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Sumário
PUC-COGEAE - Formação de Orientadores de Aprendizagem para EAD. Prof. Dr. Luciano Gamez, 2009. 2
Tecnologias, Educação e Aprendizagem
Palavra Inicial
Quem usa mídias didáticas na escola enfrenta um desafio permanente como: escolher,
interpretar e integrar a grande massa de informações oferecida por estes recursos
tecnológicos e saber como adequá-las ao contexto educacional. É importante compreender,
no entanto, que informação não é sinônimo de conhecimento, ainda que seja sua matéria-
prima. O conhecimento só é construído quando se atribuí algum significado à informação.
No contexto educacional quem pode fazer isso é o professor, em seu papel insubstituível de
mediador e orientador do processo de ensino-aprendizagem. Mas como desenvolver este
processo? Não existe uma resposta correta, mas disponibilizarei alguns conhecimentos para
que você seja capaz de refletir sobre a utilização de tecnologias na educação. Nessa primeira
aula você verá o significado e a evolução dessa área de conhecimento que tem encontrado
hoje um terreno repleto de experiências, relatos e perspectivas futuras.
Para iniciar este texto gostaria de colocar uma questão simples, porém fundamental. Como
você definiria o conceito de Tecnologia Educacional? Vários autores (tecnólogos,
profissionais da educação, entre outros) tentaram responder esta questão. Se a Tecnologia
Educacional é um domínio de estudos e prática profissional cuja origem remonta a 1940,
composto de um vasto leque de programas de estudos universitários, de profissionais
diplomados, de associações profissionais internacionais e um conjunto infindável de
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publicações em diversos países, é fácil supor que esta resposta já foi enunciada claramente
não é? Infelizmente este não é exatamente o caso.
Tais fatores explicam a dificuldade de formular uma resposta simples e direta para a
questão, o que não impediu alguns autores de tentar fornecer suas respostas. Analise
comigo algumas dessas tentativas de definição do termo e em seguida formule a sua
própria, partilhando-a no site deste curso.
Tecnologia e técnica significam a mesma coisa? Para responder essa pergunta é importante
referenciar que para os gregos, o conhecimento prático visava um fim concreto, ou seja,
técnica. Segundo essa linha de pensamento, a técnica é uma solução baseada na experiência
prática, no saber que se constrói a partir de um fazer prático, que pode estar baseado em
tradições, crenças, ou experiências acumuladas. A tecnologia, por sua vez, surge com a
ciência moderna, sendo esta última a atividade que busca representações teóricas
explicativas da natureza e modos de dominá-la, de domá-la.
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Em outras palavras, Tecnologia seria, então, uma solução baseada em princípios teóricos, no
caso, científicos, que devem ser demonstrados e comprovados e que apontam para soluções
que não estão baseadas na experiência prática mas que a possibilitam, que a propõe.
Podemos dizer que as técnicas são modos de fazer algo de forma eficiente, ou seja, que
minimizem o esforço humano na obtenção do melhor resultado. A tecnologia é o pensar e
propor o modo do fazer eficiente.
Para reforçar ainda mais o conceito de tecnologia, análise a definição de três autores
brasileiros que têm se destacado muito no cenário da educação no nosso país e merecem
sua atenção:
Cláudio de Moura Castro: Tecnologia é ferramenta. Com um canivete,
um bom artesão pode produzir as mais belas esculturas em madeira.
Um tomo de controle numérico nas mãos erradas é um elefante
branco, não serve para nada. Mas, obviamente, esse torno nas mãos
certas é um instrumento de colossal produtividade. Nada diferente com
as tecnologias educativas. São ferramentas, e há muitas. Cada uma é
melhor para lidar com cada problema particular. Para ensinar piano, é
difícil ir além do professor, do piano e do aluno. Para oferecer um
ensino supletivo para meio milhão de alunos, justifica-se o alto custo
de um programa de televisão.
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Seguindo este raciocínio, podemos então identificar que a escrita também é uma tecnologia,
bem como seus materiais, isto é, cacos de cerâmica, madeira, pedra, papiro, pergaminho,
tábuas de cera e, finalmente, o papel, e mesmo o giz, a tinta, a pena, o grafite, o lápis, a
caneta, etc. O lápis, por exemplo, utiliza duas tecnologias: a de encapsulamento,
normalmente na madeira, e o próprio processo de transformação de um material , quando
este é transformado em escrita, desenhos, grafite ou outras formas de expressão.
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Talvez a forma mais primária de tecnologia educacional que estamos habituados seja
realmente o quadro negro e o giz, que associados à voz humana, tenham sido, por séculos, o
principal meio para se educar as pessoas.
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Reflita
Agora que você conhece um pouco mais sobre o domínio da Tecnologia Educacional, quem
sabe pode responder quais novidades a tecnologia pode trazer à práxis escolar. Ao refletir
sobre esta questão, leve em consideração o que se passa na escola. Vemos que, em muitos
momentos as tarefas exigidas pelos professores assemelham-se muito pouco àquelas da
realidade dos alunos. Ele é convidado, logo após seu ingresso escolar até o fim de seus
estudos, a resolver problemas que simulem a realidade. Neste aspecto a educação em si está
repleta de artifícios e simulações. Tendo este fato em consideração, será que a inserção das
tecnologias não estaria também contribuindo para perpetuar o universo da simulação e da
artificialidade? Partilhe sua opinião comigo e com seus colegas no ambiente deste curso.
Agora que você conhece a origem e algumas formas da Tecnologia Educacional, julgo
pertinente voltar ainda um pouco mais no tempo e contar brevemente o seu percurso na
história da ciência e dos povos. Reforço aqui algumas invenções tecnológicas que marcaram
esse desenvolvimento. São elas: a invenção da escrita, do papel e da impressão.
1.2.1 INVENÇÕES
A escrita
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O desenvolvimento da escrita marcou o início das sociedades mais civilizadas, impondo uma
certa ordem e precisão na transmissão do conhecimento. Com a invenção da escrita emergia
um novo tipo de saber, mais complexo, mais refinado, criando também a necessidade de
organizar o conhecimento. Tal organização refletia-se inclusive no sistema de arquivo e
catalogação dos documentos para facilitar sua consulta e transmissão de informações. É
interessante notar neste fato, que as formas de organização social começam desde cedo a
serem regidas pelo desenvolvimento tecnológico. A escrita possibilitou o registro e
divulgação do saber, marcando uma fase de descobertas tecnológicas que influenciaram
diretamente o desenvolvimento da tecnologia educacional.
O papel e a impressão
Mas você sabe quem inventou o papel? Existem teóricos que identificam que esta foi uma
descoberta dos chineses, aproximadamente dois mil anos aC. Porém, é aproximadamente no
ano de 750 dC que o papel faz sua primeira aparição na Europa, introduzido pelos Árabes.
Por volta do século XI (dC), a primeira usina de papel é estabelecida na Espanha. Antes da
difusão do papel, as inscrições eram realizadas principalmente em pedras ou outros
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A invenção do papel, mais leve e mais barata, permitiu finalmente que a escrita pudesse ser
difundida mais rapidamente. A leitura e o acesso ao conhecimento se transformam, e pela
primeira vez se tornam acessíveis às classes menos favorecidas economicamente.
Reflita
Você conhece ou identifica outras invenções que, tal como o papel, a escrita, e a impressão
possam ser relembrados devido a sua importância para a história da tecnologia educacional?
Partilhe-a conosco no ambiente deste curso.
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O sistema escolar romano foi tomando outras formas com o passar dos anos. A visão de
homem foi sendo modificada e o sistema de ensino, conseqüentemente, se adaptado às
novas realidades de cada época. Para compreender como se deu a evolução da tecnologia, e
compreender, posteriormente, as raízes das diferentes teorias de aprendizagem, veja um
pouco sobre sua fundamentação filosófica.
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1.4.1 RACIONALISMO
A palavra racionalismo deriva do latim ratio, que significa razão. Descartes (1596-1650),
Espinosa (1632-1677) e Leibniz (1646-1716) são os principais responsáveis pela introdução
do racionalismo na filosofia moderna. Este modelo, como o próprio nome indica, procura
explicar o nosso conhecimento como resultado exclusivo da atividade da razão humana,
capaz de produzir, por si própria, conceitos e representações. Em outras palavras,
afirmavam que tudo que existe tem uma causa inteligível, mesmo que não possa ser
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Na passagem do século XVIII para o XIX, o filósofo alemão Emmanuel Kant (1724-1804) revê
essa tendência de associar o pensamento à análise pura e simples e inaugura o neo-
racionalismo. A nova doutrina aceita os conceitos sustentados pela razão, mas identifica a
necessidade de relacioná-los aos dados da experiência, ou da razão prática, como forma de
ampliar o conhecimento.
O racionalismo dos séculos XVII e XVIII influenciou a religião e a ética até hoje, e inclusive a
educação. Está presente nas várias seitas do protestantismo, que dispensam a necessidade
da autoridade e da revelação religiosa em virtude dos princípios da existência a priori de
Deus. Influencia também a conduta moral que atribui à razão e aos princípios inatos de
bondade, entre outros, a capacidade humana de se bem conduzir.
1.4.2 EMPIRISMO
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Aquilo que vem antes de algo
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O termo empirismo tem sua origem no grego empeiria, que significa “experiência” sensorial.
Em outras palavras o empirismo enfatizou os papéis da percepção sensorial e da
aprendizagem no desenvolvimento da mente. Nessa linha de pensamento, essa corrente
opõe-se à tese racionalista afirmando que a única fonte do conhecimento humano é a
experiência.
Por volta de 1615, o progresso da ciência e das matemáticas pôde graças ao trabalho de
Francis Bacon e das novas invenções, serem cientificamente planejados. O termo tecnologia
passou a ser introduzido no léxico da Europa Ocidental durante aquele ano. Os enunciados
de Bacon, suas idéias sobre o método científico fundado na observação e experimentação,
se assemelham muito aos procedimentos adotados pela tecnologia educacional.
Jan Amos Komensky (Comenius), aplicou à educação os princípios filosóficos de Bacon. Ele
acreditava que os objetos da educação pudessem ser baseados na razão, dedutíveis da
filosofia cristã. No entanto, ele percebia como os métodos pedagógicos podiam ser objetos
de análise e de melhoramento a partir dos princípios de processo indutivo da ciência.
Stolovitch (1983) identifica alguns exemplos das idéias de Comenius na qual a tecnologia
educacional se fundamenta.
3. Todo objeto de estudo ensinado deve poder ser aplicado às situações concretas da
vida e suscitar o interesse dos alunos.
4. A matéria ensinada deve levar em conta os níveis de dificuldades dela mesma. O
processo de instrução deve seguir do mais simples ao mais complexo e adotar uma
metodologia indutiva.
5. Uma série graduada de manuais, bem como de materiais ilustrados devem
acompanhar o processo de instrução.
6. A ordem seqüencial é importante. Comenius acreditava que é irracional ensinar uma
língua estrangeira a uma pessoa que não domina sua própria língua materna.
7. Os princípios gerais devem ser objetos de uma explicação e serem apoiados por
exemplos, antes do ensinamento de uma regra. Segundo ele, é preciso compreender
para em seguida memorizar.
8. A escrita e a leitura devem ser ensinadas constantemente. É conveniente ligá-las o
mais possível com as matérias ensinadas.
9. A aprendizagem se faz através dos sentidos, é necessário associar palavras, objetos e
coisas a estudar.
10. O professor deve apresentar o conteúdo, primeiramente de maneira oral, depois se
servir de ilustrações cada vez que isto for possível.
11. Todas as partes de um objeto (ou de uma matéria) devem ser aprendidas em
referência a sua ordem, sua posição, e sua relação com as outras. É conveniente não
ensinar mais do que uma coisa de cada vez. (Comenius sugere sublinhar as grandes
linhas de todos os textos a estudar e de as reproduzir nas paredes das classes a fim
de permitir que o estudante tenha uma visão de conjunto da matéria estudada).
12. As escolas deveriam ser alegres, equipadas de um material pedagógico concreto e de
ilustrações, confiadas à professores simpáticos. (No sistema proposto por Comenius
um professor pode ensinar centenas de alunos cada vez: após uma exposição geral
da matéria ele sugere dividir os alunos em grupo de 10 sujeitos para realizar os
exercícios, e monitora-os por meio dos líderes de cada grupo).
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desses princípios, mesmo que tenham sido formulados há vários anos atrás, ainda
continuam presentes na maioria das salas de aula. Você concorda com eles? Quais seriam
suas críticas a este sistema de aprendizagem? Como a inserção da tecnologia poderia
“desconstruir” ou reforçar as idéias preconizadas por Comenius? Para bem responder esta
questão é importante que você conheça a dicotomia entre o Racionalismo e o Empirismo.
Indicou-se por muitas vezes que para os empiristas modernos a mente é como que uma
espécie de receptáculo no qual se gravam as “impressões” do mundo externo. Quando
filosofias de grandes empiristas ingleses são comparadas entre si, verificamos que isto é uma
simplificação excessiva. Entretanto, há algo comum a todos esses pensadores, que é a
tendência de proporcionar uma explicação genética do conhecimento e a usar termos como
“sensação”, “impressão”, “idéia”, etc.. De um modo geral, o empirismo defende que todas
as nossas idéias são provenientes de nossas percepções sensoriais (visão, audição, tato,
paladar, olfato). Em outras palavras, ditas por Locke: nada vem à mente sem ter passado
pelos sentidos.
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Bem, se a mente é um papel em branco quando nascemos, seria natural então perguntar de
onde provém o vasto conjunto de idéias que existe na mente humana? A isso, Locke
responde com uma só palavra: da experiência, que resulta da observação dos dados
sensoriais. Todo nosso conhecimento está nela fundado. Empregada tanto nos objetos
sensíveis externos como nas operações internas de nossas mentes, que são por nós
percebidas e refletidas, nossa observação supre nossos entendimentos com todos os
materiais do pensamento. Assim, toda idéia é uma cópia de alguma impressão. Essa cópia
possui diferentes graus de fidelidade. Para ele, toda a realidade deve reduzir-se às relações
com que se unem entre si as impressões e as idéias.
Você concorda que “enquadrar” vários autores dentro de uma mesma corrente de
pensamento pode nos levar ao reducionismo e interpretação inadequada de suas teorias,
sobretudo quando procuramos encaixá-los numa mesma corrente de pensamento? Mas
para o exercício didático, podemos afirmar que, de modo geral, o Empirismo, em sua forma
radical, afirma que tudo o que está em nossa razão, entrou nela por meio dos sentidos. Isto
significa que tendiam a considerar a percepção sensorial como um processo um tanto
passivo de recepção de estímulos ambientais, um processo no qual se tem pequeno controle
sobre o que se vê, ouve, cheira ou saboreia. Acreditava-se que a percepção dos sentidos
começa com a estimulação do ambiente. Os órgãos dos sentidos recebem essa estimulação
e o processo fisiológico despertado é transmitido pelos nervos ao cérebro. O resultado final
é a percepção consciente dos objetos vistos ou ouvidos. Essa percepção consciente constitui
a base do conhecimento humano. Aquilo que percebemos era considerado como uma
conseqüência um tanto direta, se não uma cópia, da natureza da estimulação a que foram
submetidos nossos olhos, ouvidos ou outros órgãos dos sentidos.
No século XVIII, o escocês David Hume (1711-1776) leva mais longe o empirismo ao negar a
validade universal do princípio de causalidade, uma vez que não pode ser observado. O que
se observa é a seqüência temporal de eventos, e não sua conexão causal. Para o empirismo
contemporâneo, também chamado de positivismo lógico, representado pelo austríaco
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Uma das principais críticas que se fez à corrente de pensamento empirista é a de que eles
deixaram de considerar que o próprio observador determina, em grande parte, aquilo que
se torna ciente ou a maneira de interpretar o que vê e ouve, além de que o fenômeno da
percepção é individual e muda de pessoa para pessoa. Um mesmo objeto pode ser
percebido de forma diferente por diferentes pessoas. Vejamos então alguns dos principais
contrapontos entre essas duas correntes de pensamento.
Enquanto o racionalismo afirma que a razão pura (a razão sem influência dos sentidos
empíricos) é a maior (ou única) fonte do conhecimento, o empirismo, pelo contrário, afirma
que todo nosso conhecimento é adquirido pelos sentidos empíricos (visão, audição, tato,
etc.)
De modo geral, o pensamento racionalista atribui à mente um papel muito mais significativo
do que o empirista. O problema central para o racionalista não era o que estava na mente,
mas o que a mente fazia. Afirmavam que as atividades principais da mente são: perceber,
recordar, raciocinar e desejar. Para realizar estas funções acreditava-se que a mente tivesse
“faculdades” especiais, denominada “faculdades mentais”.
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Ao se falar nos sentidos clássicos (audição, visão, olfato, tato e padalar), não se pode descartar
que a medicina moderna já se falam em 7 sentidos, ou seja, dois além dos cinco fundamentais, a
saber: o sentido da gravidade (o ser humano sabe, de olho fechado, onde fica "em cima" e "em
baixo") e o sentido da posição das articulações (o ser humano sabe onde estão seus membros
independente de vê-los, por simples sensação interna).
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Tecnologias, Educação e Aprendizagem
Os racionalistas opunham-se a maioria das idéias empiristas. Não davam ênfase ao papel da
percepção sensorial como a principal fonte de idéias e conhecimento, e afirmavam que a
mente humana tem a capacidade inata de gerar idéias independentemente da estimulação
ambiental. A percepção era encarada como um processo seletivo, no qual o observador
decide, de antemão, o que deseja olhar, ouvir, sentir. Nessa linha de pensamento, a
informação recebida pela mente, através dos órgãos dos sentidos, também é suscetível de
interpretação individual pelo observador.
Na aula 2 você poderá estudar e comparar as principais diferenças entre algumas das
abordagens citadas nesta figura.
Correntes Pedagógicas
C C C
LockeHume
C
Aporte Interacionista
Aporte Empirista Aporte Racionalista C
Descartes
C
C C C
C C
Aprendizagem Sócio
Behaviorismo
Social Interacionismo
Cognitivistas Humanistas
C C C
C C
C C
Brandura
Vygostky
Pavlov
C Teoria do
Dewey
Wallon
Informaçao
Ryan
Skinner
C C C
Powelson
C
Piaget
R.
Kohler
Bruner
Gagné
Wertheimer
Atkinson
Koffka
Shiffrin
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Tecnologias, Educação e Aprendizagem
RESUMO
Você pode compreender que o significado da palavra tecnologia está associado à técnica e
implica num saber fazer, ou seja, numa linha de raciocínio que caminha desde a idéia do
produto, da matéria-prima e das ferramentas até sua fase final, a produção.
Você viu nesta aula, de forma muito breve, os principais pressupostos e princípios que estão
na raiz da tecnologia educacional, isto é, dos meios de ensino e de aprendizagem. Você viu
também a contribuição de pensadores, idéias ou descobertas tecnológicas importantes que
alimentam ainda hoje o desenvolvimento da tecnologia aplicada à educação, evidenciando,
de forma geral, um quadro que identifica os principais teóricos da aprendizagem,
categorizados segundo a raiz filosófica de origem das suas teorias. Na aula seguinte vou
abordar certos pressupostos teóricos no que concerne à Psicologia da Aprendizagem,
preparando-lhe o terreno para que você possa compreender a aplicação das mídias didáticas
com o embasamento teórico necessário de suporte a sua prática pedagógica.
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Tecnologias, Educação e Aprendizagem
Aprendizagem pode ser vista como um processo ativo e construtivo através do qual o
aprendiz manipula estrategicamente os recursos cognitivos disponíveis de maneira a criar
novos conhecimentos, extraindo informações do ambiente e integrando-as na sua
estrutura informacional já presente na sua memória (KOZMAN, APUD LEBRUN, 2002).
O ensino pode ser visto como a ação de dispor a um estudante a ocasião para que ele possa
aprender. Ele é um processo interativo e uma atividade intencional. Os objetivos podem ser
de ganhar conhecimentos, aprofundar a compreensão, desenvolver competências em
resolução de problemas ou ainda, proporcionar mudanças na percepção, nas atitudes, nos
valores e no comportamento. (LEBRUN, 2002).
Estas duas definições são fortemente voltadas para o fato de que quem dirige a
aprendizagem é o próprio aluno, que ao construir seus conhecimentos se constrói a ele
mesmo e que ao se construir, adquire conhecimentos. Essa visão, como você verá mais
adiante, é característica de uma perspectiva construtivista da aprendizagem. Outras
correntes pedagógicas apresentariam definições diferentes deste, e é isso que você estudará
em seguida, analisando brevemente três grandes correntes de pensamento, o behaviorismo,
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Tecnologias, Educação e Aprendizagem
2.1 BEHAVIORISMO
George Lewis traz uma contribuição pessoal à metodologia científica de Darwin, uma teoria
estruturada do comportamento fundada na observação do comportamento humano. Ele
enunciou que o homem é um sistema que influencia e transforma, não somente o ambiente
natural, mas a história e a sociedade. A inteligência humana, segundo Lewis, não é um trato
biológico inato, mas se constitui da soma integral de nossas experiências diversas.
O Behaviorismo, que você viu na aula 01 como fruto do empirismo, explica a aprendizagem
como um sistema de respostas comportamentais a estímulos físicos. Nesse sentido, a
educação baseada no paradigma behaviorista está interessada no efeito do reforço, da
prática e da motivação externa sobre uma rede de associações e comportamentos
aprendidos. Nessa perspectiva, o comportamento humano é o eixo que move a
aprendizagem, que é resultante de determinados estímulos provenientes do meio externo.
B.F. Skinner é o principal teórico da corrente behaviorista. Para este autor, a aprendizagem
pode ser definida como uma troca observável e permanente de comportamentos e o ensino
depende de contingências de reforço que permitem acelerar a aprendizagem (GAONAC’H &
GOLDER, 1995).
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Presente na teoria do autor, a noção de reforço é talvez sua mais potente formulação
teórica. Os processos de reforço são aqueles em que certos tipos de respostas aumentam as
probabilidades delas ocorrem novamente no futuro. Para Skinner o reforço pode ser
negativo quando também aumenta a probabilidade de aparição de uma resposta, mas que
ocorre pela retirada de consequências. Em outras palavras, se uma resposta tem como
efeito o desaparecimento de uma consequência aversiva, sua frequêcia aumenta. Assim, as
pessoas aprendem que há comportamentos que devem evitar ou escapar deles. O princípio
do reforço pode ser relacionado com a tendência que temos de produzir ações benéficas e
gratificantes, evitando ações prejudiciais a nossa espécie.
A teoria de Skinner avança para formulações muito mais complexas, mas que não são objeto
de discussão desta aula. O importante no estudo desse autor, no âmbieto deste curso, é a
contribuição que ele nos traz para o contexto das práticas pedagógicas. Por muitos e muitos
anos os princípios behaviorista foram aplicados à educação, e continuam sendo aplicados
até hoje. Porém, apresento-lhe na seqüência, as principais críticas tecidas sobre essa
corrente de pensamento, sobretudo a formulação de teorias cognitivistas que se
contrapõem ao Behaviorismo.
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Tecnologias, Educação e Aprendizagem
O Professor Behaviorista
O educadores que usam os pressupostos behavioristas entendem que a educação pode ser
um processo programado, onde se define objetivos e se verfica se eles foram atingidos ou
não. Nessa perspectiva, pré-planejam um currículo escolar, onde os conteúdos são vistos
como um corpo finito de conhecimentos predeterminados, que são minuciosamente
divididos numa ordem lógica e seqüencial variando da mais simples à mais complexa.
De acordo com os princípios behavioristas, um bom professor é aquele que prepara e realiza
contingências eficientes de reforço seletivo e deliberado, cujo efeito é mudar as respostas
existentes no repertório do aprendiz. A corrente behaviorista sugere que os professores
utilizem a instrução programada como ambiente de ensino, ou seja, onde o aluno deve
aprender uma série de etapas, desenhadas para alcançar certos objetivos, todos conduzidos
pelo professor. Desta forma, cabe ao aluno apenas observar, escutar as explicações do
professor, ou até envolver-se em experiências, atividades, ou sessões práticas, cujo retorno
resultará em aprendizagem. Ademais, os alunos são vistos como agentes que necessitam de
motivação externa e de reforço, que pode variar entre o positivo e o negativo.
Embora tenham sido tecidas inúmeras críticas ao behaviorismo, a teoria de Skinner deve ser
entendida em um nível mais profundo, pois a teoria psicológica sobre a aprendizagem que
ele defende dá um lugar primordial à ação. De fato, o condicionamento operante no qual se
inspira o Ensino Programado Skineriano, parte do comportamento do sujeito e reforça
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sistematicamente aquele desejado. Desta forma, para que haja aprendizagem, todas as
atividades do sujeito devem ser consideradas. (LA TAILLE, 1990).
Em resumo, a teoria behaviorista oferece razões para crer que o material de aprendizagem
pode ser separado em componentes menores. Nesta forma, pode-se ensinar a um estudante
que domine toda a matéria, reforçando ou não suas respostas em etapas sucessivas, sejam
elas corretas ou incorretas.
Os resultados práticos da aplicação deste modelo à aprendizagem, reforça Galvis (1992), são
que:
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Pode-se concluir então, que uma das vantagens dos materiais de ensino programado,
segundo a abordagem behaviorista, é a de que esta corrente se encarrega de proporcionar
aos estudantes a informação básica sobre um dado tema, liberando o professor para criar
novas estratégias instrucionais, complementar o ensino com outros materiais e enriquecer
as experiências dos alunos.
A abordagem behaviorista foi e continua sendo ainda muito criticada, sobretuto por
educadores contemporâneos, que embasam suas práticas em abordagens cognitivistas.
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Também faz parte do estudo das teorias cognitivas os aportes da psicologia evolutiva,
famosa por seus estudos relacionados com o desenvolvimento infantil e por sua
contribuição do tipo experimental, conjectural e por descobrimento, nomeadamente os
estudos de Jean Piaget e o Construtivismo .
2. 4 O Construtivismo
Como base teórica, o Construtivismo fundamenta-se, entre outros autores, nas teorias de
Jean Piaget, um biólogo suíço, cujo estudo era centrado no desenvolvimento das habilidades
do pensamento e do tratamento da razão no cérebro humano. Sua maior contribuição é
uma visão dinâmica da apropriação de conhecimentos pelo sujeito. Este dinamismo é
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Para Piaget, a idéia é que o homem não nasce inteligente, ou seja, esta faculdade mental
não é algo que o indivíduo traz consigo ao nascer, mas é fortemente influenciada pelo meio
em que vive. Porém, segundo os construtivistas, o indivíduo também não é passivo sob a
influência do meio, isto é, ele responde aos estímulos externos agindo sobre eles para
construir e organizar o seu próprio conhecimento, de forma cada vez mais elaborada.
Já que o conhecimento não é algo dado, mas sim que construímos por meio de nossas
experiências e interação com o meio, como vamos construindo nosso corpo de
conhecimentos e elaborando novas estruturas mentais? Do ponto de vista do
construtivismo, estes são processos por que passam os indivíduos, caracterizados pelos
diferentes estágios cognitivos citados, e que se relacionam com o desenvolvimento da
inteligência humana e de como os indivíduos se tornam autônomos.
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Tecnologias, Educação e Aprendizagem
Em suma, o Construtivismo tem como base filosófica que construímos nossa realidade com
base na experiência que vamos adquirindo no mundo. Trata-se da idéia de que o que
chamamos de conhecimento não têm, e não pode ter, o propósito de produzir
representações de uma realidade independente, mas antes uma função adaptativa, e que é
esta adaptação ao mundo das coisas a principal responsável pelo desenvolvimento de nossa
inteligência (MORETTO, 1999).
Para Bruner a aprendizagem, que deve ser sempre capaz de nos levar adiante, está na
dependência de como se domina a estrutura da matéria estudada, isto é, a natureza geral do
fenômeno; as idéias mais gerais, elementares e essenciais. É necessário ainda o
desenvolvimento de uma atitude de investigação. Quanto à atitude de investigação, Bruner
sugere que se utilize o método da descoberta como método básico do trabalho educacional.
O aprendiz tem plenas condições de percorrer o caminho da descoberta, investigando,
fazendo perguntas, experimentando e descobrindo. O ensino, para este autor, deve estar
voltado para a compreensão. Compreensão das relações entre os fatos e entre as idéias,
única forma de se garantir a transferência do conteúdo aprendido para novas situações. Este
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princípio geral norteia a proposta de Bruner até no que diz respeito ao trabalho com o erro
do aprendiz.
O Professor Construtivista
Conhecer é sempre uma ação que demanda esquemas de assimilação e acomodação, num
processo constante de reorganização, que é fruto da atividade daquele que interage com o
mundo. Nesse sentido, uma ação docente construtivista pautar-se-á nas condições
concretas do aluno, no conhecimento dos períodos de seu desenvolvimento em relação aos
esquemas de elaboração mental, no respeito a sua individualidade dentro do contexto
grupal em que está inserido. Com este referencial as atividades serão apresentadas em
diferentes níveis de desempenho, serão desafiadoras, pois devem estimular a procura, a
busca constante e a elaboração de respostas múltiplas.
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conhecimento, podemos dizer que ele constrói o seu "saber". Se o professor possuir a
consciência desse referencial pedagógico e permitir que este norteie o "seu fazer", estará
adquirindo uma nova postura, que garantirá o aparecimento também de um novo tipo de
aluno: conhecedor de sua realidade, criativo mais crítico e participativo.
Para Woolfolk (2000), as práticas construtivistas que podem ser incorporadas às aulas são as
seguintes. Encorajar e aceitar a autonomia e iniciativa do aluno; utilizar dados brutos e
fontes primárias, juntamente com materiais manipulativos, interativos e físicos; estruturar
objetivos educacionais contemplando terminologias como: classificar, analisar, prever, criar;
permitir que as respostas do aluno dirijam as lições, mudem estratégias de ensino e alterem
conteúdo; indagar sobre as interpretações de conceitos dos alunos antes de compartilhar
suas próprias interpretações daquele conceito; encorajar os alunos a se envolverem em
diálogos, entre si e com o professor; encorajar a indagação do aluno, fazendo perguntas
reflexivas, sem respostas fixas, encorajando os alunos a fazerem perguntas uns aos outros;
envolver os alunos em experiências que poderiam gerar contradições em suas hipóteses
iniciais, e então encorajar a discussão; dar um tempo de espera após se fazer uma pergunta;
dar tempo aos alunos para descobrirem relações e criarem metáforas;
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O sócio-interacionismo passou a ser conhecido a partir dos estudos de Vygotsky, que foram
amplamente divulgados por Luria e Leontiev, a chamada Psicologia Soviética, produzida após
a Revolução Soviética de 1917.
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contrário, defende o papel ativo desse sujeito, numa relação dinâmica, de forma que sua
ação sobre o meio modifica este meio. Atuando sobre a realidade, o homem também se
modifica, já que a relação se configura dialogicamente Este pressuposto deixa nítida as bases
epistemológicas de Vygotsky. Sua opção se dá pelo materialismo histórico 3de Marx e Engels,
e parte do conceito de trabalho elaborado por estes, para descrever esta relação dialética
sujeito-meio.( CAMARGO , 1997).
o que se vê
o que se o que se
produz sente
o que se o que se
pensa ouve
o que se
expressa
3
Materialismo histórico, ou dialático: é reconhecido como sendo a parte do materialismo mais mecanicista, por vezes, é chamado de
PARTE FILOSÓFICA do materialismo. Por essa razão, o marxismo o define como sendo uma visão comunista do mundo, isto é, uma
espécie de filosofia natural que generaliza as descobertas das ciências específicas, entre as quais está a ciência social.
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Com a figura é possível perceber o que permeia as relações sociais, são os fatores históricos
e culturais produzidos pelo próprio ser humano. Deste ponto de vista, as relações sociais
influenciam e são influenciadas por ele mesmo, ou seja, sendo ele capaz de alterar seu meio
ou ser alterado por ele.
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indivíduos interagindo com o meio. Assim, podemos dizer que o meio é natural e
socialmente constituído pela cultura.
Isto significa dizer que as funções psicológicas superiores não são inatas, mas sim formadas a
partir da relação que o indivíduo estabelece com o mundo, sendo a linguagem fundamental
na constituição do sujeito, uma vez que é por meio dela que estabelecemos as relações
sociais. Esta é uma das mais importantes concepções que Vygostsky trás na formulação de
sua teoria.
A corrente sócio-interacionista, cuja ênfase foi atribuída à Vygotsky, inclui também outro
autor : Henri Wallon, um teórico francês que defende que a gênese da inteligência é
genética e organicamente social, ou seja, "o ser humano é organicamente social e sua
estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura para se atualizar". A abordagem de
Wallon postula que existem estágios no desenvolvimento cognitivo e que a passagem dos
estágios de desenvolvimento não se dá linearmente, por ampliação, mas por reformulação,
instalando-se no momento da passagem de uma etapa à outra, crises que afetam a conduta
da pessoa. Assim, o ritmo ao qual se sucedem as etapas do desenvolvimento é descontínuo,
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Piaget Vygotsky
Diálogo com os objetos e descoberta por experiência Interaçao social e relação de ajuda.
pessoal.
Concepção biológica de aprendizagem (individual → Concepção social da aprendizagem
social) (social → Individual)
Aprendizagem por descentralização progressiva. Aprendizagem por interiorização da ação.
O desenvolvimento é a condição para a A aprendizagem permite o desenvolvimento em
aprendizagem. relação a zona de desenvolvimento proximal (ZDP).
Evolução da estrutura cognitiva por desequilibração. Passagem do interpsíquico ao intrapsíquico.
Cetisismo sobre a pedagogia “cada vez que Importância da mediatização “se a criança dá um
explicamos a criança, a impedimos de inventar”. passo na aprendizagem, ela avança dois passos no
seu desenvolvimento.
Papel do adulto: propor um meio rico e favorável ao Papel do adulto: solicitar do aluno atividades situadas
conflito cognitivo. na sua zona de desenvolvimento proximal e colaborar
com ele.
Analisar os erros e propor recomendações Construir dispositivos pedagógicos estimulantes.
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O professor Sócio-Interacionista
Para uma compreensão adequada desta relação, deve-se considerar não apenas o nível de
desenvolvimento real da criança - que se acostuma determinar através da solução
independente de problemas, mas também, seu nível de desenvolvimento potencial, isto é, a
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É neste sentido que a figura do professor passa a ser entendida como mediadora do
processo de ensino e aprendizagem, ou seja, aquele que tem a função de possibilitar ao
aluno o acesso ao conhecimento, mediado pelas relações humanas, ou seja, social e cultural.
A mediação se dá quando o professor tem que trabalhar contando com o desenvolvimento
que ainda não se completou e que, por isso, depende do papel de mediador, para que
ocorra a aprendizagem, permitindo que o indivíduo trabalhe além do nível de
desenvolvimento real, mobilizando a sua zona de desenvolvimento proximal (potencial),
mediante experiências pedagógicas que o ajudem a não só construir seu conhecimento, mas
desenvolver-se cognitivamente.
A educação, nesse sentido, passa a ser compreendida como o conjunto dos esforços que a
sociedade realiza para levar o indivíduo a se apropriar das características de sua cultura,
sendo que essa apropriação é fator determinante no desenvolvimento humano. Assim
conceituada, a educação vai requerer um processo pedagógico que fuja aos padrões de
rigidez formal do ensino, como vínhamos experienciando com a abordagem behaviorista na
educação. Nesse contexto, o professor teria um papel fundamental, entendendo que aquele
que sabe faz junto com o que não sabe, mostrando, explicando, propondo indagações,
incitando ao raciocínio, à investigação, de forma que, paulatinamente, o aluno vá adquirindo
uma autonomia prático-teórica em relação àquele que sabe, ou seja, até que consiga realizar
todo o processo sozinho.
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RESUMO
Nesta aula você pode entrar em contato com algumas das principais teorias da
aprendizagem humana. Eu touxe a discussão para o plano teórico, de forma que você possa
ter subsídios para planejar sua ação docente e planejar o uso de diferentes tecnologias no
contexto educacional. Mesmo a simples utilização de um vídeo didático em aula deve ser
pautada por objetivos pedagógicos bem definidos, embasados em aportes teóricos que
possam propiciar o crescimento do aluno em termos de aprendizagem. Cabe ao
professor/orientador saber escolher e delimitar este campo de atuação, tendo consciência
do seu fazer pedagógico.
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