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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DE OLINDA

CURSO: PSICOLOGIA
DISCIPLINA: PSICOPATOLOGIA DA CRIANÇA E DO ADOLESCÊNTE
PROFESSORA: CARLOS MENEZES
DATA: 21/03/2023
ALUNAS: DANIELE SILVA SIMÕES CAVALCANTI

1ªTDE: Reflexão sobre o filme “DO LUTO À LUTA”

A receptividade de pessoas com alguma condição especiais pela sociedade não é algo tão
habitual. A diversidade muitas vezes assusta, dificultando a capacidade de acolher. Internamente,
como Serpa (2010) expõe que podemos pensar "ainda bem que não sou como ele". Quando os pais
recebem a notícia de que o filho ou filha tem uma condição diferente, é possível que o
desapontamento seja a primeira reação. No entanto, logo depois, essa postura cética pode
transformar-se em aceitação. Gradualmente, o amor prevalece e surge uma força inexplicável dentro
desses pais, que dedicam toda sua atenção ao crescimento saudável da criança. Assim, o
documentário traz conversas em tom informal com pais, buscando explorar suas emoções e
pensamentos ao receberem o diagnóstico de síndrome de Down de seus filhos.
Nesse contexto, no início do filme cenas são retratadas em uma peça teatral ao ar livre, em
que os personagens utilizam máscaras. No entanto, o sentido aqui não está na aparência que as
máscaras podem transmitir, mas sim no que elas ocultam. Ao remove-las, descobrimos que são
atores com síndrome de Down que estão participando da representação teatral. O filme, de certa
forma, funciona como um documentário que conta desde o momento em que a família é
surpreendida com a notícia da gravidez, e que essa informação contagia e os levam a preparativos e
expectativas para a chegada do bebê. Ainda, sobre a notícia, assuntos como a preferência de gênero,
vai parecer mais com o papai ou a mamãe, entre outra. Outra afirmação muito comum de se ouvir
pelos pais e mencionada por Serpa (2010), que é "o mais importante é que venha com saúde e
perfeito". No entanto, receber a notícia de que o bebê apresenta algum tipo de deficiência física,
neurológica e ainda para alguns comorbidades associadas, como é o caso da Síndrome de Down
(SD), pode ser motivo de sofrimento. Muitos pais passam por um processo de luto por terem
idealizado o filho perfeito. Esse processo de luto pode ser complexo para a família, que precisa
buscar formas de enfrentamento e superação para investir sua atenção para o filho real, que mesmo
com a SD está vivo.
Considerando o exposto, no documentário fílmico que apresenta as vivências familiares do
início da desilusão e indignação a evolução para um sentimento de orgulho e superação da fase de
luto. Silva (2017) menciona essa experiência de luto, referindo como o surgimento de um novo
sentimento que agora passa a ser positivo e permeia a dinâmica familiar após a elaboração do luto.
Os sentimentos negativos são substituídos por uma determinação em lutar pelos filhos e filhas,
enquanto a família busca uma nova estruturação que valoriza as particularidades da pessoa com SD.
Assim, a afetividade é crucial neste processo de reestruturação familiar para apoiar o crescimento
saudável da criança com SD, fornecendo confiança e segurança. Dessa forma, vivenciar o luto pela
perda do filho idealizado pode permitir à família a emergência de um novo sentimento de aceitação
e responsabilidade.

Referências
SERPA, Miguel Pereira. Do luto à luta. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e
Inovação em Saúde, v. 4, n. 2, 2010.
SILVA, Elaine da; CALSA, Geiva Carolina. O FILHO ETERNO: REPRESENTAÇÕES,
CULTURA E SÍNDROME DE DOWN. 2017.

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