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GESTÃO DA TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

EDIÇÃO N° 1 - 2014

RODOLFO FRANCISCO
Gestão da Tecnologia e Inovação 2

APRESENTAÇÃO

Prezado (a) Aluno (a),

O mundo no qual vivemos encontra-se em crescente e ativa evolução. Tudo


que há e está a nossa volta já foi pesquisado, consultado, alterado, modificado e
está ao nosso alcance, sob a forma de novas Tecnologias e Inovações.
A presente disciplina pretende apresentar para o (a) aluno (a) conceitos e
ferramentas referentes à Gestão da Tecnologia e Inovação. Conforme os assuntos
forem abordados, será possível entender a necessidade de conhecermos um pouco
mais, devido ao fato de que este tema está presente em tudo que olhamos,
tocamos, ouvimos, sentimos e até utilizamos. Um exemplo simples e real é esta
disciplina que vocês estão cursando, pois ela é à distância, ou seja, todo o recurso
é tecnológico e inovador.
Trataremos, na primeira unidade, da Inovação na era da Informação, sua
importância e o quanto ela influenciou e influencia nossa Era, não esquecendo de
que alguns conceitos básicos devem ser discutidos e entendidos: tecnologia,
invenção, inovação, ciência, criatividade e inovação na educação. Apontando estes
temas, será possível, já na segunda unidade, iniciar uma reflexão sobre as
classificações, modelos e condicionantes relativos à Inovação, isto é, ferramentas e
conceitos que alicerçaram seu conhecimento, a fim de que haja melhor absorção
sobre o quanto a Inovação é importante nos dias atuais.
Na unidade 3, adentramos nas Tecnologias que nos rodeiam e que são
utilizadas todos os dias, seja em casa, no trabalho ou mesmo no lazer.
Apresentaremos alguns tipos de Tecnologias, separadas por segmento de mercado,
pensadas e pesquisadas para ocasionar aproximação e entendimento da
sociedade. As Tecnologias têm classificações para que a empresa procure sempre
melhor qualidade e funcionalidade para seus usuários.
Para finalizar nosso estudo, a unidade 4 destaca a Gestão da Inovação
Tecnológica, que apresentará ferramentas utilizadas pelas empresas, a fim de
atingir um grau de qualidade em seus produtos, serviços, processos, organização e
marketing. Além disso, serão apresentados cases de empresas inovadoras em

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Gestão da Tecnologia e Inovação 3

diversas áreas, inclusive em RH, porque é importante pensar em inovação neste


setor.
Esperamos que ao finalizar esta disciplina você tenha compreendido o
quanto este tema é importante e que, indiferentemente de onde serão aplicados os
conceitos aqui apresentados, Inovação e Tecnologia já estão presentes em nossas
vidas. Procure não se ater apenas ao que o livro trouxe ou às teleaulas. Busque,
pesquise, questione, inove o seu pensar.
Bons Estudos e Rumo ao Sucesso!

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Gestão da Tecnologia e Inovação 4

SUMÁRIO

UNIDADE 1 - INOVAÇÃO NA ERA DA INFORMAÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS


................................................................................................................................... 05
1 INOVAÇÃO ............................................................................................................ 08
1.2 PENSAMENTO HUMANO VERSUS INOVAÇÃO .............................................. 10
1.3 INOVAÇÃO NA EDUCAÇÃO ............................................................................. 15
1.4 CIÊNCIA ............................................................................................................. 18
1.5 O QUE É CIÊNCIA? ........................................................................................... 20
1.6 INOVAÇÃO E INVENÇÃO ................................................................................. 24
1.7 CRIATIVIDADE .................................................................................................. 32

UNIDADE 2 - CLASSIFICAÇÃO DA INOVAÇÃO, MODELOS DE INOVAÇÃO E


CONDICIONANTES DA INOVAÇÃO .......................................................................
35
2 INOVAÇÃO: O QUE PENSAM OS GRANDES AUTORES .................................. 36
2.1 ESTRATÉGIAS DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA ............................................. 38
2.2 TIPOS DE INOVAÇÃO ....................................................................................... 40
2.3 CLASSIFICAÇÕES DE INOVAÇÃO .................................................................. 42
2.4 MODELOS DE INOVAÇÃO ................................................................................ 44
2.5. CONDICIONATES DA INOVAÇÃO ................................................................... 46
2.6 FATORES CONDICIONANTES ......................................................................... 48

UNIDADE 3 - TECNOLOGIA, TIPOS DE TECNOLOGIA E CLASSIFICAÇÕES


................................................................................................................................... 57
3 TECNOLOGIA ....................................................................................................... 58
3.1 TIPOS DE TECNOLOGIA .................................................................................. 73
3.2 CLASSIFICAÇÃO DAS TECNOLOGIAS ........................................................... 80

UNIDADE 4 - GESTÃO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA ...................................... 87


4 GESTÃO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA .......................................................... 88
4.1 PRÁTICAS/FERRAMENTAS DE GESTÃO DA TECNOLOGIA E
INOVAÇÃO................................................................................................................ 92
4.2 A GESTÃO INTEGRADA DA INOVAÇÃO ........................................................108
4.3 ASPECTOS ORGANIZACIONAIS EM EMPRESAS INOVADORAS.................110
4.4 ESTRATÉGIAS DE ESCOLHA TECNOLÓGICA.............................................. 112
4.5 RECURSOS HUMANOS EM EMPRESAS INOVADORAS.............................. 119

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 128

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Gestão da Tecnologia e Inovação 5

UNIDADE 1
INOVAÇÃO NA ERA DA INFORMAÇÃO E
CONCEITOS BÁSICOS

Caro (a) Aluno (a)


Seja bem-vindo (a)!
Nesta primeira unidade, veremos assuntos que trarão um
entendimento maior sobre os conceitos que envolvem Inovação,
Ciência, Invenção e Criatividade. Todos estes conceitos estão
interligados com a era da Informação, que está presente em nosso
dia a dia, em qualquer lugar onde estivermos.

Bons estudos!!!

Conteúdo da Unidade

Inovação; Pensamento Humano; Inovação na Educação; O que é Ciência;


Entendendo a Inovação; Criatividade.

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Gestão da Tecnologia e Inovação 6

"A Era da Informação oferece muito à humanidade, e eu gostaria de pensar que nós
nos elevaremos aos desafios que ela apresenta. Mas é vital lembrar que a informação - no
sentido de dados brutos - não é conhecimento, que conhecimento não é sabedoria, e que
sabedoria não é presciência. Mas a informação é o primeiro passo essencial para tudo isso."
- Arthur C. Clarke

Arthur C. Clarke, um visionário, que desde pequeno interessou-se por


astronomia, nascido em 1917, com apenas 19 anos escreve sobre ficção científica e
é um associado da Bristish Interplanetary Society (BIS – Sociedade Britânica
Interplanetária). Cria um sistema de comunicação por meio de satélite que é
baseado na transmissão de ondas de rádio emitidas por satélites artificiais que
orbitam o planeta Terra, com grande influência na ciência ganha o prêmio Marconi, o
maior prêmio da área das comunicações e em 1998 é nomeado Cavaleiro da Ordem
do Império Britânico.
Contribui também para a criação de uma nova área na meteorologia, onde é
utilizado foguetes e satélites em pesquisas e operações meteorológicas, enxerga
nos aparelhos de mergulho que começavam a surgir na época uma inspiração para
as roupas de astronautas, trabalha ativamente na cobertura das missões espaciais
da Apollo 11, 12 e 15.
Na área de escritor de ficção científica, publica A Sentinela que influenciou a
criação de “2001 – Uma Odisseia no Espaço”, que se torna um clássico na história
da ficção cientifica, virando filme produzido por Stanley Kubric. Em 1985 publica a
continuação da Odisseia; 2010 Odisseia 2, que também vira um filme produzido por
Peter Hyams.
O homem passa por constantes mudanças, e a inovação ao longo do tempo
tem sido o ingrediente para tamanha evolução. A luta pela sobrevivência e a
conquista de novos paradigmas serviram para que ideias surgissem a partir de
necessidades, ambições e sonhos.
E para que tantas descobertas ocorressem não bastou apenas à criatividade
e inovação, mas a grandeza e riqueza de informações para garantir o empenho
necessário na busca e conquista do novo, onde hoje nos proporciona inúmeros
benefícios, tais como: conforto, segurança, praticidade, escolhas, evolução, entre
outros.
Iniciamos com esta referência a Arthur C. Clarke, para demonstrar que o
conhecimento não é privilégio de poucas pessoas, não é para os mais inteligentes
ou mais graduado, o conhecimento está a nossa volta para ser explorado, dividido,

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Gestão da Tecnologia e Inovação 7

documentado e deixado para a posteridade, porém, para chegarmos até ele é


necessário que tenhamos a informação, e nos dias de hoje ela está na palma de
nossas mãos, em um simples toque.

Assistir à televisão, falar ao telefone, movimentar a conta no


terminal bancário e, pela Internet, verificar multas de trânsito,
comprar discos, trocar mensagens com o outro lado do planeta,
pesquisar e estudar são hoje atividades cotidianas, no mundo
inteiro e no Brasil. Rapidamente, nos adaptamos a essas
novidades e passamos – em geral, sem uma percepção clara
nem maiores questionamentos – a viver na Sociedade da
Informação, uma nova era em que a informação flui a
velocidades e em quantidades há apenas poucos anos
inimagináveis, assumindo valores sociais e econômicos
fundamentais.
Como essa revolução vem acontecendo? Que consequências
têm trazido para as pessoas, as organizações e o conjunto da
sociedade? São perguntas cuja importância mal percebemos e
que, na maioria das vezes, não nos preocupamos em
responder.
Subjacente a todas aquelas atividades corriqueiras está uma
imensa malha de meios de comunicação que cobre países
inteiros, interliga continentes e chega às casas e empresas:
são fios de telefone, canais de microondas, linhas de fibra
ótica, cabos submarinos transoceânicos, transmissões via
satélite. São computadores, que processam informações,
controlam, coordenam e tornam compatíveis os diversos meios.
Aglutinando e dando sentido à estrutura física, estão as
pessoas que a operam ou dela se utilizam. Tal é a capacidade
de transmissão e a qualidade dos serviços oferecidos, que o
usuário nem se dá conta de todo o complexo aparato que apoia
esses serviços, e a maioria das pessoas não tem a menor ideia
de como é feita a comunicação – se pela transmissão sem fio
de um telefone celular, pelo canal de um satélite em órbita, ou
por um cabo no fundo do oceano. O conjunto desses recursos
forma uma verdadeira “superestrada” de informações e
serviços, frequentemente, chamada de “infovia” ou “supervia”.
(LIVRO VERDE, 2000).

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Gestão da Tecnologia e Inovação 8

1 INOVAÇÃO

O que entendemos por inovação? A inovação é presente em nossas vidas até


ponto e como é benéfica para nós?
Atualmente a inovação se faz presente em nossas vidas, em todo lugar que
vemos, ouvimos, sentimos e tocamos, é um termo obrigatório em vários discursos
que acompanhamos de gestores, políticos, colaboradores, professores, alunos e até
de crianças e jovens. Podemos entender a inovação como algo que trará melhorias
ou benefícios, como disse Jeremy Bentham, filósofo e jurista inglês, “tudo quanto
está estabelecido foi, noutros tempos, inovação”.

Para ilustrar o tema acima, a seguir um artigo:

A velha história da inovação

Artigo de opinião publicado no diário ‘As Beiras’ em 16 de Março de 2011

Muito se tem falado em inovação. É um termo quase obrigatório no discurso


oficial de políticos, gestores e responsáveis, rivalizando em popularidade com as
tecnologias da informação e comunicação (TIC). De facto, os dois assuntos são
frequentemente ligados um ao outro, o que é compreensível, pois a flexibilidade e o
potencial das TIC são tão grandes que estas desempenham um papel fundamental
num substancial número de casos em que há inovação.
Mas, afinal, o que é a inovação? Deve começar-se por dizer que a inovação é
já uma velha história, tão velha quanto a história da Humanidade. Como disse
Jeremy Bentham, filósofo e jurista inglês nascido há pouco mais de 263 anos, “tudo

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Gestão da Tecnologia e Inovação 9

quanto está estabelecido foi, noutros tempos, inovação”. Com efeito, a inovação é
indissociável do pensamento humano e, sobretudo, das ideias, sendo algo de
inegável e constante na nossa evolução. Citando Vítor Hugo (escritor e poeta
francês, n. 26/2/1802, f. 22/5/1885), “é possível resistir à invasão de exércitos; já o
não é resistir à invasão de ideias”.
As ideias e, consequentemente, o cérebro, estão na base de toda a inovação.
Mas, como sabemos, os dois lados do cérebro humano são muito diferentes.
Enquanto o lado esquerdo é responsável pelo pensamento analítico, lógico e
estruturado, indispensável para ciências como a matemática ou a engenharia e,
portanto, para as TIC, já o lado direito tem a ver com a intuição, as emoções, a
fantasia, a arte e a criatividade, fundamentais para a inovação. Já Einstein dizia que
a inovação não é produto de pensamento lógico, embora o resultado da inovação
tenha que o ser.
Assim, se pretendemos uma sociedade de pessoas inovadoras e
empreendedoras muito tem que ser alterado, a começar pelas nossas escolas e a
acabar pela atitude de organismos e empresas. Deve evitar-se o ensino demasiado
“formatado”, deve incentivar-se o gosto pela exploração e o espírito crítico dos
alunos, deve cultivar-se a interdisciplinaridade e levar a que alunos de áreas
tecnológicas desenvolvam também atividades na área das humanidades e vice-
versa, por forma a exercitar ambos os hemisférios do cérebro. Por outro lado, nas
entidades e empresas deve-se promover a comunicação (não a restringindo a
canais formais), reduzir a burocracia (seja em papel, ou seja, “desmaterializada”),
fomentar o espírito optimista, recompensar as boas ideias, aceitar os riscos, tolerar
fracassos e saber abandonar ideias que não funcionam (de boas intenções está o
Inferno cheio).
Como disse o escritor e filósofo americano Ralph W. Emerson (n. 25/5/1803,
f. 27/4/1882) “somente os que constroem sobre ideias é que constroem para a
Eternidade”. E se outro “filósofo”, português e futebolista disse, em Junho de 2010,
que os golos são como o ketchup, eu acrescentaria que então as ideias inovadoras
são como os livres diretos: só uma pequena percentagem tem sucesso. Não
podemos, no entanto, deixar de rematar à baliza por medo de não marcar golo.
(BOAVIDA, 2011)

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Importante é saber que novas atitudes empresariais, novos conhecimentos


que são colocados à disposição da sociedade, as tecnologias a cada segundo
imprimindo um novo conceito de sociedade e profissional, o cérebro é abordado de
uma forma que devemos valorizá-lo, estimulá-lo, entende-lo e deve ser colocado em
funcionamento. O homem em sua história de desenvolvimento, saiu das cavernas e
hoje explora outros planetas, este salto em evolução pode ser relacionado ao uso e
desenvolvimento do cérebro, que as vezes ou de alguma forma não é levado muito a
sério, e não é explorado de uma forma mais significante.

SUGESTÃO DE VÍDEO. Neste vídeo é apresentado como o


cérebro controla o que pensamos e sentimos, e também os
nossos movimentos. O cérebro é muito mais que um órgão
humano frágil. Viagem ao Fundo do Cérebro.
http://www.youtube.com/watch?v=buwX9smRj3I

1.2 PENSAMENTO HUMANO VERSUS INOVAÇÃO

Atualmente, muito se discute o papel da


inovação no desenvolvimento econômico
ou tecnológico de um país ou sociedade.
Porém, para o indivíduo, onde
e como nasce um pensamento voltado à inovação?
Il futuro sarà come sono le scuole oggi.
Szent-Györgyi (1937)

Reproduzimos abaixo alguns trechos de uma entrevista do médico e


psiquiatra italiano Mauro Maldonato, concedida ao consultor educacional brasileiro e
Conselheiro titular da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de
Educação, Francisco Aparecido Cordão, sobre Educar para um Pensamento voltado
à Inovação.

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Gestão da Tecnologia e Inovação 11

Destacando o caráter cognitivo, mas também aleatório da capacidade


humana de inovar, o Dr. Maldonato aborda o papel da escola na construção de um
pensamento voltado à inovação.
Mauro Maldonato - Somente do ponto de vista semântico o tema da
inovação já deixa sem resolver alguns problemas conceituais, epistemológicos e
empíricos. A palavra inovação se presta a um amplo uso. Mas quando se tenta
perguntar o que se entende como “inovação” ou o que significa “ser inovador”, então
nascem as primeiras dificuldades. Esboçam-se conceitos, procuram-se unidades de
medição, mas sem grande resultado. Como faz um país para medir a sua inovação?
Talvez pelo número de descobertas e de patentes, pelo montante de recursos
financeiros investidos em pesquisa e desenvolvimento ou pela qualidade do sistema
educativo e da administração pública? Lembro que, há alguns anos, a OCDE
(Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) definiu a
inovação como “a capacidade de gerir os conhecimentos com a finalidade de gerar
vantagens competitivas através da produção de novos bens, processos e sistemas
organizativos”. Entretanto, fora das definições operacionais e das políticas, o que é a
inovação? Seria uma estrutura física, um processo codificado ou ainda outra coisa?
É evidente que não temos ainda uma resposta satisfatória. Com certeza poderemos
estar de acordo sobre o fato de que eventos ou descobertas são inovadores se têm
uma resposta social. Isto é, quando toda uma comunidade reconhece uma melhora
de suas próprias condições, sejam elas jurídicas, filosóficas, econômicas, médicas.
Mas ainda aqui estamos longe da questão fundamental, que diz respeito à própria
natureza do termo-conceito “inovação”. Nesse sentido, em lugar de procurar
definições operativas da inovação é preciso tentar indagar sobre a própria natureza
desse fenômeno eminentemente cognitivo e arriscar-se na análise das singulares
esferas da inovação. É nestas condições que o termo inovação assume o seu valor.
Francisco Aparecido Cordão - Qual o papel da escola no despertar ou na
revelação do “pensamento voltado à inovação”?
Mauro Maldonato – Hoje é preciso ter a coragem intelectual de afirmar que o
risco mais grave da escola está em sua própria missão institucional, naquela
simplificação necessária para a transmissão dos conhecimentos de base. No
coração do dever institucional serpeia a banalização: uma cilada perniciosa que se
insinua, inexoravelmente, em seus mecanismos ordinários, anônimos, repetitivos,
dinâmica essa que diz respeito às práticas da maior parte das instituições escolares

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Gestão da Tecnologia e Inovação 12

e que, em lugar de elevar os níveis de conhecimento dos escolarizados (levando


para cima os níveis de instrução), achata o saber, tornando-o inútil, insípido e
incolor.
A tentativa de evitar a inevitável fadiga de todo conhecimento dotado de
sentido cria uma outra, completamente inatural: a inutilidade, a autorreferencialidade
institucional, a cisão de todo possível sentido, tanto dos saberes quanto das
existências. Mas se é impossível (e até mesmo impensável) inverter esses
mecanismos é, pelo contrário, possível (e certamente necessário) colocar algumas
interrogações de fundo que se relacionam com os circuitos de autoeducação.
Vinculada em alguma medida aos processos de necessária simplificação cognitiva, a
banalização nega toda conjectura e toda função de um conhecimento válido e
sensato. Pelo contrário, a ciência e, em geral, as linguagens complexas, partem
precisamente da desbanalização. É este o seu âmbito vital. Mas se isso é
verdadeiro, devemos perguntar: a que deveria servir uma escola que banaliza
programaticamente tudo aquilo (pouco) que toca e absorve?
Francisco Aparecido Cordão – Como a inovação e a criatividade podem
servir ao caráter emancipatório da educação?
Mauro Maldonato – A inovação sempre foi campo de pesquisa dos
economistas. Mas, na realidade, recentes evidências no âmbito das neurociências
mostram a insuficiência dos estudos tradicionais. No que concerne à ciência, à
técnica, à empresa ou à arte, a análise do fenômeno inovação deve passar,
antes de mais nada, pela individualização das estratégias originais e criativas
mediante as quais a nossa mente gera imagens e as recombina com
associações lógicas originais e até mesmo fantásticas. Em um processo
inovador se fundem, como num prisma dinâmico, elementos lúdicos e
procedimentos lógicos, informações aparentemente banais e movimentos creitivos,
visões convencionais da realidade e hipóteses que se combinam quase
casualmente, fora de uma lógica estruturada. A elaboração de uma solução envolve
diversas áreas do cérebro. Aquela descarga quase elétrica que alguns indicam como
o momento do ah! – a feliz plenitude do conhecimento que Pascal descreveu
intensamente como “Alegria, Alegria, Prantos de Alegria, Certeza!” – pareceria ser
provocada por uma explosão de atividade neural de alta frequência que se difunde
pelo lobo temporal direito do nosso cérebro.

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Francisco Aparecido Cordão - E o professor? Qual o seu papel nos


caminhos rumo à inovação?
Mauro Maldonato - A sua pergunta traz ao pensamento a solene e tremenda
advertência de Dante contra a curiosidade e a ciência como objetivo de si mesma,
que alcança cumes insuperados na comovida exaltação do conhecimento, como
sentido da identidade e da dignidade da criatura humana, natural obstáculo à
brutalidade e à degeneração.
No Canto XXVI do Inferno, onde é transfigurada a última viagem de Ulisses, Dante
exorta:
Considerai a vossa origem:
não fostes feitos para viver como brutos,
mas para perseguir virtude e conhecimento.
Dante indica o sentido da procura do conhecimento como única meta do
homem: verdade perene da dignidade e da liberdade humanas. Por amor ao
conhecimento, Ulisses desafia a morte jogando a própria nave além das colunas de
Hércules, então limite extremo do mundo. O seu gesto não tem nada de heroico. Ao
exortar seus companheiros de viagem a desafiar o desconhecido, Ulisses não se
deixa seduzir pela ambição e pela vanglória, mas só pela necessidade de
corresponder ao seu dever de homem. Eis que seria extraordinário se os
professores começassem a explicar o sentido profundo da exortação dantesca:
“lançai-me às vagas do alto-mar aberto”. Ainda que isso signifique para Ulisses,
condenado pelos deuses e pelos inultrapassáveis limites humanos, concluir o seu
“voo louco” no fundo do mar. Penso que se além dos programas ministeriais e
burocráticos os professores conseguissem transmitir o sentido dessa viagem, esse
seria o melhor salvo-conduto para a inovação.
Francisco Aparecido Cordão - Quais países têm desenvolvido projetos
verdadeiramente inovadores em termos de educação? E por quê?
Mauro Maldonato - Estou convencido de que o Brasil, pela experiência que
alí tenho, se lançou com força rumo a um horizonte de inovação escolar e, em
termos gerais, educativa. Basta ver algumas experiências do ensino médio (penso
na Escola Sesc de Ensino Médio, do Rio) e os desempenhos crescentes de muitas
universidades (um mundo que conheço melhor) no ranking internacional. Nas
instituições formativas europeias e, em particular, na Itália, pelo contrário, serpeiam
perigosas insídias: em particular a banalização, um perigo que já faz parte dos

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Gestão da Tecnologia e Inovação 14

próprios mecanismos da instrução. A tentativa de moderar a inevitável fadiga do


saber tem tido como resultado uma inatural autorreferencialidade institucional, a
separação de todo sentido. Assim, a expansão vertiginosa das liberdades individuais
encontra na sua frente um sistema escolar uniformizador que, com a sua rigidez
administrativa e o seu inatural papel de “agência de socialização”, está encobrindo o
conhecimento, tornando árduo o caminho que conduz de uma interrogação viva a
um propósito compartilhado. Mas para que serve uma instrução que banaliza
programaticamente tudo aquilo (pouco) que toca e absorve? A inovação, nessas
condições, é simplesmente negada.
Francisco Aparecido Cordão - Em alguns setores do mundo do trabalho, o
que alimenta a resistência à inovação e como vencê-la sem traumas?
Mauro Maldonato - Não é preciso subestimar as resistências à inovação. A
natureza humana é fortemente ambivalente: de um lado, manifesta uma tendência
para a conservação, uma propensão à equiparação das práticas habituais, que dão
segurança; do outro, sofre o fascínio exercido por aquilo que é novo, pelo câmbio.
Então, a pergunta crucial é: é possível implementar a inovação em uma
organização? Como tínhamos dito, a propensão de grande parte das estruturas
organizativas baseadas em formas de organização piramidal (task ranking) tende a
reduzir o desenvolvimento de novas abordagens para a solução dos problemas. Dito
isso, é importante não penalizar a falta de ortodoxia, se não se quiser comprimir a
capacidade de inovação, em particular a daquelas pessoas que se adaptam mal às
situações baseadas em escalas hierárquicas e em tarefas. A divergência é um valor
que está sendo reconhecido e aproveitado, até mesmo reconhecendo e cooptando
os “rebeldes”. Tal estratégia não só reduz as ameaças à estabilidade do sistema que
derivam de uma contínua conflitividade interna como pode ainda favorecer a
receptividade em relação às mudanças.
Os inovadores são indivíduos que têm a capacidade de achar idéias que no
momento são pouco valorizadas, pouco representadas, para revalorizá-las
significativamente. Como exemplo, no campo da pesquisa científica é preciso
convencer os cientistas mais estabelecidos, se se deseja que uma ideia seja aceita
pela comunidade e possa ser divulgada a um público mais amplo. Convencer os
outros, sobretudo os formadores de opinião, a assumir uma ideia inovadora é
fundamental para realizá-la. (MALDONATO, 2013)

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Gestão da Tecnologia e Inovação 15

A Escola, a educação, o professor, o aluno, a inovação e a criatividade, todos


andam juntos em uma mesma via e em um único objetivo, apresentar para as
pessoas novas oportunidades, novos caminhos, outras formas de pensar e ver este
mundo globalizado, que envolve desde o recém-nascido até as pessoas da melhor
idade (ou terceira idade). O envolvimento de todos estes atores, deve ser repensado
na forma de beneficiar nosso futuro, pois, é de conhecimento de todos que
caminhamos para diversas faltas (de energia, água, alimento, trabalho e etc).
As inovações estão em nosso mundo desde a épocas remotas, e conforme
Maldonato destaca, devemos aprofundar em entender e viver a inovação e rever o
foco na educação como um campo que abrange todas as áreas da vida do ser
humano, e quando estivermos valorizando sob o ponto de vista de incentivo, tudo
será diferente.

1.3 INOVAÇÃO NA EDUCAÇÃO

O ser humano está envolvido com a Educação, seja ela informal, formal ou
não
formal, se faz presente em tudo que realizamos, apresentamos uma definição destas
características, para entender em que momento a Inovação se faz presente na
Educação.
Educação Informal – são as que ocorrem ao longo da vida, que se obtém fora
das escolas, com professores particulares e aulas individuais, ou mesmo pela
experiência da vida e a autodidata.
Educação Não Formal – corresponde a iniciativas organizadas de
aprendizagem que acontecem fora dos sistemas de ensino.
Educação Formal – é aquela que ocorre nos sistemas de ensino tradicionais,
nas escolas oficiais (públicas ou particulares), cujos cursos são reconhecidos pelo
MEC e comprovados através de certificados e diplomas.
Deste modo, tudo que agregamos se torna repertório para a construção de
nosso aprendizado e futura vivência, desde um simples jogo de tabuleiro ou
situações cotidianas, até enfrentar os desafios de um negócio próprio.
Por termos uma fraca tradição de investigação em educação, estamos
habituados a reformar a educação de maneira puramente empírica, sem base

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Gestão da Tecnologia e Inovação 16

científica. Tal hábito tem-nos custado caro e os seus efeitos serão hoje
particularmente perniciosos, pois a nossa época exige que decisões da importância
das que incidem sobre a educação tenham uma base o mais rigorosa possível, tanto
empírica como reflexiva.
Diante de tais exigências, se torna necessário algumas respostas inovadoras
para os diferentes e complexos problemas que, se colocam a cada instante em
nossos dias. Cabe, em partícula, à educação um papel fundamental no que diz
respeito à inovação, que se tratem de comportamentos quer de atitudes.
Mudanças acontecem e estão em toda parte de nosso planeta, e de alguma
forma ou de outra, as diferentes culturas e sociedades têm de enfrenta-las, à sua
maneira. Toffler (1984) explica essas mudanças globais, em todos os setores da
sociedade, à escala planetária, por alterosas vagas que se sucedem, modificando o
cenário mundial. Ninguém permanece imune a estas vagas, de profundas e
aceleradas mudanças, e o resultado é o "choque do futuro".
Em um mundo globalizado, industrializados, estamos em constante contato
com crise em diversos setores da sociedade e podemos entender que ela
generaliza-se e a educação fica neste meio, sofrendo uma pressão referente a
mudanças, tanto profundas como permanente. Por estar em um lugar importante e
de influência, a escola deve refletir em seu papel, como um lugar de importantes
contradições dialéticas, e o educador, naturalmente está no centro destas
contradições.
A inovação torna-se uma das exigências prioritárias do presente se
atendermos à necessária participação do homem na construção das sociedades
contemporânea. Sua necessidade e pertinência são, hoje, largamente aceitas e no
entanto, o termo inovação nem sempre é utilizada na sua concepção mais correta. É
frequentemente utilizado como sinônimo de mudança, ou de renovação ou de
reforma.
Cardoso (1997) aponta que a inovação não é uma mudança qualquer. Ela
tem um carácter intencional, afastando do seu campo as mudanças produzidas pela
evolução "natural" do sistema. A inovação é, pois, uma mudança deliberada e
conscientemente assumida, visando uma melhoria da acção educativa.
A inovação não é uma simples renovação, pois implica uma ruptura com a
situação vigente, mesmo que seja temporária e parcial. Inovar faz supor trazer à

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Gestão da Tecnologia e Inovação 17

realidade educativa algo efectivamente "novo", ao invés de renovar que implica fazer
aparecer algo sob um aspecto novo, não modificando o essencial.
A inovação não é sinónimo de reforma, na medida em que esta poderá ser
apenas assimilável ao conceito de "inovação instituída", quer dizer, uma inovação
que resulta do exercício de um poder instituído de que dispõe o planificador e o
legislador, elementos que, em geral, são exteriores à escola onde está deve ser
aplicada. Como se depreende facilmente, o conceito de inovação ultrapassa
largamente o conceito de reforma.
O conceito de inovação é, pois, bastante mais rico e abrangente do que os
conceitos de mudança, renovação ou de reforma, atrás mencionados. De uma forma
sintética podemos enumerar alguns dos seus atributos essenciais sem pretendermos
ser exaustivos relativamente à problemática da definição deste conceito. A inovação
pedagógica traz algo de "novo", ou seja, algo ainda não estreado; é uma mudança,
mas intencional e bem evidente; exige um esforço deliberado e conscientemente
assumido; requer uma acção persistente; tenciona melhorar a prática educativa; o
seu processo deve poder ser avaliado; e para se poder constituir e desenvolver,
requer componentes integrados de pensamento e de acção.

Em uma das palestras mais aguardadas na HSM


ExpoManagement, foi com Sir Ken Robinson especialista
internacional na área de criatividade, inovação e recursos
humanos.
http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/mochileiro-
corporativo/2012/11/12/voce-sabe-qual-e-o-seu-elemento-chave/

Ken Robinson (2010), em “A Escola mata a criatividade”, vem nos mostrar


que e qual é o papel importante da escola no processo formativo do ser humano,
sua contribuição para uma reflexão diferente de como motivar, levar e mostrar para
as crianças, que tudo que ela venha a criar, inovar sempre partirá de uma motivação
apoiada e incentivada, este texto faz-nos refletir de que é necessário repensar
algumas concepções e conceitos.

17
Gestão da Tecnologia e Inovação 18

Sim, se elas se sentem igualmente propensas a fazer coisas


diferentes, não há regras para isso. Além do que, o elemento-
chave pode mudar de tempos em tempos: num momento nos
sentimos bons em algo e depois em outra coisa. Isso tudo tem
a ver com energia, nossas vidas não passam de energia.
Precisamos conectar nossas energias às nossas paixões e
fazer coisas que tenham significado e propósito. Isso não é
novo, é encontrado fortemente em diversas tradições que
respeitam a parte espiritual e a energia.
A principal causa é a educação. Nosso sistema de educação
formal tem 200 anos e durante esse tempo falhamos em
conectar os estudantes aos seus talentos. A escola mata a
criatividade. Fazemos um uso pobre dos nossos talentos. O
sistema é obcecado com as habilidades acadêmicas, em levar
os alunos para a faculdade. Nem todo mundo precisa ir para a
universidade, nem todo mundo precisa ir para a faculdade na
mesma época da vida. Conversei com um rapaz que é
bombeiro e ele disse que sempre quis ser bombeiro, desde
criança, mas não era levado a sério porque costumam achar
que todo garoto sonha em ser bombeiro. E ele ouvia de um
professor que iria desperdiçar seu talento. Mais tarde, ele
salvou a vida deste professor. Ou seja, as comunidades
dependem da diversidade de talentos, não de uma só
concepção.
Somos formados por um sistema educacional fast-food, em que
tudo é padronizado, industrializado. Temos de mudar isso para
uma educação manufaturada, orgânica. E aprender que o
florescimento humano não é um processo linear e mecânico,
mas orgânico. A educação precisa ser customizada para
diferentes circunstâncias e personalizada. É preciso criar um
sistema em que as pessoas busquem suas próprias respostas.
As escolas gastam muito tempo com matemática, por exemplo,
mas há muito pouco de arte, que, para mim, é fundamental em
nossas vidas. As artes visuais e a dança são expressões dos
sentimentos humanos, da nossa cultura, mas nas escolas são
deixadas de lado, ou pior, até ignoradas. As escolas são
obcecadas com um tipo específico de talento e acabam
ignorando os outros. Desde a minha juventude, estive cercado
de pessoas que me pareciam extremamente talentosas,
divertidas e interessantes, mas que estavam profundamente
frustradas e pensavam que não tinham nenhum talento, não
acreditavam que poderiam conquistar algum respeito. Ao
mesmo tempo, também conheci outras que alcançaram muitas
coisas. Sempre achei que a educação era a solução para isso.
(KEN ROBINSON, 2010).

“Tudo o que se vê não é igual ao que a gente viu a um segundo.


Tudo muda o tempo todo no mundo”.

18
Gestão da Tecnologia e Inovação 19

(Lulu Santos e Nelson Motta)

1.4 CIÊNCIA

Algumas definições encontradas sobre Ciência.

Escola Superior de Guerra (BRASIL, 2013):

O homem, na incessante busca do conhecimento sobre o


Universo em que vive, passa a investigar as relações
fundamentais que regem os fenômenos naturais, ambientais e
comportamentais que observa.
Esses conhecimentos sobre o Universo foram se ampliando em
círculos concêntricos centrados no homem e na sociedade em
que vive. Inicialmente de modo intuitivo e empírico, mas a partir
de um determinado momento a esses conhecimentos foi
ajuntado um método de pesquisa que permitiu ao homem ter
uma visão sistemática e consistente do mundo em que vive. É
esse conhecimento organizado e o processo de sua geração
que se convencionou chamar de Ciência.

Segundo o site significados.com.br Ciência é:

Ciência é uma palavra que deriva do termo latino "scientia" cujo


significado era conhecimento ou saber. Atualmente se designa
por ciência todo o conhecimento adquirido através do estudo
ou da prática, baseado em princípios certos. A ciência, em
geral, comporta vários conjuntos de saberes nos quais são
elaboradas as suas teorias baseadas nos seus próprios métodos
científicos. A metodologia é essencial na ciência, assim como a
ausência de preconceitos e juízos de valor. A ciência tem
evoluído ao longo dos séculos. Galileu Galilei é considerado o
pai da ciência moderna.

Mais uma definição que encontramos sobre Ciência no dicio.com.br:

Conjunto organizado de conhecimentos relativos a certas categorias


de fatos ou fenômenos. (Toda ciência, para definir-se como tal, deve
necessariamente recortar, no real, seu objeto próprio, assim como
definir as bases de uma metodologia específica: ciências físicas e
naturais.) Conjunto de conhecimentos humanos a respeito da natureza,
da sociedade e do pensamento, adquiridos através do desvendamento
das leis objetivas que regem os fenômenos e sua explicação: o

19
Gestão da Tecnologia e Inovação 20

progresso da ciência. Ciência pura, ciência praticada


independentemente de qualquer preocupação de aplicação técnica.
Ciência política, politicologia.

Quem criou o Universo, foi as Leis da Física. E quem criou as Leis da Física?
Adorar a Ciência sobre todas as coisas. Observai e vigiai, amemos uns aos
outros, Instrui-vos uns aos outros...este é o mandamento principal de quem criou
a Ciência. Não é na ciência que está a felicidade, mas na aquisição da ciência.
(Allan Kardec).

https://www.youtube.com/watch?v=BkcDr0fkY0E

Enfim, se procurarmos e pesquisarmos, encontramos vários e diversos


conceitos, visões e definições sobre Ciência, a intenção aqui não é apresentar a
melhor ou melhor definição ou conceito e sim levar você aluna (o), a refletir e
construir seus conceitos e conhecimentos.

Se a ciência é aquela disciplina que procura, em primeiro lugar, explicar a


natureza e o seu proceder e, em segundo lugar, manipular os conhecimentos
derivados dessa explicação para obter determinados resultados e se é teórica e
pratica, então o conhecimento produzido por ela é tão provisório quanto que inexato.

1.5 O QUE É CIENCIA?

Diante do que foi apresentado acima e conforme suas reflexões sobe Ciência,
o que entendemos, o que sabemos sobre Ciência? Podemos começar a refletir
sobre o assunto, dizendo que a Ciência vem transformando nosso mundo moderno
de uma maneira muito contundente, profunda e espetacular. Mexendo com nossas
vidas, sendo que é impossível fugir às suas garras, para o bem ou para o mal.

Para a ciência, tudo pode começar com: “Eu quero saber”? Mais o saber,
pode ser tão natural e direto que sua definição pode parecer estranha, porém, na
verdade explicá-la acaba tornando-se complexo, sendo que este conceito pode ter
muitos significados. Buscando no dicionário, encontramos diversos sinônimos para a
palavra “saber”, que pode significar conhecer, compreender, ler, sentir, avaliar,
reconhecer, considerar, analisar, praticas ou dominar.

20
Gestão da Tecnologia e Inovação 21

Na prática, “saber” exige fazer perguntas, duvidar e checar os fatos, objetos e


ideias. Mas podem existir diferentes graus de questionamento. Na vida diária, os
objetos com os quais interagimos nos dão uma experiência concreta e imediata das
coisas. Nossos sentidos, por meio do que vemos, tocamos, cheiramos, provamos e
ouvimos automaticamente – sem pensar –, nos dão respostas diretas, evidentes e
familiares sobre a realidade. Essas respostas têm sua raiz na tradição.
Mais para a Ciência, o conhecer torna-se um tema, fato ou fenômeno que
vem demonstrar que encontramos um ponto que deve ser esclarecido, um caminho
a ser percorrido para explicar determinados comportamentos, prever determinadas
situações ou reações, descrever visual e virtualmente como tudo pode interagir com
outros objetos ao seu redor e dizer como ele influencia seu ambiente e é
influenciado por ele.

Esse conhecimento do dia-a-dia também é chamado conhecimento do senso


comum, sensível, primário ou imediato. Suas explicações são baseadas em
enunciados amplos, a maioria proveniente da tradição oral. Essas explicações são
aceitas sem questionamento. Elas são, frequentemente, generalizações rápidas e
brutas. São baseadas em observações simples: dizemos que o Sol se levanta e se
põe, vemos que o céu é muito alto. O conhecimento do senso comum não planeja
mudar as coisas.

Construímos o conhecimento de senso comum por meio de acasos com que


nos deparamos ao longo da vida. Grande parte dele passa de uma geração para a
outra sem evoluir.
O conhecimento de senso comum aparece do nosso contato diário com o
ambiente e com a maneira como as culturas descrevem o universo. Ele é construído
e transmitido pelas nossas famílias, parentes, amigos, vizinhos, parceiros, tribos ou
comunidades. É essa comunidade humana, nossa comunidade mais importante, que
compartilha suas formas de viver, alegrias, preocupações, dores, desejos para o
futuro, percepções do presente e lembranças acerca do passado e das tradições. E
esse conhecimento do senso comum envolve superstição.
Conhecimentos de senso comum existem em todas as culturas e civilizações.
Cada um de nós entra em contato com o conhecimento de senso comum em nossas

21
Gestão da Tecnologia e Inovação 22

vidas diárias e interações com os outros membros da comunidade. Os próprios


cientistas começam com o conhecimento de senso comum, mas vão além dele.
A ciência, como a arte, é uma forma de conhecimento sistemático, mas há
diferenças cruciais entre as duas.
Para Mbarga e Fleury (2013) a arte pode ser entendida como escolhas
individuais, que podem estar carregadas de visões individuais nos julgamentos de
beleza, estética e emoções. O que os grandes artistas escondem em suas obras são
as mensagens escondidas, imaginárias e fictícias, sendo que a olhos visíveis uma
pessoa comum não seria capaz de interpretar.
Já na ciência, esta sistematização apresenta-se totalmente diferente, onde a
arte passa por uma questão de gosto, a ciência torna-se um esforço de produzir uma
descrição verdadeira da natureza.
Na ciência, a sistematização é diferente. Se a arte é uma questão de gosto, a
ciência é o esforço de produzir uma descrição verdadeira da natureza. Os autores
Mbarga e Fleury (2013) continuam a apontar que, sistematizar significa aprofundar,
pesar, medir, cronometrar, argumentar, racionalizar e construir logicamente,
rejeitando o subjetivismo, deixando de lado as preferências pessoais e mantendo o
sujeito fora de questão.
O conhecimento cientifico possui suas regras para que seu entendimento
venha a ter significações, os cientistas buscam afirmações baseadas em
justificativas razoáveis.
Para o conhecimento cientifico a demonstração é um argumento claro,
completo e prático, porque através de experimento realizados em laboratórios é
possível apresentar um fenômeno com a intencionalidade de relacionar a causa e o
efeito. Nesta demonstração seus resultados devem ser precisos e passiveis de
divulgações deixando aberto para outros experimentos e previsões. Neste sentido a
ciência antiga opõe-se à ciência moderna, porque agora a ciência moderna
apresenta argumentos e questionamentos e traz resultados para responder o porquê
das coisas.
Ciência moderna experimental
A ciência moderna começa com a dúvida sistemática ou o que o sociólogo
norte-americano Robert K. Merton denominou “ceticismo organizado”.
A ciência moderna surgiu no século XVII – durante o período do Iluminismo –
e é baseada em fatos observáveis. A ciência compara os fatos com a realidade

22
Gestão da Tecnologia e Inovação 23

por meio de experimentos. Por isso, a ciência precisa de laboratórios e


ferramentas para estudar tudo, da mais minúscula partícula ao universo inteiro. A
ciência estabelece metodologias rigorosas com instrumentos confiáveis para
acumular evidências com as quais pode comprovar ou refutar uma hipótese. A
ciência avalia suas próprias metodologias e reexamina suas próprias provas.
Como a ciência funciona?
Em essência, a ciência moderna estabelece o conhecimento por meio dos
seguintes passos:
a. Observação
b. Experimentos
c. Explicação
d. Generalização e previsão

a. Observação rigorosa
Observar significa seguir os seguintes passos:
• Observar cuidadosamente os fatos.
• Deixar de lado opiniões pessoais.
• Abandonar especulações e conhecimentos prévios.
• Abandonar crenças, preconceitos, expectativas e paixões.
• Abandonar expressões de autoridade.
• Formular perguntas lógicas.
• Propor hipóteses.

b. Aferição experimental cuidadosa dos fatos


Os fatos são checados ao longo dos experimentos, com métodos e
ferramentas apropriados. O objetivo é conferir a precisão das observações e dos
fatos e demonstrar as relações entre essas observações e esses fatos. A aferição
experimental dos fatos requer que:
• As observações sejam repetidas em diferentes situações por diferentes pessoas.
• Os resultados sejam vitoriosos sobre a ignorância sem se submeter à autoridade.
• As relações inequívocas entre causa e efeito sejam demonstradas.
• Os resultados deem uma confirmação clara e sem ambiguidades da verdade.
• Os resultados ofereçam uma validação verdadeira e isenta de ilusões.

23
Gestão da Tecnologia e Inovação 24

c. Explicação cuidadosa
Quando os cientistas explicam, eles têm que:
• Discutir observações prévias contraditórias, se houver.
• Demonstrar relações entre as novas observações e as observações prévias.
• Explicar por que certa causa tem determinado efeito.
• Certificar-se de que não há falhas em seu argumento.

d. Generalização e previsão lógica


Quando um certo número de fatos verificados é descoberto, o(a) cientista
pode então prosseguir para a generalização ou indução, na terminologia acadêmica:
• Generalizar as observações.
• Aceitar que os fatos demonstrados descrevem a realidade.
• Estabelecer leis e teorias válidas para situações semelhantes.
• Predizer a evolução e o futuro estado e forma dos fatos e de suas relações.
O que a ciência não é
O treinamento rigoroso necessário para se tornar cientista e o linguajar
específico de seus métodos têm feito da ciência um domínio exclusivo de uns
poucos iniciados. A ciência se tornou um tipo particular de conhecimento fascinante,
mas difícil, e que supera todas as outras formas de conhecimento, sobretudo porque
chega mais perto da verdade e pode ser usado para transformar a realidade de tal
maneira que foi capaz de moldar o mundo moderno. De forma espetacular, a ciência
remodelou a saúde, as comunicações, as moradias, a energia, a agricultura, a
guerra e a própria vida.
Mesmo que a ciência busque a verdade, os resultados científicos não são
verdades definitivas nem nada parecido com mandamentos divinos; os cientistas
estão sempre questionando e nunca ficam satisfeitos com sua própria verdade. Além
disso, a publicação de resultados é sempre um convite para que outros
pesquisadores verifiquem sua precisão.
Como um esforço humano, a ciência tem suas fraquezas. Erros, mesmo
fraudes, acontecem. Algumas experiências são compradas e seus resultados,
fabricados. É um mundo com sua parcela de rivalidades, ambições, ilusões e
truques sujos, sobretudo em relação a quem foi o primeiro a inventar isso ou aquilo.
Mas a força única da ciência – e que a distingue – é a sua habilidade de rastrear
erros e corrigi-los com experimentos extras. (MBARGA, 2013)

24
Gestão da Tecnologia e Inovação 25

1.6 INOVAÇÃO E INVENÇÃO

De acordo com INVENTTA (2013), a definição de Inovação:

O conceito de inovação é bastante variado, dependendo,


principalmente, da sua aplicação. De forma sucinta, a Inventta
considera que inovação é a exploração com sucesso de novas
ideias. E sucesso para as empresas, por exemplo, significa
aumento de faturamento, acesso a novos mercados, aumento
das margens de lucro, entre outros benefícios.
Dentre as várias possibilidades de inovar, aquelas que se
referem a inovações de produto ou de processo são
conhecidas como inovações tecnológicas. Outros tipos de
inovações podem se relacionar a novos mercados, novos
modelos de negócio, novos processos e métodos
organizacionais. Ou, até mesmo, novas fontes de suprimentos.
As pessoas frequentemente confundem inovação e processos
de inovação com melhoria contínua e processos relacionados a
esse tema. Para que uma inovação seja caracterizada como
tal, é necessário que seja causado um impacto significativo na
estrutura de preços, na participação de mercado, na receita da
empresa etc.
As melhorias contínuas, normalmente, não são capazes de
criar vantagens competitivas de médio e longo prazo, mas de
manter a competitividade dos produtos em termos de custo.
(INVENTTA, 2013)

Para entender a Inovação, a cartilha Gestão da Inovação (2010) ressalva que:


“Inovação é, para a espécie humana, o principal vetor que possibilitou sua
sobrevivência. Inovar, portanto, faz parte da nossa natureza.”
Como já podemos acompanhar e observar, o homem vem através dos tempos
inovando, vimos isto com a sua evolução nas criações das primeiras ferramentas,
utensílios e armas. Neste processo o homem adaptou-se as suas novas condições,
saindo da era da escuridão com a descoberta da luz e chegando nos dias de hoje
com o desejo de habitar Marte, porém, o processo de inovação é constante, por que
a cada momento nosso meio estará buscando respostas para suas novas
descobertas.

25
Gestão da Tecnologia e Inovação 26

Nesta mesma cartilha existe uma referência ao mundo dos negócios, onde
aponta que “as necessidades das pessoas mudam, mudam os produtos, mudam os
processos e as tecnologias. Mudam as organizações e seus métodos de trabalho.
Como as empresas estão expostas à concorrência cada vez maior, inovar é a forma
mais eficaz de manter-se competitivo.”
Pois então, conseguimos fazer uma relação da evolução do homem ao seu
meio ambiente com o desenvolvimento do mundo dos negócios. Só não devemos
colocar que nos princípios o homem utilizava o negócio para seu benefício próprio, e
sim para uma questão de sobrevivência.
Neste contexto devemos ressaltar que a Ciência não pode se encaixar como
Inovação, e sim como um conjunto organizado dos conhecimentos relativos ao
universo objetivo, onde envolve seus fenômenos naturais, ambientais e
comportamentais. A Tecnologia é um conjunto ordenado de todos os conhecimentos
científicos, empíricos e intuitivos, necessários à produção e comercialização de bens
e serviços.
Algumas ressalvas que a cartilha faz a respeito de:
Descoberta é uma ação que conduz ao surgimento de uma nova
teoria, uma nova lei, um novo conceito ou um novo processo,
que poderá reestruturar o pensamento das pessoas em um
determinado campo do conhecimento.
Invenção é a ação que conduz ao desenvolvimento de um novo
dispositivo, um novo método ou uma nova máquina, que poderá
mudar a maneira pela qual as coisas são feitas.
Pesquisa é o conjunto de atividades realizadas de forma
intencional e sistemática para produzir novos conhecimentos.
Criatividade é processo de se tornar sensível a problemas,
deficiências e lacunas no conhecimento; identificar a dificuldade,
buscar soluções, formulando hipóteses; testar e retestar estas
hipóteses; e, finalmente, comunicar os resultados. GESTÃO DA
INOVAÇÃO (2010).

Complexo e com diversas definições e conceitos, a Inovação pode ser


entendida sob diversos ângulos ou prismas, por que ela irá atingir a necessidade de
cada área ou necessidade, para qual foi criada.
Existem fontes que visam padronizar o entendimento sobre Inovação, é
interessante sempre realizar uma pesquisa nestes manuais, pois, eles direcionam e
melhor explica a finalidade de cada área.

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Gestão da Tecnologia e Inovação 27

A Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento – OCDE, é


um fórum único, no qual os governos de 30 democracias trabalham juntos para
auxiliar a resolver os desafios econômicos, sociais e ambientais da globalização da
economia e de questões como a sustentabilidade e a inovação.

ANUAL DE FRASCATI
http://www.uesc.br/nucleos/nit/manualfrascati.pdf
MANUAL DE OSLO
http://www.uesc.br/nucleos/nit/manualoslo.pdf

Devemos entender que as empresas, instituições e ou organizações para


tornarem-se Inovadoras é necessário considerar algumas características, para que
seu produto, serviço, negócio ou processo seja aceito no mercado com uma visão
de mudança e benefício e transforme em lucros estas ideias.
Apresentamos algumas destas características, que de um modo geral apoia e
direciona para buscar uma qualidade e eficácia no mercado competitivo que hoje
atua em todas as áreas.
Mendes (2011) classifica as 10 características apresentadas por empresas
inovadoras:

10 CARACTERÍSTICAS DE ORGANIZAÇÕES INOVADORAS

1. Visão compartilhada, liderança e desejo de inovar: geralmente a inovação tem


a ver com mudança e aprendizagem e, em geral, rompe padrões pré-estabelecidos,
é cara e envolve riscos. Sem o apoio e envolvimento do alto escalão da
organização, as ideias provavelmente não aparecem e, se surgem, acabam não
sendo testadas, implementadas e avaliadas.

2. Estrutura organizacional adequada: empresas com modelos flexíveis e


hierarquias horizontais têm mostrado que estão mais propensas a inovar, já que o
processo de tomada de decisões tende a ser menos engessado e acaba por
fomentar interação e criação de vínculos maiores entre as pessoas.

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Gestão da Tecnologia e Inovação 28

3. Indivíduos-chave: são os líderes ou campeões de projetos de inovação, que


assumem a figura de facilitadores e interlocutores do processo de inovação e têm a
responsabilidade de defender a causa e levar entusiasmo por meio de todo sistema
organizacional.

4. Treinamento e desenvolvimento contínuo: o desenvolvimento permanente de


conhecimentos e habilidades da equipe é fundamental para permitir que essa esteja
preparada para agir no momento em que surge uma oportunidade de inovar.

5. Inovação com alto envolvimento: enquanto a inovação ficar limitada a um


departamento ou às especialistas em Pesquisa & Desenvolvimento, a capacidade
criativa também fica limitada. Embora cada indivíduo seja capaz de desenvolver e
pensar em inovações relacionadas aos processos em que está envolvido; a soma
desses esforços pode trazer impactos profundos.

6. Trabalho de equipe eficaz: experiências indicam que grupos têm mais a oferecer
do que indivíduos em termos de fluência de geração de ideias e de flexibilidade de
desenvolvimento de soluções. Além disso, a combinação de pessoas com
conhecimentos multifuncionais tem contribuído bastante para melhorias de maior
qualidade e impacto.

7. Atmosfera criativa: estruturas organizacionais são os artefatos visíveis do que


pode ser denominado de cultura inovadora, aquela em que a inovação pode
prosperar. Sua construção envolve políticas de comunicação e procedimentos,
sistemas de recompensa e reconhecimento, políticas de treinamento, sistemas
contábeis e de mensuração e desdobramento de estratégias.

8. Foco externo: a inovação tem se tornado um processo aberto, envolvendo redes


de trabalho externas, que ao agir colaborativamente produzem resultados mais ricos
do que somente dentro da organização. O foco externo vai além da compreensão
das necessidades e desejos dos clientes, e age também na construção de
relacionamentos com fornecedores, colaboradores, competidores, reguladores e
muitos outros personagens.

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Gestão da Tecnologia e Inovação 29

9. Comunicação extensiva: os mecanismos de desenvolvimento para a solução de


conflitos e para a melhoria na clareza e frequência da comunicação por meio de
diversos canais são fundamentais para o processo de inovação, especialmente
porque a resolução de problemas depende da combinação de diferentes
conhecimentos que podem estar amplamente distribuídos pela organização.

10. Aprendizagem organizacional: a inovação é um ciclo de aprendizagem, que


envolve um processo de experimentação, prática, reflexão e consolidação. A gestão
desse processo cria condições de aprendizagem contínua, favorecendo o sucesso
das inovações futuras. (MENDES, 2011)

MANUAL DE FRASCATI
http://www.uesc.br/nucleos/nit/manualfrascati.pdf
MANUAL DE OSLO
http://www.uesc.br/nucleos/nit/manualoslo.pdf

Gama Cerqueira apud Requião (1989, p. 223) define invenção:

“A invenção, de modo geral, consiste na criação de uma coisa até


então inexistente, a descoberta é a revelação de uma coisa existente
na natureza. Ele explica que descobrir é o ato de anunciar ou revelar
um princípio científico desconhecido, mas preexistente na ordem
natural, e inventar é dar aplicação prática ou técnica ao princípio
científico, no sentido de criar algo novo, aplicável no
aperfeiçoamento ou na criação industrial.” (GAMA CERQUEIRA
APUD REQUIÃO, 1989, p. 223).

Segundo Mestriner (2010), Inovação não pode ser confundida com invenção:

Inovação não é invenção


A inovação é o bem mais precioso do momento, é a grande
estrela do mundo empresarial. Existe uma busca desenfreada
pela inovação e o assunto não sai da pauta das publicações
especializadas. Os programas de inovação são cada vez mais
objeto de atenção da alta direção das empresas, pois existe

29
Gestão da Tecnologia e Inovação 30

uma compreensão amplamente difundida de que sem ela a


empresa vai ficar para trás.
Montar programas de inovação com metodologias que
funcionam de verdade representa um grande desafio. Essa
disciplina ainda está sendo formatada e o grande número de
alternativas disponíveis com conceitos diferenciados dificulta a
escolha das empresas.
Um erro comum nesse processo é a confusão existente entre
inovação e invenção, o que acaba gerando expectativas
equivocadas que levam a decisões erradas, fazendo com que a
inovação desejada acabe por não acontecer.
São duas atividades distintas que precisam assim ser
entendidas.
Inovação é a ação de criar "algo novo a partir do que já existe".
Esta definição conceitual arbitrária ajuda a evitar um dos
equívocos mais comuns, pois muitas vezes o briefing para a
busca da inovação vem precedido de requisições do tipo
"queremos algo realmente novo, inédito, que não existe no
mercado".
Um briefing assim indica que quem o formulou está, na
verdade, em busca de invenção, esta sim a ação de criar "algo
novo a partir do que não existe".
Ocorre que para uma invenção são necessários recursos
profissionais e metodológicos diferentes dos necessários para
a inovação. A invenção tem de estar fora da operação. Ela é
produzida por cientistas, gênios, inventores, e em laboratórios,
exigindo tempo e investimentos de vulto.
A invenção precisa ser "inventada", enquanto a inovação
precisa ser "encontrada", uma vez que deve partir de algo que
já existe. O programa de inovação, portanto, deve partir do
mapeamento detalhado das fontes geradoras de inovação,
deve prover seu monitoramento e, principalmente, deve ser
capaz de implantar as idéias e novidades encontradas bem
antes da concorrência. (MESTRINER, 2010)

Já trouxemos algumas definições sobre Inovação e Invenção, porém, o intuito


desta disciplina não é conceituar positivamente o que uma coisa ou outra.
Entendemos que este livro é base para que construa seus próprios conceitos, não
fechando as oportunidades para novas oportunidades, partindo desta reflexão
podemos afirmar que Inovação não é Invenção?
A Inovação nos momentos atuais tem sido um dos bens mais precioso do
momento, sendo visto, conversado, pesquisado e até divulgado no mundo
empresarial, social e acadêmico. Os programas de inovação são cada vez mais
objeto de atenção da alta direção das empresas, pois existe uma compreensão
amplamente difundida de que sem ela a empresa vai ficar para trás. Existem muitas

30
Gestão da Tecnologia e Inovação 31

publicações que discute o assunto Inovação, porém, montar programas de inovação


com metodologias que funcionam de verdade representa um grande desafio.
Mestriner (2010) aponta que no mundo acadêmico fica difícil formatar algo
sobre Inovação porque há um volume enorme de produções apresentando uma
diversidade de conceitos, sendo assim fica complicado a escolha de uma destas por
parte das empresas, comum encontrarmos a confusão entre inovação e invenção,
gerando grandes expectativas e tomadas de decisões erradas e precipitadas.
Sendo atividades distintas, a Inovação é a ação de criar algo novo a partir do
que já existe, enquanto a Invenção é a ação de criar algo novo a partir do que não
existe, deve ser muito bem definido e entendido, porque pode-se criar definições
conceituais arbitrárias. Para as organizações muitas vezes o resumo para a busca
da Inovação vem precedido de requisições do tipo queremos algo realmente novo,
inédito, que não existe no mercado.
Porém, para que esta Invenção venha a ser aceita como revolucionária, são
necessários recurso profissionais e metodológicos opostos aos destinados a
Inovação. Por que esta Invenção deve estar fora de operação, despendendo de
tempo e vultosos investimento, produzida por cientistas, gênios, inventores e em
laboratórios, já a Inovação ela deve ser encontrada, partindo de algo que já foi
criado, pensado e que já exista.
Buscar sempre ficar atento para as inovações que visa transformar nossas
práticas diárias, enquanto que as invenções buscam criar algo que não existe,
beneficiando momentaneamente o mercado e facilitando a sociedade.

Pesquisar este site, onde o professor Carlos Fernando Jung,


apresenta de forma bem clara, objetiva e com vários exemplos as
definições sobre Invenção e Inovação, dentro de uma realidade
bem próxima a que vivemos.
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor/mod6.pdf

31
Gestão da Tecnologia e Inovação 32

Inovação ou Invenção?

Invenção ou Inovação?

DICA DE LEITURA

A História das Invenções – Do machado de pedra às tecnologias da informação.

A história das invenções fascina e envolve os leitores em


uma viagem pela história da atividade humana, que começa com
o trabalho da pedra e o surgimento da agricultura até o

32
Gestão da Tecnologia e Inovação 33

lançamento de foguetes espaciais, o advento dos computadores e a invenção dos


chips de silício. A HISTÓRIA DAS INVENÇÕES.

Caricatura de Octávio para o jornal Última Hora.

A cena: Paris, a “Cidade-Luz”, capital da França. O ano: 1906, o


dia 23 de outubro, às 16hs45min. O evento: Alberto Santos
Dumont cruza em voo, o Campo de Bagatelle, com o seu Mais
Pesado que o Ar: 14 Bis.
http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao12
/materia02/texto02.pdf
1.7 CRIATIVIDADE

“O (sujeito) criador se sobressai em termos de personalidade,


temperamento e ponto de vista. Está constantemente descontente com
os padrões mais comuns. Nada em direções pouco conhecidas e
gosta, ou pelo menos aceita o fato de ser diferente da multidão.

33
Gestão da Tecnologia e Inovação 34

Quando surge alguma coisa anormal (…), ele não recua diante da
surpresa. Quer entender e determinar se constitui um erro trivial, um
acaso raro ou uma importante, mas até agora desconhecida, verdade.
Ele é confiante e resoluto. Há uma razão para que tantos criadores
famosos odeiem ou larguem a escola – eles não gostam de marchar na
cadência dos outros… (GARDNER, Howard. A Mente Criativa. Revista
Época Negócios, no2, Abril de 2007)

Estamos passando por um momento em que as tecnologias de vanguarda


facilitam e permitem a rápida expansão do conhecimento, porém, ao mesmo tempo,
prendem este comportamento, é fundamental que os profissionais liberem,
desenvolvam e expandam suas habilidades criativas, percebendo criticamente esse
mundo que nos cercam, a fim de que sobrevivam com sucesso, elevando novas
práticas e estratégias capazes de satisfazer as atuais exigências do mercado.

Wouk (2006) diz que a criatividade é a tradução dos talentos humanos para
uma realidade exterior que seja nova e útil, dentro de um contexto individual, social e
cultural. É, portanto, uma habilidade que irá gerar novidade e, com isso, ideias e
soluções úteis para resolver os problemas e desafios do dia-a-dia.

O que é Criatividade?
A criatividade pode receber várias definições a partir do ponto de vista com
que é questionada. Sob o ponto de vista humano, a criatividade é uma qualidade
adquirida e iniciada na infância que busca em idéias a fonte para criar novas coisas.
Durante essa fase é que o potencial criativo é ou não ativado. Esse, que é a
capacidade de produzir e transformar o ambiente segundo as necessidades, se
desenvolve graças aos estímulos e elogios que a criança recebe de outras pessoas.
A criatividade é uma qualidade adquirida por pessoas curiosas que buscam
inspiração em informações e têm a sensibilidade de percebê-las de forma diferente.
Pessoas criativas possuem comportamentos diferentes: são curiosas ao extremo,
são persistentes, são bem humoradas, são independentes em seus atos e
responsáveis por tais, possui rápida desenvoltura em atividades, fácil percepção,
habilidade no aprendizado e ainda são grandes visionárias, já que conseguem
prever as consequências possíveis de ocorrer em suas criações por erros ou
imprevistos.

34
Gestão da Tecnologia e Inovação 35

A criatividade é uma qualidade que pode também se desenvolver após a


infância. Para isso deve-se adquirir hábitos como dormir no mínimo oito horas,
anotar idéias que surgem no decorrer do dia para executá-las, caminhar ao ar livre,
evitar locais que enfraquecem o cérebro com barulhos e excessos, traçar objetivos,
utilizar o tempo ocioso a favor da criatividade, sempre fazer anotações, ser curioso
em todos os aspectos. (GABRIELA, 2013)
Como dizia Thomas Edison “Minhas invenções são fruto de 1% de inspiração
e 99% de transpiração”. E ainda Bernard Shaw (filósofo) “As pessoas que vencem
nesse mundo são as que procuram as circunstâncias de que precisam e, quando
não as encontram, as criam”.

Ainda sobre Criatividade, temos abaixo o que é, definição e significado:


A criatividade é a faculdade / habilidade de criar ou o potencial criativo.
Consiste em encontrar métodos ou objectos para executar tarefas de uma maneira
nova ou diferente do habitual, com a intenção de satisfazer um propósito. A
criatividade permite cumprir os desejos de forma mais rápida, fácil, eficiente ou
económica.
À criação de novas ideias e conceitos também se lhe dá o nome de
inventividade, pensamento original, pensamento divergente ou imaginação
construtiva. Trata-se de conceitos que implicam o acto de inventar algo novo (isto é,
recorrer ao engenho), a capacidade de encontrar soluções originais e a vontade de
mudar o mundo.
Com base em diversos ramos e disciplinas, a ciência tem vindo a estudar a
criatividade, em busca de objectivos e termos lógicos precisos. A inventividade pode
ser considerada do ponto de vista técnico, como um processo, como uma
característica da personalidade ou como um produto.
Para a psicologia, o pensamento divergente é uma actividade contida pela
imaginação, que consiste em realizar algo novo ou o mesmo embora de forma
diferente. Muitos especialistas têm analisado a relação entre a criatividade e a
inteligência.
Para a sociologia, no que lhe diz respeito, a imaginação construtiva surge a
partir da intervenção de três variáveis: o campo (os grupos sociais), o domínio (a
área ou a disciplina) e o indivíduo. Isto significa que uma pessoa realiza
transformações num domínio, que são avaliadas pelos grupos sociais.
De uma forma geral, pode-se afirmar que um sujeito criativo tem confiança em
si mesmo, sensibilidade de percepção, capacidade intuitiva, imaginação, entusiasmo
e curiosidade intelectual. (CONCEITO, 2011)

35
Gestão da Tecnologia e Inovação 36

9 Dicas para estimular a Criatividade.

36
Gestão da Tecnologia e Inovação 37

EXERCICIOS PROPOSTOS

1 – Quais as contribuições que Arthur C. Clarke trouxe para a humanidade?


5 LINHAS.

2 – Qual é o foco principal da entrevista do médico e psiquiatra Mauro Maldonato?


5 LINHAS
3 – Em sua opinião, o que é Ciência?
5 LINHAS

4 – Quais são as características de organizações inovadoras?


5 LINHAS

5 – Cite 3 das 9 dicas para estimular a criatividade:


5 LINHAS

UNIDADE 2
CLASSIFICAÇÃO DA INOVAÇÃO, MODELOS
DE INOVAÇÃO E CONDICIONANTES DA
INOVAÇÃO

Caro (a) Aluno (a)


Seja bem-vindo (a)!
Nesta unidade, apresentaremos os principais conceitos sobre a
Classificação, Modelos e Condicionantes que devem ser utilizados
na Inovação. Importante destacar que a apresentação destes temas
busca propiciar a você uma base para o entendimento do contexto
global sobre tecnologia.
Acompanhe os conteúdos desta unidade e, para que seu
conhecimento não se perca, faça anotações das questões que lhe
chamarem a atenção.

37
Gestão da Tecnologia e Inovação 38

Bons estudos!!!

Conteúdo da Unidade

Inovação: o que pensam os grandes autores; Estratégia de Inovação; Tipos e


Classificações de Inovação; Modelos, Condicionantes e Fatores da Inovação.

2 INOVAÇÃO: O QUE PENSAM OS GRANDES AUTORES

Joseph Schumpeter (1961) cunhou a expressão destruição criativa, em seu


clássico livro Capitalismo, Socialismo e Democracia, publicado em 1942. De acordo
com o autor:

“a abertura de novos mercados – estrangeiros ou domésticos –


e o desenvolvimento organizacional, da oficina artesanal aos
conglomerados, ilustra o mesmo processo de mutação
industrial que incessantemente revoluciona a estrutura
econômica, a partir de dentro, incessantemente destruindo a
velha, incessantemente criando a nova. Esse processo de
destruição criativa é o fato essencial acerca do capitalismo”.
(SCHUMPETER, 1961).

Schumpeter (1961) também lança luz sobre a importância da criação no


processo de formulação da estratégia. Sobre o tema, o autor destaca:

38
Gestão da Tecnologia e Inovação 39

“todos os elementos da estratégia de negócios só adquirem


sua verdadeira significação contra o pano de fundo desse
processo e dentro da situação por ele criada. Devem ser vistos
como em seu papel, sob o vento perene da destruição criativa;
não podem ser compreendidos a despeito dele ou, na verdade,
sob a hipótese de que existe eterna calmaria”.
(SCHUMPETER, 1961).

Para Schumpeter (1961), a inovação é o processo de criação do novo e


destruição do que está se tornando obsoleto. Inovação é a capacidade da empresa
de superar a concorrência perfeita, estabelecendo uma situação de monopólio
temporário ao criar um novo mercado para seus produtos.
Peter Drucker (1987) afirmava que “atualmente nos defrontamos com uma
época de descontinuidade da economia e da tecnologia” provocando profundas
mudanças nas estruturas industriais, na teoria econômica e no conhecimento
necessário à gestão das empresas e do governo. Nesse ambiente em constante
mudança, somente as atividades de marketing e a inovação seriam capazes de criar
um consumidor e um valor para a empresa.
De acordo com Peter Drucker (1987), “a inovação mais produtiva é um
produto ou serviço diferente, criando um novo tipo de satisfação, ao invés de uma
simples melhoria”. Dessa forma, a inovação está associada à geração de valor
econômico e é diferente da invenção, que tem um significado tipicamente
tecnológico. A inovação não é restrita aos aspectos tecnológicos e econômicos. As
inovações sociais e as inovações na forma de gerenciar uma empresa são tão
relevantes quanto as econômicas. O senso de inovação de uma organização tem
que possibilitar o abandono sistêmico do que já é antigo.
Para Drucker (1987), a inovação é a tarefa de dotar os recursos humanos e
materiais de nova e maior capacidade de produzir riqueza. Inovação é a capacidade
de uma empresa criar um consumidor. Inovação significa supor que todos os
produtos, processos e mercados da empresa estão se tornando rapidamente
obsoletos.
Clayton Christensen (2001) contribui para o melhor entendimento do processo
de inovação, pelo conceito de tecnologias disruptivas. Em seu clássico livro, O
dilema da Inovação, de 1997, a proposta é instingante: as empresas dominantes em
seus mercados atuais que ouvem seus clientes, promovem melhoria contínua de
produtos e buscam aumento do crescimento e lucratividade perderam sua posição

39
Gestão da Tecnologia e Inovação 40

de liderança e fracassaram porque não investiram, ou não tiveram interesse em


adotar as emergentes tecnologias de ruptura de seu setor.
Para Christensen (2001), uma empresa bem administrada (que é um
importante fator para o sucesso) também corre riscos de sobrevivência, porque a
administração está comprometida com formas tradicionais de fazer negócios e não
percebe o valor potencial de uma tecnologia disruptiva. Isso acontece porque as
“tecnologias disruptivas mudam a proposição de valor de um mercado. Quando
aparecem, elas quase sempre oferecem menor desempenho em termos dos
atributos que os consumidores tradicionais estão habituados”.
Para Christensen (2001), inovação é a mudança nas tecnologias para
transformar mão-de-obra, capital, materiais e informação em produtos e serviços de
grande valor agregado. Inovação é a capacidade de transformar o baixo
desempenho de uma nova proposta de valor, baseada numa tecnologia disruptiva,
em desempenho superior, o mais rápido possível.
O tema da revolução da inovação está associado a Gary Hamel (2005). Para
ele, somente a inovação radical possibilita um crescimento lucrativo, sendo
impossível criar riqueza sem a inovação. Uma empresa somente conseguirá se
diferenciar se inovar de uma forma que os concorrentes não consigam imitar no
curto prazo. Caso contrário, cairão na armadilha da convergência estratégica, na
qual os clientes não conseguem perceber diferenças nas propostas de valor das
principais empresas que atuam no setor.
De acordo com Hamel, a inovação deve começar logo pela definição da
missão da empresa, que deve ser nitidamente distinta da missão de outras
empresas do setor. A unidade de análise de inovação não é o produto, o serviço ou
a tecnologia, mas sim o conceito de negócio, que pode ser definido como “a
capacidade de imaginar conceitos de negócio drasticamente diferentes ou maneiras
completamente novas de diferenciar conceitos de negócio já existentes”. Somente
com conceitos de negócio radicais a empresa conseguirá superar as limitações da
melhoria contínua e dar saltos radicais de inovação.
Hamel entende que a inovação significa inventar conceitos de negócio
inteiramente novos ou efetuar mudanças radicais nos existentes. A inovação radical
tem origem na criação de um destino futuro coletivo, que estimula a imaginação das
pessoas da organização na busca de oportunidades não-convencionais.

40
Gestão da Tecnologia e Inovação 41

O QUE É INOVAÇÃO?

ESTE TEXTO FICARÁ ABAIXO DA IMAGEM – o endereço é este


http://www.netcoach.eu.com/index.php?id=85&L=3
Uma inovação é a implementação de um produto ou processo novo ou
significativamente melhorado (bem ou serviço), um novo método de marketing ou
um novo método organizacional nas práticas de negócios, organização do local de
trabalho ou relações externas.

2.1 ESTRATÉGIAS DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Gestão da Inovação (2010) define inovação tecnológica:

O manual de inovação do Movimento Brasil Competitivo (MBC),


define inovação tecnológica como “o resultado da aplicação de
conhecimentos obtidos através da pesquisa científica aplicada
a produtos ou processos de produção, com novas
funcionalidades e efetivos ganhos de qualidade ou
produtividade, resultando em maior competitividade”.
Já no livro Inovar, de Glauco Arbix, o autor, apoiando-se no
texto do Manual de Oslo, refere-se à Inovação tecnológica
como “a entrada no Mercado de um produto (bem ou serviço),
tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado pela
introdução na empresa de um processo produtivo
tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado”.
Inovação diz respeito a um produto e/ou processo novo para a
empresa, não sendo necessariamente novo para o
mercado/setor de atuação, podendo ter sido desenvolvido pela
própria empresa ou por outra instituição. E pode resultar de
novos desenvolvimentos tecnológicos, de novas combinações
de tecnologias existentes ou da utilização de outros
conhecimentos adquiridos pela empresa.

41
Gestão da Tecnologia e Inovação 42

Pelo Manual de Oslo, “Inovações Tecnológicas de Produto e de


Processo (TPP) compreendem a implementação de produtos e
de processos tecnologicamente novos e a realização de
melhoramentos tecnológicos significativos em produtos e
processos. Uma inovação TPP foi implementada se ela foi
introduzida no mercado (inovação de produto) ou usada em um
processo de produção (inovação de processo)”
(OCDE/Eurostat, 1997, §130).
Visando evitar equívocos de interpretação foi feita uma
mudança no Manual de Oslo e removida a palavra
“tecnológica” das definições, visto que a palavra evoca a
possibilidade de que muitas empresas do setor de serviços
venham a interpretar “tecnológica” como “usuária de plantas e
equipamentos de alta tecnologia”, e assim não a considerem
aplicável a muitas de suas inovações de produtos e processos.
(GESTÃO DA INOVAÇÃO, 2010).

Podemos entender que a inovação tecnológica visa e busca aplicar todos os


conhecimentos adquiridos junto as pesquisas, para que seus produtos e serviços
venham a ter uma aceitação junto ao mercado com aumento nos investimentos e a
eficiência nos processos produtivos, e implicando em um novo ou aprimorado
produto. Assim, muita coisa poderá ser definida como inovação tecnológica.

O QUE A GESTÃO ESTRATÉGICA DA INOVAÇÃO AGREGA AOS CLIENTES

Silveira e Fernandez (2008) em uma conferência sobre


Inovação Competitiva afirmam que nas empresas, os
investimentos em inovação melhoram a competitividade e o
desempenho econômico e financeiro, por meio de produtos,
processos e serviços mais adequados ao mercado e com valor
agregado superior ao dos concorrentes. Nas organizações
públicas, agregam valor na prestação de serviços, com produtos e processos mais
eficientes e alinhados às demandas e necessidades da sociedade. É possível
conferir no seguinte endereço eletrônico:
http://www.macroplan.com.br/Palestra_Item.aspx?Id=7

42
Gestão da Tecnologia e Inovação 43

INOVAÇÃO TECNOLOGICA

2.2 TIPOS DE INOVAÇÃO

Enquanto objeto de inovação, o Manual de Oslo concentra-se em quatro tipos


de inovação: inovação de produto, inovação de processo, inovação de marketing e
inovação organizacional.

Tipos de Inovação

A seguir apresentamos os 3 tipos de Inovação, junto com os exemplos, vale


destacar que iremos conseguir entender que estas inovações estão em nosso dia a
dia, e muitas das vezes lidamos com elas;

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Gestão da Tecnologia e Inovação 44

Inovação de Produto:
Uma inovação de produto é a introdução de um bem ou serviço que é novo ou
foi significativamente melhorado no que diz respeito às suas características ou usos
destinados. Isto inclui melhorias significativas nas especificações técnicas,
componentes e materiais, software incorporado, facilidade de utilização ou outras
características funcionais.
Exemplos de inovação de produto: o primeiro MP3 portátil; introdução da
travagem ABS, sistemas de navegação GPS (Sistema de Posicionamento Global) ou
outras melhorias de subsistemas em carros.

Inovação de Processo:
Uma inovação de processo é a implementação de um método de produção ou
de entrega novo ou significativamente melhorado. Isto inclui mudanças significativas
nas técnicas, tecnologia, equipamento e/ou software.
Exemplos de novos métodos de produção: são a implementação de um
novo equipamento automático numa linha de produção ou a implementação de
desenho assistido por computador para o desenvolvimento do produto. Um exemplo
de um novo método de entrega é a introdução de um novo sistema de controlo de
bens de código de barras ou RFID (Identificação por radiofrequência).
Inovação de Marketing:
Uma inovação de marketing consiste na implementação de um novo método
de marketing que envolva alterações significativas no desenho ou embalagem do
produto, posicionamento do produto, promoção do produto ou preço.
A inovação de marketing tem como objetivo melhorar a forma como o produto
vai ao encontro das necessidades do cliente, abrindo novos mercados, ou recém-
posicionando um produto da empresa no mercado com o objetivo de aumentar as
vendas da empresa. A inovação de marketing é a implementação de um método de
marketing que ainda não fora utilizado anteriormente pela empresa, como parte de
um novo conceito ou de uma nova estratégia de marketing que representa um
afastamento significativo em relação aos métodos existentes. Os novos métodos de
marketing podem ser implementados tanto para produtos novos como para produtos
já existentes.

44
Gestão da Tecnologia e Inovação 45

Por exemplo: a utilização pela primeira vez de um meio de comunicação ou


técnica significativamente diferente – tal como posicionamento do produto em filmes
ou programas de televisão – é uma inovação de marketing.

Inovação organizacional:
Uma inovação organizacional é a implementação de um novo método
organizacional na prática de negócios da firma, no local de trabalho, na organização
ou nas relações externas.
A inovação organizacional pode ter a intenção de aumentar o desempenho da
empresa reduzindo custos administrativos ou custos transacionais, melhorando a
satisfação no local de trabalho (e assim, a produtividade laboral), ganhando acesso
a bens não comercializáveis (tais como informação externa não codificada) ou
reduzindo os custos dos materiais.
A característica distintiva de uma inovação organizacional comparada com
outras alterações organizacionais numa firma é a implementação de um método
organizacional que ainda não foi utilizado na empresa.
Exemplos: da implementação pela primeira vez de práticas para o
desenvolvimento dos funcionários e melhorar a retenção do trabalhador, tais como
sistemas de educação e formação; a introdução pela primeira vez de sistemas de
gestão para a produção geral ou operações de materiais, tais como sistemas de
gestão de materiais em cadeia, reestruturação do negócio, manufatura enxuta e
sistemas de gestão da qualidade. (NETCOACH, 2013)

NAGI é o Núcleo de Apoio à Gestão da Inovação, que integra a Rede de


Inovação da PUCRS e está localizado na FACE, a Escola de Negócios
da PUCRS. Empresas de diversos portes e segmentos contam com o
apoio do Núcleo para capacitação, suporte e apoio no desenvolvimento
da gestão da inovação e internacionalização em seu ambiente de
negócios.
http://www3.pucrs.br/portal/page/portal/inovapucrs/Capa/NAGI/Inovacao

2.3 CLASSIFICAÇÕES DE INOVAÇÃO

45
Gestão da Tecnologia e Inovação 46

Interessante e necessário aprender a classificação da inovação pela novidade


dos resultados. Aqui encontramos a inovação radical, revolucionária e
incremental.

Devemos atentar para as classificações de inovação, conforme o site da


Netcoach http://www.netcoach.eu.com/index.php?id=91&L=3.

Agora você sabe que a inovação pode afetar os produtos, processos,


atividades de marketing e questões organizacionais de uma empresa. No entanto,
gerir o seu negócio com sucesso não é suficiente no mercado atual, sempre em
mudança. Se você quer ser um verdadeiro inovador, tem de aprender a cada minuto
de cada dia!
Por quê? – porque o inovador tem de estar ciente do conhecimento ligado à
inovação intencional e eficaz.
Está na altura de aprender a classificação da inovação pela novidade dos
resultados. Aqui encontra a inovação radical, revolucionária e incremental.

Inovação Radical:
A inovação radical envolve a introdução de novos produtos ou serviços que se
desenvolvem em negócios novos maiores ou geram novas indústrias, ou que
causam uma mudança significativa numa indústria inteira e têm tendência para criar
novos valores.
Exemplo de inovação radical: a banca passou pelo menos por uma suave
metamorfose – máquinas multibanco, fundos disponíveis em praticamente qualquer
lugar do mundo com o cartão de plástico apropriado.
Inovação Revolucionária ou Disruptiva:
As descobertas são acontecimentos raros, que surgem do conhecimento
científico ou de engenharia. As descobertas criam algo novo ou satisfazem uma
necessidade anteriormente desconhecida. As grandes descobertas muitas vezes
têm utilizações e efeitos que superam aquilo que os seus inventores tinham em
mente. As descobertas podem lançar novas indústrias ou transformar as já
existentes. As descobertas também são chamadas inovação disruptiva.

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Gestão da Tecnologia e Inovação 47

Exemplo de inovação revolucionária: a primeira impressora a laser EARS foi


feita pela Xerox. Esta impressora a laser conseguia imprimir 60 cópias por minuto
com 600 pontos por polegada. Nunca ninguém construíra algo assim!

Inovação incremental:
A inovação incremental inclui a modificação, refinação, simplificação,
consolidação e melhoria dos produtos, processos, serviços e atividades de produção
e distribuição existentes. A maioria das inovações enquadra-se nesta categoria.
Alguns exemplos de inovação incremental:
Muitas das versões do Walkman da Sony não eram como o original, eram
modelos que se seguiram e foram construídos numa plataforma comum.
A maioria dos automóveis teve ligeiras melhorias anuais que, ao longo dos
anos, trouxeram grandes benefícios para a segurança, eficiência e conforto dos
utilizadores. (NETCOACH, 2013)

Após entendermos sobre as classificações da inovação, fica difícil não


relacionar com o nosso dia a dia, tanto no profissional, pessoal e social. Com esta
visão seremos mais críticos em relação a todo e qualquer serviço que iremos utilizar,
a alguns processos dentro da empresa e os produtos que adquirirmos será
analisado com um olhar mais criterioso.
Também podemos destacar para uma participação mais ativa no campo
profissional, pois, se entendemos a missão, visão e valores da organização, nos
colocamos como um colaborador que irá enxergar sua participação ativa em todos
os processos internos da empresa, visando uma relação de reciprocidade do
colaborador com a organização, onde ambos ganham e são beneficiados,
entenderemos melhor esta relação na unidade 4 que aborda o setor de Recursos
Humanos com a visão inovadora.

2.4 MODELOS DE INOVAÇÃO

Trentini (2012) tece algumas considerações sobre modelos de inovação:

A inovação se configura como um processo irreversível incluindo diversas


etapas e aspectos financeiros, culturais e organizacionais. Diversos modelos de

47
Gestão da Tecnologia e Inovação 48

inovação têm sido relatados na literatura, entre eles o modelo de inovação aberta
(Open Innovation) e o de inovação distribuída (Distributed Innovation).
A busca de fontes externas de ideias remete à chamada “Open Innovation” ou
inovação aberta. Chesbrough (2006) define o conceito de inovação aberta como o
uso intencional dos fluxos internos e externos de conhecimento para acelerar a
inovação interna e a expansão de mercado para uso externo das inovações.
O entendimento da inovação aberta segundo Chesbrough (2006, p. 1), “é a
antítese do tradicional modelo de integração vertical”, e uma abordagem que se
baseia em caminhos e interações internas e externas para acelerar o processo de
inovação. Segundo o autor, a inovação aberta propõe que os resultados sejam
alcançados em atividades como a prospecção, análise e exposição de
oportunidades de inovação, usando tanto ideias externas como ideias internas e
caminhos internos e externos para alcançar o mercado.
Nesse conceito, outras empresas capazes de internalizar as tecnologias
desenvolvidas, podem licenciá-las, criando uma situação em que todos saem
ganhando. Da mesma forma, a empresa pode licenciar tecnologias desenvolvidas
por outras empresas ou laboratórios de pesquisa. Lopes e Teixeira (2009) destacam
que na inovação aberta as ideias/projetos e tecnologias deixam de ficar sem
utilização na empresa, uma vez que existe uma interação crescente com fontes
externas e com o mercado, potencializando a comercialização e a exploração
econômica das mesmas.
Dentre os benefícios da inovação aberta, Chesbrough (2006) destaca a
expansão do alcance e capacidade para gerar novas ideias e tecnologias; a
capacidade de realizar pesquisas estratégicas com baixo nível de risco e poucos
recursos; a possibilidade de extensão e/ou diversificação do negócio, criando-se
novas alavancas para crescimento e a potencialização do retorno sobre os
investimentos em P&D.
De acordo com Moreira et al.(2008), nesse modelo as organizações podem
comercializar tecnologias internas ou externas e utilizam recursos internos ou
externos na execução de projetos. Os projetos podem ser iniciados pela própria
empresa ou por outros atores externos, podendo ser transferidos para outras
empresas em qualquer etapa de desenvolvimento.
A inovação distribuída é realizada em torno de um bem comum, com a
participação de muitas pessoas, e por muitas vezes de forma voluntária. Para Lohr

48
Gestão da Tecnologia e Inovação 49

(2009, p. 1), “é variadamente descrita como crowdsourcing, sabedoria das multidões,


inteligência coletiva e trabalho colaborativo.”.
Segundo Maskell e Powell (2008), a inovação distribuída chama a atenção no
que diz respeito à realização de pesquisas com diversos pontos de vista, da
utilização de ciência com o código aberto, de organizações virtuais, e
desenvolvimento de produtos inovadores que envolvem terceiros.
A grande ênfase desse conceito está no processo de colaboração entre
indivíduos, empresas, o que segundo Jeppesen, Maskell e Powel (2008, p. 1)
"requer um alto grau de conhecimento, divulgação e de uma abertura e
transparência das tecnologias”. Os incentivos monetários desempenham um papel
coadjuvante. Essa colaboração muitas vezes depende da autoseleção dos
participantes e das tarefas da auto-organização do sistema de produção. Os
usuários fornecem ideias e conteúdos para aperfeiçoar o produto e, quanto mais
usuários, mais impulso há para os produtos. Essa dinâmica é denominada “efeito
rede”– usuários geram mais usuários.
Berente et al. (2006) coloca que as dimensões da inovação baseadas na
literatura, apropriadas para a inovação distribuída são potencializadas com o
advento da tecnologia digital. Com o advento da internet, o mundo todo passa a
estar conectado, facilitando com que a inovação distribuída ocorra. Segundo Lopes
e Teixeira (2009), uma quantidade enorme de inovação aparece no mundo, em
todas as formas, e de alguma maneira elas se espalham e atingem mais e mais
pessoas.
A estrutura mais característica dessa forma de inovação é o desenvolvimento
de software, no qual o processo de desenvolvimento permite a distribuição de
tarefas a quem queira participar, colaborando com o desenvolvimento do bem.
Provavelmente o exemplo mais conhecido seja o Linux, que utilizou uma base
aberta de desenvolvimento, com colaboradores do mundo todo interessados em
desenvolver uma plataforma aberta, acessível e de forma “free”, mantida por uma
comunidade virtual.
O valor de contribuição do Linux, segundo Chesbourgh (2009), para a
computação mundial foi estimado em U$ 18 bilhões em 2006. Essa independência e
liberdade são características da “inovação distribuída” que se reconhecem
facilmente nos projetos de software livre. A organização não impõe um controle
centralizado, visto que a inteligência não reside no seu centro, contudo a inovação

49
Gestão da Tecnologia e Inovação 50

reside principalmente na periferia, como cita Cordeiro (2007 p.3), ela encontra-se
“funcionalmente dispersa. A inovação é incentivada e emerge ao nível da periferia;
ela entra na rede de forma independente e acaba por se incorporar em sistemas
mais complexos quando e se contribui para melhorar a performance do todo”.
(TRENTINI, 2012)

2.5 CONDICIONANTES DA INOVAÇÃO

Filho (2011) apresenta algumas reflexões a respeito da inovação no setor


público:

Reflexões sobre os condicionantes da inovação no Setor Público

Políticas de inovação no setor público são essenciais para que o governo


enfrente a complexidade dos seus enormes desafios, tais como os temas que
envolvem meio ambiente, pobreza, emprego, educação, saúde. Isto posto, surge
então uma questão essencial: como construir um ambiente favorável para que o
processo inovativo se materialize?

Primeiramente, é bom destacar que os estudos sobre os condicionantes da


inovação do setor público são recentes, ainda existe pouca literatura especializada.
De modo que há um campo cientifico, metodológico e conceitual amplo para o seu
desenvolvimento, pois as diversas análises de inovação na firma, voltadas para o
mercado, precisam ser adaptadas para compreenderem a complexidade da
inovação no setor público.

Por exemplo, no setor privado a concorrência é o grande motor da inovação.


Em muitos mercados, uma empresa não sobrevive sem inovar. Já no setor público,
um governo não deixa de existir porque não inovou. Entretanto, as organizações
públicas operam com um conjunto de pressões, interesses, demandas e restrições
que exige esforço inovativo.

Assim, o ambiente externo no setor público que condiciona a inovação é a


pressão social por um serviço público de qualidade, também alimentado pelo
interesse de renovar o mandato dos grupos políticos e a necessidade de se adaptar

50
Gestão da Tecnologia e Inovação 51

às mudanças externas. Daí uma importante lição: quanto maior a participação social,
melhor será para a adoção de práticas criativas e inovadoras. Autoritarismo e
instabilidade política vão em direção contrária ao esforço inovativo

Quanto ao ambiente interno da organização, os aspectos específicos do


processo inovativo no setor público devem ser compreendidos através de duas
dimensões fundamentais: os recursos (humanos, financeiros, materiais) e a
motivação.

Com respeito aos recursos, é necessário enfatizar o papel central da gestão


de pessoas. A necessidade da contratação de pessoal qualificado, a sua formação,
a atuação em função de metas e a avaliação dos resultados são atributos
necessários para o processo inovativo.

Responsabilidades bem definidas, maior autonomia para que os servidores


influenciem em decisões importantes e a existência de prêmios para projetos
inovadores também exercem um importante papel motivador na propensão à
inovação.

Existe uma tendência organizacional do setor público à inércia, materializada


num certo desinteresse pelo desempenho, no conformismo, no receio da crítica. E
para superar essas barreiras é necessária uma cultura organizacional que possibilite
as práticas e as expressões de criatividade. Ressalte-se que a materialização do
novo destrói o velho e essa transição é feita muitas vezes com resistência e
hostilidade com os agentes de mudança.

Outra forte barreira ao esforço inovativo no setor público é o grau de aversão


ao risco de inovar. O gestor público fica preocupado com os danos à imagem, com a
repercussão negativa de mídia, no caso de algum fracasso, e preferem não assumir
esses riscos.

Por sua vez, um sucesso inovador passa por um aprendizado que envolve
tentativa e erro, certa tolerância para experimentação e um grau de aceitação das
falhas. Alcançar essa realidade não é algo trivial no setor público, pois abarca uma
mudança de cultura, tanto interna quanto externa à organização, que compreenda
esse tipo de tensão.

51
Gestão da Tecnologia e Inovação 52

A inovação pressupõe conhecimento e competência e, assim, surge outro


grande desafio: como manter a retenção do conhecimento da organização com a
troca de poder? Isso passa necessariamente por uma arquitetura política
institucional que assegura a sua sustentabilidade, onde o próprio grau de
institucionalização é chave para que não haja descontinuidade do esforço inovativo.
(FILHO, 2011).

2.6 FATORES CONDICIONANTES

Gonçalves (2009) classifica os fatores condicionantes em:

Técnicos

Do ponto de vista técnico, a difusão é condicionada pelo grau em que uma


inovação é percebida como difícil de ser entendida e usada. Quanto mais complexa
a tecnologia, maior será a necessidade de suporte técnico para a solução de
problemas. Tecnologias muito inovadoras podem criar impasses no processo
decisório devido à insuficiência de informações, incertezas quanto a sua direção e
os ricos inerentes ao pioneirismo. Da mesma forma, quando há muitas variedades
de alternativas tecnológicas, a comparação entre elas se torna difícil.

Econômicos

Do ponto de vista econômico, o ritmo de difusão depende dos custos de


aquisição e implantação da nova tecnologia, assim como das expectativas de
retorno do investimento.

Institucionais

Os fatores institucionais que condicionam o processo de difusão tecnológica


são: (1) disponibilidade de financiamentos e incentivos fiscais a inovação; (2) clima
favorável ao investimento no país; (3) acordos internacionais de comercio e
investimento; (4) sistema de propriedade intelectual; (5) existência de capital
humano e instituições de apoio. Os fatores institucionais que condicionam a difusão
de novas tecnologias também podem incluir a estratificação social, a cultura, a
religião, o marco regulatório e o regime jurídico do setor ou do país como um todo.

52
Gestão da Tecnologia e Inovação 53

Impactos da difusão tecnológica

A difusão de novas tecnologias traz em seu bojo consequências positivas e


negativas para diferentes setores da economia e da sociedade. Os impactos da
difusão podem ser analisados sob diferentes enfoques, incluindo os de natureza
econômica, social e ambiental.

Econômico

Do ponto de vista econômico, a difusão de novas tecnologias pode afetar a


estrutura industrial, destruir e criar empresas e setores, afetar o ritmo de crescimento
econômico e a competitividade de empresas e países. A difusão de novas
tecnologias pode levar tanto a concentração quanto a desconcentração da indústria.
Quando envolve de escala de produção ou grandes saltos de produtividade, a
inovação tente a ter um caráter concentrador, pois poucos grandes produtores
podem atender as necessidades da demanda.

Social

Do ponto de vista social, o aspecto mais discutido na literatura é o impacto


das novas tecnologias sobre o emprego e as qualificações. Atualmente os estudos
focalizam não apenas não apenas o volume de empregos perdidos ou ganhos com a
difusão de inovações, mas também em mudanças nas qualificações requeridas dos
trabalhadores. Em geral, as novas tecnologias exigem qualificações profissionais
diferentes. O volume de emprego gerado ou eliminado depende tanto da natureza
do processo quanto das mudanças organizacionais necessárias para sua
implantação.

Ambiental

O ponto de vista ambiental influencia a difusão de novas tecnologias diante


das preocupações da sociedade com a preservação do ar, da água e dos recursos
naturais. Observa-se, atualmente, uma onda de inovações destinadas a reduzir os
impactos ambientais, desenvolver fontes alternativas de energia, reduzir emissões e
produzir de forma mais limpa. O problema ambiental tem caráter comutativo. Uma
inovação aparentemente inofensiva ao meio ambiente, como os veículos

53
Gestão da Tecnologia e Inovação 54

automotivos, pode resultar em graves problemas devido ao acumulo crescente de


emissões em todo o mundo. (GONÇALVES, 2009).

Fatores Condicionantes da Inovação

O objetivo do conteúdo apresentado a seguir é orientar e informar às micro e


pequenas empresas brasileiras sobre as leis do país, em relação à inovação e
tecnologia, de acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia (2014):

Legislação

Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas

Estabelecem e regulamentam os estímulos e incentivos para o setor, como a


introdução de um sistema mais simples e justo de pagamento de impostos e
contribuições, crédito facilitado, redução da burocracia e maior acesso às compras
governamentais, às exportações e às novas tecnologias.

Lei da Inovação (Lei 10.973, de 2 de dezembro de 2004).

54
Gestão da Tecnologia e Inovação 55

Dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no


ambiente produtivo e dá outras providências.

LEIS ESTADUAIS DE INOVAÇÃO

Alguns estados brasileiros aprovaram leis complementares a Lei de Inovação


Federal. São eles:

» Amazonas: Lei Estadual nº 3.095, de 17 de novembro de 2006: dispõe sobre


incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo no
âmbito do Estado do Amazonas.

» Mato Grosso: Lei Complementar nº 297, de 7 de janeiro de 2008: dispõe sobre


incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica visando alcançar
autonomia tecnológica, capacitação e o desenvolvimento do Estado.

» Santa Catarina: Lei nº 14.348, de 15 de janeiro de 2008: sobre incentivos à


pesquisa científica e tecnológica e à inovação no ambiente produtivo no Estado de
Santa Catarina.

» São Paulo: Lei Complementar nº 1049, de 19 de junho de 2008, dispõe sobre


medidas de inventivo à inovação tecnológica, à pesquisa científica e tecnológica, ao
desenvolvimento tecnológico, à engenharia não-rotineira e à extensão tecnológica
em ambiente produtivo, no Estado de São Paulo, e dá outras providências
correlatas.

» Bahia: Projeto de Lei nº 17.346/2008 - Lei de Inovação da Bahia, aprovada em


25/11/2008. Segue as principais diretrizes da Lei Nacional de Inovação e define que
a Bahia passa a ter novas medidas de incentivo à inovação e à pesquisa científica e
tecnológica.

» Rio de Janeiro De 17/12/2008: Projeto de Lei nº 1.913/2008: Possibilita


parcerias entre as instituições científicas e tecnológicas (ICTs), que podem ser
órgãos da administração direta ou indireta, e as organizações de direito privado
voltadas para pesquisa e desenvolvimento de inovações.

55
Gestão da Tecnologia e Inovação 56

» Rio Grande do Sul: Lei nº 13.196, de 13 de julho de 2009: estabelece medidas


de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica, define mecanismos de
gestão aplicáveis às instituições científicas e tecnológicas do Rio Grande do Sul, e
dá outras providências. (SEBRAE, 2014).

Lei do Bem
A Lei n° 11.196, de 21 de novembro de 2005, conhecida como Lei do Bem,
em seu Capítulo III, artigos 17 a 26, regulamentado pelo Decreto n° 5.798, de 7 de
junho de 2006, consolida os incentivos fiscais que as pessoas jurídicas podem
usufruir de forma automática desde que realizem pesquisa tecnológica e
desenvolvam inovação tecnológica.
O Capítulo III foi editado por determinação da Lei n° 10.973/2004 – Lei da
Inovação – com o intuito de fortalecer o novo marco legal para apoio ao
desenvolvimento tecnológico e à inovação das empresas brasileiras.
Os benefícios gerados por esse capítulo da Lei do Bem são baseados em
incentivos fiscais, tais como:
- deduções de Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Lí-
quido (CSLL) de dispêndios efetuados em atividades de P&D;
- redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na compra de
máquinas e equipamentos para P&D;
- depreciação acelerada desses bens;
- amortização acelerada de bens intangíveis;
- redução do Imposto de Renda retido na fonte incidente sobre remessa ao
exterior resultante de contratos de transferência de tecnologia (revogado pela MP
497, de 27 de julho de 2010);
- isenção do Imposto de Renda retido na fonte nas remessas efetuadas para
o exterior destinadas ao registro e à manutenção de marcas, patentes e cultivares;
- subvenções econômicas, incorporadas à linha de financiamento Finep Inova
Brasil – regulamentada pela Portaria MCT n° 557–, concedidas em virtude de
contratações de pesquisadores, titulados como mestres ou doutores, empregados
em empresas para realizar atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação
tecnológica. (MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA, 2014).

56
Gestão da Tecnologia e Inovação 57

Em seguida, destacamos uma entrevista que ajuda a esclarecer sobre a Lei


nº 11.196, publicada pela INOVA (2014):

Entrevista: Saiba mais sobre a Lei do Bem.


Dados do Ministério de Ciência e Tecnologia mostram que menos de 400
empresas brasileiras utilizam a Lei do Bem de incentivo a inovação. Um dos
principais motivos é a falta de conhecimento da legislação por parte dos
empresários. Para sanar algumas das dúvidas mais recorrentes, entrevistamos
Rodrigo Arruda Sanchez, Professor de Direito Tributário da UFPR e Consultor
jurídico do SEBRAE para responder algumas questões.

Reportagem: Explique, com suas palavras, o que é a Lei do Bem.


Arruda Sanchez: A Lei 11196 passou a ser conhecida como “lei do bem”
porque é raro uma lei tributária criar isenção fiscal, como fez essa lei. Além dos
incentivos à inovação, também trouxe incentivos para outras atividades.

R: A quem ela se destina?

AS: A Lei se destina a todas as empresas que aplicam em inovação. Mas


como parte dos incentivos é destinado ao abatimento de Imposto de Renda e
Contribuição Social sobre o Lucro, as maiores beneficiadas são as empresas que
optam pelo chamado Lucro Real, que é uma das opções tributárias das empresas
(as outras opções, mais usuais, são o lucro presumido e o simples nacional). O MCT
publicou relatórios da utilização da Lei em 2006 e em 2007. Mas esses relatórios são
parciais, pois não tratam de grande parte dos incentivos que não passam pelo
Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

R: Quais os principais benefícios oferecidos pela Lei?

AS: Os benefícios do Capítulo III da Lei do Bem são baseados em incentivos


fiscais, tais como: deduções de Imposto de Renda e da Contribuição sobre o Lucro
Líquido - CSLL de dispêndios efetuados em atividades de P&D; a redução do
Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI na compra de máquinas e
equipamentos para P&D; depreciação acelerada desses bens; amortização
acelerada de bens intangíveis; redução do Imposto de Renda retido na fonte

57
Gestão da Tecnologia e Inovação 58

incidente sobre remessa ao exterior, resultante de contratos de transferência de


tecnologia; e isenção do Imposto de Renda retido na fonte, nas remessas efetuadas
para o exterior, destinadas ao registro e manutenção de marcas, patentes e
cultivares.
Tais benefícios podem ser rapidamente usados. O valor do ganho depende do
projeto.

R: Quais requisitos precisam ser preenchidos para que a empresa possa


usufruir dos recursos oferecidos pela Lei do Bem?

AS: Basicamente, precisa aplicar em inovação. Se fizer este investimento


junto a um Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT), esse investimento precisa ser
previamente aprovado. Se a pesquisa for feita dentro da empresa, a utilização é
mais simples.

R: Quais as regiões, áreas e empresas mais beneficiadas pela Lei?

AS: Como o incentivo é maior para empresas do lucro real, e como depende
de certo know-how para se aproveitar da Lei, as maiores beneficiadas são as
grandes empresas, que se concentram no Estado de São Paulo. Para saber os
valores e percentuais exatos, seria preciso fazer um levantamento junto ao MCT e
Receita Federal.

R: O que é "Inovação", para a Lei? Quais tipos de Inovações são


contemplados para uma empresa ser beneficiada com os recursos da Lei do Bem?

AS: O conceito está na Lei. Diz o artigo 17§ 1º diz:


§ 1o Considera-se inovação tecnológica a concepção de novo produto ou processo
de fabricação, bem como a agregação de novas funcionalidades ou características
ao produto ou processo que implique em melhorias incrementais e efetivo ganho de
qualidade ou produtividade, resultando maior competitividade no mercado.

R: Que benefícios a Lei do Bem traz para o desenvolvimento da Inovação no


país?

58
Gestão da Tecnologia e Inovação 59

AS: No Brasil, antes da vigoração da Lei do Bem, a política pública


contrariava a tendência de grande parte dos países desenvolvidos ou em
desenvolvimento, que investem grandes quantias em pesquisa. Além disso, o maior
montante investido pelo Brasil não ia para as empresas, mas para universidades que
esbarravam nas pendências burocráticas para resolver utilizar esse dinheiro.
Em 2005, com o advento da Lei 11.196, instituiu-se no Brasil um modelo de
incentivo fiscal à pesquisa, que procurava corrigir a distorção de a pesquisa ser
originária de entidades públicas e dependente da burocracia típica do estado
brasileiro, incentivando que a inovação aconteça de forma mais eficiente.

R: Por que muitas empresas ainda não utilizam os recursos e benefícios da


Lei do Bem?

AS: Principalmente por desconhecimento. Podemos citar outros fatores, mas


que ainda preservam relação com este: falta de assessoria especializada, que não
deixa de ser falta de conhecimento; medo do fisco; dúvidas quanto à interpretação
da Lei e demora na decisão interna.

R: O que fazer para mudar esse panorama?

AS: Creio que o principal seja a divulgação da Lei. A mudança sempre


encontra resistência. (INOVA, 2014)

PORTAL INOVAÇÃO – Portal que traz um espaço onde as


empresas, as instituições de pesquisa e os órgãos
governamentais interagem, para que os que querem inovar mas
não sabem por onde começar.

http://www.portalinovacao.mct.gov.br/pi/#/pi

59
Gestão da Tecnologia e Inovação 60

EXERCICIOS PROPOSTOS

1 – Quais são os autores contemporâneos que refletem sobre Inovação?


3 LINHAS

2 – O que você entende por Inovação? Faça uma reflexão com base nos conceitos
dos autores apontados nesta unidade:
5 LINHAS

3 – Quais são os tipos de Inovação?


3 LINHAS

4 – Quantos e quais são os fatores condicionantes da Inovação?


3 LINHAS

5 – Quais são as Leis Relacionadas à Inovação?


5 LINHAS

60
Gestão da Tecnologia e Inovação 61

UNIDADE 3
TECNOLOGIA, TIPOS DE TECNOLOGIAS E
CLASSIFICAÇÕES

Caro (a) Aluno (a)


Seja bem-vindo (a)!
Nesta unidade, apresentamos o conceito sobre Tecnologia.
Destacamos que estas Tecnologias possuem alguns tipos, que
devem ser entendidos e separados, devido ao fato de que o
mercado de trabalho é separado por segmentos. Assim, é
necessário haver classificações para que os usuários alcancem
um alto grau de qualidade e assimilação.

Bons estudos!!!

Conteúdos da Unidade

Tecnologia; Novidades Tecnológicas; Cibercultura; Tipos e Classificações das


Tecnologias.

61
Gestão da Tecnologia e Inovação 62

3 TECNOLOGIA

PNUD (2003) indica a definição e a história da tecnologia, além de mencionar


a Tecnologia da Informação e Tecnologia da Informação e Comunicação, porém,
para início de conversa, podemos trazer o conceito básico do que é Tecnologia
segundo o dicionário Houaiss:

“1. Tratado das artes em geral. 2. Conjunto dos processos especiais relativos
a uma determinada arte ou indústria. 3. Linguagem peculiar a (um ramo
determinado do conhecimento, teórico ou prático. 4. Aplicação dos
conhecimentos científicos à produção em geral: Nossa era é a da grande
tecnologia. T. de montagem de superfície, Inform: método de fabricação de
placas de circuito, no qual os componentes eletrônicos são soldados
diretamente sobre a superfície da placa, e não inseridos em orifícios e
soldados no local. T. social, Sociol: conjunto de artes e técnicas sociais
aplicadas para fundamentar o trabalho social, a planificação e a engenharia,
como formas de controle. De alta tecnologia, Eletrôn e Inform:
tecnologicamente avançado: Vendemos computadores e vídeos de alta
tecnologia. Sin: high-tech.”

Uma outra fonte para sabermos sobre Tecnologia:

“1. Tecnologia é o conjunto de conhecimentos e específicos princípios


científicos, que se aplicam a um determinado ramo de atividade; 2. Estudo
dos processos técnicos de determinado ramo de produção industrial ou de
diversos ramos; 3. O mesmo que técnica, o mesmo que tecnocracia, emprego
de conhecimentos científicos na esfera da produção, dos transportes, das
comunicações, dos serviços da educação etc.; 4. A totalidade das técnicas
dominadas por determinado grupo ou cultura“ (Dicionário Aurélio, p. 730,
2011 e Dicionário de Filosofia de Nicola Abbagnano, p. 1109, 2007).

Além desta definição, vale citar que a palavra tecnologia tem sua origem do
grego "tekhne" que significa "técnica, arte, ofício" em conjunto com o sufixo "logos",
que também é de origem grega, e que significa "estudo".
Sendo assim, Tecnologia é o estudo da arte, o estudo da técnica, o estudo do
ofício de se fazer algo bem feito.

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Gestão da Tecnologia e Inovação 63

Tecnologia - Fonte: site de busca na internet (Google)

Conforme observado na definição apresentada, o termo Tecnologia traz


diversas vistas sobre uma área ampla, que para ajudar não deixa claro exatamente
o que vem a ser este termo, porém, é muito interessante vermos que dependendo
da área que atuamos, tanto profissional como pessoal, a Tecnologia é presente, pois
ela vem a ser o uso de técnicas e do conhecimento adquirido ao longo de nossa
interferência neste meio, para estar sempre aperfeiçoando ou até facilitando nosso
trabalho.
Se buscarmos uma resolução de um problema ou a execução de uma tarefa
especifica, é possível enxergarmos a Tecnologia em tudo que nos rodeia? Sim, com
certeza!
Desde que o homem é homem existe a tecnologia e podemos classifica-las
em tecnologias primitivas ou clássicas que envolvem a descoberta do fogo, a
invenção da roda, a escrita, dentre outras; as tecnologias medievais que englobam
invenções como a prensa móvel, as tecnologias militares com a criação de armas ou
as tecnologias das grandes navegações que permitiram a expansão marítima e as
invenções tecnológicas da Revolução Industrial no século XVIII que acabaram
provocando profundas transformações no processo produtivo em geral.
Sabemos ainda que a partir do século XX, destacaram-se as tecnologias de
informação e comunicação através da evolução das telecomunicações e assim
utilizando os computadores, desenvolvimento da internet e, as tecnologias

63
Gestão da Tecnologia e Inovação 64

avançadas, que englobavam a utilização de Energia Nuclear, a Nanotecnologia, a


Biotecnologia, etc.
As novas tecnologias são fruto do desenvolvimento tecnológico alcançado
pelo ser humano e têm um grande papel no que diz respeito à inovação. Faz com
que os avanços da tecnologia provoquem grande impacto na sociedade, pelo lado
positivo, onde a tecnologia resulta em inovações que proporcionam melhor nível de
vida ao Homem.

Fogo, roda, escrita - Fonte: site de busca na internet (Google)

Como fatores negativos, surgem as questões sociais preocupantes como o


desemprego, devido a substituição do homem pela máquina ou a poluição ambiental
que exige um contínuo e rigoroso controle e manutenção.
A Tecnologia Educacional não é nenhuma novidade, muitas instituições já
adotaram este ótimo recurso de desenvolvimento pedagógico: Unidades Escolares,
Centros de Treinamento, Atividades de Recrutamento, Clínicas de Psicopedagogia
entre outras modalidades de negócio.
Existem diversas Tecnologias que auxiliam na disseminação dos conteúdos
educacionais, mas como em toda aplicação pedagógica, o acompanhamento
profissional é indispensável, entende-se que a tecnologia facilita à maneira de
educar, mas não extingue o educador e podemos destacar quatro assuntos:
Softwares Educacionais, Jogos Educativos, Dispositivos de Interação com Usuário e
Sistemas Operacionais com Conteúdo Educacional.
Para não fugir do que iniciamos citando a Tecnologia da Informação e
Tecnologia da Informação e Comunicação e reforçando que estas tecnologias estão
presentes em nosso dia a dia, no pessoal e profissional, a evolução dela vem ao
longo da História e como influenciou a nossa evolução.
Torres (2014) em seu texto apresenta uma breve viagem sobre a Evolução da
Tecnologia da Informação, foi a partir da Segunda Guerra Mundial que se deram as

64
Gestão da Tecnologia e Inovação 65

principais descobertas tecnológicas em eletrônica: o primeiro computador


programável e o transistor, fonte da microeletrônica, o verdadeiro cerne da Evolução
da Tecnologia da Informação no século XX. Mas só na década de 1970 é que as
novas tecnologias da informação difundiram-se amplamente.

Em 1946 nasce o primeiro computador para uso geral, o ENIAC na


universidade da Pensilvânia, com o patrocínio do exército norte-americano, por
Mauchly e Eckert.

Em 1951, surge o primeiro computador comercial, o UNIVAC-1, que alcançou


sucesso no processamento dos dados do Censo dos EUA de 1950. A partir daí,
contando com as pesquisas do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), a
evolução foi muito rápida.

O microcomputador foi inventado em 1975 (Altair), e o primeiro produto


comercial de sucesso, o Apple II, em 1977.

Em 1981 começa a era da difusão do computador com a Apple e com a IBM,


que cria o Computador Pessoal (PC), que se tornou o nome genérico dos
microcomputadores, cuja clonagem foi praticada em escala maciça, em especial na
Ásia

A década de 1990 é caracterizada pela versatilidade extraordinária de


transformar o processamento e armazenamento de dados centralizados em um
sistema compartilhado e interativo de computadores em rede.

No século XXI, temos uma presença cada vez maior de empresas japonesas,
chinesas, indianas e coreanas, assim como contribuições significativas da Europa
em biotecnologia e telecomunicações.

Essa demonstração, inclusive, pode ser mais bem explicada pelos


nossos ancestrais. Isso porque, como dissemos acima, a evolução da
tecnologia se confunde com o progresso do próprio homem. Ou seja,
quando os povos primitivos começaram a transformar pedras em
lâminas para cortar a madeira e caçar animais, por exemplo, já
estavam conseguindo realizar avanços tecnológicos.

Os primeiros indícios de ferramentas criadas com pedra identificados


na Etiópia seriam um marco, algo que data de mais de 2,5 milhões de

65
Gestão da Tecnologia e Inovação 66

anos. Com isso, ferramentas básicas, criadas com materiais


extremamente rústicos, representam o que seria o período inicial do
estudo da técnica.

Essa abordagem, entretanto, também gera certa discussão no campo


dos estudos. Isso porque a linha que separa a ciência da engenharia e
da tecnologia é muito tênue. A definição trazida pelo engenheiro da
Itaipu Binacional, Joao Ricardo Leal F. da Motta, mostra bem isso.

Na opinião dele, “tecnologia é quando utilizamos nosso conhecimento


técnico, científico e empírico para solução de problemas, através da
criação de dispositivos eletroeletrônicos, softwares, novos materiais,
processos de manufatura e também o seu aperfeiçoamento”. (PNUD,
2003)

Neste vídeo, a rede de TV NTD Television, nos mostra uma reportagem


interessante sobre um museu de tecnologia antiga na Grécia que
exemplifica a técnica do fazer bem feito. O museu tem seu acesso livre a
todos os interessados em tecnologia de ponta e antiga.
http://www.youtube.com/watch?v=X9VdIYXGF4k

Enquanto algumas pessoas defendem a existência de grandes diferenças


entre as três áreas, há quem acredite que os três tópicos andam de mãos dadas, ou
seja, são interdependentes. Esse é, inclusive, o método de análise mais popular
visto entre os diversos campos de atuação.

Dessa forma, há a tecnologia de defesa, a tecnologia militar, a tecnologia de


construção, a tecnologia têxtil, a tecnologia medicinal, a tecnologia educacional, a
tecnologia mecânica, a tecnologia industrial, a tecnologia da informação, entre
outras.

A evolução tecnológica não surgiu somente para “despertar o que há de


melhor” nos seres humanos. Em diversos fatores, como nos instrumentos bélicos e
de guerra, por exemplo, ela também exerceu grande influência, ajudando na sua
evolução e na criação de máquinas cada vez mais mortíferas.

Karasinski (2013) aponta que no século XX, alguns campos da tecnologia


começaram a se destacar mais do que os outros, como o da tecnologia da

66
Gestão da Tecnologia e Inovação 67

informação. Isso aconteceu ao mesmo tempo em que alguns estudiosos, bem como
a própria evolução dos idiomas, começaram a tratar a tecnologia de forma um pouco
diferente.

“A interação do indivíduo com as tecnologias tem transformado


profundamente o mundo e o próprio indivíduo”. (SANCHO, 1998, p.30).

Assim, podemos identificar que a relação entre ciência e tecnologia vai aos
poucos modificando o indivíduo e as sociedades; esta mudança ocorre
independente da utilização que se faça da tecnologia. Atualmente não conseguimos
separar ciência e tecnologia por sua dependência e interdependência. Sancho
(1988, p.30) comenta que toda e qualquer tecnologia vai aos poucos e
gradativamente criando um ambiente humano totalmente novo.
A absorção da tecnologia pela cultura ocorre a partir de valores pré-
estabelecidos pelas sociedades. Segundo (SANCHO, 1998, p.33-34), a tecnologia
constitui um novo tipo de sistema cultural que reestrutura o mundo social e ao
escolhermos as nossas tecnologias nos tornamos o que somos e desta forma
fazemos uma configuração do nosso futuro. Existe, historicamente, um vínculo entre
tecnologia e o sonho de progresso que por sua vez está associado a alguns valores
judaico-cristãos nas sociedades ocidentais, o argumento da evolução na produção
de máquinas que gera uma desculpa para o seu uso a partir de problemas gerados
pelas necessidades ou ainda pela decisão de uso.
Atualmente, afirmar que a tecnologia é um processo de desenvolvimento,
uma forma de vida, um habitat humano, vincula a tecnologia ao acervo cultural de
um povo, estando condicionada às relações sociais, políticas e econômicas que se
constituem em um espaço e num tempo determinados (SENAC, 2001, p.56). Este
raciocínio nos remete ao conceito de cultura:
“É um processo contínuo de criação coletiva, um fenômeno plural e multiforme que não se
manifesta apenas como produção intelectual e artística e mesmo científica; ela está
presente nas ações cotidianas, na forma de comer, de vestir, de relacionar-se com o vizinho,
de produzir e utilizar as tecnologias. As realizações humanas constituem manifestações
culturais e são consideradas, portanto, produções tecnológicas”. (SENAC, 2001, p.56).
E ainda:
“O homem enche de cultura os espaços geográficos e históricos. Cultura é tudo que
é criado pelo homem” (FREIRE, 2003, p. 30).
Quando trazemos este componente cultural para compor a visão de
tecnologia, estamos falando não só de tecnologias instrumentais, mas também de

67
Gestão da Tecnologia e Inovação 68

tecnologias simbólicas como a linguagem, a escrita, os desenhos, os ícones e outros


sistemas de representação; o que nos diferencia dos demais seres vivos é esta
capacidade de criação e desenvolvimento do conteúdo tecnológico.
Temos, ainda, que as tecnologias geradas pelas sociedades ao longo de sua
história promovem uma reorganização dos padrões levando a uma evolução
crescente onde o principal agente ainda é o ser humano e não a máquina. O mito do
domínio da tecnologia nos persegue há séculos e tende a ser superado a cada nova
tecnologia alcançada. (PNUD, 2003)

NOVIDADES TECNOLOGICAS: TI E TIC

Corrêa (2004), apresenta que:

“A revolução tecnológica concentrada nas Tecnologias da Informação e da


Comunicação (TICs), que possibilita a conexão mundial via rede de
computadores, promove alterações significativas na base material da
sociedade, ao estabelecer uma interdependência global entre os países e
modificar as relações Estado-Nação e sociedade. O uso crescente de redes
como a Internet resultou na criação de uma organização social, a sociedade
em rede, que permite a formação de comunidades virtuais, grupos
constituídos pela identificação de interesses comuns”.

As Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC – podem ser


definidas como um conjunto de recursos tecnológicos, utilizados de forma integrada,
com um objetivo comum.
As TICs são utilizadas das mais diversas formas, como por exemplo, na
indústria para o processo de automação, no comércio para o gerenciamento - nas
diversas formas de publicidade-, no setor de investimentos para a informação
simultânea - comunicação imediata - e na educação para todo o processo de ensino
aprendizagem - na Educação a Distância, EaD.
Vivemos em uma sociedade que a todo o momento é bombardeada por
inovações e um mundo tecnológico muito diversificado e variado. Novos
equipamentos apresentam funções que melhora o seu dia a dia e em nossas
residências tudo o que se pode imaginar tornou-se informatizado.
Nas ruas está ficando cada vez melhor buscar e encontrar produtos ou
serviços de emergência e no ambiente de trabalho os processos tornaram-se mais
simples e de fácil assimilação, a qualidade nos serviços visa deixar os clientes
internos e externos muito mais satisfeitos e contentes.

68
Gestão da Tecnologia e Inovação 69

A internet veio para ficar e transformar relações tornando-se muito valiosa e


poderosa, porque está apresentando para as pessoas diferentes formas de se
relacionar, crescer profissionalmente, comunicar-se, desencadeando nas relações
envolvidas novas formas de pensar e aprender a educação de maneira mais
cooperativa, integrada e participativa.
Não é mais possível negar que as novas tecnologias estão presentes nas
escolas e as mesmas não podem ficar à margem dessas vivências dos alunos e
familiares.
Hoje, o aprendizado é diferente das gerações anteriores e a reforma no
ensino trouxe mudanças nas disciplinas e nos conteúdos. Por outro lado, são muitas
as mudanças e as transformações que ocorreram nas últimas décadas na sociedade
brasileira e mundial, e estas estão se refletindo na escola, onde os professores não
podem mais ficar indiferentes a estas mudanças, redirecionamentos e
reconstruções.

TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação - Fonte: site de busca na internet


(Google)

A possibilidade de mediar às relações e construções e, como ser humano,


envolvida num processo muito maior que se expande além da sala de aula que é
aprender a ensinar e ensinar a aprender, com o uso de novas tecnologias, a
sociedade da informação e comunicação os futuros cidadãos brasileiros e mundiais

69
Gestão da Tecnologia e Inovação 70

com uma consciência da informação e seu uso em benefício individual e da


sociedade. E fica a expectativa da troca de experiências na utilização deste para o
desenvolvimento de uma aprendizagem significativa para todos os envolvidos no
processo.

A presença dos laboratórios e a aplicação da informática à educação são


fundamentais para o envolvimento de metodologias que estimulem ações
cooperativas e socializadoras entre alunos, professores, escola e comunidade,
levando progressivamente à construção coletiva dos saberes. As diversas
construções e trocas constituídas através dos acessos ilimitados estimulam e criam
um embasamento sólido, proporcionando aos alunos um crescimento, postura
crítica, consciência de suas responsabilidades e da importância de seu papel na
sociedade. Torna os cidadãos mais integrados possibilitando sua atuação para a
transformação da sociedade como um todo.
O uso de tecnologia no processo de ensino e aprendizagem é investigado por
entidades voltadas a avaliação do ensino em todo o mundo. Um dos fatores é a
invasão das novas tecnologias em todas as sociedades atuais. O aproveitamento
destas para incrementar os recursos didáticos e levar ao aluno um conjunto de
elementos que ele convive, com maior ou menor intensidade, fora da escola, em
casa ou na sociedade. Especificamente falando do uso do computador e da Internet,
o relatório PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento apresenta
resultados positivos na educação quando esses recursos são empregados. Há um
melhor aproveitamento pelos alunos que estão em contato com essas tecnologias.
Os resultados das pesquisas anuais realizados desde 2000 estão disponíveis na
Internet para consulta e “download”. (PNUD, 2003).

Neste próximo vídeo, é mostrado como somos acorrentados à tecnologia


e que sem o seu domínio, sem seu conhecimento ou sua aplicabilidade,
ficamos à mercê de uma sociedade alienada. Temos que dominar a
tecnologia e a comunicação para não sermos dominados por ela ou
deixados de lado num mundo cada dia mais globalizado.
http://www.youtube.com/watch?v=MvXZxDXqx-I

70
Gestão da Tecnologia e Inovação 71

CIBERCULTURA

O termo Cibercultura tem vários sentidos, mas podemos entender como a


forma sociocultural que advém de uma relação de trocas entre a sociedade, a
cultura e as novas tecnologias de base microeletrônicas surgidas na década de 70.
Graças à convergência das telecomunicações com a informática,
a Cibercultura é um termo utilizado na definição dos agenciamentos sociais das
comunidades no espaço eletrônico virtual, sendo estas comunidades ampliadas e
popularizadas na utilização da Internet e outras tecnologias de comunicação,
possibilitando assim maior aproximação entre as pessoas de todo o mundo.
Segundo Lemos, “a Cibercultura é a relação entre as tecnologias de
comunicação, informação e a cultura, emergentes a partir da convergência
informatização/telecomunicação na década de 1970. Trata-se de uma nova relação
entre tecnologias e a sociabilidade, configurando a cultura contemporânea”. (Lemos,
2003)
A Cibercultura não deve ser entendida como uma cultura pilotada pela
tecnologia, mas na verdade, o que há na era da Cibercultura é o estabelecimento de
uma relação íntima entre as novas formas sociais surgidas na década de 60 (a
sociedade pós-moderna) e as novas tecnologias digitais. Ou seja, a Cibercultura é a
cultura contemporânea fortemente marcada pelas tecnologias digitais. Ela é o que
se vive hoje. Home banking, cartões inteligentes, voto eletrônico, pages, palms,
imposto de renda via rede, inscrições via internet, etc. provam que a Cibercultura
está presente na vida cotidiana de cada indivíduo.
Outro apontamento que vale destacar é que Corrêa (2004) faz a respeito da
Cibercultura voltada para sua relação com o social:
“A cultura contemporânea passa a ser caracterizada pelo uso crescente de
tecnologias digitais, cria-se uma nova relação entre a técnica e a vida social e,
ao mesmo tempo, proporciona o surgimento de novas formas de agregação
social de maneira espontânea no ambiente virtual, com práticas culturais
específicas que constitui a chamada cibercultura”.

As necessidades humanas são crescentes por que:


a) A população mundial continua crescendo;

71
Gestão da Tecnologia e Inovação 72

b) A renda dos consumidores, apesar da péssima


distribuição da riqueza, também continua crescendo.
Com mais gente e com mais renda, a demanda global por bens e serviços se
expande, pressionando por mais recursos econômicos. Entre os recursos
econômicos, há os recursos naturais, os humanos e o capital, sendo que este nada
mais é do que a combinação dos dois primeiros. Por exemplo, uma máquina
(considerada capital) resulta da combinação de minérios de ferro convertidos em aço
com a participação do ser humano. Não há capital sem os recursos humanos.
“De qualquer modo, o ciberespaço potencializa o surgimento de comunidades
virtuais e de agregações eletrônicas em geral que estão delineadas em torno
de interesses comuns, de traços de identificação, pois ele é capaz de
aproximar, de conectar indivíduos que talvez nunca tivessem oportunidade de
se encontrar pessoalmente. Ambiente que ignora definitivamente a noção de
tempo e espaço como barreiras” (CORRÊA, 2004, p. 3).

Cibercultura - Fonte: site de busca na internet (Google)

Mendes (2013) em uma leitura de que os bens e serviços estão


intrinsicamente ligados com a tecnologia e inovação, ressalta que no Brasil é
importante rever alguns conceitos de investimentos nesta área.
Podemos destacar que a tecnologia e inovação, pode ser um caminho
inteligente na busca e entendimento de uma sociedade que pressiona por mais bens
e serviços onde aumenta a demanda por mais recursos econômicos.

72
Gestão da Tecnologia e Inovação 73

Com este crescimento que as vezes é desenfreado e sem algumas regras, o


mercado torna-se um ambiente competitivo levando a concorrência na sua corrida
para crescer e sobreviver a alguns desafios.
Com o uso da inovação e de novas tecnologias, as empresas podem
aumentar sua produtividade, onde podemos relacionar o volume produzido com a
quantidade utilizada de recursos, esta maneira o aumento da produção de bens e
serviços, ajuda a resolver o problema econômico, sendo um caminho para que
sociedade atenda melhor suas necessidades, possibilitando para as empresas à
redução do custo unitário, tornando o custo médio de produção a única variável nas
mãos da empresa, porque os preços dos produtos dependem da decisão dos
consumidores.
Sendo assim a inovação pode ser o principal caminho tanto para
resolver o problema econômico de uma sociedade como também para tornar suas
empresas mais competitivas com custos menores, qualidade que respeite o
consumidor e uma variedade de produtos para o cliente.

Dentro da programação do Ciclo Comunicar Tecnologia foi


questionado a alguns estudantes o que é Cibercultura? O
termo foi definido pelo sociólogo e cientista político Sérgio
Amadeu, professor da pós-graduação da Faculdade de
Comunicação Cásper Líbero e autor do livro 'Exclusão Digital:
a miséria na era da informação’. Confira em:
http://www.youtube.com/watch?v=eqJG9xmb0KE

Marcelo Mendonça Teixeira (Mestre em Tecnologia Educativa, professor e consultor em


tecnologias da informação aplicadas às plataformas de e-learning)
A Cibercultura na Educação
Apesar dos evidentes benefícios para o processo de ensino-aprendizagem,
devemos repensar a influência da internet e das novas tecnologias em nossa
cultura, conscientes de seus pontos fortes e limitações, como a falta ou a
precariedade de acesso à rede.
O ciberespaço, responsável pela rede global de comunicação mediada,
possibilita as relações tecnossociais atuantes na sociedade contemporânea,
ampliadas por redes sociais: uma sociedade conectada, colaborativa, hipertextual,
destituída de presencialidade física e apoiada por interfaces da Web 2.0, mais
recente, por recursos da Web semântica e pela computação em nuvem. Outros

73
Gestão da Tecnologia e Inovação 74

tantos atributos são delegados ao universo virtual, assim como os problemas que
dela fazem parte, como isolamento e sobrecarga cognitiva, informações duvidosas,
dependência e infoexclusão de milhares de pessoas que também querem fazer
parte dessa cultura global, mas que, por algum motivo, geralmente de cunho
econômico, estão longe de se tornar ciberculturais e integrantes de alguma geração
digital.

O conceito de cibercultura
A ausência de significado explícito na literatura nos condiciona ao étimo da
palavra “cibercultura”. Assim, em sentido estrito, temos o prefixo “ciber” (de
cibernética) + “cultura” (sistema de ideias, conhecimentos, técnicas e artefatos, de
padrões de comportamento e atitudes que caracteriza uma determinada sociedade).
No entanto, o ambíguo conceito sofre variações a partir do referencial etimológico,
pois cada autor exprime uma conotação ideológica e descritiva própria que nem
sempre é compartilhada por seus pares. Desse modo, optei por aqueles que se
dedicam ao estudo das práticas tecnossociais da cultura contemporânea e de suas
novas formas de sociabilidade, comutadas do mundo físico para o universo virtual
(Teixeira, 2012a).

Pierre Lévy, ao publicar “A máquina universo” (1987), lapida o conceito de


cibercultura ao indagar questões pertinentes ao movimento sociotecnocultural em
que a sociedade está inserida. Segundo o filósofo, este é um tema polêmico e
multifacetado em que culturas nacionais fundem-se a uma cultura globalizada e
cibernética, envoltas no ciberespaço e orientadas por três princípios: interconexão,
comunidades virtuais e inteligência coletiva. Trata-se de um “conjunto de técnicas
(materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de
valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço” (Lévy,
2010, p. 17). As “técnicas” condicionam as interações sociais, mas não representam
a cultura do ciberespaço, que se incorpora no espaço virtual-cognitivo das pessoas,
na partilha de sentimentos, informações e saberes. Afinal, “a virtualização é um dos
principais vetores da criação da realidade” (Lévy, 2009, p. 18).

Desde o final da década de 1990, a introdução das tecnologias de informação


e comunicação (TICs) na educação é aceita por sistemas de ensino em todo o

74
Gestão da Tecnologia e Inovação 75

mundo como uma epítome do desenvolvimento educacional na história da


humanidade. Nesse sentido, os governos nacionais têm investido massivamente na
compra de equipamentos, softwares e formação docente contínua, à medida que
surgem recursos tecnológicos inovadores.

Em situação contrária, o país é rotulado como uma nação pobre e


infoexcluída pelo International Bureau of Education, órgão da Organização das
Nações Unidas para a Educação e a Ciência (Unesco) especializado em educação
com o objetivo de facilitar a oferta de educação de qualidade em todo o mundo. Na
verdade, criou-se um estigma globalizado que correlaciona o aparato tecnológico da
escola, da universidade ou do centro de ensino à qualidade da educação, tornando-
o sinônimo de mão de obra qualificada, mas nenhuma evidência científica lastreia o
argumento de que as TICs são decisivas na aprendizagem de jovens e adultos,
conforme Aviram (2000).

Não seriam facilitadores? Aviram propõe que o desenvolvimento mais


significativo que acompanha a revolução das TICs na educação ocorre fora da
escola, refletido na impressionante quantidade de alunos que não estudam em casa
nem pertencem a nenhum sistema formal de ensino (prática comum no Reino
Unido). Citando o caso inglês, o autor conta que os membros da classe média
acreditam que as chances para o progresso educacional de seus filhos são maiores
em casa (com o auxílio de materiais didáticos e grupos de apoio baseados na
internet) do que na escola. O mesmo se estende à universidade, dados os milhares
de alunos matriculados em cursos de nível superior on-line. A Open University, por
exemplo, tem aproximadamente 250 mil estudantes no Reino Unido, na Irlanda e na
Europa (www8.open.ac.uk /about/main/).

O ciberespaço possibilita o auto aprendizado, facilita a interatividade e


estimula a troca de informações e saberes, mas não garante o sucesso do
aprendizado, comumente desmotivado pela falta de estímulo. Disso decorre a
importância da escola e do professor como mediadores do conhecimento a ser
construído, aliados às estratégias pedagógicas, materiais didáticos e metodologias
de ensino. Ainda assim, particularidades por vezes desconhecidas, outrora
ignoradas, fazem a diferença quando “lincamos” educação a cibercultura. Diante

75
Gestão da Tecnologia e Inovação 76

disso, Lemos (2003) indica novas possibilidades de socialização do conhecimento


através de três leis da cibercultura: lei da liberação do polo da emissão, lei da
conectividade e lei da reconfiguração.

A primeira refere-se a uma modificação no modelo de comunicação até então


vigente (meio massivo unidirecional — um para todos) e cede espaço à
comunicação interativo-colaborativa (meio pós-massivo multidirecional — todos para
todos). A máxima é “tem de tudo na internet”, “pode-se tudo na internet”. A segunda
define que a rede está em todos os lugares, generalizada, interligando tudo a todos.
Mediante a crescente interconexão entre dispositivos de comunicação digital, amplia
a troca de informações entre homens e homens, máquinas e homens e também
entre máquinas e máquinas. A terceira é contrária à mera substituição de práticas e
favorável a seu redesenho em face das novas possibilidades instrumentalizadas
pelo ciberespaço, evitando a lógica da substituição ou do aniquilamento dos antigos
meios, já que, em várias expressões da cibercultura, trata-se de reconfigurar
práticas, modalidades midiáticas ou espaços sem a substituição de seus respectivos
antecedentes (Lima, 2011; Lemos, 2003).

Uma educação cibercultural


Para a educação, urge que implementemos mudanças no ensino tradicional,
secularmente institucionalizado, reconfigurando práticas educomunicativas de
acordo com o novo cenário sociotécnico atual, frente à emergência de novas formas
de comunicação interativa (muitos para muitos) e da miríade de conteú-dos
informativos na rede. Doravante, acompanhar a evolução midiática e fazer uso tanto
dos antigos quanto dos novos recursos comunicativos é um imenso desafio,
congênere às peculiaridades de cada contexto educativo (situações ambientais e
transformações da consciência coletiva em rede), obviamente, em sentido figurado,
tendo em vista que a alfabetização midiática não está disponível a grande parte da
população mundial.
Aos afortunados “nativos digitais” equivale a realidade mencionada: um universo
virtual que suporta o processo de criação, produção e distribuição de produtos,
informações e serviços; a inteligência coletiva, o hipertexto e a inteligência artificial;
as interfaces síncronas e assíncronas de comunicação; as comunidades virtuais, a
colaboração em massa e a interatividade em tempo real, onde as pessoas estão

76
Gestão da Tecnologia e Inovação 77

conectadas e o conhecimento é compartilhado (através de imagens, vídeos, textos,


áudios) em escala global (Teixeira, 2012b). A cibercultura totaliza esse contexto,
símbolo de um período da história da humanidade marcado pela comunicação
eletrônica e pelas mídias digitais, influenciando, direta ou indiretamente, a educação
e os modos de ensinar e aprender.

A cibercultura também se faz presente na educação por meio de múltiplas


linguagens, múltiplos canais de comunicação e em temporalidades distintas. As
interfaces da Web 2.0, por exemplo, permitem um contato permanente entre escola,
professores, alunos e seus pares no ambiente virtual de ensino. Sem fronteiras para
o conhecimento, os conteúdos educativos são trabalhados interativamente na
comunidade estudantil, de forma síncrona e assíncrona, com a possibilidade de
produzir e compartilhar conhecimentos colaborativamente com qualquer outro
estudante em qualquer parte do mundo.

Contudo, apesar dos evidentes benefícios para o processo de ensino-


aprendizagem, devemos repensar a influência da internet e das novas tecnologias
em nossa cultura, conscientes de seus pontos fortes e limitações, como a falta ou a
precariedade de acesso à rede. Além disso, é fundamental avaliar a capacidade do
estudante para utilizar as tecnologias propostas como instrumento de produção de
conhecimentos transdisciplinares, e não apenas de informação, redefinindo a
racionalidade comunicativa em estratégias educacionais no ambiente virtual.

Em outras palavras, a abstenção não é realmente uma opção para


instituições de ensino, professores e gestores educacionais, já que a introdução das
TICs na educação faz parte de uma revolução sociocultural mais ampla e profunda
que está mudando a cultura do mundo contemporâneo. Quem deseja sobreviver
profissionalmente a essas mudanças ciberculturais não tem outra opção senão
adaptar-se à época em que vivemos, marcada por novos modos de comunicação,
estilos de vida, identidades, entretenimento, interatividade às novas formas de
ensinar e aprender.

A adaptação, porém, requer uma estratégia bem definida, com base em uma
clara compreensão da nova cultura emergente, dos valores explícitos e objetivos

77
Gestão da Tecnologia e Inovação 78

educacionais, evitando o instrucionismo mecanizado. Por isso, torna-se necessária


uma literacia informática prévia entre educadores e educandos, como meio de
melhorar competências, conhecimentos, atitudes e perspectivas sobre o futuro da
aprendizagem, que é cada vez mais colaborativa. Os consumidores tornam-se
produtores e os produtores tornam-se consumidores de conteúdos, bens e serviços,
em um novo modelo econômico planetário, sem restrições ou barreiras, induzido por
um processo contínuo de colaboração massiva (Tapscott e Williams, 2010).

Portanto, o conceito de cibercultura está em permanente transformação, com


muitas conotações, idealizadas notoriamente pelas práticas tecnossociais da cultura
contemporânea e de suas novas formas de sociabilidade no universo virtual, ou seja,
uma virtualização cultural da realidade humana, fruto da migração do espaço físico
para o virtual mediado pelas TICs e regida por códigos, signos e relações sociais
dentro e fora dos espaços escolares.

NOTA
1. O autor agradece à Fundação para a Ciência e a Tecnologia de Portugal (FCT), ao Programa
Operacional Potencial Humano de Portugal e ao Fundo Social Europeu.

No texto acima, o mestre em tecnologia educativa, Marcelo


Mendonça Teixeira, diz que apesar dos benefícios para a
aprendizagem é necessário rever a influencia da internet em nossa
vida e cultura, estarmos conscientes dos pontos fortes e limitantes
dela e o cuidado de acesso à rede que nos faz refletir e muito
sobre o processo ensino-aprendizagem e sua alienação.
Fonte: http://www.grupoa.com.br/revista-patio/artigo/9258/a-cibercultura-na-
educacao.aspx

Prêmio Jovem Cientista premia com mais de R$ 700 mil. Presidenta


Dilma Rousseff participou da premiação e elogiou o esforço dos
estudantes, destacando as ações do governo para o acesso à
educação.
http://www.youtube.com/watch?v=PJTGJB8RtgM

78
Gestão da Tecnologia e Inovação 79

3.1 TIPOS DE TECNOLOGIA

Novas tecnologias vão sempre provocar mudanças no ambiente social da


organização e é difícil imaginar alguma inovação tecnológica que pudesse ser
introduzida na empresa sem provocar algum efeito. Pode-se mesmo afirmar que se
uma inovação não trouxer nenhum resultado, teria sido melhor não investir nela, já
que ela não se pagou.
Dowbor (2013), mostra que:
As tecnologias em si não são ruins. Fazer mais coisas com menos esforço é
positivo. Mas as tecnologias sem a educação, conhecimentos e sabedoria que
permitam organizar o seu real aproveitamento, levam-nos apenas a fazer mais
rápido e em maior escala os mesmos erros. Achávamos que o essencial para
desenvolver o país seria criar fábricas e bancos. Hoje constatamos que sem os
conhecimentos e a organização social correspondentes, construímos uma
modernidade com pés de barro, um luxo de fachada.
As transformações que hoje varrem o planeta vão evidentemente muito além
de uma simples mudança de tecnologias de comunicação e informação. No entanto,
as TICs, como hoje são chamadas, desempenham um papel central. E na medida
em que a educação não é uma área em si, mas um processo permanente de
construção de pontes entre o mundo da escola e o universo que nos cercam, a
nossa visão tem de incluir estas transformações. Não é apenas a técnica de ensino
que muda, incorporando uma nova tecnologia. É a própria concepção do ensino que
tem de ser repensada.
O termo tecnologia vem do grego "tekhne" que significa "técnica, arte, ofício"
juntamente com o sufixo "logia" que significa "estudo". Tecnologia é um produto da
ciência e da engenharia que envolve um conjunto de instrumentos, métodos e
técnicas que visam a resolução de problemas. É uma aplicação prática do
conhecimento científico em diversas áreas de pesquisa. As tecnologias primitivas ou
clássicas envolvem a descoberta do fogo, a invenção da roda, a escrita, dentre
outras. As tecnologias medievais englobam invenções como a prensa móvel,
tecnologias militares com a criação de armas ou as tecnologias das grandes
navegações que permitiram a expansão marítima. As invenções tecnológicas da

79
Gestão da Tecnologia e Inovação 80

Revolução Industrial (século XVIII) provocaram profundas transformações no


processo produtivo.
A partir do século XX, destacam-se as tecnologias de informação e
comunicação através da evolução das telecomunicações, utilização dos
computadores, desenvolvimento da internet e ainda, as tecnologias avançadas, que
englobam a utilização de Energia Nuclear, Nanotecnologia, Biotecnologia, etc.
Fonte: http://dowbor.org/2013/09/tecnologias-do-conhecimento-os-desafios-
da-educacao.html/

A inovação e o avanço tecnológico têm proporcionado grandes vantagens e


impactos nas organizações devido aos primeiros contatos do homem com a
máquina e a implantação da Tecnologia da Informação dentro das grandes, médias
e pequenas empresas. A inovação tecnológica trouxe grandes vantagens para as
empresas que dominam o seu conteúdo. As informações são passadas de maneira
mais segura e eficaz e passam a ser vistas como um fator estratégico para as
organizações.
As tecnologias têm produzido transformações radicais na natureza e nas
relações sociais. Não há possibilidade de tratá-las por si mesmas, sem considerar
suas implicações em todas as dimensões das atividades humanas. Tal como em
relação ao conceito de tecnologias apropriadas, confusão tem sido gerada pela falta
de critérios, que distingam os avanços tecnológicos de acordo com a sua dimensão
social.
Souza (2009) apresenta algumas questões que é necessário levar em
consideração quando falamos em abordagem sistêmica, devido ao fato que estas
abordagens são características importantes e podem ser o diferencial das empresas,
segue algumas delas:
a) O grau de satisfação social ou o seu poder de exclusão;
b) As possibilidades técnicas, científicas, educacionais e financeiras;
c) Os requisitos de produção e distribuição;
d) Os valores culturais e o ambiente nos quais as tecnologias disponíveis
poderão ser aplicadas;
e) As questões éticas envolvidas.
Desta maneira, podemos justificar que a tecnologia é determinada por sua
adequação em todas as suas dimensões.

80
Gestão da Tecnologia e Inovação 81

Neto (2009) argumenta que o conceito de "tecnologia apropriada", que não


deve ser confundido com a noção de “tecnologia social”, tem sido empregado em
oposição à de ponta, ou que tem base nos avanços científicos mais recentes -
compreende o emprego de práticas antigas para satisfazer às necessidades de
comunidades carentes. Nada contra esta distinção, que se consolidou na literatura,
mas todas as tecnologias precisam ser apropriadas, no sentido de sua adequação
ética, social, econômica e política, independentemente de seus graus de
sofisticação.
Alguns conceitos apresentados pelo autor, sobre os tipos de tecnologias e
seus exemplos:
Tecnologia: É o conjunto ordenado de conhecimentos científicos, técnicos,
empíricos e intuitivos empregados no desenvolvimento, na produção, na
comercialização e na utilização de bens ou serviços.

Tecnologias de Ponta: São aquelas tecnologias de base científica que


interagem no limiar do conhecimento humano. São as de maior valor agregado,
maior potencial estratégico e maior poder de impacto na segurança e
desenvolvimento das nações.

A tecnologia de ponta engloba toda a tecnologia que tenha


sido desenvolvida recentemente e que seja avançada (ou seja, que esteja
adiantada comparadamente aos produtos já existentes).

A tecnologia de ponta começa com investigações em laboratórios, nos quais


são desenvolvidos os primeiros protótipos. Uma vez testado o funcionamento dos
mesmos, os produtos estão prontos para serem lançados no mercado. Regra geral,
as criações tecnológicas começam por ser vendidas a um preço elevado. Depois, o
preço acaba por baixar aos poucos.

Convém ter em conta que a ideia de tecnologia de ponta se refere àquilo que
há de mais avançado numa determinada época. À medida que o tempo passa, os
produtos deixam de ser inovadores, tornam-se obsoletos e acabam por ser
substituídos por outros. Estes novos produtos são aqueles que terão, por algum
tempo, a denominação de tecnologia de ponta.

81
Gestão da Tecnologia e Inovação 82

Por fim, este conceito está associado ao de vanguarda. Trata-se do


produto/bem que se encontra na primeira posição ou no ponto mais avançado,
adiantando-se relativamente aos restantes. Por exemplo, no sector dos telemóveis,
os dispositivos que hoje dispõem de tecnologia de ponta são aqueles com ecrã
táctil, ligação à Internet, câmara fotográfica com boa resolução e a possibilidade de
reproduzir música e vídeos, entre outras características.

Tecnologias Críticas (também Sensíveis ou Estratégicas): São aquelas


tecnologias cujo domínio é mandatório para que seja atingido um objetivo
estratégico por uma nação, organização pública ou empresa.

Uma tecnologia considerada crítica por uma organização não é


necessariamente uma tecnologia de ponta. No entanto, tecnologias de ponta são
normalmente consideradas críticas por todos os nelas interessados.

Exemplos de áreas de tecnologias de ponta.

Tecnologias associadas a produtos:

Ex.: Novos materiais e Química fina.

Tecnologias associadas a técnicas que permitem a produção de produtos


complexos:

Ex.: Mecânica de precisão, Nanotecnologias e Biotecnologia.

Tecnologias associadas ao processamento, transmissão e armazenamento


de dados:

Ex.: Software e hardware, circuitos integrados, fibras ópticas, sistemas de


telefonia fixa e móvel, comunicação por satélite.

Tecnologias associadas ao gerenciamento de meios de produção e


engenharia de sistemas:

Ex.: Produção de aviões, e satélites.

82
Gestão da Tecnologia e Inovação 83

Tecnologias associadas à prestação de serviços especializados:

Ex.: Serviços laboratoriais de certificação, de processamento de dados e


análise de informações.

Tablet 3 D do Brasil

Com tecnologia avançada, semelhante ao do Nintendo 3DS, o Smart Tablet


3D Vision não necessita de óculos especiais para que os usuários visualizem o
conteúdo na terceira dimensão.

Jucá (2013) aconselha sobre proteção de propriedade tecnológica e como


proceder:
Mas, como fazer quando não for possível patentear a tecnologia?

Isso pode ocorrer por várias razões, tais como: porque a lei não permite
patentear aquela determinada tecnologia (como é o caso das técnicas e métodos
operatórios ou cirúrgicos e os métodos de negócios), ou porque a tecnologia já foi
divulgada de alguma maneira (publicação em revista técnica, exposição em feira,
etc.), não preenchendo mais o requisito da novidade, ainda que essa divulgação
tenha se dado de forma que não permita a plena absorção do conhecimento. Nestes
casos, a solução para proteger a tecnologia é implantando medidas para que o
seu know how não se torne totalmente acessível às pessoas que venham ter acesso

83
Gestão da Tecnologia e Inovação 84

a ela. Essa regra também se aplica quando a tecnologia, mesmo que patenteável,
não o for por uma opção estratégica do inventor, como ocorreu com a fórmula da
Coca-Cola.

O importante é que o detentor da tecnologia implante medidas criativas para


preservar o segredo e tome as precauções necessárias para que, no caso de
“vazamento”, possa promover as medidas legais para estancar a continuidade da
exploração não desejada e se ressarcir pelos prejuízos causados.

Sob o ponto de vista legal, o que se deve ter em mente é que aquilo que é
confidencial deve ser tratado como tal. Caso contrário, será difícil convencer um juiz
que aquele que teve acesso à tecnologia agiu de forma fraudulenta. Apesar do
segredo de negócio ou de indústria não ter o status de um direito de propriedade,
como acontece com as patentes, a sua proteção é possível com base nas normas
que reprimem os atos de concorrência desleal. A nossa legislação considera como
tal a divulgação, exploração ou utilização de conhecimentos, informações ou dados
confidenciais a que alguém teve acesso em função de uma relação empregatícia ou
contratual que mantinha com o detentor desses conhecimentos, informações ou
dados. Também é considerado como ato de concorrência desleal a divulgação,
exploração ou utilização dessas informações por parte daquele que a obteve de
forma ilícita, como é o caso, por exemplo, de quem alicia empregado de concorrente
mediante pagamento, oferta de trabalho ou qualquer outro meio, para obter
informações privilegiadas.

Assim, para caracterizar a fraude é necessário, antes de mais nada, que o


detentor da tecnologia possa demonstrar que a tratava como confidencial.

Como deve proceder para isso?

De várias maneiras. Primeiro, identificando a informação como confidencial,


apondo sobre o documento ou mídia que a contenha um aviso, em destaque, de
“CONFIDENCIAL”. Segundo, guardando a informação em local ou estabelecendo
condição de acesso restrito, limitando este apenas às pessoas que efetivamente
precisam ter contato com ela. Terceiro, fazendo com que essas pessoas assinem
termo de confidencialidade reconhecendo o caráter confidencial e privilegiado da

84
Gestão da Tecnologia e Inovação 85

informação e obrigando-se a manter sigilo. Para empresas que trabalham com


desenvolvimento de novas tecnologias, é recomendável incluir uma cláusula
genérica de confidencialidade nos contratos de trabalho de seus funcionários e
prestadores de serviço, sem prejuízo da assinatura de outros documentos
confidencialidade específicos para cada caso concreto.

Mas de nada adiantam essas precauções se o detentor da tecnologia não


tiver a dimensão exata do valor da informação e não adotar atitudes e
comportamentos compatíveis. É comum o caso de documentos confidenciais
esquecidos na máquina copiadora da empresa, ou largados em cima de mesas com
acesso geral. Como diz um famoso slogan, “não basta ser pai, o importante é
participar”.

Se patentear não for possível (ou desejável), então vamos fazer o possível
para proteger as nossas tecnologias. (JUCÁ, 2013)

No texto acima, o advogado Fernando Jucá, especialista em


registro, licenciamento, patentes e direitos autorais é sócio do
Mesquita Ribeiro, Tavares e Jucá Advogados diz muitas vezes não
é possível patentear uma inovação, técnica ou método mas sim,
descobrir as saídas criativas para preservar o sigilo de sua criação.
Fonte: http://www.endeavor.org.br/artigos/operacoes/aspectos-juridicos-propriedade-
intelectual/como-proteger-sua-tecnologia

Como órgão central do sistema federal de ciência e tecnologia, o MCTI (Ministério da


Ciência, Tecnologia e Inovação) tem como competências os seguintes assuntos:
políticas nacionais de pesquisa científica e tecnológica e de incentivo à inovação;
planejamento, coordenação, supervisão e controle das atividades de ciência,
tecnologia e inovação; política de desenvolvimento de informática e automação;
política nacional de biossegurança; política espacial; política nuclear e controle da

85
Gestão da Tecnologia e Inovação 86

exportação de bens e serviço sensíveis.


http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/105.html?execview

3.2 CLASSIFICAÇÃO DAS TECNOLOGIAS

Vamos agora conhecer como A. E. Rosenblueth apud Sancho (1998, p. 31)


concebe e classifica as tecnologias onde estabeleceu a seguinte classificação das
tecnologias atuais:
a) Materiais – físicas: engenharia civil, elétrica, eletrônica, nuclear e espacial;
químicas: inorgânica e orgânica; bioquímica: farmacologia, bromatologia; biológicas:
agronomia, medicina, bioengenharia;
b) Sociais – psicológicas: psiquiatria e pedagogia, psicossociologicas,
psicologia industrial, comercial e bélica; sociológicas: sociologia e ciência política
aplicadas, urbanismo e jurisprudência; econômicas: ciências da administração,
pesquisas operacionais e bélicas;
c) Conceituais – informática;
d) Teorias de sistemas – teoria de autômatos, teoria da informação, teoria dos
sistemas lineares, teorias do controle, teorias da otimização etc.
Como você pôde observar, o conceito de tecnologia aqui se expandiu
bastante, não é verdade? Agora não podemos mais nos ater à definição de
tecnologia recorrendo apenas aos materiais. Perceba que ela abrange também
teorias e processos. Analisando essa classificação, podemos concluir que existem
dois campos bem definidos, que podemos chamar de tecnologias dos materiais
(duras) e tecnologias dos processos de gestão (flexíveis). As primeiras referem-
se aos processos técnicos de produção dos instrumentos utilizados pelo homem,
desde os artefatos mais simples até os mais sofisticados. As segundas designam os
processos de gestão e controle das relações que se estabelecem na sociedade,
desde as mais superficiais e circunstanciais até às mais complexas e sofisticadas.
Assim como o conceito de tecnologia evoluiu de acordo com a concepção de
mundo de cada época, no século XX surgiram várias correntes de estudo sobre o
assunto que acabou por definir maneiras diferentes de conceber a tecnologia.
Podemos relacionar quatro correntes principais:

86
Gestão da Tecnologia e Inovação 87

1. A teoria instrumental. Corresponde à visão do senso comum, segundo a


qual as tecnologias são ferramentas que têm objetivo de servir aos fins dos que
delas fazem uso. É a visão da tecnologia como objeto;
2. A teoria substantiva. A tecnologia não é um simples meio, mas se
transformou em um ambiente e em uma forma de vida: este é o seu impacto
“substantivo”;
3. A teoria crítica. A tecnologia seria um “campo de luta social ou talvez uma
metáfora, melhor seria um parlamento das coisas no qual formas alternativas são
debatidas e discutidas”. (CARVALHO, 2007);
4. A teoria construtivista. Para essa corrente de pensamento, não há como
separar tecnologia de sociedade, pois o processo de criação e produção é,
sobretudo, social. Os sujeitos sociais responsáveis por esse processo e pelo uso das
tecnologias criadas a partir dele estão em permanente processo de negociação com
elas e daí resultam os modelos sociais específicos de cada sociedade.

É importante destacar que estas classificações norteiam as empresas e os


clientes. Muitas das vezes estes clientes não tem a ciência conceitual da tecnologia,
porém, de uma forma pratica o mesmo consegue visualizar sua importância e
características. Já para as empresas, as classificações definem seu nicho junto ao
mercado e podem aperfeiçoar suas técnicas na produção dos serviços oferecidos
especificamente a cada uma delas com seu ramo de atividade.

Os últimos anos têm sido marcados por uma série de transformações na


estrutura das empresas e consequentemente nos negócios, dentre as quais
podemos salientar, a reengenharia, o gerenciamento para qualidade total, o enfoque
no cliente, a redução do ciclo de vida dos produtos como fator competitivo e, mais
recentemente, a globalização.
Dentre as transformações citadas anteriormente, o enfoque no cliente tem
sido considerado uma forma importante para obter vantagem competitiva neste
mundo de competição acirrada no qual as organizações estão inseridas. Qualquer
descuido pode significar a perda do cliente. Há que se deixar claro que a dificuldade
não é só conquistar novos clientes, mas também manter os atuais.

87
Gestão da Tecnologia e Inovação 88

No setor de serviços, algumas empresas sempre competiram


internacionalmente, destacando-se as companhias de seguros, turismo, transporte
marítimo e aéreo. Porém, em relação ao volume total dos negócios realizados, as
indústrias de serviços têm atuado, na maioria das vezes, localmente, e o comércio
internacional em serviços tem sido relativamente pequeno. Isso sem levar em
consideração a alavancagem nas transações comerciais proporcionada pela
utilização da Internet como meio realizador de negócios.
Devido ao desenvolvimento econômico e à elevação do padrão de vida das
famílias proporcionado pelo desenvolvimento tecnológico, empresas e famílias
estão, cada vez mais, contratando fornecedores de serviços especializados para
realizar tarefas que elas mesmas costumavam executar, refletindo a crescente
capacidade (ou necessidade) de desintegrar as atividades, combinada com
crescentes vantagens competitivas dos fornecedores de serviços especializados, em
comparação com os custos de manter determinadas unidades no interior das
empresas.
Hoje nota-se que a necessidade do uso de capital nas empresas de serviços
está aumentando. A Cadeia de Valores da indústria de serviços vem sendo
modificada, principalmente, devido à introdução da Tecnologia de Informação na
empresa, o que consome grande quantidade de capital em investimentos. As
empresas de serviços passaram a utilizar cada vez mais os computadores para
realizar funções antigas e, ao mesmo tempo, acabaram cri- ando funções novas,
controlando melhor as suas operações e tornando os seus empregados mais
produtivos.
A introdução da nova tecnologia pode ser considerada tanto causa como
efeito de mudanças na estrutura da indústria e na fonte de vantagem competitiva em
muitas indústrias de serviços. As economias de escala foram, tradicionalmente,
modestas na maioria dos serviços, em parte porque o serviço tinha de ser realizado
no local onde o comprador encontrava-se (ou perto dele) e usava mão-de-obra
intensivamente. Em consequência, a maioria das indústrias de serviços eram
altamente fragmentadas, com numerosas firmas pequenas operando em bases
locais. Ao contrário, atualmente, as indústrias de serviços utilizam a tecnologia de
comunicação e informação para a realização de forma remota destes serviços,
consolidando-se, portanto, rapidamente, como se pode ver nas grandes empresas
de serviços do setor hoteleiro e da administração de hospitais.

88
Gestão da Tecnologia e Inovação 89

Utilizando estas novas tecnologias, verifica-se o surgimento de grandes


empresas de serviços de unidades múltiplas, em campos variados. Este crescimento
é consequência da sistematização e, em certos casos, da padronização do processo
de prestar o serviço. A empresa é capaz de reproduzir serviços de maneira
constante e eficiente em muitos locais porque cria instrumentos, metodologia e
procedimentos padronizados que orientam o comporta- mento dos empregados e
automatizam as tarefas individuais, obtendo substancial vantagem competitiva em
relação às empresas de unidade única, tanto no processo de prestação do serviço
como, especialmente, nas atividades de apoio. A empresa de unidades múltiplas
tem sido a grande responsável pela introdução de inovações na prestação de
serviços, o que antes era inviável para a empresa de unidade única. (BALCEIRO E
ÁVILA, 2014)

A CES é uma exposição, um evento, onde grandes fabricantes de


produtos eletrônicos mostram suas últimas inovações e criatividade
na área da tecnologia. Parece coisa de ficção científica mas já
imaginou você dentro de um jogo? Que tal dentro de um FPS?
http://www.techtudo.com.br/eventos/ces/

Por que é importante obter a certificação ISSO e o que vem a ser esta
certificação?
ISO é uma norma com diretrizes básicas para o desenvolvimento de um
sistema de gestão, sua sigla corresponde International Organization for
Standardization em português é Organização Internacional de Padronização, é uma
organização não governamental e foi fundada em 1947 em Genebra. Sua função
principal é instaurar a normatização de produtos e serviços, fazendo uso de
determinadas normas, sempre buscando a melhora na qualidade de produtos e
serviços.
No Brasil a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é quem
regulamenta a ISO, viabilizando suas normas e especificações de produtos em
diversos segmentos. A importância de se obter a certificação ISO é que as empresas
se comprometem com suas práticas sustentáveis, na busca de aceitação de seus
produtos e serviços junto a seus clientes e abrindo suas operações para o mercado
externo.

89
Gestão da Tecnologia e Inovação 90

Atualmente com uma economia onde a concorrência e a competitividade


estão cada vez mais acirradas, onde as exigências estão crescentes, depende-se
muito da capacidade das organizações de incorporar novas tecnologias de produtos,
serviços e processos. Esta normatização, por sua vez, é utilizada como um meio de
redução de custos de produção e de produto final, mantendo ou melhorando sua
qualidade.

A NBR ISSO 9001 deve ser implantada quando a empresa quer


demonstrar sua capacidade no que tange ao fornecimento de produtos ou serviços
coerentes às exigências de seus clientes. Serve, também, para aumentar o nível de
satisfação/fidelização dos clientes por meio destes requisitos, transpostos pela SGQ
ISSO 9001, que inclui melhorias contínuas internas e uma conformidade garantida.
A norma brasileira especifica que todos estes requisitos são genéricos e aplicáveis a
todas as organizações, sem que se considere seu segmento, tamanho ou
produto/serviço fornecido.
O que se entende por cliente, de acordo com o conceito definido pela ISO,
não contempla somente os clientes diretos, mas uma perspectiva mais abrangente,
como outras partes interessadas (colaboradores, fornecedores, acionistas, o Estado
e a Sociedade, a comunidade, entre outros), que também devem estar satisfeitos
com a atuação da organização.

Ter este Sistema Gerencial voltado para a qualidade envolve diversos fatores,
como o envolvimento das pessoas, que são a essência da organização, que devem
manter um ambiente interno de trabalho que permita interação fazendo-os atingir os
objetivos organizacionais; compreendendo qual a sua contribuição, de forma a
potencializar o seu comprometimento e engajamento na realização das atividades
que lhes são atribuídas. No que tange aos resultados, estabelece-se que este é
atingido de forma mais eficiente quando as atividades e os recursos associados são
gerenciados pela abordagem por processos, ou seja, uma análise e modelagem
para a implementação dos melhores processos de negócios, normalmente mudando
a estrutura da organização.
Dentre os muitos benefícios trazidos pela adequação a ISO 9001, podemos
dividi-los em:

Qualitativos:

90
Gestão da Tecnologia e Inovação 91

1 - A utilização adequada dos recursos (equipamentos, materiais e mão-de-obra);

2 - A uniformização da produção;

3 - A facilitação do treinamento da mão-de-obra, melhorando seu nível técnico;

4 - A possibilidade de registro do conhecimento tecnológico;

5 - Melhorar o processo de contratação e venda de tecnologia.

Quantitativos:

1 - Redução do consumo de materiais e do desperdício;

2 - Padronização de equipamentos e componentes;

3 - Redução da variedade de produtos (melhorar);

4 - Fornecimento de procedimentos para cálculos e projetos;

5 - Aumento de produtividade;

6 - Melhoria da qualidade;

7 – Controle de processor. (PARANHOS, 2013)

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1 – Segundo a leitura realizada sobre o que é Tecnologia, defina-a com suas


palavras:

91
Gestão da Tecnologia e Inovação 92

5 LINHAS

2 – O que é Cibercultura?
5 LINHAS

3 – Quais são os tipos de Tecnologia?


3 LINHAS

4 – Com suas palavras, responda: Por que é importante proteger sua Tecnologia?
5 LINHAS

5 – Segundo Rosenblueth (1998), como estão classificadas as tecnologias atuais?


5 LINHAS

UNIDADE 4
GESTÃO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Caro (a) Aluno (a)

92
Gestão da Tecnologia e Inovação 93

Seja bem-vindo (a)!


Nesta quarta unidade, finalizaremos nossos estudos abordando a
Gestão da Inovação Tecnológica. Entenderemos que aquilo que foi
constatado nas outras unidades serve de base para a concretização
de uma empresa inovadora, um produto revolucionário ou até uma
ideia que traga mudança interna ao departamento. Apresentaremos
ferramentas e práticas que aprimorarão seus conhecimentos e,
também, alguns modelos de gestão tecnológica.
Finalizamos com a abordagem da inovação no setor de RH das
empresas.

Bons estudos!!!

Conteúdo da Unidade

Gestão da Inovação Tecnológica; Práticas e Ferramentas; Gestão Integrada,


Aspectos Organizacionais; Recursos Humanos.

4 GESTÃO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Para não ficarmos em apenas uma definição sobre o tema que é abrangente
e amplo, vamos ver como define o Centro de Caraterização e Desenvolvimento de
Materiais (CCDM):

93
Gestão da Tecnologia e Inovação 94

Os processos inovativo e de melhoria contínua exigem que as


organizações estejam continuamente se reinventando. A
mudança é um elemento fundamental para que as empresas
possam sobreviver frente à concorrência acirrada nos mercados.

Neste sentido, não se pode prescindir da necessidade de se


realizar investimentos em métodos de resolução de problemas,
pois estes se constituem no núcleo da gestão da inovação
tecnológica. A partir do entendimento e solução de problemas é
possível coordenar a pesquisa e desenvolvimento (P&D), a
engenharia e o gerenciamento, a fim de que os processos de
inovação e de melhoria contínua gerem vantagens competitivas
que se sustentam cumulativamente.

A missão da Unidade de Gestão da Inovação Tecnológica (GIT)


do CCDM – Centro de Caracterização e Desenvolvimento de
Materiais – é apontar soluções para os desafios tecnológicos
das empresas. Para tanto, ela atua na prospecção tecnológica,
gerenciamento de projetos e transferência de tecnologia. Uma
das vocações da GIT é a de fomentar ações para o
desenvolvimento tecnológico baseadas em parcerias
universidade-empresa.

Em articulação com as outras áreas do CCDM, a GIT realiza


consultoria às empresas que buscam constantemente evolução
e inovação tecnológica de seus produtos, processos e sistemas,
através da transferência de tecnologia gerada pelas
competências agregadas a universidades.

Gestão da Inovação Tecnológica - Fonte: site de busca na internet (Google)

94
Gestão da Tecnologia e Inovação 95

Dentro da programação do Curso de Administração, o


professor Andre Loiola, nos fala um pouco sobre estratégias
e especificamente sobre estratégias tecnológicas que precisa
estar voltada para o capital humano. Confira em:
http://www.youtube.com/watch?v=ogfbYGLknPY

A tecnologia e a inovação são fatores de grande valor para a construção de um


caminho que leva ao sucesso empresarial, dessa forma, uma gestão que envolva
esses conceitos se torna importante para o alinhamento com as metas da empresa.
Como principal atividade aliada a esse tipo de gestão, a organização intensifica o
foco em tecnologias-chave, identificando tendências e traduzindo ideias inovadoras
em produtos e serviços.
Para tanto a empresa investe em P&D, apresentando um número crescente de
patentes e inovações notificadas no ano. Tópicos referentes a planejamento
estratégico, a promoção de um ambiente propicio ao intercambio do conhecimento e
o investimento no corpo profissional da empresa, capacitando e desenvolvendo as
equipes.
Santos (2006) tece alguns comentários sobre Gestão da Inovação Tecnológica,
além de listar os principais produtos oferecidos nesta área, em seu entendimento a
Cotec apresenta recursos que sirvam de base para que os objetivos e metas das
empresas sejam alcançados. A Gestão da Inovação Tecnológica é a gestão de todo
negócio, onde auxilia na inovação de toda a empresa e melhora a qualidade dos
produtos, processos e serviços.

Gestão da Inovação em P&D - Fonte: site de busca na internet (Google)

95
Gestão da Tecnologia e Inovação 96

De acordo com Natume (2013), existem algumas ferramentas que visam


melhorar a organização, compreensão, orientação, fomento e medição, para que o
processo de inovação tecnológica seja mais competitiva e venha ser um diferencial
entre as empresas, dentre muitas apresentamos algumas que o profissional deve
levar em consideração:

- Gestão de Projetos Tecnológicos; - Avaliação Técnica e Econômica; -


Transferência de Tecnologias; - Formulação de Planos de Negócios para
Empresas de Base Tecnológicas; - Diagnósticos Tecnológicos (por setor
e/ou por empresa); - Apoio à Exportação; - Estudos Merceológicos e -
Prospecção de Novas Tecnologias. (CCDM, 2014).

Aprender a aprender sempre será um desafio neste novo milênio, com o


mundo globalizado podemos dizer, com certa segurança, que estamos na Era da
Informação, novas informações nos chegam a todo o momento e sempre que nos
deparamos com uma nova informação teremos duas possibilidades. Distorcê-la e
procurar encaixar em nossas velhas categorias ou deixar a nova informação se
organizar por si mesma.
Para que uma gestão da inovação tecnologica ocorra de forma conclusiva,
trazendo beneficios para todos os envolvidos, aprender a desaprender significa
evoluir, deixar aquilo que acreditamos e aceitar novas verdades e como é difícil.
Existe uma ferramenta em qualidade total que se chama 5S, onde o primeiro S é o
descarte, todos que já trabalharam com esta ferramenta sabe como é difícil
convencer as pessoas a abrir mão de objetos e coisas, a resistência é terrivelmente
grande para estas coisas físicas e materiais, agora imagine como é difícil descartar
idéias, verdades absolutas e dogmas que construímos e carregamos ao longo de
nossas vidas, como é difícil mudar.
Estamos em uma corrida de globalização, onde tudo que é produzido,
pesquisado, descoberto e inovado, é veiculado de um forma que todo o mundo
entenda que a competitividade é crescente, isto está ligado diretamente com países
em desenvolvimento que buscam sempre a liderança de mercado, podemos
entender que o desafio do novo milênio é uma gestão da inovação tecnológica onde
cada nação deverá buscar modelos próprios que venha garantir destaques e
posição de notoriedade e reconhecimento , tornando-se pilares neste novo milênio.

96
Gestão da Tecnologia e Inovação 97

Importante destacar que China e Índia são exemplos de países com sua
economia emergente, estes países têm intensificado seus investimentos em
tecnologia pois a tecnologia é um fator primordial para seu desenvolvimento. Países
que investem em tecnologia e em parcerias tecnológicas conseguem criar e
transferir tecnologia mais facilmente. A tecnologia e o conhecimento são elementos
determinantes do desenvolvimento econômico e social das nações. Os países que
investem em tecnologia e possuem parceiros tecnológicos, conseguem criar e
transferir tecnologia mais facilmente. Essas ações contribuem para o crescimento e
desenvolvimento econômico dessas nações.
Nos Estados Unidos, por exemplo, este caminho começou a ser percorrido
ainda no início do século XX. Hoje, universidades com notoriedade em produção
científica reconhecem a “geração de riquezas para a sociedade” como parte formal
de sua missão. A riqueza em questão materializa-se, na maioria dos casos, através
da transferência tecnológica a empresas já constituídas ou, como é bastante
frequente, para novas empresas criadas por empreendedores-cientistas
especificamente para receber as tecnologias desenvolvidas nos laboratórios
universitários (Santos, 2006).
Ainda hoje, quando muitas empresas multinacionais de países emergentes já
possuem condições de competir em mercados globais, é aconselhável que elas
escolham países onde possam ter melhores condições de sucesso. Tais empresas
têm custos menores, se adaptam aos mercados emergentes, e se expandem
globalmente fabricando os mesmos produtos que lhes deram a liderança doméstica.
É necessário experimentar novos instrumentos e políticas de gestão –
colaborações, alianças com empresas tradicionais e contratação de pessoas chave
que conheçam os mercados onde elas querem se instalar. E se preparar para a
perda das vantagens de custos, construindo capacitação para competir em níveis
superiores da cadeia de produção e usando sua liderança em operações domésticas
para adquirir negócios em decadência.

Sem fins lucrativos, o CGTI é uma OSCIP (Organização da


Sociedade Civil de Interesse Público) reconhecido pelo
Ministério da Justiça do Governo Federal com atuação em vários
setores, promovendo e viabilizando o desenvolvimento nacional,
tornando em realidade idéias e projetos que solucionam
problemas e dão força ao conhecimento através da realização

97
Gestão da Tecnologia e Inovação 98

de pesquisas, estudos, projetos, testes, desenvolvimento de


processos, cursos, treinamento e gestão.

http://www.cgti.org.br/cgti/

Neste vídeo, é mostrada a importância dos 5 sensos (5S) pelo


professor Wagner do curso de Secretariado do Centro Paula Souza
de Ribeirão Preto. O 5S representa cinco palavras japonesas que
começam com a letra “S” (Seiri, Seiton, Seisou, Seiketsu, Shitsuke)
e que facilita o aprendizado e a prática das ferramentas para a
qualidade. No vídeo temos a explicação de cada uma delas e sua
aplicabilidade.
http://www.youtube.com/watch?v=id2IJt2k6XY

4.1 PRÁTICAS / FERRAMENTAS DE GESTÃO DA TECNOLOGIA E


INOVAÇÃO

Existem algumas Práticas / Ferramentas para uma gestão da tecnologia e


inovação mais eficaz e com qualidade, apresentaremos alguns destes modelos para
o seu conhecimento, porém, é importante estarem aprofundando mais e melhor esta
pesquisa, devido ao fato de que são ferramentas amplas e complexas.

Contextualização do modelo de gestão de inovação tecnológica para


pequenas e médias empresas.

Quadros (2005) nos apresenta e propõe que as empresas devem adotar


práticas de gestão de inovação, visando sua atuação no mercado com mais
qualidade, eficiência e explorando as novas oportunidades, levando a vantagens
competitivas e dando aos clientes diversas chances de escolher seus produtos,
serviços e processos, lembrando que a inovação também depende da maneira como
ela é conduzida e seu desempenho depende do seu gerenciamento.

98
Gestão da Tecnologia e Inovação 99

Apresentaremos alguns modelos de gestão de inovação tecnológica que


poderá oferecer elementos de referência para as empresas de pequeno e médio
porte operarem seus processos inovativos, conforme ilustra a Figura 1:

Modelo de gestão de inovação tecnológica.

No modelo de gestão de inovação tecnológica aqui proposto, a inovação é


gerida considerando a necessidade de estabelecer objetivos e práticas sob as
dimensões estratégica, tática e operacional capazes de alcançar resultados positivos
que podem traduzir-se em competitividade para a empresa. Ainda, o modelo de
gestão de inovação em questão sugere que a gestão de inovação tecnológica seja
tratada como um ciclo dinâmico e interativo – e não como um conjunto de etapas
sequenciais e sem conexão. Além disso, cada dimensão do modelo (estratégica,
tática e operacional) oferece objetivos distintos de atuação do gerenciamento que
sinalizam para a construção de diferentes plataformas de agregação de valor ao
processo inovativo, que, por sua vez, são sustentadas pela realização de uma série
de rotinas, ferramentas e técnicas. Nas próximas seções, discutiremos em detalhes
as bases do modelo de gestão de inovação tecnológica apresentado acima.

Dimensão estratégica do modelo de gestão da inovação tecnológica:


determinando a estratégia de inovação alinhando-a com a estratégia da
empresa.

99
Gestão da Tecnologia e Inovação 100

Nesta dimensão estratégica do modelo de gestão de inovação tecnológica,


conforme indica a Figura 2, representa a determinação da estratégia de inovação
que a empresa estabelecerá e o alinhamento desta com as suas estratégias
competitivas, gerando o mapeamento qualificado de ameaças e oportunidades
potenciais do ambiente externo à empresa, bem como a avaliação e priorização das
oportunidades de inovação que podem afetar o negócio da empresa e que são mais
compatíveis com os seus recursos e capacidades:

Modelo de gestão de inovação tecnológica – Dimensão estratégica

Apresentamos a seguir algumas rotinas, ferramentas e técnicas que poderão


ser utilizadas nessa direção, recomendamos estarem aprofundando mais sua busca,
pois, elas são amplas e contextualizadas:

Análise SWOT

A análise Strenghts, Weakness, Opportunities, Threats (SWOT), termos em


inglês que significam, respectivamente: pontos fortes, pontos fracos, oportunidades
e ameaças) compreende o diagnóstico externo da empresa, para verificar as

100
Gestão da Tecnologia e Inovação 101

oportunidades (que devem ser exploradas) e as ameaças ambientais (que devem


ser neutralizadas), e o diagnóstico interno da empresa, para verificar os pontos
fortes (que devem ser ampliados) e os pontos fracos (que devem ser corrigidos ou
melhorados) (CHIAVENATO, 2004).

SWOT - Fonte: site de busca na internet (Google)

Inventário tecnológico e inovativo existente na empresa

É desejável que a empresa realize um minucioso inventário das tecnologias e


inovações presentes no seu negócio, de modo a obter um mapa mais qualificado
das competências existentes e das competências que ainda precisarão ser obtidas
e/ou desenvolvidas por ela. Nesse sentido, o inventário tecnológico e inovativo
conjugado com o diagnóstico dos demais recursos realizados pela análise SWOT
extrapola a simples identificação das tecnologias e inovações existentes na empresa
e passa a ser um instrumento de diagnóstico e de planejamento estratégico
(DEITOS, 2002).

101
Gestão da Tecnologia e Inovação 102

Monitoramento tecnológico

O monitoramento tecnológico é um mecanismo de prospecção tecnológica


que procura antecipar/construir os acontecimentos tecnológicos futuros. No caso das
patentes, embora saibamos que as invenções não necessariamente correspondem a
inovações introduzidas no mercado, a análise de patentes tem desempenhado um
papel importante na gestão de inovação das empresas, ao identificar: a) os domínios
tecnológicos que podem ainda ser cobertos por novas invenções; b) as tecnologias
relevantes, com o exame dos esquemas, figuras e desenhos; c) a busca por
potenciais parceiros para desenvolvimento de novas tecnologias e inovações; e d)
os movimentos da concorrência e do mercado. Portanto, a análise de patentes
busca identificar as características das trajetórias tecnológicas consolidadas, além
de possíveis trajetórias emergentes. (QUADROS; VILHA, 2006).

Benchmarking

O benchmarking foi introduzido em 1979 pela empresa Xerox como um


"processo contínuo de avaliar produtos, serviços e práticas dos concorrentes mais
fortes e daquelas empresas que são reconhecidas como as detentoras de melhores
práticas empresariais (os benchmarks)" (CHIAVENATO, 2004, p.123).
Benchmarking não é um método para copiar as práticas de outras empresas, mas
uma maneira de procurar performances superiores. O famoso artigo de David Garvin
(1993) intitulado Building a learning organization também sinaliza a importância do
benchmarking, salientando que trata-se de um processo disciplinado que se inicia
com uma busca minuciosa com o objetivo de identificar as melhores práticas das
organizações, combinada com um exame cuidadoso dessas práticas e de seus
respectivos desempenhos.

102
Gestão da Tecnologia e Inovação 103

Neste vídeo, o canal No Olho da Rua, traz o desejo de aprender boas


práticas com outras empresas e a grande questão é quando as partes
envolvidas estão preocupadas unicamente em obter vantagem para si
própria. Será mesmo que Benchmark é isso? Vamos ao vídeo e depois
reflita sobre o que assistiu.

http://www.youtube.com/watch?v=G-EAuntO_L4

Avaliação e priorização das oportunidades

De acordo com Cooper et al. (2001), a gestão de portfólio de projetos avalia a


eficácia dos projetos de uma empresa, ou seja, verifica se os projetos existentes são
aqueles que levarão a empresa a seus objetivos empresariais. Em outras palavras, a
gestão de portfólio de projetos é uma ferramenta de alocação e priorização de
recursos em projetos que operacionalizam a estratégia de inovação estabelecida
pela empresa. Três aspectos oferecem base à gestão de portfólio de projetos:
Estratégia; Alocação e Seleção de projetos.

Dimensão tática do modelo de gestão da inovação tecnológica:


desenvolvendo o clima organizacional inovativo e as estruturas para a
inovação.

Este modelo propõe o desenvolvimento de um clima organizacional inovativo,


além de estruturas organizacionais adequadas que sejam capazes de traduzir e
operar as decisões estabelecidas na dimensão estratégica do processo inovativo da
empresa. Conforme ilustra a Figura 3, a dimensão tática pode gerar como plataforma
de valor a tradução das estratégias de inovação estabelecidas pela empresa em
condições organizacionais adequadas para que a inovação aconteça:

Figura 11: Modelo de gestão de inovação tecnológica – Dimensão tática

Para o desenvolvimento de um clima organizacional inovativo, além de


estruturas organizacionais adequadas para inovação, apresentam-se, a seguir,
algumas rotinas, ferramentas e técnicas que poderão ser utilizadas nessa direção:

Cultura organizacional e inovação

103
Gestão da Tecnologia e Inovação 104

O interesse pelas questões culturais no interior das empresas não é recente,


embora esse tema tenha recebido mais visibilidade nas duas últimas décadas ao
reconhecer que as empresas possuem culturas e, como tal, podem fornecer valiosos
insights sobre o comportamento dos seus funcionários. Nesse contexto, a cultura
organizacional passou a ser valorizada na razão direta da sua capacidade de
estimular fatores como criatividade, inovação, aprendizado e capacidade de
adaptação à mudança (BARBOSA, 2002).

Aprendizagem organizacional e gestão de pessoas

Com a crescente valorização das características humanas na geração de


competências para inovar (como o saber, a intuição e a criatividade), cada vez mais
ganha relevância nas empresas a noção de que a inovação está relacionada com
padrões mais eficientes de organização do trabalho, com vistas a melhor gerir o
conhecimento e a experiência dos trabalhadores. É nessa direção que se estabelece
o “capital intelectual” das empresas (que compreende o conhecimento, a
experiência, a especialização e os ativos intangíveis), decorrente de processos de
aprendizagem que permitem gerar conhecimento e desenvolver novas competências
organizacionais. Uma organização que aprende dispõe de habilidades para criar,
adquirir e transferir conhecimentos (GARVIN, 1993).

Estratégia de liderança para inovação

De acordo com Chiavenato (2004), a função de liderança é necessária e


essencial em todos os tipos de empresa e ocorre exclusivamente nos grupos sociais.
Ela é decorrente dos relacionamentos entre as pessoas em uma determinada
estrutura social. A inclinação à qualidade de liderança de um indivíduo depende não
somente de suas próprias características pessoais, mas também das características
situacionais em que o indivíduo se encontra. O grupo tende a escolher como líder a
pessoa que pode lhe dar maior assistência e orientação (que defina ou ajude o
grupo a escolher os rumos e as melhores soluções para seus problemas), de modo
que alcance seus objetivos (incluindo os relacionados à inovação).

Mapeamento de competências

104
Gestão da Tecnologia e Inovação 105

O mapeamento de competências individuais permite que a empresa obtenha


um diagnóstico claro das competências existentes, exploradas e subexploradas por
ela, sinalizando para uma eventual necessidade de obtenção externa ou
aprimoramento das competências já detidas, a fim de alcançar seus objetivos. Para
mapear as competências individuais existentes na empresa, sugere-se a construção
de uma matriz, na qual, em um eixo, serão listados os funcionários que atuam em
áreas técnicas da empresa, e, em outro, as capacitações, habilidades e
conhecimentos dominados por eles. (NATUME, 2013).

Gestão do conhecimento

Considerando-se que o conhecimento também está associado à experiência


humana e ao contexto social, é pressuposto da gestão do conhecimento estimular a
criatividade e propiciar os meios para que o resultado do processo criativo das
pessoas seja registrado, organizado, disseminado, assimilado e utilizado como um
bem comum, pois, à medida que interagem com seus ambientes, as pessoas
absorvem informações, transformando-as em conhecimento decorrente de suas
experiências e valores, bem como das regras internas da empresa (DAVENPORT;
PRUSAK, 1998).

Dimensão operacional do modelo de gestão da inovação tecnológica:


estabelecendo rotinas específicas de geração, implementação e avaliação da
inovação.

O que a dimensão operacional do modelo de gestão de inovação tecnológica


propõe colocar em prática as estratégias inovativas da empresa, estabelecendo
rotinas e ferramentas específicas de geração, implementação no mercado e
avaliação do processo inovativo e dos resultados (positivos e negativos) das
inovações geradas, de modo que o modelo de gestão de inovação tecnológica e a
tomada de decisões da empresa nessa direção possam ser aperfeiçoados. Como
identificada na Figura 4 esta dimensão operacional do modelo pode gerar como
plataforma de valor a conversão das dimensões estratégica e tática em práticas
capazes de gerar inovações bem-sucedidas:

Figura 12: Modelo de gestão de inovação tecnológica – Dimensão operacional

105
Gestão da Tecnologia e Inovação 106

A dimensão operacional do modelo de gestão de inovação tecnológica busca


estruturar rotinas, ferramentas e técnicas para que a inovação não seja algo intuitivo
ou aleatório na empresa, conforme discussão a seguir:

Gestão de parcerias para inovação

A importância das fontes externas de conhecimento nas empresas é


amplamente reconhecida como característica distintiva do processo inovativo, diante
das atuais condições e padrões de competitividade, que tem levado as empresas a
adotar distintos mecanismos de parceria para inovação, seja com fornecedores,
clientes, universidades, institutos de pesquisa ou até mesmo com concorrentes. Para
Gibbons et al. (1994), o argumento central para a emergência deste padrão de
geração de inovações refere-se à mudança do locus de agregação de valor no
processo de inovação, que passa da redução de custos e aumento da produtividade,
tão característica da produção em massa e das economias de escala, para a
capacidade de produzir, buscar, reconfigurar e negociar continuamente o
conhecimento necessário para gerar inovações.

Estímulo à criatividade para a geração de ideias

A iniciação de projetos de inovação depende, em grande medida, da


capacidade da empresa em desenvolver mecanismos para estimular a criatividade e
a geração de ideias que resultem em inovações. Em seus estudos, Teece (2005)
mostra que os mecanismos de incentivo e recompensa por desempenho se
inscrevem às aptidões das empresas que inovam. A criatividade é, portanto, um
recurso valioso que precisa ser cultivado para alcançar as estratégias de inovação
das empresas, e vem ganhando relevância no desenvolvimento de novos produtos,
processos, serviços e na solução de problemas organizacionais. Entretanto, para
que a criatividade seja um elemento presente na empresa para servir às atividades
inovativas, é fundamental que se estabeleça um ambiente organizacional que
privilegie e estimule o comportamento criativo de seus funcionários.

Funil de inovação para gestão de projetos

A gestão de projetos é um importante elemento da gestão do processo de


inovação das empresas e consiste na tarefa de sistematizar o desenvolvimento da

106
Gestão da Tecnologia e Inovação 107

inovação para a sua inserção no mercado. Não obstante, para que essa ferramenta
seja efetivamente aproveitada, ela precisa ser gerenciada, de maneira que se alinhe
às prioridades estratégicas da empresa. A abordagem Funil de Inovação
desenvolvida por Clark e Wheelwright (1993), é muito empregada nas indústrias de
bens de consumo, nas quais o volume de ideias para novos produtos tende a ser
muito maior.

Fontes de financiamento para inovação

Os projetos de inovação demandam investimentos para o seu


desenvolvimento, o que significa que a empresa será obrigada a incorrer em
desembolsos antes da introdução da inovação no mercado. Por essa razão, outro
importante elemento da gestão de inovação tecnológica das empresas reside sobre
o planejamento das fontes de financiamento da inovação. No Brasil, há mecanismos
disponíveis para financiar o processo inovativo das empresas – boa parte deles
criado ou ampliado no período recente (CORDER et al., 2004).

Gestão da propriedade intelectual

Outro fator que explica a competitividade das empresas baseadas na


inovação é o princípio da apropriabilidade das soluções geradas. As atividades de
pesquisa e desenvolvimento (P&D) e esforços inovativo para prover novos
produtos/serviços e processos requerem investimentos por parte das empresas.
Proteger essas soluções por meio de patentes significa prevenir-se de que
competidores copiem e vendam esse produto a um preço mais baixo, uma vez que
eles não foram onerados com os custos relacionados à geração dos processos
inovativo (INPI, 2008).

Métricas de avaliação da inovação

Um sistema de aferição voltado à inovação quantifica a eficácia das ações


realizadas no processo inovativo e os resultados dele advindos, ao proporcionar
feedbacks que facilitam o controle, a gestão e o aperfeiçoamento contínuo do
processo. Além disso, a aferição ajuda na definição de responsabilidades e
alinhamento estratégico dos objetivos organizacionais, melhor entendimento do
processo, maior eficiência na alocação de recursos, e melhor delegação de

107
Gestão da Tecnologia e Inovação 108

responsabilidades e de mudanças que sejam necessárias no âmbito da cultura


organizacional (PRANCIC et al., 2003).

Felipe Scherer (sócio da consultoria Innoscience)


AS COMPETÊNCIAS DOS INOVADORES
Será que nascemos inovadores ou essas competências podem ser
desenvolvidas?
Por mais de oito anos de pesquisas e entrevistas com quase 1000 executivos
e empreendedores de sucesso, Jeff Dyer, Hal Gregersen e Clayton M. Christensen
chegaram a conclusão que existe um conjunto de características que distingue os
profissionais inovadores. Para eles a habilidade de gerar novas ideias não é mera
função da capacidade cerebral, mas também fruto do desenvolvimento de
comportamentos.
Para eles, o DNA dos Inovadores é complementado por competências de
descoberta e execução. As 5 competências de descoberta cumprem um papel
importante nas fase iniciais do processo de inovação, o que chamamos do front end
do processo de inovação. Resumidamente elas são:
- Questionar: fazer perguntas que desafiem o senso comum e as ortodoxias
dos setores. Inovadores fazem mais perguntas. O que é isso? Por que é assim? E
se fosse assim? Por que não fazer diferente? são perguntas comuns utilizadas pelos
inovadores.
- Observar: através da observação do comportamento dos consumidores,
fornecedores, competidores e outros agentes, estabelecer novas formas de fazer as
coisas. Buscar o job to be done que está por trás do comportamento dos
consumidores.
- Trabalhar em Rede: lidar com pessoas de diferentes gerações, formações,
áreas de atuação que possam trazer novas ideias e perspectivas. Combinar suas
ideias com outras pessoas de áreas distintas para aprender coisas novas.
- Experimentar: construir experimentos para testar incertezas, hipóteses e
fazer emergir rapidamente insights e aprendizados sobre as ideias inovadoras.
Questionar, observar e trabalhar em rede fornece insights e dados sobre o passado
e o presente. Experimentar permite coletar dados sobre o comportamento esperado
no futuro.

108
Gestão da Tecnologia e Inovação 109

- Associar: trata de conectar as diferentes perspectivas, questões, problemas


e ideias, gerando uma nova solução que ainda não havia sido proposta. Pensar nos
problemas como um conjunto de peças que podem ser recombinadas e em novas
configurações.
As competências de descoberta devem ser complementadas com as
competências de execução. São as competências necessárias para transformar as
novas ideias em realidade.
As 4 competências podem ser definidas como:
- Analisar – capacidade de organizar e coletar dados concretos para tomar as
decisões corretas.
- Planejamento – está ligada com a capacidade de estabelecer planos, metas
e um conjunto de atividades que precisam acontecer para o projeto inovador chegar
ao objetivo esperado.
- Orientação aos detalhes – garante que os pequenos detalhes aconteçam
conforme planejado sem esquecer nenhum detalhe.
- Auto disciplina – superam os obstáculos e mantém o cronograma definido
para garantir os resultados dos projetos.

No texto acima, o consultor Felipe Scherer, nos diz que observar,


questionar, experimentar, associar, analisar, planejar, enfim, que
todas as nossas competências são bravamente estimuladas pelo
meio em que vivemos, trabalhamos, convivemos. Além disso,
conta muito o comportamento dos consumidores para um sucesso
na inovação tecnológica.
.
Fonte: http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/inovacao-na-pratica/

A seguir são descritas 18 práticas com o objetivo especifico e as técnicas


formais normalmente utilizadas.

TM Tools – Objetivo Técnicas


Ferramentas de
Formais
GTI

109
Gestão da Tecnologia e Inovação 110

1. Análise de Analisar todos os aspectos do Ø Análise conjunta


Mercado mercado, e em particular
Ø Usuário Líder
comportamento e necessidades do
cliente, a fim de obter informação Ø QFD
valiosa para alimentar o processo de
inovação, por exemplo com o objetivo
de identificar e avaliar especificações
de novos produtos.
2. Prospecção Empresas precisam estar cientes de Ø Técnicas de
Tecnológica desenvolvimentos tecnológicos
previsão
interessantes e revisar a relevância
destes desenvolvimentos para o Ø Técnicas
negócio da empresa. Eles devem
prospectivas
fornecer oportunidades estratégicas ou
ameaças ao negócio. Atividades de Ø Método Delphi
previsão e prospecção são caminhos
Ø Árvore de
para coletar inteligência sobre
tecnologia e organizações. Relevância

3. Análise de Obter e avaliar informação de patente Ø Portfólio de


Patentes o que encontra várias aplicações para
Patentes no Nível
estão estratégica da tecnologia:
Monitorar competidor tecnológico, corporativo
gestão de P&D, Aquisição de
Ø Portfólio de
tecnologia externa, Gestão do portfólio
de patentes, Vigilância da Área do patentes no nível
Produto, gestão de recursos humanos
técnico
Ø Previsão
tecnológica

4. Benchmarking Benchmarking é o processo de Ø Competitivo


melhorar o desempenho
Ø Funcional
continuamente identificando,
compreendendo, e adaptando práticas Ø Genérico
proeminentes e os processos
Ø Industrial
encontrados dentro e fora de uma
organização (companhia, organização Ø Performance
pública, universidade, faculdade, etc.).
Ø Estratégico
Ø Tático

5. Auditoria Auditorias de habilidades, tecnologia e Ø Auditoria de


Tecnológica inovação são ferramentas de
competências
diagnóstico que podem ser integradas
em várias funções tecnológicas. Ø Auditoria de
tecnologias

110
Gestão da Tecnologia e Inovação 111

Ø Auditoria de
inovação

6. Gestão de Ajudar na proteção e gestão de Ø Sistema de


Propriedade direitos (patentes) os quais podem ser
patentes
Intelectual reforçados em produtos da mente
humana obtida como resultado de Ø Vantagens do
inovações.
primeiro entrante
Ø Segredos
industriais
Ø Licenciamento
Ø Transferência
Ø Contratos em
Consórcios

7. Gestão Melhorar como a empresa identifica e Ø Minimização de


ambiental endereça questões ambientais.
Lixo e Recursos
no processo
produtivo
Ø Design
sustentável do
produto
Ø Marketing
Ambiental
Ø Análise do Ciclo
de Vida
Ø Ecossistema
industrial
Ø Sistemas de
Gestão
Ambiental
Ø Gestão Total da
Qualidade
Ambiental
Ø Auditorias

111
Gestão da Tecnologia e Inovação 112

ambientais
Ø Contabilidade
total dos custos
Ø Relatórios
ambientais

8. Gestão de Apoiar no processo de aplicação de Ø Estrutura de


Projetos recursos escassos para atingir metas
Desmembrament
estabelecidas em tempo e custos
restritos. Apoiar a equipe e assegurar o de trabalho
que comprometimento é mantido por
Ø Fluxogramas
todas as pessoas. Assegurar que
informação apropriada é comunicada Ø Cronogramas
para todas as partes interessadas para
Ø Redes baseadas
permitir que boas decisões sejam
feitas. em atividades
Ø Acompanhament
o de marcos

9. Avaliação de Fornecer informação para estimar o Ø Análise de fluxo


Projetos valor de um projeto potencial com
de caixa
referência particular para estimação de
custos, recursos e benefícios, a fim de Ø Checklists
obter uma decisão sobre prosseguir ou
Ø Arvores de
não com um projeto. Um segundo uso
é para monitorar e terminar projetos. Relevância

10. Gestão de Técnicas de Gestão de Portfólio (PM) Ø Matrizes 2D e 3D


Portfólio são maneiras sistemáticas de olhar um
Ø Valor esperado x
conjunto de projetos de P&D,
atividades ou até áreas de negócio, probabilidade de
com o objetivo de atender um
sucesso
equilíbrio entre risco e retorno,
estabilidade e crescimento, Ø Impacto de P&D
atratividade e reveses em geral,
na posição
fazendo o melhor uso dos recursos
disponíveis. A definição de ótimo varia competitiva x
de acordo com ambições,
familiaridade do
competência, visão e cultura de
empresas individuais. mercado
Ø Conhecimento da
tecnologia x
mercado

112
Gestão da Tecnologia e Inovação 113

Ø Posição
tecnológica
competitiva x
maturidade
industrial
Ø Orçamento anual
x impacto
competitivo da
tecnologia

11. Networking Dispor e manter cooperação entre Ø Alianças


empresas e entre organizações de
estratégicas de
negócios e organizações de P&D,
incluindo universidades, a fim de obter longo prazo
acesso a idéias e tecnologias e
Ø Colaboração de
compartilhar habilidades, recursos,
informação e expertise curto prazo
Ø Elos informais e
contatos não
planejados
Ø Acordos

12. Criatividade Criatividade é uma característica de Ø MPIA


indivíduos, grupos e organizações.
Ø Criatividade e
Técnicas de criatividade podem ajudar
indivíduos particulares ou grupos a se gestão
tornarem mais criativos ou usar sua
estratégica
originalidade de pensamento ou
inventividade para situações
particulares. Resolução criativa de
problemas de uma aplicação da
criatividade e técnicas de criatividade
para problemas e para oportunidades
de melhoramento.
13. Criação de Desenvolver a cultura da organização Ø Equipes fixas
Equipes em que times precisam operar Decidir
Ø Equipes
a composição de equipes específicas
recrutando e gerindo indivíduos para espontâneas
assegurar um mix apropriado de
Ø Equipes de
habilidades e experiências.
Trabalhando com a equipe para projeto
melhorar níveis de confiança,
Ø Equipes com
cooperação e entendimento sobre as

113
Gestão da Tecnologia e Inovação 114

tarefas a serem cumpridas. mudanças


frequentes
Ø Grupos com
trabalho disperso
Ø Equipes para
resolução de
problemas
Ø Equipes para
melhoria da
qualidade

14. Gestão de Um meio estruturado de implementar Ø Fases do


Mudanças mudança na empresa, sempre que
processo para
envolve transformação organizacional
na maneira como a empresa faz as realizar
coisas.
mudanças bem
sucedidas.

15. Gestão de Transpor barreiras ou fomentar e Ø Técnicas


Interface encorajar a cooperação entre
relacionadas à
entidades separadas departamentos,
pessoas ou até diferentes estrutura
organizações) durante o processo
organizacional e
inovativo.
processos.

16. Produção Analisar todas as atividades dentro de Ø Just-in-time


Enxuta um processo (dentro ou fora da
Ø Layout de
empresa) identificando e eliminando
“lixo”, definido como atividades que produção
não agregam valor
Ø Kanban

17. Melhorias Ferramentas para apoiar a empresa a Ø Ciclo de


Contínuas ser tornar uma organização baseada
resolução de
no aprendizado e aprimoramento
contínuo, conforme preceituado pelo problema.
“Kaizen”
Ø Brainstorming
Ø Diagramas de
causa e efeito

114
Gestão da Tecnologia e Inovação 115

Ø Diagramas de
fluxo
Ø Planilhas de
verificação
Ø Desmembrament
o de política

QUADRO 1 – Práticas/Ferramentas de Gestão de Tecnologia – TM Tools.

Fonte: TEMAGUIDE. Pautas Metodológicas em Gestión de la Tecnologia y de la Innovación para


Empresas.

Módulo I: Perspectiva Empresarial. Cotec.1999.

Além da Temaguide (1999), existem outras propostas de práticas para a GTI,


como é o caso da Innoregio (INORRERIO, 2006) cuja proposta também é auxiliar as
empresas no processo de inovação através da implementação de técnicas de
gestão da inovação. A Innoregio é um projeto de cooperação transregional com a
participação de organizações acadêmicas e tecnológicas, cujo objetivo é o
desenvolvimento e difusão de técnicas e métodos que auxiliam organizações na
implementação de sistemas de regionais de inovação.

Neste projeto, foram elaborados materiais de auxílio à implementação de 20


práticas ou técnicas de gestão da inovação, divididas em 4 áreas, cada uma com
suas ferramentas específicas, demonstradas no quadro a seguir.

ÁREA TECNICA / PRATICA


Investigação e Desenvolvimento 1-Criatividade

2-Gestão dos Recursos Humanos

3- Vigilância Tecnológica

4- Marketing de Inovação

5- Envolvimento dos Empregados


Transferência de Tecnologia 6- Auditoria Tecnológica

7- Benchmarking

115
Gestão da Tecnologia e Inovação 116

8- Avaliação de Tecnologias

9- Clinicas Tecnológicas

10- Propriedade Intelectual, patente e

licenciamento
Desenvolvimento de novos 11- Gestão de Projetos
Produtos e
12- Desenvolvimento e Design de Produtos
Serviços
13- Re-engenharia de Processos de Negócios

14- Plano de Necessidades de Materiais -

MRP

15- Computer Aided Design - CAD

16- Gerenciamento da Qualidade total

17- Gerenciamento de Recursos Humanos


Networking e Cooperação Inter- 18- Analise do Valor
Empresas
19- Comércio Eletrônico

20- Gestão da Cadeia de Fornecedores

QUADRO 2 – Práticas de Gestão da inovação propostas pela INNOREGIO.

Fonte: INNOREGIO. Development & Difusion of innovation and Technologies. Disponível em:
<http://innoregio.urenio.org/index.asp>. Acesso em: 07 nov. 2006.

4.2 A GESTÃO INTEGRADA DA INOVAÇÃO

Para início de conversa as empresas precisam definir algumas estratégias


tecnológicas, com a intenção de atingir seus objetivos empresariais para que sua
atuação no mercado tenha um propósito, algumas perguntas são necessárias serem
feitas para atingir sua eficácia: O que vamos fazer? Quais tecnologias vamos
adotar? Quais são as necessidades / demandas de nossos clientes? E quais são as
soluções? E como ser mais eficiente: Como vamos fazer / desenvolver? Como
vamos implementar? Temos as competências e recursos necessários? Se não,

116
Gestão da Tecnologia e Inovação 117

como podemos obtê-los? São questionamentos propostos pela Inventta (2011), na


busca de uma Gestão mais integrada.
Nesta visão a empresa deve procurar montar uma equipe multidisciplinar que
envolva diversos profissionais de diferentes áreas e hierarquias, onde que o
propósito deverá estar alinhado com a estratégia empresarial e tecnológica que foi
definida e adotada pela empresa.
Esta estratégia tecnológica estará mostrando para a empresa sua forma de
trabalhar as questões que envolvem tecnologias, buscando sempre obter vantagens
competitivas e destaque no mercado de trabalho, além de envolver profissionais de
várias áreas, deve também integrar ciência, engenharia e estratégia com pesquisa,
desenvolvimento e produção, atingindo patamares em eficácia, eficiência e
econômicas.

Apresentamos algumas atividades que devem ser consideradas, na busca


desta melhor qualidade que visa ser o diferencial das empresas de acordo com
Inventa (2011): - Busca por tecnologias relevantes para a empresa e o seu negócio;
- Classificação e avaliação das tecnologias pertinentes, de acordo com sua
importância estratégica, ciclo de vida, atratividade para o mercado (de baixo, médio
e longo prazo) etc; - Domínio de tecnologias com alta significância estratégica; -
Definição dos caminhos de P&D e processos inovadores: desenvolvimento interno
ou aquisição de know how externo, obtenção de recursos, estabelecimentos de
parcerias etc; - Planejamento das atividades de P&D, levando em conta as
competências internas necessárias e seus objetivos estratégicos.

Gestão de Planejamento e Desenvolvimento (P&D), tem a finalidade de estar


armazenando e protegendo os novos conhecimentos adquiridos com os seus
processos, serviços e produtos e ampliando seu know how tecnológico, para um
histórico que deixará a empresa mais preparada e pronta, e ao longo de todo
processo de inovação, é muito importante que a empresa desenvolva ferramentas
para a avaliação e controle, com indicadores de processos e riscos. Assim, por meio
de um aprendizado contínuo, é possível definir novos rumos para o projeto e evitar a
recorrência de erros, alerta Livia da Inventa (2011).

Já a Gestão de Inovação, segundo a coordenadora de projetos da Inventta, o


grande risco que as corporações correm quando não conseguem vislumbrar um

117
Gestão da Tecnologia e Inovação 118

panorama macro do processo inovativo é concentrar esforços em apenas um dos


pontos da cadeia. “O que as empresas devem sempre ter em mente é trabalhar uma
visão global. Se a companhia atua muito na ponta do processo, por exemplo, há o
risco de o início não estar bem estruturado, prejudicando a obtenção dos resultados
esperados”.

4.3 ASPECTOS ORGANIZACIONAIS EM EMPRESAS INOVADORAS

“Toda organização tem sua cultura própria, diferenciando-se de outras pela


forma de fazer as coisas e pela maneira de pensar das pessoas presentes no
ambiente de trabalho. Para ter e manter uma cultura inovadora é fundamental
que essas pessoas compartilhem valores/crenças e pressupostos
relacionados à inovação”. (HORTA; CABRAL, 2008).

Pois então, partimos desta citação para compreender melhor, ou através dela
produzir uma nova visão sobre aspectos organizacionais, importante saber que
alguns estudiosos da Administração, abordam este assunto com distanciamentos.
Schein (2009), que conceitua cultura organizacional como um modelo que um grupo
inventou, descobriu ou desenvolveu no processo de aprendizagem para lidar com
problemas de adaptação e integração.

Horta e Cabral (2008), já apontam para uma cultura organizacional, com seus
elementos, tais como valores e pressupostos, preponderantes na conduta das
organizações se traduzem em formas culturais que orientam e influenciam diversos
comportamentos, inclusive aqueles voltados para a inovação. Porém nem todas as
empresas possuem valores e pressupostos característicos de uma cultura
organizacional voltada para a inovação. Cultura organizacional e Inovação podem
apresentar- se como temas opostos, mas estão reunidos em sua essência.

Existem padrões de crenças ou significados que são compartilhados,


fragmentados ou integrados dentro da cultura organizacional que quando
amparados em diversas normas operacionais e rituais, exercem uma influência
decisiva na habilidade de organizar e encarar desafios, conforme vemos em Morgan
(2009), porém, importante destacar que dentro do que vimos o fator humano deverá
ser levado em consideração sob o ponto de vista de que todos devem entender qual
são os valores / crenças da empresa, encaixando no mínimo com seus valores /

118
Gestão da Tecnologia e Inovação 119

crenças, por que se isto não ocorrer, causará ruídos e conflitos de interesses, sendo
prejudicial para a empresa.

Será que nós estamos ou as organizações estão prontas para entender que cultura
organizacional é uma das principais funções da liderança de uma organização? Que
o aprendizado é realizado por todos os componentes desta organização?

Schein (2009) aponta que existem várias culturas diferentes em uma mesma
organização e aprofundando um pouco mais sobre a cultura organizacional, o
mesmo autor demonstra que existem três níveis que devem se manifestar dentro da
cultura organizacional:
a) Artefatos: nível mais superficial, ou seja, a forma como as pessoas vestem
e falam, o ambiente físico de trabalho, a estrutura hierárquica;
b) Valores e Crenças: referem-se às justificativas dadas pelas pessoas
devido a seu comportamento, funcionam como regras de comportamento;
c) Pressupostos/Suposições Básicos: são crenças profundas e
inquestionáveis, compartilhadas pelas pessoas da empresa e uma forma
para identificá-los seria uma análise da discrepância entre discurso e
prática.

Schein (2009) detalha ainda que os artefatos têm a ver com os produtos
visíveis do grupo, a exemplo do seu ambiente físico, linguagem, tecnologia, criações
artísticas, estilo das vestimentas, maneiras de se comunicar, manifestações
emocionais, mitos e histórias contadas sobre a organização, listas de valores,
cerimônias observáveis, propósitos organizacionais, procedimentos, ou seja, todos
os fenômenos que se vê, ouve e sente quando encontra um novo grupo com uma
cultura não familiar. São fáceis de observar, mas difíceis de decifrar.

“O desenvolvimento de uma cultura organizacional inovadora é certamente


um dos maiores desafios que a organização pode enfrentar, pois trata de uma
complexa rede de comportamentos e artefatos” (STOECKICHT, 2005, p 84).

Já Christensen (2003) complementa, reforçando que é mais fácil sustentar o


sucesso quando a capacidade de inovação migra de recursos para processos e
valores, uma vez que são os valores e os pressupostos (de forma consciente ou não
para os profissionais que compõe a empresa) que determinam quais decisões são

119
Gestão da Tecnologia e Inovação 120

importantes na empresa no que se referem a clientes, produtos, investimentos,


competências e mercados. De acordo com essa afirmação, percebe-se que entender
uma cultura mais profundamente para a inovação é compreender os valores e
pressupostos, indo além dos artefatos. Diante desse fato, é importante gerir a
inovação coerente com a cultura da empresa. (WANUSA, 2014)

No vídeo abaixo, o Diretor de Marketing da 3M do Brasil, Luiz Serafim,


fala das características das empresas inovadoras e como a comunicação
pode potencializar a cultura de inovação. Ele afirma que "uma
organização inovadora precisa ser transparente; as pessoas precisam ter
confiança; as pessoas precisam saber os rumos que ela está tomando".
Vamos assistir?

http://www.youtube.com/watch?v=CgS5dj27zcs

4.4 ESTRATÉGIAS DE ESCOLHA TECNOLÓGICA


Cerra (2009) em um de seus estudos vem apresentar que para escolher
estratégias tecnológicas, deve-se levar em conta os grandes obstáculos que as
empresas devem enfrentar, acredita-se que o problema poderia residir em dados
ruins ou analises deficientes dos setores envolvidos, mais pode-se elencar diversos
fatores que desviam os gestores do objetivo de fazer as escolhas estratégicas
acertadas.
Podemos destacar algumas barreiras que venha a tornar este processo mais
significativo que são: sistemas internos, estruturas organizacionais, processos
decisórios e a natureza humana para a qual é duro fazer e manter escolhas. Elas
são necessárias quando há incompatibilidade entre decisões alternativas, onde
acaba afetando o atendimento aos clientes, por que se a escolha não atender ao
que foi determinado o resultado pode ser baixo crescimento e lucros inferiores ao
planejado. Diante de um quadro negativo que poderá refletir em diferenças de
preços e custos entre concorrentes, tornado quase difícil um acompanhamento de
seus concorrentes.

120
Gestão da Tecnologia e Inovação 121

Figura 13: Estratégias de Escolhas Tecnológicas - Fonte: site de busca na


internet (Google)

A cada dia “novas tecnologias corroem, equalizam ou propulsionam a


vantagem competitiva de uma empresa – elas garantem sua sobrevivência ou
condenam-na ao desaparecimento” (Marcovitch, 1992, p.3). Segundo Silveira
(1999), em ambientes dinâmicos, como o do setor eletroeletrônico, a introdução de
progresso técnico por parte das empresas é uma busca permanente e um fator
decisivo, ao longo do tempo, para sua sustentabilidade competitiva no mercado,
portanto, sua arma mais poderosa na luta concorrencial.
Nesta visão a tecnologia acaba sendo reconhecida como um elemento chave
na competividade de empresas, na medida em que as mudanças tecnológicas
geram impactos imediatos no encurtamento do ciclo de vida do produto, na
reorganização da produção, na redefinição dos segmentos de mercado, no
surgimento de novas fontes de concorrência, na mudança das relações com a força
de trabalho e no redesenho dos processos de negócio. (CERRA, 2009)
Wilbon (1999) destaca que é crescente o número de empresas que têm feito
da administração de tecnologia tema central de suas estratégias de negócio e
entendem que as decisões sobre tecnologia podem afetar o desempenho e a
sobrevivência da organização. Com isto as empresas se veem marcada pelas
incertezas e ambiguidades, e são colocadas a prova para inovar e desenvolver
capacitações tecnológicas estratégicas que venha a ser um diferencial juntos aos
concorrentes, e também antecipando-se às novas tendências tecnológicas e novas
exigências e expectativas de seus clientes.

Edison Marins de Oliveira (Doutor em Administração)

O processo de inovação tecnológica


Os termos pesquisa e desenvolvimento - P&D, quando utilizados juntos
descrevem um conjunto de atividades criativas, realizadas de forma sistemática com
o fim de aumentar o estoque de conhecimentos técnicos e científicos. Implicam
também a utilização desse estoque no projeto e realização de aplicações práticas.
Freeman (1974) considera a P&D composta por três subsistemas das atividades:

121
Gestão da Tecnologia e Inovação 122

pesquisa básica ou fundamental, pesquisa aplicada e desenvolvimento


experimental.
Para Teixeira (1983) nem sempre é possível estabelecer claramente
fronteiras entre cada uma das atividades de P&D. Embora seja verdade que as
motivações possam estabelecer diferenças, ou mesmo que o perfil das pessoas
envolvidas possa distinguir o tipo de pesquisa conduzida, atualmente é cada vez
mais difícil fazer a distinção entre elas. Um projeto de pesquisa que tenha sua
origem na pesquisa básica pode evoluir para aplicações e mesmo para geração de
produtos ou processos. Nem sempre será possível definir claramente os instantes
em que as motivações mudaram ou em que, de fato, as características do projeto
foram alteradas.
Os clássicos da economia foram os primeiros a reconhecer a forte ligação
entre progresso científico e desenvolvimento industrial. Se nos fins do século XIX as
invenções científicas não fossem transformadas em produtos que tivessem impacto
social, não teriam passado de mero exercício intelectual e artesanal. O impacto
social ocorreu porque empresas como a I. G. Farben, Hoechst, Bayer, Dupont e I. C.
I. desenvolveram e lançaram comercialmente produtos baseados nas invenções
realizadas Entretanto, é necessário distinguir entre invenção e inovação.
Quando uma invenção é concebida, fruto de uma atividade sistemática de
P&D ou resultante da experiência e da habilidade prática de alguém, não entra
imediatamente no processo produtivo. Para Teixeira (1983), muitas invenções não
passam sequer dos estágios de concepção e desenvolvimento experimental.
Algumas são posteriormente abandonadas sem maiores consequências, mesmo
atingindo o estágio de protótipo.
Quando a invenção ultrapassa todas essas etapas intermediárias e atinge o
estágio final do processo produtivo, impactando diretamente a sociedade, está-se
diante de uma inovação. A inovação pode incorporar diversas invenções ou
descobertas científicas. Cooper (1973) descreve a inovação como um
empreendimento que toma a invenção e transforma-a em tecnologia comercialmente
útil. Para ele não existe retomo comercial de uma invenção, a menos que seja
seguida por uma inovação.
Essa ideia é compartilhada pelos economistas. Para eles, a invenção é
distinta da inovação pelo fato de um projeto conjunto de ações não constituir
inovação enquanto não atingir o mercado sob a forma de produto ou processo. O

122
Gestão da Tecnologia e Inovação 123

processo é chamado de cadeia de inovação ou processo de inovação. As


características desse processo são a utilização de procedimentos que envolvem
coleta de dados técnicos, definição e especialização de produtos/processos, P&D,
engenharia e marketing.
Diversas tentativas foram feitas para identificar um modelo conceitual que
explicasse o processo de inovação. Essas tentativas esbarraram em fatores que
dependem das peculiaridades de cada projeto, do setor industrial em questão e da
natureza errática que caracteriza as inovações (Teixeira, 1983). Estudos como os de
Mayers (1967) e o projeto SAPPllO, iniciado em 1972, são exemplos de tentativas
para a elaboração de uma estrutura conceitual da questão e merecem ser descritos
com mais detalhes.
Mayers (1967) e seus associados estudaram 567 projetos de inovação na
indústria americana e formularam um modelo onde o processo de inovação dentro
das empresas é composto por seis estágios: decisório; formulação de idéias;
solução do problema; solução; difusão pré-comercial e produção. Conduzido na
Inglaterra, o projeto SAPPHO teve como objetivo identificar características
diferenciadoras entre casos de sucesso e fracasso em projetos de inovação
tecnológica Em certa medida, aponta algumas singularidades comuns nas inovações
bem sucedidas.
Tanto O projeto SAPPHO quanto outros estudos empíricos semelhantes
destacam três aspectos fundamentais que estimulam o processo de inovação
industrial: estímulos de natureza mercadológica, de ordem tecnológica e as
condições ambientais ou clima para a inovação (Teixeira, 1983). Os estudos também
destacam que o processo de inovação é extremamente complexo e cheio de
peculiaridades para permitir a construção de um modelo conceitual útil e preciso
para previsão tecnológica. Teixeira (1983) utiliza como exemplo a Du Pont.
Riscos e incertezas são inerentes ao processo de inovação. Eles existem
porque as informações que a empresa manipula são imperfeitas e os projetos
utilizam projeções de condições futuras. O processo de inovação é, por natureza,
probabilístico e depende de muitas variáveis aleatórias. Em muitas ocasiões a
organização pode estimar probabilidades e traçar um curso de ação racional para
minimizar riscos e incertezas. As incertezas são de três categorias: negócios,
técnicas e mercadológicas.

123
Gestão da Tecnologia e Inovação 124

As incertezas nos negócios estão vinculadas às decisões empresariais e são


de natureza intrínseca à atividade da organização. As incertezas técnicas refletem
as probabilidades de as especificações técnicas do produto serem atingidas dentro
dos prazos e custos previstos. Por fim, as incertezas mercadológicas têm conexão
direta com as probabilidades de sucesso do produto no mercado a que se destina
(Teixeira, 1983).
Freeman (1974) afirma que os projetos de inovação constituem uma classe
não
homogênea de eventos que tem seu grau de incerteza variando em função do tipo
de inovação proposta Freeman, na verdade, criou uma tipologia das inovações. Sua
classificação indica que quanto mais radical a inovação, mais arriscado o projeto que
objetiva seu lançamento. A maior ou menor propensão de uma organização a correr
riscos, investindo em P&D, é característica comportamental que pode inibir o
processo de inovação industrial.
O processo de inovação tecnológica: estratégias tecnológicas
A teoria neoclássica apresenta como axioma uma proposição que diz que a
maximização dos lucros é o objetivo maior das organizações. A base desse axioma
é a suposição de que as informações utilizadas para decisão são perfeitas e a
tecnologia é invariante (Freeman, 1974). Aqui reside o grande desafio da inovação,
pois Freeman (1974) afirma que a previsão das estratégias organizacionais é
impossível à luz da teoria neoclássica, por serem instáveis tanto o comportamento
do mercado quanto a tecnologia.
Freeman (1974) contorna essas dificuldades analíticas, estabelecendo uma
classificação pragmática dos tipos de estratégias adotadas pelas organizações. Essa
classificação associa a inovação industrial às estratégias possíveis de serem
adotadas pelas organizações. De acordo com a abordagem de Freeman (1974)
existem seis tipos de estratégias: ofensiva, defensiva, imitativa, dependente,
tradicional e oportunista.
Uma estratégia ofensiva é promovida pela organização que almeja liderança
no mercado e na tecnologia, frente a suas competidoras. Caracteriza-se por
excelência técnica de produtos, agressividade mercadológica e investimentos fortes
em P&D. i\ estratégia defensiva é utilizada pela organização que espera que suas
concorrentes lancem os produtos e, somente após observar os resultados, lança
suas inovações.

124
Gestão da Tecnologia e Inovação 125

Característica de mercados oligopolizados, as organizações defensivas


também são intensivas em tecnologia. A estratégia dependente é típica de empresas
institucional e economicamente submissas a outras firmas. Filiais de multinacionais
são um bom exemplo. Freeman (1974) as caracteriza como postos de vendas das
matrizes. Seu P&D é centrado nas matrizes. Em uma estratégia imitativa a
organização reage às mudanças técnicas, mas não tem nenhum interesse em
diminuir o gap tecnológico que a separa das líderes de mercado.
A estratégia tradicional está ligada a setores onde as mudanças se
processam com muita lentidão. O mercado não demanda inovações e nem existe
competição acirrada. Esta estratégia é típica de economias fechadas e com baixo
grau de investimento em P&D.
Finalmente, o elenco se completa com a inclusão da estratégia oportunista.
Essa estratégia depende fortemente da habilidade gerencial da organização.
Caracteriza-se por utilizar nichos de mercado criados pelas mudanças rápidas de
tecnologias e demandas. Cada uma dessas estratégias reflete a postura da
organização em relação à liderança técnica do mercado, ao grau de risco desejável
e à competição encontrada em seu meio ambiente. O importante é entender que
existem diversas posturas frente às incertezas da inovação. Entender essas
incertezas permite a previsão de reflexos de ações de concorrentes ou do Estado na
estratégia tecnológica da organização.
Teixeira (1983) cita um modelo de desenvolvimento tecnológico que aborda a
questão da influência e do papel do Estado em relação ao problema da inovação
tecnológica. Sua premissa básica é que o Estado dispõe de recursos c mecanismos
de indução ao desenvolvimento de tecnologia no seio da iniciativa privada. Britton
(1978) afirma que alguns desses mecanismos têm a função de induzir o
empresariado a assumir riscos. Ele toma por base as conclusões de Freeman (1974)
e formula um modelo com diversas hipóteses.
A primeira hipótese propõe que o desenvolvimento industrial é o somatório
dos desenvolvimentos individuais de processos evolutivos independentes. Um
desses processos é a capacitação tecnológica.
A segunda hipótese afirma que uma organização pode iniciar sua vida com
qualquer estratégia. Um país, por outro lado, sempre começa a evolução com sua
indústria no estágio tradicional; somente depois, por meio de processo evolutivo, os
outros estágios serão alcançados.

125
Gestão da Tecnologia e Inovação 126

A terceira hipótese propõe que em uma sociedade, dependendo do setor


industrial escolhido, pode-se observar mais de um estágio. Por fim, cada estágio
considerado não resulta de decisões conscientes de empresariado nem do Estado,
mas da observação a posteriori de fatos, desempenhos e realizações.
O ponto central do modelo é a sugestão de que a interação entre os
interesses do Estado e da iniciativa privada pode ensejar em setores industriais a
evolução de um estágio para outro. Também afirma que cada instrumento
governamental tem seus efeitos condicionados pelo estágio da indústria ao qual se
aplica.
De forma complementar, Pavitt (1971) após analisar os países membros da
OECD, identificou fatores comuns que facilitam o comprometimento das
organizações com a inovação industrial. Concluiu que o Estado é o agente
responsável pela criação de um clima ou ambiente capaz de estimular a empresa
privada à inovação. Em um contexto econômico no qual o mercado está em
expansão, os fatores que favorecem de forma eficaz o desenvolvimento tecnológico
são o capital de risco disponível, a política salarial e os incentivos fiscais. Pavitt
(1971), em tabela comparativa, destaca dez fatores importantes nesse processo, no
âmbito da OECD. São fatores de natureza financeira, estrutural e política.
Os fatores de natureza financeira são os incentivos fiscais, o capital de risco e
os subsídios em P&D. Os fatores de natureza estrutural são a infraestrutura em
ciência e tecnologia, a mobilidade de pessoal, a transferência de tecnologia
endógena e adequado sistema de informação e documentação. Finalmente os
fatores de natureza política são a filosofia de competição no mercado, as
regulamentações, normas e padrões e sistema de licenças e patentes.

Neste texto, Edison de Oliveira Martins, nos apresenta em sua tese


de doutorado como a inovação tecnológica ajuda a moldar
estratégias, obtendo vantagens competitivas sustentáveis em um
contexto globalizado. Analisa ainda características competitivas e
estruturais em vários setores.
Fonte:
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/3269/000321249.pdf?se
quence=1

126
Gestão da Tecnologia e Inovação 127

Apresentamos no quadro abaixo, alguns indicadores para a avaliação das


capacidades tecnológicas e nele é possível identificar que para cada capacidade
existem características particulares, envolvendo setores específicos.

A existência de P&D estruturado ou não empresa; a


autonomia tecnológica da subsidiária em relação à
matriz estrangeira; o número de
engenheiros/cientistas que trabalham em DP; as
Capacidade de
fases do DP, o lançamento de novos produtos, os
Inovação
projetos recentes e a introdução de mudanças
significativas em processos de produção; e o
envolvimento dos fornecedores nas atividades de DP
local.
Os projetos de aquisição de nova tecnologia para a
empresa; a relação com centros de pesquisa e
Capacidade de
universidades para o desenvolvimento de projetos
Investimento
e/ou aquisição de tecnologia; e a participação em
(Aquisição)
redes de cooperação para desenvolvimento de novas
tecnologias.
As mudanças incrementais (e as fontes dessas
Capacidade de mudanças) em produtos e processos de produção; e
Produção e Adaptação a estrutura organizacional que viabiliza os contatos
entre a Engenharia e a fábrica.
A existência de projetos nas empresas de exploração
comercial de tecnologias dominadas (se a empresa
compra ou licencia tecnologias de produto e processo
Capacidade de
desenvolvidas por outras empresas para incorporar
Exploração e de
em seus próprios produtos e processos e se explora
Proteção
(vende) tecnologias por ela desenvolvidas). As
medidas implementadas para que o conhecimento
adquirido não seja passado para a concorrência.
Quadro 1- Indicadores para a avaliação das Capacidades Tecnológicas.

Fonte: elaborado pelos autores (CERRA, 2009)Estudo que verifica se há


alinhamento estratégico entre a estratégia de inovação e a
estratégia de gestão de pessoas nas empresas inovadoras e quais
as práticas de gestão de pessoas estão sendo adotadas por essas
empresas. Título do estudo: Alinhamento entre a estratégia de
Gestão de Pessoas e a estratégia Inovação: Um estudo de empresas inovadoras.

http://www.progep.org.br/MelhoresEmpresas/InfoDocs/Forms/DispForm.aspx?ID=57

127
Gestão da Tecnologia e Inovação 128

4.5 RECURSOS HUMANOS EM EMPRESAS INOVADORAS

As empresas estão maduras o suficiente para implementar processor


inovadores de RH? As ideias são inovadoras e partem do RH ou partem de seus
colaboradores? Até onde as empresas estão focando em uma estrutura
organizacional mais orgânica, plana e com novas responsabilidades no treinamento
de seus colaboradores?

Neste vídeo, o Diretor de Recursos Humanos da Fiat, Norberto Klein,


destaca a importância da área para impulsionar a inovação na empresa.

http://www.youtube.com/watch?v=M6iB53V6dJI

Para responder estas perguntas e muitas outras que podem aparecer,


principalmente quando falamos em Recursos Humanos em Empresas Inovadoras,
podemos apresentar uma direção segundo o autor Gil (1994) onde diz que a história
da Administração de Recursos Humanos, surge em decorrência do crescimento das
organizações e do aumento da complexidade das tarefas de gestão de pessoal. O
seu desenvolvimento dá-se com a própria História da Administração, cujos principais
movimentos são: o movimento da Administração Científica, a Escola de Relações
Humanas e a Teoria Geral dos Sistemas.

Nesta perspectiva também podemos destacar dois pensadores do século


passado Taylor (1856-1915) diz que os operários produziam muito menos do que
poderiam produzir e adotou a simplificação dos movimentos requeridos para
execução de uma tarefa enquanto que Fayol (1841-1925) formula a doutrina que
atribui aos subordinados uma capacidade técnica expressa nos princípios: conhecer,
prever, organizar, comandar, coordenar e controlar.

Qual é a relação das perguntas feitas no início com estes autores do século
passado? Podemos iniciar dizendo que fatores psicológicos e sociais são
influenciadores na produtividade, deve-se valorizar as relações humanas no
trabalho, onde constata-se que nestas relações seus estados em expressões
individuais e grupais, afetam profundamente a produtividade. Destacando também
que as organizações são sistemas abertos e que devem encontrar uma relação

128
Gestão da Tecnologia e Inovação 129

apropriada com o ambiente para garantir a sobrevivência, correlacionando o


ambiente e as características das organizações - tornam-se importantíssimas para
entendermos a evolução da Administração de Recursos Humanos.

Podemos considerar as empresas inovadoras aquelas que administram seus


recursos humanos de forma moderna. Onde você consegue enxergar a área de
recursos humanos junto com seus clientes internos, direcionando os esforços para o
atingimento de metas organizacionais, participativa e assessorando a organização
em sua forma geral.

Estas empresas inovadoras trabalham por processos, buscando capacitar


seus gerentes para gerenciarem seus próprios recursos humanos, adotando horário
móvel, flexibilizando o local de trabalho, terceirizando algumas funções da área de
recursos humanos, promovem mudanças organizacionais, pesquisam o clima
organizacional periodicamente, cuidando da qualidade de vida dos funcionários,
preocupam-se com a capacitação e o desenvolvimento de seus funcionários,
adotam a participação dos funcionários nos lucros da empresa, investem em
programas de qualidade.

Figura 14: Recursos Humanos em Empresas Inovadoras - Fonte: site de busca


na internet (Google)

Abrao (1998) assegura que, pela análise de tais empresas, um importante


diferencial é a sua capacidade de comunicar e realizar visões e planos de RH,
implantando grande número de práticas integradas com a gestão da qualidade em
seus negócios. O planejamento de RH é integrado com o planejamento estratégico
dos negócios.

Essas empresas consideram os funcionários seu "maior patrimônio", sua


"vantagem competitiva" e sua base de sustentação do relacionamento com os
clientes", por isso investem fortemente neles, com o objetivo de serem benchmark
em qualidade de gestão e em desenvolvimento de recursos humanos.

Marcos Assi
(consultor da MASSI Consultoria – Prêmio Excelência e Qualidade Brasil 2013, professor de MBA na
FIA, Saint Paul Escola de Negócios, UBS, Centro Paula Souza, USCS, Trevisan Escola de Negócios,

129
Gestão da Tecnologia e Inovação 130

entre outras, autor dos livros “Controles Internos e Cultura Organizacional – como consolidar a
confiança na gestão dos negócios” e “Gestão de Riscos com Controles Internos – Ferramentas,
certificações e métodos para garantir a eficiência dos negócios”)

Por que temos aversão ou medo de mudanças corporativas e organizacionais?


Aversão e medo de mudanças são comuns, mas podemos criar possibilidade
de alteração no jeito de agir e pensar das pessoas, mas não é uma tarefa tão
simples, e apresentamos alguns pensamentos e avaliações de especialistas
renomados, portanto segundo Mark Twain, algumas das principais razões da
aversão das pessoas às mudanças são: Medo; Sentimento de incapacidade;
Necessidade de grande esforço; e Ausência de interesses pessoais.
E ainda conforme Daryl R. Conner em seu livro “Managing at the speed of
Change”, comenta sobre o comportamento das pessoas frente à mudança, segundo
levantamento do autor:
- 10% Aceitam de imediato;
- 20% Aceitam com um pouco de convencimento;
- 40% Aceitam com muito convencimento;
- 30% Só aceitam depois que a mudança foi bem sucedida.
Muitos devem estar se perguntando, então como podemos ser agentes
destas mudanças, solução pré-fabricada não existe, mas existem profissionais com
grande estimulo e vontade de profissionalizar a sua organização, então abaixo
apresentamos algumas sugestões:
Os dirigentes e/ou gestores devem assumir papéis positivos dando o tom de
sua conduta e se possível criar novas histórias, símbolos e rituais para substituir os
atuais. Devemos entender melhor o negócio e selecionar, promover e apoiar
profissionais que adotam os novos valores e mais uma vez mudar ou alinhar o
sistema de recompensas para que tenha coerência com os novos valores.
A grande missão é substituir normas não escritas por novas regras e
regulamentos específicos e promover as subculturas com transferências de pessoas,
rotação de cargos e/ou demissões, se assim se fizerem necessários.
Trabalhar com o consenso de grupos utilizando a participação dos
funcionários/colaboradores e a criação de um clima de alto nível de confiança.
Em “O Príncipe” de Maquiavel:

130
Gestão da Tecnologia e Inovação 131

“Nada é mais difícil de realizar, mais perigoso de conduzir, ou mais incerto quanto ao
êxito, do que uma nova ordem das coisas, porque a inovação tem como inimigos
todos os que prosperaram sob as condições antigas e, como tímidos aliados, os que
podem se dar bem nas novas condições.”
E atualmente vivemos uma nova ordem das coisas, mudança de paradigmas,
posturas, culturas e buscar alinhar o negócio com a inovação e sempre que possível
sermos conservadores, mas sem travar os processos e a busca pelos resultados.
Em um treinamento fui questionado sobre como era há 20 anos atrás sem normas e
procedimentos de controles internos, compliance, segurança da informação e riscos,
e simplesmente respondi que:
“Há anos atrás tínhamos um MNI (Manual de Normas Internas) e não possuíamos
um leque de informações, sistemas (tecnologias) e empresas do porte atual, o
mundo mudou e necessitamos nos adaptar as mudanças, pois não são somente
hardwares e softwares que ficam obsoletos, as pessoas também, e quem não
acompanhar será reconhecido como “dinossauro”, portanto as mudanças estão aí e
os desafios são nossos, já pensou nisso?”.

No texto acima, o consultor Marcos Massi, nos apresenta de forma


clara e objetiva o motivo de termos medo das mudanças nas
organizações. Relata ainda com base no texto de Maquiavel, O
Príncipe, o motivo dessas dificuldades e finaliza com o Manual e
Normas Internas onde temos a chave do sucesso (ou não).
Fonte: http://www.marcosassi.com.br/por-que-temos-aversao-ou-medo-de-
mudancas-corporativas-e-organizacionais

Apresentamos algumas práticas comuns nas empresas:

- os planos de RH apoiam fortemente os negócios da empresa;

- as chefias estão comprometidas em atuar como gerentes de seus recursos


humanos, elas fazem a gestão de RH;

- as empresas têm filosofia e políticas de RH amplamente declaradas;

131
Gestão da Tecnologia e Inovação 132

-as empresas desejam ser benchmark em desenvolvimento e gestão de RH;

- o quadro de pessoal é planejado;

- os funcionários são fortemente orientados para a satisfação dos clientes;

- os impactos do processo de desenvolvimento e gestão de RH nas pessoas e


nos negócios são constantemente avaliados;

- existem e são usadas muitas oportunidades de diálogo com as pessoas;

- são amplamente utilizadas as práticas do gerenciamento por objetivos


participativos;

- a pesquisa de satisfação dos funcionários é considerada instrumento


fundamental pelos gestores;

- as pesquisas de satisfação dos funcionários e dos clientes fundamentam os


planos de RH;

- empresa e funcionário ganham com os programas de sugestões, os quais


são efetivamente utilizados pelos funcionários e premiados pela empresa;

-o trabalho em equipe (círculos de qualidade, grupos de trabalho, times e


comitês) é amplamente utilizado nas empresas;

- as empresas têm estruturas enxutas, com poucos níveis hierárquicos e o


empowerment é fortemente utilizado;

- as comunicações diretas são estimuladas por programas como portas


abertas, entrevistas e reuniões programadas;

- a comunicação escrita é estimulada via jornais, murais etc.;

-as convenções e as comemorações são muito utilizadas como meios de


fortalecer a visão comum de todos os funcionários;

132
Gestão da Tecnologia e Inovação 133

- existe a disponibilidade de muitas informações on-line e esse meio de


interação é estimulado;

- as decisões sobre educação e treinamento são compartilhadas entre


funcionários e gerentes, levando em conta as necessidades dos funcionários e dos
negócios;

- os novos funcionários passam por um processo de integração e são


treinados nos processos de qualidade;

- o treinamento em qualidade é intensivo, cíclico e obrigatório;

- existem treinamentos em habilidades específicas nos cargos e os gerentes


assumem o treinamento on the job;

- além do treinamento, a educação dos funcionários é apoiada e fortemente


estimulada;

- os gerentes assumem o papel de treinadores, e os funcionários, por sua vez,


são conscientes da importância de seu autodesenvolvimento;

- existem processos formais de avaliação de desempenho;

- todos os funcionários são continuamente avaliados;

- o gerenciamento participativo por objetivos é amplamente utilizado na


avaliação;

- o desempenho é avaliado em função de resultados obtidos e associado ao


desenvolvimento na carreira, refletindo no reconhecimento e nas recompensas;

- os sistemas de reconhecimento são muitos e amplamente utilizados e


festejados;

- a qualidade é especificamente reconhecida e recompensada;

- a percepção de segurança na manutenção do emprego está sempre


presente;

133
Gestão da Tecnologia e Inovação 134

- os ambientes físicos de trabalho são seguros e agradáveis;

- os critérios de seleção consideram as competências para os negócios, não


são discriminatórios e privilegiam os funcionários nas oportunidades internas de
crescimento;

- os salários são competitivos em seus respectivos mercados de trabalho;

- os planos de benefícios são altamente competitivos no mercado;

- prevenção e apoio à saúde são considerados muito importantes;

- possibilidades de carreira e fundos de pensão garantem a percepção de


segurança futura;

- programas culturais recreativos, esportivos e sociais estão à disposição dos


funcionários;

- orientações e práticas trabalhistas são cumpridas com rigor; e, finalmente,

- o bem-estar e a satisfação são continuamente avaliados. (ABRÃO, 1998)

Ipea desenvolve rating para empresas inovadoras. O


indicador proposto é uma síntese de diversos outros dados
sobre a trajetória tecnológica das empresas no passado
recente, agrupados em cinco dimensões principais. A ideia é
produzir um indicador sintético, com o objetivo de avaliar a
capacidade inovativa das mesmas.
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/nota_tecnica/130710_notatecnicadiset13.p
df

134
Gestão da Tecnologia e Inovação 135

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1 – Como o Centro de Caracterização e Desenvolvimento de Materiais (CCDM)


define Gestão da Inovação Tecnológica?
5 LINHAS

2 – O que vem a é Benchmarking, segundo a visão de Chiavenato (2004)?


5 LINHAS

3 – Quais atividades são importantes no que se refere à estratégia tecnológica?


5 LINHAS

4 – Quais e quantos são os indicadores para a avaliação das capacidades


tecnológicas?

5 LINHAS

5 – Aponte 5 práticas que as empresas precisam ter para considerar seus


funcionários como seu maior patrimônio:

5 LINHAS

135
Gestão da Tecnologia e Inovação 136

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