária equivalente a taxa
8% ao mês:
n
M =C∗( 1+i )
i m=0 , 08
1

C∗( 1+ia ) =¿ 12 360
Montante obtido com
( 1+im ) =( 1+id )
a taxa de jurosao ano

2
( 1+0 , 08 )12=( 1+i d )360

C∗( 1+i s ) =¿
360
Montante obtido com 2,518=( 1+i d )
a taxa de jurosao semestre

( 1+i t )
4 √2,518=1+ id
360


C∗ =¿
Montante obtido com 1+i d =1,00257
a taxa de jurosao trimestre

12 i d =0,00257=0,257 %

C∗( 1+i m ) =¿
Montante obtido com A taxa de 8% ao mês oferecida pelo Banco A é
a taxa de jurosao mês
equivalente a taxa de 0,257% ao dia, que é uma
360

C∗( 1+id ) taxa menor que a taxa de 0,28% ao dia oferecida
Montante obtidocom pelo Banco B.
a taxade juros ao dia
A taxa mensal equivalente a taxa de 0,28% ao dia
Independente do capital C , podemos determinar oferecida pelo Banco B, também pode ser
as taxas efetivas de juros equivalentes no regime calculada para constatar, que a melhor taxa é
de juros compostos i a, i s , i t , i m e i d por meio da oferecida pelo Banco A:
equação:
i d =0,0028 Banco A: Empréstimos a uma taxa de juros
compostos de 8% ao mês capitalizados
12 360
( 1+im ) =( 1+0,0028 ) mensalmente.
12
( 1+im ) =2,736 Banco B: Empréstimos a uma taxa de juros
compostos de 0,28% ao dia capitalizados
1+i m= √2,736
12
diariamente.

1+i m=1,0875 Banco C: Empréstimos a uma taxa de juros


compostos de 11% ao trimestre capitalizados
i m=0,0875=8 , 75 % trimestralmente.
A taxa de 0,28% ao dia oferecida pelo Banco B é Comparando as taxas dos bancos A e C temos:
equivalente a taxa de 8,75% ao mês, que é uma
taxa maior que a taxa de 8% ao mês oferecida i m=0 , 08
pelo Banco A. 12 4
( 1+im ) =( 1+it )
Se ao realizar a pesquisa entre bancos diferentes,
ainda surgisse a oferta de um Banco C que ( 1+0 , 08 )12=( 1+i t )4
oferecesse uma taxa nominal de juros compostos 4
para empréstimos de 32% ao ano capitalizados 2,518=( 1+i t )
trimestralmente. Qual banco ofereceria a melhor
oferta?
√4 2,518=1+it
A taxa de juros nominal dá uma taxa de juros em
1+i t=1, 26
unidade de período diferente daquela i d =0 ,26=26 %
considerada na capitalização (neste caso, uma
taxa anual é capitalizada trimestralmente). A taxa de 8% ao mês oferecida pelo Banco A é
Devemos então determinar qual a taxa de juros equivalente a taxa de 26% ao trimestre, que é
trimestral i t % equivalente a taxa de juros de 52% uma taxa maior que a taxa de 11% ao trimestre
ao ano, para que a taxa de juros se torne efetiva e oferecida pelo Banco C. E portanto, o Banco C
possamos realizar a comparação com demais oferece a melhor taxa de juros, comparada às
taxas, dos Bancos A e B, por exemplo. taxas oferecidas pelos bancos A e B.

1 ano é equivalente a 4 trimestres, portanto: Cabe ressaltar que a taxa nominal é algumas vezes
encontrada no mercado financeiro como
1 4
( 1+ia ) =( 1+ it ) referência, mas os cálculos da matemática
financeira aqui apresentados estão baseados em
Como i a=0 , 52:
taxas de juros efetivas. Para fins de cálculos, uma
( 1+0 , 52 )1=( 1+i t ) 4 vez determinada a taxa efetiva, a taxa nominal
pode ser descartada.
i t =√ 1 , 52−1
4

i t =0 ,11=11% 3.3.3 EXERCÍCIOS TAXAS EQUIVALENTES


A taxa nominal de 52% ao ano capitalizada 1. Resolva os problemas:
trimestralmente é equivalente a taxa efetiva de
11% ao trimestre capitalizada trimestralmente. a) Quanto você deve aplicar em um fundo de
investimento que promete uma taxa de juros de
Portanto temos agora as 3 ofertas dos bancos A, B 6% aa, com capitalização mensal, para obter
e C, com suas respectivas taxas efetivas: $10.000,00 ao final de cinco anos?
b) Qual o montante produzido por um capital de $ D R=PV∗i∗n
1.000,00 aplicado durante três anos e quatro
meses à taxa efetiva de 12% aa? e

c) Qual o montante produzido por um capital de $ M =C∗(1+i∗n)


1.000,00 aplicado durante três anos e quatro FV =PV∗(1+i∗n)
meses à taxa efetiva de 12% aa?
Como:

FV =PV∗(1+i∗n)
3.4 Conceito de Desconto
FV
Desconto é a diferença entre o valor nominal do PV =
(1+i∗n)
montante e o valor pago por ele numa certa data,
anterior à data final de vencimento. o desconto racional D R pode ser calculado por:
Suponha que você queira pagar antecipadamente FV FV∗i∗n
um boleto e o banco lhe conceda o direito a um D R= ∗i∗n=
(1+i∗n) (1+i∗n)
desconto sobre o valor final que deveria ser pago.

O Valor Futuro FV corresponde ao valor do


boleto no vencimento. O Valor Presente PV Exemplo 5:
corresponde ao valor pago pelo boleto
antecipado, na presente data. O Desconto D é o Um banco operou um desconto racional de um
valor descontado do valor futuro, gerado pelo boleto no valor nominal ( FV ) de R$3000,00 com
pagamento antecipado ( D=FV −PV ). vencimento em 3 meses e aplicou uma taxa de
juros simples de 3% ao mês. Qual o valor do
A seguir vamos ver as maneiras de calcular o desconto ( D R) e qual o valor pago ( PV ) pelo
desconto D nos regimes de juros simples e devedor?
composto.
FV =3000
i=0 , 03
3.4.1 Desconto no Regime de Juros Simples
n=3
3.4.1.1 Desconto Racional Simples
Calculando o desconto D R temos:
Na abordagem de desconto racional, o desconto
D R é calculado sobre o valor presente PV e FV∗i∗n
D R=
segue o mesmo modelo do regime de (1+i∗n)
capitalização de juros simples.
3000∗0 ,03∗3 270
D R= = =247 , 71
Estamos interessados em calcular o contrário do ( 1+ 0 , 03∗3 ) 1 , 09
cálculo dos juros, vamos relacionar os conceitos
O desconto foi de R$247,71, portanto, o valor
de juros à conceitos de desconto:
pago foi de R$2752,29:
O Capital C corresponde ao Valor Presente PV ;
PV =FV −D R
O Montante M corresponde ao Valor Futuro FV ;
PV =3000−247 , 71=2752 , 29
Os Juros J correspondem ao Desconto D R .

Assim como, no regime de juros simples:


3.4.1.2 Desconto Comercial Simples
J=C∗i∗n
Nesta abordagem, o desconto D C é calculado O desconto comercial D C é maior que o desconto
sobre o valor futuro FV o que descaracteriza o racional D R, pois é calculado sobre uma base de
regime de capitalização de juros simples. Assim: cálculo de maior valor, FV ao invés de PV .
DC =FV ∗i∗n

e 3.4.2 Desconto no Regime de Juros Composto

PV =FV∗(1−i∗n) 3.4.2.1 Desconto Racional Composto

Como: Assim como no regime de juros simples, na


abordagem de desconto racional composto, o
PV =FV∗(1−i∗n) desconto D R é calculado sobre o valor presente
PV PV e segue o mesmo modelo do regime de
FV =
(1−i∗n) capitalização de juros composto.

o desconto comercial D C pode ser calculado por: Assim como, no regime de juros compostos:
n
PV PV∗i∗n J=C∗[ ( 1+i ) −1]
DC= ∗i∗n=
(1−i∗n) (1−i∗n) n
D R=PV∗[ ( 1+ i ) −1]

e
Voltando ao exemplo anterior: n
M =C∗(1+i)
Exemplo 6:
n
FV =PV∗(1+i)
Um banco operou um desconto comercial de um
Como:
boleto no valor nominal ( FV ) de R$3000,00 com
vencimento em 3 meses e aplicou uma taxa de FV =PV∗(1+i)
n

juros simples de 3% ao mês. Qual o valor do


desconto ( D C ) e qual o valor pago ( PV ) pelo FV
PV = n
devedor? (1+i)
FV =3000 o desconto racional D R pode ser calculado por:

i=0 , 03 FV
∗[ ( 1+ i ) −1 ]
n
D R= n
n=3 ( 1+i )

Calculando o desconto D C temos:

DC =FV ∗i∗n
D R=FV −
FV
( 1+i ) n
=FV ∗ 1−
1
[
( 1+i )n ]
DC =3000∗0 , 03∗3=270
Novamente baseando-se no Exemplo 5:
O desconto foi de R$270,00, portanto, o valor
pago foi de R$2730,00: Exemplo 7:

PV =FV −D R Um banco operou um desconto racional de um


boleto no valor nominal ( FV ) de R$3000,00 com
PV =3000−270=2730
vencimento em 3 meses e aplicou uma taxa de
juros compostos de 3% ao mês. Qual o valor do
desconto ( D R) e qual o valor pago ( PV ) pelo Renda ou anuidade é um conjunto finito de
devedor? pagamentos (ou recebimentos) iguais (designados
por PMT ) que devem ocorrer em períodos
FV =3000 sucessivos e iguais 1 , 2, 3 , … , k , … , n ; n≤ k . No
i=0 , 03 pagamento de uma dívida, por exemplo, o valor
presente da renda, PV , é equivalente ao
n=3 conjunto de prestações que serão pagas. Em uma
Calculando o desconto D R temos: aplicação em poupança, por exemplo, o valor
futuro, ou o montante da renda, FV , é

D R=FV∗ 1−
[ 1
( 1+ i )n ] equivalente ao conjunto de pagamentos
efetuados.

A renda é caracterizada pelos seguintes conceitos:


D R=3000∗ 1−
[ 1
( 1+0 , 03 )3 ] - número de termos ou prestações da renda:
quantidade n de pagamentos ou recebimentos
D R=3000∗0,08486=254 , 58 efetuados;

O desconto foi de R$254,58, portanto, o valor - valor dos termos da renda: valor PMT
pago foi de R$2745,42: constante de cada termo da renda;

PV =FV −D R - período de vencimento: datas sucessivas de


vencimento dos termos da renda.
PV =3000−254 , 58=2745 , 42

3.5.1 Classificação das rendas


3.4.3 EXERCÍCIOS DESCONTOS
Em relação a sua forma de pagamento, as rendas
1. Resolva os problemas: podem ser classificadas como:
a) Aplica-se um determinado capital à taxa de 24% - renda postecipada imediata: o pagamento ou
aa, com capitalizações mensais, obtendo-se um recebimento de cada termo da renda ocorre ao
montante de $ 12.900,00 ao final de quatro anos. final de cada período;
Qual a taxa efetiva anual? Qual o valor do capital?
- rendas antecipadas: o pagamento ou
b) Um título de valor nominal $ 10.000,00 foi recebimento de cada termo da renda ocorre no
descontado a uma taxa efetiva de 12% aa e gerou início de cada período;
um desconto de $ 1.563,30. Determine o prazo
desse título. - renda postecipada diferida: o pagamento ou
recebimento do primeiro termo da renda ocorre
c) Um capital de $ 10.000,00 foi aplicado por 10 após um determinado período de tempo,
anos rendendo juros de 12% aa nos primeiros denominado de tempo de diferimento.
cinco anos e de 18% aa nos anos subsequentes.
Determine o valor do montante nas seguintes Exemplo 8:
condições:
Uma TV de mesma marca e modelo é anunciada
i) Os juros são capitalizados até o final. em 3 lojas diferentes, com as seguintes condições
de parcelamento:
ii) Os juros correspondentes aos primeiros cinco
anos são pagos ao final desse tempo. - Na loja A, a TV pode ser parcelada em 10
prestações de R$120,00 (exemplo de renda
3.5 Rendas ou Anuidades no Regime de Juros postecipada imediata: o primeiro pagamento
Compostos
ocorre após 1 mês (período) da compra e os E a relação existente entre o valor futuro da renda
demais pagamentos são mensais); ( FV ) e o valor dos termos da renda ( PMT ) é
dado por:
- Na loja B, a TV pode ser parcelada em com uma
entrada e mais 11 prestações de R$100,00
(exemplo de renda antecipada: o primeiro
pagamento ocorre no ato da compra e os demais
FV =PMT∗
( 1+i )n−1
i [ ]
pagamentos são mensais); Ou ainda:

- Na loja C, a TV pode ser parcelada em 8


prestações de R$150,00, com o primeiro
pagamento em 90 dias (exemplo de renda
PMT =FV∗
[ 1
( 1+i )n−1 ]
postecipada diferida: o primeiro pagamento Já para o modelo de renda postecipada diferida, a
ocorre após 90 dias da compra e os demais relação existente entre o valor presente da renda
pagamentos são mensais (tempo de diferimento ( PV ) e o valor dos termos da renda ( PMT ) é
igual a 90 dias)). dado por:

[ ][ ]
Nomenclaturas: ( 1+i )n−1 1
PV =PMT∗ n

PMT : valor dos termos da renda; i∗(1+i ) ( 1+i )m
n : número de períodos nos quais serão efetuados Ou ainda:
os termos da renda;

[ ]
n
i∗(1+i ) m
m : período de deferimento da renda (rendas PMT =PV∗ n
∗(1+i )
diferidas);
( 1+i ) −1

n+ m: duração total da renda; E a relação existente entre o valor futuro da renda


( FV ) e o valor dos termos da renda ( PMT ) é
i : taxa de juros efetiva de cada período; dado por:

[ ]
PV : valor da renda em sua origem, no período 0;
( 1+i )n+m −1
FV =PMT∗
FV : valor da renda no seu término, no período i
n+ m.
Ou ainda:
Lembrando a relação básica de juros compostos:

FV =PV∗(1+i )
n +m PMT =FV∗
[ ( 1+i )n+m −1
1
]
Para o modelo de renda postecipada imediata, a
relação existente entre o valor presente da renda
( PV ) e o valor dos termos da renda ( PMT ) é Para o modelo de renda antecipada, a relação
dado por: existente entre o valor presente da renda ( PV ) e
o valor dos termos da renda ( PMT ) é dado por:
PV =PMT∗
[ ( 1+i )n−1
i∗(1+i )
n
] PV =( 1+i )∗PMT∗
[ ( 1+i )n−1
i∗( 1+ i )
n
]
Ou ainda:
Ou ainda:

[ ]
n
i∗(1+i )

[ ][ ]
PMT =PV∗ i∗(1+i )
n
1
( 1+i )n−1 PMT =PV∗ ∗
( 1+i ) −1 n
(1+i)
[ ]
E a relação existente entre o valor futuro da renda ( 1+ 0 , 02 )12−1
( FV ) e o valor dos termos da renda ( PMT ) é PV =( 1+0 , 02 )∗100∗ 12
=955 ,53
0 , 02∗( 1+ 0 , 02 )
dado por:
O preço à vista da TV na loja B é de R$955,53.
FV =( 1+i )∗PMT∗
( 1+i )n−1
i [ ] - Para a loja C (renda postecipada diferida):

Ou ainda: PMT =150

[ ][ ]
1 1 n=8
PMT =FV∗ ∗
( 1+i ) −1 (1+i)
n
m=3

No Exemplo 8, se considerarmos que em ambas as O cálculo do valor presente para renda


três lojas a renda foi calculada com uma taxa de postecipada deferida é dado por:
juros compostos de 2% ao mês, em qual delas é
mais vantajoso pagar a TV à vista?

Pagar a TV à vista significa pagar o valor presente


PV =PMT∗
[ ( 1+i )n−1
i∗(1+i )
n
][ ]

1
( 1+i )m

[ ][ ]
PV da TV, então: ( 1+0 , 02 )8 −1 1
PV =150∗ 8
∗ =1035 , 44
- Para a loja A (renda postecipada imediata): 0 , 02∗( 1+0 , 02 ) ( 1+0 ,02 )3
PMT =120 O preço à vista da TV na loja C é de R$1035,44.
n=10
O cálculo do valor presente para renda 3.5.2 EXERCÍCIOS RENDAS
postecipada imediata é dado por:
1. Resolva os problemas:

[ ]
n
( 1+i ) −1
PV =PMT∗ n
a) Determine o valor presente para a renda
i∗(1+i ) postecipada constituída por oito prestações
mensais de $ 5.000,00 e taxa de juros de 4% am.
PV =120∗
[
( 1+0 , 02 )10−1
0 , 02∗( 1+0 , 02 )
10
] b) Repita a questão a) considerando a taxa de
juros de 24% aa (nominal).

PV =120∗
[ ( 1+0 , 02 )10−1
0 , 02∗( 1+0 , 02 )
10
]
=1077 , 94 c) Uma mercadoria com valor à vista de $
3.500,00 foi financiada em dez pagamentos
mensais com taxa de juros de 4% am. determine o
O preço à vista da TV na loja A é de R$1077,94. valor das prestações.
- Para a loja B (renda antecipada): d) Determine o valor presente e o valor futuro
PMT =100 para a renda postecipada constituída por seis
prestações anuais de $ 30.000,00, diferidas em
n=12 três anos e com taxa de juros de 8% aa.
O cálculo do valor presente para renda antecipada e) Uma mercadoria com valor à vista de $
é dado por: 5.000,00 é vendida em seis prestações mensais,
iguais e sucessivas, vencendo a primeira após o
PV =( 1+i )∗PMT∗
( 1+i )n−1
i∗( 1+ i )[n
] decurso de quatro meses da compra. Determine o
valor da cada prestação sabendo que a taxa de
juros é 6% as.
f) Uma pessoa faz aplicações mensais e iguais Saldo devedor inicial: R$4250,00
durante 24 meses a uma taxa de juros de 12% aa
Juros: 4250,00*0,05 = R$250,00
com o objetivo de acumular, ao final, um valor de
$ 5.000,00. Considerando o modelo de renda Amortização: R$500,00
antecipado, determine o valor do depósito mensal
a ser feito. 2ª Prestação: 500 + 212,5 = R$712,50

Saldo devedor final: 4250 – 712,5 = R$4037,50

3.6 Planos ou Sistemas da Amortização de E assim por diante.


Empréstimos e Financiamentos De maneira geral a prestação do período pode ser
Sistemas de amortização são as formas comuns calculada por:
como as dívidas são pagas. Os sistemas de PMT k = A+ J k
amortização aqui tratados são calculados sempre
sobre o saldo devedor, com taxa de juros PV
A=
constante. n
3.6.1 Sistema de Amortização Constante (SAC)

No SAC as prestações da dívida são variáveis, a


[
J k =PV ∗ i∗ ( n−kn +1 )]
amortização é fixa e os juros vão diminuindo no
decorrer dos períodos.

Exemplo 9:
PMT k =
PV
n
+ PV∗ i∗
[(
n−k +1
n )]
PV : principal ou saldo devedor inicial;
Suponha que você efetue um empréstimo no
valor de R$5000,00 com taxa de juros de 5% ao i: taxa de juros periódica efetiva;
mês, em um prazo de 10 meses. Qual o valor das n: prazo em períodos;
prestações, se o sistema de amortização
considerado é o SAC? PMT k : k-ésima prestação;

A amortização do empréstimo é fixa no valor de A : amortização constante;


R$500,00 e a cada parcela do pagamento são
J k : juro referente a k-ésima prestação.
adicionados os juros de 5% ao mês sobre o saldo
devedor. A primeira prestação é calculada por:

1ª prestação (mês 1) 3.6.1.1 SAC com carência


Saldo devedor inicial: R$5000,00 Quando o pagamento de um empréstimo tem um
Juros: 5000,00*0,05 = R$250,00 período de diferimento ou período de carência,
nos períodos de carência a amortização não é
Amortização: R$500,00 realizada, apenas existe pagamento de juros e,
portanto, as prestações dos períodos de carência
1ª Prestação: 500 + 250 = R$750,00
são iguais a i % do saldo devedor inicial, e as
Saldo devedor final: 5000 – 750 = R$4250 demais prestações são calculadas a partir do final
do período de carência sobre o saldo devedor
No mês seguinte a amortização é de R$500, e os
inicial. Então:
juros calculados sobre o saldo devedor final do
mês anterior: m : períodos de carência;
2ª prestação (mês 2) n: prazo de amortização;
[ ]
m+n: prazo total da quitação da dívida. ( 1+i )k−1
+ PV∗i∗
PMT k =i∗PV , k=1 , 2 , … , m ( 1+ i )n −1

PMT =PV∗i∗¿

PMT k =
PV
n
+ PV∗ i∗ [(
n−( k−m )+1
n
+, )] ¿
[ ( 1+i )n−( 1+i )k−1 ( 1+i )k−1
( 1+ i )n−1
+
( 1+i )n−1 ]
[ ]
k =m+1 ,… ,m+n (1+ i)
n
PMT =PV∗i∗
(1+i)n −1
3.6.2 Sistema Francês de Amortização ou Sistema Ou ainda:
Price.

[ ]
n
(1+ i) ∗i
No sistema francês são as prestações que são PMT =PV∗
(1+ i)n−1
fixas. Considerando o Exemplo 9, pelo Sistema
Price, temos:

Exemplo 10: 3.6.2.1 Price com carência


Suponha que você efetue um empréstimo no As prestações do sistema Price dos períodos de
valor de R$5000,00 com taxa de juros de 5% ao carência são iguais a i % do saldo devedor inicial,
mês, em um prazo de 10 meses. Qual o valor das e as demais prestações são calculadas a partir do
prestações, se o sistema de amortização final do período de carência sobre o saldo
considerado é o Price? devedor inicial. Então:
De maneira geral a prestação PMT no sistema m : períodos de carência;
Price pode ser calculada por:
n: prazo de amortização;
PMT = Ak + J k
m+n: prazo total da quitação da dívida.
Onde:
PMT k =i∗PV , k=1 , 2 , … , m
PMT : prestação constante;
A : amortização referente a k-ésima prestação.;
J k : juro referente a k-ésima prestação.
PMT k =PMT =PV∗
(1+ i)n∗i
(1+ i)n−1
,
[ ]
k =m+1 ,… ,m+n
Como:

J k =PV ∗i∗
[
( 1+i )n−( 1+i )k−1
( 1+i )n−1 ] 3.6.3 Sistema de Amortização Misto (SAM)

O sistema de amortização misto é baseado nos

[ ]
k−1
( 1+i ) sistemas SAC e Price. O cálculo das prestações é
A k =PV∗i∗ simplesmente uma média aritmética entre a
( 1+i )n−1
prestação do SAC e a prestação do Price.
Então:

{ [ ] [( )]}∗1
n
(1+i ) ∗i PV n−k +1

[ ]
n
( 1+i ) − (1+i ) k−1 PV ∗ n
+¿+ + PV ∗ i∗
PMT =PV∗i∗ +¿ (1+i ) −1 n n
( 1+i )n−1 PMT k =
2
I j /m: índice de inflação do período j em relação
ao período m .
3.6.4 EXERCÍCIOS SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
O cálculo do índice de inflação I j /m entre dois
1. Resolva os problemas considerando as
amortizações SAC, Prize e SAM: períodos j e m é dado por:

a) Você contraiu um empréstimo de $ 4.000,00 IP j


I j /m =
para ser pago em quatro prestações mensais IP m
imediatas e postecipadas pelo sistema de
A taxa de inflação i é calculada pelo índice de
amortização considerado. Sabendo que a taxa
inflação I por:
nominal de juros é de 12% aa, determine o valor
das prestações. Construa o quadro de I =(1+ i)
amortização.
I : índice de inflação num dado período;
b) Qual o valor dos pagamentos de uma compra a
prazo no valor de $5.000,00 à vista para ser i: taxa de inflação num dado período.
financiada em cinco pagamentos mensais e O índice de inflação aceito pelas partes envolvidas
sucessivos a uma taxa de juros de 12% aa e em contratos para corrigir valores contratuais é
diferidos em três meses pelo sistema de denominado de índice de correção monetária.
amortização considerado? Quanto você deveria
pagar se quisesse quitar toda a dívida no terceiro
pagamento? Construa o quadro de amortização. 3.7.1 Taxa de juros real e taxa de juros aparente
c) Você financiou sua casa própria em 48 Quando consideramos a inflação em aplicações
prestações mensais pelo sistema de amortização financeiras, devemos considerar duas taxas de
considerado. O valor da amortização contido em juros distintas, a taxa de inflação ou correção
cada pagamento é de $ 1.000,00. A taxa de juros monetária e a taxa real de juros.
convencionada é de 12% aa. determine o valor
financiado e construa a planilha de amortização Nomenclatura:
para os quatro primeiros pagamentos.
i cm: taxa de inflação correção monetária;

i r: taxa de juros real;


3.7 Inflação e Correção Monetária
i ap: taxa de aparente (relaciona às taxas de
A inflação é um desajuste de ordem econômica inflação e real).
que se reflete nos preços de produtos e de
serviços e incide de modo diferente em cada setor O montante é calculado considerando a taxa de
da economia. juros aparente i ap:

O índice de inflação é a relação entre preços de M =C∗(1+i ap)


um mesmo produto ou serviço em instantes de
Onde,
tempo distintos.

Nomenclatura: ( 1+iap )=( 1+ i cm )∗(1+i r )


IP j: índice de preço de um determinado serviço Então o montante pode ser calculado por:
ou produto no período j ; M =C∗( 1+i cm )∗(1+ i r)

IP m: índice de preço de um determinado serviço Capital corrigido
pela inflação
ou produto no período m ;
3.7.2 Financiamentos com Correção Monetária 5. Você comprou um título com valor nominal de
$ 50.000,00 e vencimento em 12 meses por $
3.7.2.1 Correção Monetária Pré-Fixada
37.037,03. Cinco meses depois, você foi ao
Quando a correção monetária pré-fixada, a taxa mercado financeiro e vendeu esse título por $
de juros aparente do financiamento é definida 41.000,00. A inflação nesse período de cinco
previamente e reflete a taxa de juros real e uma meses foi de 10%. Quanto você ganhou e qual foi
taxa da inflação futura estimada: a taxa de juros auferida?

( 1+iap )=( 1+ i cm )∗( 1+ ir )=( 1+i r )∗I cm 6. Você comprou um eletrodoméstico por $
5.000,00 comprometendo-se com 12 pagamentos
i ap : taxa de juros (aparente) pré-fixada; mensais postecipados de $ 472,79. A inflação do
período foi de 12%. Qual a taxa de juros real desse
i r: taxa de juros real;
financiamento?
i cm: taxa de correção monetária média prevista;

I cm: índice de correção monetária médio previsto. 3.8 Taxa de retorno

A taxa de retorno em um investimento é a relação


entre o dinheiro ganho (ou perdido) em um
3.7.2.2 Correção Monetária Pós-Fixada
investimento e o montante de dinheiro investido.
Nessa abordagem de financiamento, considera-se
Cada organização deve definir qual a taxa de
a taxa de juros real os saldos devedores e os juros
retorno mínima aceitável em suas decisões de
são corrigidos monetariamente para cada
investimento; essa taxa mínima é denominada
período, de acordo com o índice de correção
taxa de atratividade.
monetária atualizado.
Vários dos métodos de análise envolvem o cálculo
do valor presente de um projeto, o que exige a
3.7.3 EXERCÍCIOS CORREÇÃO MONETÁRIA utilização de uma taxa de desconto, ou seja, a
taxa de atratividade da organização. Outros
1. Resolva os problemas:
métodos de análise comparam o retorno
a) Para taxas de inflação de 5%, 10% e 15%, quais esperado do projeto com a taxa de atratividade.
as taxas aparentes que um banco deveria praticar
A taxa de atratividade é entendida como o custo
para ter um ganho real de 10%?
de oportunidade da organização. Em geral, a taxa
b) Um banco opera com taxa de juros aparente de de atratividade é o custo de capital da empresa ou
45%. Sabendo que a inflação foi de 15%, qual a ainda o retorno médio obtido pela empresa em
taxa real de juros cobrada? suas atividades; o poder público pode considerar
custo de capital a taxa básica de juros da
c) Em um ano em que a inflação foi de 25%, economia.
uma aplicação de $ 10.000,00 lhe rendeu $
3.200,00. Qual foi o seu ganho real descontada a
inflação?
3.8.1 Valor Presente Líquido (VPL)
d) Considere a venda de um ativo qualquer por
O VPL nada mais é do que o valor presente de
um preço à vista de $10.000,00. O cliente aceita a
fluxo de caixa já definido anteriormente, ou seja,
proposta de pagar uma entrada de $5.000,00 e o
é a soma algébrica dos valores presentes de todos
restante depois de seis meses com uma taxa de
os componentes do fluxo de caixa (a soma dos
juros real de 2% am. Considerando uma inflação
valores presentes das entradas de caixa menos a
média do período de 9%, qual será o valor desse
soma dos valores presentes das saídas de caixa). A
pagamento?
taxa de desconto a ser utilizada nos cálculos é a Critério de decisão:
taxa de atratividade da organização. Para projetos
TIR ≥taxa mínima de atratividade
de fluxos de caixa convencionais com uma única
saída inicial de caixa ( PV ), temos:

VPL=
[ PMT 1 PMT 2
+
(1+i) (1+i)2
+ …+
PMT n
(i+1)
n
]
−PV
3.8.1 EXERCÍCIOS TAXA DE RETORNO

1. Resolva os problemas:
PMT : valor dos termos da renda; a) Um projeto envolve um desembolso inicial
de $ 5.000,00 e prevê entradas de caixa de $
PV : valor presente;
1.500,00 pelos próximos cinco anos. A
i : taxa de atratividade. organização tem um custo de capital de 10% aa.
determine o valor presente líquido desse projeto
Por essa definição, o VPL pode ser interpretado
e decida sobre sua aceitação?
como uma medida do valor presente da riqueza
futura gerada pelo projeto. Observe que o b) Um projeto envolve um desembolso inicial
método exige a definição prévia da taxa de de $ 5.000,00 e prevê entradas de caixa de $
atratividade para descontar os fluxos de caixa. 1.500,00 pelos próximos cinco anos. determine a
taxa interna de retorno desse projeto e decida
O critério de decisão do método é bastante
sobre sua aceitação.
simples: aceitam-se projetos com um VPL maior
ou igual a zero e rejeitam-se projetos com VPL
negativo.

3.8.2 Taxa interna de retorno (TIR)

TIR é a taxa de desconto que torna nulo o valor


presente líquido de um fluxo de caixa. Dito de
outra forma, é a taxa de desconto (taxa de juros)
que iguala, em um dado momento, os valores
atualizados das entradas e das saídas de caixa. A
definição da TIR impõe a condição de nulidade do
VPL e de sua equação representativa. Para um
fluxo de caixa convencional, temos:

VPL=0

[ PMT 1 PMT 2
+
(1+i) (1+i)2
+…+
PMT n
(i+1)
n
]
−PV =0

A solução dessa equação poderá produzir um


resultado para i que será o valor da TIR. Essa taxa
representa a rentabilidade relativa (forma
percentual unitária) de um projeto de
investimento e deverá ser comparada com a taxa
de atratividade da empresa. Assim, se a TIR
superar a taxa mínima de atratividade, o
investimento é classificado como
economicamente atraente. Caso contrário, há
recomendação técnica de rejeição.

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