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VERBOS

7 2.1. Identificando o verbo


I k ~odasas classes de palavras, o verbo é certamente o mais ficil de reconhe-
V V I . 111". scus ~ 6 x 0 característicos
s (andamos, andam, andava, andasse) e pela relaçâo
I . I ~ I I II > \ rmtros membros do seu lexema. Com efeito, o lexema verbal é, de longe, o

i i i ; i i a rirw da língua, e apresenta características muito peculiares: são palavras que se

~ I ~ N . c111 ~ L .tempo,
I I I modo, pessoa e número. No PB o lexerna verbal é algo simplifica-
ilii i . i ~ ir ~ ~ i i i ~ > a ~com
a ç ã o do padrão escrito, mas mesmo assim é bastante complexo.
S<.iiiiiit.rar em todos os detalhes, vou dar a seguir u m aparihado da estrutura do
\TIIIII i10 PB, tal como foi revelado pelas pesquisas realizadas'.

12.2. Elenco de formas

( :IIIIIII já viiiios, o verbo no PB apresenta uma variação máxima de quatro pes-


i ~ i i i i a~:i:iiii;ilicais,exempiificadas e m

I " ~xssoasing.: eu faço


3" pissoa sing.: ele faz
1,'11e~wa111.: iióa fizemos
3' pessoa pl.: eles fazem
onde a forma de terceira pessoa' vale para elejsj e também para vocêjs) e os outros
indicadores de segunda pessoa do discurso (o senhor); e ainda para a gente, que
como vimos é um sinônimo de nós. Para muitos falantes do Nordeste e do Sul, exis-
te uma quinta foriiia, correspondente à segunda pessoa gramatical, a saber
2"essoa sirig.: tu fazes
Mas já vimos que mesmo os falantes que usam tu o mais das vezes empregam a
forrna de terceira pessoa do singular: tu faz. A segunda pessoa do plural (vcís fazeis)
é totaliiiente desusada no PB, assim como no padrão escrito.

O exemplo dado acima, do verbo fazer, é um caso de diferenciação máxima


de pessoas; muitos falantes empregam paradignias simplificados, incluindo formas
como eles vai - mais frequentemente eles ia; nós faz - mais frequentemente nós
fazia'. Eiii outros casos a primeira e a segunda pessoas do singular são idênticas: eu
fazia, ele fazia. o que tambim reduz o número de oposições.

32.2.2. Tempos e modos

Restringindo-nos aqui aos tempos simples (isto é, que não incluem auxiliar), o
verbo no PB apresenta as seguintes formas:

ai Iiiil>erativo
preterito imperfeito
lxetí.rito perfcitii
coiidiciuiial ifiit. clo prct.)
cii fazia
eu f i z
eii

1.z!
foria '

Siibjuiiti\o l~reseiitc etl f u ~ "í ~


I iiiiperfeito eu fizesse

Aqui ar pessoas referidas sáa sempre a í gramaticais, exceto quando explicitado "do disciirsri". Ver
comentário em 25.1.
' Essas formasrão mais frequentes em casas de oposi~áomenos ralientc, oii seja, rliiiiiirlri ii.lr, li5 :illcriiqlo
eni sílaba tônica; essa dilerenya foi deseaberto par Lernlç e Naro (1977).

I
o\> OIIII~IJ 'daz14 u~!l!iiyii! :sa$iialaj!p 05s si:~iiiujsi?iil)si! 's~rii[iiY~.i~!
soil.i.in \ii~!iiiii
uix 'saie[n2ai soqjaA so sopot uia o~!i!iryu! oe os!$o?p! o~!luii!cliisol>O . I I I ~( )I I ~
([XEJ g y ~no
] [ar,%myA1 ~opn!.>iiiiii~rid)jaqsinpues uin Jaze) sowi!~lkl
i111
:L! ap euiioj auin tuos gd ali IIIII:III
ouros se>!+euiera seu epep ' ~ e i n ~op
3 'soicr~5~J d eossad e~!aui!rd ap euirol V
.a, a Djsa, sope~acls.i""1 v . ~ , t
uia '(das ap) olas a (1~?saap) ~ l a ? s z!p
a as 'orueialiua 'aisapnç ou ouisam .!I? i~ilri.i,i
'...ayqnpuos iun D ~ D J :o~!$uníqnsoe es!$u~p!euiioj e a s - e ~ a s u o sa l s a p i u ~i i ~
wluauioui uin ~ Z uI i a ~11 I
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d !w eled aq>!npues uin zcd li1
:~alnãu!sop eossad el!asra+ 'OA!~I:.I!~I
op aluasa~doe es!$uap! alsapnç ou o~!+e~adui!
op a l u a n b a ~ s!ew
j euiioj V
lo!eui a t o x p o IeAal sou eled oquveJ a s q 111
:ol!s!ldua ol!a!iis mos oursaur Iai\t.!lei\u! o~q!uyu!op osn o [euiloii Y!I:III
o seui 'gd 0" a$uaw[euo!seso aiioso ( s o w l a z ~s?u j D I D ~~eossad
) o~!$!uyli! ()
,a$sapnç ou osn ap iasa~edesape apuai o ~ g u n l q n sop a$oasa.icl i ) .B
f s e ~ i i u i rselias
~ j e ol!ilsai aluatuleia2 a ore1 aluelseq 'soui!~ou103 '[EUO!ZI![>~I~. ( )
'gd OU uials!xa oeu aiib '(!ad~J na) oA!les!pu! op olninj op a (~lazg[ na) oA!+es!pri! 011
ol!ajiad-anb-s!ew op e!su?sne e as-alou 'ol!rssa oeiped o uros 0-3a1eduios ~LI:,I
'OZ 01rq;des ou otsodxa !oq ('.)I.I
op!uo3 ~yu!?'dauo3 non) se$sodmosseuiioj sep ouios ui!sse 'seuiioj sessap osii ()
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siil>juiitivofizer. No ciitanto, 112 uma teiidêiicia a iclciitific;~~
as cIii:is Coriiias iiicsiiio
nos verbos que as distinguem tradiciorialriieiitc; esse processo está mais avaiic;ado
em certos casos do que em outros, de modo que se ouve frequentemente se eu pôr...,
quando eu fazer, mas não 'se eu ir ..., 'qiiondo eu ser.
O caso mais exheino é o de verbos derivados, que quase sempre regularizam o
futuro do siihiiintivo:
151 Se você compor um samba para mim..
161 Se eu desfazer o cnmbinado...

O futuro do subjuntivo de ver é ver (não vir como consta das gramáticas).

32.3.3. Pronúncia do infinitivo

O r final das formas verbais é sempre omitido (ver detalhes no capítulo 37), de
modo que correr se pronuncia [ko'he],fizer [fi'za]e ir [i]. Mas O infinitivo dc vir não
é, como seria de esperar, [vi]. inas [v?], com i nasal (a pronúncia sem nasalização
também ocorre, mas é mais rara)'.

É uma e x c e ~ ã ocuriosa, até que se aprende quc cm latim havia um n ali, quc iias;ilizr>li a vi~giil
preczdcntc. Isso era marcado na eserits ate a Idade Média coiii uiii til no i de vir.

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