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Módulo
Análise não destrutiva da qualidade
de frutas e hortaliças
2021. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA
1ª EDIÇÃO – 2021
COORDENAÇÃO
EMBRAPA Instrumentação
FOTOS
Freepik
Shutterstock
INFORMAÇÕES E CONTATO
EMBRAPA Instrumentação
Rua XV de Novembro, 1452 - São Carlos - SP
E-mail: cnpdia.poscolheita@embrapa.br
www.embrapa.br/instrumentacao/poscolheita
Módulo | Análise não destrutiva da qualidade de frutas e hortaliças
Coordenador Geral
Coordenador Técnico
Conteudistas
• ouglas William Menezes Flores, pesquisador, Spectral Solution Comércio e Serviços LTDA,
D
Santa Maria, RS.
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Módulo | Análise não destrutiva da qualidade de frutas e hortaliças
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO..........................................................................................................................................3
Objetivos do módulo................................................................................................................................................3
Estrutura do módulo.................................................................................................................................................3
1. ANÁLISES NÃO DESTRUTIVAS....................................................................................................................................4
1.1 Análise de qualidade de alimentos - Visão geral.....................................................................................4
1.2 Análises instrumentais não destrutivas e sua utilidade .......................................................................6
1.3 Vantagens do uso da relaxometria por RMN em baixo campo e das espectroscopias na
região do infravermelho..........................................................................................................................................9
2. ANÁLISE POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR (RMN)......................................................................... 10
2.1 Utilização da RMN em análise não destrutiva ...................................................................................... 11
2.2 O equipamento de RMN é composto da seguinte forma:................................................................ 15
3. ANÁLISE POR ESPECTROSCOPIAS NA REGIÃO DO INFRAVERMELHO......................................................... 20
4. APLICAÇÕES - FECHANDO O MÓDULO................................................................................................................. 27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................................................................... 28
FONTE DAS FIGURAS......................................................................................................................................................... 30
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APRESENTAÇÃO DO MÓDULO
Objetivos do módulo
Ao final deste módulo, você será capaz de:
Estrutura do módulo
Este módulo possui a seguinte estrutura:
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Os instrumentos para fazer essas avaliações, sem danificar os alimentos (análise não destrutiva) já
estão sendo usados/desenvolvidos em laboratórios de pesquisas e desenvolvimento.
Fonte: Freepik
Você já parou para pensar como compra suas frutas e hortaliças quando vai ao mercado ou à feira?
Quando chega à banca de tomates, por exemplo, pega o primeiro que está à vista ou dá uma boa
olhada para ver se tem alguma parte estragada?
Aposto que sempre seleciona o melhor alimento para levar para sua casa, não é mesmo?
Pois então, sempre quando você escolhe suas frutas e hortaliças, está fazendo uma análise não
destrutiva de qualidade, usando os seus receptores sensoriais, principalmente o olho – para ver as
cores, dimensões e defeitos – e o nariz – para sentir se o cheiro do alimento está bom ou ruim, certo?
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Esses sensores detectam propriedades físicas ou químicas, que são transmitidas ao seu cérebro, que
faz o processamento das informações e, assim, você decide o que comprar. Mas, você não consegue
saber se uma fruta está doce ou azeda sem destruir parte dela para prová-la, concorda? A este tipo
de análise sensorial chamamos de análise destrutiva.
Entendeu a diferença?
Além dos sensores naturais, os produtores e comerciantes também realizam análises instrumentais
da qualidade interna das frutas e hortaliças (que vamos chamar de HF), principalmente com métodos
destrutivos. Para isso, usam métodos químicos, como por exemplo, na dosagem da acidez total
(fig. 1a) ou métodos físicos como na medição do teor de sólidos solúveis totais (TSS) em ºBrix
(refratômetro, fig. 1b).
Figura 1a: medição (titulação) química da Figura 1b: do °Brix com refratômetro.
acidez total.
Fonte: Freepik Fonte: Site Weblabor
ºBrix
Brix é uma escala numérica de índice de refração (o quanto a luz
desvia em relação ao desvio provocado por água destilada) de uma
solução, comumente utilizada para determinar, de forma indireta,
a quantidade de compostos solúveis numa solução de sacarose,
utilizada geralmente para suco de fruta.
Leia mais em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Grau_Brix
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Existem também instrumentos que permitem determinar a qualidade interna das HF, como
determinar o teor de sólidos solúveis totais, pH, etc., sem destruí-los. Ou seja, fazem análises
instrumentais internas e não destrutivas.
Um exemplo clássico de um método instrumental, não destrutivo, para análise da qualidade interna
de hortifruti é a radiografia por raios X (RX).
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Além do RX existem outros métodos de análise não destrutiva que usam radiação eletromagnética,
termo técnico usado para definir a radiação do RX ou a luz visível.
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Abaixo do vermelho estão as radiações de menor energia, que não conseguimos ver, como a radiação
do infravermelho, das micro-ondas e das ondas de rádio. Acima do violeta, estão as radiações
de alta energia ou radiações ionizantes, que também não conseguimos ver, como as radiações do
ultravioleta, raios X e raios gama.
Faixas de radiações
Análises não-destrutivas
eletromagnéticas utilizadas
Imagens e análises
espectroscópicas por RMN
Ondas de Rádio
(composição química
e propriedades físicas).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Raios_X.
• Sobre ultrassom.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ultrassom
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Veja a seguir!
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Fonte: Freepik
Você sabia que a Ressonância Magnética Nuclear (RMN), ou apenas Ressonância Magnética (RM),
como é chamada na medicina, foi uma das maiores conquistas científica e tecnológica do século 20?
Pesquisas com RMN receberam 6 prêmios Nobel, sendo 3 Nobel de Física, em 1943, 1944 e 1952, 2
Nobel de Química, em 1991 e 2002 e o Nobel de Fisiologia e Medicina, em 2003.
Certamente sim. Essa é apenas a ponta de um iceberg, que o público conhece, mas a RMN é muito
mais que um método para se obter imagens, em alta resolução, do corpo humano. Na realidade, a
imagem gerada por RMN (RM) foi umas das últimas aplicações a ser desenvolvida.
A RM também é usada nos estudos de alimentos, mas o alto custo das análises restringe seu uso a
centros de pesquisa.
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Outro método de RMN, que você nunca deve ter ouvido falar, mas que permitiu o rápido
desenvolvimento de novos medicamentos defensivos agrícolas, entre centenas de outras aplicações
é a espectroscopia de RMN em alta resolução. Ela não gera imagens, mas obtêm informações em
nível atômico/molecular, que são usadas para a determinação das estruturas químicas, na análise dos
constituintes do sangue, como glicose, colesterol, ureia, creatinina, etc., de uma só vez e em alguns
minutos.
Cabe destacar, que assim como a RM, a espectroscopia de RMN em alta resolução, não é usada
rotineiramente para análise de alimentos intactos, pois o instrumento é muito caro (em torno de
milhões de reais).
Para as análises não destrutiva de HF é usada uma outra classe de aparelho de RMN de baixo custo,
que não geram imagens nem informações espectroscópicas. Esses aparelhos são conhecidos por
RMN em baixo campo ou de RMN no domínio do tempo (RMN-DT) e permite avaliar a qualidade
interna das HF por meio dos processos de relaxação, que você estudará mais a frente.
Para saber detalhes sobre a teoria básica de RMN leia o capítulo 12,
do livro Biotecnologia aplicado a agroindústria (https://bit.ly/3km5Hs0
) e o capítulo 3 da parte 4, do livro Instrumentação pós-colheita em
frutas e hortaliças (https://bit.ly/3mUHVVL).
Na ressonância magnética nuclear, o termo “nuclear” não tem nada a ver com reator nuclear ou
radiação nuclear. Se deve ao fato de a Ressonância Magnética Nuclear fazer a análise de uma
propriedade intrínseca do núcleo dos átomos, conhecida como spin nuclear.
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Sobre Spin:
(https://bit.ly/3H2Qhmt)
Spin
Na mecânica quântica o termo spin (em inglês “giro”) associa-se,
sem rigor, às possíveis orientações que partículas subatômicas
carregadas, como o próton e o elétron e alguns núcleos atômicos
podem apresentar quando imersas em um campo magnético.
Na figura 5a pode-se ver os pequenos ímãs dos átomos de 1H da água de uma manga, por exemplo.
Observe que eles apontam para todas as direções quando estão fora de um campo magnético.
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Quando você coloca essa manga dentro de um ímã (fig. 5b), que tem campo magnético B0, os
pequenos imãs de 1H se alinham a favor ou contra a direção do campo. Se você olhar com cuidado
(fig. 5c) vai ver que há um pouco mais desses spins orientados a favor do que contra o campo
magnético B0. Isso faz surgir na direção do campo “um ímã maior” que é a soma de todos os spins,
chamado de magnetização total ou M0. Essa magnetização M0 é o que medimos em todos os
experimentos de RMN e que usamos para obter as informações sobre a qualidade interna das frutas
e hortaliças.
Os físicos Bloch e Purcell, que ganharam o prêmio Nobel de Física no ano de 1952, demonstraram
que seria possível medir M0 deslocando sua direção da direção do campo B0, com a aplicação de
energia por ressonância.
Um exemplo clássico é o de uma pessoa usando um som agudo e bem forte para quebrar uma taça
de cristal. Ou seja, o som emitido pela pessoa, na frequência de vibração da taça, faz com que ela
quebre como se sofresse uma pancada. O fenômeno de ressonância é muito comum e já derrubou
até uma ponte gigantesca nos Estados Unidos em 1940.
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Para que você compreenda isto, vamos fazer uma analogia a um pião. Na figura 6a pode-se ver que
o pião faz dois movimentos: uma rotação em torno do seu eixo e um segundo movimento chamado
de PRECESSÃO. A precessão é o movimento (representado pelo círculo) que a cabeça do pião faz
quando ele está girando.
A “frequência de precessão” nos aparelhos de RMN está na frequência que se usa em comunicação
conhecida como radiofrequência (RF).
Por exemplo, o aparelho mais comum de fazer imagens por RM usa uma frequência de 125
MegaHertz (MHz) que está na faixa das ondas de rádios FM.
Assim, chama-se Ressonância Magnética Nuclear (RMN) porque se usa o fenômeno de ressonância
para medição do sinal de uma propriedade magnética que são observados nos núcleos que tem
spin.
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Leia os livros:
• Biotecnologia aplicado à agroindústria (https://bit.ly/3km5Hs0).
• Também há uma sonda (antena) que fica dentro do ímã onde se coloca a amostra. A sonda é
usada tanto para transmitir quanto para receber o sinal de RF.
1 O transmissor do aparelho envia um sinal na forma de um pulso (sinal enviado por alguns
microssegundos)
2 O sinal é emitido na radiofrequência de precessão do 1H da fruta, que está dentro do ímã.
3 Quando o pulso termina, os materiais da fruta com 1H (água, por exemplo), induzem um sinal
na “antena”, que chamamos de FID (do inglês Free Induction Decay).
4 O sinal de RMN é digitalizado para ser armazenado e processado por um computador. O
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Após o pulso também ocorrem dois processos de relaxação que dependem do ambiente onde os
componentes (águas, açúcares, etc.) estão dentro das células das frutas, o que por sua vez, depende
se a fruta está verde ou madura, amassada, doce ou azeda entre outros fatores.
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Fonte: Freepik
Para a determinação da qualidade interna de frutas e hortaliças a técnica mais utilizada na RMN é
a medição do tempo de relaxação T2, pois é feita em alguns segundos e tem correlação com vários
fatores, como: a mobilidade da água, que por sua vez, depende da viscosidade da água dentro das
células nas frutas, que depende do teor de açúcar, do estádio de maturação, presença de injúria ou
problemas fisiológicos e do tamanho das células e das organelas celulares.
Para a medição de T2 usamos uma técnica chamada CPMG (sobrenome dos autores Carr-Purcell-
Meiboom-Gill) que permite a medição do decaimento exponencial do sinal (fig. 8), que é devido a T2
de uma só vez.
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Na figura 8 está o sinal exponencial obtido com a técnica CPMG de duas laranjas com teor de sólidos
solúveis totais de 9 e 13 ºBrix. Como se pode ver nessa figura, a laranja que tem maior oBrix decai mais
rápido que a laranja que tem menor ºBrix. Isso porque o decaimento T2 diminuiu com a viscosidade
da solução, que é maior quando a fruta tem mais açúcar.
Além de ver o decaimento, podemos fazer uma decomposição matemática do decaimento, nas suas
componentes de tempos de relaxação. Esse processamento é chamado de Transformada Inversa
de Laplace (ILT) e permite ver quantos tempos de relaxação temos em um sinal CPMG.
Já na figura 9 está o sinal CPMG e a respectiva ILT de uma banana intacta (preto) e da mesma
banana após ser amassada (vermelho). Na ILT da banana intacta (sinal em preto) pode-se ver três
sinais de relaxação. O mais intenso e no maior tempo é devido à água que está nos vacúolos das
células. O sinal intermediário é da água presente no citoplasma. O sinal menor e com menor tempo
é da água presente em estruturas sólidas, como as paredes das células.
Figura 9: Comparação dos decaimentos CPMG e das respectivas ILT de uma banana intacta (preto)
e de uma banana amassada (vermelho). Os três picos observados na ILT da banana intacta são: da
água no vacúolo, do citoplasma e da água ligada nas paredes celulares.
Fonte: Elaborada para o curso
Quando a banana é amassada, pode-se ver que o decaimento do sinal CPMG fica mais rápido e a
ILT mostra que o sinal, devido a água do vacúolo, e citoplasma se deslocaram para valores menores,
devido a ruptura da parede celular, são os sinais em vermelho, na figura 9. Ou seja, com a RMN
podemos “ver” se uma fruta está amassada ou intacta sem destruí-la.
Além da ILT, você pode usar outros métodos computacional (métodos de reconhecimentos de
padrão, análise estatística multivariada, etc.) para analisar os sinais CPMG, para determinar a
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qualidade das HF de acordo com o ºBrix e sabor, se tem ou não problemas fisiológicos entre muitas
outras aplicações ainda em desenvolvimento.
Para isso, precisamos analisar um grande número de amostras por RMN e depois fazer as análises
destrutivas das mesmas amostras e determinar o ºBrix, pH, sabor, cor, etc. Com os dados de RMN e os
determinados por métodos destrutivos você “treina” os métodos computacionais. Após o treinamento
e validação você pode usar o modelo gerado para que eles façam a determinação do °Brix, pH, etc. ou
classifiquem as amostras de acordo com sabor, etc., usando apenas os sinais de RMN.
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A radiação IV foi descoberta por Friedrich Herschel em 1800, quando estava fazendo a medição da
temperatura das diferentes cores da luz branca (do violeta ao vermelho). O que ele observou, foi
que depois da cor vermelha que ele não via nada (nenhuma cor) – a temperatura era a mais quente
de todas. Ele então concluiu que naquela região, depois do vermelho, devia haver alguma radiação
invisível, que ele chamou de “raios caloríficos”, o que hoje chamamos de radiação infravermelha
ou IV.
Como você viu anteriormente a luz branca pode ser separada por um prisma ou em um arco íris
em 7 cores, do violeta ao vermelho, que chamamos de espectro da luz. Nas análises espectroscópicas
instrumentais se usam aparelhos (espectrômetros) que permitem que se faça a observação da
radiação eletromagnética, não apenas em algumas “cores”, mas em até milhares de “cores”.
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O infravermelho abrange a região da radiação eletromagnética, entre a cor vermelha e a região das
micro-ondas e, pode ser dividida em três faixas, que são:
• A radiação no infravermelho, próximo ao visível, conhecida pela sigla NIR, que compreende a
radiação entre 780 a 2500 nanômetros (nm).
• A radiação no infravermelho médio, conhecida pela sigla MIR, entre 2500 a 50000 nm.
• A radiação no infravermelho distante, conhecida pela sigla FIR, entre 50000 nm a 1.000.0000 nm
ou 1 milímetro (mm).
I N F R AV E R M E L H O
Os espectros IV também podem ser expressos pelo número de ondas que ocorrem em 1 centímetro,
cuja unidade é cm -1. Por exemplo, o espectro da região do NIR ocorre entre 780 e 2500 nm, tem cerca
de 12800 e 4000 ondas em 1 cm.
As espectroscopias na região do IV detectam vibrações ou rotações entre dois ou mais átomos que
compõem as substâncias químicas que estão presentes nas HF.
Na figura 14, temos um diagrama de dois átomos, representados por esferas e uma ligação química,
representada pela mola. Como você sabe, se você segurar a esfera azul e puxá-la para cima a mola vai
esticar e comprimir até o movimento parar.
Esse movimento de esticar e comprimir é uma
vibração, cuja frequência (ou número de onda)
depende da força da mola e da massa das esferas.
No caso dos átomos unidos por uma ligação química
Figura 14: Representação de uma ligação química ocorre a mesma coisa. O número de onda da vibração
(mola) entre dois átomos (esferas) dos átomos depende da força da ligação química e da
Fonte: Elaborada para o curso massa dos átomos.
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Além dos modos fundamentais de vibração das moléculas, a espectroscopia IV detecta outros sinais
para a molécula de água que são devidos as bandas de sobreposição e bandas de combinação
que ocorrem principalmente na região do próximo, o NIR.
A maioria das aplicações do IV, na análise de HF, ocorre na região do NIR e as ligações químicas ou
tipos de átomos envolvidos no espectro NIR estão na figura 16.
Nessa figura, é possível observar bandas vibracionais para as ligações químicas C-H, COH, N-H, S-H,
que estão presentes na maioria das substâncias (água, açúcares, proteínas, etc.) que compõem as HF.
Com isso a espectroscopia NIR vem sendo amplamente usada para análises rápida e não destrutiva
de HF.
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Para isso, assim como na RMN, precisamos analisar um grande número de amostras por NIR (ou
MIR) e depois fazer o treinamento e validação do modelo gerado. Com o modelo você pode fazer a
determinação do °Brix, pH, etc. ou classificar as amostras de acordo com sabor, etc., usando apenas
os sinais de NIR (ou MIR).
Os espectros NIR ou MIR podem ser adquiridos de diversas maneiras em aparelhos de laboratório ou
portáteis. Os instrumentos portáteis são leves, robustos e apresentam desempenho analítico similar
aos de laboratório.
Além disso, estes equipamentos são apropriados para medições no próprio local onde estão às
amostras ou para medições no campo, nos mercados, entre outros lugares.
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Este processo, ilustrado nas figuras 18a, 18b e 18c, pode ser realizado
de 3 formas diferentes, mas em todos perceba que:
No processo de medição da transmitância (fig. 18a), a amostra transparente fica entre a fonte e o
detector de IV.
O processo de medição por interactância (fig. 18b) é utilizado em amostras transparentes, porém
muito densas e com auxílio de um espelho atrás da amostra para refletir a luz emitida.
A medição por reflectância (fig. 18c) é utilizada para amostras sólidas e reflectivas e a fonte e o
detector de IV ficam juntos.
Entre elas, a reflectância possibilita maior versatilidade da medição, pois minimizam o preparo de
amostra, aumentando assim a rapidez das análises (FLORES, 2020).
Figura 18a: Esquema de coleta Figura 18b: Esquema de coleta Figura 18c: Esquema de coleta
de sinal por Transmitância de sinal por Interactância de sinal por Reflectância
Fonte: Elaborada para o curso. Fonte: Elaborada para o curso. Fonte: Elaborada para o curso.
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Fonte: Freepik
Vimos, neste módulo, que é possível conhecer as propriedades físicas e química dos alimentos e
até seres vivos, sem causar nenhum dano a eles, usando as radiações eletromagnéticas desde os
raios X até as ondas de rádio.
Essa história começou há mais de 100 anos com a introdução da radiografia de raios X na medicina e
depois em aplicações industriais.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASHOK, V. (2019). Combining Discriminant Analysis and Neural Networks for Detection of
Internal Defects in Mangoes using X-Ray Imaging Technique. 2278-3075.
Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/341591193_Combining_Discriminant_
Analysis_and_Neural_Networks_for_Detection_of_Internal_Defects_in_Mangoes_using_X-Ray_
Imaging_Technique. Acesso em: 24 mar. 2021.
BIZZANI, et al. (2017). Non-invasive spectroscopic methods to estimate orange firmness, peel
thickness, and total pectin content.
Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0026265X16304131. Acesso em:
21 Mar. 2021
PEREIRA, et al. (2013) Classification of intact fresh plums according to sweetness using time-
domain nuclear magnetic resonance and chemometrics.
Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0026265X12002883. Acesso em:
21 mar. 2021.
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Raio X.
Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Raios_X. Acesso em: 12 mar. 2021.
Radiação eletromagnética.
Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3%A7%C3%A3o_eletromagn%C3%A9tica. Acesso em: 12
mar. 2021.
Onda de rádio.
Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Onda_de_r%C3%A1dio. Acesso em: 12 mar. 2021.
Vetor (matemática).
Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vetor_(matem%C3%A1tica). Acesso em: 12 mar. 2021.
Ultrassom.
Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ultrassom. Acesso em: 12 mar. 2021.
Precession.
Disponível em:
https://en.wikipedia.org/wiki/Precession#/media/File:Gyroscope_precession.gif. Acesso em: 12 mar.
2021.
Radiofrequência.
Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Radiofrequ%C3%AAncia. Acesso em: 12 mar. 2021.
Relaxação.
Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Relaxa%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 12 mar. 2021.
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Figura 5a, 5b e 5c
Elaborada para o curso
Figura 8: Comparação de curvas CPMG de laranjas com teor de sólidos solúveistotais de 9 e 13 ºBrix.
Elaborada para o curso
Figura 9: Comparação dos decaimentos CPMG e das respectivas ILT de uma banana intacta e de
uma banana amassada.
Elaborada para o curso
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Figura 14: Representação de uma ligação química (mola) entre dois átomos (esferas).
Elaborada para o curso
Outras figuras:
https://www.freepik.com/free-photo/woman-shopping-vegetables-supermarket_9658764.htm
https://www.freepik.com/free-photo/specialist-checking-brain-tomography-results_10675133.
htm#page=1&query=ct&position=10
https://www.flaticon.com/br/icone-gratis/radio_908373
https://www.flaticon.com/br/icone-gratis/radio_1277118?related_id=1277149&origin=search
https://www.freepik.com/free-photo/light-bulb-close-up_977928.
htm#page=1&query=filament%20lamp&position=0
https://www.freepik.com/free-photo/cut-whole-orange-fruits-with-green-leaves_8132442.
htm#page=1&query=orange&position=4
https://www.freepik.com/free-photo/close-up-box-with-ripe-vegetables_11600575.
htm#page=1&query=farmer&position=13
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https://br.freepik.com/vetores-gratis/conjunto-de-personagem-de-desenho-animado-de-
elefante_8485411.htm?query=elefante
https://br.freepik.com/vetores-gratis/conquiste-a-conquista-feliz-atribuicao-de-muitos-trofeus-
para-todos-eles_13555544.htm#page=1&query=conquista&position=30
https://www.freepik.com/free-vector/female-gardener-holding-basket-apples_6975000.
htm#page=1&query=farmer%20harvest&position=27
https://br.freepik.com/vetores-gratis/usina-nuclear-reatores-atomicos-producao-de-energia-
fissao-do-atomo-processo-atomico-metafora-de-geracao-de-carga-eletrica-nuclear_12145025.
htm#page=1&query=nuclear%20reactor&position=2
https://br.freepik.com/vetores-gratis/modelo-de-site-pagina-de-destino-com-ilustracao-do-
conceito-de-exame-medico-e-diagnostico_11236264.htm#page=1&query=mri&position=33
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