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29/12/2021 08:31 Acadêmia de Ciencias do Piauí | Milad Abraão Kalume

Detalhes do patrono

Nome

Milad Abraão Kalume

Cadeira

54

Biografia

Nascido na cidade síria de Maalula, de maioria arraigadamente


católica apostólica romana,
esta criança árabe superdotada, enfrentou desde
criança, problemas de toda ordem, mas
principalmente de ordem religiosa. A
Síria, como um todo, foi rapidamente se transformando
em um país muçulmano.
Além desse fato, a criança Milad Kalume viu sua terra ser invadida e
dominada
pelos turcos. Milad Kalume nascera em lugar onde por incrível que possa
parecer, se
fala ainda hoje o mesmo idioma usado por Jesus Cristo há mais de
dois mil anos; o aramaico,
como dialeto. Fugindo da invasão turca, Milad desde
criança via milhares de seus compatriotas
abandonando sua cidade, e buscando refugio
duradouro na bacia do rio Parnaiba, entre o Piaui
e Maranhão. Dezenas de
imigrantes de Malula foram assim, parar em Floriano, já nas duas
primeiras
décadas do sec. XX, 
bem servida para a
época, graças ao transporte fluvial entre

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o litoral e Floriano. Esta cidade se transformou em pouco tempo em ponto
de referência para
imigrantes árabes, contribuindo muito para isso o
florescente comércio, como entreposto de
produtos vindos do litoral e do sul
piauiense/maranhense. Fator determinante para isso era a
novidade de haver sido
fundada em Floriano uma Escola Agrícola modelo mantida pelo
Governo do
Imperador Pedro II, destinada a formação técnica de filhos de escravos
emancipados. De grande pendor para carreira religiosa, Milad Kalume foi
retirado a força do
Convento em Maalula, onde seguiria carreira de padre, e levado
compulsoriamente para servir
ao exército. Culto, falando
 
fluentemente, além do árabe, o aramaico, o
francês e o turco, foi poupado graças a esse fato,
 
de ser mandado para a linha de frente da
guerra, no primeiro Conflito Mundial, passando a
exercer papel burocrático de
correspondente para traduzir e intermediar
 
a
 
comunicação entre militares e
civis em diferentes idiomas. Sabendo poém, de inúmeras pessoas
do entorno
familiar já morando em Floriano, além de amigos das familias Zarur, Barguil,
Mazuad e Assad, Milad, aos vinte e quatro anos de idade, recem-casado, juntamente
com a
esposa Málaque, escapuliu de Maalula, e de navio chega a São Luis no
Maranhão, decidido a ir
morar em Floriano, onde de resto já se encontrava seu
irmão mais velho. Ao fazê-lo, Milad
levava consigo todos os conhecimentos
práticos de seu pai no campo da Ortopedia. Mesmo sem
diploma de Médico, foi se
transformando em Floriano, na réstia de esperança para centenas de
famílias com
membros seus acometidos de acidente como fratura ou deslocamento de osso. Sua
fama rapidamente ultrapassou os limites de Floriano, para atingir todo o Sul
do
 
Piauí e grande parte do Maranhão.
Detalhe: Milad não cobrava nada da vítima. Seu trabalho
era gratuito. Na
verdade, Milad não vivia da ortopedia e sim do comércio associado com
pessoas
de sua família. Ainda assim teve que enfrentar a ira de alguns poucos médicos
que viam
nele uma espécie de charlatão tomando deles uma clientela que tendia
rapidamente a aumentar
com o rápido desenvolvimento de Floriano. É de se notar
porém que nunca
 
prosperaram essas
tentativas de desqualificar o preparo técnico invulgar trazido por Milad
Kalume
da distante Maalula, para o coração do sul piauiense. Para milhares de pessoas,
Milad
fazia
 
milagres. Seu fervor
religioso e seu arraigado sentimento cristão de “fazer o bem sem olhar a
quem”
sem cobrar nada dos que a ele acorriam, transformaram ao longo dos anos MILAD
ABRÃO KALUME em mito. Seu conhecimento técnico apurado era de tal monta que
para
aquele tempo, soava estranho mas era fato corrente, de médico acidentado,
juiz
 
com limitação de movimento de um
braço,
 

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fiscal da Receita Federal com


ombro deslocado na distante cidade de Picos, toda essa gente,
vendo a
necessidade bater na porta, acorria à residência
 
desse ser humano admirável, Milad Kalume. O
Presidente da Academia de Ciências do Piauí,
Jonathas Nunes, guarda ainda hoje,
nas retinas fatigadas, a lembrança daquele Senhor, quando
a ele foi levado, aos
seis anos de idade, com o braço direito quebrado. Numa época em que a
própria
ciência médica no campo da ortopedia, ainda engatinhava, Milad Kalume, era
 
o cientista que sabia com o leve toque dos
dedos, orientar o osso invisível para o lugar de
origem. Recebeu ainda em vida
inúmeras condecorações tanto do Governo Estadual como de
Instituições públicas
e privadas. 

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