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PEDRO GARCIA DE MEIRA ALBACH

GRR: 20221514

RESENHA:

“PRESIDENCIALISMO DE COALIZÃO: O DILEMA INSTITUCIONAL


BRASILEIRO”

Em 1988, o cientista político Sérgio Abranches escreveu o artigo


“Presidencialismo de Coalizão: O Dilema Institucional Brasileiro”, publicado na
revista Dados. O termo “Presidencialismo de Coalizão” foi originalmente cunhado
para descrever o desenho institucional do sistema político brasileiro. A principal
característica desse modelo, que combina proporcionalidade, pluripartidarismo e
presidencialismo, é a organização executiva baseada na grande coalizão. Na época,
o autor baseava-se na experiência democrática da Segunda República (1946-1964).

Os argumentos apresentados partem da ideia de que a adoção de um


sistema multipartidário teria um enorme potencial para ampliar o escopo do conflito
em torno da base social de apoio político, especialmente quando as posições
ideológicas e pragmáticas dos parceiros da coalizão estão distantes do apoio
político do governo. Abranches enfatizou que o principal dilema do sistema
presidencialista brasileiro é a necessidade de institucionalizar mecanismos
pragmáticos de negociação e resolução de conflitos entre o Executivo e o
Legislativo.

Abranches usa uma combinação de federalismo, representação proporcional


de lista aberta, sistema multipartidário, bicameralismo e uma presidência forte e
minoritária para definir o que ele chama de presidencialismo de coalizão. Este é um
tipo de presidencialismo diferente do que pode ser encontrado nos Estados Unidos
ou nos parlamentarismos europeus que utilizam coalizões multipartidárias para
compor seus governos. Em seu artigo, Abranches argumenta que o
presidencialismo brasileiro continha muitas diferenças em relação ao modelo
norte-americano, formando esse novo tipo de presidencialismo.

segundo Abranches, isso se dá porque o Brasil da “Nova República” e o que


se previa a partir das obras constituintes e do formato institucional que desemboca
na constituição de 1988, seria a única democracia contemporânea que poderia
definir seu sistema político a partir da ligação de um “presidencialismo imperial”, ao
estilo americano; um modelo multi ou pluripartidário de organização dos partidos
políticos; e um sistema de representação proporcional para a composição de uma
das Câmaras do Poder Legislativo Federal.

O modelo brasileiro é conhecido por suas práticas políticas singulares,


formando coalizões para criar um governo estável e realizar as reformas
necessárias. Essas coalizões produzem maiorias e impedem outras reformas que
não estão de acordo com a visão do governo. Os três elementos citados acima,
juntos, produzem um sistema de governo muito específico, com práticas políticas
particulares. Às vezes, essas práticas podem causar tensão entre os poderes
Legislativo e Executivo do governo, mas também podem produzir um governo muito
estável.

O sociólogo diz que os sistemas presidencialistas de coalizão têm um nó


górdio. O governo tem que estar indo bem, e os partidos têm que concordar em
questões-chave que foram resolvidas durante a formação da coalizão, mas que nem
sempre são explicitadas. Portanto, o sistema é instável, arriscado e depende muito
da governança atual.

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