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Módulo 1 – Conceituando Inovação.

Inovação é algo antigo. Podemos dizer que ela nasceu


com o Big Bang (na falta de outra teoria melhor, é
claro). No exato momento da grande explosão
cósmica, cujo fator gerador ainda não tem explicação-
pelo menos pela ciência- as partículas elementares
que formam o universo não possuíam massa. Elas a
adquiriram na exata fração de segundos posterior à formação do universo. Dar
consistência científica a essa teoria é um trabalho árduo que exige uma
gigantesca capacidade inovadora.

Peter Higgs (1929- ) é um físico inglês que em 1964 propôs a


teoria que pretende explicar a origem da massa das partículas
elementares. Segundo Higgs, as partículas “ganharam massa”
por que o universo está permeado, todo ele, por um campo de
forças denominado “Campo de Higgs” e este campo,
obviamente, é formado pelas misteriosas partículas batizadas
de “Bóson de Higgs” (a última das partículas elementares por identificar).

Sem o “Campo de Higgs” atuando, as partículas não teriam massa e partículas


sem massa se movem à velocidade da luz e, portanto não poderiam formar a
matéria sólida tal como a conhecemos.

Para tentar provar esta e outras teorias, foi


construído um extraordinário complexo batizado
de LHC (Grande Colisor de Hádrons) que demorou
20 anos para ser construído ao custo de 3 bilhões
de Euros.

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Trata-se de um túnel subterrâneo
circular com 27 quilômetros de
extensão em Genebra, na fronteira
entre Suíça e França. É neste túnel que
prótons são acelerados à velocidade da
luz e percorrem direções opostas até se
chocarem. Esta colisão simula as
condições do Big Bang e através dos
“estilhaços” obtidos, os cientistas podem identificar as tais partículas
elementares, dentre as quais o provável “Bóson de Higgs”.

O “Bóson de Higgs” foi apelidado de “Partícula de Deus” pelo cientista norte-


americano Leon Lederman (1922-), Nobel de Física de 1988. Higgs, que se
declara ateu não ficou muito feliz com essa história.

Nossos melhores cientistas procuram incansavelmente respostas para o


universo em que estamos inseridos. Se o “Bóson de Higgs” for identificado em
2012, como está sendo previsto, certamente dará origem a todo um novo
manancial de perguntas que exigirão teorias ainda mais radicalmente
inovadoras.

 Qual a origem deste bóson?


 Que inteligência extraordinária o concebeu, infiltrando-o em todo o
universo para dar massa, seletivamente, a algumas partículas (já que
nem todas interagem com o tal bóson?

Mas, com Higgs ou sem Higgs, os cientistas sabem que não existe o “nada”. O
“nada” não pode gerar algo, posto que não existe. Se o universo existe, assim
como nós e os bósons, isso se deve à uma “origem” fantasticamente criativa e
inovadora.

Não há efeito sem causa. Um efeito inteligente supõe uma causa inteligente. E
para criar todo esse maravilhoso, complexo e interconectado universo de
galáxias, partículas elementares e homens curiosos é preciso mais, muito mais
do que o acaso.

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Assim é com a inovação. Há muitas definições do que seja “inovação”, mas em
um ponto todos os pesquisadores concordam: ela não é fruto do acaso.

Os autores competem para ver quem melhor define o que seja inovação.
Alguns há que radicalizam ao dizer que “Inovação é romper com o passado”.

Exemplo: a mudança do disco de vinil para o CD e deste para o MP3.

Outros são mais condescendentes e propõem que inovação é “criar algo novo
que possa trazer benefícios à empresa e à sociedade”.

Segundo o guru da administração, Peter Drucker (1909-2005) “Inovação é o


ato de atribuir novas capacidades aos recursos (pessoas e processos)
existentes na empresa para gerar riqueza”.

Também é dele um dos pensamentos mais bem estruturados sobre o tema:

“Toda empresa deve ser organizada para inovar, e a inovação, é a "destruição


criativa" de tudo o que é retrógrado e arcaico. Então a empresa deve ser
organizada para o abandono sistemático de tudo o que for estabelecido,
costumeiro, familiar e cômodo, seja um produto, serviço ou processo, seja um
conjunto de habilidades, relações humanas e sociais, seja a própria
organização. Em suma: deve ser organizada para a constante mudança. Inovar
é mudar.”

Vamos, desde já, definir os outros termos que orbitam em torno de ”inovação”
e sobre os quais há muita confusão.

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CRIATIVIDADE
É o ponto de partida para a inovação. É a capacidade de
produzir ideias e soluções originais a um determinado
problema, demanda ou questão.

É outra etapa do processo posterior ao da criatividade.


É a transformação da nova ideia em algo palpável,
concreto. É a implementação da “criação mental”.
Dica: Veja o filme “A invenção de Hugo Cabret” de Martin Scorcese que trata
exatamente deste tema.

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A partir do momento que uma ideia original (criatividade),
torna-se concreta (invenção) e passa a ter viabilidade
comercial e aceitação pelo mercado (geração de valor) aí sim:
estamos diante de uma INOVAÇÃO. Então, temos agora
as 3 dimensões da INOVAÇÃO:
TT
Ter ideias originais

Materializar a ideia

O produto final gera valor a todos

ESTA É A “EQUAÇÃO DA INOVAÇÃO”.

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FORA DA CAIXA

Aqui você pode propor outras ideias, pensamentos e alternativas que


enriqueçam o texto acima.

Gostaria de saber sua opinião sobre os seguintes assuntos:

1. O que significa gerar valor para você?


2. Gerar valor é algo limitado ao lucro?
3. Pense em algo que você considera uma "inovação", mas que não gera "valor
econômico".

DE BRINDE PARA VOCÊ

Este link permite que você entenda, de forma bem didática, o que é o Bóson de
Higgs.
http://youtu.be/CMmm2envReE

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