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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

CURSO DE PSICOLOGIA
CAMPUS PARAÍSO – NOTURNO

Renata Regina Mesquita Souza RA: G22BJC8


Taina Terto Rodrigues RA: G383GJ0

ANÁLISE DO FILME: QUE HORAS ELA VOLTA

SÃO PAULO
2022
Renata Regina Mesquita Souza RA: G22BJC8
Taina Terto Rodrigues RA: G383GJ0

ANÁLISE DO FILME: QUE HORAS ELA VOLTA

Análise de filme, apresentada a


Universidade Paulista, como parte das
exigências para a obtenção do título de
trabalho final.
Orientador: Prof. Claudio Ramos Souza
Santos

SÃO PAULO
2022
INTRODUÇÃO

O filme se trata de uma empregada doméstica que saiu do interior de


Pernambuco para ser babá de uma família classe média alta, e carrega a culpa de ter
deixado a sua filha para trás. Mas tudo muda quando sua filha informa que está vindo
morar com ela para prestar vestibular e Val enxerga uma chance de recuperar o tempo
perdido. O filme trata sobre preconceitos, rótulos e estereótipos.

FILME: QUE HORAS ELA VOLTA

“Fácil falar, difícil é criar filho sozinha” disse a companheira de trabalho da dona
Val, que deixou a filha para trabalhar.

Dona Val está de saída para sua folga, a sua chefe está andando na esteira e
a Val fala que quer conversar com ele, porém logo é interrompida e questionada sobre
as suas atividades e cobrada para que chegue cedo na segunda, não dando atenção
para o que ela gostaria de falar.

Dona Val presenteia a sua chefe que está fazendo aniversário, com um simples
jogo de xícaras, e tem a ideia de usá-lo no jantar do aniversário dela, porém é logo
repreendida pela Barbara.

A Jéssica filha da dona Val, chega em São Paulo e não fica muito feliz em saber
que vai morar na casa dos patrões da sua mãe.

Quando dona Val apresenta a sua filha para os seus chefes, Fabinho que é o
filho dos patrões ri e diz que ela se comunica igual a Val, o que deixa a Jessica
visivelmente incomodada.

“Estereotipo são referências a crenças compartilhadas acerca de atributos,


geralmente traços de personalidade ou comportamento de certos grupos de pessoas.”
(RODRIGUES, 2009, p. 138)

Ainda na apresentação a família, ela fala da faculdade que pretende prestar


vestibular e todos olham espantados, por ser muito disputada.

“Rótulos faz com que comportamentos que não se harmonizem como rotulo
imposto tendam a passar desapercebidos ou sejam deturpados para se adequarem
ao rotulo; por outro lado, as expectativas ditadas pelo rótulo podem nos fazer agir não-
consciente e consistentemente, de modo a induzir o rotulado a se comportar da
maneira que esperamos, tal como e preconizado pelo fenômeno da profecia
autorrealizadora”. (RODRIGUES, 2009, p. 142)

Dona Val pergunta o que Fabinho achou da Jéssica, e ele diz que ela é
estranha, pois é muito segura de si e ela concorda.

Rotular é enquadrar um indivíduo numa categoria tão simplista. Rótulos não


refletem um envolvimento afetivo e a realidade do ser humano. Rotular nos impede
de conhecer as reais necessidades do sujeito, de desenvolver estratégias de
aprendizagem e enxergar soluções. (RODRIGUES, 2009)

Dona Val perde a hora de acordar e dona Barbara e Jéssica acordam primeiro
que ela, a Barbara coloca o café para sua filha, na sua mesa, quando dona Val vê o
que está acontecendo fica muito brava com sua filha e a forma que ela trata sua chefe,
sem chamar de dona e diz que não pode se sentar na mesa e é questionada por
Jéssica em qual local ela deveria comer, já que só tinha uma mesa e se teria que
comer em pé. Val fala que filha de empregada não pode se sentar na mesa de seus
patrões e Jéssica responde que eles não são seus patrões.

Discriminação acontece quando um ou mais pessoas são tratadas de um jeito


diferente por pertencer a um determinado grupo, podendo desfavorecer ou não o
indivíduo em questão. (RODRIGUES, 2009)

Em outro momento Jéssica pede o sorvete e dona Val fala que só tinha sido
oferecido por educação.

Jéssica e Sr. Carlos saem juntos para conhecer alguns lugares em São Paulo
e na hora de agradecer, ela o abraça e é correspondida por um beijo em seu pescoço,
ficando sem entender a situação, logo após ambos são interrompidos por uma ligação
e acabam indo embora.

Dona Val reclama com Jéssica sobre ela ter entrado na piscina e a filha
responde que não quer mais ficar na casa dos patrões da mãe e que não entendia
onde ela tinha aprendido tudo aquilo, de que ela não podia fazer nada.
“Uma pessoa com autoestima abalada pode se convencer de que não merece
uma educação de bom nível, trabalhos decentes, moradias idem, além de um
perverso e difuso sentimento de inferioridade, que se acompanhado por sentimento
de culpa, pode levá-la a uma situação de desamparo e sofrimento.” (RODRIGUES,
2009, p. 145)

Elas saem da casa e se despedem da chefe, que fica muito feliz com a decisão
delas irem embora. Mas logo retornam, já que a casa que iam alugar não deu certo,
sendo Jéssica obrigada a ficar mais uma semana na casa dos patrões, para
insatisfação da chefe.

Dr. Carlos fica feliz com a volta de Jéssica e diz que a casa ficou vazia e a pede
em casamento, ela sem acreditar não responde e fica somente rindo da pergunta, ele
levanta e diz que estava brincando.

Barbara pede para que Jéssica saia do quarto de hospedes.

Jéssica não gosta de ter que dormir no quarto junto com a sua mãe e dona Val
fala que a filha se acha melhor que todo mundo, e ela responde que só não se acha
pior.

Jéssica é pega por Barbara comendo o sorvete do Fabinho e pede para que
dona Val não deixa a filha passar da porta da cozinha, não tendo acesso ao resto da
casa. Jéssica ficou muito chateada de a mãe não ter a defendido e quis sair
imediatamente da casa.

“A maioria tem sempre interesse em privar as minorias de todo direito e de


todo privilégio. Mas é sobretudo um período de tensão e de perigo coletivo que a
maioria tende a exercer represálias contra as minorias, cedendo à necessidade de
descarregar sobre o bode expiatório as ondas de agressividade.” (LEWIN, 1981, p.
39)

Fabinho não passa no vestibular e a dona Val o consola. Sua mãe também vai
abraçá-lo e ele não deixa. Enquanto Jéssica passa no vestibular com ótima pontuação
e ninguém acredita e falam para não comemorar muito, pois a próxima fase era muito
mais difícil.
“Nas zonas periféricas que se situam os minoritários de maior sucesso,
aqueles que conseguiram sobressair-se em seu trabalho ou profissão.” (LEWIN, 1981,
p. 40)

Dona Val fica muito feliz com a aprovação da filha no vestibular e resolve entrar
na piscina para comemorar.

Jéssica não desculpa a mãe por não a ter defendido, e fala que a mãe a deixou
abandonada e que sofreu muito por isso. Dona Val pergunta quem é o bebê da foto e
Jéssica diz que é seu filho.

Donal Val decide pedir demissão, com a justificativa de ter que dedicar mais
tempo a sua filha. Jéssica fica muito feliz e já planejam a vinda do neto para São
Paulo.
CONCLUSÃO

Com tudo isso, podemos concluir que os estereótipos não são praticados
somente com pessoas, mas com animais, objetos, situações, dentre outras coisas. Os
estereótipos muitas vezes não são de formas negativas, em alguns momentos nos
ajudam ou ajudaram em descobertas, criando rótulos para animais que hoje já
sabemos que são perigosos, por exemplo. O problema acontece quando atribuímos
os valores, comportamentos, emoções, atitudes, ao um estereótipo sem motivo, assim
surgindo o preconceito, com essas atitudes temos a tendencia de mudar nosso
comportamento diante desses grupos que julgaríamos ser bons ou ruins.

O preconceito é uma avaliação afetiva que temos sobre determinado grupo,


vendo de modo geral o quanto gostamos das pessoas que pertencem a determinados
grupos, e muitas vezes tentando convencer as outras pessoas a terem os mesmos
sentimentos por aquele grupo, já o preconceito implícito, é uma avaliação que temos
por um grupo, mas não necessariamente temos consciência sobre ele, podendo fazer
com que tenhamos atitudes preconceituosos mesmo que de forma mais sutil e velada.
Reconhecer que as pessoas categorizam cadeiras e pessoas, não é o mesmo que
validar ou concordar com esse fato e negar que isso ocorre não resolve o problema,
a violência ou desfavorecimento de qualquer pessoa por ela pertencer a determinado
grupo é algo que não desejamos na nossa sociedade democrática, o conhecimento
sobre o preconceito pode nos ajudar, não só a entender os aspectos mais básicos da
nossa mente social que influencia nas nossas atitudes com os outros no nosso dia a
dia e também a diminuir o preconceito ou pelo menos ter impacto no comportamento
das pessoas.
REFERÊNCIAS

MAILHIOT, G. Dinâmica e Gênese dos Grupos. 1. Ed. LIVRARIA DUAS


CIDADES LTDA, São Paulo/SP, 1981.

RODRIGUES, A; ASSMAR, E; JABLONSKI, B. Psicologia Social. 27. Ed.


Revista e Ampliada. Petropolis/RJ, 2009.

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