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UNIVERSIDADE FEDERAL DO DELTA DO PARNAÍBA

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DISCIPLINA: PALEONTOLOGIA

FABIANE COSTA SILVA

PLIOCENO: FORMAÇÃO DE SAVANAS E PRIMEIROS HOMINÍDEOS

PARNAÍBA-PI
2022.1
O Plioceno é o período na escala de tempo geológico que se estende de 5,3 a 1,8 milhões de anos atrás, é a
última época do antigo período Terciário (atual Neogeno) da era Cenozóica. O primeiro a nomear esta época
foi Charles Lyell, que usou as palavras gregas pleion ("mais") e xaeno ("novo") para se referir aos fósseis de
animais essencialmente modernos desta época. O Plioceno é uma época relativamente recente, nele o clima
e a vegetação eram muito similares aos atuais, os continentes se localizavam a no máximo 70 km de
diferença das posições atuais.

Nesse período ocorreu a formação do Istmo do Panamá, que foi a formação de uma estreita porção de terra
(devido a movimentação das placas tectônicas) entre o oceano Atlântico e o oceano Pacífico que ligou a
América do Norte e a América do Sul, há 3 milhões de anos. Em decorrência desse acontecimento, teve
início o chamado Grande Intercâmbio Americano, no qual inúmeros grupos de animais nativos de ambas as
Américas migraram de norte a sul e vice-versa, originando a fauna hoje observada nesses locais.

Com isso ocorreu o cessamento da troca de correntes entre os oceanos Atlântico e Pacífico, o que resultou
em um esfriamento das águas do oceano Atlântico, que contribuiu para o aumento das calotas polares, tanto
do Ártico como da Antártida, e diminuiu o nível dos oceanos. Alguns especialistas acreditam que esta
também foi a causa do início das glaciações (Idades do Gelo) do Pleistoceno, que marcam o fim do Plioceno
e o início desta nova época.
E com o clima mais seco e frio, as florestas tropicais continuaram a diminuir, dando espaço para pastagens e
savanas nas zonas tropicais, além do surgimento das estepes e dos primeiros grandes desertos, desse modo, o
resfriamento e a secagem do ambiente global podem ter contribuído para a enorme expansão de campos e
savanas durante esse período. Por essa razão, o Plioceno pode ser considerado como uma fase de transição
entre o Mioceno mais quente e o Pleistoceno com suas glaciações.
Nessa época houve também o desenvolvimento dos hominídeos, no qual os primatas continuaram a evoluir
com os australopithecus, ancestrais dos seres humanos, no leste da África. No qual, durante o Plioceno
Inferior, os antropóides já se apresentavam como pongídeos (Pongidae) ou hominídeos (Hominidae). O
primeiro desses gêneros levou aos orangotangos, gorilas e chimpanzés. O segundo deu origem às diversas
formas humanas, como os ardipithecus e os australopithecus.
          Essas criaturas adotaram uma postura bípede mais ou menos permanente. São diversas as explicações
para isso. A primeira é que devido às mudanças climáticas, a África tornou-se um continente árido, com
grandes áreas de savanas e pastos entre os bosques situados em locais úmidos, e os antropóides se adaptaram
a esse ambiente, mas se viram obrigados a percorrer campos abertos à procura de novos bosques quando seu
habitat não mais conseguia sustentá-los. Nessa situação, a postura bípede permitia ver mais longe quando
estavam no chão, evitando seus predadores, além disso, esta postura liberava também os braços para
carregar objetos e suas crias.
          A outra explicação, é de que o deslocamento de um bípede consome menos energia que o de um
quadrúpede, mesmo quando apenas em velocidade de marcha, ou seja, a postura bípede seria uma estratégia
para redução no gasto de energia durante a coleta de alimentos ao se deslocar de um bosque para outro.
Nessa época, os Australopithecus não sabiam produzir instrumentos com pedra ou com outro material, eles
apenas usavam pedras para quebrar cascas de nozes ou de outro frutos, para espantar predadores, usavam
gravetos para retirar insetos ou larvas das fendas de árvores.
Ainda sobre o Grande Intercâmbio Americano, diversas espécies migraram de um continente para outro,
causando consideráveis mudanças nas biotas, que resultaram na fauna e flora atuais. Na América do Norte
houve os mamíferos terrestres, incluindo preguiças, gliptodontes (animais de grande porte, blindados), tatus,
gambás e porcos-espinhos, estas espécies aparecem no registro fóssil do Plioceno tardio da América do
Norte, anteriormente eles estavam isolados no continente sul-americano, comprando que a migração de fato
ocorreu.
Na América do Sul, animais como tatus, Gambá, preguiças-gigantes e até algumas aves conseguiram se
adaptar às condições da América do Norte, embora tenha existido uma considerável superioridade da fauna
do norte adentrando o continente do sul. E as faunas marinhas, incluindo corais, gastrópodes predadores e
outros, também sofreram mudanças. No Atlântico Ocidental e no Caribe experimentaram um período de
transição durante o Plioceno Final, com muitas formas se extinguindo e outras aparecendo pela primeira vez,
essas mudanças foram atribuídas a variações na temperatura e no suprimento de nutrientes oceânicos na
região.

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