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INSTITUTO W’ILL EDUCACIONAL

2º LICENCIATURA
DISCIPLINA: TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
PLANO DE ENSINO

INSTITUTO W’ILL EDUCACIONAL


DEPARTAMENTO: LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
DISCIPLINA: TECNOLOGIA EDUCACIONAIS
CARGA HORÁRIA: 40H

1. EMENTA
Tecnologia e tecnociência. A era da informação e do conhecimento. A evolução dos meios de
comunicação. Cibercultura. Os impactos das Tecnologias da Informação e Comunicação na
Educação. NTIC e a formação docente. Ambientes Virtuais de Aprendizagem. E-Learning,
Blended learning, Mobile learning. Comunidades de aprendizagem e comunidades de prática.

PROFESSOR RESPONSÁVEL: Profº. Ms. Willian Amorim


TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

Unidade I
1 INTRODUÇÃO AO USO DA TECNOLOGIA NAS ESCOLAS

Que fique claro que não quero dizer que o uso de tecnologias
mais avançadas melhore o conteúdo de um texto.

Carlos Drummond de Andrade

Neste capítulo, vamos tratar sobre a força que a tecnologia tem exercido em
nossas vidas. Indiretamente, ela tem chegado e se integrado em nosso dia a dia, e
nem percebemos que isso está acontecendo. Como na charge abaixo, nos tornamos
tão dependentes dela que, às vezes, não conseguimos nem mesmo realizar tarefas
rotineiras, como armazenar ou anotar um simples telefone em um papel.

Isso é automático, e já deve ter ocorrido com você, não é mesmo? Faça o teste: você sabe
de cor todos os telefones que estão na sua agenda? Certamente não, um bom exemplo disso
é que, quando preciso falar com minha sogra, que coisa, nunca me lembro do número do
telefone dela; mas basta localizar o nome no celular e pronto, estarei falando com ela!

O mundo é da
tecnologia... É verdade...
Celulares, e-mail, então anota aí Xiii!
cartão eletrônico, meu número e Acabou a
carros... Tudo é meu e-mail! bateria!
tecnológico...

Figura 1 – Tecnologia é do mundo

Na verdade, isso ocorre naturalmente com você, e também com os alunos, que tem mais
facilidade no uso desses recursos. Assim, nasce naturalmente que a tecnologia já está presente
na vida dos alunos, facilitando o ensino e o aprendizado com a utilização dos seus recursos.

Também estaremos apresentando um percurso histórico da tecnologia no Brasil, seu


envolvimento com a educação e os principais marcos relatados ao longo do envolvimento.

O Dicionário Houaiss (2001) explica o que é a tecnologia:

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Unidade I

Tecnologia: teoria geral e/ou estudo sistemático sobre técnicas, processos, métodos,
meios e instrumentos de um ou mais ofícios ou domínios da atividade humana. A
origem da palavra tecnologia, na sua etimologia, está na palavra grega tekhnología,
que significa: “tratado ou dissertação sobre uma arte, exposição das regras de uma
arte”, pois é formada a partir do radical grego tekhno, que vem de tékhné, que
significa: “arte, artesania, indústria, ciência”, e do radical grego – logía, que vem de
logos, que significa: “linguagem, proposição”.

Lembrete

A Tecnologia
O papel do professor diante da tecnologia é estar devidamente capacitado e
promover o uso da ferramenta como apoio pedagógico; dessa forma, uma série
de fatores pode contribuir para seu uso e a melhoria da educação no País.

1.1 A sociedade da tecnologia

A sociedade se inova a cada dia, desde as formas de organizar-se, de produzir


bens, de comercializá-los, de se divertir, de ensinar e de aprender.

Desde a década de 1990, com a utilização em grande escala dos microcomputadores, passamos por
uma verdadeira revolução tecnológica. Os desafios impostos pela rápida evolução dessas novas
tecnologias e sua inserção em todos os ramos da atividade humana somam-se às contradições sociais.

Muitas escolas acreditam que modernização é simplesmente adotar equipamentos de informática,


programas e professores para ministrar cursos de treinamento de uso de ferramentas aos seus alunos,
esquecendo o lado pedagógico. É preciso entender que a nova prática pedagógica deve preparar as
pessoas para aprender a usar a tecnologia como ferramenta de apoio pedagógico e não material final.

Você já deve ter escutado que a sociedade está se construindo através da tecnologia. Perguntamos: será?

Sabe-se que, historicamente, a tecnologia esteve presente na mídia em geral,


passando por fotos, telégrafos, telegrafia sem fio, telefones, telecomunicações,
gravação de sons, filmes, rádio, televisão, até os microcomputadores e softwares.

Não podemos nos esquecer também dos monitores de TV, das videoconferências, dos
vídeos interativos, dos treinamentos por meio de softwares e da distância, que, com softwares
específicos, tentava auxiliar e criar métodos de ensino via internet ou teleconferência.

Outra coisa interessante foram as unidades de armazenamento, antes os discos, CDs e DVDs, e
hoje estão migrando para os pen drivers. A resposta é: realmente a tecnologia tem-nos influenciado.

E o que a tecnologia tem a ver com o conceito pedagógico? As formas de se comunicar


estão mudando, e com elas as de ensinar, pois os recursos são melhores, assim o aspecto
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TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

tecnológico tem-nos auxiliado a adotar novas formas de ensinar mais práticas e


mais próximas da sociedade.

Por isso, a grande maioria das ações dos governos é direcionada à utilização de
tecnologias como fonte de apoio ao ensino-aprendizagem e como foco de inclusão
digital, daí vem a necessidade de envolver-se neste mundo novo.

1.2 O que é tecnologia?

Como citamos anteriormente, a tecnologia está presente em nosso dia a dia, em tudo que
fazemos, seja para se comunicar, alimentar, locomover, comprar e outras atividades rotineiras.
Você consegue identificá-la com maior facilidade nos computadores, nos equipamentos
eletrônicos e de comunicação, que têm invadido nossos lares e tomado parte de nossa vida.

O termo “tecnologia” refere-se a tudo que se inventou, tanto artefatos como métodos e técnicas,
para estender a capacidade física, sensorial, motora ou mental do homem, facilitando e simplificando o
seu trabalho, enriquecendo suas relações interpessoais, ou simplesmente lhe dando prazer.

Definindo tecnologia, sentimos a necessidade de entender o significado de “arte”: habilidade


ou disposição dirigida para a execução de uma finalidade prática ou teórica, realizada de forma
consciente, controlada e racional, ou definida como “conjunto de meios e procedimentos através
dos quais é possível a obtenção de finalidades práticas ou a produção de objetos; técnica”.

As técnicas são formas, jeitos ou habilidades especiais em lidar com cada tipo
de tecnologia, que encontramos ao executar nossas atividades cotidianas, lidando
com vários equipamentos, produtos e serviços originados da tecnologia.

Algumas dessas técnicas são simples e de fácil aprendizado, transmitidas de geração para
geração, e se incorporam aos costumes e hábitos sociais de um determinado grupo de pessoas.

Dessa linha, refletimos, a tecnologia está presente em nossas vidas, qual é o


papel da mesma em nível educacional? O computador pode ser a ferramenta que
substitua o professor? Veja a charge abaixo e reflita sobre a dificuldade do aluno.

Figura 2 – Tecnologia – lição de casa

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Unidade I

A tecnologia educacional é um pouco diferente da tecnologia, pois ela pode ou não ser
utilizada, fica a cargo dos professores e da coordenação pedagógica essa decisão. Diferente
da sociedade, que tem de se adequar às novas formas de viver, ela simplesmente colabora e
permite novos caminhos e soluções para sanar as deficiências de ensino.

A tecnologia não irá, em nenhum momento, substituir a figura do professor, como na


charge, o aluno pode ser o melhor em nível tecnológico, mas não condiz com seu português,
seu inglês ou suas formas de calcular. Em nível educacional, a tecnologia são ferramentas,
programas e técnicas que permitem que o aluno reflita e aprenda o que está sendo ensinado.

1.3 O profissional da educação e a tecnologia no Brasil

O governo federal instalou até 2010 cerca de 6,6 mil telecentros em 5,4 mil cidades brasileiras,
atingindo 98% dos municípios brasileiros, e em 2011 estará capacitando todos os monitores e professores
por meio de parceria entre o Ministério das Comunicações e da Educação. A previsão do governo federal
é que, até 2014, seja implantada uma rede com 100 mil telecentros. Esses telecentros serão
compostos por dez computadores, um servidor central, central de monitoramento com câmera
de vídeo, impressora a laser, projetor multimídia e todo mobiliário (cadeiras e mesas).

Com a ampliação do volume de serviços, da velocidade e da necessidade de se chegar à frente, os


recursos tecnológicos têm invadido nossas vidas em todos os ambientes. Governos e municípios estão
dando os primeiros passos informatizando as escolas, promovendo a primeira necessidade básica para se
trabalhar na educação, que são os conhecimentos mínimos necessários para a operação de micros.

Certamente a tecnologia invadirá todas as secretarias das escolas, tornando-se


um pré-requisito para contratações de futuros profissionais para a área.

No contexto pedagógico, ela vem se fundamentando através da inserção dos laboratórios, os


quais vêm sendo adquiridos em longa escala, inicialmente promovendo as preocupações das
adequações necessárias para o seu uso. Primeiro, eles são adquiridos, instalados, inaugurados e
depois se analisa como deverão ser utilizados, é o que vemos na grande maioria das escolas, que
possuem laboratórios maravilhosos, com recursos de mídia infinitos. Mas, infelizmente, não são
utilizados porque são proibidos, ou falta profissional capacitado para trabalhar.

Ao se pensar no laboratório, primeiro devemos levar em conta o professor, o


profissional que deve estar capacitado para utilizá-lo como recurso de apoio pedagógico.

Não podemos esquecer dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, que são as
referências para a educação infantil, ensinos fundamental e médio do país. O objetivo é
propiciar subsídios para elaboração do currículo, tendo em vista os projetos pedagógicos
que tenham relação com os locais de convivência dos alunos e da escola.

Em 2008, cerca de 38,7% das crianças entre 4 e 6 anos que eram portadoras de deficiência não
frequentavam a escola, aponta o IBGE. Nessa visão, o Ministério da Educação tem colocado ações
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TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

do Programa de Educação Inclusiva para estados e municípios brasileiros,


incluindo essas crianças na escola.

As ações de tecnologia disponibilizam sistemas de ensino, equipamentos mobiliários e


material pedagógico para implantação de sala de recursos para dar apoio à prática
pedagógica. Em paralelo, trabalha-se a formação contínua de professores em deficiência
mental, auditiva, visual, superdotação, altas habilidades e outras.

1.4 Os professores e a tecnologia

Recentemente foi divulgado que cerca de 1,7 milhão de jovens brasileiros entre 15 e 17 anos
está fora da sala de aula, devido à falta de estímulo para o estudo. A evasão está direcionada
ainda à falta de estímulos na visão dos alunos, que consideram as aulas monótonas e cansativas.

A tecnologia pode servir de apoio ao professor com as mídias, som, imagem,


filmes, pesquisas, promovendo a criatividade e o estímulo aos alunos.

Diante do avanço tecnológico, o professor não poderá ser apenas um técnico, mas um
profissional que desenvolve, implementa inovações, participando ativamente e criticamente do
processo, transformando-se em um agente dinâmico cultural, social e curricular que possa
tomar decisões educativas e elaborar projetos com os colegas controlado pelo coletivo.

Fazer parte da “sociedade moderna” implica lançar-se à razão instrumental e tecnológica,


que valoriza, antes de mais nada, apenas a razão como elemento explicador e transformador
do mundo. Se escolhermos apenas a razão, podemos cometer um grave erro, pois na maioria
das vezes pensamos em um único e exclusivo movimento de transmissão, que termina
quando a coisa que se transmite é recebida. Ensinar vai além disso, é necessário um
processo permanente de atualização e continuidade, o qual vai além do transmitir.

Ao ensinar, o professor proporciona aos alunos a mediação, o encontro com a realidade, e


articula novos saberes, transmitindo e ensinando simultaneamente a cada nova aula.

A arte de ensinar é complexa, mas pode se transformar em oportunidade para ampliar o


conhecimento de estudantes e educadores. Os alunos podem ser mais ou menos ativos
durante o processo de aprendizagem; alguns se interessam mais, outros ficam quietos e não
participam da proposta. Daí a necessidade de uma boa proposta construída
pedagogicamente que desperte oportunidades e possibilidades de união de trabalho coletivo.
Os dois devem desempenhar papéis de protagonistas dos próprios processos de
aprendizagem.

Uma das formas de colaboração para ampliar o conhecimento poderia vir da


realização de processos de aprendizagem com tecnologia, gerando uma melhoria nas
condições de acesso à informação, minimizando as restrições de tempo e de espaço e
permitindo agilizar a comunicação entre professores, alunos e instituições.

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Unidade I

A teoria e a prática de ensino apareceriam como elementos fundamentais para o trabalho do


docente, devendo ser entendidas como prática de contribuição ao desenvolvimento do trabalho no
ensino. Paralelamente, há muito se fala em desenvolver nos alunos a habilidade de “aprender a
aprender”, e que não se trata de um novo meio de ensinar, mas de propor que alunos e
professores passem a ter produção própria, desenvolvendo a criatividade e a inovação.

O “aprender a aprender” fundamenta-se na busca da autonomia de professores e alunos


impulsionados pelo ato de refletir e criticar as suas próprias experiências e delas extrair
conhecimentos. Nesse processo, o professor não existe para explicar a matéria, e sim para
mostrar quais são os caminhos e como dominar os temas propostos; mas para que isso ocorra o
aluno deve passar a ver o professor como um pesquisador, um motivador, o qual se tornaria um
parceiro na construção dos conhecimentos, acabando com o ponto de terminalidade na escola.

Devido à velocidade de renovação do saber e do fazer, baseados em tecnologia, a maior parte dos
conhecimentos adquiridos por uma pessoa no início de sua formação profissional será obsoleta ao
iniciar a carreira. A nova sociedade baseada na informação insere na educação o desafio de formar
continuamente indivíduos capazes de interagir com as tecnologias e apropriar-se delas.

Transformar a formação inicial em formação ao longo da vida seria o único


caminho para alcançar ou manter-se em condições de competitividade em nível
individual ou nacional, numa economia globalizada altamente tecnológica; assim, o
ensino a distância é o parceiro ideal para desenvolver essa tarefa.

1.5 Educação tradicional e educação com tecnologia

A tecnologia poderia auxiliar na melhoria da transmissão de informações, permitindo ao


aluno a interação, o desenvolvimento de atividades, a criação e o acompanhamento, diferente
do ritmo monótono e repetitivo das salas de aulas dos professores tradicionalistas.

Ao definir tradicionalista, deve-se ater à situação de uma classe de professores


que seguem os padrões em sala de aula que se identificam com ritmos monótonos e
repetitivos, associados ao perfil dos alunos que permanecem apenas acompanhando,
ouvindo, copiando e não interagindo com as solicitações do professor.

Um estudo desenvolvido em uma escola superior do estado de São Paulo analisou a


diferença entre a sala de aula tradicional e aquela com tecnologia, em especial quanto ao
uso da internet, visando descrever quais foram as mudanças que ocorreram nas formas
de aulas, antes e após a utilização dos recursos tecnológicos aplicados na escola.

O estudo concluiu, em um quadro comparativo, a situação do ensino tradicional


e com o uso das novas tecnologias:

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TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

Quadro 1 – As mudanças da tecnologia na educação tradicional

Na educação tradicional Com a nova tecnologia


O professor Um especialista Um facilitador
O aluno Um receptor passivo Um colaborador ativo
A ênfase educacional Memorização de fatos Pensamento crítico
O método de ensino Repetição Interação
O acesso ao conhecimento Limitado ao conteúdo Sem limites

Fonte: o Autor.

O quadro demonstra as mudanças ocorridas quando deixamos de utilizar o ensino do


modo tradicional e passamos ao ensino com tecnologia. Porém, deve-se levar em
consideração que tais mudanças não ocorrem imediatamente, sendo necessários inúmeros
fatores para utilizar corretamente a tecnologia como ferramenta de apoio pedagógico.

Para que ocorram essas mudanças, deveria ser levado em consideração o que
realmente a escola pretende com a utilização desses recursos, definindo-se qual é
o percurso didático a ser implementado e a metodologia a ser adotada.

Não há como falar de professores facilitadores quando os mesmos não detêm o


domínio da ferramenta que irão aplicar aos seus alunos; para tanto, eles precisam
estar devidamente capacitados e dotados de domínio sobre o recurso.

A essas mudanças adicionam-se outros elementos: o contexto da estrutura física,


da facilitação e colaboração do acesso aos laboratórios pela direção e coordenação e
de um projeto de utilização de informática coerente, que trataremos adiante.

Mesmo após essas mudanças, a possibilidade e a facilidade de estabelecer relações em questão de


segundos por intermédio das redes eletrônicas gera riscos de massificação e de homogeneidade, abrigando
“equívocos culturais”. Nesse sentido, cabe observar que algumas empresas de cunho tecnológico fornecem
programas ditos de “formações virtuais” que, ao serem aplicados nos microcomputadores, sem qualquer
acompanhamento pelos professores, visam à redução de custos, à certificação desleal e ao lucro,
transmitindo unicamente as informações sem preocupação com o conhecimento.

Vale ressaltar que é necessário criar possibilidades para que o aluno encaminhe sua
própria produção, construção e desenvolvimento. A esses atos, aplica-se constantemente
a vivência das salas de aula, através do professor e do aluno, numa situação de abertura
às curiosidades, às perguntas e às inibições, construindo o conhecimento.

Mas, para desenvolver a construção de conhecimentos, Moran (2000) adverte que precisamos nos
envolver nos processos de aprendizagem, que podem estar em cada coisa que fazemos, cada pessoa, ou
ideia que vemos, ouvimos, sentimos, tocamos, experimentamos, lemos, compartilhamos e sonhamos.
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Unidade I

Para tanto, é necessário colaborar para que professores e alunos, nas escolas e
organizações, transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem.

Deve-se levar em conta que apenas deter a tecnologia não é suficiente para
garantir a aquisição de conhecimentos. Não basta ter um laboratório de informática,
datashow, softwares ou internet de alta velocidade, é necessário construir esse
conhecimento. Essa construção necessita do envolvimento dos professores, que
analisam como utilizar a tecnologia no projeto pedagógico, determinando quais serão
as ferramentas e como utilizá-las em conjunto com seus alunos.

A construção de conhecimentos pode ser obtida por situações já vivenciadas, por


diversas experiências, pela simples leitura, pela escrita, por pesquisas individuais ou
coletivas, não importa; o importante é utilizar o recurso da melhor forma que facilite a
comunicação entre professor e aluno na construção dos conhecimentos.

Os recursos tecnológicos constituem um meio importante para a obtenção de informações,


sendo estas entendidas como matéria-prima para a elaboração do conhecimento.

Piaget já afirmava que todo conhecimento é uma construção, uma interação, que apresenta
um aspecto de elaboração do novo. Não existe conhecimento resultante do simples registro de
observações e informações, ou seja, não basta visualizar, é necessário construir, pensar e
desenvolver conceitos permanentemente. O conhecimento procede de ações que se generalizam
por aplicação a novos objetos, gerando um esquema, uma espécie de conceito prático.

Além disso, há uma percepção clara das diferenças e das especificidades dos saberes
e das práticas; não no sentido de afastá-los uns dos outros ou de isolá-los, e sim de
realizar um trabalho coletivo e interdisciplinar que vai além de juntar simplesmente as
matérias. Falar em um corpo docente, como um coletivo organizado, atuante, buscando
um ensino de boa qualidade, sinônimo de atuação competente dos docentes.

Observação

Principais mudanças no ensino com tecnologia


Utilizar a tecnologia na educação, unir professor e alunos, facilitando
e colaborando na construção coletiva do pensamento crítico, interagindo
sem limites e aprendendo coletivamente.

Há muito se fala das dificuldades socioeconômicas, conhecidas principalmente pela crise


que abrange o mundo globalizado neste momento, que vão desde os significados da vida
humana, das relações entre as pessoas, instituições, até as comunidades. Se efetivamente
se vive e vivemos em uma crise, é necessário lembrar que devemos considerar que a ideia
de crise aponta para duas perspectivas: a de perigo e a de oportunidade. Nesse sentido, não
podemos esperar os acontecimentos para buscar o novo.
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TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

As novas tecnologias podem enriquecer a mediação pedagógica e gerar oportunidades para a


mudança do paradigma educacional relacionado à aprendizagem. Mas é preciso lembrar que
somente informações acabam envelhecendo facilmente e que todo o conhecimento é provisório,
pois, em se tratando de educação, nada é permanente ou totalmente acabado. Não há como
ignorar a tecnologia, seu papel na sociedade ou o que se passa no mundo.

Descrição de tecnologia:

• As ferramentas e as máquinas que ajudam a resolver problemas;

• As técnicas, conhecimentos, métodos, materiais,


ferramentas e processos usados para resolver problemas ou
ao menos facilitar a solução dos mesmos;

• Um método ou processo de construção e trabalho (tal como a tecnologia


de manufatura, a tecnologia de infraestrutura ou a tecnologia espacial);

• A aplicação de recursos para a resolução de problemas;

• O termo tecnologia também pode ser usado para


descrever o nível de conhecimento científico, matemático e
técnico de uma determinada cultura;

• Na economia, a tecnologia é o estado atual de nosso conhecimento de


como combinar recursos para produzir produtos desejados (e nosso
conhecimento do que pode ser produzido) (WIKIPÉDIA, 2011).

1.6 UM POUCO DA HISTÓRIA DA TECNOLOGIA BRASILEIRA

A entrada da informática na educação, no Brasil, está ligada diretamente ao ingresso


dos microcomputadores, que ocorreu nos últimos trinta anos, principalmente no campo da
microeletrônica, acarretando inúmeras transformações. Essas transformações ocorreram
em vários setores econômicos, como indústrias, bancos e telecomunicações, que
passaram a ter como base de seu desenvolvimento a informática.

Os avanços tecnológicos educacionais começaram na década de 1970, com a caracterização


de dois pontos de vista: um restrito e outro amplo. O restrito estava limitado ao ensino dirigido
apenas à utilização dos recursos dos microcomputadores no aspecto físico, ou seja, dominar os
equipamentos; já o amplo se enquadrava em uma linha diferente, baseada no desenvolvimento e
na administração dos elementos sistêmicos, ou seja, na educação concebida como o sistema ou a
totalidade de subsistemas inter-relacionados, em que o papel da tecnologia é apenas colaborar,
fornecendo ferramentas para o auxílio do desenvolvimento de atividades na educação.

A seguir, seguem os principais investimentos em educação com tecnologia no país:


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Unidade I

• 1981 – Política de Informática Educativa (PEI), do governo federal, das


secretarias estaduais e municipais de educação e das universidades, a fim de
inserir o computador no processo ensino-aprendizagem.

• 1982 – Centro de Informática Educativa do MEC – CENIFOR, subordinado à


Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa, seu papel era assegurar a pesquisa, o
desenvolvimento, a aplicação e a generalização do uso da informática no processo
de ensino-aprendizagem em todos os níveis e modalidades.

• 1983 – Comissão Especial de Informática na Educação (CE/IE), que elaborou e


aprovou o projeto Educom – Educação com computadores, ficando a cargo da
FUNTEVÊ, apoiado financeiramente pela Secretaria Especial de Informática
(Seinf-MEC), pelo CNPq e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

• 1985 – I Plano Setorial: Educação e Informática, prevendo ações nos segmentos de


ensino e pesquisa relacionadas ao uso e aplicação da informática na educação.

• 1986 – Comitê Assessor de Informática na Educação de Primeiro e Segundo Graus –


CAIE/SEPS, aprovou-se o programa de ação imediata em informática na educação.

• 1988 – Realizou-se o III Concurso Nacional de Software Educacional Brasileiro, e a


Organização dos Estados Americanos (OEA) convidou o MEC-Brasil para avaliar o
programa de informática aplicada à educação básica do México. O resultado foi um
projeto multinacional de cooperação técnica e financeira integrado por sete países
(Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana e Venezuela),
com o objetivo de utilizar as redes telemáticas para a formação de professores,
investigadores, administradores escolares e membros da comunidade, para auxiliar a
implantação da informática na educação e a promoção de mudanças na escola pública.

• 1989 – Jornada de Trabalho Latino-Americano de Informática na Educação e Reunião


Técnica de Coordenação de Projetos em Informática na Educação; a Unicamp avançou
implantando o II Curso de Especialização em Informática na Educação – Projeto Formar
II. Outro fator importante foi que o Conselho Nacional de Informática e Automação
(CONIN) alterou a redação do II Plano Nacional de Informática e Automação,
introduzindo ações de informática na educação, implantando núcleos de informática em
educação nas instituições de ensino superior, secretarias de educação e escolas
técnicas, no sentido de criar ambientes informatizados para atendimento à clientela de
primeiro, segundo e terceiro graus, educação especial e ensino técnico, para o
desenvolvimento de pesquisa e formação de recursos humanos; instituiu-se o Proninfe
(Programa Nacional de Informática na Educação).

• 1991 – Aprovado o 1º Plano de Ação Integrada (Planinfe), para desenvolver nos anos
de 1991 a 1993 um plano de ação integrada com objetivos, metas e atividades para o
setor da informática educativa; criou-se o Comitê Assessor de Informática Educativa.
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TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

• 1996 – Foi criada a Secretaria de Educação a Distância – SEED, e também foi apresentado o
documento básico “Programa Informática na Educação”, tendo como função básica promover o
uso da informática como ferramenta de enriquecimento pedagógico no ensino público médio.

• 2000 – Projeto Rede Telemática para Formação de Educadores a Distância. O projeto formava
professores, administradores, pesquisadores e membros das comunidades escolares em informática na
educação, analisando, estudando e programando as mudanças pedagógicas e de gestão da escola,
integrando a comunidade e a escola, envolvendo e formando continuamente os seus integrantes.

• 2010 – O governo federal instalou 6,6 mil telecentros em 5,4 mil cidades brasileiras. Os telecentros
são dotados de dez computadores, servidor central, central de monitoramento, impressora, mobiliário
e conexão internet. Parcialmente, o Estado de São Paulo promoveu a inclusão digital implementando
519 postos do Acessa São Paulo, atendendo a 464 municípios paulistas. Também foi criado o
programa Acessa Escola em 3.752 escolas da rede pública estadual. Esse programa tem um
diferencial ao utilizar estagiários, cerca de 13.086, que são os responsáveis pelo atendimento aos
alunos nas salas de informática, que ficam abertas o dia todo.

Atualmente, o MEC tem procurado, através de seus projetos, fundamentar nas


escolas um enorme potencial didático-pedagógico, ampliando oportunidades onde
os recursos são escassos, familiarizando o cidadão com a tecnologia que está em
seu cotidiano, dando respostas flexíveis e personalizadas para pessoas que
exigem diversidade maior de tipos de educação (ZACARIOTTO, 2009).

Outro fator é a criação de espaços educacionais que promovam a formação e o


conhecimento em informática educativa, motivando os profissionais e alunos para
aprender continuamente, em qualquer estágio de suas vidas (MEC, 2004).

Saiba mais

Dica de filme que pode propiciar uma inter-relação com


os conteúdos da unidade:

TV Escola – a tecnologia a serviço da educação. Disponível em:


<http:// penta3.ufrgs.br/PEAD/Semana14/videos/tecnologia/index2.html>.

2 OS PILARES NECESSÁRIOS PARA O USO DA TECNOLOGIA EDUCACIONAL

Fazer da escola não apenas o lugar da qualificação, do


treinamento, mas o lugar da formação. Creio que isto
significa fazer a escola retornar a seu futuro.

Neidson Rodrigues

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Unidade I

No capítulo anterior, abordamos o que é a tecnologia e como os professores estão sendo


influenciados a utilizá-la na sala de aula. Agora, temos como objetivo identificar e potencializar
quais são os pontos-chaves para o sucesso com o uso da tecnologia educacional.

Utilizar a tecnologia em sala de aula não é tão simples assim, temos uma série de fatores que
acabam promovendo sucesso ou fracasso na utilização do recurso. Como já abordamos
anteriormente, não basta colocar uma televisão, um vídeo ou um computador para que a tecnologia
seja empregada, é necessária a participação de todos, desenvolvendo um projeto de apoio
pedagógico que utilize os recursos como uma ferramenta de apoio, e não uma solução pronta.

2.1 As mudanças necessárias para utilização da tecnologia no ensino

A tecnologia educacional é apenas uma ferramenta, como caderno e


lápis; se não houver um professor para ensinar a escrever, ninguém
aprende e o caderno se perde no tempo (William Zacariotto).

A tecnologia sempre afetou o homem, desde as primeiras ferramentas, por vezes consideradas a
extensão do corpo, passando pela máquina a vapor, que mudou hábitos e instituições, até chegar ao
microcomputador, que trouxe novas e profundas mudanças sociais e culturais.

Diante desse fator, grande parcela da sociedade confunde a evolução social do homem com as
tecnologias desenvolvidas e empregadas em cada época. Historicamente, passamos pelos avanços
tecnológicos fundamentados na Idade da Pedra, do Ferro, do Ouro e do tratamento da informação,
gerando avanços científicos e ampliando o conhecimento sobre esses recursos cada vez mais
sofisticados. Paralelamente, ao assumir o uso de tecnologias nas escolas, precisamos requerer que
estas estejam preparadas para realizar investimentos em equipamentos, qualificação pessoal e,
sobretudo, na viabilização das condições de acesso e de uso dessas máquinas.

Não podemos afirmar que a revolução da informática se trata de uma novidade,


aliás basta olhar para seus filhos ou para os alunos, para eles a tecnologia é
natural. O que não podemos é ignorar sua existência.

A escola, face à revolução tecnológica, sofre as mesmas influências que qualquer outra organização, ou
seja, não há como ignorar ou deixar de aproveitar os benefícios tecnológicos proporcionados. Mas
é necessário tomar cuidado, pois a escola não deve agir como as empresas, que procuram sucesso em
pequeno prazo. Com a tecnologia educacional, o sucesso pode vir de duas ou três intervenções realizadas
com alunos. O foco é identificar a dificuldade de ensino e buscar formas de melhoria do aprendizado.

São vastos os recursos tecnológicos oferecidos no mercado atualmente, desde


equipamentos audiovisuais, microcomputadores, programas de computador,
lousas eletrônicas, até equipamentos de robótica e outros simuladores.

Em uma de minhas pesquisas, contatei escolas ditas totalmente informatizadas, em que os alunos
enviavam semanalmente aos professores os exercícios extraclasse via e-mail. Numa dessas ações,
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TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

o computador da escola foi contaminado com um vírus, e todos os trabalhos


perdidos, criando um problema maior ainda. Cobrou o aluno ou não?

Figura 3 – Vírus de computador

A charge acima ilustra bem o caso citado, diante da tecnologia podem surgir
imprevistos, por isso é necessário estar organizado e planejado.
]
Caminhando pela rua, recebi um panfleto que continha a propaganda de uma
escola particular. Observei que havia um destaque central, no qual estava escrito
“Escola totalmente informatizada”. Pergunto a você, o que é uma escola totalmente
informatizada? Há diversas formas de analisar se uma escola é ou não informatizada.

Uma escola que possui um controle de notas e pagamentos informatizado, biblioteca


toda catalogada em um micro, site disponibilizando notas dos alunos etc. é informatizada.
Portanto, uma escola informatizada nem sempre utiliza os recursos tecnológicos como
ferramenta de apoio pedagógico, o conceito administrativo não pode ser levado em conta.

No anseio de destacar-se das demais, algumas escolas acabam adquirindo esses


equipamentos para seus laboratórios de informática sem mesmo verificar se há profissionais
capacitados para operá-los, meios de mantê-los, ou se atendem ao planejamento escolar. Em
alguns casos, escolas investem nos recursos e os deixam guardados por medo de danificá-los.

Também há escolas que adquirem os equipamentos e somente os professores da área


de tecnologia podem utilizá-los. Alguns diretores costumam trancar esses laboratórios, e
os equipamentos acabam se tornando obsoletos, pois a evolução é rápida.

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Unidade I

Uma escola não pode ser chamada de informatizada pelo simples conteúdo dos
equipamentos, pelo boletim eletrônico, ou por dispor de laboratórios maravilhosos,
deve-se levar em conta como está planejada sua utilização.

É preciso enfatizar que o essencial não é a tecnologia, mas pode-se contar com
um novo estilo de suporte, que auxilie ambas as partes (aluno e Professor).

A construção coletiva dos conhecimentos não é uma tarefa fácil, principalmente no que diz respeito
ao confronto das expectativas dos sujeitos envolvidos. Trata-se de dificuldades que precisam de
condições especiais para serem superadas. O exercício de confrontar as expectativas de cada um dos
organizadores do projeto coletivo da escola implica tornar público o desejo de um princípio, de uma
convicção, exigindo um desprendimento com relação ao próprio desejo, desenvolvendo a ideia de que
algo que era de uma pessoa agora é também de muitos e poderá ser transformado.

A internet, por exemplo, pode ser uma ferramenta de integração para a multidisciplinaridade, pois permite
compartilhar projetos de diversas matérias. As pesquisas podem ser múltiplas e ainda servir como facilitadoras no
ato de compartilhar conhecimentos produzidos pela própria escola, disponibilizando os trabalhos dos alunos em
blogs, sites e ferramentas de redes sociais. Também é uma ferramenta importante para agendamento e
gerenciamento da comunicação entre direção, coordenação pedagógica e professores.

Ao disponibilizar os trabalhos escolares, projetos e ações da escola na internet, ela abre as portas
à comunidade, demonstrando o quanto são criativos os projetos, permitindo que toda a sociedade
passe a conhecer os trabalhos desenvolvidos pelos alunos e professores. Nessa construção, pode-se
gerar novos parceiros que venham da comunidade privada ou de órgãos governamentais.

Não estamos falando em dispor fotos de alunos, nem rede social de cada um,
mas dos seus trabalhos e atividades por eles criados.

A articulação entre as escolas e outras instituições (como bibliotecas, museus,


arquivos etc.) poderia ser realizada através do uso das telecomunicações e da
informática, proporcionando contatos entre pessoas, grupos e associações regionais,
por serem espaços de intervenção, realização de atividades integradas e coletivas.

Não há como deixar de lado o uso da tecnologia, ela nos envolve e sempre se adaptará para
atender às nossas necessidades. O importante, ao utilizá-la, é saber que se trata de um instrumento
de apoio pedagógico, tal como um livro ou um jogo. Apenas um instrumento a ser desenvolvido,
inacabado, pronto para ser integrado, o qual proporcione frutos para ambos os lados.

Em 2009, foi realizado um estudo com escolas do interior paulista dotadas de


laboratórios de informática; nele os professores responderam aos questionários
sobre como eram utilizados os laboratórios e quais eram os seus objetivos.

No estudo em questão, pôde-se observar que os professores tinham uma apostila chamada Tecnologia,
monitor nos laboratórios e que sempre, quando chegavam, os laboratórios já estavam prontos para uso.

24
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

A grande maioria dos professores respondeu que os alunos eram levados aos laboratórios para seguir o material da

apostila, onde eram executados os jogos dispostos nos micros e que estes eram repetitivos e monótonos.

Pôde-se perceber, pelas respostas dos professores, a grande insatisfação quanto à forma de
trabalho, principalmente que as apostilas não abordavam o que era trabalhado em sala de aula. É
importante que o trabalho desenvolvido com o recurso tecnológico seja o mesmo que se trabalha
em sala de aula, tenha a construção e permita a interação do mundo real com o da informática.

Ao procurar identificar as necessidades para a utilização da tecnologia como ferramenta pedagógica nas
escolas, criamos quatro pilares que são primordiais para o uso da tecnologia na escola. São eles: a estrutura
física, a participação da administração escolar, a participação dos professores e o contexto pedagógico.

Educação com tecnologia

Estrutura física Administração e Professor Contexto


coordenação pedagógico

Figura 4 – Os pilares da tecnologia educacional

Os pilares da tecnologia não são leis, não são obrigatórios, e sim pontos importantes,
norteadores para uma boa aplicação da ferramenta como apoio pedagógico.

Também se sabe que grande parcela são resultados pessoais, de um diretor, de


um colaborador, de um coordenador pedagógico ou de um professor, que se aventura
a utilizá-lo e percebe que a ferramenta pode auxiliá-lo na elaboração de uma boa aula.

Lembrete

Os pilares são fundamentais


Os quatro pilares da tecnologia são Estrutura física, Participação
da administração e Coordenação pedagógica, o Professor
e o
Contexto pedagógico. O funcionamento coletivo deles pode melhorar
significativamente o uso da tecnologia nas escolas.

2.2 A estrutura física das escolas

O primeiro ponto a ser levantado é: será que as escolas estão preparadas fisicamente para receber a
tecnologia? Diante de um mercado complicado e de inúmeras ocorrências de furto e roubo, as escolas

25
Unidade I

têm se fechado, e o acesso aos laboratórios acaba sendo dificultado. Em um dos meus
estudos, pude constatar essa dificuldade, eram 20 minutos para abrir a sala e ligar os
computadores. Grande parte da aula era perdida, alguns alunos até brincavam:
“Professor, estamos fazendo um curso intensivo de abrir e fechar laboratórios”.

A reorganização física dos prédios das escolas deveria ser tratada como ponto importante para que se
inicie o envolvimento tecnológico, pois sem a infraestrutura física aparentemente encontraríamos dificuldade
no acesso a esses recursos. Na maioria dos projetos de implementação da tecnologia, são criados
laboratórios de informática, rede de acesso aos dados e acesso à rede de pesquisas (internet).

É necessária atenção quanto às estruturas físicas das escolas, à facilidade de acesso aos
laboratórios, a torná-los mais acessíveis e organizados, à criação de salas de aula mais
funcionais, e até mesmo à disponibilização de conexões a redes locais em cada sala, ou em
diversos pontos da escola, permitindo assim que professores e alunos desenvolvam pesquisas
em diversos pontos da escola, utilizando os micros disponíveis ou seus próprios notebooks.

Paralelamente, caminhamos para formas de gestão menos centralizadas, mais flexíveis e


integradas; para isso, seria necessário ter estruturas mais enxutas, trabalhando mais
sinergicamente, concentrando maior participação dos professores, alunos, pais e comunidades,
gerenciando atividades e proporcionando os rumos de cada instituição escolar, com a finalidade
de obter uma maior integração, um acesso facilitado e garantia da qualidade da educação.

A melhoria do espaço físico das escolas poderia ser facilitada se fossem bem
planejadas. Escolas eficazes não são necessariamente grandes, mas sim aquelas que
utilizam de forma criativa seu espaço, transformando-o em um ambiente especial para
a leitura, para as representações, ou até mesmo para o convívio da comunidade.

Grande parte dessas melhorias do espaço físico já ocorreu em escolas onde houve a participação
da comunidade. Mas não basta às escolas simplesmente ter microcomputadores e programas para
uso em atividades de ensino, é preciso também que esses microcomputadores estejam interligados e
em condições de acessar a internet e todos os demais sistemas e serviços disponíveis nas redes,
multiplicando assim as possibilidades educativas. É necessário adequar a tecnologia ao alcance das
expectativas de seu uso: telecomunicações, por exemplo, facilitam a coleta de dados e o acesso às
informações da escola; o audiovisual favorece a apresentação explicativa e ilustrativa do real; e a
informática pode colaborar para classificação, seleção e simulação de situações.

Ao adequar o uso das tecnologias, segue uma sugestão iniciando um trabalho coletivo: alunos,
professores, especialistas, diretores e comunidades de pais, juntos, em um processo de construção, criem
uma equipe própria na escola, a qual, ao analisar a base tecnológica disponível (equipamentos e mídias),
tome as decisões quanto à escolha de ser ou não conveniente o uso de informática aplicada à educação, e
ainda sugira possíveis adequações no projeto pedagógico, contando com o apoio de universidades ou de
especialistas externos para assessoramento e suporte técnico voltado à tecnologia. Em conjunto, poderiam
também analisar os problemas relativos às cargas horárias, hoje constituídas de “aulas” de 50 ou 100
minutos, e aqueles ocasionados por turmas grandes de alunos. Notadamente nessas condições, o
26
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

uso do microcomputador e da internet no curto tempo da “aula” e para um número


excessivo de alunos é totalmente inviável.

Cada instituição de ensino deveria orientar, no seu próprio projeto pedagógico, a relevância a ser
dada quanto ao uso da tecnologia aplicada na educação, envolvendo professores, coordenadores
pedagógicos e diretores, os quais, através de reuniões permanentes, provocassem atualizações
nesses projetos, buscando acompanhar e melhorar todas as dificuldades encontradas no processo.

O projeto pedagógico aparentemente é o modo de ser e de fazer da escola. O


clima escolar positivo na escola como um todo envolveria alunos, professores, direção
e equipe técnico-pedagógica, e estes, orientados para a superação dos desafios,
certamente desenvolveriam comportamentos importantíssimos aos alunos.

A existência ou não de locais de concentração e de circulação de alunos e professores, as cores das


paredes, a distribuição dos ambientes dentro do espaço escolar projetam-se diretamente na produção e no
estímulo dos que ali convivem. Esses fatores refletem-se na disposição para trabalhar e estudar e na
própria qualidade do ensino e podem vir a definir a ação pedagógica. O ambiente pode influenciar no
processo de aprendizagem do aluno, e as instalações condicionariam a integração da comunidade
acadêmica com sua produção e pesquisa. O conjunto escola, alunos e comunidade é a aura da escola.

Uma das soluções viáveis é a utilização de monitores, contratados, terceirizados, colaboradores


que venham de projetos sociais ou até mesmo os próprios alunos. Estes terão a função de abrir e
fechar as salas, ligar e desligar os equipamentos, checar os defeitos e comunicar a necessidade de
reparos à administração. Assim, o professor não perderá tempo com ações rotineiras e diárias.

2.3 A participação da administração escolar no contexto tecnológico

Os principais problemas encontrados nas escolas quanto à utilização das tecnologias são falta de
acesso, apoio técnico inadequado, tempo insuficiente para aprendizagem e planejamento. O envolvimento
da direção e da coordenação nos cursos de capacitação auxiliam na disseminação da ideia de utilização da
tecnologia como ferramenta de apoio no ensino-aprendizagem. Além de frequentarem os cursos de
capacitação em informática na educação, é de vital importância que os professores estejam dispostos a
colaborar nos aspectos de diminuição dos problemas de acesso à tecnologia, providenciando apoio técnico
necessário, mostrando interesse pelo assunto e pelos projetos que venham a surgir com o uso da
informática, e finalmente proporcionando tempo de aprendizagem aos professores.

As mudanças na educação dependem também de termos administrativos, esperando que os dirigentes


da instituição entendam todas as dimensões que estão envolvidas no processo educacional, dando apoio
aos professores, equilibrando o gerenciamento empresarial, tecnológico e humano, e finalmente
contribuindo para que haja um ambiente de maior inovação, intercâmbio e comunicação na escola.

Possivelmente com essas mudanças, diretores e coordenadores passariam a procurar formas de


tornar viável o acesso frequente e personalizado de professores e alunos às novas tecnologias, sendo
imprescindível que haja laboratórios bem equipados; salas conectadas à internet e adequadas para
27
Unidade I

pesquisa; que seja facilitado a aquisição de microcomputadores por meio de financiamentos


públicos, privados, com juros baixos e com o apoio de organizações não governamentais.

Observação

Papel do diretor
É papel do diretor auxiliar no ingresso da tecnologia tanto
na parte administrativa como na inserção pedagógica. Com
seu apoio, as coisas se tornam mais fáceis.

2.4 A participação dos educadores

O novo educador é um profissional em constante mudança, passando a ser o


intermediário entre o conhecimento acumulado, o interesse e a necessidade do aluno. Nessa
perspectiva, Phillipe Perrenoud, sociólogo suíço e referência essencial aos educadores,
devido às ideias pioneiras sobre a profissionalização de professores, acredita ser necessário
que o uso da tecnologia seja uma competência do professor, de modo que ele atinja uma
atitude desafiadora e assuma uma postura de aprendiz ativo, crítico e criativo.

A escola não pode ignorar as novas tecnologias de informação e da comunicação que afetam
o mundo, pois estas transformam as maneiras de comunicar, de trabalhar, de decidir e de pensar.
Para ele, o professor necessita utilizar os aplicativos para explorar todas as potencialidades
didáticas dos programas de computador em relação aos objetivos do ensino, adicionando-se as
formas de comunicação a distância por meio da telemática e as ferramentas multimídia no ensino.

Os avanços das ciências e das tecnologias fazem com que a educação assuma um caráter de
recomeço da renovação sempre, pois possui papel de transformar criticamente a realidade por
meio da construção e disseminação do conhecimento. A colocação do microcomputador na sala
de aula não garante um ensino inovador crítico e transformador: a sociedade do conhecimento
exige dos professores e dos alunos autonomia e produção própria, baseada na modernidade,
analisando a proposição metodológica do “aprender a ensinar”.

O desafio de “aprender a ensinar” é acoplado à habilidade ou ao atributo indispensável ao professor


que, aqui, muito mais do que um portador de conhecimento, deverá ter um papel de gerenciador da
circulação e da construção desse conhecimento, assim como o de um orientador da aprendizagem.

Para um professor não é possível separar as dimensões pessoais e profissionais; e essas


dimensões são a forma pela qual cada um vive a profissão de professor, tão ou mais importante do
que as técnicas que aplicam ou os conhecimentos que transmitem; os professores constroem sua
identidade por referência aos saberes (práticos e teóricos), mas também por um conjunto de valores.

A tecnologia pode auxiliar, mas para que seu uso seja efetivo é necessário que os professores estejam
preparados ou capacitados. Atualmente o educador cria, organiza e promove o ambiente tecnológico

28
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

através de atividades que facilitam o processo de ensino-aprendizagem, fornecendo recursos para que
o aluno desenvolva ao máximo o processo de aprender. Há professores que resistem ao trabalho
realizado no laboratório de informática, não querem se envolver, e, mesmo quando aceitam o trabalho,
acreditam que este é independente das atividades curriculares, delimitam o uso como reforço,
enquanto outros procuram os laboratórios para realizar um trabalho integrado, inserindo-se em
projetos, de modo que a sua função passa de apenas “lecionar a incentivar os demais professores”.

Outro ponto a ser incluído nesta reflexão diz respeito à formação do professor. Simplesmente ter
um curso superior na área de educação e participar das matérias de informática na faculdade, quando
estas existem no currículo, não garante em nenhum momento que esses professores estão prontos
para realizar as tarefas de ensino de informática na educação. Daí a necessidade de um processo
permanente de capacitação, monitoramento e estruturas de apoio docente, em que possam ser
desenvolvidas as dimensões técnico-didáticas (campo científico específico), pedagógicas (campo das
teorias e práticas educacionais) e tecnológicas (campo das novas tecnologias).

Ao professor cabe o papel de facilitar, supervisionar, ser consultor do aluno no


processo de resolver o seu problema, e não somente transmitir informação ao aluno; o
professor deverá se concentrar em propiciar ao aluno a chance de construir o próprio
conhecimento, convertendo a enorme quantidade de informação adquirida em
conhecimento aplicável na resolução de problemas de seu interesse. Ao trabalhar nessa
construção de conhecimentos, é necessário conhecer o aluno, incentivando a reflexão e a
crítica e permitindo que ele passe a identificar os próprios problemas em sua formação.

A questão da qualificação e da carreira docente sempre precisou ser repensada e tratada com
base em uma perspectiva mais aberta, flexível. São necessários docentes qualificados, recursos
tecnológicos, clima intelectual sério e responsável, caracterizando o cotidiano do trabalho acadêmico.
É fundamental a valorização da atuação desse professor, ou seja, é preciso que os governos e os
sistemas de ensino invistam tanto na sua formação continuada (incluindo a sua capacitação) quanto na
promoção de condições adequadas de trabalho. José Manuel Moran, um dos maiores especialistas no
uso da internet em sala de aula, discorre em seus livros que esse investimento transforma o professor
no gerenciador do processo de aprendizagem, coordenando todo o andamento no ritmo adequado,
sendo o gestor das diferenças e das convergências do contexto de sua prática.

O professor precisa ter consciência de que sua ação profissional competente não será
substituída pelas máquinas, mas ampliada no seu campo de atuação para além da sala de aula.
Nessa perspectiva, ele passa a ser um incansável pesquisador, um profissional que se constrói a
cada dia, que aceita os desafios e a imprevisibilidade da época para se aprimorar cada vez mais,
gerando melhorias de desempenho tanto para si próprio quanto para os alunos.

Ao buscar a ampliação nos campos de atuação, as tecnologias apontam para a busca do


trabalho coletivo, passando da sala de aula e caminhando para a escola como um todo, tomando
cuidado de desenvolver atividades que estejam definidas no projeto pedagógico, evitando fugir do
estudo proposto em questão. Se olharmos para o ambiente da internet, poderíamos perder
facilmente o contato com o objetivo do estudo, devido à grande diversidade proposta.
29
Unidade I

Ao professor cabe assumir o papel de mediador e promotor desse novo processo de


aprendizagem, procurando criar ambientes interdisciplinares, propondo desafios e explorações
que possam conduzir a descobertas, utilizando dessa forma os recursos do microcomputador no
sentido de articular informações com conhecimentos adquiridos para a construção de novos
conhecimentos, ou seja, professores e alunos tornam-se aprendizes e mestres de sua própria
educação, participantes de um processo que envolve os aspectos social, afetivo e cognitivo.

Além disso, não é possível pensar na prática docente sem pensar na pessoa do professor e
em sua formação, que não se dá apenas durante os cursos de formação, mas em todo o caminho
profissional, dentro e fora da sala de aula. A diferença didática não está no uso ou não uso das
novas tecnologias, mas na compreensão das suas possibilidades, sabendo efetuar escolhas
conscientes sobre as formas mais adequadas ao ensino, optando ou não pelo uso da tecnologia.

Observação

Capacitação dos professores


O professor do futuro deve estar preparado para o uso das tecnologias
em sala de aula como ferramenta de apoio pedagógico e, para isso, deve
estar devidamente capacitado. O Governo Federal, Estados e Municípios
têm criado programas para capacitação, aproveite essa oportunidade.

3 METODOLOGIAS DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

Tão importante quanto o que se ensina e se aprende é como


se ensina e como se aprende (César Coll).

Neste capítulo, temos como objetivo identificar e potencializar quais são os


pontos-chaves para se ter sucesso com o uso da tecnologia educacional.

Estudamos, no capítulo anterior, as necessidades para o uso da tecnologia nas escolas,


percebemos que sua inserção não é tão fácil quanto parece e precisa do envolvimento e da
participação de todos. Nesse caminho, buscamos mostrar como podemos utilizar os recursos na
escola. Iniciando com a televisão e os vídeos, os laboratórios de informática e até mesmo os
locais de convivência da escola. Algumas de minhas sugestões nem sempre são bem-vistas pelas
direções, pois mesmo com o barateamento da tecnologia necessitam de investimento.

Daí, perguntamos, mas e esse investimento, de onde virá? Para ser sincero, não sei, mas uma
boa sugestão seria aproveitar micros antigos, buscar parceiros, doações de pessoas físicas ou
empresas, ou até mesmo fazer rifas, o que importa é a ação, que certamente parceiros virão.

A charge abaixo demonstra a realidade de uma pesquisa em diversas classes. Os


recursos tecnológicos estão presentes no cotidiano das pessoas e podem ser
ferramentas brilhantes de apoio pedagógico, incentivando a participação dos alunos.
30
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

Figura 5 – Como manter a atenção na sala de aula

Devido à velocidade de renovação do saber e do fazer, baseados em


tecnologia, a maior parte dos conhecimentos adquiridos por uma pessoa no início
de sua formação profissional será obsoleta ao iniciar a carreira. A nova sociedade,
baseada na informação, insere na educação o desafio de formar continuamente
indivíduos capazes de interagir com as tecnologias e de apropriar-se delas.

Nessa linha, a tecnologia pode promover a formação contínua dos professores, é


um dever da sociedade e do Estado, tanto para atender às necessidades do sistema
econômico quanto para oferecer ao indivíduo oportunidades de desenvolver suas
competências como trabalhador e cidadão, capaz de viver na sociedade. Sendo
assim, transformar a formação inicial em formação ao longo da vida seria o único
caminho para alcançar ou manter-se em condições de competitividade, em nível
individual ou nacional, numa economia globalizada altamente tecnológica.

A tecnologia, atualmente, é vital para a atualização, seja através de sites de pesquisa,


de videotecas, museus e até mesmo universidades virtuais e cursos a distância. Em vídeo
ou computador ligado à internet, pode propiciar ao professor mecanismos para que possa,
ao longo dos anos, colher novas propostas, técnicas e soluções para projetos.

Saiba mais

No artigo “Um guia sobre o uso da tecnologia em sala de aula”,


publicado pela Revista Nova Escola de junho de 2009, foram
descritas as novas ferramentas necessárias e imprescindíveis para
o avanço dos alunos no uso da tecnologia. Acesse:

< http://revistaescola.abril.com.br/avulsas/223_materiacapa_abre.shtml>.

31
Unidade I

3.1 As escolas e os recursos tecnológicos

A estrutura física da escola, abordada anteriormente, como um dos pilares


necessários para o trabalho com a tecnologia foi analisada em uma pesquisa de mestrado
realizada no interior paulista, em que se pôde perceber que há nas escolas grande
diversidade de recursos tecnológicos; mas para funcionamento dos mesmos é necessária
a participação dos diretores, coordenadores e professores na inserção pedagógica.

Um dos pontos levantados no estudo foi que muitas das escolas escondiam dos
professores os equipamentos de projeção com medo de que eles os danificassem. Os
laboratórios eram trancados com grades e cadeados, e a chave ficava com a direção;
assim, se houvesse algum problema no laboratório, o professor era o responsável.

Inicialmente, sugerimos que a escola faça um levantamento de todos os recursos tecnológicos


de que dispõe. A lista deve ser disponibilizada nas reuniões pedagógicas para que todos os
professores possam saber como utilizá-los em aulas e adequá-los ao planejamento pedagógico.

Nessas reuniões, a direção e a coordenação devem pesquisar quais as


dificuldades dos professores quanto à utilização do recurso e procurar saná-las.

Outro ponto importante é criar agendas cujo objetivo seja delimitar quem estará usando o
recurso tecnológico, evitando conflitos e problemas de uso coletivo. A Google fornece uma
agenda informatizada gratuita que pode ser distribuída a todos os professores, ou seja, ele
pode, de sua casa, visualizar quando e qual recurso estará sendo utilizado por ele nas aulas.

3.2 A televisão e os vídeos

Levando em conta os recursos tecnológicos que grande parte das escolas dispõe, não se pode
deixar de lado a televisão e o vídeo, que também são recursos tecnológicos de apoio às aulas. Se a
escola possuir câmeras digitais, será possível trabalhar minivídeos de explicação das matérias e criar
uma videoteca no local. O papel da escola é observar esses meios de comunicação, interagir e colocar
novos caminhos para visão de professor e aluno para o avanço tecnológico.

A utilização de programas de vídeo como instrumento didático depende de uma seleção e avaliação
prévia do material disponível. Sejam filmes ou conteúdos pré-desenvolvidos, basta uma seleção por parte
dos professores ou da equipe pedagógica do que pode ser utilizado como material de apoio pedagógico.

José Manuel Moran descreve em seu artigo, O vídeo na sala de aula, que o
professor deve documentar o que é mais importante em seu trabalho:

... ter o seu próprio material de vídeo assim como tem os seus livros
e apostilas para preparar suas aulas. O professor estará atento para
gravar o material audiovisual mais utilizado, para não depender
sempre do empréstimo ou aluguel dos mesmos programas.
32
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

Segundo Mandarino (2002), os vídeos devem ser usados apenas quando adequados ao conteúdo e
que possam contribuir significativamente para o desenvolvimento do trabalho como ferramenta de apoio. A
autora ressalta que nem todos os temas e conteúdos escolares podem e devem ser explorados a partir da
linguagem audiovisual ou pelos vídeos. Ao verificar as potencialidades do vídeo no processo de ensino
aprendizagem, é necessário inicialmente construirmos os planos de aula. A seguir, são apresentados,
segundo a autora, os pontos a serem considerados no planejamento de uma aula com vídeo:

• Ao explorar um vídeo, devem-se fazer analogias com outras concepções, métodos,

técnicas e resultados que já foram ou podem ser explorados em sala de aula;

• O vídeo pode ter a função de apresentar conceitos novos ou já estudados


no sentido de motivar o aluno, despertar a curiosidade e interesse, além de
transmitir as ideias básicas relacionadas com o conteúdo da aula;

• O vídeo deve ser complementado pela apresentação dos


conceitos/ conteúdos na forma textual. O texto pode ser mais
linear, detalhado e acrescido de exercícios de fixação e aplicação.
Vídeos e textos devem se complementar mutuamente;

• O vídeo tem a capacidade de aproximar o conhecimento


científico do cotidiano, fazendo com que algumas concepções
do senso comum passem a se fundamentar nas ciências;

• A dinâmica e o tempo de aula devem ser bem planejados,


pois o uso do vídeo pressupõe sempre a atuação do professor;

• O vídeo pode ser usado como instrumento de leitura crítica


do mundo, do conhecimento popular, do conhecimento
científico e da própria mídia (MANDARINO, 2002).

Com o advento da internet, hoje, há grande diversidade de sites que disponibilizam conteúdo através de
videotecas, as quais podem ser acessadas das bibliotecas escolares, ou mostrados em sala de aula.

Um bom exemplo é o site da TV Escola, que possui atualmente uma videoteca


com mais de 600 títulos de diversos temas que podem ser utilizados em sala de
aula. Pelo link <http://tvescola.mec.gov. br>, é possível assistir aos vídeos.

Para baixá-los em um computador ou em uma rede, a fim de utilizá-los


posteriormente, siga estes passos:

• Acesse o link de pesquisas disponíveis no domínio público, um site do governo cujo


objetivo é distribuir gratuitamente vídeos que poderão ser utilizados para educação
no Brasil: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do>

33
Unidade I

Figura 6 – Tela do Portal Domínio Público

Para baixar os vídeos ou mídias disponíveis:

1) Tipo de mídia: selecione qual tipo de mídia deverá ser localizado (imagem, som, texto e vídeo).

2) Categoria: indique a categoria da mídia desejada, você pode localizar TV Escola, vídeos
de educação ambiental, conferência da FUNAG, programa de formação dos
professores, passeios virtuais, religião e diversas categorias de vídeos da TV Escola.

3) Clique sobre o botão pesquisar, automaticamente abrirá uma nova tela com
todos os vídeos disponíveis:

Figura 7 – Vídeos e mídias do Portal Domínio Público

4) Selecione o vídeo desejado clicando sobre ele, será mostrada a tela para baixá-lo:

34
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

Figura 8 – Selecionando o vídeo escolhido

5) Basta clicar sobre o botão baixar e selecionar o local a ser baixado o vídeo
em seu computador. O vídeo está pronto para ser usado.

6) Não se esqueça de antes fazer o planejamento e o teste.

Os vídeos do site Domínio Público foram criados pela TV Escola e pelo


Ministério da Educação, são destinados a professores, educadores e alunos. E
podem ser utilizados facilmente em sala de aula.

A TV Escola não é um canal de divulgação de políticas públicas da educação. É uma política


pública em si, com o objetivo de subsidiar a escola e não substituí-la. Em hipótese alguma,
substitui também o professor. A TV Escola não vai “dar aula”, ela é uma ferramenta pedagógica
disponível ao professor: seja para complementar sua própria formação, seja para ser utilizada em
suas práticas de ensino. Para todos que não são professores, a TV Escola é um canal para
quem se interessa e se preocupa com a educação ou simplesmente quer aprender.

Saiba mais

A seguir, dicas de sites com vídeos de domínio público


que podem ser utilizados gratuitamente:

<http://www.youtube.com/?gl=BR&hl=pt>
<http://video.google.com.br/?hl=pt-br&tab=wv>
<http://br.video.search.yahoo.com/video>

Outra fonte importante de uso do vídeo em sala de aula é o livro Como


usar a televisão na sala de aula, de Marcos Napolitano, Editora Contexto.

35
Unidade I

3.2.1 Os microcomputadores e os laboratórios de informática

Sabemos que a realidade educacional brasileira é complexa. Há escolas públicas onde nem
mesmo existem carteiras, e também escolas com laboratórios completos, às vezes abandonados.
Se sua escola possui um laboratório abandonado, proponha à direção mudanças.

Lembre-se: o professor é ponto-chave para mudanças na escola, não deve esperar que elas
venham somente da administração, e sim promover ações que possam trazer melhorias para todos.

Outro ponto importante é que às vezes tentamos, mas a direção não aceita as opiniões. É complicado,
mas você deve insistir, como diz o ditado: Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Conto com
vocês para que, juntos, possamos implementar a tecnologia nas escolas. Se precisar de apoio, não hesite
em me procurar, lembre-se: logo na primeira página desta apostila, você encontra meus contatos.

Levando em conta que grande parcela das escolas já conta com laboratórios de
informática, sugerimos implementar algumas mudanças que podem melhorar a forma de
acessibilidade à tecnologia de sua escola. Entre elas, destacamos os seguintes pontos:

1) Laboratório de Informática

– Crie uma agenda para seu laboratório de informática, a fim de que os professores possam realizar as
tarefas na escola ou em suas próprias casas. A sugestão é que no agendamento sejam informados a
data, o horário e quais serão os softwares necessários para utilização em laboratório.

– Se possível, os laboratórios devem contar com um profissional especializado para acompanhar,


orientar e supervisionar as atividades (um monitor). Outro ponto importante é que esse monitor
faça um check list dos equipamentos diariamente, verificando se todos os programas solicitados
pelos professores no cronograma de atividades estarão aptos a serem utilizados.

2) Sala dos professores

Se possível, coloque um computador com acesso à internet, recursos audiovisuais e de


impressão na sala dos professores, para que os mesmos pesquisem e preparem as aulas.

3) Bibliotecas

Verifique a possibilidade de disponibilizar micros nas bibliotecas, com atalhos diretos para
museus, bibliotecas mundiais, digitais, câmeras em locais turísticos, históricos e culturais.

A biblioteca pode servir de fator para gerar a articulação entre as escolas e outras instituições
(como pesquisas de bibliotecas, museus, arquivos e outros). Mas, para isso, é necessária a existência
de micros conectados à internet. Na biblioteca convencional, os livros podem ser lidos e examinados.
Nesse caso, usa-se a mente humana para localizar e comparar conteúdos nos livros, constituindo uma
tarefa que pode ser demorada. Por outro lado, a tecnologia pode armazenar todos os livros de uma
36
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

biblioteca e usá-los em um programa de busca que aponte relações entre os conceitos


descritos nos livros. Além de armazenar, podem ser criadas formas de acesso através
de mídias ou de páginas da internet, multiplicando e propiciando um maior acesso a
essa base de informação. Isso sugere que, além do micro na biblioteca, os programas
de acesso à informação devem ser interessantes e facilitar as buscas.

As bibliotecas não se tornam virtuais nem digitais apenas por contar com um
microcomputador com alguns recursos à sua disposição; outros fatores são necessários
para que essa transformação ocorra, a biblioteca informatizada tem o objetivo de
acrescentar outras opções de acesso às informações registradas. A transformação dos
livros impressos em eletrônicos é algo esperado, da mesma forma que as bibliotecas
tradicionais devem passar a ser digitais, virtuais e eletrônicas, gradativamente.

Outro ponto importante diz respeito à possibilidade de os micros das bibliotecas


serem disponibilizados também aos professores para o desenvolvimento das
matérias, criando-se mais um local de facilitação do acesso à tecnologia.

4 COMO UTILIZAR A TECNOLOGIA NA SALA DE AULA

Ao trabalhar com tecnologia é necessário definir os percursos pedagógicos a


serem seguidos. Neste capítulo, serão mostradas duas abordagens pedagógicas,
meios de aprendizagem e alguns programas aplicativos.

Um estudo recente feito pela Digital Diaries Series com 2.200 mães com filhos na faixa etária
entre 2 e 5 anos de dez países (Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália,
Espanha, Japão, Austrália e Nova Zelândia) apontou que 58% das crianças sabem como jogar no
computador, enquanto 20% nadam e 25% sabem como andar de bicicleta. Outra conclusão
é que 69% delas sabem como usar o mouse; porém, apenas 11% amarram o
cadarço do tênis. A tecnologia já é parte da vida, daí a necessidade de integrá-la
no contexto educacional como ferramenta de apoio.

4.1 Abordagens pedagógicas na tecnologia

A escolha de uma metodologia pedagógica pode ser ponto-chave para o trabalho


com a tecnologia nas escolas. Inicialmente, deve-se levar em conta que o professor
tem que estar preparado para usar a informática com os alunos, observando suas
dificuldades frente à máquina e aos recursos pedagógicos, intervindo e auxiliando-o
nas dificuldades, diagnosticando as potências e os problemas, a fim de utilizar essa
ferramenta ao máximo para suprir ou auxiliar nas dificuldades de ensino com o aluno.

É importante ter em mente qual será o método adotado e a forma de utilização da


tecnologia. A escolha deve ocorrer naturalmente, dependendo da necessidade da escola. Ao
longo de pesquisas identifiquei alguns problemas relacionados ao uso do laboratório com os
alunos. A charge a seguir mostra o que tem ocorrido em inúmeros laboratórios brasileiros:
37
Unidade I

Agora não posso,


tô vendo meu e-mail!
Professor, o que eu faço aqui?

Figura 9 – Na sala de aula

A grande maioria dos profissionais, que não estavam capacitados para utilizar a tecnologia, levava os
alunos ao laboratório e se “esqueciam” deles. Como os próprios alunos, alguns acessavam seus e-mails,
sites e até mesmo jogos. Outros abandonavam a sala e ficavam batendo papo com outros professores.
Portanto, a necessidade de saber o que, como e de que forma deve ser construído o uso da tecnologia.

Os trabalhos com tecnologia podem ser desenvolvidos de duas formas: a primeira, em que o
microcomputador e o software assumem o papel de ensinar o aluno, baseados em jogos ou instruções
sequenciadas, trabalhado e passando por fases e avaliações sem a presença do professor ou monitor;
nesse caso, o tutor é equipamento e em exercício e prática, jogos e simulações, busca passar o
conhecimento proposto ao aluno; a segunda, em que o microcomputador é utilizado como ferramenta de
construção, com a qual o aluno desenvolve algo, cria, pesquisa, participa e constrói o conhecimento.

As aplicações pedagógicas de utilização de microcomputadores se realizam sob abordagens que


se situam entre dois grandes polos: Instrucionista e Construcionista, descritos nas figuras a seguir.

Instrucionismo
Utiliza o computador para desenvolver a
instrução programada

Professor

Conteúdo

Resposta Resposta
Conteúdo errada correta Próximo
avaliação
Módulo 1 módulo
Estuda Almeida (2000)
aluno

Figura 10 – O Instrucionismo

38
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

O Instrucionismo utiliza o microcomputador para desenvolver a instrução programada; o conteúdo


ensinado é subdividido em módulos, estruturados de forma lógica, de acordo com a perspectiva pedagógica
de quem planejou a elaboração do material instrucional. No final de cada módulo, o aluno deve efetuar uma
pergunta ou uma avaliação, que o leva ao módulo seguinte caso as respostas estejam corretas; caso
contrário, ele retornará ao mesmo módulo até que obtenha sucesso (ALMEIDA, 2000).

A atuação do professor no ensino instrucionista não exige muito preparo, pois ele tem
apenas de selecionar o software de acordo com o conteúdo previsto, propondo as
atividades para os alunos e acompanhando-os durante a exploração do mesmo. O
microcomputador funciona como uma máquina de ensinar otimizada, e o software como
um produto acabado, ensinado conforme a estrutura do pensamento de quem o elaborou.

Construcionismo
seria desenvolver, construir, aplicar, refletir e depurar o conhecimento utilizando o
microcomputador na escola
Rocha (2002)

Professor Conteúdo

aluno Desenvolve Internet

Propicia ao aluno a construção de conhecimentos a partir


de suas próprias ações (físicas e mentais): Almeida (2000)
Figura 11 – O Construcionismo

Outra aplicação pedagógica é o Construcionismo, o qual, segundo Gómez (2004), diz que o
papel do educador se representa em função da necessidade de estimular processos cognitivos
dos estudantes, os quais, por sua vez, assumem o papel ativo em virtude desse desenvolvimento.
Cabe aos educadores experimentar novas formas conscientes e reflexionistas sobre as diversas
formas de aprender de seus alunos, muito particularmente dos mecanismos.

Uma das formas de os professores utilizarem o ambiente construcionista seria desenvolver,


construir, aplicar, refletir e depurar o conhecimento usando o microcomputador na escola.

As formas de emprego do microcomputador como ferramenta educacional propiciam ao aluno a


construção de conhecimentos a partir de suas próprias ações (físicas e mentais); isso pode ocorrer
através do uso de aplicativos como o processador de texto, a planilha eletrônica, o gerenciador de
banco de dados, ou mesmo através de uma linguagem de programação que favoreça a aprendizagem
ativa, ou quando o aluno interage com o microcomputador desenvolvendo atividades de pesquisa.

39
Unidade I

No Construcionismo, o professor é um facilitador, com o objetivo de enriquecer o ambiente, provocando


situações para que o aprendiz possa se desenvolver de forma ativa, realizando também suas próprias
descobertas, ao invés de somente assimilar conhecimentos prontos, baseados na memorização.

Paralelamente, há uma confusão na forma de aplicar os métodos construcionistas. Em muitos


casos, os professores utilizam os métodos tradicionais, trabalhando com o microcomputador com
softwares organizados para seguir de acordo com a capacidade do aluno. Esses programas, do
modo sequenciado de perguntas e respostas, que avançam em níveis e retornam quando há erro,
não podem ser tratados como construcionistas, pois somente ocorre a interação com o aluno,
sem instigá-lo a refletir e a desenvolver o seu processo mental (VALENTE, 1993).

Um modelo ideal de capacitação a ser seguido consiste naquele que, promovendo as atitudes de
desmistificação do uso do microcomputador, diminui a resistência à informática e quebra o ceticismo em
relação às contribuições do microcomputador na educação, o que pode ser conseguido através de debates
e seminários. Também é recomendável que cada país, a exemplo do Brasil, pesquise formas próprias de
formação dos professores, ao invés de simplesmente importar soluções encontradas em outras culturas.

Os cursos de formação e capacitação docentes podem levar a mudanças substanciais


no meio educacional, desde que desenvolvidos em conjunto com a prática pedagógica
realizada na escola. Adicionam-se a essas mudanças o desenvolvimento de trabalhos
coletivos a fim de contribuir para a profissionalização dos professores.

Lembrete

Instrucionismo – o computador é a única ferramenta, cuja


função é desenvolver a instrução programada em fases.

Construcionismo – propicia ao aluno e ao professor a construção


dos conhecimentos a partir de suas ações no computador.

4.2 Tipos de aprendizagem

Uma vez definidos os métodos, vamos buscar quais são as formas possíveis de
aprendizagem com os recursos tecnológicos.

Jonassen (1996) descreve que seria necessário separar os tipos de


aprendizagem relacionados ao uso da tecnologia em quatro classes:

1. Aprender a partir da tecnologia (learning from), em que a tecnologia apresenta o conhecimento e o


papel do aluno é receber esse conhecimento, como se ele fosse apresentado pelo próprio professor;

2. Aprender acerca da tecnologia (learning about), em que a própria tecnologia


é objeto de aprendizagem;
40
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

3. Aprender através da tecnologia (learning by), em que o aluno aprende ensinando o microcomputador
(programando o microcomputador através de linguagens como Basic ou o Logo);

4. Aprender com a tecnologia (learning with), em que o aluno aprende usando as


tecnologias como ferramentas que o apoiam no processo de reflexão e de
construção do conhecimento (ferramentas cognitivas). Nesse caso, a questão
determinante não é a tecnologia em si mesma, mas a forma de encarar essa mesma
tecnologia, usando-a, sobretudo, como estratégia cognitiva de aprendizagem.

Todas as formas de interação proporcionadas pelos microcomputadores, principalmente


os ligados à internet, geram transformações explícitas no comportamento dos seus usuários:

As mídias, como tecnologias de comunicação e de informação, invadem o


cotidiano das pessoas e passam a fazer parte dele. Para seus frequentes
usuários, não são mais vistas como tecnologias, mas como complementos, como
companhias, como continuação de espaço de vida (KENSKI, 2003, p. 25).

Pelo que é transmitido pela televisão ou acessado pelo microcomputador, as pessoas se


comunicam, adquirem informações e transformam comportamentos, tornando-se “teledependentes” ou
“webdependentes”, consumidoras ativas, permanentes e sem críticas ao universo da mídia. O grande
desafio para a escola é viabilizar um espaço crítico em relação ao uso e à apropriação dessas
tecnologias de comunicação e informação, reconhecendo sua importância e interferência no modo de
agir e ser das pessoas e na própria maneira de se comportarem diante do grupo social.

Os alunos somente devem acessar a internet se dispuserem de um projeto pedagógico, com o


acompanhamento do professor e orientados sobre a maneira correta de utilizar a informação.
Essas preocupações somam-se ao fato de os alunos acessarem as informações sobre algo que o
professor solicitou e simplesmente imprimirem, sem critério ou seleção, deixando para ler mais
tarde aquilo que foi impresso/obtido, até mesmo após a devolução do professor.

Os materiais escritos têm um papel fundamental, seja através das clássicas propostas dos
impressos (papéis) ou das produções mais sofisticadas, que permitem integração em programas,
e professores e alunos não podem se apoiar exclusivamente apenas no virtual. Uma pesquisa de
um trabalho não deve se ater somente ao conteúdo proposto na disciplina e, para que essas
informações possam ser compreendidas e explicadas, devem identificar a construção de
conhecimentos, desenvolvendo atividades e projetos sob a orientação dos professores.

Outro ponto importante é realizar uma correta seleção de bibliografias e dos conteúdos, cujo objetivo
é assegurar que os materiais de leitura selecionados para o conteúdo trabalhado
respeitem os critérios básicos de compreensão dos alunos.

Seria interessante que no planejamento fossem inseridas, inicialmente aos alunos, as formas de
utilização dos recursos de informática dotados na escola, explicar conceitos básicos de sistemas
operacionais, usar os aplicativos de editor de textos e cálculos e pesquisar de forma mais rápida os
41
Unidade I

conteúdos na internet, se estes estiverem disponíveis. Após confiar na tecnologia,


o ambiente se torna mais facilitado e o aprendizado flui normalmente.

Ao utilizar os recursos de informática, devem ser pré-planejados os conteúdos e escolhidos quais


serão os programas de computador adequados para o desenvolvimento pedagógico. Assim, a
tecnologia desempenha apenas o papel auxiliar de ensinar, de trabalhar e de ensinar e aprender.

Para não correr riscos, Valente (2003) descreve que o uso da tecnologia
deveria seguir os seguintes pontos fundamentais:

• Propiciar condições para entender o microcomputador como


uma nova maneira de representar o conhecimento, provocando
um redimensionamento dos conceitos já conhecidos e
possibilitando a busca e compreensão de novas ideias e valores;

• Propiciar a vivência de uma experiência que contextualiza


o conhecimento que ele constrói;

• Prover condições para a construção de conhecimentos sobre


as técnicas computacionais, entender por que e como integrar
o microcomputador em sua prática pedagógica e ser capaz de
superar as barreiras de ordem administrativas e pedagógicas;

• Criar condições para que o professor saiba recontextualizar o que


foi aprendido e a experiência vivida durante a formação para a sua
realidade de sala de aula, compatibilizando o que se dispõe a atingir.

O uso da tecnologia deve construir o conhecimento sobre técnicas computacionais e entender por
que e como integrar o microcomputador em sua prática pedagógica no contexto de trabalho dos
alunos. Essa atividade requer o acompanhamento e o assessoramento inicial do professor por um
especialista presencial ou a distância, alguém que já tenha vivenciado essas atividades de uso da
informática na educação e possa auxiliar o professor com suas atividades diárias, entendendo o que
ele faz e propondo novos desafios, até que o mesmo esteja apto para seguir sozinho.

As mudanças podem ser propostas e devem contemplar ações simultâneas: a primeira,


em que o professor aprenda a desenvolver uma tarefa usando o microcomputador, podendo,
nessa fase, refletir sobre o próprio processo de aprendizagem, ler e discutir textos relativos à
base psicopedagógica da metodologia construcionista; a segunda, no uso de
microcomputadores com os alunos, propiciando aos professores a experiência de como usar
o microcomputador com os alunos, tornando-o facilitador do processo e o aluno um usuário,
podendo ser trabalhada a observação da forma de aprendizagem dos alunos; e a terceira,
elaborando um projeto pedagógico em que cada professor monte um projeto de trabalho
descrevendo como pretende utilizar o microcomputador na sua respectiva disciplina, podendo
isso ser discutido no curso e aplicado posteriormente em uma escola.
42
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

Portanto, não basta treinar, é necessário acompanhar propondo novos desafios


na atribuição de significados para aquilo que está realizando, principalmente na
construção de novos conhecimentos.

O domínio do uso do microcomputador não ocorre imediatamente, requer tempo e diferentes


formas de assimilação das técnicas pelo profissional, que podem transformar a informática em uma
verdadeira ferramenta educacional. Ele deve se sentir confortável e não ameaçado pela tecnologia.

4.2.1 Softwares

O software (programa de computador) é composto por uma sequência de instruções, que


é interpretada e executada pelo computador. Em um programa correto e funcional, essa
sequência segue padrões específicos que resultam em um comportamento desejado.

Um programa pode ser executado por qualquer dispositivo capaz de interpretar e executar as
instruções de que é formado, podendo ser um microcomputador, um notebook, um tablet, um palmtop
e até mesmo um celular. Os softwares podem ser adquiridos de duas formas: paga e livre.

O software pago, também conhecido como proprietário, é aquele que tem um dono, ou
seja, para utilizá-lo é necessário comprar a licença do produto para uso. É importante
destacar que cada microcomputador deve ter uma licença, não basta apenas ter um único
programa. Se você tem 10 micros, é necessário adquirir dez licenças. Lembrando que a
aquisição do produto deve estar identificada na nota fiscal, pois há um grande número de
pessoas que comercializam CDs com os programas, mas não detêm direitos sobre eles.

A outra forma são os softwares livres, ou não proprietários, programas que


estão sob licença livre, e seu uso, modificação e distribuição é permitido a todos.

Nos microcomputadores, existem dois tipos principais de software: os sistemas


operacionais (softwares básicos que controlam o funcionamento do microcomputador),
sem eles seria impossível utilizar os computadores, pois desempenham a interação
homem x máquina; e os softwares aplicativos, executados nos sistemas operacionais,
que têm por objetivo desempenhar tarefas, como rotinas administrativas, cálculos,
apresentações, vídeos, imagens, ações educacionais, lúdicas, jogos, vacinas etc.

Os principais sistemas operacionais pagos são comercializados pela Microsoft


(Windows XP, Vista e Seven) e pela Apple (Mac-OS). Na linha dos sistemas operacionais
gratuitos, conhecidos por Linux, encontramos o Debian, o Kurumin e o Ubuntu).

Os principais softwares aplicativos utilizados comercialmente são:

• Programas de editoração de texto (Word): ao utilizar os programas de editoração


de texto (Word) com os alunos, desenvolvemos habilidades linguísticas e também
atividades de criação de relatórios, palavras cruzadas, cartões, livros e jornais.
43
Unidade I

• Programas de planilhas eletrônicas (Excel): além de realizar cálculos de forma rápida a


partir de dados informados, podem ser trabalhados conceitos de organização de dados,
classificação e filtragem de informações, checagem de valores de cálculos matemáticos.

• Programa de apresentação (PowerPoint): é destinado a elaborar apresentações


de palestras e aulas, costuma ser bem aceito pelos alunos, pois permite mostrar os
trabalhos no próprio computador sem a necessidade de entregá-los impressos.

Como se trata de software administrativo, grande parcela das escolas e professores


deixa de lado esse tipo de programa aplicativo; na realidade, são grandes ferramentas
que podem ser utilizadas como apoio pedagógico, e não devem ser descartadas.

A seguir, apresentamos exemplos desenvolvidos por professores, em um curso de


capacitação para utilização desses recursos em sala de aula, que podem ser utilizados por você.

As atividades foram desenvolvidas apenas com o aplicativo de editor de textos. São simples e
podem ser trabalhadas como exemplo em um laboratório de informática, um recurso disponível
em todas as escolas e que pode ser adquirido gratuitamente pela internet como software livre.

Observação

Programas Aplicativos
Há uma série de programas aplicativos gratuitos que têm em grande
parte as funções do Excel, do PowerPoint e do Word. Eles podem ser
encontrados na internet e são de domínio público.

Lembrete

Google Docs
O Google Docs é computação em nuvem, isto é, os programas de aplicação
e seus documentos ficam na internet (por isso são chamados de nuvem).
Assim, a cada acesso ao documento é necessário estar conectado à internet.

4.2.2 Atividades utilizando o editor de texto simples

O aplicativo de editor de textos pode auxiliar os professores e permitir que sejam criadas
inúmeras atividades com os alunos. Essas atividades podem ser impressas ou até mesmo
usadas no laboratório com a própria ferramenta. A seguir, alguns exemplos de propostas:

1) O professor pode abrir um texto e, no início, colocar uma frase inicial aos de uma história e solicitar
alunos que desenvolvam toda a história. Essas histórias serão lidas sala. e corrigidas uma a uma
Exemplo: “Ontem à noite estava em minha casa, na cozinha, com na meus dois irmãos...”.
44
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

2) Outra forma é inserir um texto no editor com diversos erros de grafia. Os alunos terão de
apontar os erros, e o professor deverá corrigi-los em voz alta e indicar quais são os erros.
Pode-se, no final, ainda passar o corretor ortográfico para ver se não há mais erros;

3) Também é possível trabalhar com diário ou até mesmo com diário reflexivo; o professor
solicita aos alunos que abram o editor e indiquem um dia da semana, ou as minhas
férias e outros. Pede que os alunos leiam e, ao fim, deverá realizar as correções
ortográficas explicando quais foram os principais erros; se for diário reflexivo, a
sugestão é que a cada aula em laboratório o aluno anote quais são suas dificuldades;

4) Outra solução seria colocar um texto e, ao final, solicitar que o aluno responda às alternativas
corretas ou preencha as frases sobre o texto Exemplo: O cravo ________ com a rosa;

5) Trabalhar com Negrito e Itálico é outro recurso que pode ser utilizado; o professor
disponibiliza um texto para os alunos e pede que marquem em negrito as palavras
que desconhecem e em itálico as palavras que não são nacionais. Depois, pede que
os alunos leiam em voz alta quais foram as anotações, explicando uma a uma.

4.2.3 Atividades com o editor de textos utilizando tabelas e desenhos

Com o recurso tabelas, é possível montar um caça-palavras, que pode ser impresso
ou mesmo utilizado no próprio editor de textos. Se utilizado no editor de textos, o
professor deve passar o texto para cada aluno. Na versão digital, basta solicitar que os
alunos utilizem o recurso de colorir a fonte marcando os itens selecionados.

Exemplo: Localize a seguir as seguintes palavras:

BOLA – CASA – VACA – BOI – MÃE

W I E E R T Y U I O P A
S C S D F C V A A U L A
M A C F D I B S T Y U P
U S O G S O N D A L A S
I A L H A B M A E Q W E
O A A J J X O T Y U I O
B O L A N Z Q R M A E A

Pode-se ainda desenvolver cruzadinhas simples com o editor de textos. O professor


insere uma imagem simples para que as crianças preencham os dados informados.

Outro exemplo é de apenas completar frases utilizando as mesmas tabelas:

45
Unidade I

S R D A

Pode-se inserir textos e criar um caça-palavras:

MÚSICA O PATO

LÁ VEM O _ _ _ _
_ _ _ _ AQUI PATA ACOLÁ
LÁ VEM O PATO
PARA VER O QUE É QUE HÁ.
4 LETRAS 6 LETRAS 8 LETRAS

PATO PATETA JENIPAPO

FALO COMIDA MELANCIA

PATA CAVALO JOANINHA

PAPO PANELA JURUBEBA

BALA PETECA

Pode-se trabalhar o conteúdo de montar letras:

CA BA RA RI OR TU PAL
MAS MEL SA PO CO TIA UM
LHER LA BIO BO CA PA CA
TO

Também se pode desenvolver a quantidade de letras, sílabas e outros.

Quantas letras tem:

Pato - Hotel - Brasil -

É possível ainda trabalhar a música. Os alunos recebem em um texto impresso uma música
ou parlenda de seu conhecimento. São divididos em duplas, um deverá ditar e o outro copiar, e
vice-versa. Os alunos terão de anotar quais são as dificuldades e pedir ajuda ao professor.

4.2.4 Atividades com o editor de textos utilizando imagens e textos

1) Com as imagens, podem-se utilizar os diversos recursos do editor ou até mesmo


de sites que desenvolvam atividades e historinhas na internet. Exemplo:

46
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

Dada a tirinha abaixo, escreva uma historinha:

Figura 12 – Exemplo de tira de educação de trânsito

Na internet, é possível desenvolver inúmeras histórias em quadrinhos ou


charges. Essas histórias unem a literatura e as artes plásticas e podem ser
desenvolvidas de acordo com o plano pedagógico ou até mesmo com a dificuldade
encontrada no momento. A escola deve adequar quais serão os objetivos do
trabalho, e até mesmo qual é o ritmo necessário para seu uso.

O Ministério da Cultura recomendou a utilização de histórias em quadrinhos na escola, no


PCN da Língua Portuguesa, para os conteúdos disciplinares da 1ª. à 4ª. série. Essas histórias
podem criar a realidade local e ainda permitir que as crianças deduzam seu significado,
dando aos alunos a sensação de serem leitores. Mesmo sem contato com a leitura, o
professor pode, antes de tudo, ensiná-los como se lê da esquerda para a direita e de cima
para baixo.

Segue a lista dos sites que permitem o desenvolvimento de histórias em


quadrinhos. Eles podem ser disponibilizados via e-mail ou na internet:

• Strip Generator: <http://stripgenerator.com>

Figura 13

Usabilidade: permite criar histórias, implementar personagens, objetos, fazer


charges e disponibilizar o conteúdo para os alunos até mesmo via internet.

47
Unidade I

Tela do sistema

Figura 14

Para utilização do site, é necessário criar um login de acesso e uma senha, que se
encontra na parte superior direita do site; a partir daí, é possível desenvolver as histórias.

Para criar a charge, basta optar por “Criar uma nova história” (Create a new
strip). Inicialmente, você terá os seguintes menus:

– Frames (responsável pela quantidade de tiras a serem usadas e formatos)

– Characters (personagens/people; animais/beings; e my characters (personagens criados por você)

– Itens (objetos/objects e figuras/shapes)

– Text (speech/balões, thought/balões de pensamento)

– Titles (Títulos)

– Library (elementos pessoais/my elements e elementos de amigos/friend’s elements)

Ao final, basta inserir o título e seus formatos. Pronto, a história está criada!

48
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

Exemplo:

Figura 15

• Strip Creator: <http://www.stripcreator.com>

Figura 16

Usabilidade: permite criar histórias com fundos diferentes e diálogos de um ou dois personagens.

Tela do sistema

Figura 17

49
Unidade I

Para utilização do site, é necessário criar um login de acesso e uma senha, que se encontra
na parte superior direita do site, na cor azul; a partir daí, é possível desenvolver as histórias.

Após estar conectado com login e senha, basta digitar Make a comic para criar
a sua história. Ela pode ter de uma a três divisões, e o interessante é que todos os
dados já são mostrados na tela; daí, basta acertar o que escrever na história.

Para acompanhar e criar, basta seguir estes passos:

• Switch: 123 panels (selecionar o número de tiras)

• Random comic layout: a cada click, são indicados novos personagens e fundos das tiras

• Para cada quadrinho, são mostradas as seguintes caixas de seleção:

– Left e Right Character: personagem da esquerda e da direita

– Category: escolha do objeto do personagem

– Character: escola do personagem

– Dialog: texto do diálogo

– Type-dialog: balão falando e Thought: balão pensando

• Background

– Category: categoria do desenho de fundo

– Background: cor do desenho de fundo

– Narrarion: título de cada quadro

– Close panel: fechar a história

– Título: título da história

50
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

Exemplo:

Figura 18

• Makebeliescomix.com: <http://www.makebeliefscomix.com/Comix>

Figura 19

Usabilidade: permite criar histórias com fundos diferentes e diálogos de um ou


dois personagens; não é necessário se registrar e pode ser enviado via e-mail.

Tela do sistema

Figura 20

51
Unidade I

Para criar as histórias, basta seguir estes passos:

• Name your comix – nome da história

• Author´s name – nome dos autores

• Print e-mail – permite imprimir ou enviar por e-mail a história pronta

• Move – movimentação dos personagens e objetos inseridos na história

• Scale – permite ampliar ou reduzir o item selecionado

• Flip – permite trocar de lado o objeto da direita para a esquerda

• Delete – deleta o objeto

Ao centro, estão todos os personagens mostrados.

• Menu Window – permite modificar a personalidade do personagem clicando na seta

• Balões de texto em 8 formatos diferentes

• Balões de pensamento em 8 formatos diferentes

• Panel – número de quadrinhos a serem trabalhados na história: 2, 3 ou 4

• Background colors – cores de fundo dos quadros

• Painel propts – título interno de cada quadrinho

Lembrando: Para finalizar, basta digitar “Print”, o primeiro item superior do lado esquerdo.

Exemplo:

Figura 21

52
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

• Toonlet: <http://toonlet.com>

Figura 22

Usabilidade: criar histórias com personagens individualizados, não há plano de fundo,


somente os personagens falando quadrinho a quadrinho. Cada quadro aceita apenas um
personagem, que descreve a cena relatando a fala do personagem. A principal vantagem
é a possibilidade de criar inúmeros personagens no momento da seleção.

Tela do sistema

Figura 23

Para criar as histórias, basta selecionar Make a comic. É possível desenvolver


histórias sem registrar; mas, registrando, você pode armazená-las no site.

– Title (título da história em quadrinhos)

– Link (link disponível para a história)

Figura 24

Nesse local, são inseridos os textos do quadrinho.

A caixa de seleção, a seguir, permite colocar a cor de fundo do quadrinho:

53
Unidade I

Figura 25

E também criar ou selecionar o personagem com os objetos que podem ser


adicionados e suas reações.

– Make a comic (permite finalizar e mostrar a história)

– Add panels (é possível ir adicionando quadrinhos à

história) Ao finalizar, basta selecionar o Make a comic.

Exemplo:

Bom dia, crianças!

Figura 26

• Pikistrips: <http://www.pikistrips.com>

Figura 27

Usabilidade: criar histórias com personagens individualizados; não há plano de


fundo, somente os personagens falando quadrinho a quadrinho.

Vantagens: viabilidade dos formatos dos quadrinhos, inúmeros tipos e tamanhos.

54
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

Tela do sistema

Figura 28

Para criar as histórias, basta se cadastrar com um login e uma senha. O início
da história é dado quando selecionado o item: Create your comic now.

A sequência de criação é dividida em três partes:

– Step 1: Layout (onde você escolhe os formatos das tiras e a quantidade)

– Step 2: Os formatos das tiras, desde as bordas, tamanho das bordas, cores,
cores de fundo e outros itens, como:

Border width (tamanho da borda)


Border color (cor da borda)
Cell spaccing (espaço entre os quadrinhos)
Background color (cor de fundo da história, não do quadrinho)
Cell brackground color (cor de fundo do quadrinho da história)
Comic size (tamanho do quadrinho)

– Step 3 – Objetos a serem inseridos:

Select panel to edit – qual será o quadrinho de edição


Select foto for the panel – selecione foto para usar na história
Upload – pode permitir a inserção de imagens para serem
inseridas no quadrinho Search – pesquisar imagens
Gallery – galeria de imagens disponíveis
Drop and drag speech bubbles – permite inserir os balões e
histórias Add some fun stuff – permite inserir figuras no quadrinho
55
Unidade I

Para criar, você pode usar o preview para visualizar como ficou e o save para finalizar. Exemplo:

Por que será que


o povo quer me
eliminar?

Figura 29

• Quadritiras: <http://www.quadritiras.com.br>

Figura 30

Usabilidade: crias histórias em quadrinhos, importar histórias para o site.

Vantagens: totalmente em português, mas o desenho é com o mouse, o que torna complicado
desenvolver os quadros; não há como inserir personagens, inviabilizando a produção.

Tela do sistema

Para criar as histórias, basta se cadastrar com uma nova conta informando:

Figura 31

56
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

Após criada a conta, basta logar e desenvolver as histórias ou importá-las para


o site. Elas podem ser criadas em 3 ou 4 quadrinhos. Há um sistema de proteção
por letras para que os dados não sejam inseridos de forma errada.

Tela de utilização

Figura 32

Para desenhar, escrever ou criar as histórias, basta utilizar o mouse.

Após a criação, é só digitar save.

• Create your comicqs

<http://superherosquad.marvel.com/create_your_own_comic>

Figura 33

Usabilidade: criar histórias em quadrinhos com super-heróis da Marvel.

Vantagens: tem uma série de personagens e imagens de fundo que auxiliam o processo e
interagem com as crianças com maior facilidade. A qualidade dos desenhos também é muito boa.

Para iniciar, basta selecionar Create new comic.

57
Unidade I

Duas possibilidades de criação:

– Comic strip: histórias pequenas

– Create a comic book: histórias com 1 a 22 páginas

A seleção de quadrinhos é vasta e com apenas um clique do mouse podem ser utilizadas.

Tela do sistema

Figura 34

Basta selecionar as tiras e inserir os objetos:

– Backgrounds: uma série de fundos de tela

– Characters: personagens

– Objects: objetos de inserção

– Dialogue: balões de diálogo

– Sound effects: desenho de sons

58
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

Exemplo:

Figura 35

• Toondoo: <http://www.toondoo.com/createToon.jsp>

Figura 36

Usabilidade: criar histórias em quadrinhos com uma série de personagens e objetos.

Vantagens: facilidade de uso, vasta série de modelos diferentes dos quadrinhos.

Para iniciar, você tem que realizar um registro; após, basta se logar que o
sistema já começa a desenvolver a história.

A seguir, a tela do sistema, que é bem prática e simples para uso; basta
selecionar o item no menu e arrastá-lo para a historinha.

Figura 37

59
Unidade I

No menu inferior, você pode modificar o estado dos personagens, adicionar, duplicar e copiar.

Figura 38

Exemplo:

Figura 39

Com as imagens, pode-se trabalhar atividades diversas de comparação, de


escrita, de leitura e composição. Ex.: desenvolvimento de atividades para detectar
o realismo nominal, comparando imagens e letras.

Das imagens apresentadas a seguir, qual tem a maior palavra?

Figura 40

Também é possível criar enigmas e solicitar que os alunos escrevam sobre eles. Ex.: o professor coloca
no editor de textos alguns enigmas e as crianças devem decifrá-los; assim que terminar, o aluno chama o
professor para verificar. Ao final da aula, é interessante que o professor decifre todos os enigmas.

60
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

Qual é o enigma abaixo?

Figura 41

Além do editor de textos, temos inúmeros outros recursos. A pesquisa de conteúdo na internet também
é um recurso pedagógico fascinante, pois permite o intercâmbio de informações nas
mais diversas áreas, desenvolvendo no aluno a oportunidade de comunicar-se com
muitos receptores, trocar informações, desenvolver o senso crítico e contribuir para
aprimorar e facilitar o trabalho de interpretação e estudo dinâmico de outras línguas.

Alguns sites direcionados podem auxiliar no ensino-aprendizagem e melhorar


diariamente o contato com os alunos, como os indicados a seguir:

• Amigos do trânsito – O site Amigos do Trânsito foi desenvolvido por educadores da Secretaria
de Obras e Viação da Prefeitura Municipal de Mogi Guaçu com apoio de alunos da Universidade
Paulista de Limeira, é totalmente gratuito, não necessitando nem mesmo efetuar cadastro para
utilizar seus recursos. Nesse site, você encontra trabalhos desenvolvidos por alunos da
Universidade Paulista que podem ser impressos ou utilizados no próprio site, abordando ações
educacionais em prol do trânsito, desde a pré-escola até a 4ª série. Também há um minicurso de
educação de trânsito, com impressão de carteira mirim de habilitação, games para download,
para execução local, ligar pontos e colorir. O endereço do site é:

<http://www.amigosdotransito.com.br>

• Edumusical – Esse portal foi desenvolvido por cerca de 15 pessoas, entre profissionais e
estagiários da área de engenharia, computação, arquitetura, jornalismo, cinema e música, no
Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Escola Politécnica da USP. O laboratório produziu
programas em site e em CD, sempre buscando um formato lúdico, com brincadeiras e gráficos,
desenvolvendo desde cedo o potencial artístico das crianças, alvo principal do projeto. No site, o
aluno pode compor utilizando escalas das notas na vertical e de tempo na horizontal, “pintando”
quadrinhos da tabela. As principais inovações no programa são que os alunos podem realizar
composição individual, composição colaborativa, desafio individual e desafio colaborativo. O
projeto conta ainda com módulos colaborativos, o aluno pode trocar ideias e compor uma música
em parceria com seus colegas em rede, cada um compondo para um instrumento, por exemplo.
É possível até usar recursos de bate-papo. O endereço do site é:

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Unidade I

<http://www.edumusical.org.br>

• Portal do Professor – Esse portal foi desenvolvido pelo MEC – Ministério da Educação e
Cultura, é totalmente gratuito e conta com diversos recursos para auxílio no trabalho de
educação e tecnologia. Nele, é possível inserir e pesquisar diversas aulas já desenvolvidas
pelos professores do país, tudo de domínio público. O endereço do site é:

<http://portaldoprofessor.mec.gov.br>

Finalmente, os programas de aplicação ou softwares educacionais são programas específicos desenvolvidos


para cada necessidade. São criados e desenvolvidos para auxiliar no processo de ensino com jogos, interações e
ações, os quais permitem que o aluno construa seu percurso e vá aprendendo com seu apoio.

Existem diversos programas educacionais, alguns tratam individualmente os problemas,


sejam eles de português, matemática, ciências, geografia, história, línguas; outros são jogos
que permitem a interatividade e a interdisciplinaridade trabalhada em um único contexto.

A escolha do programa depende de dois pontos: primeiro, de um teste inicial


pelo professor para averiguar se está no contexto pedagógico; segundo, da
avaliação, se está bem elaborado e economicamente viável a proposta escolar.

Saiba mais

Segue uma lista de sites para baixar os pacotes aplicativos gratuitos:

Broffice–http://www.broffice.org/

Openoffice–http://br-pt.openoffice.org/

GoogleDocs–http://www.google.com/google-d-
s/hpp/hpp_pt-PT_ pt.html

Resumo

A tecnologia está sendo utilizada para renovação do conhecimento,


tanto para professores quanto alunos. Os recursos tecnológicos são
inúmeros, entre eles apresentamos a escola frente a esses recursos, a
televisão, o vídeo, os microcomputadores e sua disposição na escola e
nos laboratórios. Nesta unidade, abordamos a tecnologia usada para
renovar o conhecimento, as escolas e os recursos tecnológicos
(informática, televisão, vídeo e os laboratórios de informática).

62
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

Os pilares necessários para o uso da tecnologia é um estudo que


descreve quais são os meios e os recursos necessários para implementar a
tecnologia em sala de aula. Não basta colocar uma televisão, um vídeo ou um
computador para que a tecnologia seja empregada, é necessária a
participação de todos, desenvolvendo um projeto de apoio pedagógico que
utilize os recursos como uma ferramenta de apoio, e não uma solução pronta.

A tecnologia tem mudado nossas vidas a cada dia, desde os primórdios o


homem utilizou-se de recursos tecnológicos para sobreviver; atualmente
é necessário ter noções básicas para poder comprar,
locomover-se e até mesmo para comer.

Diante dessa evolução, o papel do professor é decidir quando e como


deverá utilizar a tecnologia como ferramenta de apoio pedagógico. Cabe a ele
decidir se é ou não necessário o emprego do recurso, a escolha dos
programas e potencializar quais são as dificuldades dos alunos. Vale lembrar
que, para isso, ele deve estar capacitado para identificar esses fatores.

Saiba mais

O site abaixo ensina como criar uma história em


quadrinhos em sala de aula, vale a pena conferir:

<http://www.divertudo.com.br/quadrinhos/quadrinhos-txt.html>

Outra boa dica são os livros:

Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula,


de Ângela Rama (Org.), Editora Contexto.

Quadrinhos na educação, da rejeição à prática, de


Waldomiro Vergueiro (Org.), Editora Contexto.

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