O artigo analisa o modelo de "presidencialismo de coalizão" no Brasil, onde o presidencialismo requer grandes coalizões multipartidárias para governar de forma estável. O autor argumenta que este modelo é diferente dos sistemas presidencialistas dos EUA e parlamentaristas europeus, e que as coalizões no Brasil produzem maiorias legislativas mas também tensões entre poderes.
O artigo analisa o modelo de "presidencialismo de coalizão" no Brasil, onde o presidencialismo requer grandes coalizões multipartidárias para governar de forma estável. O autor argumenta que este modelo é diferente dos sistemas presidencialistas dos EUA e parlamentaristas europeus, e que as coalizões no Brasil produzem maiorias legislativas mas também tensões entre poderes.
O artigo analisa o modelo de "presidencialismo de coalizão" no Brasil, onde o presidencialismo requer grandes coalizões multipartidárias para governar de forma estável. O autor argumenta que este modelo é diferente dos sistemas presidencialistas dos EUA e parlamentaristas europeus, e que as coalizões no Brasil produzem maiorias legislativas mas também tensões entre poderes.
“PRESIDENCIALISMO DE COALIZÃO: O DILEMA INSTITUCIONAL
BRASILEIRO”
Em 1988, o cientista político Sérgio Abranches escreveu o artigo
“Presidencialismo de Coalizão: O Dilema Institucional Brasileiro”, publicado na revista Dados. O termo “Presidencialismo de Coalizão” foi originalmente cunhado para descrever o desenho institucional do sistema político brasileiro. A principal característica desse modelo, que combina proporcionalidade, pluripartidarismo e presidencialismo, é a organização executiva baseada na grande coalizão. Na época, o autor baseava-se na experiência democrática da Segunda República (1946-1964).
Os argumentos apresentados partem da ideia de que a adoção de um
sistema multipartidário teria um enorme potencial para ampliar o escopo do conflito em torno da base social de apoio político, especialmente quando as posições ideológicas e pragmáticas dos parceiros da coalizão estão distantes do apoio político do governo. Abranches enfatizou que o principal dilema do sistema presidencialista brasileiro é a necessidade de institucionalizar mecanismos pragmáticos de negociação e resolução de conflitos entre o Executivo e o Legislativo.
Abranches usa uma combinação de federalismo, representação proporcional
de lista aberta, sistema multipartidário, bicameralismo e uma presidência forte e minoritária para definir o que ele chama de presidencialismo de coalizão. Este é um tipo de presidencialismo diferente do que pode ser encontrado nos Estados Unidos ou nos parlamentarismos europeus que utilizam coalizões multipartidárias para compor seus governos. Em seu artigo, Abranches argumenta que o presidencialismo brasileiro continha muitas diferenças em relação ao modelo norte-americano, formando esse novo tipo de presidencialismo.
segundo Abranches, isso se dá porque o Brasil da “Nova República” e o que
se previa a partir das obras constituintes e do formato institucional que desemboca na constituição de 1988, seria a única democracia contemporânea que poderia definir seu sistema político a partir da ligação de um “presidencialismo imperial”, ao estilo americano; um modelo multi ou pluripartidário de organização dos partidos políticos; e um sistema de representação proporcional para a composição de uma das Câmaras do Poder Legislativo Federal.
O modelo brasileiro é conhecido por suas práticas políticas singulares,
formando coalizões para criar um governo estável e realizar as reformas necessárias. Essas coalizões produzem maiorias e impedem outras reformas que não estão de acordo com a visão do governo. Os três elementos citados acima, juntos, produzem um sistema de governo muito específico, com práticas políticas particulares. Às vezes, essas práticas podem causar tensão entre os poderes Legislativo e Executivo do governo, mas também podem produzir um governo muito estável.
O sociólogo diz que os sistemas presidencialistas de coalizão têm um nó
górdio. O governo tem que estar indo bem, e os partidos têm que concordar em questões-chave que foram resolvidas durante a formação da coalizão, mas que nem sempre são explicitadas. Portanto, o sistema é instável, arriscado e depende muito da governança atual.
A reconfiguração do modelo representativo brasileiro originalmente fixado pela Constituição Federal de 1988 diante da atuação jurisdicional e a possível realização de um Estado de partidos no Brasil