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Gestão da Inovação Tecnológica 1

Mitos da Inovação

Mitos da Inovação
Tabela 1: Dados do Livro:

Autor Scott Berkun


Editora Altabooks
Ano de Edição 2007
N° de Páginas 168

Scott Berkun trabalhou como a equipe do Internet Explorer da Microsoft


de 1994 a 1999 e deixou a empresa em 2003 com o objetivo de escrever alguns
livros. Hoje ele dá aula em um curso de graduação sobre pensamento criativo na
Universidade de Washington.
No seu livro Mitos da Inovação, Scott tem como objetivo identificar os
mitos sobre inovações, explicando o porquê que eles são tão populares,
utilizando uma linguagem direta e diversos exemplos e referências. Seu livro é
dividido em dez capítulos, exemplificando sua visão sobre a inovação e
dialogando com o leitor a todo instante. Uma leitura rápida e bem rica de
conteúdo são as marcas deste livro.

Capítulo 1 – O mito da epifania.

Muitos acreditam que a epifania é a responsável pelo surgimento das


grandes idéias. Está é a maior das ilusões já criadas!
O surgimento das idéias brilhantes está muito mais relacionado à
quantidade de conhecimento adquirido, vivência e troca de experiências entre
pessoas de hábitos, crenças, pontos de vista e conhecimento diferentes do que
simplesmente ao surgimento de uma mirabolante idéia. Nenhuma idéia aparece,
sem mais nem menos, sem que a pessoa estimule seus pensamentos através
de preparo e dedicação para enxergar aquela situação como realmente uma
idéia.
As pessoas ainda acreditam que grandes idéias aparecem ao acaso.
Todas colocam em segundo plano todo o tempo de preparação e
amadurecimento que o individuo apresenta até que o “in sight” finalmente

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aconteça. Se Newton recebesse a tal da maça na cabeça, como a história conta,


sem que todo um embasamento técnico-científico tivesse sido gerado e
aprimorado ao longo de sua vida, simplesmente ele seria apenas mais uma
pessoa sob a qual caiu algo sobre cabeça. Não se pode, também, diminuir o
feito das pessoas sob as quais se ancoram, estabelecem e suportam toda a
base de desenvolvimento e inovações. Voltando ao caso de Newton, vários
outros teóricos foram em várias discussões ou relatos, base do suporte sob o
qual Newton se possibilitou, com méritos, suas devidas postulagens e
“descobrimentos”.

Capítulo 2 – Compreendemos a história da inovação.

Vale ressaltar que boa parte do que hoje se tem como estudos e
conceitos passados, são reflexos das grandes preservações dos “vencedores”
durante o processo expansionista dos grandes impérios, ou seja, muita
informação a respeito dos povos vencidos pelo império romano, bizantino,
bárbaros e outras civilizações foram perdidas e/ou esquecidas pela simples
demonstração de poder e imposição da cultura dos dominantes ao dominados.
Este fato, por si só, pode ter retardado várias inovações para a época que
poderiam continuar impactando o transcorrer da história, como ocorre com
diversos conceitos ainda muito utilizados como, por exemplo, o número áureo. O
que fica como lição é que coisas comuns, pessoas e eventos são transformados
em lendas pela força do tempo. Como abordado, Johannes Guttenberg foi
proclamado como uma das pessoas mais importantes da história devido ao
“surgimento” da imprensa escrita, embora os chineses antigos já dominassem as
técnicas de impressão com caracteres móveis e outras técnicas de impressão. O
fator determinístico para que Guttenberg se encontre acima de Einstein,
Aristóteles e Moises se dá pela maciça ação da imprensa escrita sobre o passar
dos anos. O livro deixa claro que tanto Guttenberg quanto a pedra Rosseta não
foram salvador e item divinal de proteção da humanidade durante sua vida e
lapidação, respectivamente. A imprensa e história foram determinantes para a
perpetuação das idéias. E também Guttenberg ao aplicar os conceitos e
atividades historicamente difundidas nunca imaginaria, em sua época, que
chegaria a ter participação tão marcante sobre a história da humanidade quanto

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se prega nos dias atuais. Em determinado momento, Scott critica os


historiadores, pela forma que é abordado o contexto histórico das inovações.
Explica, também, que o melhor método de entender as inovações é pensando
em vários fatos em paralelo, como se fossem os galhos (ramificações) de uma
árvore e não como uma forma “natural” de evolução, pois uma inovação nunca é
trabalhada em forma de pirâmide. Ainda sobre o exemplo da pedra da Rosetta,
quando esculpida, nunca pensariam que ela seria algo mais que uma pedra com
informações “atuais” sobre o modo de vida ou outros dados relevantes de quem
a esculpiu. Com isso, não devemos tentar predizer, mensurar ou esperar que ao
“nosso tempo” sejam atingidas todas as extensões de nossas idéias ou que
viveremos para usufruir de todas as fronteiras de nossas inovações.
A inovação é algo que acontece com o intuito de romper com a visão
cotidiana de um período. Pode-se dizer que ela altera a linha do tempo e
influencia toda uma percepção após seu surgimento. Foi assim que o conceito
de Personal Computer (PC) foi adotado, telefonia móvel e post it (3M), além das
demais inovações foram tidas como marcos para uma geração, transformando-
se em marcos competentes nas árvores de inovação.

Capítulo 3 – Há um método para a inovação.

A busca por algo já feito, um procedimento padrão para obter idéias


geniais e hábitos ou atividades rotineiras são as perguntas sempre levantadas
quando o assunto é inovação. Por que as pessoas desacreditam na
possibilidade de anos de trabalho, estudo e pesquisa e creem no lampejo de
sucesso a partir de uma visão? A tomada pelo descritivo de processo de
inovação, sistemática adotada para um desempenho satisfatório de um plano
inovador não pode ser generalizado para todas as pessoas. Assim como todos
os indivíduos são diferentes, metodologias para suporte de projetos inovadores
são diferentes e apresentam êxitos com certas adaptações, devido à
necessidade da equipe de trabalho e da resposta buscada ao término do projeto.
Por isso, são encontradas várias ferramentas que podem ser trabalhadas para
estimular e gerenciar um ciclo de inovação. Além disso, há sempre a
necessidade de explorar novos caminhos, desafiar as idéias vigentes e

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tradicionalistas, sempre focando uma perspectiva futura para uma ação


presente.
O estimulo para a inovação é dado a partir do interesse do pensador em
buscar o “novo”. O primeiro passo é dado sempre sem foco... O importante é
estimular o senso criativo, coletar a maior diversidade de idéias e sugestões
possíveis e, a partir destas, iniciar as reflexões cabíveis em prol do surgimento
de uma idéia potencial. Scott classifica de maneira prévia alguns padrões
identificados em grandes projetos de inovação. São eles:

 Trabalho árduo em um objetivo específico: Estruturação dos problemas,


levantamento de hipóteses e exclusão das mesmas via experimentação
são atividades demoradas, mas sempre empregadas pelos estudiosos em
inovação.
 Trabalho árduo com mudança do objetivo: Os resultados obtidos no
primeiro tópico podem conduzir o inovador a caminhos completamente
diferentes dos iniciais para o projeto. Os estudiosos empenhados devem
ter flexibilidade e mente aberta para a mudança do foco no projeto e
descentralização da força tarefa para o novo objetivo traçado.
 Curiosidade: A semente plantada no coração do inovador é a curiosidade.
Esta move as mais notáveis descobertas em todas as áreas. George
Mestral descobriu o Velcro após carrapichos terem grudado em sua roupa
após uma caminhada. Esta “ferramenta” pode ser determinante para que
o segundo tópico, tratado acima, tenha sucesso.
 Fartura e Dinheiro: Muitas inovações são guiadas pelo dinheiro. É usual
que idéias promissoras sejam depositadas nas mãos de grandes
empresas de modo que estas corram os riscos de lucros astronômicos
com seu êxito. Thomas Edison tinha a ambição de ser líder de mercado e
não inovador. Todo este processo deve ser ancorado por um plano de
negócios bem estruturado, de modo que seja o suporte para o sucesso de
todo o projeto.
 Necessidade: Muitas ondas de inovação surgiram da necessidade de
pessoas utilizarem algo que não encontravam. Normalmente, idéias que
mudam o mundo surgem de projetos bem mais modestos. Como

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exemplos têm-se o surgimento da rede de fast food Mc Donalds, que


chegou ao patamar global atual após o desenvolvimento de um sistema
de gerenciamento de seu estande de hambúrguer caseiro.
 Combinação: A ação combinada das etapas discutidas acima sejam elas
em sequências, períodos e dificuldades diversas, são responsáveis pelo
sucesso de todas as idéias.
Para Scott, um segundo ranqueamento pode ser realizado a partir dos
desafios enfrentados pela inovação ao longo de todos os tempos. Estes são:

 Encontrar a idéia: aproveite os sinais do cotidiano para obter as


idéias. Problemas sociais, idéias de bar, conversas informais,
resultados de estudos em outros locais do mundo.
 Desenvolva uma solução: A experimentação e minimização das
falhas potenciais através de testes auxiliam na verificação dos
estudos e constatação das hipóteses levantadas.
 Patrocínio e financiamento: a necessidade monetária para
solidificar sua idéia se faz necessária para que seu produto seja
totalmente desenvolvido.
 Alcance seu consumidor potencial: Uma idéia não é inovadora sem
que seu público alvo seja atingido. Marketing, e outras ferramentas
de divulgação devem ser utilizadas para que a população tome
conhecimento de que você existe. A roda, o motor a vapor e os
alimentos congelados já existiam antes de 100 A.C, mas foram
otimizadas pelos inovadores durante anos para que fossem
posicionados para uso pessoal. O inventor do post it fornecia
“amostras grátis” aos demais departamentos da 3M para que seu
produto fosse assim conhecido e então tomasse a ponta nas
vendas da companhia.
 Vença seus concorrentes: fique atento ao desenrolar da inovação.
Muitos inovadores talentosos atuam constantemente em um
mesmo objetivo comum. Cabe a você está à atenção e sobre a
nova realidade que surge e tentar colaborar, inspirar-se e
reconhecer as novas táticas para conseguir atingir seus objetivos.

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 Temporização: Em que ponto a tua idéia pode ser absorvida pela


atual realidade que o mundo se encontra? Como deverão ser as
adaptações até que seu produto seja necessidade para o
consumidor final?
 Mantenha as luzes acesas: Não mergulhe de cabeça no mundo da
inovação. Enquanto você se dedica, não se esqueça de que as
contas continuam a vencer!
O importante para que o caminho da inovação seja desbravado é
conhecer a si mesmo, saber até onde é válido correr riscos para atingir nossos
objetivos. Saber a hora certa para ser intenção, mas ter consciência de que
também há momentos em que o mais sensato é recuar. O processo inovador é
contínuo e nada se resolve em minutos ou momentos. Paciência e persistência
são as chaves para sucesso, além de contar um pouco com a sorte.

Capítulo 4 – As pessoas adoram novas idéias.

As novas idéias apenas são aceitas após outras pessoas as terem


testado. O anseio por novidades nem sempre é bem vista pela sociedade ou
pela gerencia do seu departamento. Todas as idéias sofreram grande repressão
no instante de seu surgimento. Não desanimar e buscar romper as fronteiras
desta dificuldade confere ao inovador o sucesso ou, dependendo do perfil do
projeto, ao desenvolvimento de outras saídas para este projeto, sejam elas
relacionadas à idéia inicial ou um novo estudo.
Romper as condições de conforto de uma filosofia implantada requer
trabalho árduo e resultados esperados em longo prazo. Pessoas inteligentes já
foram capazes de reprovar estudos inovadores. Ken Olsen, fundador da Digital
Equipment Corporation, disse que não havia razão para acreditar que pessoas
se interessariam por computadores em casa. Até a Torre Eiffel não escapou de
críticas. Inovadores experientes se antecipam a situações como estas para evitar
o questionamento sobre seus projetos e assim impedir que riscos contra a
eficácia do projeto aconteçam.
O dilema do inovador é um constante impasse presente no dia-a-dia das
pessoas. Quem apostaria todas as fichas em algo que não conhece ou não se
tem certeza? O investir em idéias novas também pode ser encarado como um

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fenômeno psicológico e econômico: o risco de insucesso de pessoas e


corporações aumenta quanto mais velho eles ficam. A visão desafiadora que
elas apresentavam quando debutantes no cenário mercadológico se contrapõem
com a estabilização sólida das marcas em um mercado competitivo, com
representação maciça e um sistema de gestão totalmente conservador frente ao
que era no instante de sua fundação. O combustível da inovação é o fato de
correr riscos para a obtenção de sucessos inimagináveis até o momento.

Capítulo 5 – O inventor solitário.

Existe um conceito, muito difundido entre as mulheres, que seu guarda-


roupa é composto por peças de roupa que fazem parte de seu gosto, sua posse.
Se de repente, encontram uma menina de mesmo biótipo que esteja vestindo
algo semelhante a ela, com certeza irá questionar alegando que a “idéia” era
dela e foi copiada sem pudor algum. Para o mundo da inovação pode ser
paradoxal associar que pessoas de nacionalidades, experiências, realidades e
acessibilidades diferentes possam atingir o mesmo nível de conteúdo para
propor modelos e obterem o mesmo resultado. Até a suspeita de plágio pode ser
levantada, mas a possibilidade de acontecer é considerável. Newton e Leibniz
desenvolveram as bases para a fundamentação do cálculo, onde as bases
científicas de seus países de origem travaram ferrenhas batalhas para obterem
para si o título de nação do “real” inventor. A mesma abordagem se faz sobre a
invenção da TV. Somado a isso devemos salientar que nenhum inovador,
mesmos os mais radicais, não podem desenvolver todas as suas atividades em
busca de um objetivo, sem o auxílio de outras pessoas. Mesmo Rafael, Platão e
Thomas Edison tinham aprendizes. Newton se embasou em conceitos
desenvolvidos por outras pessoas que formaram a base intelectual tal que o
possibilitou de postular suas teorias. Mesmo que uma pessoa figure como a
entidade divinal, devemos ter consciência de que muitos participaram da
realização de todas as etapas do projeto, antes que este “um” figurasse como o
ser supremo. Como exemplos podem ser citados os projetos inovadores
desenvolvidos pela NASA (somado ainda a sua brilhante filosofia de trabalho
empregada em seu ambiente de trabalho) e o primeiro passo de Neil Armstrong
na Lua.

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Capítulo 6 – Boas idéias são difíceis de serem encontradas.

A dificuldade para que uma idéia boa surja é diretamente proporcional ao


tempo e estruturas necessárias para que ela nasça. A excelência do processo
requer de tempo e constantes estímulos, pessoas criativas e capacitadas de
recursos tais que possibilitem os resultados esperados. Exigir posturas criativas
contra alguma destas variáveis impossibilita resultados satisfatórios. Existem
várias formas de assassinar uma idéia criativa. “isso não funciona, estou a
procura de idéias boas e não isso que você me traz”, talvez, seja uma das frases
mais utilizadas para se conseguir acabar com um inovador em potencial.
O complexo do mundo inovador se faz no seguinte dilema: boas idéias
vão procurar sua real função após sua descoberta. O principal julgamento
pejorativo sobre as idéias sempre se faz em condições superficiais e não no
potencial da idéia. Por isso, inovadores potenciais devem se focar nas análises
críticas sobre as abordagens em prol da manutenção da idéia e não na
desistência do projeto em virtude das frases “motivadoras” que sempre são ditas
a quem procura saídas diferentes para um mesmo caminho.
A coisa mais estúpida, porém verdadeira, a ser dita sobre a inovação se
remete ao seguinte: Para ter boas idéias, basta ter muitas idéias! Por incrível que
possa parecer, este pensamento foi trazido à tona por Linus Pauling – vencedor
de dois prêmios Nobel – Único, diga-se de passagem. Sabemos que a busca por
idéias, assim como em tudo que vivemos e respiramos, necessita de que seja
realizada com certa velocidade. Podemos aperfeiçoar o processo? Claro! Mas
precisamos ter consciência de que muitos riscos deverão ser assumidos em
busca “da idéia”, pois varias serão levantadas e apenas uma será a ideal.
Imagine se você vivesse em constante anotação de todas as idéias que pudesse
ter ao longo da vida? Beethoven assim a fez. Anotava tudo que podia em
qualquer lugar que pudesse. Existem outras ferramentas ou técnicas focadas em
desenvolver a descoberta de idéias, como pode ser visto na figura 1.

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Meditação

Prototipagem

Improvisação

Experimentação

Colaboração

Outras áreas

Minha área

Diário

Brainstorm

0 20 40 60 80

Figura 1: Técnicas de descoberta de idéias usadas pelos inovadores.


(Scott Berkum, 2007).

A busca por novas idéias se mostra mais favorável e rendosa, é promover


a interdisciplinaridade, seja entre os envolvidos no desenvolvimento do projeto
inovador ou na própria vida. Buscar novas maneiras de pensar, “ver” e ser
proporcionam novas experiências para a vida e auxiliam na formação das idéias.

O uso mássico da ferramenta Brainstorming

Atualmente, quando se encontra uma idéia interessante, eles a chamam


de brainstorming – “Eu tive um brainstorming para reorganizar minha coleção de
selos em um álbum.” (Scott Berkum, 2007). A verdadeira essência desta
importante ferramenta inovadora recai sobre três passagens cruciais:

 Fatos, idéias e soluções;

Onde há a necessidade de que se passe um determinado tempo em cada


uma delas. Talvez, se tomássemos reparo em fatos cotidianos que não damos
muita atenção, como crianças brincando num parque, como sugere Scott,
pudéssemos adequar cada uma destas etapas do conceito de brainstorming no
transcorrer das várias situações e idéias que poderão surgir. A sistemática da
ferramenta deve passar pelas etapas da seguinte maneira:

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 Descoberta dos fatos: Análise de estudos de casos, pesquisas de


campo e busca de problemas potenciais que peçam solução.
 Descoberta das idéias: exploração das idéias, sem muitas
restrições de pensamento, com foco na obtenção de várias
análises quanto possível.
 Descoberta das soluções: desenvolvimento das idéias potenciais
que atendam as necessidades do fato levantado e das idéias
sugeridas.

O tempo desprendido varia em função da complexidade do problema e


das condições (estruturas) dada ao grupo em busca da inovação. A
fundamentação do brainstorming dada por Osborn passa por ambientes que
estimulem a criatividade nas pessoas. Partindo disso, ele levou em conta quatro
regras para a descoberta das idéias:

 Produza quantas idéias foram possíveis;


 Produza as idéias mais malucas que você conseguir;
 Baseie-se na idéia alheia; e
 Evite julgamentos.
Com o comprometimento do grupo com o projeto e a experiência de
atividades criativas, as regras de Osborn por si só convergem o processo criativo
para a obtenção da “grande idéia”. Incentivar a produção maciça de idéias sejam
elas as mais loucas possíveis, relacionar aos idéias das demais pessoas para
gerar uma nova idéia e sempre evitar julgamentos são as diretrizes corretas do
brainstorming.

Capítulo 7 – Seu chefe sabe mais sobre inovações que você.

Nunca associe hierarquia à inovação. Está analogia pode falhar. Se


Stephen Hawking fosse funcionário de um centro de pesquisas cujo seus
executivos o cobrassem relatórios diários sobre suas atividades, talvez
perdêssemos uma das mentes mais brilhantes ainda vivas. Colocar figuras
inovadoras em atividades corriqueiras inviabilizariam seus sensos criativos
devido à massificação de suas tarefas. A rotina acarretaria na perda da

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genialidade devido à limitação do pensamento sobre apenas o horizonte


trabalhado naquele período de tempo.
Não associe poder a inovação. O contrário sim é verdadeiro! O
pensamento de que os tomadores de decisão sabem bem as diretivas da
inovação não reflete a história. Todo inovador superfamoso trabalhou para
alguém que não pode inovar. A aceitação deste fato se mostra tolerante, pois
associamos que os poderosos são talentosos. Há gerentes excepcionais, com
senso criativo realmente fora dos padrões, mas são raros. Ser criativo, na
atualidade, é estar atento para ser seu próprio mito! Neste exato momento
muitos grandes gerentes estão fracassando por podar e reprimir o pensamento
inovador.
A zona de conforto a que os poderosos estão inseridos, é a principal
barreira para o progresso da inovação, mas isso é da própria natureza humana.
Dificilmente alguém se arrisca incondicionalmente, sem pensar nas
consequências, quando o risco de insucesso é alto. Principalmente quando se
tem uma carreira sólida e indicadores que o solidificam em sua posição. A
inovação vem das que aspiram por este posto e assim sempre será. A
diminuição dos riscos, ferramentas de gestão enrijecendo o sistema como um
topo, possibilitou o surgimento da administração profissional de Taylor. Por mais
que as ferramentas da administração sejam fundamentadas no beneficio da
gestão da produção, esta vem a ser o estado da arte mais prejudicial da
inovação, pois esta ocorre sem premissas ou diretivas. Idéias surgem na mesma
velocidade em que respiramos, falamos ou sentimos quaisquer emoções durante
o dia e a fundamentação dos indicadores para bons negócios prejudica a
aceitação do pensamento e do incentivo a inovação.
Podemos listar cinco desafios a serem vencidos pela inovação. Vida das
idéias é determinada por quem está no poder. Valorize um time inovador e seu
trabalho estará repleto de idéias. O ambiente para estimular o pensamento
criativo, seja através da contratação de um time focado no desenvolver de idéias
ou processo s de interação entre os membros que possibilite um retorno em prol
das idéias. Proteção sobre o projeto de um sistema de gestão da inovação se faz
necessário para que os frutos sejam colhidos após o tempo de maturação do
projeto. A inovação sempre amedronta quem está no poder, portanto ter o setor

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blindado contra ações externas se faz necessário. Execução das idéias


discutidas é crucial para incentivar o pensamento inovador. A etapa de
experimentação é importante para analisar as demais variáveis envolvidas no
desenvolvimento da idéia. Uma idéia não experimentada pode cair no
esquecimento e desmotivar um grupo inovador, e também pode pagar as contas
no final do projeto. E por fim, a persuasão para aceitação do produto final pelo
mercado, havendo a necessidade de aceitar as adequações pedidas pelos
investidores, baixar a guarda e ego para assim, conseguir os fundos necessários
para o financiamento e venda do produto.

Capítulo 8 – As melhores idéias vencem.

Está é, talvez, a maior das utopias. Uma idéia aceita e comercializada não
trava uma briga do bem contra o mal, da luz contra as trevas, do Corinthians
contra qualquer outra equipe menos importante. Por mais que este último
exemplo seja realmente relevante. Tirando a brincadeira de lado, idéias não são
melhores do que as outras, apenas são mais bem aceitas ou vendidas por seus
pensadores do que outras. A influência do inovador se faz muito importante
nesta fase. Provar ao consumidor final de que, mesmo sem saber, ele realmente
precisa daquele bem para mudar radicalmente sua vida. Os exemplos citados
por Scott ilustram bem a idéia sobre as idéias. As pessoas cresceram ou se
inspiraram em figuras excepcionais das duas últimas décadas: MacGyver,
James Bond, Indiana Jones, Jonh McClane e o Capitão Kirk. Figuras
representativas do bem vencendo o mal, com ideias espetaculares, nunca vistas,
utilizando do improviso para seu sucesso. Ou seja, eles pensaram, então com
certeza era a melhor idéia. Mas não é assim que acontece. Quantos de nós não
vimos à saída tomada pelo “herói” não ser tão boa assim? Mas foram aceitas
devido à representação que os tomadores de decisão tinham. Eles souberam
vender suas ideias com maestria, este é o objetivo da comunicação como
ferramenta para a inovação. Associamos a vitória destas idéias à meritocracia e
este é um conceito errado, muito utilizado quando não é bem conhecido o
processo de condução da idéia na conformação do produto. Conceitos
secundários podem alavancar um produto ao mercado, quando algumas idéias
se equivalem. A cultura do público alvo, design dominante, tradição, benefício

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que a utilização deste produto novo vai trazer (política, economia), projeção de
curto, médio e longo prazo.
Existe um paradoxo entre bondade e reconhecimento que se vive quando
o assunto é inovação. Corriqueiramente são lançadas idéias sobre algo que,
hoje, pode ser visto como ultrapassado. A visão atual do sistema HTML, por
exemplo, é prova de que atualmente os programadores possuem mais recursos
para inovar a partir do primeiro sistema. O que não é valorizado como se devia é
a visão do inventor do primeiro! Atualmente são vistas e discutidas muitas
inovações e falhas a partir da primeira versão, e se o retorno no tempo fosse
possível, alterariam todo sistema base, mesmo não levando em conta que se
essas “inovações” fossem possíveis, talvez o sistema não fosse o conhecido
atualmente. O exemplo ilustra a necessidade de valorizar o inventor, pois na
época em que sua descoberta foi inovação a difusão do conhecimento sobre o
assunto não atingia a quantidade esmagadora de pessoas, no mesmo intervalo
de tempo que encontramos hoje. O risco associado a implantação do projeto
junto a época se mostra e deve ser enaltecido pela coragem e audácia da época,
pois se não fosse o primeiro inventor, questionamentos e outros estudos não
seriam gerados ou discutidos, princípios e teorias não seriam geradas, sendo a
inovação incremental do segmento minimizada.

Capítulo 9 – Problemas e soluções.

O descobrimento dos problemas necessita de tanta criatividade quando a


solução deste. Um problema bem estruturado já possibilita metade do caminho
percorrido. Um projeto bem definido proporciona a união entre pessoas ou
atividades em grupos que antes não apresentariam tal interação.
Encontrar o real problema necessidade de um gasto energético muito
grande. Quase o mesmo tempo que seria gasto para desenvolver a solução. O
problema pode estar explicito em nossa frente, mas devemos estar bem
familiarizado com o assunto para enxergá-lo e então propor a melhor saída.
Definir o problema (escopo) do projeto (idéia) pode proporcionar um ganho de
tempo no desenvolvimento do produto que possibilitará um ganho de mercado
sobre a concorrência. Técnicas de estimulo para a inovação são propostas e
apresentam resultados muito interessantes a todo instante. Faz-se necessário

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tomar conhecimento destas ferramentas e buscar o maior conhecimento


sistêmico possível, de modo a ampliar seu conhecimento; buscar a
multidisciplinaridade para que vários pontos de vista sejam levantados para
transcorrê-lo na formação das idéias (Brainstorming) e buscar a execução, sem
medo, das propostas do grupo.

Capítulo 10 – Inovar é sempre bom.

A arte de inovar possibilita a superação dos desafios propostos e retira o


homem da zona de conforto. Saber qual à proporção que nossas inovações
podem tomar já necessita de estudos mais amplos. Os irmãos Wright queriam
que sua invenção, o avião, possibilita-se que países investigassem fronteiras
inimigas para monitorar atividades suspeitas e constatar ação inimiga, ou seja,
comportamento investigativo concreto antes de qualquer movimentação em prol
da guerra. O que não era previsto é que sua invenção seria ferramenta de
supremacia para as duas grandes guerras e ainda hoje mostram-se como o
diferencial para estes eventos. O foco dos irmãos também foi atingido. Seu
invento foi sim, e é muito usado, para a patrulha e monitoramento de fronteiras,
assim como é um dos meios de transporte mais seguros, rápidas e tecnológicas
que já existiram. O DDT é outro exemplo de que nem todas as fronteiras da
inovação são varridas em um primeiro momento. Este pesticida teve seu uso
pretendido para o controle de pragas no campo. O problema é que a deposição
do DDT trouxe a ocorrência de um efeito avalanche sobre varias cadeias
alimentares, ocasionando um descontrole da população de uma série de
animais, e com isso, a proliferação de graves doenças para os seres humanos.
O que podemos ver é que todas as inovações apresentam inicialmente um
estágio de aceitação e eficácia ao que foi proposto e, com o tempo, sua
aceitação e aplicação em demasia pode acarretar em uma série de problemas
sejam estes ambientais, sociais ou profissionais. Avaliar as vantagens e
desvantagens constantemente através de retroalimentação do gerenciamento de
riscos do produto se faz necessário para evitar que o mesmo se torne decadente
por falta de estudos de impactos ambientais, comportamentais, sociais e
profissionais.

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