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TRIBUNAL
DE JUSTIÇA
PUBLICAÇÃO OFICIAL
Revista VOLUME 233
SUPERIOR
TRIBUNAL
DE JUSTIÇA
ANO 26
JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇO 2014
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Gabinete do Ministro Diretor da Revista
Diretora
Ministra Nancy Andrighi
Chefe de Gabinete
Andrea Dias de Castro Costa
Servidores
Eloame Augusti
Gerson Prado da Silva
Maria Angélica Neves Sant’Ana
Técnico em Secretariado
Maria Luíza Pimentel Melo
Mensageiro
Cristiano Augusto Rodrigues Santos
Revista do Superior Tribunal de Justiça - n. 1 (set. 1989) -. Brasília : STJ, 1989 -.Periodicidade varia:
Mensal, do n. 1 (set. 1989) ao n. 202 (jun. 2006), Trimestral a partir do n. 203 (jul/ago/set. 2006).
https://ww2.stj.jus.br/web/revista/eletronica/publicacao/?aplicacao=revista.eletronica.
ISSN 0103-4286.
1. Direito, Brasil. 2. Jurisprudência, periódico, Brasil. I. Brasil. Superior Tribunal de Justiça (STJ).
II. Título.
CDU 340.142 (81) (05)
Revista
MINISTRA NANCY ANDRIGHI
SUPERIOR
TRIBUNAL
DE JUSTIÇA
Diretora
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Plenário
COMISSÃO DE COORDENAÇÃO
COMISSÃO DE DOCUMENTAÇÃO
COMISSÃO DE JURISPRUDÊNCIA
Membros Efetivos
Ministro Humberto Martins
Ministra Maria Thereza de Assis Moura
Desembargador Federal Mário César Ribeiro (TRF 1ª Região)
Desembargador Federal Sergio Schwaitzer (TRF 2ª Região)
Desembargador Federal Fábio Prieto de Souza (TRF 3ª Região)
Desembargador Federal Tadaaqui Hirose (TRF 4ª Região)
Desembargador Federal Francisco Wildo (TRF 5ª Região)
Membros Suplentes
Ministro Herman Benjamin
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho
Ministro Sidnei Beneti
Desembargador Federal Daniel Paes Ribeiro (TRF 1ª Região)
Desembargador Federal Poul Erik Dyrlund (TRF 2ª Região)
Desembargadora Federal Cecília Marcondes (TRF 3ª Região)
Desembargador Federal Luiz Fernando Wowk Penteado (TRF 4ª Região)
Desembargador Federal Edilson Pereira Nobre Júnior (TRF 5ª Região)
SUMÁRIO
JURISPRUDÊNCIA
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 23.10.2013
RELATÓRIO
20
Jurisprudência da CORTE ESPECIAL
VOTO
22
Jurisprudência da CORTE ESPECIAL
EMENTA
24
Jurisprudência da CORTE ESPECIAL
ACÓRDÃO
DJe 3.2.2014
RELATÓRIO
VOTO
26
Jurisprudência da CORTE ESPECIAL
28
Primeira Seção
MANDADO DE SEGURANÇA N. 19.084-DF (2012/0179183-9)
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 20.11.2013
RELATÓRIO
32
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
VOTO
1. Da prescrição.
34
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
Constituição Federal
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte:
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão
final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do
procedimento e formulará proposta de decisão, objetivamente justificada,
encaminhando o processo à autoridade competente. (grifo nosso).
Indeferido, por falta de amparo legal, tendo em vista que a sentença só faz
coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem prejudicando
terceiros, conforme dispõe o artigo 472 do Código de Processo Civil (Lei n. 5.869,
de 11 de janeiro de 1973).
36
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
Alega que esse ato foi produzido “sem nenhum fundamento jurídico
plausível”, sendo este “o ponto nodal que impulsionou a pretensão e este
mandamus, para requerer e coibir o ato de autoridade negadora de direito
líquido e certo” (sic, fl. 7).
Não é o que se verifica.
A motivação, a teor do que requer o art. 50 da Lei n. 9.784/1999, consiste
na indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos que autorizam a produção
do ato administrativo.
Confira-se:
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos
fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
38
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
EMENTA
ACÓRDÃO
40
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
DJe 6.11.2013
RELATÓRIO
8. É o relatório.
VOTO
Art. 461 - Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer
ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o
pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente
ao do adimplemento.
(...).
§ 5º - Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático
equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas
necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e
apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento
de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial.
42
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
44
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
46
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
48
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
50
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
52
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 18.12.2013
RELATÓRIO
54
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
mas sim do próprio Ibama. E, por fim, não houve qualquer requerimento da
Procuradoria Federal do Ibama, ou do Advogado-Geral da União, no sentido de
se determinar o arquivamento, sem baixa na distribuição” (e-fl. 47).
Acrescenta que “(...) não estão envolvidas aqui apenas questões financeiras,
mas sim valores outros, como os educativos, disciplinadores de condutas
administrativas que são vedadas pela legislação de regência de certas atividades
e que o legislador escolheu como passíveis de punição com multas financeiras”
(e-fl. 47).
Em conclusão, assevera que “a interpretação adotada pelo acórdão
recorrido além de não conter fundamentação legal própria, já que não podem ser
disciplinadas pelo art. 20 da Lei n. 10.522/2002, se revela inadequada, quando
o objeto da execução são multas administrativas de qualquer natureza” (e-fl. 48).
Não foram ofertadas contrarrazões (e-fl. 52).
O apelo foi admitido na origem e indicado como representativo de
controvérsia (e-fl. 53), o que foi mantido nesta Corte por decisão do então
Relator, em. Ministro Castro Meira (e-fls. 78-80).
O Ministério Público Federal, em parecer do Subprocurador-Geral da
República Dr. Flávio Giron, opina pelo não conhecimento do recurso ou por
seu desprovimento (e-fls. 72-74).
É o relatório.
VOTO
56
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
58
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
60
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
62
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
64
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
EMENTA
66
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
ACÓRDÃO
DJe 5.12.2013
RELATÓRIO
68
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
É o relatório.
VOTO
70
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
Art. 63. O contrato individual de trabalho rural poderá ser oral ou escrito, por
prazo determinado ou indeterminado, provando-se por qualquer meio permitido
em direito e, especialmente, pelas anotações constantes da Carteira Profissional do
Trabalhador Rural, as quais não podem ser contestadas.
72
Jurisprudência da PRIMEIRA SEÇÃO
VOTO
74
Primeira Turma
RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA N. 33.183-RO
(2010/0208024-3)
EMENTA
ACÓRDÃO
78
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
DJe 21.11.2013
RELATÓRIO
Senhor julgador, tal fato não pode ser empecilho, para o impetrante, primeiro
porque conforme os documentos em anexo, comprova que não registra qualquer
antecedentes que possam servir de óbice ao seu ingresso na Polícia Militar,
segundo porque foi admitida a participar do certame e obteve a aprovação e
classificação necessária e terceiro, que apesar de a Investigação Social, não se
confundir com antecedentes, para que possa ser utilizado como instrumento de
cerceamento do direito do cidadão, deve ser motivado e fundamentado, para que
o cidadão possa combater com argumentos válidos a sua ocorrência ou não.
No caso em tela, como se faz prova através do próprio documento fornecido
pela Comissão, expressamente descreve que a eliminação do candidato ocorreu
por avaliações subjetiva, sem que para tanto, tenha que informar qual o seu
motivo. (sic, fl. 5).
Art. 5o
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória;
Até por que Doutos Julgadores, o único fato em sua vida, embora exista uma
condenação, que como já dito foi substituída por penas restritivas de direito, não
pode ser considerada como conduta desabonadora.
Por outro lado os critérios para realização da investigação social carecem de
objetividade, pois deixam ao arbítrio do aviador estabelecer parâmetros para a
aptidão ou não do candidato.
E bem verdade que o Edital do concurso é claro no sentido de que a
investigação social terá caráter eliminatório e tem como objetivo verificar a vida
pregressa do candidato.
Contudo, verifica-se, a única razão de o impetrante ter sido eliminado é a
existência de um procedimento criminal, que ainda nem transitou em julgado.
O único fato ocorrido em sua vida, não pode servir de parâmetro, para ser
considerado como pessoa de má reputação ou má conduta social, até por que
tal informação não foi negado quando da apresentação dos documentos para o
início do curso e ainda assim lhe foi deferido a sua matrícula.
Proceder a sua eliminação nesta oportunidade é causa de imenso prejuízo, pois
já passado mais de 06 (seis) meses no Curso de formação, onde teve de se afastar
das suas atividades normais, efetuando inúmeras despesas, com fardamento,
exames, acreditando que concluiria o Curso de formação, por que como já dito
80
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
Há, nos autos (fls. 36 a 40), cópia da sentença penal que condenou o
impetrante às penas do art. 16, caput, da Lei Federal n. 10.826/2003, pelo fato
de portar arma de fogo de uso restrito das Forças Armadas.
É o relatório.
VOTO
I - A inovação recursal.
82
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
II - A falta de provas.
84
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
preconiza o art. 2º, parágrafo único, inciso IV, da Lei n. 9.784/1999, nada há de
imoral no ato administrativo que, calcado em expressa regra editalícia, já dantes
conhecida, impede o ingresso, nas fileiras da Polícia Militar, de candidato com
antecedentes criminais. Nesse passo, é perfeitamente possível considerar que
atentatório à moralidade seria, isto sim, a admissão sem qualquer barreira, como
quer o recorrente.
Por fim, no que tange à razoabilidade, a argumentação do recorrente é
inaceitável.
Razoabilidade, tal como a apresenta a lei vigente, é “a adequação entre
meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público”
(Lei n. 9.784/1999, art. 2º, parágrafo único, inciso VI). À luz desse preceito, e
tendo em mente as funções do policial militar, mostra-se indefensável a tese de
que a exigência de certidão criminal negativa seria restrição maior do que aquela
estritamente necessária ao atendimento do interesse público, até porque, por
qualquer ângulo que se possa apreciar a questão, é certo que a razoabilidade se
interpreta pro societas, e não em função dos interesses particulares.
Logo, é forçoso reconhecer que os princípios jurídicos que o impetrante
invoca em favor de sua pretensão, a saber, legalidade, moralidade e razoabilidade,
são exatamente os preceitos que estão a recomendar o seu não ingresso nos
quadros da Força Policial.
Diante do exposto, e dos sólidos fundamentos do acórdão recorrido, tenho
que o presente recurso ordinário não comporta provimento.
É como voto.
86
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 17.12.2013
RELATÓRIO
88
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
90
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
VOTO
9 - Da inscrição definitiva
9.1 Os candidatos classificados nas provas discursivas serão convocados
por Edital para, no prazo de dez dias, requererem sua inscrição definitiva, para
que possam participar das etapas seguintes do concurso, com os seguintes
documentos:
I. cópia do documento de identidade expedido por órgão de identificação dos
Estados, do Distrito Federal ou dos Territórios, ou pela Ordem dos Advogados do
Brasil, autenticado;
II. duas fotos 3x4 recentes;
III. cópia do diploma de bacharel em Direito, devidamente registrado, ou
certificado de conclusão do curso expedido por Universidade ou Faculdade
reconhecida pelo Ministério da Educação e Cultura, autenticados;
IV. prova de estar em dia com as obrigações eleitorais, mediante certidão da
zona eleitoral em que estiver inscrito;
V. prova de estar em dia com as obrigações do serviço militar, se o candidato
for do sexo masculino;
VI. certidão do órgão disciplinar a que estiver sujeito o requerente,
comprovando não estar sendo processado, nem ter sido punido no exercício
da profissão, de cargo ou de função, devendo apresentar, caso seja advogado,
certidão expedida pela Ordem dos Advogados do Brasil com informação acerca
de sua situação perante aquela instituição;
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Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
94
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
96
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
9 - Da inscrição definitiva
9.1 - Os candidatos classificados nas provas discursivas serão convocados
por Edital para, no prazo de dez dias, requererem sua inscrição definitiva, para
que possam participar das etapas seguintes do concurso, com os seguintes
documentos:
(...);
IX - declaração de que não responde a inquérito policial, Estadual, Federal ou
Militar, de que não fez transação em juizado especial e de que não teve nem tem
contra si, em curso, ação penal por crime de qualquer natureza;
(...) (fls. 38).
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Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
100
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
EMENTA
ACÓRDÃO
102
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
DJe 29.10.2013
RELATÓRIO
104
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
(...)
Em assim sendo, ao declarar a inexigibilidade da aposição de selo de controle
em mercadoria proveniente do exterior, sob o fundamento de que tal obrigação
onera excessivamente o produto estrangeiro, demonstra-se que o v. acórdão recorrido
contraria expressamente dispositivo de lei federal, cujo escopo é propriamente a defesa
dos interesses nacionais nas operações de comércio exterior” (e-stj, fl. 730-731).
Seguiu-se o recurso especial interposto pela União, com base no art. 105,
III, a, da Constituição Federal, por violação do art. 535 do Código de Processo
Civil, do art. 46 da Lei n. 4.502, de 1964, e do art. XX, d, do GATT, alegando
que:
“A defesa da Fazenda Nacional foi calcada no art. 46 da Lei n. 4.502/1964,
dispositivo legal que, de um lado, não teve sua inconstitucionalidade declarada pelo
órgão próprio desta Corte Regional e, de outro, não pode ser derrogado por norma que
lhe é anterior, in casu, o acordo geral GATT, que apenas foi reeditado em 1994 mas
que manteve, em seu art. III, a redação do GATT original, que data de 1947, ocasião
em que o Brasil já era signatário do referido acordo internacional.
Ao lado da implícita declaração de inconstitucionalidade que ofende ao art. 97
da Constituição Federal, de se notar, ainda, que há negativa de vigência ao referido
dispositivo legal, que, não tendo sido afastado por inconstitucionalidade, deixou de
ser aplicado, embora plenamente vigente no País. E a Corte Superior competente
para examinar legislação federal a que foi negada vigência é esse Colendo Superior
Tribunal de Justiça, razão pela qual cabível o recurso especial.
Mais ainda, sendo os acordos internacionais recebidos com força legislativa,
deixou de ser aplicado, ainda, o art. XX, letra d, do GATT, que assim, igualmente,
teve sua vigência negada.
Importante anotar que a norma aplicada pela Corte Regional como inibidora da
vigência do at. 46 da Lei n. 4.502, o acordo geral GATT, data de 1947. Nesta data
o Brasil era já signatário do acordo. Assim que o referido artigo 46, que veio a lume
apenas em 1964, lhe é posterior, devendo prevalecer sobre o acordo de livre comércio,
e não o contrário. Note-se que o GATT/1994 é reedição daquele de 1947, tendo a
norma apenas sido repetida.
Importante observar, ainda que não se trata aqui de norma tributária, mas de
norma baseada no controle do comércio internacional, a cargo da Secretaria da Receita
Federal, e como tal deve ser observado. Ainda de se notar que, datando de 1964, a
referida norma legal não restou afastada por solução de controvérsias da Organização
Mundial do Comércio até o presente, tampouco foi o Brasil penalizado por força de tal
norma vigente” (e-stj, fl. 814-815).
Contrarrazões às fl. 904-936.
VOTO
106
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
VOTO
108
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 5.12.2013
RELATÓRIO
110
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
No apelo especial (fls. 710-723), o recorrente aponta violação do art. 111, II,
do CTN. Defende, em resumo, que o Tribunal de origem adotou indevidamente
interpretação elástica ao termo “similares”, contido na legislação estadual, para
permitir ao supermercado recorrido o mesmo tratamento tributário diferenciado
(base de cálculo e alíquota reduzidas) destinado ao fornecimento de “refeições
servidas ou fornecidas por bares, lanchonetes, restaurantes, cozinhas industriais
e similares”.
Contrarrazões às fls. 747-763.
Juízo positivo de admissibilidade às fls. 783-790.
Inicialmente, neguei seguimento ao recurso especial (fls. 842-844).
Todavia, em face dos argumentos lançados no agravo regimental interposto
pelo ente público, exerci o juízo de retratação para incluir este feito na pauta de
julgamentos da Egrégia Primeira Turma.
É o relatório.
VOTO
112
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
VOTO-VISTA
114
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
Por fim, sustenta que, “na espécie a norma isentiva não permite outra
interpretação: supermercados não podem fazer uso das normas que dão
benefícios a bares, restaurantes e similares” (fl. 722).
Contrarrazões apresentadas às fls. 747-763, postulando o não conhecimento
do recurso, diante dos óbices das Súmulas n. 280-STF e 7-STJ; no mérito,
reivindica o seu desprovimento.
Na decisão presidencial local de fls. 783-791, foi proferido juízo positivo
de admissibilidade do apelo especial.
Já neste STJ, inicialmente, o Ministro Relator Benedito Gonçalves negou
seguimento ao especial, em decisão monocrática lançada às fls. 842-844.
Posteriormente, em sede de agravo regimental, exercendo o juízo de
retratação, o Ministro Relator incluiu o feito em pauta, apresentando, na sessão
de 16.4.2013, o voto assim ementado:
116
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
que, no tocante ao benefício fiscal concedido pelo ente público, não se admite o
uso da interpretação extensiva.
É verdade que a questão concreta ali julgada versava sobre o alcance de
benefício instituído por duas leis federais (Leis n. 10.637/2002 e 10.833/2003).
No entanto, a diretriz hermenêutica posta no art. 111 do CTN não deve ter
incidência reservada apenas aos casos em que a lei discutida seja federal, mas
também quando a norma instituidora da benesse seja estadual ou municipal, pois
a Constituição da República, em seu artigo 146, III, expressamente determinou
que competiria à lei complementar, no caso, o Código Tributário, estabelecer
normas gerais em matéria de legislação tributária.
Nesse contexto, entendo que, no caso ora examinado, o óbice da Súmula n.
280-STF deve ser afastado.
Por outro giro, mesmo que o acórdão impugnado tenha também se
louvado em argumentação constitucional (por isso o simultâneo extraordinário
manejado pelo Estado - fls. 725-741), ainda assim não se poderia inibir o
enfrentamento, por este Superior Tribunal de Justiça, do tema central veiculado
no presente recurso, que consiste em delimitar a abrangência de norma tributária
instituidora de benefício fiscal, à luz do art. 111 do CTN, norma de natureza
infraconstitucional federal.
Ultrapassada tais preliminares, passo à análise do mérito.
Diz o artigo 111 do CTN, de forma textual: “Interpreta-se literalmente a
legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito
tributário; II - outorga de isenção; III - dispensa do cumprimento de obrigações
tributárias acessórias.
Sobre o tema, e por sua inegável pertinência com a hipótese ora examinada,
transcrevo trechos da decisão proferida no referido REsp n. 1.020.991-RS,
verbis:
Ademais, o art. 111 do CTN, de modo expresso, prevê regra que impõe a
interpretação literal nos casos de benefício fiscal, não se admitindo o uso da
exegese extensiva. (Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha
sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; II - outorga de isenção; III -
dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.).
A expressão “interpretação literal”, de acordo com José Eduardo Soares de
Melo, revela que “o sentido da lei deve ser aplicado com a maior exatidão a fim
de não criar isenção nele não prevista, nem eliminar isenção que nele se inclua.”
(MELO, José Eduardo Soares. Interpretação e Integração da Legislação Tributária.
In: MARTINS, Ives Gandra da Silva (Coord). Curso de Direito Tributário. 13ª ed.
Saraiva: São Paulo, 2011. p. 186).
Já Tárek Moysés Moussallem possui a seguinte compreensão sobre as regras
de interpretação da norma tributária:
118
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
(cf. art. 111 do CTN), de modo que benefício concedido aos contribuintes
integrantes de regime especial de tributação (Reporto) não se estende aos
demais contribuintes do PIS e da Cofins sem lei que autorize.
5. A concessão de benefício fiscal por interpretação normativa, além
de ofender a Súmula n. 339-STF, implica em violação ao princípio da
isonomia, posto que os contribuintes sujeitos ao regime monofásico não
se submetem à mesma carga tributária que os contribuintes sujeitos ao
regime de incidência plurifásica.
6. Recurso especial não provido. (REsp n. 1.140.723-RS, Rel. Ministra Eliana
Calmon, Segunda Turma, DJe 22.9.2010)
120
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
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Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
VOTO-VISTA
124
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
VOTO
126
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
deste recurso; mas, como dizia Oscar Wilde, a melhor maneira de enfrentar
as tentações é ceder a elas. Então, peço vênia a V. Exa. para ceder à tentação
de fazer uma brevíssima incursão sobre o mérito desta demanda recursal,
embora, evidentemente, o voto do Relator seja irrespondível; absolutamente
irrespondível e irretocável no que diz respeito a estes dois tampões da cognição:
a súmula que veda o reexame de decisões calcadas em lei local e a súmula que
veda o reexame de matéria factual. Não fosse isso, teríamos de navegar – usando
a expressão que o Advogado usou há pouco – com mais largueza sobre o mérito
da demanda.
3. Sr. Presidente, a fala do Procurador, que foi a primeira, foi muito precisa
e fiquei impressionado com a postura filosófica que adotou na tentativa de
transformar a semelhança da realidade ou a semelhança dos seres em identidade
entre eles. O Sr. Ministro Benedito Gonçalves sabe muito bem – já conversei
com S. Exa. sobre isso em certa ocasião – que esse é um tormento dos
filósofos, principalmente dos que se preocupam com o método de aquisição
do conhecimento, e até dos teólogos também. São Paulo dizia: “nós somos
semelhantes a Deus, mas não somos iguais a Ele”. Evidentemente, no caso, a lei
estadual é coisa de mérito, não se pode examinar, porque os dois obstáculos não
consigo ultrapassá-los; lamentavelmente, não conseguiria ultrapassá-los, mesmo
se tentasse.
4. A legislação estadual é absolutamente ingrata e madrasta do Procurador,
e não socorre à lucidez do seu raciocínio e nem apoia o esforço intelectual, que
estão sumamente bem orientados, como ele desenvolveu.
5. Depois, Sr. Presidente, não podemos imaginar que uma norma tributária
estadual ou de qualquer outro índice tributário discrimine os pequenos e
médios contribuintes dos grandes fornecedores e até dos megafornecedores; o
tratamento isonômico deve presidir as relações tributárias.
6. Ademais, no caso, a norma tributária estadual não se dirige a beneficiar,
de maneira alguma, como bem disse o Sr. Ministro Relator, um contingente
populacional específico, por exemplo, as pessoas de baixa renda; não se dirige
para beneficiar um setor econômico e não se dirige para beneficiar uma região
geográfica deprimida. Portanto, inegavelmente não se trata de favor fiscal,
de benefício fiscal, trata-se da norma genérica de tributação, que não pode
discriminar.
7. Além do mais, Sr. Presidente, na minha opinião, a questão da identidade
e de similitude – estou falando isso por que há outro processo em que devo voltar
128
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 4.11.2013
RELATÓRIO
130
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
VOTO
132
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
EMENTA
134
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 4.12.2013
RELATÓRIO
vez que a medida invasiva implicar-lhe-á dano irreparável, não sendo suficiente,
para sua decretação, a alegação tão somente da gravidade das denúncias, sem que
haja justificativa plausível que demonstre a necessidade da limitação.
5. Contrarrazões às fls. 3.123-3.133, pugnando pelo não conhecimento do
recurso e, sucessivamente, seu desprovimento.
6. É o que havia de importante para ser relatado.
VOTO
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Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
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Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
140
Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
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Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
VOTO-VENCEDOR
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Jurisprudência da PRIMEIRA TURMA
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Segunda Turma
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL
N. 249.045-RN (2012/0227309-8)
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 20.11.2013
RELATÓRIO
150
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
VOTO
152
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
petitório inicial do Parquet, cujo teor volto a reproduzir (grifos nossos): “g)
a condenação de todos os demandados, proporcionalmente ao tempo de suas
respectivas permanências nos cargos, a ressarcirem à CAERN, com juros e correção
monetária, todos os valores que tenham sido repassados ao IASAN fruto do
contrato objeto desta ação”.
Diante disso e, considerando as provas até então produzidas, o acórdão
recorrido limitou a decretação de indisponibilidade aos bens suficientes para
garantir a imputação que foi formulada em face do recorrido.
Vale lembrar que “a mesma base indiciária que respalda a decretação
de indisponibilidade dos bens deve nortear a extensão do seu alcance. Com
fundamento nos dados fornecidos na petição inicial e em outros elementos que
revelem a plausibilidade da responsabilidade do recorrente, cabe ao julgador
ordinário delimitar o montante sobre o qual deve recair a indisponibilidade de
seus bens - o que não significa necessariamente que, ao final, tal medida não
alcançará todo o seu patrimônio, tampouco que será reduzida ao valor por ele
apontado em seu apelo” (REsp n. 1.194.045-SE, Relator Ministro Herman
Benjamin, DJe 3.2.2011).
Sobre o tema, veja-se, ainda, o seguinte precedente:
154
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
Ação civil pública. Natureza cível da ação. Ministério Público. Prazo em dobro
para recorrer. Improbidade administrativa. Responsabilidade solidária até a
instrução final do feito. Indisponibilidade dos bens limitada ao ressarcimento
integral do dano ao erário.
1. O entendimento jurisprudencial sedimentado no STF e no STJ, na época
em que protocolizado o agravo de instrumento, era no sentido que a intimação
pessoal do Ministério Público se dava com o “ciente” lançado nos autos, quando
efetivamente entregues ao órgão ministerial, e não da data da entrada dos autos
na secretaria.
2. Em razão da natureza cível da ação, o Parquet tem prazo em dobro para
recorrer na ação civil pública por improbidade administrativa (art. 188 do CPC).
3. Nos casos de improbidade administrativa, a responsabilidade é solidária até a
instrução final do feito, momento em que se delimitará a quota de responsabilidade
de cada agente para a dosimetria da pena.
EMENTA
158
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 4.10.2013
RELATÓRIO
VOTO
160
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
162
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
Confesso que na última sessão em que figurei na relatoria dos feitos, trouxe
uma matéria análoga e, naquela assentada, fiquei vencido. Depois daqueles
debates realizados durante a sessão, e, depois, com o voto divergente apresentado
pelo Des. Valdemar Capeletti, que ficou para atuar como Relator para o acórdão,
refletindo durante esse período - recebi o memorial do ilustre advogado - percebi
que há uma peculiaridade que me chamou a atenção, salvo melhor juízo, todas
as propriedades são minifúndios, onde, além da reserva legal, que é ínsito, tendo
em vista a legislação específica no caso, haveria praticamente a situação de levar
aos titulares do domínio até - e V. Exa. bem salientou, desde que comprovado isso
pericialmente - a inviabilidade completa da própria subsistência.
Também sou de família do interior, e lá acho que esse decreto não chegou
a atingir a parte do Estado do Paraná, embora tenhamos também dentro da
extensão territorial do Estado uma margem significativa de Mata Atlântica. Mas
confesso que me curvei diante dessas considerações - e V. Exa. agora bem aduziu
que estamos diante de um caso que depende de uma aferição concreta da
extensão desse possível prejuízo ocasionado a esses titulares do domínio.
164
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
166
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
168
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
170
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
Vale repisar que o caso dos autos ainda comporta uma peculiaridade que
norteou a decisão do TRF 4ª Região: o fato de se tratar de minifúndio, em que a
limitação administrativa pode superar a casa dos 44% da área total do imóvel, o
que praticamente inviabiliza a natureza agrícola de certas propriedades.
Esses fatos e peculiaridades do caso devem ser aferidos em perícia, que
concluirá se a turbação administrativa é de tal monta a ensejar a desapropriação
indireta ou se é mera limitação que a todos atinge indistintamente.
Ademais, a Corte regional gaúcha não emitiu juízo de valor sobre a
tese segundo a qual o art. 1º do Decreto n. 20.910/1932 é “aplicável a ações
de qualquer natureza” (fls. 52-53), o que impede o conhecimento do recurso
especial por esbarrar nas Súmulas n. 282 e 356-STF.
Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.
É como voto.
VOTO-VISTA
172
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
(...)
Não pode o Juízo singular, initio litis e antes da fase instrutória, extinguir o feito
por entender que não se trata de desapropriação indireta, mas de mera limitação
administrativa, impossibilitando a parte autora de demonstrar que a ação é de
indenização por desapropriação indireta não apenas no nome mas também em
seu conteúdo.
No caso, o próprio acórdão recorrido entendeu não ser possível definir a
qualificação jurídica da intervenção na propriedade, sem antes propiciar a
produção de provas com ampla defesa, razão pela qual afastou o decreto de
prescrição e determinou o retorno dos autos ao Juízo singular.
Para definir-se o prazo prescricional aplicado à ação, faz-se necessário fixar o
tipo de intervenção estatal na propriedade - se mera limitação administrativa ou
verdadeira desapropriação indireta - já que, em regra, cada qual se submete a
prazo distinto: qüinqüenal no primeiro caso (art. 1º do Decreto n. 20.910/1932) e
vintenária no segundo (Súmula n. 119-STJ).
Assim, a tese da recorrente de que houve prescrição impõe o afastamento
da premissa alinhada pela Corte regional de que não seria possível se definir a
qualificação jurídica da intervenção na propriedade sem a produção de prova
pericial, providência incompatível com a natureza do recurso especial, que não se
vocaciona à discussão de matéria fática, a teor da Súmula n. 7-STJ.
174
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
3. Inaplicabilidade da Súmula n. 7
176
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
178
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
Agravo regimental. Recurso especial. Art. 535 do CPC. Mata Atlântica. Decreto
n. 750/1993. Restrições administrativas ao uso. Posse mantida. Desapropriação
indireta e ação de natureza real não caracterizadas. Indenização. Ação pessoal.
Prescrição de cinco anos.
- A ausência de efetiva omissão no acórdão afasta a violação do art. 535 do
Código de Processo Civil.
- Carece de prequestionamento o tema relativo à efetiva violação do art. 170, I,
do anterior CC e dos artigos 269, II, 471 e 473 do CPC, não enfrentado no acórdão
dos embargos infringentes, expressamente, porque “não fizeram parte do julgado
por estarem fora dos estritos limites da divergência dos embargos infringentes”.
- Na linha da jurisprudência desta Corte, não tendo o Decreto n. 750/1993
retirado do proprietário a posse do imóvel, mas, apenas, imposto restrições
180
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
182
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
que seria necessário o retorno dos autos à Vara de origem para realização de
perícia. Transcrevo a conclusão do decisum (fl. 50, e-STJ):
184
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
8. Prescrição quinquenal
186
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
9. Conclusão
Diante do exposto, peço vênia ao eminente Relator para dele divergir e dar
provimento ao Agravo Regimental nos termos da fundamentação exposta.
É como voto.
EMENTA
188
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 18.10.2013
RELATÓRIO
VOTO
190
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
Considero evidente que tenha havido o transcurso do prazo de 120 dias, tal
como previsto no art. 23 da Lei n. 12.016/2009.
Ademais, não prospera o argumento trazido de que o prazo somente
poderia começar com a publicação do acórdão. É bem sabido que o prazo para
combate aos atos administrativos - pela via mandamental - começam a fluir
com a ciência por parte do interessado.
A súmula de julgamento, inequivocamente publicada, gerou efeitos
concretos e serviu para dar ciência do ato que se reputa como coator.
O caso vertente possui precedente em tudo similar neste STJ, no qual se
percebe que o ato administrativo coator - em tais situações - é a decisão do
colegiado do Tribunal que aplica a penalidade e não o Decreto Judiciário que
192
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
EMENTA
194
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 16.12.2013
RELATÓRIO
196
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
VOTO
1. Preliminares
3. Jurisprudência
198
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
200
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
202
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
204
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
206
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
6. Considerações finais
VOTO-VISTA
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 18.2.2014
210
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
RELATÓRIO
VOTO
212
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
parcelas restantes até o fim do prazo de 180 meses, adotando as seguintes teses
(fls. 178-190):
a) a norma do PAES estabelece limites mínimos para o valor das prestações
conforme o tipo de contribuinte e o prazo máximo para o parcelamento em 180
meses, devendo tais disposições serem interpretadas conjuntamente e, com isso
a conclusão possível é que deve ser calculado o total do saldo devedor e esse
valor deverá ser dividido pelo número de meses que restam para completar o
prazo máximo de parcelamento, apurando-se assim o valor de cada parcela; e,
b) em face do disposto no art. 4º, II, da Portaria Conjunta PGFN/SRF
n. 1/2003 que amparava a pretensão da impetrante (ora recorrente) quanto aos
recolhimentos efetuados, deveria ser oportunizada ao contribuinte a reinclusão
no PAES, observando-se o recálculo do débito parcelado a partir do limite
máximo de 180 prestações mensais, sem a inclusão de quaisquer penalidades,
pois não pode ser o contribuinte prejudicado por ter agido em conformidade
com a orientação normativa da própria autoridade administrativa.
Irresignada, a recorrente aponta violação ao art. 1º, § 4º, inc. II e § 6º, da
Lei n. 10.684/2003, defendendo em síntese que: i) não pode ser excluída do
PAES por recolher o valor mínimo exigido por lei e, nem tampouco, pode ser
compelida a realizar pagamento a maior, tendo em vista que o beneficio do tem
previsão legal; e, ii) a lei do PAES criou a possibilidade das microempresas e
empresas de pequeno porte pagarem o valor parcelado da melhor forma que lhes
aprouver, seja em 180 parcelas, seja em percentual de 0,3% de seu faturamento,
podendo saldar o débito em número superior de prestações.
Na hipótese, colhe-se dos autos (fls. 26-28) que a recorrente foi excluída
do PAES porque o valor das prestações mensais recolhidas não seria capaz de
adimplir o débito no prazo máximo de 180 meses, in verbis:
214
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
216
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
218
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
220
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
222
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
VOTO-VISTA
224
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
sua receita bruta, nos termos do artigo 1º, § 4º, da Lei n. 10.684/2003. Precedentes:
REsp n. 905.323-SC, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 16.9.2009; REsp n.
893.351-SC, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, DJe de 10.6.2009; REsp
n. 912.712-SC, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
20.5.2010.
5. No entanto, é possível a exclusão do programa se restar demonstrada a
ineficácia do parcelamento como forma de quitação do débito, ainda que para
além de 180 (cento e oitenta) prestações, considerando-se o valor do débito e o
valor das prestações efetivamente pagas. Situação em que a impossibilidade de
adimplência há que ser equiparada à inadimplência para efeitos de exclusão
do dito programa de parcelamento. Precedente em sentido contrário: REsp n.
1.119.618-RS, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 22.9.2009.
6. Caso em que o valor do débito parcelado é superior a R$ 20.000.000,00
(vinte milhões de reais) e o valor da parcela é de apenas R$ 100,00 (cem reais),
valor insuficiente para quitar até mesmo os encargos mensais do débito, de modo
que o valor devido tende a aumentar com o tempo, não havendo previsão para a
sua quitação.
7. Recurso especial não conhecido.
(REsp n. 1.187.845-ES, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma,
julgado em 19.10.2010, DJe 28.10.2010)
Fiscal - Refis a fim de salvaguardá-lo ou inserí-lo nessa lógica, pois isto não está em
causa.
Pois bem, em outra linha jurisprudencial, chegou-se à posição de que, se
a empresa está inativa, não há base contábil para se calcular o valor da parcela
do PAES, pois não há receita bruta (a parcela se calcula em percentual sobre
a receita bruta), devendo então ser adotado obrigatoriamente o prazo de 180
(cento e oitenta) meses para a quitação total do débito. Transcrevo:
226
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
débito passe a existir de forma perene ou até, absurdamente, tenha o seu valor
aumentado com o tempo diante da irrisoriedade das parcelas pagas. A finalidade
de todo o parcelamento, salvo disposição legal expressa em sentido contrário, é
a quitação do débito e não o seu crescente aumento para todo o sempre. Sendo
assim, a impossibilidade de adimplência há que ser equiparada à inadimplência
para efeitos de exclusão do dito programa de parcelamento.” (REsp n. 1.187.845-
ES, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 19.10.2010,
DJe 28.10.2010).
7. A exclusão do programa de parcelamento é devida, visto a inobservância do
preceito legal - divisão do valor consolidado por 180, única modalidade possível
para o caso da recorrente -, bem como pela ineficácia do parcelamento para
quitação do montante da dívida.
Recurso especial conhecido em parte e improvido.
(REsp n. 1.321.865-PE, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado
em 26.6.2012, DJe 29.6.2012)
228
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 10.12.2013
RELATÓRIO
230
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
VOTO
232
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
234
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
236
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
EMENTA
ACÓRDÃO
238
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
DJe 26.6.2013
RELATÓRIO
VOTO
240
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
Art. 90. O prazo previsto no caput do art. 84 deste Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias fica prorrogado até 31 de dezembro de 2007. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
242
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
Art. 1º. Poderão ser pagos ou parcelados, em até 180 (cento e oitenta) meses,
nas condições desta Lei, os débitos administrados pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil e os débitos para com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional,
inclusive o saldo remanescente dos débitos consolidados no Programa de
Recuperação Fiscal - Refis, de que trata a Lei n. 9.964, de 10 de abril de 2000, no
Parcelamento Especial - PAES, de que trata a Lei n. 10.684, de 30 de maio de 2003,
no Parcelamento Excepcional - PAEX, de que trata a Medida Provisória n. 303, de
29 de junho de 2006, no parcelamento previsto no art. 38 da Lei n. 8.212, de 24
de julho de 1991, e no parcelamento previsto no art. 10 da Lei n. 10.522, de 19 de
julho de 2002, mesmo que tenham sido excluídos dos respectivos programas e
parcelamentos, bem como os débitos decorrentes do aproveitamento indevido
de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI oriundos da
aquisição de matérias-primas, material de embalagem e produtos intermediários
relacionados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados
- TIPI, aprovada pelo Decreto n. 6.006, de 28 de dezembro de 2006, com incidência
de alíquota 0 (zero) ou como não-tributados.
246
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
acontecido no Município ‘Y’ (erro de fato localizado no critério espacial), ou, ainda,
quando a base de cálculo registrada para efeito do IPTU foi o valor do imóvel
vizinho (erro de fato verificado no elemento quantitativo).
‘Erro de direito’, por sua vez, está configurado, exemplificativamente, quando a
autoridade administrativa, em vez de exigir o ITR do proprietário do imóvel rural,
entende que o sujeito passivo pode ser o arrendatário, ou quando, ao lavrar o
lançamento relativo à contribuição social incidente sobre o lucro, mal interpreta
a lei, elaborando seus cálculos com base no faturamento da empresa, ou, ainda,
quando a base de cálculo de certo imposto é o valor da operação, acrescido
do frete, mas o agente, ao lavrar o ato de lançamento, registra apenas o valor
da operação, por assim entender a previsão legal. A distinção entre ambos é
sutil, mas incisiva.” (Paulo de Barros Carvalho, in “Direito Tributário - Linguagem
e Método”, 2ª Ed., Ed. Noeses, São Paulo, 2008, p. 445-446) “O erro de fato ou
erro sobre o fato dar-se-ia no plano dos acontecimentos: dar por ocorrido o
que não ocorreu. Valorar fato diverso daquele implicado na controvérsia ou
no tema sob inspeção. O erro de direito seria, à sua vez, decorrente da escolha
equivocada de um módulo normativo inservível ou não mais aplicável à regência
da questão que estivesse sendo juridicamente considerada. Entre nós, os critérios
jurídicos (art. 146, do CTN) reiteradamente aplicados pela Administração na
feitura de lançamentos têm conteúdo de precedente obrigatório. Significa que
tais critérios podem ser alterados em razão de decisão judicial ou administrativa,
mas a aplicação dos novos critérios somente pode dar-se em relação aos fatos
geradores posteriores à alteração.” (Sacha Calmon Navarro Coêlho, in “Curso de
Direito Tributário Brasileiro”, 10ª Ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2009, p. 708) “O
comando dispõe sobre a apreciação de fato não conhecido ou não provado à
época do lançamento anterior. Diz-se que este lançamento teria sido perpetrado
com erro de fato, ou seja, defeito que não depende de interpretação normativa
para sua verificação. Frise-se que não se trata de qualquer ‘fato’, mas aquele
que não foi considerado por puro desconhecimento de sua existência. Não
é, portanto, aquele fato, já de conhecimento do Fisco, em sua inteireza, e, por
reputá-lo despido de relevância, tenha-o deixado de lado, no momento do
lançamento.
Se o Fisco passa, em momento ulterior, a dar a um fato conhecido uma ‘relevância
jurídica’, a qual não lhe havia dado, em momento pretérito, não será caso de
apreciação de fato novo, mas de pura modificação do critério jurídico adotado no
lançamento anterior, com fulcro no artigo 146, do CTN, (...).
Neste art. 146, do CTN, prevê-se um ‘erro’ de valoração jurídica do fato (o
tal ‘erro de direito’), que impõe a modificação quanto a fato gerador ocorrido
posteriormente à sua ocorrência. Não perca de vista, aliás, que inexiste previsão
de erro de direito, entre as hipóteses do art. 149, como causa permissiva de revisão
de lançamento anterior.” (Eduardo Sabbag, in “Manual de Direito Tributário”, 1ª ed.,
Ed. Saraiva, p. 707).
(...)
EMENTA
248
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 11.9.2013
RELATÓRIO
250
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
VOTO
252
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
Ora, muito embora existam respeitadas posições com contrário, tudo isso
demonstra que a tese de que somente é contribuinte do IPI quem participa
254
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
Lei n. 11.281/2006
Art. 13. Equiparam-se a estabelecimento industrial os estabelecimentos,
atacadistas ou varejistas, que adquirirem produtos de procedência estrangeira,
importados por encomenda ou por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa
jurídica importadora.
Desta forma, seja pela combinação dos artigos 46, II e 51, parágrafo
único do CTN - que compõem o fato gerador, seja pela combinação do art.
51, II, do CTN, art. 4º, I, da Lei n. 4.502/1964, art. 79, da Medida Provisória
n. 2.158-35/2001 e art. 13, da Lei n. 11.281/2006 - que definem a sujeição
passiva, nenhum deles até então afastados por inconstitucionalidade, os produtos
importados estão sujeitos a uma nova incidência do IPI quando de sua saída do
estabelecimento importador na operação de revenda.
Interpretando esse conjunto de dispositivos legais, o atual Regulamento do
Imposto sobre Produtos Industrializados - RIPI/2010 (Decreto n. 7.212/2010),
assim estabeleceu:
256
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
EMENTA
258
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 18.10.2013
RELATÓRIO
Ação de Obrigação de Fazer. Pretensão deduzida pela autora para que o ERJ
a remova em UTI móvel para hospital público de grande porte, para a realização
de determinados procedimentos médico-hospitalares. Alternativamente, seja ela
transferida para hospital particular às expensas do poder público. Antecipação de
tutela então deferida e cumprida, com a internação da autora em hospital público
adequado. Sentença de procedência que se prestigia. Recurso em que insiste na
tese da internação em hospital particular. Desprovimento do recurso.
VOTO
260
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
262
Jurisprudência da SEGUNDA TURMA
264
Segunda Seção
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL N. 1.185.260-GO
(2011/0118330-6)
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 12.12.2013
RELATÓRIO
268
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
270
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
VOTO
272
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
274
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
danos. O seu valor pode, por isso mesmo, cumular-se às perdas e danos (art. 461,
§ 2º, CPC). A multa tem caráter acessório: ela existe para coagir, para convencer
o devedor a cumprir a prestação. Justamente por isso, não pode ser irrisória,
devendo ser fixada num valor tal que possa gerar no íntimo do devedor o temor
do descumprimento. (...)
Embora não exista, a princípio, um limite máximo para a multa, é possível que,
no caso concreto, quando a medida se mostrar desproporcional em relação ao
bem da vida que com ela se pretende resguardar, o seu montante seja adequado
a parâmetros razoáveis. Cabe, pois, ao magistrado esse controle (Fredie Didier Jr.,
Leonardo Carneiro da Cunha, Paula Sarno Braga, Rafael Alexandria de Oliveira,
Curso de Direito Processual Civil, volume 5, Editora JusPodvm, 2013, Salvador, p.
460).
Nesse cenário, é bem de ver que, por um lado, a exacerbação dos valores da
multa cominatória - embora possa contribuir para a efetividade processual -,
fomenta de modo evidente o nascimento de uma nova disfunção processual:
sobretudo no direito privado, ombreando a chamada “indústria do dano moral”,
vislumbra-se com clareza uma nova “indústria das Astreintes”, por intermédio da
qual a obrigação principal perseguida em juízo cede espaço, em obséquio ao
montante pecuniário que poderá ser futuramente executado, tudo ao abrigo da
inércia do devedor - que não cumpre a decisão e, amiúde, dela nem recorre - e da
inércia também do credor - que permanece na silenciosa e confortável posição
de espera, aguardando meses, quiçá anos, para que o montante atinja cifras mais
atrativas.
276
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
278
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
280
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
282
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
VOTO-VISTA
284
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
Além disso, denota-se que, em casos como o dos autos, que envolvem o
arbitramento de multa diária, a exemplo do que ocorre nos feitos em que se
busca discutir o valor de indenização por danos morais, as peculiaridades do
caso concreto são sempre determinantes para a conclusão adotada.
Isso porque, como cediço, referida multa apresenta caráter inibitório,
visando justamente impedir a violação de um direito, de modo que a sua fixação
deve ser de tal monta que não frustre os seus objetivos.
Nessa tarefa, é levado em consideração todo um conjunto de fatores que
são particulares de cada hipótese, dentre os quais está a capacidade econômica
das partes.
Tais circunstâncias são suficientes, por si sós, para inviabilizar a análise
da divergência jurisprudencial que exige, em qualquer caso, identidade de base
fática demonstrada nos termos dos artigos 266, § 1º, e 255, §§ 1º e 2º, do
Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.
De fato, o cabimento dos embargos de divergência restringe-se às hipóteses
em que configurada a diversidade de tratamento jurídico aplicado a situações
idênticas por esta Corte Superior na apreciação e no julgamento de recursos
especiais.
No caso em apreço, ausente a indispensável similitude fática entre o
acórdão embargado e aquele indicado como paradigma, inviável o conhecimento
dos presentes embargos.
Registre-se, por fim, que, no caso dos autos, não há sequer parâmetros
objetivos para aferir o valor total aproximado da multa, tendo em vista que, em
sede de embargos declaratórios ao acórdão embargado, ficou consignado que o
período de descumprimento deverá ser apurado pelo juízo da execução (e-STJ
fl. 2.019).
Ante o exposto, dispensando outras considerações, acompanho o Ministro
Relator para não conhecer dos embargos de divergência.
É o voto.
286
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
EMENTA
288
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
ACÓRDÃO
DJe 24.10.2013
RELATÓRIO
290
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
O recurso especial, interposto com base no art. 105, inciso III, alíneas
a e c, da Constituição Federal, aponta negativa de vigência aos arts. 5º da
292
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
294
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
296
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
porém teve sua pretensão indeferida pela decisão de fls. 518-519, em face da
qual não se interpôs recurso.
Às fls. 496-502, em petição idêntica, ainda que subscrita por outro
advogado, Maria de Fátima Ferrão Castelo Branco Chaves repete os mesmos
pleitos, como o faz André Filipe Lemos de Castro Lobo (fls. 507-513).
Karla Andrea Passos, também afirmando ser parte interessada, requer
a reconsideração da decisão que determinou a paralisação de suspensão dos
processos.
Apresenta requerimento de integração aos autos, como amicus curiae, o
Instituto Nacional de Proteção e Defesa do Consumidor - INPCON, com sede
na cidade do Rio de Janeiro. Para alicerçar o ingresso na ação, afirma que possui
representatividade na defesa dos interesses dos consumidores, havendo proposto
diversas ações civis públicas em face de instituições financeiras nesse mister.
Sustenta que como não foi regularmente intimado, pretende suprir a ausência
de manifestação do IDEC. No mérito, alega que a TAC representa vantagem
exagerada; a Tarifa de Avaliação do Bem é cobrada sem contraprestação e
o Seguro de Proteção Financeira constitui venda casada, comercializado
ilegalmente, com usurpação da função dos corretores de seguros habilitados.
Aponta divergência quanto aos valores anunciados e os praticados pelas diversas
instituições bancárias que enumera, diz que faltam como o dever de informação,
procedimentos que afronta princípios constitucionais, como o da dignidade da
pessoa humana e da contribuição para erradicação da pobreza. Especificamente
quanto à Tarifa de Avaliação do Bem, defende que a exigência é feita de má-
fé, pois não existem avaliadores credenciados para a prestação do serviço nas
revendas de veículos, custo que, de todo modo, não pode ser transferido ao
consumidor. Aduz que, nos termos da Lei n. 4.594/1964, somente corretores
de seguros habilitados podem exercer a corretagem, irregularidade que nulifica
o encargo por constituir venda casada e usurpação do exercício de profissão
regulamentada. Por fim, em atenção ao equilíbrio dos interesses em litígio,
requer a suspensão de todas as ações de busca e apreensão cujos contratos
prevejam o pagamento das tarifas. Retorna às fls. 652-654 para informar o
ajuizamento de outra ação civil pública, desta feita para excluir a Tarifa de
Fornecimento de Declaração, posicionando o Banco Santander no polo passivo,
o qual estaria estaria usurpando função pública dos cadastros restritivos, que
devem promover a notificação gratuitamente. Pretende a inclusão do Seguro de
Proteção Financeira e da Tarifa de Fornecimento de Declaração entre os temas
discutidos nos autos.
298
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
outras tarifas que não a TAC e a TEC, tais como tarifas de avaliação, de serviços
de terceiros e de registro de contrato.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor Bancário, já incluído o
processo em pauta para julgamento, também formula pedido de ingresso como
amicus curiae (e-STJ fls. 798-818), reiterando as alegações de reconhecimento da
ilegalidade e abusividade das tarifas TAC, TEC e cobrança do IOF financiado,
em moldes semelhantes ao deduzido pelas demais entidades de defesa do
consumidor.
O IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor apresenta
memorial, enfatizando que o Banco Central reconhece que a TAC e a
TEC deixaram de existir com a produção de efeitos da Resolução CMN n.
3.518/2007, em 30.4.2008. Sustenta a abusividade das mencionadas tarifas
em face do disposto no CDC, por ter como fato gerador atividade de interesse
da instituição financeira e não do consumidor, o que ofende o princípio da
informação e consubstancia vantagem exagerada do banco.
É o relatório.
VOTO
300
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
que o INPCOM não alega ter sede fora do Estado do Rio de Janeiro ou o
IBDCONB fora de Florianópolis; não dispõem, portanto, ao meu sentir,
de representatividade que justifique a sua intervenção formal em processo
submetido ao rito repetitivo.
Quanto ao IBDCOMP, observo que se trata, na realidade, de associação
de advogados estabelecida em Florianópolis, conforme art. 9º de seu Estatuto.
Pelos mesmos motivos, indefiro o pleito de admissão nos autos na condição
de interessado, formalizado pelo Banco Honda S.A. à fl. 282, acrescentando que
a manifestação da Febraban, na qualidade de amicus curiae, já é suficiente para a
representatividade do segmento empresarial, não sendo relevante para o caso a
inclusão do peticionante no polo passivo de ação coletiva sobre a questão.
Também indefiro, ainda com maior razão, dada a absoluta falta de
representatividade, os pedidos formulados por Maria de Fátima Ferrão Castelo
Branco Chaves e André Filipe Lemos de Castro Lobo, na mesma linha da
solução aplicada ao incidente provocado pela Petição n. 170.846/2013 (fls. 478-
484), de autoria de Anderson Oliveira da Silva, pela decisão de fls. 518-519,
contra a qual não se interpôs recurso.
Quanto à MPCON, não obstante o alegado âmbito nacional, entendo
que tal qualidade deve ser compreendida como a capacidade de prestar
assistência e fornecer estrutura físico-administrativa para atendimento da
população na amplitude do território brasileiro, ao meu ver indispensável para o
reconhecimento da representatividade de que trata o rito específico. Ademais, a
referida associação é constituída por membros do Ministério Público, instituição
que já oficia nos autos, tendo emitido pronunciamento conclusivo sobre a causa.
Consideradas essas razões, indefiro os pedidos de inclusão como amicus
curiae.
Nada obsta, todavia, à permanência nos autos, a título de memorial, das
manifestações já apresentadas, porque tal permissão não prejudica a marcha
processual.
Indefiro, pois, os pedidos de intervenção como amicus curiae.
II - O ACÓRDÃO RECORRIDO
302
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
Desta forma, declaro a nulidade e afasto a cobrança, pelo réu, da tarifa e/ou
taxa para fins de reembolso de despesas administrativas tidas com a concessão
do financiamento à parte autora.
Ainda, no que se refere ao Imposto sobre Operações Financeiras, foi instituído
pela Lei n. 5.143/1966 e, atualmente, encontra-se regulamento pelo Decreto
n. 4.494/2002, que dispõe no sentido de que o mesmo incide sobre operações
de crédito realizadas por instituições financeiras (art. 2º, inc. I, letra a), tendo
como fato gerador “a entrega do montante ou do valor que constitua o objeto da
obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado (Lei n. 5.172, de 1966, art.
63, inciso I” (art. 3º, caput).
Também estabelece, o referido Decreto n. 4.494/2002, que entende-se
ocorrido o fato gerador e devido o IOF sobre operação de crédito na data da
efetiva entrega, total ou parcial, do valor que constitua o objeto da obrigação ou
sua colocação à disposição do interessado (art. 3º, § 1º, inc. I).
No caso dos autos, verifica-se que o demandado fez incidir o IOF sobre as
parcelas contratadas, nestas incluídos juros remuneratórios e demais encargos,
violando as disposições acima mencionadas, que expressamente determinam a
sua incidência e cobrança na data da efetiva entrega do valor financiado ou da
sua colocação à disposição deste.
Constata-se, assim, que o contrato objeto desta Ação Revisional atribui, à parte
autora, obrigação iníqua e abusiva, que o coloca em situação de desvantagem
exagerada e incompatível com a boa-fé e a eqüidade contratual (CDC, art. 51, inc.
IV), motivo pelo qual merece ser afastada essa forma de cobrança do IOF, eis que
nula de pleno direito.
As tarifas em questão nos presentes autos são apenas as que têm por
objeto direto a concessão e cobrança do crédito, a saber, a tarifa para confecção
de cadastro e abertura de crédito (TAC ou outra denominação que sirva para
remunerar o mesmo fato gerador) e para emissão de boleto de pagamento ou
carnê (TEC ou outra denominação que sirva para remunerar o mesmo fato
gerador).
Igualmente, foi afetada para julgamento, segundo o rito do art. 543-C, a
questão relativa ao financiamento do IOF.
Apenas a controvérsia acerca dessas questões, portanto, justifica a suspensão
dos processos na instância de origem.
As demais matérias tratadas nas manifestações juntadas aos autos, como
valores cobrados para ressarcir serviços de terceiros e tarifas por serviços não
cogitados nestes autos, não estão sujeitas a julgamento e, portanto, escapam ao
objeto do recurso repetitivo, embora os fundamentos adiante expostos devam
servir de premissas para o exame de questionamentos acerca da generalidade das
tarifas bancárias.
Para análise da matéria, necessária a lembrança do teor dos arts. 4º, VI, e 9º
da Lei n. 4.595/1964:
304
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
(...)
IX - Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos, comissões
e qualquer outra forma de remuneração de operações e serviços bancários ou
financeiros, inclusive os prestados pelo Banco Central da República do Brasil (...)”
(...)
Art. 9º Compete ao Banco Central da República do Brasil cumprir e fazer
cumprir as disposições que lhe são atribuídas pela legislação em vigor e as
normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional.
Esse julgamento e outros que lhe sucederam deram origem à Súmula n. 596-
STF, que reza:
(...)
Em acréscimo, relevante observar que com a edição da atual Carta Política,
que destinou capítulo exclusivo ao Sistema Financeiro Nacional ao tratar da
ordem econômica, previu-se que a regulamentação do setor depende de lei
complementar, de sorte que, por conseqüência, a legislação anterior e especial,
que regia e rege o Sistema até o momento, igual status possui.
Esse entendimento já foi sufragado em julgamentos anteriores das Turmas de
Direito Privado desta Corte, a saber:
(...)
A doutrina de Celso Ribeiro Bastos, neste aspecto, traz a seguinte lição ao
comentar o artigo 192 do Texto Magno, ainda antes da promulgação da Emenda
Constitucional n. 40/2003:
306
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
(...)
Tal prática, ressalte-se, não foi inaugurada pela atual Constituição Federal,
posto que o Código Tributário Nacional, editado sob a forma de lei ordinária na
vigência da Carta de 1946, adquiriu caráter semelhante com o texto constitucional
de 1967.
(...)
Em conclusão, tenho que mesmo para os contratos de agentes do Sistema
Financeiro Nacional celebrados posteriormente à vigência do novo Código Civil,
que é lei ordinária, os juros remuneratórios não estão sujeitos à limitação, devendo
ser cobrados na forma em que ajustados entre os contratantes, consoante a
fundamentação acima, que lhes conferia idêntico tratamento antes do advento
da Lei n. 10.406/2002, na mesma linha da Súmula n. 596 do E. STF.
Observo, contudo, que isso não afasta a conclusão a que chegou esta 2ª Seção
no julgamento do REsp n. 271.214-RS, sobre a incidência do CDC a tais contratos,
se demonstrada, concretamente, a abusividade, nos termos daquele acórdão
majoritário.
Tal sistema mudou com a Resolução CMN n. 3.518, de 2007, eficaz a partir
de 30.4.2008, data em que ficou revogada a Resolução CMN n. 2.303/1996.
A Resolução CMN n. 3.518/2007 buscou padronizar a nomenclatura das
tarifas, a fim de tornar viável a comparação, pelos clientes bancários, dos valores
cobrados por cada serviço, favorecendo a concorrência entre as instituições
financeiras.
Os serviços foram, então, divididos em quatro categorias: (1) os essenciais,
enumerados no art. 2º, não passíveis de tarifação; (2) os prioritários, abrangendo
os principais serviços prestados a pessoas físicas, cuja cobrança é restrita àqueles
definidos pelo Bacen; (3) os especiais, discriminados no art. 4º da Resolução,
regidos por legislação própria, entre os quais o crédito rural, mercado de câmbio,
PIS/Pasep, penhor civil e operações de microcrédito e (4) os diferenciados,
enumerados no art. 5º, que admitem a cobrança de tarifa, desde que explicitadas
ao cliente ou usuário as condições de utilização e pagamento.
Os serviços prioritários foram assim definidos:
308
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
310
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
V - IOF FINANCIADO
VI - JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA
312
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
314
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
316
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
318
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
dentro de sua competência (CF, art. 192 e Lei n. 4.595/1964, art. 4º e 9º) e com
sua visão técnica e macro-econômica do sistema financeiro, impôs esta conduta,
orientando assim o proceder futuro dos agentes de mercado na pactuação das
cláusulas contratuais.
Como afirmado pelo Ministro Antônio Carlos Ferreira em seu voto no
REsp n. 1.270.174 se as tarifas bancárias “não estiverem previstas claramente no
contrato, certamente estarão adicionadas ao custo da operação, nos juros. Não é
porque o mercado é mau; é porque é racional”.
Prefiro dizer: o mercado é real e inexorável. A racionalidade do mercado
muitas vezes somente é compreendida no futuro. A autoridade monetária pode
não acertar, se vista a sua opção em época posterior. Mas seguir as regras por
ela ditadas em abstrato, no âmbito estrito de sua competência, é imperativo
constitucional e legal.
Os agentes financeiros agem tendo por base as regras do Conselho
Monetário Nacional e do Banco Central. Caberá ao Judiciário, na análise
de cada caso concreto, apreciar alegações de lesão de direito, seja em caso de
indevida aplicação retroativa da regra editada pela autoridade monetária, de
estravasamento de sua competência, do que não se cogita nos autos, de vício de
transparência do contrato ou de abuso nos valores cobrados, tendo em conta os
parâmetros do mercado.
A quebra do sistema, pelo Poder Judiciário, com a declaração de ilegalidade
de taxas expressamente previstas na regulamentação do CMN/Bacen, acarretaria
insegurança jurídica e, em consequência, aumento do risco e da taxa de juros, em
prejuízo do próprio consumidor.
Em síntese, retifico, em parte, a fundamentação de meu voto no REsp n.
1.270.174-RS, para concluir que desde 30.4.2008, data do início da eficácia
da Resolução CMN n. 3.518/2007 e respectiva Tabela I da Circular Bacen n.
3.371/2007, não mais é jurídica a pactuação da Tarifa de Emissão de Carnê
(TEC, TEB ou qualquer outra denominação dada ao mesmo fato gerador) e
da Tarifa de Abertura de Crédito (TAC ou qualquer outro nome conferido ao
mesmo fato gerador que não seja o da Tarifa de Cadastro). A cobrança da TAC
e da TEC é permitida, portanto, apenas se baseada em contratos celebrados até
30.4.2008. Permanece válida, todavia, até os dias atuais, a Tarifa de Cadastro,
prevista expressamente na Tabela anexa à referida Circular Bacen n. 3.371/2007
e atos normativos que a sucederam, a qual somente pode ser cobrada no início
do relacionamento entre o consumidor e a instituição financeira.
320
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
VOTO
(...)
Pedi vista antecipada para melhor apreciação da controvérsia.
Revisados os fatos, decido.
322
Jurisprudência da SEGUNDA SEÇÃO
VOTO
VOTO
324
Terceira Turma
RECURSO ESPECIAL N. 887.131-RJ (2006/0170895-7)
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 14.10.2013
328
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
VOTO-VISTA
O Sr. Ministro Sidnei Beneti: 1.- Foram dois processos, relativos a duas
ações ordinárias, envolvendo as mesmas partes, a BVRJ - Bolsa de Valores do
Rio de Janeiro e a Celton Corretora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda, ambas
as ações em 1º Grau julgadas separadamente, contudo (embora antes declarada
a conexão, para julgamento conjunto, fls. 2.256), pelo mesmo Magistrado
(sentenças a fls. 2.275 e fls. 2.330-2.333) e, em 2º Grau, em um só julgamento
conjunto (Acórdão, fls. 2.460-2.468), pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio
de Janeiro.
As ações são ligadas à crise ocorrida na bolsa de valores e mercado de ações
em junho de 1989.
No fulcro da controvérsia, segundo o relato da BVRJ, a Celton teria sido
uma ativíssima protagonista do escândalo conhecido por “Operações D-Zero”,
mediante operações denominadas “Zé com Zé”, artifício segundo o qual o
mesmo investidor vendia e comprava as mesmas ações para si mesmo, causando
prejuízos aos investidores de boa-fé, ante a inadimplência de corretoras de
títulos e valores mobiliários, entre as quais se destacaria a Celton, tendo a BVRJ
reparado seus prejuízos com haveres próprios e de seu Fundo de Garantia, mas,
tendo diversos investidores dado ordem de venda de ações por intermédio da
Celton, a DTVM - Capitânia Distribuidora de Títulos e Valores Imobiliários,
comprometeu-se a adquirir essas ações, mas, na data do vencimento, não
lhes pagou o preço, de modo que aludidos investidores vieram a ter as ações
restituídas pelo Fundo de Garantia da BVRJ, pela diferença entre a cotação
média das ações no dia anterior à restituição e o preço convencionado nas
operações de venda a termo, corrigido monetariamente.
Ainda no fulcro da controvérsia, a Celton alegou que a BVRJ, agindo de
má fé, teria lançado falácias contra ela visando a acobertar sua parcialidade no
agir em 1989, quando teria buscado soluções atípicas, privilegiando algumas
corretoras, bem como que havia sido reconhecida superavitária pela Comissão
de Inquérito do Bacen - Banco Central do Brasil, afastando-lhe a provocação de
danos ou prejuízos, e, ainda, por fim, levantando a indisponibilidade dos bens de
seus ex-administradores (cf. doc. fls. 205).
2.- No primeiro processo (Autos n. 1993.001.072495-3, sent. fls. 2.330-
2.335, datada de 27.2.2004), ação movida pela BVRJ contra a Celton, ação em
que interposto o presente Recurso Especial n. 887.131, tendo como recorrentes
330
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
332
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
movida pela Celton contra a Bolsa de Valores (despacho de fls. 2.256), proferindo
a sentença quando os autos da referida ação encontravam-se fora de Cartório;
v) a exclusão do valor já inscrito no quadro geral de credores; vi) sobre a prova
testemunhal e laudo dos assistentes”.
O acórdão analisou e rejeitou todas essas alegações, com cuidado e detalhe,
em julgamento bem motivado, que deve subsistir, afastando-se a perspectiva
de anulação de processo que vem de há longo tempo – causa mais que madura,
diante do que as partes devem encontrar o desfecho final do penoso digladiar.
i) Arguida na apelação a falta de referência explícita à sentença, o Acórdão
expressamente pronunciou-se sobre a alegação de nulidade, rejeitando-a e
consignando que a falta de referência não causou prejuízo às partes (fls. 2.461),
como, efetivamente, não causou.
O Acórdão, ainda, ao rejeitar Embargos de Declaração, esclareceu que,
tendo havido extravio dos autos, a ora Celton não juntou a cópia da contestação,
o que foi certificado pelo Cartório, só tendo essa cópia vindo aos autos trazida
pela Bolsa de Valores, como documento anexo à inicial de restauração de autos
(Acórdão, fls. 2.495).
De qualquer forma, ainda que sem referência expressa à contestação, a
verdade é que a sentença não decretou a revelia da Celton, nem lhe atribuiu
o grave efeito da confissão de matéria de fato (CPC, art. 319), nem julgou
antecipadamente com fundamento na revelia (CPC, art. 330, I).
Ao contrário, a sentença julgou detendo-se em examinar provas, analisando,
especificamente, a perícia, e efetuando expressa opção pelas informações
periciais constantes do resumo contábil tomado de empréstimo do trabalho
pericial produzido no outro processo (fls. 2.331-2.332 – com expressa referência
ao número das folhas desse documento, fls. 1.593, 8º Vol., fls. 2.332).
A sentença cuidou de expor que o julgador realizava opção assegurada pelo
princípio da liberdade na interpretação da prova, acolhendo a prova pericial que
destacou, invocando como arrimo o disposto nos arts. 131 e 436 do Cód. de
Proc. Civil.
Além disso, analisando o núcleo da questão central de que se originou
o processo, a sentença ressaltou que “cai por terra a assertiva lançada pela
empresa demandada quando tenta sustentar que os cancelamentos efetuados
pela empresa demandante não restituíram as partes ao statu quo ante” e frisou
que “de acordo com o laudo elaborado pelo expert, quem frustrou o retorno dos
334
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
VOTO
336
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
RELATÓRIO
338
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
O registro que ora faço é importante porque, na ação proposta pela Bolsa
de Valores do Rio de Janeiro contra a Celton, cujo recurso ora se aprecia, discute-se
essa questão da devolução das ações à Valia e a outros investidores que foram
os vendedores das ações negociadas a termo. No item 2.1.2 das razões deste
recurso especial, a própria Celton afirma serem essas ações as “mesmíssimas”
referidas em ambas as demandas.
Eventual procedência do pedido da Celton, por isso, teria implicações
diretas no resultado da ação cujo recurso se encontra em julgamento.
O pedido foi julgado improcedente, no entanto. Foi interposta apelação
pela Celton.
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro decidiu, num mesmo
acórdão, os recursos de apelação referentes a ambas as ações, conforme se viu
da transcrição da ementa feita anteriormente (vide referências às Apelações n.
33.280 e 33.278, sendo a última a que diz respeito à ação proposta pela Celton).
Contra o acórdão regional e o dos embargos de declaração opostos, foi
interposto recurso especial pela Celton, que foi inadmitido. Do agravo de
instrumento apresentado contra o despacho que inadmitiu o recurso especial
não se conheceu por ausência de peças obrigatórias, decisão adotada no AgRg
no AgRg no Ag n. 818.185-RJ, já transitada em julgado.
Em resumo: transitou em julgado o acórdão regional na parte relativa
à Apelação Cível n. 33.278. Menciono, porque importante também para o
deslinde do recurso especial em julgamento, excerto do voto do relator (fls.
2.580):
340
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
VOTO
342
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
Posta a questão nestes termos, vê-se que andou bem o juízo monocrático, ao
rejeitar a denúncia, restando evidente, por outro lado, terem sido induzidos em
clamoroso erro a Justiça Pública e o renomado criminalista signatário do parecer
em que se fundamentou a denúncia.
O equívoco decorre da falsa premissa segundo a qual a corretora Celton,
intermediária das seis operações a termo destinadas à venda de papéis à
Capitânea, e que sofreu liquidação extrajudicial, seria proprietária das ações
objeto do contrato de compra e venda, custodiadas junto à Bolsa de Valores.
Dito diversamente, considerou-se que as ações objeto da venda pertenciam aos
ativos da Corretora no momento da decretação pelo Banco Central da liquidação
extrajudicial.
[...] Ora, no direito brasileiro, como é de correntia sabença, os contratos
translativos de propriedade não têm eficácia real, limitando-se a produzir efeitos
obrigacionais. Vale dizer que, com a compra e venda, o vendedor se obriga
a transferir os bens no termo pré-fixado e mediante o pagamento do preço,
sendo somente a traditio, em se tratando de bens móveis, ou o registro do título
translativo – a transcrição do título, como se afirma com base no sistema anterior
– no caso de bens imóveis, capazes de transferir o domínio.
Tais considerações, que por tão elementares dispensam a remissão aos artigos
do Código Civil pertinentes, suscitam duas inarredáveis conclusões. Em primeiro
lugar: as ações postas em custódia junto a Bolsa de Valores, no contrato a termo,
permanecem na propriedade dos vendedores até o momento em que, com o
adimplemento do preço, são transferidas aos compradores. Em segundo lugar – e
mais importante: a Bolsa de Valores, diante do não pagamento do preço pelos
compradores no vencimento antecipado, ao restituir aos vendedores as ações que
lhe pertencem, não deflagrou o tipo penal supracitado, já que entregou os bens
aos seus proprietários, sendo impossível, por isso mesmo, falar-se tecnicamente
em negociação, como quis, na previsão do tipo, o legislador penal.
[...] o que a BVRJ fez foi atender à reclamação dos lesados, mediante pedido
ao Fundo de Garantia, conforme a legislação prevê. É um procedimento
administrativo regular. Ressarciu os vendedores do prejuízo e se sub-rogou no
seu direito, na massa da liquidanda. [...] Não há irregularidade na atuação da BVRJ.
[...] Visto por outro ângulo, verifica-se que a restituição, praticada pela Bolsa
de Valores, equivale à espécie de obrigação de dar, determinada pelo Decreto-
Lei n. 7.661/1945, no art. 44, inciso V, consistente na entrega do bem ao seu
proprietário, não se confundindo com a disposição, associada à transferência de
propriedade.
344
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
Contra essa decisão, argui a recorrente violação dos arts. 458, inciso II, e
535, inciso II, do CPC, bem como negativa de vigência do art. 18, letra a, da Lei
n. 6.024/1974, do art. 1º do Decreto-Lei n. 1.477/1976 e do art. 960 do Código
Civil de 1916, além de divergência jurisprudencial.
Sustenta a primeira recorrente que, durante quase quatro anos, ficou
impedida de acionar judicialmente a recorrida em obediência à norma contida
no art. 18, letra a, da Lei n. 6.024/1974, que veda o ajuizamento de ações contra
a sociedade liquidanda enquanto não houver sido publicado o quadro geral de
credores definitivo.
Argumenta que, de 1989 a 1993, quando finalmente pôde ajuizar a presente
demanda, a variação do INPC foi superior a seis milhões por cento e que privá-
346
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
No entanto, como não houve recurso por parte da Celton quanto à data
do início da contagem dos juros de mora, deve ser mantida aquela definida no
acórdão recorrido, entendimento que, aliás, não discrepa da jurisprudência desta
Corte, como se vê da ementa abaixo:
EMENTA
348
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 18.11.2013
RELATÓRIO
350
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
VOTO
352
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
Art. 124 - A convocação far-se-á mediante anúncio publicado por 3 (três) vezes,
no mínimo, contendo, além do local, data e hora da assembléia, a ordem do dia, e,
no caso de reforma do estatuto, a indicação da matéria.
354
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
Nem todo voto é uma manifestação de vontade. Quando a apreciação tem por
objeto as demonstrações financeiras, as contas dos administradores e os laudos
de avaliação, o voto exterioriza, a rigor, o entendimento do acionista quanto à
correspondência entre o conteúdo desses documentos e a realidade. A aprovação
significa que o acionista os considera fiéis ao respectivo objeto (o balanço retrata
o patrimônio e seus desdobramentos, a prestação de contas indica a regularidade
dos atos de administração, o laudo apresenta o valor de mercado do bem avaliado
etc.), e a reprovação, o inverso. Em vista disso, podem-se configurar dois tipos de
voto de acionistas, o de vontade e o de verdade. A distinção é muito importante,
porque possibilita distinguir entre a negociação lícita do exercício do direito de
voto (que somente pode dizer respeito à manifestação de vontade) e o crime de
venda de voto, tipificado no art. 177, § 2º, do CP (referente à de verdade). (Curso
de Direito Comercial, vol. 2. São Paulo: Saraiva, 2005, p. 309.)
Adiante, sintetiza:
O voto pode ser “de vontade” ou “de verdade”. No primeiro, o acionista manifesta
sua opção pela alternativa que mais lhe interessa entre as abertas na apreciação
da matéria. No último, exterioriza o seu entendimento acerca da fidelidade, ou
não, do documento em apreciação ao seu correspondente objeto.
[...] a convenção de voto não pode ter por objeto voto de verdade, ou seja, aquele
que é meramente declaratória da legitimidade dos atos dos administradores. Tal
convenção constitui fraude à lei, pois não se pode predeterminar, através do voto,
a aprovação de atos de gestão, no pressuposto de sua inconformidade com o
interesse social, o interesse do estado e dos acionistas uti socii.
Restrito o objeto do acordo ao voto de vontade, este poderá abranger qualquer
matéria de natureza funcional [...], política [...] ou estrutural [...] (op. cit., p. 77).
Tratando das matérias que podem ser objeto do acordo de acionistas, José
Waldecy Lucena também discute a vedação aos acordos das declarações de
verdade:
356
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
CONCLUSÃO
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 14.11.2013
358
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
RELATÓRIO
360
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
VOTO
362
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
aquelas que guardam o vestido de noiva para uma possível reforma, seja por
meio de aproveitamento do material (normalmente valioso), do tingimento da
roupa (cujo tecido, em regra, é de alta qualidade) ou, ainda, para extrair lucro
econômico, por meio de aluguel (negócio rentável e comum atualmente).
Desse modo, o vestido de noiva jamais se enquadraria como bem não
durável, porquanto não consumível, tendo em vista não se exaurir no primeiro
uso ou em pouco tempo após a aquisição, para consignar o óbvio. Aliás, como
claramente se percebe, a depender da vontade da consumidora, o vestido de
noiva, vestimenta como outra qualquer, sobreviverá a muitos usos.
Com efeito, o desgaste de uma roupa não ocorre em breve espaço de tempo,
em especial quando cediço que um dos elementos estimuladores do consumo é
a qualidade da roupa. Não é inapropriado dizer que muitas vezes há roupas mais
duradouras que produtos eletroeletrônicos (também considerados duráveis) e,
não por outro motivo, as roupas, em geral, possuem instruções de uso e lavagem
a fim de lhe permitir longa vida útil, ou seja, maior durabilidade. De fato, tanto
as roupas são bens considerados duráveis que, não raro, são objeto de doações,
pois, mesmo já gastas ainda preservam o estado de uso, em especial para aqueles
com menor capacidade econômica, o que deve ser sempre estimulado em um
país cuja miserabilidade cresce a cada dia.
Ademais, é inegável existirem roupas que têm valor sentimental
incomensurável por terem pertencido a membros da família, muitos já falecidos,
ou ainda, por terem sido adquiridas na infância.
No particular, impõe-se reconhecer que todo produto possui uma “vida
útil”. Todavia, o produto durável não tem uma vida efêmera, muito “embora não
se exija que seja prolongada, na medida em que é do próprio capitalismo que
vivemos que cedo ou tarde todos e qualquer produto ou serviço seja substituído
por uma nova aquisição que venha alimentar o ciclo de consumo”. (Caio
Augusto Silva Santos e Paulo Henrique Silva Godoy, em obra Coordenada por
Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka, O Novo Código Civil – Interfaces
no Ordenamento Jurídico Brasileiro – Editora Del Rey, Belo Horizonte, 2004,
p. 99)
Registre-se, por oportuno, os inúmeros exemplos de resistência ao tempo
das roupas, citando-se, a título ilustrativo: o manto do imperador D. Pedro II,
até hoje peça das mais apreciadas do acervo do Museu Imperial de Petrópolis-
RJ; os vestidos de Carmen Miranda, expostos, inclusive, no Museu de Arte
Moderna do Rio de Janeiro (MAM); as vestimentas oficiais do ex-Presidente
364
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
366
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
Extrai-se dos autos que a última prova do vestido ocorreu no dia 27.7.2006,
quando o vestido supostamente danificado foi entregue às consumidoras, tendo
a empresa recorrida sido notificada extrajudicialmente dos alegados vícios em
21.8.2006. Por sua vez, as autoras foram cientificadas da contranotificação em
31.8.2006, tendo sido a presente ação judicial proposta em 4.9.2006.
Como se vê, qualquer que seja a interpretação que se confira ao verbo
obstar constante do art. 26 do CDC, no presente caso não há falar em
decadência, porquanto não transcorrido o prazo de 90 (noventa) dias. Portanto,
independentemente de se reconhecer a suspensão ou a interrupção da noventena
legal, o prazo foi efetivamente “obstado” pela reclamação formalizada pela
notificação extrajudicial da recorrida.
Consigne-se que a reclamação deve ser comprovada pelo consumidor
para que possa se valer do benefício, não exigindo a lei meios específicos para
tanto. Segundo Héctor Valverde Santana, “não há uma forma preestabelecida para
realizar a reclamação. Efetivamente, pode o consumidor, ou quem o represente
legalmente, apresentar sua reclamação perante o fornecedor por todos os meios
possíveis, seja verbal, pessoalmente ou por telefone, nos Serviços de Atendimento ao
Cliente (SAC), por escrito, mediante instrumento enviado pelo cartório de títulos e
documentos, carta registrada ou simples, encaminhada pelo serviço postal ou entregue
diretamente pelo consumidor, e-mail, fax, dentre outros” (Prescrição e Decadência
nas Relações de Consumo, São Paulo, RT, 2002, p. 128).
É recomendável que a reclamação “seja documentada (carta com aviso
de recebimento - AR), podendo ser feita junto a qualquer fornecedor que,
de alguma forma, interveio na cadeia de consumo e tenha se beneficiado da
venda (produtor, comerciante, importador, fabricante), não havendo na lei
qualquer ressalva a respeito”. (Fábio Henrique Podestá, Código de Defesa do
Consumidor Comentado, Editora Revista dos Tribunais, p. 171)
Contudo, esta Corte já se manifestou no sentido de que “a reclamação verbal
seria suficiente a obstar os efeitos da causa extintiva (decadência) se efetivamente
comprovada” (REsp n. 156.760-SP, Rel. Ministro Fernando Gonçalves, Quarta
Turma, julgado em 4.3.2004, DJ 22.3.2004 - grifou-se), desde que direcionada
à quem interessa, já que “não obsta a decadência a simples denúncia oferecida
oferecida ao Procon, sem que se formule pretensão, e para a qual não há cogitar
de resposta” (REsp n. 65.498-SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira
Turma, julgado em 11.11.1996, DJ 16.12.1996).
368
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
(...) Segundo o autor, o parágrafo único do art. 27 do CDC foi vetado pelo
Presidente da República por reconhecer nele grave defeito de formulação. O
dispositivo censurado dizia que seria interrompida a prescrição nas hipóteses
do § 1º do art. 26 do CDC (houve um erro de remissão, já que pretendia se referir
às causas obstativas do § 2º do art. 26 do CDC). (Direito do Consumidor, Editora
Impetus, Niterói, RJ, 2008, p. 167)
370
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 28.10.2013
RELATÓRIO
372
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
VOTO
(...)
A Associação autora possui propriedade industrial da marca Vera Cruz desde
1986, conforme documentos acostados aos autos e, em 1993, foi feita notificação
extrajudicial para que o Colégio Vera Cruz se abstivesse da utilização da referida
marca. Ocorre que, consoante prova dos autos, o Colégio Vera Cruz não se
manifestou sobre a notificação e continuou a utilizar a marca.
Restou claro que o pleito da inicial é referente à marca registrada Vera Cruz
e não ao nome comercial utilizado pela instituição de ensino paraense. No que
concerne a esse assunto, importante diferenciar os institutos.
Conforme definição da Lei n. 9.279/1996, marca é o designativo que identifica
produtos e serviços, não se confundindo com o nome empresarial ou comercial,
que designa, por sua vez, o empresário e o título do estabelecimento, referido ao
local da atividade econômica, ou seja, o nome jurídico da personalidade jurídica
da empresa, de forma a identificar o sujeito que exerce o comércio. (http://
www.carula.hpg.ig.com.br/comercial2.htmlhttp://www.carula.hpg.ig.com.br/
comercial2.html).
Nesse diapasão, a discussão é a utilização da marca Vera Cruz, pelo
estabelecimento comercial paraense, em produtos como uniformes escolares, livros,
apostilas, etc., já que permitiria a confusão entre as empresas que, inclusive, estão
no mesmo ramo comercial. Analisando a situação por esse aspecto, é visível a
probabilidade de confusão.
Constam dos autos documentos comprobatórios do registro no Instituto
Nacional de Propriedade Industrial da marca Vera Cruz pela apelante. Além disso,
restou provado que o Colégio Vera Cruz, apelado, foi fundado em 1957, ou seja,
em data anterior ao registro da marca. E, por fim, as provas concluem, pelo laudo
pericial, que a recorrida reproduz total e intencionalmente a marca registrada
pela recorrente.
Se levarmos em consideração o sistema utilizado no Brasil, o atributivo,
a prioridade é estabelecida pela data do depósito no órgão público competente.
Acontece que, existem exceções a essa regra, utilizando-se o sistema declarativo, que
tem em conta a utilização para aquisição da propriedade.
(...)
374
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
376
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
(...)
No regime da Lei n. 4.726, de 13 de julho de 1965, que dispunha sobre o
registro do comércio (e que foi revogada pela Lei n. 8.934/1994), c.c. o Código de
Propriedade Industrial, seu contemporâneo, havia o sistema do duplo registro,
um assegurando a proteção do uso exclusivo no âmbito territorial da respectiva
Junta Comercial, e, o outro, de âmbito nacional, consequente do registro no
Departamento Nacional de Propriedade Industrial, hoje Instituto Nacional de
Propriedade Industrial, órgão executivo do sistema de propriedade industrial.
378
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
380
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
EMENTA
382
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 28.10.2013
RELATÓRIO
viagem, que se amolda a figura regulada pela lei civil como cláusula penal. É lícita
a estipulação contratual de cláusula penal para o inadimplemento total ou parcial
do contrato desde que não exceda o valor da obrigação principal.
384
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
VOTO
Por sua vez, sustentou o recorrente que a cláusula penal que estabelece a
perda da integralidade do preço pago em caso de cancelamento da prestação dos
serviços constitui estipulação abusiva, que resulta em enriquecimento ilícito.
Assiste razão ao recorrente.
Com efeito, o valor da multa contratual estabelecido em 100% (cem por
cento) sobre o montante pago pelo pacote de turismo é flagrantemente abusivo,
ferindo a legislação aplicável ao caso seja na perspectiva do Código Civil, seja
na perspectiva do Código de Defesa do Consumidor, que é a fundamentação do
recurso especial.
No Código Civil de 2002, a redução da cláusula penal é regulada pelo seu
art. 413, verbis:
386
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
A propósito do art. 924 do Código Civil de 1916, não eram raras as vozes
no sentido de ser dispositiva a norma nele contida. Assim, por exemplo,
manifestaram-se Clóvis Bevilaqua (op. cit., p. 72), Pontes de Miranda (op. cit., p.
80), Caio Mário da Silva Pereira (op. cit., p. 110) e Orlando Gomes (op. cit., p. 161).
Partia-se do pressuposto de que cabia à autonomia privada deliberar sobre a
multa, além do fato de que a natureza penal da cláusula seria mais bem atendida
pela possibilidade de afastar a norma que admitia minorá-la.
No plano do direito comparado, tal posição não se sustenta. No direito francês,
após a reforma de 1975, os arts. 1.152 e 1.231 expressamente afirmam a sua
cogência, do mesmo modo que o faz o art. 812º do Código Civil português. Para
o direito italiano, o art. 1.384, tido como excepcional por admitir a revisão judicial,
é assim também compreendido (cf. Giorgio De Nova, op. cit., p. 381), no que se
assemelha ao § 343 do BGB, cujo texto se mantém vigente desde 1990 (cf. Dieter
Medicus, op. cit., p. 225)
Com relação ao Código de 2002, parece ser esta, e não aquela, a melhor
interpretação. Não se trata aqui exclusivamente da utilização da autonomia
privada, mas sim de outros valores especialmente tutelados pelo novo
Código. O art. 413 sustenta-se no equilíbrio e na vedação ao excesso, que são
especialmente garantidos no novo texto (cf., p. ex., arts. 187, 317, 478), sempre
de modo cogente. No mesmo sentido, é da natureza da noção de pena - que,
388
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais
relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
I - (...)
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos
previstos neste código;
III - (...)
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o
consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou
a eqüidade;
390
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
Art. 51.
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
(...)
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a
natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias
peculiares do caso.
EMENTA
392
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 20.11.2013
RELATÓRIO
394
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
VOTO
396
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
04. Por força das Súmulas n. 5 e 7 do STJ, não cabe a essa Corte rever os
fatos e as provas produzidas. Assim, as premissas que devem nortear o presente
julgamento são aquelas já definidas nas instâncias ordinárias.
05. A questão que se coloca, portanto, é unicamente em relação ao prazo
pelo qual o contrato de locação deve ser renovado, tendo em vista o disposto no
art. 51, da Lei n. 8.245/1992 e a “accessio temporis”.
06. O acórdão recorrido entendeu que o art. 51 da Lei de Locações,
quando menciona que o locatário tem direito à renovação do contrato “por
igual prazo”, está fazendo referência ao prazo do “contrato renovando e não ao
prazo resultado da soma dos períodos de vigência dos contratos consecutivos
e ininterruptos”. Assim, a renovação deveria se dar por 4 (quatro) anos e oito
meses – de 23.12.2003 a 23.8.2008 (e-STJ fls. 380).
07. Afirma o TJ-MG, outrossim, que é totalmente desinfluente, para se
definir o prazo da renovação do contrato, o fato da sentença de primeiro grau ter
sido proferida apenas no ano de 2009, porque (i) a renovação por novo período
exige ação própria e (ii) nada impedia que os locatários a ajuizassem antes do
julgamento definitivo da presente ação.
08. Os recorrentes, por sua vez, sustentam que a renovação da locação
deve ser deferida por prazo superior “ao daquele referido no dispositivo legal
pertinente [art. 51, II, da Lei n. 8.245/1991]” (e-STJ fl. 461), devendo, ainda, ser
considerado o tempo de tramitação do processo, que, na hipótese, foi superior
a 6 (seis) anos. Pleiteiam, assim, a manutenção da sentença de primeiro grau, a
qual concedeu a renovação do contrato até 23.12.2011.
09. A ação renovatória do contrato de locação comercial remonta ao início
do século passado, tendo sido regulada pelo Decreto n. 24.150/1934 (conhecido
como a “Lei de Luvas”), visando proteger o “fundo de comércio” das investidas
abusivas do locador, que, quase sempre, exigia do locatário o pagamento de altos
valores (“luvas”) para renovar o contrato.
10. A Lei n. 6.649/1979 que, posteriormente, veio dispor sobre as regras
da locação predial urbana, não tratou do tema da renovatória, que permaneceu
regulada pelo Decreto n. 24.150/1934, conforme determinado no art. 1º, § 2º da
própria lei.
11. Assim, conforme a “Lei de Luvas”, exigia-se como requisitos para a
renovação, que (i) o contrato de locação dissesse respeito a imóvel comercial ou
industrial; (ii) fosse firmado por prazo determinado e de, no mínimo, 5 anos;
398
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
400
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
51, da Lei n. 8.245/1991, para a renovação, qual seja, de 5 (cinco) anos, e não ao
prazo do último contrato celebrado pelas partes. É esse, no meu sentir, o espírito
da lei.
28. Admitir o contrário implicaria termos de conviver com situações
absurdas, como aquela apontada por Sylvio Capanema de Souza:
402
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
EMENTA
404
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 7.10.2013
RELATÓRIO
406
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
408
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
VOTO
410
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
412
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
(...).
4.- Agravo Regimental improvido.
(AgRg no AREsp n. 158.707-SP, Rel. Ministro Sidnei Beneti, Terceira Turma,
julgado em 22.5.2012, DJe 5.6.2012).
414
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
que implícita, vez que o direito à proteção não pode ser afetado por fatos que
configuram a própria dinâmica da inovação.
Nesse sentido, inexiste, nos autos, prova de que o produto tenha sido divulgado a
terceiros que não à TELESC, demonstrando, ainda que implicitamente, a existência de
uma obrigação de segredo travada entre esta e o inventor.
Ademais, um teste não pode ser tido como a mesma coisa que uso, ou seja, esses
dois conceitos não podem ser equiparados.
Desta forma, entendo que o teste feito pela TELESC não impede a concessão da
patente de invenção.
Passo, em seguida, a avaliar se a questão saiu realmente do controle do inventor,
assim como entendeu a douta Juíza Federal Convocada Márcia Helena Nunes no voto
vencedor.
Com efeito, teria saído do controle apenas se tivesse havido exploração comercial,
o que não ocorreu na hipótese em tela, na qual houve apenas a continuação dos
testes.
Outro aspecto alegado é a insuficiência descritiva.
Nesse particular, o voto do eminente Desembargador Federal Sérgio Feltrin
Côrrea bem abordou a questão:
416
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
418
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
entre a autora e a Brasil Telecom S.A., que não é parte na presente demanda.
Título judicial nesse sentido, por estar carregado do vício de descumprimento do
princípio da correlação entre pedido e sentença, se revelaria ineficaz, porquanto
incapaz de produzir os efeitos da coisa julgada.
Assim, reconhecida, de ofício, a ofensa ao art. 460 do CPC, e decotado do
aresto recorrido a parte relativa ao julgamento extra petita, fica prejudicada a
análise acerca da suposta violação do art. 42 da Lei n. 5.772/1971.
DO DISPOSITIVO.
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 4.11.2013
RELATÓRIO
O Sr. Ministro Sidnei Beneti: 1.- Emília Silva Mello e Outros interpõem
Recurso Especial com fundamento nas alíneas a e c, da Constituição Federal,
contra acórdão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, Relator
o Des. Jose Divino de Oliveira, assim ementado (fls. 290):
VOTO
O Sr. Ministro Sidnei Beneti (Relator): 5.- Consta dos autos que os
Recorrentes, condôminos do edifício Place Vendôme, teriam contratado os
Recorridos para ajuizar três ações judiciais contra o Grupo OK:
A primeira delas, uma ação cautelar, tinha por objetivo consignar as
prestações que alguns adquirentes deviam ao Grupo OK. A segunda ação, a
principal, visava a condenar o Grupo OK a indenizar defeitos de construção. A
terceira ação, tinha por objetivo a outorga das escrituras públicas referentes às
unidades habitacionais.
6.- Nesta última ação foi concedida tutela antecipada, determinado-
se a expedição das escrituras públicas, sob pena de multa diária. Transitada
422
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
424
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
15. Não assiste razão aos réus quando pretendem receber 3% sobre o valor dos
imóveis de cada um dos autores; além de pretender mais 10% sobre o montante
eventualmente recebido pelos autores, a título de cláusula de êxito.
16.- A uma, porque nos contratos de prestação de serviços advocatícios
firmados pelas partes a cláusula de êxito tem a seguinte redação:
(...)
16.- Ora, está evidente que a obrigação assumida pelos réus foi de resolver
todas as pendências existentes sobre a documentação dos imóveis em questão,
inclusive a indisponibilidade determinada (...).
18.- A duas, porque os autores não firmaram contrato com os réus para
pagamento desta cláusula de êxito de 10% sobre eventual recebimento de
quantias. É importante destacar que esta cláusula de êxito de 10% sobre eventuais
recebimentos de quantias ficou estipulada para a propositura da ação principal
que teve por objeto a indenização por defeitos de construção nas áreas comuns
do Condomínio e também nas áreas privativas das unidades (...)
19.- Assim, os réus, valendo-se dessa situação, tentam confundir os autores
para cobrar honorários que são indevidos. (...)
426
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
EMENTA
428
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 17.12.2013
RELATÓRIO
VOTO
430
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
a ajuizar ação de indenização por danos morais no Juizado Cível, bem como a
propor a presente ação de revogação das doações, com a consequente restituição
das quantias doadas.
9.- Julgado improcedente o pedido (e-STJ fls. 314-319), o autor, ora
recorrente, apelou (e-STJ fls. 321-329), tendo sido o recurso improvido pelo
Tribunal estadual, aos seguintes fundamentos (e-STJ fls. 363):
(...).
Como sustentado com singular precisão na r. sentença apelada, os pagamentos
ao longo dos anos se deram em razão do cumprimento de preceito religioso,
apoiado na crença do autor que o levou a aceitar e a se submeter ao pagamento
de dízimo como prova, justamente, de sua fé e aceitação dos mandamentos de
sua igreja. Neste sentido, os pagamentos vão muito além de meras doações, feitos
por liberalidade ou gratidão. Eram mais do que isso, constituíam-se em obrigação
e como tal foram cumpridas.
432
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
Deus Altíssimo’, entregou-lhe o dízimo de tudo quanto possuía (Gen. 14, 12-20).”
(ob. cit, p. 10.362 e ss).
15.- Nesse norte histórico, extrai-se que a contribuição realizada pelos
membros das igrejas, como regra, decorre de um dever de consciência religiosa,
representado por ato que caracteriza como manifestação da própria fé, bem
como da gratidão pelas dádivas recebidas, sendo de se salientar que nenhuma
instituição religiosa teria condições de manter as suas atividades sem as
contribuições financeiras dos fiéis.
16.- Diante da sua origem no dever religioso, avulta a dificuldade de se
inserir o pagamento do dízimo no conceito de doação, previsto no Código Civil
como o “contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio
bens ou vantagens para o de outra.”
É de se ter presente que o vocábulo doação admite duas acepções: a
doação em sentido amplo, assim como é entendido pelo senso comum, e o
negócio jurídico denominado doação, este último, como contrato típico, é objeto
do dispositivo legal retro transcrito. Em sentido amplo, qualquer atribuição
patrimonial a alguém, sem contrapartida, pode ser considerada doação, mas no
sentido estrito, só a doação como contrato típico sujeita-se às disciplinas deste,
entre as quais a revogabilidade.
17.- Uma doação que ocorre como cumprimento de um dever de
consciência, porém, como é o caso das contribuições realizadas às instituições
religiosas, é, sob o aspecto jurídico, fruto de liberalidade derivada da consciência
religiosa. Lembre-se que, segundo o magistério de J. M. CARVALHO
SANTOS, nem toda liberalidade é doação:
Quer dizer: pagando uma obrigação de consciência, não faz uma doação o
devedor. Cumpre um dever, faz uma liberalidade, que não é doação.
(Código Civil Brasileiro Interpretado, vol. XVI, 1986, Ed. Livraria Freias Bastos,
12ª ed., p. 322).
434
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
forma do que dispõe o art. 538 do Código Civil, não sendo suscetível, portanto,
de revogação.
Assim, em que pese a injúria já submetida a julgamento no âmbito penal,
não cabe, no presente caso, impor a devolução das quantias que foram dadas
em cumprimento à regra estabelecida pela igreja e aceitas espontaneamente em
razão da crença religiosa.
22.- Destaque-se, todavia, que o presente julgamento atém-se aos
fundamentos jurídicos e ao pedido em que formulados, os quais fornecem a
identificação da lide ora julgada, não abrangendo outros eventuais fundamentos
jurídicos e pedidos diversos, ensejados pela questão relativa a pagamento de
dízimo (p. ex., vício de ato jurídico, coação moral irresistível etc), matéria
passível de variada espécie de questionamentos (p. ex., por todos, LUIZ
FELIPE RIBEIRO COELHO, “O Dízimo Ilegal”, Direito & Justiça, Correio
Braziliense, 6.10.2008, p. 3), de modo que outras eventuais questões que
em outros processos porventura se apresentem sobre a matéria deverão ser
solucionadas ao exame de cada caso concreto.
23.- Pelo exposto, nega-se provimento ao Recurso Especial.
EMENTA
436
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 29.11.2013
RELATÓRIO
VOTO
438
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
1. Do prequestionamento
2. Lineamentos gerais
440
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
Ser torcedor fiel de um time se tornou bom negócio dentro e fora dos
estádios. Frequentadores habituais dos jogos de seus clubes têm vantagens
como preferência na compra dos ingressos, que em muitas situações podem
ser adquiridos com desconto. E mesmo quem não tem o hábito ou não pode
acompanhar o time in loco tem benefícios. Dispõe, por exemplo, de descontos no
preço de centenas de produtos e de vários serviços.
Para isso, é preciso fidelidade, estar ligado ao clube por meio de um plano de
sócio-torcedor. Tais programas já existem há alguns anos no País e atualmente
são adotados pelos principais clubes. Têm passado por mudanças constantes,
dentro de um processo de aperfeiçoamento, e em janeiro deste ano ganharam
442
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
20. Agrega-se a todos esses dados, um elemento imaterial que talvez seja
a principal força motriz desses programas: a paixão do torcedor pelo seu clube,
fato que, não raras vezes, leva-o a se associar a um programa de relacionamento,
tão-só para ajudar seu clube financeiramente.
21. Assim, não é possível se divisar nesses programas de relacionamento
– mesmo quando tisnam alguns torcedores com algumas vantagens – alguma
abusividade ou vulneração da obrigatoriedade de igualdade nas contratações (art.
6º, II e IV do CDC), pois dizem de relacionamento ímpar, onde a motivação
nem sempre é a obtenção de regalias, mas sim de contribuição efetiva com a
melhoria do clube.
22. Bordas objetivas, que transpassadas, inquinem um desses programas
com ilegalidade, somente ocorrerão se os serviços mínimos preconizados em lei
não forem disponibilizados a todos, e sim, somente aos associados a determinado
programa de relacionamento.
23. Vem daí os contornos garantistas dos arts. 13 e 20, § 2º, da Lei n.
10.671/2003 – o primeiro exigindo a segurança dos locais das competições
antes, durante e depois dos eventos, e o segundo prevendo a agilidade e acesso à
informação, na venda de ingressos.
24. Essa proteção é impositiva, mas a circunstância de um determinado
programa de fidelização prever facilidades outras, não o torna discriminatório,
ou ilegal, tão só pelo plus que agrega. É necessário, repita-se, constatar-se a
existência de vulneração ao mínimo, legalmente ou contextualmente, fixado.
25. E aqui, em subsunção do contexto fático à tese firmada, o sintético
acórdão recorrido consignou que:
como bem salientado pelo juízo a quo, “ao contrário do afirmado na inicial, não
constitui condição para aquisição do ingresso, pela internet ou pelo call center, a
prévia aquisição do Passaporte Rubro Negro”.
Não há duvida de que o passaporte não é um cartão pré-pago, tanto que o
torcedor de posse do referido passaporte terá que recarrega-lo para comprar o
ingresso. (fls. 287-288, e-STJ).
444
Jurisprudência da TERCEIRA TURMA
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 3.12.2013
REVISTA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RELATÓRIO
VOTO
450
Jurisprudência da QUARTA TURMA
452
Jurisprudência da QUARTA TURMA
454
Jurisprudência da QUARTA TURMA
EMENTA
456
Jurisprudência da QUARTA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 5.2.2014
RELATÓRIO
458
Jurisprudência da QUARTA TURMA
460
Jurisprudência da QUARTA TURMA
VOTO
[...]
Do Merito Os pedidos formulados são procedentes. Da interdição “A ação e a
sentença de interdição tem por fito organizar a defesa do incapaz e assegurar a
eficácia erga omnes.” (Pontes de Miranda - Comentários ao Código de Processo
Civil, Tomo XVI. Forense. RJ. 1977. p. 368). Durante o cumprimento da medida
sócio educativa na Fundação do Bem Estar do Menor, o interditando foi submetido
a avaliações psicológicas e sociais (fls. 115-122; 144-147) que apuraram uma
deficiência no jovem que deveria ser melhor apreciada por uma junta de
profissionais da área, bem como submetê-lo a exames. Nesta fase inicial chamou
a atenção o histórico familiar do interditando, que mostrou dificuldade em se
expressar; dificuldade na escola, destacando que foi reprovado cinco vezes na
terceira série primária até que desistiu; fez uso de drogas, tem uma avó com
problemas psiquiátricos; familiares com antecedentes criminais, aos quinze anos
submeteu-se à exame neurológico com eletroencefalograma e usou
medicamento com prescrição médica (fls. 122). O médico psiquiatra da Febem Dr.
Paulo Sérgio Calvo, em dezembro de 2003 (fls. 123), concluiu que o jovem
apresentava desenvolvimento mental retardado de grau moderado, demonstrando
comprometimento das capacidades de discernimento, entendimento e
determinação. O médico Dr. Merval Marques Figueiredo Junior (fls. 146) avaliou o
jovem destacou o desenvolvimento intelectivo e a tendência anti-social do
interditando, suspeitando na oportunidade da deficiência mental, em razão de
462
Jurisprudência da QUARTA TURMA
464
Jurisprudência da QUARTA TURMA
[...]
A questão em exame é objeto também da Apelação Cível n. 560.901-4/1-00,
à qual foi negado provimento, por votação unânime, para manter a interdição e
a internação. Trata-se do então menor participante de estupro e homicídio, no
qual foi brutalmente assassinado um casal de jovens que resolveram acampar
num sítio, no Município de Embu-Guaçu, no final do ano de 2003, fato esse
que teve repercussão ao menos nacional e provocou forte comoção pública,
dada a extrema crueldade com que foi praticado e a torpeza do motivo do seu
cometimento.
Peço venia para transcrever o relatório do Inquérito Policial, constante dos
autos da Apelação Cível n. 560.901-4/1-00, porque, embora ausente dos autos, de
relevância indiscutível para fundamentar o julgamento deste writ.
“Durante as investigações, procederam-se à exaustivas oitivas tanto de
familiares como de possíveis testemunhas da eventual localização das vítimas,
acerca dos locais em que possivelmente teriam transitado ou sido visualizadas,
como até mesmo a hipótese de terem sido vítimas de alguma ação criminosa,
momento em que foram mobilizados também equipes da Delegacia Seccional de
Policia de Taboão da Serra e do Município de Juquitiba.
No curso dessas mesmas investigações, foram inquiridos diversos moradores
daquela região, dentre os quais Antonio Caitano da Silva, que preliminarmente
em declarações prestadas em data de 10.11.2003, afirmou ter visto o adolescente
Roberto Aparecido Alves Cardoso, vulgo “Champinha”, na companhia de
uma jovem, com os traços fisionômicos da vitima Liana. Realizado auto de
reconhecimento fotográfico Antonio Caitano da Silva apontou com certeza e
466
Jurisprudência da QUARTA TURMA
firmeza de convicção ser a pessoa de Liana Bei Friedenbach a jovem que estaria na
companhia de “Champinha”, na oportunidade em que os avistara.
Foram determinadas ainda naquele mesmo dia, diligências com a finalidade
precípua de localizar e apresentar nesta Unidade o adolescente Paulo Roberto
Alves Cardoso o qual encontrava-se ausente de sua residência há vários dias
segundo seus familiares sendo posteriormente localizado no município de
Itapecerica da Serra-SP, onde encontrava-se escondido.
Conduzido a esta Unidade Policial Roberto Aparecido Alves Cardoso,
vulgo “Champinha” confessou sua participação no homicídio perpetrado em
relação à vitima Felipe Silva Caffé, atribuindo a autoria ao indivíduo de alcunha
“Pernambuco”, todavia, alegara a princípio que a vítima Liana Bei Friedenbach
estaria sob o domínio desse último, que exigiria o pagamento de resgate por sua
libertação.
Realizadas diligências com o adolescente, infrator, fora apontado pelo mesmo
o local em que o corpo da vítima Felipe Silva Caffé, jazia oculto no interior da mata
nativa, já em adiantado estado de putrefação, razão pela qual representou-se a
custódia do menor ao r. Juízo de Direito da Comarca de Embu-Guaçu-SP, tendo a
pretensão sido deferida.
Face à inconsistência das declarações apresentadas pelo adolescente em
relação à localização da vítima Liana, bem como das divergências apontadas em
seus depoimento, foram empreendidas novas diligências naquela noite, onde o
menor acabou confessando a morte de Liana, apontando inclusive o local em que
o corpo encontrava-se escondido, também no interior da mata.
Apurou-se através das declarações prestadas pelo adolescente infrator, que
o arrebatamento das vitimas ocorrera em data de 1º.11.2003, Sábado, no local
do acampamento, tendo as mesmas sido conduzidas à residência de Antonio
Caitano da Silva, onde pernoitaram, tendo sido a vítima Liana, neste ínterim,
submetida à prática de conjunção carnal, enquanto Felipe era mantido em outro
cômodo.
Pela vitima Felipe haver alegado aos autores não ser pessoa detentora de
posses, os autores “Pernambuco” e “Champinha”, com (...) desígnios e finalidade
de propósitos, decidiram na manhã de 2.11.2003, Domingo, em retirar sua vida,
conduzindo as vítimas até una trilha no interior da mata, onde Champinha
permaneceu com Liana, enquanto Pernambuco desferiu um disparo
com a espingarda calibre 28 que portava, na nuca de Felipe, matando-o
instantaneamente.
Após a ação criminosa, Pernambuco evadiu-se do local, devolvendo a arma do
crime ao adolescente infrator, enquanto a vítima Liana fora por este conduzida
novamente ao local de cativeiro, onde permaneceu durante todo aquele dia,
sendo obrigada a manter com aquele conjunção carnal.
468
Jurisprudência da QUARTA TURMA
Também não consta dos autos a conclusão do exame realizado no IMESC que
assim concluiu:
“0 examinando Roberto Aparecido Alves Cardoso é portador de história
objetiva, subjetiva, dados objetivos e exame psíquico compatível com Retardo Mental
de Leve para Moderado (CID F 70/71) e transtorno de Personalidade Dissocial (CID F
60.2), piorado pelo uso de alcoólicos e drogas tendo sua capacidade de entendimento
reduzida e, por conta da somatória de problemática de ordem mental, absolutamente
Incapaz de auto determinação. Assemelha-se e gera efeitos, neste caso, estritamente
sob o ponto de vista médico legal, à Doença Mental
É, sob o ponto de vista médico legal, absoluta e permanentemente incapaz de
reger sua vida e administrar seus bens e interesses. (fls. 1.226, dos autos da Apelação
Cível n. 560.901-4/1-00).
Por óbvio que também não constam deste writ as conclusões dos vários exames
realizados na Febem-SP, na Sociedae Roscach, todos conclusivos para o diagnóstico
de Doença mental e necessidade de medidas protetivas ao paciente e à sociedade.
O paciente, comprovadamente padecente de doença mental agravada por
alcoolismo e toxicomania e que concretamente o levou a prática de crime de
extrema violência e crueldade, se liberado de qualquer tipo de confinameno ficaria
evidentemente sujeito a cometer inclusive suicídio, ou novo ataque físico a qualquer
pessoa do qual poderia resultar inclusive em novo homicídio ou, se confinado em local
inadequadamente estruturado geraria esse mesmos riscos, não havendo portanto
outra alternativa senão o seu confinamento em estabelecimento apropriado para
o tratamento do seu mal psíquico até que esteja definitivamente curado e deixe de
representar perigo à sociedade.
O paciente, através de atitudes concretas, exauriu as sua tendências
comportamentais nocivas a si próprio e às pessoas em geral, demonstrou que é
realmente capaz de praticar as maiores atrocidades contra quem sequer conhecia,
nenhum mal lhe fez, apenas teve a infelicidade de estar vulnerável em local
desprotegido e ao seu alcance, ou seja, representa o paciente perigo iminente erga
omnes e também corre o risco de acabar sendo gravemente ferido, ou morto através
de eventual reação bem sucedida de alguma de suas futuras vítimas.
A realidade do comportamento do interditando no caso concreto se
compatibiliza com as condições psiquiátricas no sentido da sua internação em
estabelecimento apropriado que evidentemente não é o comumente utilizado
em casos de menor gravidade de patologia psíquica.
A Secretaria de Saúde, por outro lado, prestou informações noticiando que
todas as providências necessárias à adequação e cumprimento da ordem judicial
estão sendo observadas (cf. fls. 73-75).
Destaco tratar-se de caso gravíssimo que resultou em crime praticado com
inaceitáveis requintes de frieza, brutalidade, crueldade e barbaridade.
470
Jurisprudência da QUARTA TURMA
Art. 1.777. Os interditos referidos nos incisos I, III e IV do art. 1.767 serão
recolhidos em estabelecimentos adequados, quando não se adaptarem ao
convívio doméstico.
Entre as pessoas que estão sujeitas à curatela (art. 1.767), esse artigo trata
dos enfermos ou deficientes mentais, dos ébrios habituais e viciados em tóxicos,
dos excepcionais sem completo desenvolvimento mental, editando que, na
hipótese de eles não se adaptarem ao convívio doméstico, sendo impossível
ou inseguro mantê-los no seio da família, serão recolhidos em estabelecimento
adequado (casas de saúde, estabelecimentos psiquiátricos, clínicas ou centros de
recuperação, etc.)
(OLIVEIRA, James Eduardo. Código civil anotado e comentado: doutrina e
jurisprudência. Rio de Janeiro: Forense, 2010. p. 1.620-1.621).
472
Jurisprudência da QUARTA TURMA
[...]
O paciente, comprovadamente padecente de doença mental agravada por
alcoolismo e toxicomania e que concretamente o levou a prática de crime de
extrema violência e crueldade, se liberado de qualquer tipo de confinamento ficaria
evidentemente sujeito a cometer inclusive suicídio, ou novo ataque físico a qualquer
pessoa do qual poderia resultar inclusive em novo homicídio ou, se confinado em local
inadequadamente estruturado geraria esse mesmos riscos, não havendo portanto
outra alternativa senão o seu confinamento em estabelecimento apropriado para
o tratamento do seu mal psíquico até que esteja definitivamente curado e deixe de
representar perigo à sociedade.
O paciente, através de atitudes concretas, exauriu as sua tendências
comportamentais nocivas a si próprio e às pessoas em geral, demonstrou que é
realmente capaz de praticar as maiores atrocidades contra quem sequer conhecia,
nenhum mal lhe fez, apenas teve a infelicidade de estar vulnerável em local
desprotegido e ao seu alcance, ou seja, representa o paciente perigo iminente erga
omnes e também corre o risco de acabar sendo gravemente ferido, ou morto através
de eventual reação bem sucedida de alguma de suas futuras vítimas.
A realidade do comportamento do interditando no caso concreto se compatibiliza
com as condições psiquiátricas no sentido da sua internação em estabelecimento
apropriado que evidentemente não é o comumente utilizado em casos de menor
gravidade de patologia psíquica.
A Secretaria de Saúde, por outro lado, prestou informações noticiando que
todas as providências necessárias à adequação e cumprimento da ordem judicial
estão sendo observadas (cf. fls. 73-75).
Destaco tratar-se de caso gravíssimo que resultou em crime praticado com
inaceitáveis requintes de frieza, brutalidade, crueldade e barbaridade.
Não há afronta ou desconformidade à disposições contidas na Lei n.
10.216/2001.
474
Jurisprudência da QUARTA TURMA
476
Jurisprudência da QUARTA TURMA
EMENTA
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide
A Quarta Turma, por unanimidade, negar provimento ao recurso especial, nos
termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Maria Isabel Gallotti,
Antonio Carlos Ferreira, Marco Buzzi e Luis Felipe Salomão votaram com o Sr.
Ministro Relator.
DJe 14.2.2014
RELATÓRIO
478
Jurisprudência da QUARTA TURMA
É o relatório.
VOTO
480
Jurisprudência da QUARTA TURMA
Art. 82. Dentro do prazo marcado pelo juiz, os credores comerciais e civis do
falido e, em se tratando de sociedade, os particulares dos sócios solidariamente
responsáveis, são obrigados a apresentar, em cartório, declarações por escrito,
em duas vias, com a firma reconhecida na primeira, que mencionem as suas
residências ou as dos seus representantes ou procuradores no lugar da falência,
a importância exata do crédito, a sua origem, a classificação que, por direito,
lhes cabe, as garantias que lhes tiverem sido dadas, e as respectivas datas, e
que especifique, minuciosamente, os bens e títulos do falido em seu poder, os
pagamentos recebidos por conta e o saldo definitivo na data da declaração da
falência, observando-se o disposto no art. 25.
§ 1º À primeira via da declaração, o credor juntará o título ou títulos do crédito,
em original, ou quaisquer documentos. Se os títulos comprobatórios do crédito
estiverem juntos a outro processo, poderão ser substituídos por certidões de
inteiro teor, extraídas dos respectivos autos.
Art. 98. O credor que se não habilitar no prazo determinado pelo juiz, pode
declarar o seu crédito por petição em que atenderá às exigências do artigo 82,
instruindo-a com os documentos referidos no parágrafo 1º do mesmo artigo.
§ 1º O juiz determinará a intimação pessoal do falido e do síndico, os quais,
com observância do disposto no art. 84 e no prazo de três dias para cada um,
se manifestarão sobre o pedido, em seguida ao que o escrivão fará publicar
aviso para que os interessados apresentem, dentro do prazo de dez dias, as
impugnações que entenderem.
§ 2º Decorrido o prazo para impugnação dos interessados, o escrivão fará vista
dos autos ao representante do Ministério Público, que, no prazo de três dias, dará
o seu parecer.
§ 3º Com o parecer do representante do Ministério Público, os autos serão
conclusos ao juiz para os fins previstos no artigo 92, cabendo, da sentença que
julgar o crédito, recurso de apelação, que não terá efeito suspensivo. (Redação
dada pela Lei n. 6.014, de 27.12.1973).
§ 4º Os credores retardatários não têm direitos aos rateios anteriormente
distribuídos.
482
Jurisprudência da QUARTA TURMA
Art. 10. Não observado o prazo estipulado no art. 7º, § 1º, desta Lei, as
habilitações de crédito serão recebidas como retardatárias.
§ 1º Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários, excetuados
os titulares de créditos derivados da relação de trabalho, não terão direito a voto
nas deliberações da assembléia-geral de credores.
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo ao processo de falência, salvo se,
na data da realização da assembléia-geral, já houver sido homologado o quadro-
geral de credores contendo o crédito retardatário.
§ 3º Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a rateios
eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se
computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data do
pedido de habilitação.
§ 4º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o credor poderá requerer a
reserva de valor para satisfação de seu crédito.
§ 5º As habilitações de crédito retardatárias, se apresentadas antes da
homologação do quadro-geral de credores, serão recebidas como impugnação e
processadas na forma dos arts. 13 a 15 desta Lei.
§ 6º Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles que não
habilitaram seu crédito poderão, observado, no que couber, o procedimento
ordinário previsto no Código de Processo Civil, requerer ao juízo da falência ou
da recuperação judicial a retificação do quadro-geral para inclusão do respectivo
crédito.
484
Jurisprudência da QUARTA TURMA
EMENTA
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide
a Quarta Turma, por unanimidade, negar provimento ao recurso especial, nos
termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Maria Isabel Gallotti,
Antonio Carlos Ferreira, Marco Buzzi e Luis Felipe Salomão votaram com o Sr.
Ministro Relator.
Brasília (DF), 3 de setembro de 2013 (data do julgamento).
Ministro Raul Araújo, Relator
DJe 19.2.2014
RELATÓRIO
486
Jurisprudência da QUARTA TURMA
Contra tal decisão Paulo César Gontijo, credor da hipoteca judicial excluída,
interpôs agravo de instrumento, que, entretanto, foi desprovido pela 3ª Turma
Cível do eg. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, em aresto
assim ementado:
VOTO
488
Jurisprudência da QUARTA TURMA
490
Jurisprudência da QUARTA TURMA
EMENTA
492
Jurisprudência da QUARTA TURMA
494
Jurisprudência da QUARTA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 10.12.2013
RELATÓRIO
496
Jurisprudência da QUARTA TURMA
498
Jurisprudência da QUARTA TURMA
VOTO
500
Jurisprudência da QUARTA TURMA
502
Jurisprudência da QUARTA TURMA
autor do ato para terceiro não interveniente na cadeia causal. Não se olvide que o
valor da avaliação pode sofrer impugnação por qualquer das partes da execução,
entretanto no caso em apreço não houveram objeções, sequer do próprio juízo.
Ademais, não se pode conceber que a ocupação do imóvel pela segunda
arrematante e, posteriormente, pelos demais co-réus, ora recorrentes, tenha
se dado de forma clandestina, como indicado no aresto hostilizado, pois
houve carta de arrematação, expedida pelo Juízo de Direito da 1ª Vara Cível
da Comarca de São Luís, a justificar o ingresso destes no imóvel, o qual se
encontrava lacrado, como confessado pela recorrida (fl. 8, e-STJ). Desta forma, a
suposta clandestinidade apontada pela instância ordinária, com fim de justificar
a ocorrência de fraude, mostra-se insubsistente, sendo tal fundamento inidôneo
para inquinar a segunda arrematação e o ingresso no imóvel que se dera sob o
pálio do Poder Judiciário.
Forçosa, portanto, é a conclusão de inexistir fraude, porquanto os motivos
elencados pela Corte originária para justificar a sua ocorrência são inidôneos.
Muito pelo contrário, ressai evidente que a segunda arrematante - Klima
Comércio e Representações Ltda. não detinha conhecimento sobre a primeira
penhora e a arrematação promovida pela autora da ação, ora recorrida, - Braga
Diniz Arquitetura, Engenharia, Indústria e Comércio Ltda., sobretudo, por não
terem sido averbados tais atos na matrícula do imóvel.
Como é cediço, a boa-fé se presume, logo a má-fé deve ser devidamente
demonstrada nos autos. Da análise da sentença e do acórdão impugnado não se
denota circunstâncias que possam assinalar a má-fé da segunda arrematante ou
dos ora recorrentes, senão aquelas já rechaçadas por serem inidôneas a justificar
a fraude apontada.
Efetivamente, não se identifica, seja por parte dos insurgentes, seja em relação
à recorrida, a existência de má-fé ou comportamento doloso destinado a prejudicar
a quem quer que seja. Ao contrário. Ambos os litigantes, cada qual em sua ação,
levaram a cabo os atos constritivos e de alienação. A primeira exequente, ao
final, deixou de se acautelar quanto a terceiros, ao não efetuar o registro de sua
penhora e, posteriormente, de sua carta de arrematação. A segunda exequente,
por sua vez, sem ter conhecimento de anterior penhora e arrematação que
recaíra sobre o mesmo bem, efetuou os correspondentes registros, transferindo-o
a terceiros, também de boa-fé.
Assim, a solução da controvérsia perpassa pelo enfrentamento do direito
de prelação, da eficácia das arrematações, do modo aquisitivo da propriedade de
504
Jurisprudência da QUARTA TURMA
Recurso especial (CF, art. 105, III, c). Processual Civil. Execução. Concurso de
credores. Marco temporal do direito de preferência de credor. Anterioridade
da penhora ou do registro (averbação) do ato constritivo. Direito de prelação
decorrente da mera formalização da penhora no processo. Relevância do registro
para fim diverso.
1. Havendo pluralidade de credores com penhora sobre o mesmo imóvel, o
direito de preferência se estabelece pela anterioridade da penhora, conforme os
arts. 612, 613, 711 e 712 do CPC, que expressamente referem à penhora como o
“título de preferência” do credor.
2. A precedência da data da averbação da penhora no registro imobiliário,
nos termos da regra do art. 659, § 4º, do CPC, tem relevância para efeito de dar
publicidade ao ato de constrição, gerando presunção absoluta de conhecimento por
terceiros, prevenindo fraudes, mas não constitui marco temporal definidor do direito
de prelação entre credores.
3. Nos termos do art. 664 do CPC, “considerar-se-á feita a penhora mediante
a apreensão e o depósito dos bens, lavrando-se um só auto se as diligências
forem concluídas no mesmo dia”. Assim, o registro ou a averbação não são atos
constitutivos da penhora, que se formaliza mediante a lavratura do respectivo
auto ou termo no processo. Não há exigência de averbação imobiliária ou
referência legal a tal registro da penhora como condição para definição do direito
de preferência, o qual dispensa essas formalidades.
4. Recurso especial conhecido e provido. (REsp n. 1.209.807-MS, Rel. Ministro
Raul Araújo, Quarta Turma, julgado em 15.12.2011, DJe 15.2.2012) (grifo deste
subscritor).
506
Jurisprudência da QUARTA TURMA
Ademais, a ratio essendi dos arts. 612, 613, 709, II, 711, 712 e 713 do
Código de Processo Civil é de premiar o credor predecessor na realização da
penhora em detrimento daqueles outros que não demonstraram o mesmo afinco
na consecução de seus direitos. Nesse passo, a exegese a ser extraída dos aludidos
dispositivos é no sentido de se permitir a preferência sobre os bens penhorados,
ou melhor, sobre o produto da expropriação, uma vez que a simples penhora
do bem não confere a propriedade ao exequente sobre a coisa penhorada, mas,
508
Jurisprudência da QUARTA TURMA
510
Jurisprudência da QUARTA TURMA
512
Jurisprudência da QUARTA TURMA
com a expedição regular da carta. (ASSIS. Araken de. Manual de execução. 15ª ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, p. 893 e 895) (grifo deste subscritor)
Direito Civil e Processual Civil. Julgamento ultra petita. Não ocorrência. Matéria
de ordem pública cognoscível de ofício. Compra e venda de imóvel. Outorga
de escritura definitiva. Inadimplência da compradora. Rescisão contratual.
Cancelamento do registro imobiliário. Impossibilidade. Terceiros adquirentes de
boa-fé.
[...]
2. No caso, pretende-se o cancelamento do registro imobiliário - este
decorrente de escritura pública translativa definitiva -, em razão da procedência
do pedido de rescisão contratual por inadimplência e indenização por perdas e
danos em desfavor da incorporadora, que revendera as unidades imobiliárias a
terceiros.
3. Ocorre que a compra e venda gera, em regra, apenas efeitos obrigacionais, de
sorte que o desfazimento do contrato por inadimplência do comprador não tem o
condão de cancelar o registro imobiliário decorrente de escritura pública definitiva,
máxime quando terceiros de boa-fé tenham readquirido o imóvel, com base na
adequação da cadeia registral.
4. Recurso especial improvido. (REsp n. 687.087-SP, Rel. Ministro Luis Felipe
Salomão, Quarta Turma, julgado em 5.5.2011, DJe 13.5.2011) (grifo deste
subscritor).
514
Jurisprudência da QUARTA TURMA
EMENTA
516
Jurisprudência da QUARTA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 6.12.2013
RELATÓRIO
518
Jurisprudência da QUARTA TURMA
520
Jurisprudência da QUARTA TURMA
VOTO
522
Jurisprudência da QUARTA TURMA
524
Jurisprudência da QUARTA TURMA
Art. 26. o advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar
honorários sem a intervenção daquele que lhe conferiu o substabelecimento.
526
Jurisprudência da QUARTA TURMA
528
Jurisprudência da QUARTA TURMA
530
Jurisprudência da QUARTA TURMA
como todo agir, ônus, faculdade, nunca obrigatoriedade. Neste sentido, afasta-se a
queixa de que alguém estaria sendo obrigado a efetiva e concretamente litigar em
juízo. Eventuais prejuízos que aquele que vai a juízo causar para o litisconsorte que,
não obstante “citado”, deixou de atuar é questão que, eventualmente, pode ensejar a
propositura de outra ação entre os litisconsortes.
A extinção do processo, medida extrema reservada para a hipótese pelo final do
parágrafo único do art. 47, só será decretada na inércia do autor quando a promover
a “citação” dos litisconsortes necessários. (BUENO, Cassio Scarpinella. Partes e
terceiros no processo civil brasileiro. 2ª ed. São Paulo:Saraiva, 2006, p. 141-142.)
o processo” [...]. Se não o tiver feito assim liminarmente, fá-lo-á a qualquer tempo do
processo.
[...]
Ocorre mais frequentemente, no entanto, que a petição inicial é deferida e o
réu citado, apesar da inobservância da regra da necessariedade (a intervenção
voluntária do colegitimado omisso é fato de extrema raridade). Às vezes o
demandado apercebe-se do vício da demanda e, convindo-lhe denunciá-lo,
faz a alegação ao contestar: tal é a excpetio plurium listisconsortium, de que fala
a doutrina. E sucede também que outras vezes o réu não faz essa alegação e
o próprio juiz, espontaneamente, dá pela falta do litisconsorte. Em ambas as
hipóteses, teremos chegado à fase ordinatória do procedimento ordinário.
Entre os vícios capazes de impedir o julgamento do mérito está o de que
tratamos, como deflui da interpretação conjugada do art. 327 (“irregularidades ou
nulidades sanáveis”) com o art. 267, inc. VI (extinção do processo sem julgamento
do mérito, em virtude da carência de ação) e ainda do que dispõe o parágrafo
do art. 47. Se o réu tiver feito a alegação, cumprirá o juiz dar ao autor o prazo de
dez dias para dizer, “permitindo-lhe a produção de prova documental” (art. 327).
Após isso, ou sem alegação do réu, convencendo-se o juiz da necessariedade
do litisconsórcio, dará então ordem que o parágrafo do art. 47 determina; estará
determinando, em outros termos, que se supra uma nulidade sanável (art.
327), pois de outra natureza não é a que decorre da ausência de litisconsortes
necessários.
[...]
Foi em atenção à natureza cogente das normas de exigência do litisconsórcio
necessário que acima se disse que essa determinação é uma daquelas que a
lei qualifica como providências preliminares; embora específica e determinada
em específico dispositivo legal fora do capítulo reservado a estas (arts. 323-
328), tal determinação partilha de sua natureza e do espaço de impedir que o
processo caminhe eivado de vício. Seja lembrada a inquisitividade que preside às
providências preliminares em geral, a qual se liga justamente ao caráter cogente
das normas cuja efetividade se visa a preservar.
Não determinado a integração do litisconsórcio, o que deverá fazer a requerimento
ou de-ofício, incorrerá o juiz em grave error in procedendo e permitirá que o processo
leve consigo uma nulidade que depois poderá pô-lo a perder (infra, nn. 115 ss).
(DINAMARCO, Cândido Rangel. Litisconsórcio. 8ª ed. São Paulo: Malheiros, 2009, p.
258-285) (grifo deste subscritor).
532
Jurisprudência da QUARTA TURMA
A par disso, cumpre destacar que os atos processuais devem ser praticados
de modo a propiciar o alcance da marcha processual na consecução de uma
prestação jurisdicional efetiva e justa. Nesta medida, as formalidades regentes do
processo civil não podem ser concebidas como fins em si mesmo, pois o direito
material das partes não pode ser relegado, em exacerbado destaque da liturgia
destinada a disciplinar o caminho jurídico do exercício da jurisdição.
Desse modo, a repetição de atos processuais que já alcançaram a sua
finalidade é veementemente repudiada tanto pela doutrina quanto pela
jurisprudência, pois, além de afligir a parte com a repetição de atos de conteúdo
vazio, estende desarrazoadamente o fim do processo, sobrecarregando o sistema
jurídico e enfraquecendo a sua credibilidade perante a sociedade.
Na hipótese em foco, a dívida requerida se refere a honorários
sucumbenciais, executados pelo advogado substabelecido, com reserva de poderes,
que, segundo o acórdão hostilizado, atuou exclusivamente nas ações judiciais das
quais se extraem os títulos judiciais ora executados, sem qualquer participação do
procurador substabelecente (fl. 794, e-STJ).
Portanto, a formalidade requerida pelo o art. 26 da Lei n. 8.906/1994
é facilmente atendida pelo retorno dos autos à origem, para que o exequente
promova a citação do procurador substabelecente, a fim de que este tome ciência
a respeito do processo executivo. Neste ponto, poderá o patrono substabelecente
ingressar na lide, caso assim queira e as suas circunstâncias profissionais
permitam, ou apenas se abster de fazê-lo (caso em que sequer responderia por
eventuais verbas sucumbenciais, por não ter dado causa à demanda).
Tal solução do caso atende a finalidade ética da norma em análise,
bem como preserva os atos processuais até então praticados, em atenção aos
princípios da instrumentalidade do processo e da inafastabilidade da jurisdição.
5. Do exposto, não conheço do recurso especial adesivo interposto por
Genésio Neilôr Finger - Espólio e dou parcial provimento ao apelo nobre aviado
por Cerealista Palotinense Ltda. e outros, a fim de determinar o retorno dos autos
ao Juízo de Direito de origem, para se intimar o exequente, no intuito de que
este promova a citação do procurador substabelecente em 20 (vinte) dias, nos
termos do parágrafo único do art. 47 do Código de Processo Civil.
É como voto.
534
Jurisprudência da QUARTA TURMA
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 10.12.2013
RELATÓRIO
536
Jurisprudência da QUARTA TURMA
VOTO
538
Jurisprudência da QUARTA TURMA
Súmula n. 343. Não cabe ação rescisória por ofensa à literal disposição
de lei, quando a decisão rescindenda se tiver baseado em texto legal de
interpretação controvertida nos Tribunais.
ainda que não seja a melhor, a ação rescisória não merece vingar, sob pena
de tornar-se recurso ordinário com prazo de interposição de dois anos (RSTJ
93/146),
540
Jurisprudência da QUARTA TURMA
Súmula n. 343-STF: Não cabe ação rescisória por ofensa a literal disposição de
lei, quando a decisão rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação
controvertida nos tribunais.
A orientação tomada pelo Min. Gonçalves de Oliveira nos EAR n. 602 deu
motivo a essa Súmula: “Entendo que não é possível, em rescisória, alterar o
julgamento proferido em grau de embargos ao recurso extraordinário, com
amplo debate, sem que se possa dizer que o julgamento é nulo por violação
de lei. O Tribunal tomou, após ampla discussão, uma interpretação razoável da
lei, firmada, de resto, de acordo com os precedentes. Destarte, não caberia ação
rescisória para anular a sentença anterior do Supremo Tribunal, porque, em favor
do mesmo, da tranquilidade pública, da tranquilidade jurídica, em razão mesmo
da eficácia da coisa julgada, terminou o julgamento, ainda que tomado por
maioria ocasional” (ROSAS, Roberto. Direito sumular. 13 ed. Malheiros: São Paulo,
2006, p. 149).
542
Jurisprudência da QUARTA TURMA
544
Jurisprudência da QUARTA TURMA
546
Jurisprudência da QUARTA TURMA
VOTO-VOGAL
VOTO
548
Jurisprudência da QUARTA TURMA
EMENTA
ACÓRDÃO
550
Jurisprudência da QUARTA TURMA
Sustentou oralmente Dr. José Diogo Bastos Neto, pela parte Recorrida:
Robert Bruce Harley Júnior.
Sustentou oralmente Dr. José Augusto Pinto Quidute, pela parte
Recorrente: Anita Louise Regina Harley.
Sustentou oralmente Dr. Carlos Augusto Sobral Rolemberg, pela parte
Recorrente: Nova Pirajuí Administração S/A Nopasa.
Brasília (DF), 10 de dezembro de 2013 (data do julgamento).
Ministra Maria Isabel Gallotti, Relatora
DJe 18.12.2013
RELATÓRIO
552
Jurisprudência da QUARTA TURMA
554
Jurisprudência da QUARTA TURMA
mesmo depois de ter impugnado a sentença por meio de ação cautelar (CPC,
arts. 513 e 560).
Discorre sobre a indivisibilidade da herança, parte da qual não poderia ser
deferida aos herdeiros antes de efetuada a partilha (CC, art. 1.580).
Pondera que o percentual deferido pelo acórdão aos recorridos é excessivo
e invade a parte que a ela mesmo coube tanto na sucessão testamentária quanto
na legítima (CC, art. 1.721).
Argumenta, por fim, sobre a substituição fiduciária e a impossibilidade de
instituição desta além do segundo grau, o que teria sido permitido pelo acórdão
em contrariedade a disposição expressa da lei (CC, arts. 119, 1.666, 1.733,
1.734, 1.735, 1.738, 1.739).
Foram apresentadas as contrarrazões de fls. 571-599 e 601-617.
É o relatório.
VOTO
556
Jurisprudência da QUARTA TURMA
A sentença, do mesmo modo que todo ato jurídico - diz Chiovenda - existe e vale
em relação a todos (...). Mas afirmar que a sentença, e, pois, a coisa julgada, vale em
relação a terceiros, não quer dizer que possa prejudicar terceiros. Apenas quer dizer
que terceiros não podem deconhecê-la, não que por ela podem ser prejudicados
(AMARAL SANTOS, Moacyr. Primeiras linhas de Direito Processual Civil, 3º volume,
21ª ed., SP: Saraiva, 2003, p. 75-76)
A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando
nem prejudicando terceiros’. Não quer dizer isto que os estranhos possam ignorar
a coisa julgada. “Como todo ato jurídico relativamente às partes entre as quais
intervém, a sentença existe e vale com respeito a todos” [Chiovenda, Instituições
de Direito Processual Civil, 3ª ed., v. I, n. 133, p. 414]. Não é certo, portanto, dizer
que a sentença só prevalece ou somente vale entre as partes. O que ocorre é que
apenas a imutabilidade e a indiscutibilidade da sentença não podem prejudicar,
nem beneficiar, estranhos ao processo em que foi preferida a decisão trânsita em
julgado (...). Assim, um estranho pode rebelar-se contra aquilo que foi julgado
entre as partes e que se ache sob autoridade da coisa julgada, em outro processo,
desde que tenha sofrido prejuízo jurídico. (THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso
de Direito Processual Civil, vol. I, 51ª ed., RJ: Forense, 2010, p. 557)
558
Jurisprudência da QUARTA TURMA
Por essas razões, observa-se que a Nopasa, pessoa jurídica não integrante
da relação processual, não pode ser prejudicada com a condenação ao pagamento
aos autores, retroativo a 7.11.2001, de dividendos e outros rendimentos já
distribuídos nas épocas próprias aos acionistas então constantes de seus registros
societários.
Isso, todavia, em nada infirma as providências determinadas pela decisão
objeto da Reclamação n. 8.573 no sentido de determinar o depósito à disposição
do juízo sucessório dos dividendos vindouros relativos às ações cuja propriedade
é controvertida.
O decidido nos presentes autos a propósito da extinção do fideicomisso,
e a partilha das ações e cotas societárias no inventário, não poderá deixar de
ser observado pela Nopasa, à qual não é dado ignorar a sentença como ato
estatal e imperativo. O asserto judicial a propósito da propriedade das ações e
consequente distribuição dos respectivos dividendos e rendimentos outros entre
os sócios litigantes são efeitos naturais da sentença, cuja observância se impõe à
sociedade anônima, sem lhe afetar o patrimônio e a estrutura societária, e nem
nada prejudicar a situação jurídica da empresa.
Passa-se agora ao exame do recurso especial de Anita Louise Regina
Harley. Cumpre observar inicialmente que o acórdão recorrido se manifestou
de forma suficiente e motivada sobre o tema em discussão nos autos. Ademais,
não está o órgão julgador obrigado a se pronunciar sobre todos os argumentos
apontados pelas partes, a fim de expressar o seu convencimento. No caso
em exame, o pronunciamento acerca dos fatos controvertidos, a que está o
magistrado obrigado, encontra-se objetivamente fixado nas razões do acórdão
recorrido. Afasto, pois, a alegada violação do art. 535 do CPC.
No que se refere aos arts. 267, VI, 301, X, 472 do CPC, verifica-se que
a recorrente busca defender interesse de pessoas que não representa nestes
autos. Afirma que Nova Pirajuí Administração S.A. Nopasa e Zodiac
Empreendimentos e Participações Ltda. não poderiam ter sido condenadas,
pois não participaram formalmente da relação processual. Ocorre que não cabe
Art. 1.733. Pode também o testador instituir herdeiros ou legatários por meio
de fideicomisso, impondo a um deles, o gravado ou fiduciário, a obrigação de,
por sua morte, a certo tempo, ou sob certa condição, transmitir ao outro, que se
qualifica de fideicomissário, a herança, ou o legado.”
560
Jurisprudência da QUARTA TURMA
562
Jurisprudência da QUARTA TURMA
O próprio parecer citado pela recorrente, embora seja de conclusão que ela
aponta ser-lhe favorável, contém o seguinte trecho que se harmoniza com o que
dito acima:
564
Terceira Seção
CONFLITO DE COMPETÊNCIA N. 127.913-RJ (2013/0123243-1)
EMENTA
ACÓRDÃO
568
Jurisprudência da TERCEIRA SEÇÃO
DJe 3.2.2014
RELATÓRIO
VOTO
570
Jurisprudência da TERCEIRA SEÇÃO
Art. 3º. Para a inclusão ou transferência, o preso deverá possuir, ao menos, uma
das seguintes características:
I - ter desempenhado função de liderança ou participado de forma relevante
em organização criminosa;
II - ter praticado crime que coloque em risco a sua integridade física no
ambiente prisional de origem;
III - estar submetido ao Regime Disciplinar Diferenciado - RDD;
IV - ser membro de quadrilha ou bando, envolvido na prática reiterada de
crimes com violência ou grave ameaça;
V - ser réu colaborador ou delator premiado, desde que essa condição
represente risco à sua integridade física no ambiente prisional de origem; ou
VI - estar envolvido em incidentes de fuga, de violência ou de grave indisciplina
no sistema prisional de origem.
572
Jurisprudência da TERCEIRA SEÇÃO
574
Jurisprudência da TERCEIRA SEÇÃO
576
Jurisprudência da TERCEIRA SEÇÃO
VOTO VENCIDO
578
Jurisprudência da TERCEIRA SEÇÃO
duas horas, e com “direito” à saída da cela por duas horas diárias para banho
de sol, é, convenhamos, adotar um discurso quimérico, para dizer o mínimo.
(...)
O regime disciplinar diferenciado representa sobrepena cruel e
degradante, que avilta o ser humano e fere a sua dignidade, infligindo-lhe
castigo físico e moral, na medida em que impõe ao preso isolamento celular
absoluto de vinte e duas horas diárias durante um ano, prorrogável até 1/6
da pena. (Notas sobre a inconstitucionalidade da Lei 10.792/2003, que criou
o Regime Disciplinar Diferenciado na Execução Penal. In: Crítica à Execução
Penal. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p. 289).
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 11.11.2013
RELATÓRIO
584
Jurisprudência da QUINTA TURMA
VOTO
586
Jurisprudência da QUINTA TURMA
(...)
4. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no REsp n. 1.327.319-MG, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma,
julgado em 5.2.2013, DJe 15.2.2013).
588
Jurisprudência da QUINTA TURMA
590
Jurisprudência da QUINTA TURMA
592
Jurisprudência da QUINTA TURMA
VOTO-VISTA
A Sra. Ministra Regina Helena Costa: Solicitei vista dos autos para
examiná-los com maior detença.
594
Jurisprudência da QUINTA TURMA
596
Jurisprudência da QUINTA TURMA
Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I
a IV, da Lei n. 8.137/1990, antes do lançamento definitivo do tributo.
598
Jurisprudência da QUINTA TURMA
600
Jurisprudência da QUINTA TURMA
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 19.11.2013
RELATÓRIO
602
Jurisprudência da QUINTA TURMA
Apelação criminal (réu preso). Tráfico ilícito de drogas (arts. 33, caput, da
Lei n. 11.343/2006). Sentença condenatória. Recurso da defesa. Pleito
absolutório. Alegada ausência de materialidade ante a falta de laudo pericial
definitivo. Irrelevância. Laudo pericial assinado por dois peritos nomeados e
compromissados. Exame realizado mediante a análise química do material
apreendido. Prova válida. Materialidade evidente. Autoria delitiva comprovada.
Apreensão de considerável quantidade de droga (213 gramas de maconha e
87 gramas crack). Depoimentos dos policiais coerentes e uníssonos. Elementos
probatórios aptos a comprovar o exercício da narcotraficância. Desclassificação
para uso (art. 28 da Lei n. 11.343/2006), não cabimento. Condição de usuário
que, por si só, não afasta a prática do crime de trafico. Dosimetria. Pedido de
minoração da pena-base. Sentença que corretamente verificou a presença de
duas circunstâncias, desfavoráveis (conduta social e personalidade). Processos
distintos utilizados para a aplicação da pena. Adequação somente quanto a
fração utilizada para majoração. Redução do quantum é medida que se impõe.
Recurso conhecido e provido em parte.
VOTO
604
Jurisprudência da QUINTA TURMA
606
Jurisprudência da QUINTA TURMA
substância, bem como sua capacidade de causar dependência, nos termos do que
reclamado pelo tipo penal.
Entretanto, estou entre aqueles que defendem que as regras processuais
devem ser apreciadas de acordo com o caso concreto, visto que normas rígidas e
inflexíveis afastam o Direito da realidade, enfraquecendo sua natureza científica
e prática. Na minha compreensão, em determinadas hipóteses, a regra geral pode
outorgar espaço à realidade retratada no processo, porquanto simplesmente
descartar elementos de provas, sólidos e coerentes, seria transformar o processo
em instrumento inócuo, revelando “uma dificultação considerável da obra de
apuração das infrações criminais, em benefício dos malfeitores, a qual está longe
de corresponder ao aspecto antiformalista do Código” (Edurado Espínola Filho.
Código de Processo Penal Brasileiro Anotado. Volume II. Campinas. 2000).
Aliás, parece-me incompatível com o método de valoração da prova adotado
pelo Código de Processo Penal impor ao julgador o rigoroso acatamento de
regras preestabelecidas, as quais atribuem, previamente, o valor fixo e imutável
de cada prova, retirando do magistrado qualquer margem de discricionariedade.
Então, o modelo instituído pela Lei n. 11.343/2006 deve ser analisado com
prudência e moderação, notadamente quando presentes elementos de provas,
seguros e incontestáveis, suficientes a comprovar a natureza e quantidade do
material proscrito. Nesse contexto, observem o teor do item VII da Exposição de
Motivos do Código de Processo Penal: “Todas as provas são relativas; nenhuma
delas terá, ex vi legis, valor decisivo, ou necessariamente maior prestígio que
outra. Se é certo que o juiz fica adstrito às provas constantes dos autos, não é
menos certo que não fica subordinado a nenhum critério apriorístico no apurar,
através delas, a verdade material. O Juiz Criminal é, assim, restituído à própria
consciência”.
Diante dessas considerações, penso que devemos garantir importância
ao exame toxicológico definitivo não em razão de sua aparente preferência
legal, mas sim de sua aptidão, em muitos casos exclusiva, de comprovar a
materialidade do crime de tráfico de drogas, assinanlado, com segurança, a
quantidade e a natureza da substância coletada. O desvalor imputado ao laudo
de constatação, desse modo, deriva de sua natureza precária, decorrente da
forma como é confeccionado, o que pode conduzir, em algumas situações, a
resultados equivocados.
Entretanto, na espécie, como vimos linhas antes, o laudo de constatação
mostrou-se suficiente a atestar de modo conclusivo e seguro a materialidade do
crime, tanto que sua validade e regularidade não foram questionadas pela defesa
durante a instrução criminal ou em tema de memoriais.
Ora, se o referido laudo demonstra, estreme de dúvidas, que as substâncias
capturadas em poder do paciente enquadravam-se no rol fornecido pelo
Ministério da Saúde, seria necessária nova perícia, no curso da instrução
criminal, com o objetivo único de confirmar o primeiro laudo?
Já disse, mais de uma vez, representarem as formas processuais apenas
instrumentos para a correta aplicação do direito. Nesses termos, a desobediência
às formas estabelecidas pelo legislador, somente conduzirá à declaração de
nulidade do ato quando a finalidade buscada pela norma for comprometida
pelo vício. É dizer, apenas a atipicidade relevante, capaz de produzir dano
evidente ao direito da parte, autoriza o reconhecimento da invalidade. Assim,
como já concludente a primeira perícia a respeito da materialidade da infração
em desfile, com fundamentação e descrição científica da substância, estimo
desarrazoado declarar a nulidade da condenação, desqualificando os exames
técnicos regularmente produzidos e as demais provas coletadas durante a
instrução criminal, porquanto efetivamente cumpridos os objetivos da Lei n.
11.343/2006.
Diante dessa moldura, peço licença à Ministra Maria Thereza de Assis
Moura para valer-me das seguintes passagens de seu pronunciamento no
julgamento do já mencionado Habeas Corpus n. 137.535-RJ:
(...)
Inicialmente, cumpre registrar-se, de acordo com o que se observa
dos autos, que pouco se tem a dizer a respeito da autoria e materialidade
do crime em vertente, comprovados que foram à saciedade no conjunto
probatório coligido, mormente pela confissão da Apelante e pelo trabalho
de investigação encetado pela Polícia Federal, especialmente com as
degravações da interceptação telefônica realizada.
A recorrida, quando de seu interrogatório (fls. 55-7), confessou a prática
delitiva, revelando, de forma minudente, seu atuar no oferecimento da
droga a dois indivíduos de nomes “Binho”, estando este preso, e Carlos,
fato corroborado pelos testemunhos harmoniosos e complementares das
testemunhas da denúncia, todas policiais federais que participaram da
investigação envidada, as quais foram peremptórias em afirmar que a
608
Jurisprudência da QUINTA TURMA
610
Jurisprudência da QUINTA TURMA
logo, não havendo que se discutir quanto ao ajuste prévio entre ambos
para a prática do delito em questão.
Registre-se, ainda, de forma a fomentar tal conclusão, o fato da ré ter
tido um relacionamento amoroso com referida pessoa, sabendo, inclusive,
da prática de suas condutas ilícitas.
Merece destaque, ainda, o fato de que, se não estivesse a recorrida
associada a referido indivíduo, com o cunho da prática do tráfico de
entorpecentes, este não possibilitaria que a mesma efetuasse a venda de
vultosa quantidade de droga, cujo valor é de grande monta, acrescentado-
se o fato, consoante o conteúdo das degravações proveniente da
interceptação telefônica realizada, da insistência desta para que o
interlocutor da conversa comprasse a droga oferecida, afirmando que “se
precisar de alguma coisa pode falar comigo que eu resolvo”.
Destarte, restou enunciado, de forma inconteste, o liame subjetivo
entre a recorrida e o referido “Zé da Oficina”, no sentido de empreenderem
esforços, em conjunto, com fito de lograr sucesso na empreitada criminosa
de tráfico de entorpecente, configurando, assim, o dolo específico do tipo
penal de associação para o tráfico de drogas.
A par de tais considerações, o que se tem, por falta de sorte da recorrida,
é que a hipótese é de acolher-se o pleito ministerial para, reformando-se a
decisão monocrática vergastada, condená-la, como incursa nas sanções do
art. 12, caput, e art. 14, ambos da Lei n. 63.68/1976, em cúmulo material,
ocasião em que, para a dosimetria da sanção básica
612
Jurisprudência da QUINTA TURMA
Registre-se que esta Corte Superior de Justiça já decidiu ser possível a condenação
pelo crime de tráfico de drogas mesmo sem a apreensão de entorpecentes e,
consequentemente, sem haver laudo toxicológico, desde que outras provas embasem
a condenação, como in casu. Veja-se:
614
Jurisprudência da QUINTA TURMA
[...]
II. Na hipótese, a condenação transitou em julgado e a defesa não se insurgiu
quanto à eventual ofensa aos dispositivos da legislação federal na dosimetria da
pena em recurso especial, questões que também demandariam o revolvimento
do contexto fático-probatório, preferindo a utilização do writ, em substituição aos
recursos ordinariamente previstos no ordenamento jurídico.
III. A defesa poderá, eventualmente, ajuizar revisão criminal perante o Tribunal
de origem, mesmo passados mais de onze anos desde o trânsito em julgado da
condenação.
IV. O Pleno do STF, por maioria, deferiu o pedido formulado no Habeas Corpus
n. 82.959-SP e declarou, incidenter tantum, a inconstitucionalidade do § 1º do
artigo 2º da Lei n. 8.072/1990, que trata da obrigatoriedade do cumprimento
de pena em regime integralmente fechado para os condenados pela prática de
crime hediondo.
V. Deve ser afastado o óbice do art. 2º, § 1º, da Lei n. 8.072/1990 e reconhecido
o direito do paciente ao pleito do benefício da progressão de regime prisional,
cabendo ao Juízo competente a verificação da presença dos requisitos objetivos e
subjetivos exigidos por lei.
VI. Ordem não conhecida. HC concedido de ofício, nos termos do voto do
Relator. (HC n. 172.751-RS, Relator o Ministro Gilson Dipp, DJe de 31.8.2011.)
EMENTA
616
Jurisprudência da QUINTA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 3.2.2014
RELATÓRIO
618
Jurisprudência da QUINTA TURMA
VOTO
620
Jurisprudência da QUINTA TURMA
Talvez a questão mais importante, neste caso, não seja a questão de fundo,
mas, sim, a controvérsia em torno da admissibilidade e pertinência do remédio
constitucional do “habeas corpus”, que não pode ser comprometido, em sua
eficácia e utilização, por razões, ainda que compreensíveis, de índole pragmática.
Tenho para mim que a decisão emanada do E. Superior Tribunal de Justiça, da
lavra do eminente Ministro Gilson Dipp, mostra-se extremamente restritiva quanto
à utilização do “habeas corpus”, culminando por frustrar a aplicabilidade e a eficácia
de um dos remédios constitucionais mais caros à preservação do regime de tutela
e amparo à liberdade de locomoção física das pessoas.
O E. Superior Tribunal de Justiça, no acórdão objeto desta impetração, não
conheceu da ação de “habeas corpus” lá ajuizada, por haver entendido tratar-se de
“utilização inadequada da garantia constitucional, em substituição aos recursos
ordinariamente previstos nas leis processuais”.
Ao assim decidir, o E. Superior Tribunal de Justiça salientou, com apoio em
fundamentação de que divirjo, que se vem registrando, no âmbito dos Tribunais,
“uma irrefletida banalização e vulgarização do ‘habeas-corpus’”.
Preocupa-me, Senhor Presidente, abordagem tão limitativa das virtualidades
jurídicas de que se acha impregnado o remédio constitucional do “habeas corpus”
[...].
[...].
Desse modo, cabe insistir na asserção de que o “habeas corpus”, em sua condição
de instrumento de ativação da jurisdição constitucional das liberdades, configura
poderoso meio de cessação do injusto constrangimento que afeta o direito de
locomoção física das pessoas [...].
[..].
Delineado, assim, esse itinerário que o “habeas corpus” percorreu em nosso
sistema de direito positivo, e consolidada, hoje, a função clássica que lhe é
inerente - não obstante as vicissitudes impostas a esse importantíssimo remédio
constitucional, tão temido por regimes autocráticos, como o atesta o art.
10 do AI n. 5/68 -, causa-me preocupação essa nova diretriz que vem de ser
adotada pela colenda Quinta Turma do E. Superior Tribunal de Justiça e que,
caso eventualmente prevaleça, implicará gravíssima restrição a um fundamental
instrumento de proteção jurisdicional da liberdade em nosso País.
Torna-se fácil concluir, do que venho de expor, que o E. STJ restringiu,
excessivamente, o alcance do remédio constitucional do “habeas corpus”, impondo-
lhe condicionamentos que a jurisprudência desta Corte Suprema considera
inadmissíveis. (grifos originais).
Concluo, assim, que não pode haver óbice ao cabimento do habeas corpus –
Garantia Fundamental prevista no art. 5º, inciso LXVIII, da Carta Maior – que
não advenha da interpretação da Constituição da República. Fundamentações com
base em regras infraconstitucionais para justificar limitação ao manejo do remédio
heróico, como na hipótese de recurso ordinário substitutivo de recurso especial, não
podem e não devem ser admitidas.
Não obstante meu posicionamento pessoal, em alinhamento com o
do Supremo Tribunal Federal, fiquei vencida ao conhecer de habeas corpus
substitutivos de recursos ordinários, no julgamento, pela Quinta Turma deste
Superior Tribunal, dos HHCC n. 266.835-SP e n. 274.618-SP, em 21.11.2013.
Por tal razão, passarei a decidir de acordo com o entendimento majoritário
deste Colegiado para – frise-se, com ressalva do meu entendimento –, não
conhecer de writ substitutivo de recurso especial, até que tal orientação, venha,
eventualmente, a ser modificada. Isso, contudo, sem prejuízo de deferir-se
ordem de ofício, em caso de flagrante ilegalidade – que não ocorre na espécie.
Alega-se, na longa petição inicial, de 19 laudas, em suma, que (a) “não há
fato descrito na denúncia que, em tese, possa ser capitulado como ilícito penal”
(fl. 18), pois o Paciente não acreditava que poderia influenciar a atuação de
qualquer Procurador do Cade, tendo havido, em verdade, valoração errada da
prova que ensejou sua condenação; e (b) que o trânsito em julgado da decisão
ocorrera em razão de equívoco na publicação, o que impediu a ciência da defesa.
Quanto ao primeiro fundamento da impetração, é de se reproduzir o
trecho do voto condutor do acórdão ora impugnado acerca da condenação do
Paciente pelo delito do art. 332 do Código Penal (fl. 1.041):
622
Jurisprudência da QUINTA TURMA
em ato de funcionário público [...]” (grifei). “Não é preciso que haja um funcionário
determinado”, subsistindo o crime “ainda quando o funcionário indicado não
existe ou se aponte nome imaginário”. Além disso, irrelevante é o fato de ter,
ou não, o agente o prestígio que apregoa, junto ao funcionário, “uma vez que a
incriminação reside na fraude”, na promessa – falsa ou verdadeira – da atitude que
irá tomar frente à Administração (Código Penal Anotado, Saraiva, 17ª ed., p. 1.022).
A prova dos autos é abundante, no sentido de que, por diversas vezes, Giovanni
entrou em contato com Rodrigo, para solicitar a vantagem econômica, a pretexto de
influir, junto ao Cade, e providenciar a emissão de parecer favorável aos interesses de
sua empresa.
Além disso, é extreme de dúvidas que Rodrigo acreditou no poder de influência
de Giovanni, junto ao Cade, tanto é que, após contato telefônico entre ambos,
Rodrigo procurou o Ministério Público Federal, para fazer uma representação
criminal contra o referido acusado. Nem poderia ser de outra forma, porque as
circunstâncias em que Rodrigo foi abordado por Giovanni, notadamente diante
da menção feita por este, ao cartão que Rodrigo deixara com a secretária de Sidio,
não permitiriam que qualquer pessoa de atenção ordinária deixasse de confiar
na veracidade dos argumentos utilizados pelo agente, com o escopo de obter a
vantagem indevida, em troca de manifestação favorável, sob pena de retardar
o desfecho da pendência administrativa, ou de influir, para dar a ela solução
contrária aos interesses da vítima. (grifei)
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem
ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário
público no exercício da função:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
624
Jurisprudência da QUINTA TURMA
Agregado a este fato, outro terrível drama esta enfrentando o Paciente porque
o fustigado processo esta equivocadamente na fase de instrução, tendo sido
considerada como válida uma publicação de uma decisão que saiu eivada de erro,
mas que as ponderações feitas no processo, feitas em face do Juiz de base, não
foram levadas em consideração.
EMENTA
626
Jurisprudência da QUINTA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 16.10.2013
RELATÓRIO
O Sr. Ministro Jorge Mussi: Trata-se de habeas corpus com pedido liminar
impetrado em favor de Celso dos Santos Trindade, apontando como autoridade
coatora Desembargador componente do Tribunal de Justiça do Estado de Santa
Catarina, nos autos da Apelação n. 2009.066568-3, interposta pela defesa.
Noticiam os autos que o paciente foi condenado à pena de 7 (sete) anos e 6
(seis) meses de reclusão, a ser cumprida em regime inicial fechado, bem como ao
pagamento de 580 (quinhentos e oitenta) dias-multa, como incurso nas sanções
do artigo 33, caput, da Lei n. 11.343/2006.
Irresignada, a defesa interpôs recurso de apelação para o Tribunal de Justiça
do Estado de Santa Catarina, tendo o Desembargador Relator, em decisão
monocrática, declarado a nulidade da ação penal a partir édito repressivo, em
razão da juntada de laudo pericial definitivo apenas após a prolação da sentença.
Proferida nova decisão, o paciente restou condenado à pena de 7 (sete)
anos, 8 (oito) meses e 5 (cinco) dias de reclusão, a ser cumprida em regime
inicial fechado, bem como ao pagamento de 780 (setecentos e oitenta) dias-
multa, como incurso nas sanções do artigo 33, caput, da Lei n. 11.343/2006.
Sustenta a impetrante a ocorrência de constrangimento ilegal sob o
argumento de que a Corte de origem deveria ter absolvido o paciente, porquanto
reconhecida a ausência da materialidade delitiva ante a imprestabilidade do
laudo pericial, e não apenas anulado o feito a partir da sentença.
Informa que a segunda sentença proferida fixou pena superior àquela
prolatada anteriormente, o que também configuraria constrangimento ilegal.
Alega que, como o reconhecimento da nulidade a partir da sentença
favoreceria a acusação, seria necessária, dessa forma, a sua arguição em recurso
do Ministério Público, conforme disposto no Enunciado n. 160 da Súmula do
Supremo Tribunal Federal, o que não teria ocorrido na espécie, haja vista que
houve interposição apenas de apelação pela defesa.
628
Jurisprudência da QUINTA TURMA
VOTO
O Sr. Ministro Jorge Mussi (Relator): Conforme relatado, com este habeas
corpus pretende-se, em síntese, a anulação da decisão que reconheceu a falta de
comprovação da materialidade delitiva do crime de tráfico de entorpecentes.
Cumpre analisar, preliminarmente, a adequação da via eleita para a
manifestação da irresignação contra o acórdão proferido pelo Tribunal a quo.
Nos termos do artigo 105, inciso I, alínea c, da Constituição Federal, este
Superior Tribunal de Justiça é competente para processar e julgar, de forma
originária, os habeas corpus impetrados contra ato de Tribunal sujeito à sua
jurisdição e de Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou
da Aeronáutica; ou quando for coator ou paciente as autoridades elencadas na
alínea a do mesmo dispositivo constitucional, hipóteses não ocorrentes na espécie.
Por outro lado, prevê a alínea a do inciso II do artigo 105 que o Superior
Tribunal de Justiça é competente para julgar, mediante recurso ordinário, os
habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais
Federais o pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
quando a decisão for denegatória.
De se destacar que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal,
no julgamento do HC n. 109.956-PR, buscando dar efetividade às normas
previstas no artigo 102, inciso II, alínea a, da Constituição Federal, e dos artigos
30 a 32 da Lei n. 8.038/1990, passou a não mais admitir o manejo do habeas
corpus originário perante aquela Corte em substituição ao recurso ordinário
cabível, entendimento que passou ser adotado por este Superior Tribunal de
Justiça, a fim de que fosse restabelecida a organicidade da prestação jurisdicional
que envolve a tutela do direito de locomoção.
Assim, insurgindo-se a impetração contra acórdão do Tribunal de origem
que denegou a ordem pleiteada no prévio writ, mostra-se incabível o manejo
Art. 617. O Tribunal, Câmara ou Turma atenderá nas suas decisões ao disposto
nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a
pena, quando somente o réu houver apelado da sentença.
Desse modo, ainda que haja nulidade absoluta no processo, esta não poderá
ser reconhecida se apenas a defesa houver recorrido, salvo se em seu benefício.
A propósito, confira-se o Enunciado n. 160 da Súmula do Supremo
Tribunal Federal:
É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não argüida no
recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício.
630
Jurisprudência da QUINTA TURMA
que havia, em decisão anteriormente proferida, rejeitado a denúncia, sem que tal
matéria tenha sido veiculada nas razões do recurso manejado pelo querelante.
Recurso especial provido.
(REsp n. 941.910-RS, Rel. Ministro Felix Fischer, Quinta Turma, julgado em
18.12.2007, DJe 12.5.2008).
632
Jurisprudência da QUINTA TURMA
EMENTA
ACÓRDÃO
634
Jurisprudência da QUINTA TURMA
DJe 3.2.2014
RELATÓRIO
VOTO
636
Jurisprudência da QUINTA TURMA
638
Jurisprudência da QUINTA TURMA
640
Jurisprudência da QUINTA TURMA
EMENTA
642
Jurisprudência da QUINTA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 4.11.2013
RELATÓRIO
VOTO VENCIDO
644
Jurisprudência da QUINTA TURMA
[...]
Não é demais lembrar que o legislador tampouco atrelou a natureza dos
regimes carcerários às penas mínimas, pois neste cuida-se de observar a
quantidade da reprimenda e, naqueles, a reeducação do agente e a defesa do
ente social, de modo que inexiste incompatibilidade quanto a fixação do regime
mais gravoso e a carcerária no piso, conforme já decidiu o Pretório Excelso (STF,
HC n. 75.508-9-SP, Rel. Min. Maurício Corrêa, D.J.U. 7.11.1997, p. 57.235/6 e HC n.
76.191-1-SP, Rel. Min. Moreira Alves, D.J.U. 3.4.1998, p. 05, dentre outros julgados).
(Fls. 30-31, sem grifos no original)
Por isso, com base em tais súmulas, foram proferidos os seguintes julgados
pela Suprema Corte, v.g.:
646
Jurisprudência da QUINTA TURMA
648
Jurisprudência da QUINTA TURMA
[...].
É preciso que o sentido do direito federal tenha estabilidade e que os
precedentes sejam criados e revogados apenas quando necessário em face da
evolução da concepção geral do direito e da própria realidade social. Com isso
a vida dos processos não ultrapassará, em regra, o segundo grau de jurisdição,
priorizando-se a tempestividade da tutela jurisdicional, a economia de gastos
financeiros e a racionalidade do serviço dos Tribunais e do próprio STJ, além de – e
isto é mais importante – a coerência da ordem jurídica, a segurança e a igualdade
perante o direito. [...]. (http://www.conjur.com.br/2012-abr-10/primeiro-grau-
efeitividade-stj-cumpra-papel – acessado em 12 de abril de 2012; grifei.)
VOTO VENCEDOR
650
Jurisprudência da QUINTA TURMA
tenha por baliza a pena-base fixada, e sim, que o Magistrado deva fundamentar
seu decisum apoiado nas circunstâncias elencadas no art. 59, do mesmo Codex.
Igualmente, as Súmulas n. 718 e n. 719, do Supremo Tribunal Federal
e a Súmula n. 440, deste Sodalício, refutam a imposição de regime mais
gravoso, quando lastreada, apenas, na gravidade abstrata do delito ou através de
motivação inidônea.
In casu, as instâncias ordinárias se apoiaram nos fatos concretos, ante as
peculiaridades das circunstâncias que cercaram a prática da ação delituosa,
sopesando a grave ameaça empregada e a impossibilidade de reação da vítima,
em face do concurso de agentes e do emprego de arma de fogo, quando da
estipulação do regime inicial fechado, que no meu entendimento é o mais
adequado, consignando o seguinte:
652
Jurisprudência da QUINTA TURMA
torna obrigatória a fixação de regime menos severo, desde que, por meio de
elementos extraídos da conduta delitiva, seja demonstrada a gravidade concreta
do crime, de forma a autorizar a imposição de regime mais rigoroso do que
aquele permitido pelo quantum da reprimenda.
4. Agravo regimental improvido.
(AgRg no AREsp n. 169.855-SP, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma,
julgado em 16.5.2013, DJe 29.5.2013).
EMENTA
654
Jurisprudência da QUINTA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 5.2.2014
RELATÓRIO
O Sr. Ministro Jorge Mussi: Trata-se de habeas corpus com pedido liminar
impetrado por Américo José dos Reis, em benefício próprio, apontando como
autoridade coatora o Pleno do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo,
que recebeu parcialmente a Queixa-Crime n. 100110003033.
Noticiam os autos que o paciente foi acusado de praticar os delitos
tipificados nos artigos 138 e 140, combinados com os artigos 69 e 141, II e III,
todos do Código Penal, tendo a queixa-crime contra ele ofertada sido recebida
apenas quanto ao crime de injúria.
Sustenta o impetrante-paciente que seria alvo de constrangimento ilegal,
pois sua conduta seria atípica, já que teria agido com culpa, inexistindo crime
contra a honra em tal modalidade.
Esclarece que, equivocadamente, teria adicionado o teor de uma conversa
reservada em um e-mail encaminhado aos membros do grupo “mpmembros” –
endereço eletrônico institucional do Ministério Público do Estado do Espírito
Santo.
Defende que sua conduta seria atípica, tendo em vista a ausência do dolo
específico do tipo, ou seja, a vontade direta de ofender.
VOTO
O Sr. Ministro Jorge Mussi (Relator): Conforme relatado, com este habeas
corpus pretende-se, em síntese, o trancamento da ação penal instaurada contra o
paciente.
Segundo consta dos autos, o paciente, Promotor de Justiça, em conversa
travada via e-mail com outro membro do Ministério Público do Estado do
Espírito Santo, teria feito as seguintes afirmações:
Marcelo, esse “filho da puta” não é meu amigo, ao contrário, já chamei ele pra
porrada no passado, fato que foi apaziguado pelo Dr. Sérgio Dpario.
Poderiamos fazer alguma coisa, tipo um abaixo-assinado em relação a sua
pessoa como homem e promotor.
Encaminharíamos para o CNMP.
656
Jurisprudência da QUINTA TURMA
658
Jurisprudência da QUINTA TURMA
por parte dos querelados, é matéria que será abordada em sede de cogniçào
exauriente. O certo é que, no presente momento processual, estão presentes os
requisitos estabelecidos pelo mencionado art. 41 do Código de Processo Penal.
8 - Como se sabe, os delitos que podem ser abrangidos pela retratação são a
difamação e a calúnia, pois atingem a honra objetiva da vítima, ou seja, a forma
como ela é vista e valorada por seus pares. Por isso, referindo-se ao aspecto
externo da honra, podem ser afastados pelo desmentido.
9 - Assim, uma vez que o Querelado Américo, utilizando-se do mesmo meio de
comunicação, portanto, com a mesma abrangência, oferece pedido de desculpas
em que admite que os fatos ofensivos são fruto de sua imaginação e que neles
não há verdade, há de ser considerar eficaz a retratação, estando excluída a
punibilidade do crime de calúnia.
10 - Desta forma, afastadas as preliminares e excluído o crime de calúnia, deve
ser parcialmente recebida a queixa-crime, sendo o Querelado Américo José dos
Reis processado pela suposta praticado crime de injúria, tipificado no art. 140. do
CP, e o Querelado Marcelo Barbosa de Castro Zenkner processado pela suposta
prática do crime de difamação, capitulado no art. 139, do CP. Ressaltando, ainda,
que ambos os crimes são agravados pelas circunstâncias descritas no art. 141,
incisos II e III, ou seja, por terem sido cometidos contra funcionário público no
exercício da função e por meio que facilitou a divulgação das ofensas.
11 - Queixa crime parcialmente recebida. (e-STJ fls. 589-591).
No caso dos autos, verifica-se que em uma conversa particular travada via
e-mail com outro membro do Ministério Público, o paciente teria proferido ofensas
contra o Procurador de Justiça Antônio Carlos Amancio Pereira (e-STJ fl. 44).
O referido diálogo só veio a público em razão de um descuido do paciente,
que, ao invés de responder unicamente ao remetente, encaminhou as mensagens
acidentalmente para todos os membros do Ministério Público do Estado do
Espírito Santo (e-STJ fls. 46-47).
Tal peculiaridade, por si só, já demonstra que o paciente não tinha a
intenção de macular a honra do querelante, já que em momento algum objetivou
que este tomasse conhecimento do conteúdo da conversa particular mantida
com seu colega, a qual, como destacado anteriormente, só foi divulgada por um
descuido.
Ademais, não se pode afirmar que no âmbito restrito dos e-mails trocados
entre o paciente e o outro querelado teria havido o dolo de ofender a honra
de quem quer que seja, pois o conteúdo das mensagens entre eles trocada
revela, nitidamente, que estariam desabafando um com o outro, sem a intenção
específica de denegrir o suposto ofendido.
Aliás, como bem destacado pelo impetrante-paciente, já existia certa
animosidade entre este e o querelante, de modo que não se poderia considerar
que os seus dizeres tenham atingido a dignidade ou o decoro da vítima,
prejudicando o conceito que teria de si própria, o que reforça a atipicidade da
conduta descrita na inicial.
660
Jurisprudência da QUINTA TURMA
EMENTA
662
Jurisprudência da QUINTA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 4.12.2013
RELATÓRIO
Depreende-se dos autos que o paciente foi representado pela prática de ato
infracional análogo ao crime descrito no art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006.
Após regular instrução processual, foi aplicada ao adolescente a medida
socioeducativa de internação por prazo indeterminado.
Contra essa decisão insurgiu-se a defesa.
No entanto, a Câmara Especial, em sessão de julgamento realizada aos 5
de agosto de 2013, denegou a ordem de habeas corpus.
No Superior Tribunal de Justiça, sustenta a defesa não ter ficado
comprovada nos autos a materialidade do ato infracional, pois inexiste no laudo
toxicológico assinatura do Perito Criminal Relator, “não se tratando, portanto,
de documento hábil a atestar a materialidade da conduta” (fl. 6).
Assinala, outrossim, ilegalidade na aplicação da medida socioeducativa
de internação. Afirma que a “lei é clara e taxativa, podendo o adolescente ser
internado com base no inciso II, artigo 122 do ECA, somente quando houver
reiteração de prática de condutas graves, o que não ocorreu no presente caso” (fl.
16).
Diante dessas considerações, pede, em tema liminar, possa o paciente
aguardar em liberdade o julgamento definitivo do presente habeas corpus.
No mérito, busca “seja reconhecida a falta de materialidade dos fatos, com
a consequente absolvição do jovem, ou a ilegalidade da internação, para que esta
seja substituída por medida socioeducativa diversa” (fl. 20).
O pedido liminar foi indeferido (fls. 152-153).
Prestadas as informações (fls. 169-299), foram os autos com vista ao
Ministério Público Federal, que opinou pelo não conhecimento do writ (fls.
303-308).
É o relatório.
VOTO
664
Jurisprudência da QUINTA TURMA
666
Jurisprudência da QUINTA TURMA
668
Jurisprudência da QUINTA TURMA
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 19.12.2013
RELATÓRIO
670
Jurisprudência da QUINTA TURMA
VOTO
[...]
Quanto à incompetência do Juízo da 2ª Vara da Infância e Juventude, tal
assunto já foi decidido no bojo do HC n. 0002382-45.2012.8.01.0000, mais
especificamente através do Acórdão n. 14.119, que abaixo transcrevo:
[...]
Nesse sentido já decidiu recentemente o STJ:
[...]
Agravo regimental em habeas corpus. Discussão de lei em tese.
Indeferimento liminar. Ofensa ao princípio da colegialidade. Incompetência
de Juízo da Infância e Juventude. Inexistência. Atribuição que encontra
amparo legal. Recurso a que se nega provimento.
1. O cabimento de agravo regimental contra decisão proferida
singularmente pelo relator, por si só, afasta a alegada violação ao princípio
da colegialidade.
2. A ampliação da competência das Varas da Infância e da Juventude
para abranger, entre outros delitos, aqueles praticados contra crianças e
adolescentes, está amparada na competência dos Tribunais de Justiça,
conforme previsão constitucional.
3. Lei de Organização Judiciária local que, em sintonia com as normas dos
arts. 96, inciso II, alínea d e 125, caput, § 1º, todos da Constituição Federal,
outorga a órgão do Tribunal de Justiça poder para atribuir a competência
para processar e julgar crimes praticados contra crianças e adolescentes ao
Juizado da Infância e Juventude.
4. Agravo regimental a que se nega provimento.
[...]
Ou seja, a matéria guerreada nesse ponto já está pacificada, não havendo
necessidade de nova dirimição ou repetição decisória (Fls. 143-147).
Habeas corpus. Crime de violência sexual praticado por adultos contra crianças.
Anulação da ação penal. Competência de Juízo da Infância e Juventude. Amparo
legal e constitucional. Inexistência.
672
Jurisprudência da QUINTA TURMA
Ordem concedida.
I - Hipótese que a lei estadual ampliou o rol de competência do Juizado da
Infância e da Juventude, previsto, numerus clausus, no art. 148 do ECA, para incluir
o processamento e julgamento de feitos criminais praticados por réu maior de
idade contra vítimas crianças ou adolescentes.
II - Ainda que o Tribunal possa criar Vara da Infância e da Juventude, como
prevê o art. 145 do ECA, não pode lhe atribuir competência fora das hipóteses
definidas na referida legislação.
III - Ordem concedida para que sejam reformados as decisões ordinárias,
anulando-se os processo-crimes originários desde o recebimento da denúncia, e
como consequência, que seja determinado o encaminhamento dos autos a um
dos juízos criminas competentes. (HC n. 216.112-RS, Rel. Ministro Gilson Dipp,
Quinta Turma, julgado em 28.8.2012, DJe 5.9.2012)
674
Jurisprudência da QUINTA TURMA
676
Sexta Turma
HABEAS CORPUS N. 135.546-RJ (2009/0085516-5)
EMENTA
ACÓRDÃO
680
Jurisprudência da SEXTA TURMA
DJe 13.2.2014
RELATÓRIO
penal: processo extradicional. Negativa do pleito quanto aos fatos objeto da ação
penal que se pretende trancar. Pedido de extensão à extradição anterior, pendente
de análise. Fato que demonstra a viabilidade em tese da ação penal. Possibilidade,
outrossim, de prosseguimento da ação independentemente do resultado do pleito
extradicional. Pela denegação do writ (fls. 620).
VOTO
682
Jurisprudência da SEXTA TURMA
A propósito, confira-se:
684
Jurisprudência da SEXTA TURMA
por requerimento do MPF (fls. 547-550), uma vez que, embora houvesse sido negado
o pleito extradicional perante às autoridades monegascas, relativamente aos fatos
objeto de apuração nos autos originários, há a possibilidade de que o pedido de
extradição referente ao Processo n. 2000.51.01.509046-0, em trâmite perante a 6ª
Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro-RJ, seja extendido à ação penal objeto de
trancamento, conforme manifestado pelo i. Secretário Nacional de Justiça no ofício
de fls. 545-546.
23. Acerca da possibilidade jurídica de extradição supletiva, sem que isso
implique em violação ao princípio da especialidade, veja-se recente acórdão do
Eg. Supremo Tribunal Federal, noticiado no Informativo n. 523, verbis:
686
Jurisprudência da SEXTA TURMA
[...].
27. Como se vê, a presente impetração não articulou fundamentos novos
com aptidão para desconstituir os motivos que levaram esta Eg. Corte a denegar
a ordem de habeas corpus anteriormente pleiteada, firmando a lisura e higidez
do decreto preventivo de Salvatore Alberto Cacciola, ordenado pelo Juízo
da 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro-RJ, nos autos da Ação Penal n.
2004.51.01.502203-4.
28. Além disso, a viabilidade jurídica de prosseguimento da ação penal
supramencionada, corroborada pelos argumentos deduzidos pelo MPF
e transcritos supra, retira a plausibilidade da alegação da falta de interesse,
levantada no presente habeas corpus, cuja celeridade do rito, aliás, veda
indagações de alta complexidade quando se trata do trancamento de ação
penal por falta de justa causa, hipótese restrita, como se sabe, à existência de
atipicidade manifesta ou causas extintivas de punibilidade, o que não é o cado
dos autos (fls. 626-628).
688
Jurisprudência da SEXTA TURMA
Com efeito, ainda que o acusado Salvatore Alberto Cacciola não possa
mesmo vir a ser processado perante esse douto Juízo, em decorrência do não
cumprimento em seu processo extradicional monegasco dos requisitos da
dupla tipicidade e da especialidade, este processo deverá ficar sobrestado até o
momento em que possa prosseguir aos seus ulteriores termos, evidentemente
respeitando-se eventual ocorrência do lapso prescricional no caso.
Isso porque, caso o acusado venha a ter seus mandados de prisão revogados,
saia momentaneamente do Brasil (mesmo que para simples férias), e depois retorne
ao país, a sua sujeição à Justiça brasileira, em razão de novo reingresso, tornar-
se-á voluntária, não podendo ele invocar mais a seu favor o que decidido no rito
extradicional monegasco. Se o extraditado deixar o país recebedor e depois a ele
retornar por sua própria vontade, rompe-se logicamente o manto protetor inicial da
especialidade extradicional.
Do mesmo modo, imagine-se que o acusado Salvatore Alberto Cacciola venha a
ser solto judicialmente e igualmente decida deixar o Brasil, mas desta vez para não
mais voltar. Neste caso, poderá ser formulado novo pedido de extradição ao terceiro
país (que não Mônaco), sendo plenamente possível que se logre assim sua extradição
por ambos os fatos objeto desta ação penal, caso presente então a dupla tipicidade.
Note-se que nas duas hipóteses acima (talvez pouco prováveis mas não
impossíveis) não se terá nem extradição supletiva (complementar), nem reextradição,
nem quebra da regra da especialidade (válida aqui apenas entre Brasil e Mônaco).
Em outras palavras, as normas de direito internacional extradicional terão sido
respeitadas no que toca à extradição que foi deferida de Mônaco para o Brasil (fls.
789-790).
690
Jurisprudência da SEXTA TURMA
EMENTA
692
Jurisprudência da SEXTA TURMA
694
Jurisprudência da SEXTA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 5.12.2013
RELATÓRIO
Processual Penal. Habeas corpus. Prisão preventiva (CP, arts. 288, 299 e 334 c.c. Lei
n 7.492/1986 art. 22). Fundamentos múltiplos. Higidez da segregação cautelar.
1 A prisão preventiva fincada em múltiplos elementos cognitivos não resta
infirmada ante à superveniência de decisão judicial que ausente trânsito em julgado,
declara a nulidade de apenas um desses elementos de convicção - interceptação
telefônica.
2 A fuga dos pacientes no curso da ação penal é fato suficiente a decretação
de sua prisão preventiva, máxime quando analisado em cotejo com as equações
fático-jurídicas demonstradas na sentença condenatória, que apontam a prática de
condutas delitivas a modo habitual pelos mesmos. (fl. 174).
696
Jurisprudência da SEXTA TURMA
698
Jurisprudência da SEXTA TURMA
VOTO
700
Jurisprudência da SEXTA TURMA
Essa decisão, por sua vez, foi objeto de impetração no Supremo Tribunal
Federal, que concedeu a ordem, nos termos da seguinte ementa:
702
Jurisprudência da SEXTA TURMA
IV. Delineado esse cenário, cumpre recordar que esta ação mandamental é
fundada, primordialmente, na pretendida extensão dos efeitos da ordem concedida,
por esta Sexta Turma, nos autos do HC n. 76.686-PR, da relatoria do Ministro
Nilson Naves (acompanhado pelos ministros Paulo Gallotti, Maria Thereza de
Assis Moura e Jane Silva, desembargadora convocada), “a fim de se reputar ilícita
a prova resultante de tantos e tantos e tantos dias de interceptação das comunicações
telefônicas, devendo os autos retornar às mãos do Juiz originário para determinações
de direito.”
A defesa apoia-se nesse argumento, quase exclusivo, para dizer que todo o
arcabouço probatório, inclusive o que serviu para a decretação e a manutenção
das prisões cautelares dos pacientes na ação penal originária deste habeas corpus,
é ilícito.
Em resposta às alegações da defesa dos pacientes, o Tribunal a quo utilizou-
se de três fundamentos: i) a ausência de trânsito em julgado da decisão no HC n.
76.686-PR, vislumbrando-se eventual reforma em seu teor; ii) existência de
elementos cognitivos distintos daqueles colhidos nos autos do Procedimento
Criminal Diverso n. 2004.70.00.019299-2 e idôneos para a manutenção da
segregação cautelar e iii) a fuga dos pacientes, tomada como fato suficiente para a
decretação da prisão preventiva.
Acerca da suposta ilicitude dos elementos colhidos nos autos da Ação
Penal n. 2006.70.00.012299-7, originária deste habeas corpus, por derivação
da ilicitude das provas do Procedimento n. 2004.70.00.019299-2, a Corte
a quo ainda destacou que “os fundamentos adotados à segregação cautelar
dos pacientes também se fincam em elementos cognitivos diversos daqueles
colhidos nos autos do Procedimento Criminal Diverso n. 2004.70.00.019299-2,
cuja higidez mantém-se na atualidade.” (fl. 172).
Dois pontos devem ser destacados.
704
Jurisprudência da SEXTA TURMA
Ilustrativamente:
706
Jurisprudência da SEXTA TURMA
das interceptações telefônicas. Na verdade, sobre tal ponto nem sequer se manifestou
o Tribunal a quo, aliás, nem era o caso, porquanto não fora provocado para tanto.
2. Em relação às interceptações telefônicas, o prazo de 15 (quinze) dias, previsto
na Lei n. 9.296/1996, é contado a partir da efetivação da medida constritiva, ou seja,
do dia em que se iniciou a escuta telefônica e não da data da decisão judicial (HC n.
135.771-PE, Ministro Og Fernandes, DJe 24.8.2011).
3. No caso, o termo inicial efetivo da medida constritiva é 29.9.2009, e os dias 7, 8 e
9.10.2009, incluídos na contagem do lapso de 15 dias, estão no prazo legal.
4. A decisão que determinou a quebra do sigilo telefônico bem como as que se
sucederam encontram-se devidamente fundamentadas e legalmente amparadas.
Não há que se cogitar de constrangimento ilegal apto a nulificar a ação penal
ajuizada contra o paciente.
5. Na hipótese, a Juíza, de maneira justificada, autorizou a quebra do sigilo,
ressaltando a imprescindibilidade da medida, e, sucessivamente, renovou a
medida extrema, com base, por exemplo, no fato de a conduta dos investigados
se situar na macrocriminalidade, na circunstância de a organização criminosa
ter estrutura complexa e articulada, o que dificulta a obtenção de provas.
E mais: considerou, também, que, ao longo das investigações, foram sendo
revelados mistérios, obscuridades e outros crimes e se solidificando a
associação de facções, conforme sinalizado através de monitoramento. Desse
modo, agiu a magistrada em compasso com a orientação jurisprudencial do
Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal.
6. A interceptação telefônica deve perdurar pelo tempo necessário à completa
investigação dos fatos delituosos, não sendo desarrazoada a manutenção, desde que
justificada, como na espécie, de interceptações por cinco meses ou mais, diante das
peculiaridades do caso concreto.
7. Ordem conhecida em parte e, nessa parte, denegada. (HC n. 212.643-PE, Rel.
Ministro Sebastião Reis Júnior, 6T, DJe 26.3.2012). Destaquei.
5. Se não de trinta dias, embora seja exatamente esse, com efeito, o prazo de lei
(Lei n. 9.296/1996, art. 5º), que sejam, então, os sessenta dias do estado de defesa
(Constituição, art. 136, § 2º), ou razoável prazo, desde que, é claro, na última hipótese,
haja decisão exaustivamente fundamentada. Há, neste caso, se não explícita ou
implícita violação do art. 5º da Lei n. 9.296/1996, evidente violação do princípio
da razoabilidade. 6. Ordem concedida a fim de se reputar ilícita a prova resultante
de tantos e tantos e tantos dias de interceptação das comunicações telefônicas,
devendo os autos retornar às mãos do Juiz originário para determinações de
direito. Grifei.
708
Jurisprudência da SEXTA TURMA
710
Jurisprudência da SEXTA TURMA
telefônico do correu com a conseqüente identificação dos usuários das linhas móveis
e fixas que com ele mantiveram contato, mormente na data do cometimento do
crime – trâmite esse, friso, típico e de praxe em casos análogas aos dos autos.
Aliás, as bases desse entendimento parecem ter encontrado guarida no
ordenamento jurídico pátrio com o advento da Lei n. 11.690/2008, que deu
nova redação ao art. 157 do CPP, o qual dispõe em seu § 2º considerar-se fonte
independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios
da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da
prova. Destaquei.
(...) 1. Embora a denúncia anônima não sirva, por si só, para fundamentar a
instauração de inquérito policial, pode a polícia realizar diligências preliminares
para apurar a veracidade das informações obtidas anonimamente e, a partir
daí, instaurar o procedimento investigatório propriamente dito, o que ocorre na
espécie dos autos. 2. Ainda que se tenha reputado como ilícitas as provas obtidas
por meio do endereço eletrônico do recorrente, não há como concluir, por ora,
pela inexistência de fonte independente apta a subsidiar a produção de demais
provas que justifiquem a continuidade da ação penal instaurada em desfavor
do recorrente. Na verdade, o curso normal da instrução probatória, ainda em
trâmite, poderá conduzir à existência de elementos informativos que vinculem
o recorrente aos fatos investigados. 3. Nem sempre a existência de prova ilícita
determinará a contaminação imediata de todas as outras constantes do processo,
devendo ser verificada, no caso concreto, a configuração da derivação por
ilicitude. 4. Mostra-se inviável a análise diretamente por este Superior Tribunal
da alegação de que a decisão que determinou a quebra do sigilo telefônico e de
comunicação de linhas telefônicas de alguns acusados não estaria devidamente
motivada, uma vez que essa matéria não foi analisada pela Corte estadual, sob
pena de se incidir na indevida supressão de instância. 5. Recurso em habeas
corpus parcialmente conhecido e, nessa extensão, improvido. (RHC n. 36.486-RJ, j.
8.10.2013, DJe 11.11.2013).
712
Jurisprudência da SEXTA TURMA
714
Jurisprudência da SEXTA TURMA
I. [...]
II. [...]
III. Verificada a ausência de subordinação dos demais elementos probatórios
à medida cautelar – o que seria necessário para a anulação de todo o conjunto
probante.
IV. A via estreita do habeas corpus não se presta para eventual exame da
contaminação das demais provas, se estas foram reputadas lícitas e válidas
pelo acórdão atacado.
V. [...] Recurso desprovido. (RHC n. 17.379-RJ, Rel. Ministro Gilson Dipp, 5T, DJ
6.3.2006). Destaquei.
716
Jurisprudência da SEXTA TURMA
718
Jurisprudência da SEXTA TURMA
3. Ordem denegada. (HC n. 111.604-MT, Rel. Ministra Cármen Lúcia, 2T, DJe
5.4.2013). Destaquei.
[...]
24. Não se trata de fuga contra uma prisão injusta. A prisão preventiva
fulcrava-se, como visto, em vários elementos probatórios, não só a
interceptação telefônica, e havia sido mantida por todas as instâncias,
inclusive pelo STF.
25. A efetivação da fusa, como fato superveniente ao primeiro decreto
de prisão, mas a qual se fez referência na sentença na Ação Penal n.
2006.7000012299-7 para justificar a manutenção da prisão, é fundamento, por
si só, justificador da manutenção da ordem de prisão contra os pacientes. (fl.
171). Destaque nosso e no original.
720
Jurisprudência da SEXTA TURMA
VOTO
O Sr. Ministro Sebastião Reis Júnior: Srs. Ministros, farei duas observações
ligeiras.
A primeira diz respeito à fuga – já havia até comentado com o Dr. Cal
Garcia, ontem, que acreditava ser essa a grande dificuldade nesta impetração.
Como bem frisou a Ministra Maria Thereza, o Tribunal Regional Federal,
o Superior Tribunal de Justiça e o próprio Supremo Tribunal Federal já se
haviam manifestado quanto à validade da prisão preventiva. A fuga se deu
justamente após a última decisão, que é do Supremo. Ali, havia sido assegurado
aos pacientes o direito de contratarem hospital particular para que recebessem
assistência médica adequada. Não se trata, portanto, de fuga em razão de decisão
cuja legalidade se acha em discussão.
Diante disso, entendo que a fuga, sim, era, por si só, suficiente para justificar
a prisão determinada na sentença. Nem entraria na discussão a presença ou
não dos requisitos, tampouco a influência e eventual repercussão no decreto
de prisão da decisão proferida no HC n. 76.686-PR, quando a Sexta Turma
declarou a nulidade de provas.
Estou desconsiderando a primeira situação – aquela confirmada pelos
três tribunais –, levo em conta apenas a segunda, que foi a prisão decretada na
sentença. Como ela fez referência, claramente, à fuga, para mim, é o suficiente.
Gostaria, agora, de fazer a outra observação a que me propus, referente ao
entendimento do Tribunal Regional Federal. Tenho as minhas reservas quanto
às colocações feitas de que eventual submissão da decisão do Superior Tribunal
de Justiça ao Supremo Tribunal Federal, por meio de recurso extraordinário,
justificaria a manutenção da decisão questionada.
Mesmo com a repercussão geral reconhecida, acredito que – caso fosse
demonstrado que, realmente, o decreto de prisão estava direta e exclusivamente
vinculado a essas provas – a existência de um recurso extraordinário não
seria suficiente para inibir, aqui, eventual concessão da ordem para afastar os
fundamentos do primeiro decreto prisional. Entendo que o fato de existir
EMENTA
722
Jurisprudência da SEXTA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 17.9.2013
RELATÓRIO
(...)
Dou provimento ao reclamo ofertado.
O artigo 593, inciso III, alínea d, do Código de Processo Penal, dispõe que
a decisão manifestamente contrária às provas dos autos enseja a anulação do
julgamento e, consequentemente, a realização de outro.
(...)
Em outras palavras, as decisões do Tribunal do Júri não podem ser alteradas,
quanto ao mérito, pela instância ad quem, podendo apenas ser anuladas para que
o mesmo Júri reveja a sua decisão, mantendo ou modificando a mesma.
No caso em testilha, a decisão prolatada pelo Tribunal do Júri, realmente,
mostra-se contrária à evidência dos autos.
Explica-se.
A acusação é no sentido de que o apelado, na data, local e horário descritos na
denúncia, provocou em Júlio Rosário da Silva, mediante golpes de barra de ferro,
ferimentos que causaram sua morte.
Segundo a inicial, após agredirem-se mutuamente, o recorrido lançou mão de
uma barra de ferro e golpeou a vítima fatalmente.
A materialidade vem estampada pelo exame necroscópico (fls. 38-40).
A autoria, de igual modo, é inquestionável, mesmo porque o apelado
confessou a agressão cometida em face do ofendido.
A tese sustentada é a da legítima defesa.
Dessa forma, resta analisar se estão presentes nos autos provas que permitam
a conclusão de que a decisão do Conselho de Sentença foi manifestamente
contrária a elas.
Na fase inquisitorial, o apelado disse que, na data nos fatos, acabava de
chegar em sua casa, estando na calçada, quando a vítima lhe disse: “Já chegou
vagabundo e maconheiro catador de lixo?”. O apelado disse para o ofendido lhe
respeitar. A vítima partiu “para cima” do réu com um pedaço de caibro e lhe bateu,
machucando o braço direito. Para se defender, o apelado pegou uma barra de
ferro que estava caída na calçada próxima de onde estavam e bateu no corpo do
ofendido, que caiu inconsciente. O réu foi até um terminal telefônico e ligou para
a Polícia para pedir ajuda. Ficando confuso e com medo, tomou um ônibus até a
casa de sua irmã (fls. 12-13).
724
Jurisprudência da SEXTA TURMA
Em Juízo, na primeira fase do rito, o apelado afirmou que, no dia dos fatos,
por volta das 11:00 horas, dirigia-se a sua casa, depois do almoço, quando viu a
vítima saindo do portão de sua casa com um pedaço de caibro na mão. Receoso
de que o ofendido fosse lhe agredir novamente, o que teria ocorrido em duas
oportunidades anteriores, sendo que a vítima lhe fazia constantemente ameaças
de morte, o réu pegou um pedaço de ferro que estava ao seu alcance e bateu em
direção ao pedaço de pau que estava em poder do ofendido. Ocorre que a batida
atingiu a cabeça da vítima, que imediatamente caiu no chão. O apelado ligou para
a Polícia para pedir socorro (fls. 265 e seu verso).
No interrogatório realizado em plenário, o apelado afirmou que, na data
dos fatos, chegou em casa por volta das 11:00 horas. Viu um vulto atrás de si.
Quando estava para se virar, ouviu a vítima dizer que iria matá-lo, trazendo um
pedaço de caibro na mão. O réu apanhou uma barra de ferro que estava ao lado
de uma floreira, levantou-a e bateu na cabeça do ofendido uma única vez. Disse
que poderia ter saído correndo para fugir da agressão, sendo que não chegou
a ser agredido no dia dos fatos, mas em datas anteriores. Depois do ocorrido, o
apelado deixou o local e foi para a casa de sua irmã. Procurou espontaneamente a
Autoridade Policial, identificando-se como o autor da agressão (fls. 412-414).
Não há testemunhas presenciais.
O Ministério Público sustenta que a decisão dos jurados foi manifestamente
contrária à evidência dos autos no que se refere à utilização de meios necessários,
bem como à existência de excesso doloso ou culposo.
No que diz respeito à utilização dos meios necessários, o apelado sempre foi
firme em dizer que, diante da utilização de um pedaço de madeira pelo ofendido,
foi obrigado a se utilizar da barra de ferro que estava próxima ao local dos fatos.
Por isso, com o instrumento utilizado era o único ao alcance do réu, o meio
utilizado foi o necessário para impedir a agressão do ofendido.
(...)
No tocante ao uso moderado dos meios necessários, o Conselho de Sentença
entendeu que a utilização não foi moderada, respondendo negativamente ao
sétimo quesito (fls. 415-416).
Ora, com a conclusão de que houve utilização não moderada dos meios
necessários, obrigatoriamente deveria ter se reconhecido excesso, doloso ou
culposo.
Contudo, os quesitos relativos ao excesso (8º e 9º) foram respondidos também
de forma negativa pelos jurados (fls. 416).
Ora, como sustentado pelo Ministério Público, o ofendido contava com 82
(oitenta e dois) anos à época dos fatos O apelado sempre afirmou que atingiu a
vítima na região da cabeça.
Diante desse quadro, com o próprio Conselho de Sentença decidindo que não
houve uso moderado dos meios necessários, deve-se concluir pela existência de
excesso, na forma dolosa ou culposa, pois a conduta agressiva realizada pelo réu,
forte o suficiente para causar a morte da vítima, não pode ser considerada como
efetivada fora do âmbito do dolo ou da culpa em sentido estrito, diferentemente do
decidido pelos jurados, denotando-se que a decisão tomada está manifestamente
contrária à prova produzida nos autos, consistente nas declarações do apelado e no
exame necroscópico presente nos autos (fls. 38-40).
Ante o exposto, dou provimento ao recurso interposto pelo Ministério
Público, para anular a decisão absolutória proferida pelo Conselho de Sentença,
submetendo o réu Ademir de Souza Dias a novo julgamento perante o Tribunal
do Júri.
726
Jurisprudência da SEXTA TURMA
Defende que a soberania do Júri não deve ser maculada, e que, com o
advento da nova lei, “a indignação já não é mais decomposta consoante os
requisitos da excludente, mas ‘se os jurados absolvem’” (fl. 8).
Requer, liminarmente, seja determinado “o sobrestamento dos atos
processuais até que se emita o pronunciamento definitivo do presente writ”
(fl. 3). No mérito, pretende a “declaração de nulidade do julgamento e do
acórdão respectivo, determinando-se a realização de novo julgamento, com
enfrentamento de todas as questões levantadas pelo Ministério Público, no apelo,
e contestadas pela Defesa, nas contra-razões, e, de conseguinte, com lavratura de
acórdão com completa fundamentação, inclusive quanto à extensão da matéria
devolvida na parte dispositiva” (fl. 5) ou, alternativamente, o restabelecimento
da decisão absolutória do Júri, com a consequente declaração de nulidade do
decisum de segundo grau (fl. 9).
O pedido liminar foi indeferido (fls. 128-131), sendo solicitadas
informações à autoridade apontada como coatora, as quais foram prestadas às
fls. 176-206, e ao Juízo de origem, acostadas às fls. 142-144 e 149-173.
Com vista dos autos, o Ministério Público Federal opinou, em parecer da
lavra do Subprocurador-Geral Carlos Eduardo de Oliveira Vasconcelos (fls.
209-211), pela concessão da ordem.
Foi proferido despacho à fl. 213 solicitando informações complementares
ao Tribunal de origem, juntadas às fls. 221-222, e ao Juízo de primeiro grau,
trazidas às fls. 217-219 e 225-265.
Noticiou-se que sobreveio o trânsito em julgado do acórdão impugnado (fl.
177) e que não foi realizado o novo julgamento pelo júri, visto que foi juntado
aos autos perícia sobre incidente de sanidade mental, diante de Acidente
Vascular Cerebral sofrido pelo paciente, que motivou a suspensão do feito, nos
termos do artigo 152 do Código de Processo Penal (fl. 227).
É o relatório.
VOTO
1o) No dia 16 de dezembro de 1996, por volta de 13h30min, na Rua dos Alpes,
n. 209, nesta Capital, o réu Ademir de Souza Dias desferiu golpes de barra de ferro
em Júlio Rosário da Silva, causando-lhe os ferimentos descritos no laudo de
exame necroscópico de fls. 30-32?
2o) Esses ferimentos foram a causa da morte da vítima?
3o) O réu Ademir de Souza Dias praticou o fato em defesa de sua própria
pessoa?
4o) Defendeu-se o réu de uma agressão atual ou iminente?
5o) Defendeu-se o réu de uma agressão injusta?
6o) Os meios empregados na repulsa eram necessários?
7º) O réu usou moderadamente desses meios?
8o) O réu excedeu, dolosamente, os limites da legitima defesa?
9o) O réu excedeu, culposamente, os limites da legitima defesa?
728
Jurisprudência da SEXTA TURMA
Aos nove dias do mês de janeiro do ano de dois mil e sete, nesta cidade de
São Paulo, no Fórum sito na Av. Dr. Abrahão Ribeiro, 313, na Sala das Sessões
do Primeiro Tribunal do Júri da Capital, Plenário ‘1’, a portas abertas, às 13:30
horas, presentes a MMª. Juíza de Direito na Presidência do referido Tribunal, Dra.
Sônia Nazaré Fernandes Fraga, e a Promotora de Justiça, Dra. Fabiana Sabaine,
convocada na forma legal, comigo, Umberto Prezotto, Escrivão ad hoc, foi
determinado, pela MMª. Juíza de Direito, que fosse procedido ao aditamento da
ata de julgamento do dia 18 de agosto do ano de 2006 (folhas 419-420), referente
ao Processo-Crime n. 1.019/97, que a Justiça Pública move contra Ademir de
Souza Dias, para constar o seguinte: “1) Durante os debates em plenário, a Defesa
(...)
Dou provimento ao reclamo ofertado.
O artigo 593, inciso III, alínea d, do Código de Processo Penal, dispõe que
a decisão manifestamente contrária às provas dos autos enseja a anulação do
julgamento e, consequentemente, a realização de outro.
(...)
O Ministério Público sustenta que a decisão dos jurados foi manifestamente
contrária à evidência dos autos no que se refere à utilização de meios necessários,
bem como à existência de excesso doloso ou culposo.
No que diz respeito à utilização dos meios necessários, o apelado sempre foi
firme em dizer que, diante da utilização de um pedaço de madeira pelo ofendido,
foi obrigado a se utilizar da barra de ferro que estava próxima ao local dos fatos.
Por isso, com o instrumento utilizado era o único ao alcance do réu, o meio
utilizado foi o necessário para impedir a agressão do ofendido.
(...)
No tocante ao uso moderado dos meios necessários, o Conselho de Sentença
entendeu que a utilização não foi moderada, respondendo negativamente ao
sétimo quesito (fls. 415-416).
Ora, com a conclusão de que houve utilização não moderada dos meios
necessários, obrigatoriamente deveria ter se reconhecido excesso, doloso ou culposo.
Contudo, os quesitos relativos ao excesso (8º e 9º) foram respondidos também
de forma negativa pelos jurados (fls. 416).
730
Jurisprudência da SEXTA TURMA
732
Jurisprudência da SEXTA TURMA
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 16.12.2013
RELATÓRIO
734
Jurisprudência da SEXTA TURMA
VOTO
736
Jurisprudência da SEXTA TURMA
1º Quesito) - No dia 18 de março de 2001, por volta das 03:30 horas, na Rua
Manoel Gonçalves Montes, próximo à “Barraca da Moela”, São Gonçalo, Norma
Sueli Lemos de Barros sofreu disparos de arma de fogo que causaram-lhe as
lesões descritas no Auto de Exame Cadavérico de fls. 74-74v?
738
Jurisprudência da SEXTA TURMA
740
Jurisprudência da SEXTA TURMA
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 28.11.2013
RELATÓRIO
742
Jurisprudência da SEXTA TURMA
Cuida-se de habeas corpus impetrado por Gustavo Pereira Defina, Lívia Maria
Macagnan Ciciliati e Maria Helena da Hora, advogados e David Orlando Lepesteur
Filho, estagiário, em favor de Caio Meneghetti Fleury Lombard, qualificado
nos autos, alegando que este sofre constrangimento ilegal por parte do Ilustre
Procurador Geral de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo, nos autos
do processo acima indicado.
Afirma o impetrante que o paciente foi denunciado como incurso no artigo
121, § 2º, inciso I (por 2 vezes), III (por 2 vezes) e IV (por 2 vezes), c.c. artigo 14, II
e artigo 71 (por 2 vezes), todos do Código Penal, bem como no artigo 33, caput,
da Lei n. 11.343/2006, todos em concurso material. Alega que o MM. Juízo da 1ª
Vara do Júri da Comarca de Ribeirão Preto determinou a redistribuição do feito
à 1ª Vara Criminal daquela Comarca, diante da alegação do representante do
Ministério Público de que inexistia tentativa de homicídio na hipótese. Afirma
ainda que o promotor de justiça oficiante na 1ª Vara Criminal suscitou conflito
de atribuições, pugnando pelo retorno dos autos à 1ª Vara do Júri por entender
que o acusado praticou o crime de homicídio tentado. Que o Magistrado da
1ª Vara Criminal indeferiu o pedido Ministerial por entender ser aquele juízo
competente para o processamento da causa. Alega ainda que o Promotor de
Justiça impetrou mandado de segurança requerendo a remessa dos autos à
Douta Procuradoria Geral de Justiça para julgamento do conflito de atribuições,
sendo o feito remetido antes mesmo do julgamento da ação por analogia ao
artigo 28 do CPP, restando o mandamus prejudicado no mérito e subindo os
autos ao Procurador Geral de Justiça como se fosse um pedido de arquivamento
indireto. Que o eminente Procurador Geral de Justiça entendeu não ser o caso
de conflito de atribuições, mas sim pedido de arquivamento indireto e que o
paciente deveria responder por homicídio doloso tentado e ainda, ignorando o
princípio do promotor natural, designou o substituo automático do promotor
oficiante na 1ª Vara do Júri para oferecer a denúncia, o qual, por coincidência, veio
a ser o mesmo promotor que suscitou o conflito de atribuições. Afirma também
que foi designada a MM. Juíza da 2ª Vara do Júri e Execuções Penais daquela
Comarca, diante da suspeição do MM. Juízo da 1a Vara do Júri, tendo a MM. Juíza
recebido a denúncia e decretado a prisão preventiva do paciente. Alega também
que a designação do Promotor de Justiça para oficiar nos autos é manifestamente
ilegal por violação ao princípio do devido processo legal e por não ter sido
observado o disposto no artigo 28 do CPP.
744
Jurisprudência da SEXTA TURMA
746
Jurisprudência da SEXTA TURMA
VOTO
748
Jurisprudência da SEXTA TURMA
cosas -, o frentista Carlos Alaetes Pereira da Silva, que estava com a sua atenção
voltada para seu ofício, e sequer pôde se defender.
Do hediondo evento, provocado com animus necandi, o indiciado causou as
gravíssimas lesões corporais no indefeso frentista, registradas pelo laudo pericial
de fls. 181-185, acompanhado de fotos, bem como pelos laudos de fls. 421-424 e
de fls. 427 (também com fotos, a fls. 41) e, mais recente, pelo laudo de fls. 531-532.
Segundo a perícia médica, em razão do evento, o frentista sofreu traumatismo
cerebral difuso, traumas na hemiface direita e anosmia, hematomas epidurais à
direita, contusões cerebrais frontais, queimaduras corporais, fratura dos ossos
malares e maxilares, fratura do assoalho orbital, dentre outras lesões corporais.
Concluíram os médicos legistas que o ofendido Carlos permaneceu
incapacitado para o trabalho por mais de trinta dias, sofreu perigo de vida e
perdeu o sentido do olfato. As consequências dos atos criminosos do indiciado
decorreram de diversas qualificadoras, descritas nesta denúncia.
1.1
Outrossim, na sequência do atropelamento, ainda em expressiva velocidade,
depois de arrancar a bomba de combustível e atropelar o frentista, o indiciado
abalroou outro veículo, que estava estacionado próximo a outra bomba, já no
interior do auto posto (vide fls. 52-53).
O condutor desse veículo, a vítima Luiz Carlos Dias, cuja atenção estava
voltada ao abastecimento do seu veículo também sofreu lesão corporal conforme
constatado pelo laudo pericial de fl. 333, e não teve a menor possibilidade de se
defender do ato criminoso executado pelo indiciado.
O automotor do outro ofendido, Corsa Seda, placas CTA-1692, foi
violentamente atingido (cf. foto de fl. 27). A partir daí, o indiciado manteve a
aceleração do seu veículo e, agindo com dolo direto, procurou matar a vítima
Carlos, “fritando” os pneus de seu veículo sobre o corpo dela.
1.2
Na oportunidade dos fatos, ainda, o indiciado estava na posse de frascos
de lança-perfume, para serem distribuídos aos seus colegas universitários, que
comemorava o famoso “trote” da Faculdade, no início do ano letivo. É certo,
porém que a comemoração, por si só, foi abjeta, pois regada a drogas.
(...)
3.3.
As ações do indiciado ao volante implicam na objetiva interpretação de que
ele tentou matar o ofendido Carlos e a vítima Luiz, de forma inconsequente e
dolosa.
Interpretação divergente desta, que ora se expõe, revela, apenas, incursões
infundadas, distorcidas da realidade objetiva, e baseadas, lamentavelmente, em
sentido protecionista.
Foi contra essa forma parcial de interpretar o fato que este Órgão, na pessoa
deste profissional, reagiu juridicamente. Sua intenção foi a de defender os
interesses sociais indisponíveis da sociedade, conforme exige a Constituição
Federal (artigo 127, caput).
Ao assumir o processo, este promotor de justiça teve o cuidado de laborar
conflito de atribuições ao Exmo. Procurador-Geral de Justiça e interpor mandado
de segurança ao Egrégio Tribunal de Justiça, visando a reavaliação do caso pelos
Órgãos Superiores.
Outrossim, foi imperiosa a propositura da exceção de suspeição judicial,
acolhida pelo d. Juízo da 1ª Vara do Júri, que, inicialmente, acolhera parecer do i.
19º PJ o qual sustentar ter havido crime culposo de trânsito.
À unanimidade, contudo, a interpretação judicial original, que sufocara a justa
e correta atuação da douta autoridade policial, foi modificada, e a tempo. Este
profissional apenas agiu com justeza legal, por sinal, esperada pela Sociedade.
(...)
8. Conclusão final
Desta forma, diante da intensa prova oral e pericial, denuncio Caio Meneghetti
Fleury Lombard a Vossa Excelência como incurso no artigo 121, § 2º, inciso I
(torpe: por duas vezes), III (perigo comum: por duas vezes; e crueldade: por uma
vez) e IV (impossibilidade de defesa: por duas vezes), c.c. artigo 14, II, e artigo
71 (duas vezes), todos do Código Penal, bem como no artigo 33, caput, da Lei n.
11.343/2006, todos em concurso material.
Requeiro, pois, autuada e e recebida esta, instaure-se-lhe o devido processo
penal, sob o rito ordinário pleno, com a sua citação e instrução, até final pronúncia,
a fim de que ele responda aos seus atos criminosos perante o Egrégio Tribunal do
Júri desta Comarca, o juízo natural dos crimes praticados. (fls. 40-49 e 58).
750
Jurisprudência da SEXTA TURMA
(...)
Tendo em vista que o i. Promotor de Justiça recusara-se (justificadamente) a se
manifestar, o MM. Juiz aplicou, por analogia o art. 28 do CPP (fls. 356).
É o relatório.
O presente protocolado suscita diversas questões. De ver-se, em primeiro
lugar, que há mandado de segurança impetrado contra a decisão judicial que
não admitiu o processamento do conflito de atribuições entre membros do
Ministério Público Paulista acima mencionado. Justamente por esse motivo, esta
Procuradoria-Geral de Justiça não conheceu da provocação inicial feita pelo i. 12º
Promotor de Justiça de Ribeirção Preto.
De qualquer modo, não se trata, agora, de conflito de atribuições, mas de
remessa decorrente da aplicação do art. 28 do CPP.
De fato, há um impasse nos autos que precisa ser resolvido, consistente em
saber se o 12º Promotor de Justiça possui atribuição para o oferecimento de
denúncia.
Para isto, é mister enfrentar a questão fulcral, ou seja, a natureza do crime
atribuído na fase investigatória a Caio Meneghetti Fleury Lombard.
Cabe ponderar que, sob o aspecto objetivo, a prova é cristalina.
(...)
As testemunhas foram uniformes em suas declarações (fls. 45-62; 70-71; 120-
121; 180). A esposa do ofendido foi ouvida a fls. 104-105. Ele próprio foi auscultado
a fls. 117-118, descrevendo a cena tétrica. O indiciado deu sua versão a fls. 144-
148, alegando que fora submetido a trote acadêmico, contexto em que ingeriu
diversas bebidas alcoolicas. Com referência ao momento do atropelamento,
asseverou que perdera completamente a consciência, somente a recobrando
quando pessoas tentavam agredi-lo e retirá-lo para fora do carro. Sobre os frascos
de lança-perfume, disse desconhecer sua origem, supondo que tivessem sido ali
deixados por veteranos desconhecidos a quem dera carona no dia.
(...)
Nota-se, deste modo, que o indiciado, fazendo uso de seu direito de defesa,
faltou com a verdade ao ser interrogado, porquanto disse estar absolutamente
inconsciente quando da colisão. Ocorre que, sem a menor dúvida, ele não só se
deu conta do abalroamento como tentou evadir-se atropelando ainda mais a
vítima.
(...)
Em face do exposto, assiste razão ao i. Promotor de Justiça oficiante, com a
vênia do magistrado, motivo por que designo outro membro do Ministério Público
para atuar no caso, oferecendo denúncia perante o Tribunal do Júri de Ribeirão
Preto, imputando ao agente o crime doloso contra a vida e os delitos conexos
752
Jurisprudência da SEXTA TURMA
754
Jurisprudência da SEXTA TURMA
(RHC n. 8.513-BA, Rel. Ministro Luiz Vicente Cernicchiaro, Sexta Turma, julgado
em 20.5.1999, DJ 28.6.1999, p. 154)
756
Jurisprudência da SEXTA TURMA
758
Jurisprudência da SEXTA TURMA
EMENTA
ACÓRDÃO
760
Jurisprudência da SEXTA TURMA
DJe 19.12.2013
RELATÓRIO
No dia 29 de maio de 2010, por volta das 12 h 30 min, na AR 16, conj. 02, lote
20, Sobradinho II-DF, o denunciado Fernando subtraiu uma máquina de cortar
cerâmica, marca Makita.
Conforme consta dos autos, o denunciado Fernando, percebendo que a
construção permanecia desguarnecida no horário do almoço, pulou o muro e
avistou a máquina, subtraindo-a. Em seguida, ofereceu o objeto por R$ 40,00
(quarenta reais) denunciado Leonidas que o adquiriu, coisa que sabia ser produto
de crime.
Após a subtração, a vítima passou a diligenciar na localidade sendo-lhe
informado que um indivíduo conhecido como “Baltazar” estaria com a máquina.
Em diligências, o denunciado Fernando confirmou a subtração e indicou o
comprador, apreendendo-se assim, o objeto.
VOTO
762
Jurisprudência da SEXTA TURMA
Todo trabalho legislativo deve partir da idéia de que o Direito Penal não é o
único nem, muito menos, o melhor instrumento de combate à criminalidade. Por
isso, deve ser empregado como ultima ratio. A sanção penal há de ser reservada,
exclusivamente, para os casos mais graves e, mesmo assim, somente depois que
os demais instrumentos de controle social se mostrarem insuficientes. O custo
social da pena recomenda a parcimônia. Este modo de ver o Direito Penal não
764
Jurisprudência da SEXTA TURMA
766
Jurisprudência da SEXTA TURMA
Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, julgado em 13.8.2013,
DJe 22.8.2013); c) de objetos do interior de um estabelecimento comercial
que, apesar de avaliados em apenas R$ 35,00 (trinta e cinco reais), foram
subtraídos mediante arrombamento, em plena madrugada, (HC n. 192.530-SP,
Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, julgado em 7.5.2013,
DJe 14.5.2013); de objetos guardados no interior de um automóvel, danificando
o veículo ao procurar retirar os itens, sendo o paciente multirreincidente específico e
praticando o fato durante o repouso noturno e em coautoria (HC n. 258.743-MG,
Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, julgado em 26.2.2013,
DJe 8.3.2013); d) em coautoria, do caixa de estabelecimento comercial, pulando para
dentro do balcão e aproveitando-se da distração do responsável, sendo pego,
logo depois, com maconha, cujo crime de posse só não foi firmado em face
da extinção da punibilidade. [...] (HC n. 180.726-MG, Rel. Ministra Maria
Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, julgado em 7.2.2013, DJe 20.2.2013); e) de
bolsa contendo documentos pessoais e cartões bancários, estando o autor do delito
em cumprimento de pena pelo cometimento de outro crime contra o patrimônio. (HC
n. 240.460-SP, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, julgado
em 19.6.2012, DJe 29.6.2012); f ) de uma bicicleta, em concurso de agentes, e
atribuição de falsa identidade ao ser preso (HC n. 213.827-SC, Rel. Ministro
Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, julgado em 21.5.2013, DJe 7.6.2013); g)
de uma colher de pedreiro, avaliada em R$4,00, mediante escalada de muro que
protegia a residência (HC n. 253.360-SP, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior,
Sexta Turma, julgado em 2.4.2013, DJe 1º.8.2013, ressalva da Min Maria
Thereza); h) de 03 peças de vestuário, avaliadas em R$ 129,88, em coautoria com
um adolescente (HC n. 196.862-MG, Rel. Ministra Assusete Magalhães, Sexta
Turma, julgado em 4.12.2012, DJe 18.12.2012);
Na Quinta Turma é ainda mais pacificada a jurisprudência que repudia a
insignificância da conduta em casos de furto:
a) cometido reiteradamente, denotando profissionalismo delitivo, praticado
em doses módicas (AgRg no HC n. 241.351-MG, Rel. Ministro Marco Aurélio
Bellizze, Quinta Turma, julgado em 4.9.2012, DJe 11.9.2012); b) de bens
avaliados em R$ 27,00, mediante arrombamento da porta metálica que fechava o
estabelecimento comercial, em coautoria com adolescente (HC n. 173.543-SP,
Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, Quinta Turma, julgado em 20.9.2011, DJe
27.9.2011); c) de dois sabonetes avaliados em R$ 48,00, sendo o autor reincidente
(HC n. 221.927-SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, julgado em
17.9.2013, DJe 25.9.2013); d) de ferramentas avaliadas em R$ 100,00, do
768
Jurisprudência da SEXTA TURMA
770
Jurisprudência da SEXTA TURMA
772
Jurisprudência da SEXTA TURMA
Na espécie, apesar de a res furtiva ter sido avaliada R$ 130,00 (cento e trinta
reais), conforme laudo de avaliação econômica indireta (fl. 20), a vítima afirmou
que despendeu a quantia de R$ 400,00 (quatrocentos reais) na aquisição da
ferramenta essencial para o seu trabalho.
Certo é que o valor, apesar de não ser expressivo, também não se mostra
irrisório. Ademais, o valor da res furtiva, por si só, não é fator determinante da
aplicação do referido princípio, que deve ser sopesado com especial atenção
no caso concreto, em que a vítima exerce a profissão de pedreiro (fl. 04), sendo
certa a conclusão de que o objeto analisado não pode ser considerado como
insignificante.
Frise-se que o maquinário subtraído se tratava de ferramenta usualmente utilizada
pela vítima para exercer seu trabalho, tendo-lhe trazido prejuízo pela sua falta, o
que acentua o desvalorda conduta e a reprovabilidade da ação. Como descrito
na exordial, a vítima trabalhava em uma construção e havia saído para almoçar,
quando o réu, aproveitando-se da situação subtraiu o instrumento utilizado para
cortar cerâmica, o qual foi localizado e restituído somente após três dias.
Ademais, embora não se prestem a revelar a reincidência, as certidões de fls.
136, 137, 139 e 141 revelam que o réu já foi condenado em primeira instância por
crimes contra o patrimônio, sendo um dos fatos praticado antes deste ora em
julgamento, a indicar não ter sido a primeira vez que se envolve em situação
semelhante, revelando certa contumácia que deve ser coibida pelo Estado, sob
pena de gerar uma espécie de consentimento ou sentimento de impunidade para
com os pequenos furtos.
Assim, não há como prosperar a pretendida absolvição com fulcro no princípio
da insignificância (trecho retirado da página eletrônica do TJDFT).
774
Jurisprudência da SEXTA TURMA
EMENTA
ACÓRDÃO
776
Jurisprudência da SEXTA TURMA
DJe 29.10.2013
RELATÓRIO
Alega que a Constituição Federal estabelece que “tão somente a União por
meio do Congresso Nacional possui competência de legislar sobre matéria de
direito processual (art. 22, I, da CF), que abrangem as regras de competência”;
que a criação pelo Estado do Rio Grande do Sul de “uma competência, em
razão da vítima, não encontra respaldo na Constituição Federal, e configura
severa violação à vedação de criação de juízo de exceção”; que os arts. 145 e 148
da Lei n. 8.069/1990 disciplinam, “exaustivamente, a competência da Justiça da
Infância e da Juventude” (fls. 3-10e).
Aduz, ainda, que “a prisão preventiva, além de desproporcional e infundada,
não é necessária para garantia da ordem pública ou econômica, seja para
conveniência da instrução criminal ou ainda para assegurar a aplicação da lei
penal” (fl. 13e).
Requer, liminarmente e no mérito, a concessão da ordem, para revogar
a decisão do Tribunal a quo, determinando a redistribuição do feito ao Juízo
competente, bem como a soltura do paciente.
O pedido de liminar foi indeferido, pela Ministra Alderita Ramos de
Oliveira (Desembargadora convocado do TJ-PE), a fls. 201-202e.
Solicitadas informações à autoridade apontada como coatora e ao Juízo de
1º Grau, foram devidamente prestadas (fls. 207-208e, 213-214e e 216-224e).
O Ministério Público Federal, em parecer da lavra do Subprocurador-
Geral da República, Paulo Gustavo Gonet Branco, opinou pela concessão
parcial da ordem, para que seja determinada a redistribuição do feito ao Juízo
competente (fls. 227-230e).
A Defensoria Pública da União, em face do pedido de fl. 211e, foi intimada
da sessão de julgamento do presente.
É o relatório.
VOTO
778
Jurisprudência da SEXTA TURMA
Neste sentido:
780
Jurisprudência da SEXTA TURMA
alínea d da Carta Republicana. No caso dos autos, há Lei Estadual que prevê
a possibilidade de prorrogação da competência dos Juizados da Infância
e Juventude para processar e julgar delitos previstos no Código Penal,
praticados contra crianças ou adolescentes. Este dispositivo em nada fere o
que dispõe o ECA, indo encontro teleológico da legislação federal aplicável
à espécie, que prevê a proteção integral à criança e ao adolescente, não
vedando, em qualquer momento, a atribuição de competência aos JIJs
para o julgamento de crimes praticados contra criança ou adolescente, não
previstos no próprio ECA. Aliás, consoante bem ressaltado pelo magistrado
a quo, ao afastar a preliminar de incompetência arguida em resposta à
acusação, as unidades federativas sequer são obrigadas a criar os Juizados
da Infância e Juventude, sendo uma prerrogativa legal adotável de acordo
com as regras de conveniência e oportunidade da organização judiciária
de cada ente federativo estadual. Incompetência não verificada. Nulidade
inocorrente. Ordem denegada. (Habeas Corpus N9R 70038311361, Sexta
Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Aymoré Roque Pottes
de Mello, Julgado em 21.10.2010).
Colhe-se dos autos que o recorrente foi denunciado pela suposta prática do delito
de atentado violento ao pudor, contra vítimas menores de idade.
Os autos foram distribuídos ao Juízo da Infância e Juventude por força do disposto
no Edital n. 058/2008-COMAG, que dispõe o que segue:
Edital n. 058/2008-COMAG
Disponibilizado no DJ em 30.7.2008
782
Jurisprudência da SEXTA TURMA
(...)
§ 3º - Poderá o Conselho da Magistratura, excepcionalmente, atribuir
competências adicionais, e que digam respeito à matéria de Direito de Família,
que diretamente envolva interesse de criança ou adolescente, ou de processar
e julgar os crimes tipificados nos arts. 129, 136, 213, 214, 215, 216-A, 218, 223,
224, 225, 226, 227, 228, 229, 230, 231, 231-A, 232, 233 e 234, todos do Código
Penal Brasileiro, além dos arts. 240 e 244-A, ambos da Lei Federal n. 8.069, de
13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente -, e, finalmente, art.
1º da Lei Federal n. 9.455, de 07 de abril de 1997, ressalvada a competência do
Juizado Especial Criminal, em que sejam vítimas crianças ou adolescentes.
(...)
Veja-se que no rol transcrito não se encontra inserido qualquer permissivo
para julgamento de feitos criminais no âmbito do juízo da infância e juventude.
Mister destacar que a atribuição concedida aos Tribunais pela Constituição
Federal de disciplinar sua organização judiciária, não lhes dá autorização para
revogar, ampliar ou modificar disposições sobre competência estabelecidas em
lei federal.
Neste sentido já decidiu a Terceira Seção desta Corte, no CC n. 94.767-
MS, cujo acórdão restou assim ementado:
784
Jurisprudência da SEXTA TURMA
Habeas corpus. Crime de violência sexual praticado por adultos contra crianças.
Anulação da ação penal. Competência de Juízo da Infância e Juventude. Amparo
legal e constitucional. Inexistência. Ordem concedida.
I - Hipótese que a lei estadual ampliou o rol de competência do Juizado da
Infância e da Juventude, previsto, numerus clausus, no art. 148 do ECA, para incluir
o processamento e julgamento de feitos criminais praticados por réu maior de idade
contra vítimas crianças ou adolescentes.
II - Ainda que o Tribunal possa criar Vara da Infância e da Juventude, como prevê
o art. 145 do ECA, não pode lhe atribuir competência fora das hipóteses definidas na
referida legislação.
III - Ordem concedida para que sejam reformados as decisões ordinárias,
anulando-se os processo-crimes originários desde o recebimento da denúncia, e
como consequência, que seja determinado o encaminhamento dos autos a um
dos juízos criminas competentes (STJ, HC n. 216.112-RS, Rel. Ministro Gilson Dipp,
Quinta Turma, DJe de 5.9.2012).
786
Jurisprudência da SEXTA TURMA
VOTO
VOTO
788
Jurisprudência da SEXTA TURMA
EMENTA
ACÓRDÃO
DJe 13.2.2014
790
Jurisprudência da SEXTA TURMA
RELATÓRIO
Explica que as Ações Penais que responde estão todas suspensas em virtude
do pedido de extensão da extradição anteriormente deferida especificamente
para que fosse processada a Ação Penal n. 2005.51.01.509.046-0, cuja pena
aplicada já foi extinta.
Aduz, ainda que em função do Princípio da Especialidade, não pode
ser processado nem sofrer qualquer limitação na sua liberdade de locomoção
em razão de outro processo por fato anterior ao disciplinado na extradição
concedida pelo Principado de Mônaco. Assim, assevera que qualquer outro
processo que estivesse em andamento não poderia ter prosseguimento e, muito menos,
acarretado medida constritiva de liberdade do Peticionário, sob pena de ser violado o
acordo bilateral firmado entre os Estados Requerente e Requerido (fls. 6).
Requer, portanto, que seja afastada a proibição da concessão do passaporte,
bem como a restrição de se ausentar do país.
A liminar foi indeferida às fls. 103-105. O pedido de reconsideração dessa
decisão também foi indeferido às fls. 157.
Informações foram prestadas às fls. 126-141.
O Ministério Público Federal manifestou-se pela denegação da ordem (fls.
142-144).
É o relatório.
VOTO
792
Jurisprudência da SEXTA TURMA
Após ter sua prisão preventiva decretada por aquele Juízo e revogada por
decisão do Egrégio Supremo Tribunal Federal, saiu do país em direção à Itália, sua
terra natal, lá permanecendo, até que em fins de 2007 foi preso no Principado de
Mônaco, e extraditado para o Brasil.
O MM. Juízo da 2a Vara Federal Criminal-RJ, nos autos da Ação Penal n.
99.00.47916-5, originária do presente writ, onde foi recebida a denúncia contra
o ora paciente pela prática do delito descrito no art. 7o, III, da Lei n. 7.492/1996,
decretou sua prisão preventiva, decisão esta que sendo objeto de Habeas Corpus
impetrado nesta Corte, restou mantida, confirmando-se a necessidade de se
assegurar a aplicação da lei penal.
Ocorre que, tendo sido determinada a suspensão desta ação penal, no aguardo
de manifestação das autoridades monegasças quanto ao pedido de extensão da
extradição concedida, a custódia cautelar já perdura por tempo demasiado,
configurando, evidente constrangimento ilegal.
[...]
Não obstante na hipótese acima referida não tenha havido o pedido de
extensão da extradição, havendo a possibilidade mesmo de manifestação
desfavorável quanto à extradição, naquele caso, resta configurado da mesma
forma o evidente excesso de prazo na segregação cautelar do paciente, devendo
o mesmo aguardar em liberdade o desfecho do pedido de extensão de extradição
e o eventual prosseguimento do feito.
Pelo exposto, concedo a ordem para determinar a imediata expedição de
alvará de soltura em favor do paciente Salvatore Alberto Cacciola, revogando a
prisão preventiva decretada nos autos da Ação Penal n. 99.0047916-5, devendo
o paciente firmar o compromisso de não se ausentar do distrito da culpa sem
autorização judicial.
Determino, outrossim, que se oficie à Polícia Federal a fim de que sejam
tomadas as providências cabíveis a fim de inclusão do paciente no cadastro de
pessoas impedidas de deixar o país (fls. 70-73).
794
Jurisprudência da SEXTA TURMA
796
Jurisprudência da SEXTA TURMA
Art. 91. Não será efetivada a entrega sem que o Estado requerente assuma o
compromisso:
I - de não ser o extraditando preso nem processado por fatos anteriores ao
pedido;
EMENTA
798
Jurisprudência da SEXTA TURMA
ACÓRDÃO
DJe 28.10.2013
RELATÓRIO
800
Jurisprudência da SEXTA TURMA
VOTO
802
Jurisprudência da SEXTA TURMA
O regime agora é o inicial fechado, mas com restrição especial quanto ao tempo
de pena a ser cumprido (2/5 ou 3/5) pelo sentenciado.
O reeducando iniciou o cumprimento da pena no regime fechado em 31 de março
de 2010, e não havia cumprido até a data do pedido de progressão – 15 de junho
de 2011 – (fls. 03), o lapso temporal necessário (2/5), não fazendo jus, portanto, ao
benefício pleiteado, conforme o cálculo de fls. 04 – verso.
Trata-se de nova lei mais benéfica, porque admite, agora, a progressão de regime
prisional, o que, antes, era inviável.
Ante o exposto, dá-se provimento ao agravo em execução, cassando-se a r.
sentença e determinando o retorno do reeducando ao regime fechado, oficiando-se
um urgência, inclusive via fac-simile (fls. 67-68e).
Execução penal. Habeas corpus. Associação para o tráfico. Delito não considerado
hediondo ou equiparado. Incidência dos lapsos de 1/6 e 1/3 para fins de progressão
de regime e livramento condicional, respectivamente. Ordem concedida.
1. O crime de associação para o tráfico não integra o rol de crimes hediondos
ou equiparados, previstos na Lei n. 8.072/1990. Assim, a progressão de regime e o
livramento condicional em condenações pelo delito do art. 35 da Lei n. 11.343/2006
sujeitam-se ao lapsos de 1/6 e 1/3 da pena, previstos no art. 112 da Lei de Execução
Penal e no art. 83, inciso I, do Código Penal, respectivamente.
2. Ordem concedida, acolhido o parecer, para afastar o caráter hediondo
do crime de associação para o tráfico (STJ, HC n. 197.691-RJ, Rel. Ministra Maria
Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJe de 29.6.2012).
804
Jurisprudência da SEXTA TURMA
Habeas corpus. Penal. Associação para o tráfico de drogas. Art. 35, caput, da Lei
n. 11.343/2006. Crime não considerado hediondo ou equiparado. Inaplicabilidade
do disposto no § 2º, inciso II da Lei n. 8.072/1990, com redação dada pela Lei n.
11.464/2007. Precedentes. Ordem concedida.
1. O crime de associação para o tráfico de entorpecentes não é considerado
hediondo ou equiparado, portanto, inaplicável a obrigatoriedade de cumprimento
de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se
reincidente, para obter o requisito objetivo para a progressão de regime prisional, nos
termos da nova redação da Lei dos Crimes Hediondos, dada pela Lei n. 11.464/2007.
2. Habeas corpus concedido determinar que o MM. Juízo das Execuções
prossiga na análise dos demais requisitos necessários à progressão de regime
do Paciente (STJ, HC n. 201.760-SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, DJe de
28.6.2011).
EMENTA
ACÓRDÃO
806
Jurisprudência da SEXTA TURMA
DJe 26.11.2013
RELATÓRIO
808
Jurisprudência da SEXTA TURMA
VOTO
[...]
Também incide a causa de diminuição da pena do arrependimento posterior,
nos termos do artigo 16 do Código Penal, considerando que o valor obtido com o
convênio fraudulento foi integralmente restituído à União, inclusive com acréscimo
de correção monetária, antes do recebimento da denúncia.
É certo que a verba foi restituída pelos co-réus R e J, e o co-réu J não contribuiu
com a restituição, pois sequer devolveu o valor recebido a título de honorários,
conforme se verifica dos depoimentos de fls. 94-94v e 869.
Embora o artigo 16 exija um ato voluntário do agente – reportando-se,
portanto, a uma circunstância de natureza subjetiva – não há como deixar de
concluir que, a reparação do dano ou a restituição da coisa, uma vez ocorrida
de forma integral, é inegável uma circunstância de natureza objetiva, devendo
comunicar-se a todos os co-autores e partícipes.
Assim, ainda que o co-réu J não tenha promovido por si a reparação do dano, o
arrependimento posterior a ele se comunica, devendo tal circunstância ser levada
em consideração na fixação do patamar de diminuição.
[...]
Dessa forma, considerando que o co-réu J não contribuiu para a restituição
do valor à União, fixo o patamar de redução no grau mínimo, ou seja, em 1/3 (um
terço).
[...]
Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da
queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
810
Jurisprudência da SEXTA TURMA
[...]
2. Arrependimento posterior. Redução de pena (art. 16 do CP). Extensão a co-
autores e partícipes.
A reparação do dano é um dado do mundo da realidade, portanto, circunstância
objetiva, que não se restringe à esfera pessoal de quem a realiza, tanto que
extingue a obrigação erga omnes. Estende-se, portanto, aos co-autores e partícipes,
condenados pelo mesmo fato.
Recurso de habeas corpus a que se dá provimento em parte para anular a
sentença no tocante à dosimetria da pena, a fim de que outra seja proferida
pelo Juiz, sem o obstáculo encontrado na aplicação do art. 16 aos co-autores e
partícipes. [...]
(RHC n. 4.147-SP, Ministro Assis Toledo, DJ 6.2.1995)
[...]
No caso, a reparação do dano foi expressamente admitida na sentença do Juiz
(fls. 22).
Sendo assim, impossível afastar a aplicação dessa causa de diminuição de
pena em relação aos demais co-autores ou partícipes.
Ora, a reparação do dano é um dado do mundo da realidade, portanto
circunstância objetiva, que não se restringe à esfera pessoal de quem a realiza,
tanto que extingue a obrigação erga omnes. Os demais partícipes do crime,
devedores solidários, já não poderão reparar o dano sofrido pela vítima, mesmo que
o queiram. A obrigação inicial de reparação do dano (art. 91, I, do CP) extinguiu-se
com a devolução da coisa ou de seu equivalente em dinheiro, por um dos agentes.
A regra que se extrai dos arts. 29 e 30 do CP pode ser assim resumida: as
circunstâncias de caráter objetivo alcançam o co-autor ou partícipe na medida
de sua culpabilidade. Se tais circunstâncias agravam ou aumentam a pena, sua
comunicabilidade depende de verificação da culpa (art. 29, in fine); se atenuam ou
reduzem a pena, a comunicabilidade é inafastável.
[...]
No mesmo sentido:
[...]
Mister se faz observar que apesar da lei se referir à ato voluntário do agente, a
reparação do dano é circunstância comunicável no caso do concurso de agentes.
Ademais, se apenas um dos co-réus detinha a posse da quantia, impossível
a reparação do dano pelos demais, que por isso ficariam injustificadamente
prejudicados.
[...]
812
Jurisprudência da SEXTA TURMA
[...]
2.4. Da dosimetria da pena do co-réu J: a acusação pede o aumento da pena-
base em virtude de as circunstâncias do crime serem desfavoráveis ao réu, por
demonstrar o profissionalismo dos acusados na prática delitiva e sua intensa
culpabilidade. Alega também que os diversos processos penais a que responde
indicam que o réu tem maus antecedentes, ou, ao menos, a sua personalidade
voltada para o crime.
Com efeito, a pena-base foi fixada na sentença no mínimo legal, em 1 (um) ano
de reclusão.
Ademais, o próprio acusado declarou em seus depoimentos que recebia um
percentual sobre o valor liberado dos convênios, o que denota que fazia do crime
um meio de vida (cfr. fls. 974, 969 e 866).
Também deve ser levado em conta o valor obtido com o crime nos termos já
referidos na dosimetria da pena do co-réu R.
Assim, na primeira fase de fixação da pena, estabeleço pena-base acima do
mínimo legal, em 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão e 25 (vinte e cinco)
dias-multa.
Na segunda fase da dosimetria da pena, inexistem atenuantes a serem
consideradas. Presente a agravante do artigo 62, inciso I, porquanto restou
demonstrado que o acusado J dirigiu a atividade dos demais agentes. Assim,
aumento sua pena para 3 (três) anos de reclusão e 30 (trinta) dias-multa.
Na última fase da dosimetria, incide a causa de aumento prevista no § 3º do
artigo 171 do Código Penal, no patamar de 1/3 (um terço), resultando 4 (quatro)
anos de reclusão e 40 (quarenta) dias-multa.
[...]
814
Jurisprudência da SEXTA TURMA
Referências:
CC/2002, art. 206, § 5º, I.
CPC, arts. 543-C e 1.102a.
Precedentes:
AgRg no Ag 1.401.202-DF (4ª T, 09.08.2011 – DJe 16.08.2011)
AgRg no AREsp 14.219-SP (3ª T, 18.09.2012 – DJe 25.09.2012)
AgRg no AREsp 56.349-MG (3ª T, 17.10.2013 – DJe 24.10.2013)
AgRg no AREsp 305.959-SC (4ª T, 20.08.2013 – DJe 16.09.2013)
AgRg no REsp 1.011.556-MT (4ª T, 18.05.2010 – DJe 27.05.2010)
EDcl no AREsp 165.194-MG (4ª T, 23.10.2012 – DJe 05.11.2012)
REsp 926.312-SP (4ª T, 20.09.2011 – DJe 17.10.2011)
REsp 1.038.104-SP (3ª T, 09.06.2009 – DJe 18.06.2009)
REsp 1.101.412-SP(*) (2ª S, 11.12.2013 – DJe 03.02.2014)
REsp 1.162.207-RS (4ª T, 19.03.2013 – DJe 11.04.2013)
REsp 1.339.874-RS (3ª T, 09.10.2012 – DJe 16.10.2012)
SÚMULA N. 504
Referências:
CC/2002, art. 206, § 5º, I.
CPC, arts. 543-C e 1.102a.
Precedentes:
AgRg no Ag 1.304.238-MG (4ª T, 17.08.2010 – DJe 26.08.2010)
AgRg no AREsp 50.642-RS (4ª T, 27.11.2012 – DJe 04.12.2012)
AgRg no AREsp 216.269-MS (3ª T, 20.09.2012 – DJe 05.10.2012)
AgRg no AREsp 288.673-SC (3ª T, 21.03.2013 – DJe 1º.04.2013)
AgRg no AREsp 295.634-SC (4ª T, 04.04.2013 – DJe 18.04.2013)
AgRg nos EDcl no
REsp 1.197.943-RJ (3ª T, 20.11.2012 – DJe 23.11.2012)
REsp 1.262.056-SP(*) (2ª S, 11.12.2013 – DJe 03.02.2014)
REsp 1.367.362-DF (3ª T, 16.04.2013 – DJe 08.05.2013)
820
SÚMULAS
SÚMULA N. 505
Referências:
CPC, art. 543-C.
Lei n. 9.364/1996, art. 1º, II.
Lei n. 11.483/2007, arts. 2º, I, e 25.
Súmula n. 365-STJ.
Precedentes:
CC 22.656-MG (2ª S, 14.10.1998 – DJ 07.12.1998)
CC 22.658-MG (2ª S, 14.10.1998 – DJ 22.02.1999)
CC 28.382-RS (2ª S, 08.05.2002 – DJ 10.06.2002)
CC 37.443-RS (2ª S, 23.04.2003 – DJ 12.08.2003)
REsp 1.183.604-MG(*) (2ª S, 11.12.2013 – DJe 03.02.2014)
REsp 1.187.776-MG(*) (2ª S, 11.12.2013 – DJe 03.02.2014)
REsp 234.474-MG (4ª T, 02.12.1999 – DJ 14.02.2000)
REsp 234.577-MG (4ª T, 04.12.2001 – DJ 18.03.2002)
REsp 243.691-MG (4ª T, 21.03.2000 – DJ 07.08.2000)
REsp 246.709-MG (3ª T, 26.10.2000 – DJ 11.12.2000)
SÚMULA N. 506
Referência:
CPC, art. 543-C.
Precedentes:
AgRg no Ag 1.059.683-PR (2ª T, 18.08.2009 – DJe 27.08.2009)
AgRg no Ag 1.085.565-SP (2ª T, 09.03.2010 – DJe 18.03.2010)
AgRg no Ag 1.114.859-SP (1ª T, 03.12.2009 – DJe 11.12.2009)
AgRg no Ag 1.151.546-SP (1ª T, 10.11.2009 – DJe 26.11.2009)
AgRg no Ag 1.195.826-GO (2ª T, 27.04.2010 – DJe 11.05.2010)
AgRg no AgRg no
Ag 1.012.536-AM (1ª T, 05.08.2008 – DJe 20.08.2008)
REsp 788.806-MS (2ª T, 21.03.2006 – DJ 30.03.2006)
REsp 792.641-RS (1ª T, 21.02.2006 – DJ 20.03.2006)
REsp 857.076-MS (2ª T, 18.03.2008 – DJe 04.04.2008)
REsp 904.534-RS (2ª T, 15.02.2007 – DJ 1º.03.2007)
REsp 959.393-PR (2ª T, 15.12.2011 – DJe 17.02.2012)
REsp 981.389-RS (2ª T, 06.12.2007 – DJ 18.12.2007)
REsp 1.011.992-RS (1ª T, 26.02.2008 – DJe 26.03.2008)
REsp 1.068.944-PB(*) (1ª S, 22.10.2008 – DJe 28.10.2008)
REsp 1.185.596-SP (2ª T, 04.05.2010 – DJe 17.05.2010)
822
SÚMULAS
SÚMULA N. 507
Referências:
CPC, art. 543-C.
Lei n. 8.213/1991, arts. 23 e 86, §§ 2º e 3º.
Lei n. 9.528/1997, art. 2º.
MP n. 1.596-14/1997, art. 2º.
Precedentes:
AgRg no AREsp 225.061-SP (2ª T, 23.10.2012 – DJe 06.11.2012)
AgRg no AREsp 238.467-SC (2ª T, 13.11.2012 – DJe 18.12.2012)
AgRg no AREsp 283.735-RS (2ª T, 23.04.2013 – DJe 02.05.2013)
AgRg no REsp 1.308.248-RS (1ª T, 20.11.2012 – DJe 26.11.2012)
AgRg no REsp 1.316.746-MG (2ª T, 19.06.2012 – DJe 28.06.2012)
AgRg no REsp 1.339.176-SP (1ª T, 16.05.2013 – DJe 23.05.2013)
AgRg no REsp 1.347.167-RS (1ª T, 18.12.2012 – DJe 04.02.2013)
REsp 1.296.673-MG(*) (1ª S, 22.08.2012 – DJe 03.09.2012)
REsp 1.311.604-SE (2ª T, 02.10.2012 – DJe 09.10.2012)
REsp 1.365.970-RS (2ª T, 02.05.2013 – DJe 10.05.2013)
SÚMULA N. 508
Referências:
CPC, art. 543-C.
LC n. 70/1991, art. 6º, II.
Lei n. 9.430/1996, art. 56.
Precedentes:
AgRg no Ag 1.177.919-SP (1ª T, 09.11.2010 – DJe 17.12.2010)
AgRg no Ag 1.303.150-DF (1ª T, 04.08.2011 – DJe 09.08.2011)
AgRg no Ag 1.375.795-RJ (1ª T, 16.08.2011 – DJe 19.08.2011)
AgRg no REsp 1.146.389-SC (2ª T, 19.08.2010 – DJe 28.09.2010)
AgRg nos EDcl no
Ag 1.431.224-SP (1ª T, 04.04.2013 – DJe 10.04.2013)
AgRg nos EDcl no
REsp 1.139.549-SP (2ª T, 22.06.2010 – DJe 06.08.2010)
EDcl no REsp 826.428-MG(*) (1ª S, 13.10.2010 – DJe 03.11.2010)
REsp 450.187-RS (2ª T, 12.04.2012 – DJe 07.05.2012)
REsp 826.428-MG(*) (1ª S, 09.06.2010 – DJe 1º.07.2010)
REsp 1.308.894-SP (2ª T, 17.04.2012 – DJe 25.04.2012)
824
SÚMULAS
SÚMULA N. 509
Referências:
LC n. 87/1996, art. 23.
CTN, art. 136.
CPC, art. 543-C.
Precedentes:
AgRg no Ag 1.239.942-SP (1ª T, 1º.09.2011 – DJe 09.09.2011)
AgRg no AREsp 80.470-SP (2ª T, 12.06.2012 – DJe 26.06.2012)
AgRg no AREsp 91.004-SP (2ª T, 16.02.2012 – DJe 27.02.2012)
AgRg no REsp 1.218.780-SP (1ª T, 03.09.2013 – DJe 23.09.2013)
AgRg no REsp 1.228.786-SP (2ª T, 21.08.2012 – DJe 29.08.2012)
AgRg nos EDcl no
AREsp 102.473-SP (1ª T, 26.06.2012 – DJe 02.08.2012)
REsp 1.148.444-MG(*) (1ª S, 14.04.2010 – DJe 27.04.2010)
REsp 1.201.929-SP (2ª T, 22.02.2011 – DJe 04.03.2011)
REsp 1.215.222-SP (1ª T, 18.10.2011 – DJe 11.11.2011)
SÚMULA N. 510
Referências:
CPC, art. 543-C.
CTB, arts. 231, VIII; 262, § 2º, e 270.
Decreto n. 2.521/1998, art. 85, § 3º.
Precedentes:
AgRg no Ag 1.230.416-DF (1ª T, 17.06.2010 – DJe 03.08.2010)
AgRg no REsp 919.347-DF (2ª T, 28.10.2008 – DJe 25.11.2008)
AgRg no REsp 1.027.557-RJ (2ª T, 05.02.2009 – DJe 26.02.2009)
AgRg no REsp 1.124.832-GO (1ª T, 04.05.2010 – DJe 11.05.2010)
AgRg no REsp 1.129.844-RJ (1ª T, 17.11.2009 – DJe 02.12.2009)
AgRg no REsp 1.156.682-TO (1ª T, 06.05.2010 – DJe 13.05.2010)
AgRg no REsp 1.303.711-RJ (2ª T, 21.08.2012 – DJe 29.08.2012)
AgRg nos EDcl no
REsp 622.971-RJ (1ª T, 04.10.2005 – DJ 07.11.2005)
REsp 622.965-RJ (1ª T, 27.09.2005 – DJ 21.11.2005)
REsp 648.083-RJ (1ª T, 14.12.2004 – DJ 28.02.2005)
REsp 790.288-MG (1ª T, 05.09.2006 – DJ 05.10.2006)
REsp 792.555-BA (2ª T, 04.05.2006 – DJ 18.05.2006)
REsp 843.837-MG (2ª T, 19.08.2008 – DJe 18.09.2008)
REsp 1.124.687-GO (2ª T, 14.12.2010 – DJe 08.02.2011)
REsp 1.144.810-MG(*) (1ª S, 10.03.2010 – DJe 18.03.2010)
REsp 1.148.433-SP (2ª T, 20.04.2010 – DJe 29.04.2010)
826
Índice Analítico
A
830
ÍNDICE ANALÍTICO
832
ÍNDICE ANALÍTICO
834
ÍNDICE ANALÍTICO
836
ÍNDICE ANALÍTICO
838
ÍNDICE ANALÍTICO
840
ÍNDICE ANALÍTICO
842
ÍNDICE ANALÍTICO
844
ÍNDICE ANALÍTICO
846
ÍNDICE ANALÍTICO
848
ÍNDICE ANALÍTICO
850
ÍNDICE ANALÍTICO
852
Índice Sistemático
AGRAVO REGIMENTAL NA SUSPENSÃO DE LIMINAR E DE SENTENÇA -
AgRg na SLS
1.799-SP.................. Rel. Min. Presidente do STJ .................................RSTJ 233/019.
CONFLITO DE COMPETÊNCIA - CC
127.913-RJ .............. Rel. Min. Regina Helena Costa ............................RSTJ 233/569.
ÍNDICE SISTEMÁTICO
HABEAS CORPUS - HC
135.546-RJ .............. Rel. Min. Marilza Maynard* .................................RSTJ 233/681.
148.178-PR ............. Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz ...........................RSTJ 233/692.
168.662-SP.............. Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura..............RSTJ 233/724.
169.172-SP.............. Rel. Min. Luis Felipe Salomão ..............................RSTJ 233/457.
172.699-RJ .............. Rel. Min. Sebastião Reis Júnior .............................RSTJ 233/735.
174.428-SC ............. Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze .........................RSTJ 233/603.
198.633-SP.............. Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura..............RSTJ 233/743.
202.519-DF............. Rel. Min. Laurita Vaz ............................................RSTJ 233/618.
239.167-SC ............. Rel. Min. Jorge Mussi ...........................................RSTJ 233/628.
241.713-DF............. Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz ...........................RSTJ 233/761.
244.854-SP.............. Rel. Min. Regina Helena Costa ............................RSTJ 233/635.
248.139-SP.............. Rel. Min. Moura Ribeiro.......................................RSTJ 233/644.
250.851-RS ............. Rel. Min. Assusete Magalhães ..............................RSTJ 233/776.
252.289-RJ .............. Rel. Min. Marilza Maynard* ................................RSTJ 233/791.
256.989-ES ............. Rel. Min. Jorge Mussi ...........................................RSTJ 233/655.
261.175-SP.............. Rel. Min. Assusete Magalhães ..............................RSTJ 233/800.
278.930-SP.............. Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze .........................RSTJ 233/664.
MANDADO DE SEGURANÇA - MS
19.084-DF............... Rel. Min. Sérgio Kukina .......................................RSTJ 233/031.
856
ÍNDICE SISTEMÁTICO
SÚMULAS
503 .........................................................................................................RSTJ 233/821.
504 .........................................................................................................RSTJ 233/822.
505 .........................................................................................................RSTJ 233/823.
506 .........................................................................................................RSTJ 233/824.
507 .........................................................................................................RSTJ 233/825.
508 .........................................................................................................RSTJ 233/826.
509 .........................................................................................................RSTJ 233/827.
510 .........................................................................................................RSTJ 233/828.
* Desembargador(a) convocado(a)
862
SIGLAS E ABREVIATURAS
S Súmula
SAF Secretaria de Administração Federal
Sd Sindicância
SEC Sentença Estrangeira Contestada
SF Senado Federal
SL Suspensão de Liminar
SLS Suspensão de Liminar e de Sentença
SS Suspensão de Segurança
STA Suspensão de Tutela Antecipada
Tr Trabalho
Trbt Tributário
864
Repositórios Autorizados e Credenciados pelo
Superior Tribunal de Justiça
REPOSITÓRIOS AUTORIZADOS E CREDENCIADOS PELO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
01. Lex - Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça - editada pela Lex Editora
S.A. - Portaria n. 1 de 19.08.1985 - DJ 21.08.1985 - Registro revalidado - Edital de
20.10.1989 - DJ 24.10.1989 - Registro cancelado - Portaria n. 2 de 11.12.2012 - DJe
13.12.2012.
02. Revista de Direito Administrativo - editada pela Editora Renovar Ltda. - Portaria
n. 2 de 19.08.1985 - DJ 21.08.1985 - Registro cancelado - Portaria n. 1 de 05.09.2007
- DJ 19.09.2007.
03. Revista LTr - Legislação do Trabalho - editada pela LTr Editora Ltda. - Portaria n.
5 de 26.08.1985 - DJ 28.08.1985 - Registro revalidado - Edital de 20.10.1989 - DJ
24.10.1989 - Registro alterado - Portaria n. 5 de 22.11.2011 - DJe de 23.11.2011.
04. Jurisprudência Brasileira Cível e Comércio - editada pela Juruá Editora Ltda. -
Portaria n. 6 de 09.09.1985 - DJ 12.09.1985 - Registro cancelado - Portaria n. 1, de
09.02.2006 - DJ 15.02.2006.
05. Julgados dos Tribunais Superiores - editada pela Editora Jurid Vellenich Ltda. -
Portaria n. 7 de 06.11.1987 - DJ 10.11.1987 - Registro cancelado - Portaria n. 2 de
06.03.2001 - DJ 09.03.2001.
06. Revista de Doutrina e Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios - Portaria n. 1 de 29.11.1989 - DJ 1º.12.1989 - Registro alterado/retificado
- Portaria n. 3 de 19.06.2002 - DJ de 25.06.2002.
07. Revista de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul - Portaria n.
1 de 08.02.1990 - DJ 12.02.1990 - Registro alterado - Portaria n. 3 de 19.03.2010 - DJe
22.03.2010.
08. Revista Jurídica Mineira - Portaria n. 3 de 02.04.1990 - DJ 04.04.1990 - Registro
cancelado - Portaria n. 4 de 13.05.1999 - DJ 04.06.1999.
09. Revista Jurídica - de responsabilidade da IOB Informações Objetivas Publicações
Jurídicas Ltda. (anteriormente editada pela Notadez Informações Ltda.) - Portaria n. 4
de 02.04.1990 - DJ 04.04.1990.
10. Julgados do Tribunal de Alçada do Rio Grande do Sul - Portaria n. 5 de 02.05.1990
- DJ 09.05.1990 - Registro cancelado - Portaria n. 8 de 16.11.2000 - DJ 24.11.2000.
11. Revista de Processo - editada pela Editora Revista dos Tribunais Ltda. - Portaria n.
6 de 31.05.1990 - DJ 06.06.1990.
12. Revista de Direito Civil - editada pela Editora Revista dos Tribunais Ltda. - Portaria
n. 7 de 31.05.1990 - DJ 06.06.1990 - Registro cancelado - Portaria n. 4 de 06.06.2000
- DJ 09.06.2000.
REPOSITÓRIOS AUTORIZADOS E CREDENCIADOS PELO STJ
13. Revista dos Tribunais - editada pela Editora Revista dos Tribunais Ltda. - Portaria
n. 8 de 31.05.1990 - DJ 06.06.1990.
14. Revista de Direito Público - editada pela Editora Revista dos Tribunais Ltda. -
Portaria n. 9 de 31.05.1990 - DJ 06.06.1990 - Registro cancelado - Portaria n. 5 de
11.06.2001 - DJ 19.06.2001.
15. Revista Ciência Jurídica - editada pela Editora Ciência Jurídica Ltda. - Portaria n. 10
de 21.08.1990 - DJ 24.08.1990 - Registro cancelado - Portaria n. 2 de 04.07.2003 - DJ
14.07.2003.
16. Revista Jurisprudência Mineira - editada pelo Tribunal de Justiça do Estado de
Minas Gerais - Portaria n. 12 de 10.09.1990 - DJ 12.09.1990.
17. Revista de Julgados do Tribunal de Alçada do Estado de Minas Gerais - Portaria n.
13, de 17.12.1990 - DJ 19.12.1990 - Registro cancelado - Portaria n. 10 de 08.10.2007
- DJ 18.10.2007.
18. Jurisprudência Catarinense - editada pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina -
Portaria n. 1 de 22.05.1991 - DJ 27.05.1991.
19. Revista SÍNTESE Trabalhista e Previdenciária - editada pela IOB Informações
Objetivas Publicações Jurídicas Ltda. - Portaria n. 3, de 16.09.1991 - DJ 20.09.1991 -
Registro retificado - Portaria n. 9 de 22.11.2006 - DJ 11.12.2006 - Registro retificado
e ratificado - Portaria n. 8 de 25.10.2010 - DJe 28.10.2010.
20. Lex - Jurisprudência dos Tribunais de Alçada Civil de São Paulo - editada pela Lex
Editora S.A. - Portaria n. 1, de 10.03.1992 - DJ 13.03.1992 - Registro cancelado -
Portaria n. 6 de 08.10.2007 - DJ 18.10.2007.
21. Jurisprudência do Tribunal de Justiça - editada pela Lex Editora S.A. - Portaria n. 2 de
10.03.1992 - DJ 13.03.1992 - Registro retificado - Portaria n. 9 de 16.11.2000 - DJ 24.11.2000 -
Registro cancelado - Portaria n. 4 de 29.10.2013 - DJe de 05.11.2013.
22. Lex - Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal - editada pela Lex Editora S.A.
- Portaria n. 3 de 10.03.1992 - DJ 13.03.1992 - Registro cancelado - Portaria n. 3 de
11.12.2012 - DJe 13.12.2012.
23. Revista de Previdência Social - editada pela LTr Editora Ltda. - Portaria n. 4 de
20.04.1992 - DJ 24.04.1992.
24. Revista Forense - editada pela Editora Forense - Portaria n. 5 de 22.06.1992 - DJ
06.07.1992 - Registro cancelado - Portaria n. 8 de 22.11.2011 - DJe de 23.11.2011.
25. Revista Trimestral de Jurisprudência dos Estados - editada pela Editora Jurid
Vellenich Ltda. - Portaria n. 6 de 06.11.1992 - DJ 10.11.1992 - Registro cancelado -
Portaria n. 3 de 04.07.2003 - DJ 14.07.2003.
26. Série - Jurisprudência ADCOAS - editada pela Editora Esplanada Ltda. - Portaria
n. 1 de 18.02.1993 - DJ 25.02.1993 - Registro cancelado - Portaria n. 2 de 23.08.2004
- DJ 26.08.2004.
868
REPOSITÓRIOS AUTORIZADOS E CREDENCIADOS PELO STJ
27. Revista Ata - Arquivos dos Tribunais de Alçada do Estado do Rio de Janeiro -
Portaria n. 2 de 11.02.1994 - DJ 18.02.1994 - Registro cancelado - Portaria n. 3 de
04.05.1999 - DJ 18.05.1999.
28. Revista do Tribunal Regional Federal da 4ª Região - editada pela Livraria do
Advogado Ltda. - Portaria n. 3 de 02.03.1994 - DJ 07.03.1994.
29. Revista de Direito do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro - Portaria n.
4, de 15.06.1994 - DJ 17.06.1994.
30. Genesis - Revista de Direito do Trabalho - editada pela Genesis Editora - Portaria
n. 5 de 14.09.1994 - DJ 16.09.1994 - Registro cancelado - Portaria n. 4 de 08.10.2007
- DJ 18.10.2007.
31. Decisório Trabalhista - editada pela Editora Decisório Trabalhista Ltda. - Portaria
n. 6 de 02.12.1994 - DJ 06.12.1994 - Registro cancelado - Portaria n. 02 de 28.06.2013
- DJe 1º.07.2013.
32. Revista de Julgados e Doutrina do Tribunal de Alçada Criminal do Estado de São
Paulo - Portaria n. 1 de 18.12.1995 - DJ 20.12.1995 - Registro cancelado - Portaria n.
5 de 08.10.2007 - DJ 18.10.2007.
33. Revista do Tribunal Regional Federal da 3ª Região - editada pelo Tribunal Regional
Federal da 3ª Região - Portaria n. 1, de 11.04.1996 - DJ 22.04.1996 - Registro
cancelado - Portaria n. 18.06.2010 - DJe 22.06.2010.
34. Lex - Jurisprudência do Tribunal Federal de Recursos - editada pela Lex Editora
S.A. - Portaria n. 2 de 29.04.1996 - DJ 02.05.1996 - Registro cancelado - Portaria n.
11 de 08.10.2007 - DJ 18.10.2007.
35. Revista de Direito Renovar - editada pela Editora Renovar Ltda. - Portaria n. 3 de
12.08.1996 - DJ 15.08.1996.
36. Revista Dialética de Direito Tributário - editada pela Editora Oliveira Rocha
Comércio e Serviços Ltda. - Portaria n. 1 de 16.06.1997 - DJ 23.06.1997.
37. Revista do Ministério Público - Portaria n. 1 de 26.10.1998 - DJ 05.11.1998 -
Registro retificado - Portaria n. 9 de 14.06.1999 - DJ 22.06.1999.
38. Revista Jurídica Consulex - editada pela Editora Consulex Ltda. - Portaria n. 1 de
04.02.1999 - DJ 23.02.1999 - Republicada em 25.02.1999 - Registro cancelado -
Portaria n. 1 de 06.03.2001 - DJ 09.03.2001.
39. Genesis - Revista de Direito Processual Civil - editada pela Genesis Editora -
Portaria n. 2 de 12.04.1999 - DJ 15.04.1999 - Registro cancelado - Portaria n. 3 de
08.10.2007 - DJ 18.10.2007.
40. Jurisprudência Brasileira Criminal - editada pela Juruá Editora Ltda. - Portaria n. 6,
de 14.06.1999 - DJ 22.06.1999 - Registro cancelado - Portaria n. 2 de 09.02.2006 - DJ
15.02.2006.
41. Jurisprudência Brasileira Trabalhista - editada pela Juruá Editora Ltda. - Portaria n.
7 de 14.06.1999 - DJ 22.06.1999 - Registro cancelado - Portaria n. 3 de 09.02.2006 -
DJ 15.02.2006.
42. Revista de Estudos Tributários - editada pela marca SÍNTESE, de responsabilidade
da IOB Informações Objetivas Publicações Jurídicas Ltda. - Portaria n. 8 de 14.06.1999
- DJ 22.06.1999.
43. Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça - editada pela Editora Brasília
Jurídica Ltda. - Portaria n. 10 de 29.06.1999 - DJ 05.07.1999 - Registro cancelado -
Portaria n. 1 de 23.08.2004 - DJ 26.08.2004.
44. Revista Interesse Público - editada pela Editora Fórum Ltda. - Portaria n. 1 de
14.03.2000 - DJ 21.03.2000.
45. Revista SÍNTESE Direito Civil e Processual Civil - editada pela IOB Informações
Objetivas Publicações Jurídicas Ltda. - Portaria n. 2 de 14.03.2000 - DJ 21.03.2000 -
Registro retificado - Portaria n. 9 de 22.11.2006 - DJ 11.12.2006 - Registro retificado
e ratificado - Portaria n. 8 de 25.10.2010 - DJe 28.10.2010.
46. Revista SÍNTESE Direito de Família - editada pela IOB Informações Objetivas
Publicações Jurídicas Ltda. - Portaria n. 3 de 29.03.2000 - DJ 03.04.2000 - Registro
retificado - Portaria n. 2 de 14.09.2009 - DJe 15.09.2009 - Registro retificado e
ratificado - Portaria n. 8 de 25.10.2010 - DJe 28.10.2010.
47. Revista ADCOAS Previdenciária - editada pela Editora Esplanada Ltda. -
ADCOAS - Portaria n. 5 de 21.06.2000 - DJ 27.06.2000 - Registro cancelado -
Portaria n. 8 de 08.10.2007 - DJ 18.10.2007.
48. Revista ADCOAS Trabalhista - editada pela Editora Esplanada Ltda. - ADCOAS
- Portaria n. 6 de 21.06.2000 - DJ 27.06.2000 - Registro cancelado - Portaria n. 7, de
08.10.2007 - DJ 18.10.2007.
49. Revista de Jurisprudência ADCOAS - editada pela Editora Esplanada Ltda.
- ADCOAS - Portaria n. 7 de 21.06.2000 - DJ 27.06.2000 - Registro cancelado -
Portaria n. 9 de 08.10.2007 - DJ 18.10.2007.
50. Revista SÍNTESE Direito Penal e Processual Penal - editada pela IOB Informações
Objetivas Publicações Jurídicas Ltda. - Portaria n. 4 de 06.03.2001 - DJ 09.03.2001 -
Registro retificado - Portaria n. 9 de 22.11.2006 - DJ 11.12.2006 - Registro retificado
e ratificado - Portaria n. 8 de 25.10.2010 - DJe 28.10.2010.
51. Revista Tributária e de Finanças Públicas - editada pela Editora Revista dos
Tribunais - Portaria n. 6 de 11.06.2001 - DJ 19.06.2001.
52. Revista Nacional de Direito e Jurisprudência - editada pela Nacional de Direito
Livraria Editora Ltda. - Portaria n. 1 de 08.04.2002 - DJ 02.05.2002 - Republicada em
19.04.2002 - Registro cancelado - Portaria n. 1 de 31.07.2009 - DJe 05.08.2009.
870
REPOSITÓRIOS AUTORIZADOS E CREDENCIADOS PELO STJ
53. Revista do Tribunal Regional Federal da 5ª Região - editada pelo Tribunal Regional
Federal da 5ª Região - Portaria n. 2 de 23.04.2002 - DJ 02.05.2002 - Registro
cancelado - Portaria n. 5 de 09.04.2010 - DJe 18.04.2010.
54. Revista Dialética de Direito Processual - editada pela Editora Oliveira Rocha
Comércio e Serviços Ltda. - Portaria n. 1 de 30.06.2003 - DJ 07.07.2003.
55. Revista Juris Plenum - editada pela Editora Plenum Ltda. - Portaria n. 1 de
23.05.2005 - DJ 30.05.2005 - Registro alterado - Portaria n. 5 de 28.11.2013 - DJe
29.11.2013.
56. Revista Bonijuris - versão impressa - co-editada pelo Instituto de Pesquisas
Jurídicas Bonijuris, Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar), Associação dos
Magistrados Catarinense (AMC) e Associação dos Magistrados do Trabalho IX e XII
(Amatra) - Portaria n. 2 de 18.10.2005 - DJ 27.10.2005.
57. Revista Juris Plenum Trabalhista e Previdenciária - editada pela Editora Plenum
Ltda. - Portaria n. 3 de 16.12.2005 - DJ 08.02.2006 - Registro cancelado - Portaria n.
9 de 12.12.2011 - DJe 14.12.2011.
58. Revista Magister de Direito Penal e Processual Penal - editada pela Editora Magister
Ltda. - Portaria n. 4 de 02.08.2006 - DJ 09.08.2006.
59. CD-ROM - Jur Magister - editado pela Editora Magister Ltda. - Portaria n. 5 de
09.08.2006 - DJ 15.08.2006 - Registro cancelado - Portaria n. 6 de 11.12.2013 - DJe
12.12.2013.
60. DVD - Magister - editado pela Editora Magister Ltda. - Portaria n. 6, de 09.08.2006
- DJ 15.08.2006.
61. Revista Previdenciária e Trabalhista Gazetajuris - editada pela Editora Portal
Jurídico Ltda. - Portaria n. 7 de 09.08.2006 - DJ 15.08.2006 - Registro cancelado -
Portaria n. 2 de 08.10.2007 - DJ 18.10.2007.
62. CD-ROM - Gazetajuris - editado pela Editora Portal Jurídico Ltda. - Portaria n.
8 de 02.10.2006 - DJ 04.10.2006 - Registro cancelado - Portaria n. 6 de 12.11.2008 -
DJe 17.11.2008.
63. Revista Magister de Direito Civil e Processual Civil - editada pela Editora Magister
Ltda. - Portaria n. 1 de 1º.02.2008 - DJ 11.02.2008.
64. Revista Brasileira de Direito Tributário e Finanças Públicas - editada pela Editora
Magister Ltda. - Portaria n. 2 de 1º.02.2008 - DJ 11.02.2008.
65. Revista Brasileira de Direito das Famílias e Sucessões - editada pela Editora
Magister Ltda. - Portaria n. 4 de 10.10.2008 - DJe 15.10.2008.
66. Revista de Direito Tributário da Associação Paulista de Estudos Tributários -
editada pela MP Editora Ltda. - Portaria n. 5 de 30.10.2008 - DJe 07.11.2008.
67. Portal da Rede Mundial de Computadores “editoramagister.com” - editado pela
Editora Magister Ltda. - Portaria n. 7 de 15.12.2008 - DJe 17.12.2008.
872
Projeto gráfico
Coordenadoria de Programação Visual - STJ
Editoração
Gabinete do Ministro Diretor da Revista - STJ
Impressão
Capa: Gráfica do Conselho da Justiça Federal - CJF
Miolo: Seção de Reprografia e Encadernação - STJ